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Transcrição:

TRESC Fl. ACÓRDÃO N. 3 0 7 2 2 Relator: Juiz Substituto FERNANDO VIEIRA LUIZ Requerente: ROGÉRIO FOSSATI PINTO PRESTAÇÃO DE CONTAS - ELEIÇÕES 2014 - CANDIDATO - DEPUTADO ESTADUAL. PROCURAÇÃO ENCAMINHADA APENAS POR FAC- SÍMILE - DOCUMENTO ORIGINAL QUE NÃO CONSTA DOS AUTOS - FORMALISMO MODERADO APLICADO AOS PROCEDIMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS - INEXISTÊNCIA DE PARTES COM INTERESSES CONTRAPOSTOS - PRESENÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI - MITIGAÇÃO DA NECESSIDADE DE O ORIGINAL DA PROCURAÇÃO SER TRAZIDO AOS AUTOS - CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO IMPEDE A ANÁLISE DAS CONTAS - CONTAS CONSIDERADAS PRESTADAS. AUSÊNCIA DE PRONUNCIAMENTO A RESPEITO DA PRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE RÁDIO, TELEVISÃO OU VÍDEO PARA PROPAGANDA ELEITORAL - INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE QUE TENHA HAVIDO A REALIZAÇÃO DESSE TIPO DE MATERIAL - IRREGULARIDADE AFASTADA. INEXISTÊNCIA DE REGISTRO ACERCA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS POR ADVOGADO E CONTADOR - GASTOS QUE NÃO SÃO CONSIDERADOS DESPESAS DE CAMPANHA - IRREGULARIDADE AFASTADA - PRECEDENTES. DECLARAÇÃO DE RECEBIMENTO DE DOAÇÃO QUE, NO ENTANTO, NÃO FOI LANÇADA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO DOADOR (DIREÇÃO ESTADUAL) - IMPOSSIBILIDADE, ENTRETANTO, DE PENALIZAR O CANDIDATO POR EVENTUAIS OMISSÕES OCORRIDAS EM OUTRAS PRESTAÇÕES DE CONTAS - IDENTIDADE, ADEMAIS, DO VALOR DA DOAÇÃO COM OUTRAS FEITAS TAMBÉM A OUTROS CANDIDATOS DO MESMO PARTIDO - AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE PRATICADA PELO PRESTADOR DESTAS CONTAS. DOAÇÃO NÃO REGISTRADA NA PRIMEIRA PARCIAL DA PRESTAÇÃO DE CONTAS - INOVAÇÃO NO REGULAMENTO DA MATÉRIA, ATRIBUINDO GRAVIDADE À NÃO ENTREGA DE PRESTAÇÃO D Ei

TRESC Vistos etc. CONTAS PARCIAL OU ÀQUELA QUE NÃO CORRESPONDA A EFETIVA MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS (ART. 36, 1 o E 2 o, DA RES. TSE 23.406/2014) - JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA NO SENTIDO DE QUE DEFEITOS ENVOLVENDO AS PARCIAIS NÃO ENSEJAM A DESAPROVAÇÃO DA CONTABILIDADE - MANUTENÇÃO DO ENTENDIMENTO, VALENDO AS INFORMAÇÕES PRESENTES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAL - APOSIÇÃO DE RESSALVA. ABERTURA EXTEMPORÂNEA DA CONTA BANCÁRIA - FALHA QUE NÃO COMPROMETE A CONFIABILIDADE DAS CONTAS - INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE QUE TENHA HAVIDO ARRECADAÇÃO DE RECURSOS OU REALIZAÇÃO DE DESPESAS EM DATA ANTERIOR À ABERTURA DA CONTA - CONSIGNAÇÃO DE RESSALVA COMO ADMOESTAÇÃO. EXTRATOS TRAZIDOS QUE NÃO ABRANGEM TODO O PERÍODO DE CAMPANHA - INFORMAÇÃO DO ÓRGÃO TÉCNICO DE QUE A ANÁLISE FOI VIABILIZADA PELO EXTRATOS ELETRÔNICOS - IRREGULARIDADE QUE NÃO MAIS REMANESCE. APROVAÇÃO COM RESSALVAS. A C O R D A M os Juizes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, à unanimidade, em APROVAR COM RESSALVAS as contas de ROGÉRIO FOSSATI PINTO, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte integrante da decisão. Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral. Florianópolis, 20 de rnaio de 2015. 2

R E L A T Ó R I O Trata-se de prestação de contas de campanha do candidato ROGÉRIO FOSSATI PINTO que concorreu ao cargo de Deputado Estadual nas últimas eleições, em observância ao disposto na Res. TSE 23.406/2014. Após analisar os documentos apresentados pelo candidato, a Coordenadoria de Controle Interno (COCIN) emitiu relatório preliminar em que apontou impropriedades (fls. 17-18). Determinada a baixa dos autos em diligência, o candidato se manifestou e apresentou documentos às fls. 22-31. A Coordenadoria de Controle Interno, em relatório conclusivo, manifestou-se pela aprovação das contas com ressalvas (fl. 33-35). 38-45): A Procuradoria Regional Eleitoral se manifestou da seguinte forma (fls. ANTE O EXPOSTO, a Procuradoria Regional Eleitoral, por seu agente signatário, manifesta-se, preliminarmente, pela oportunização de prazo para regularização da procuração, carente de assinatura original e, omissis, sejam declaradas as contas não prestadas, com o devido impedimento de este obter a certidão de quitação eleitoral até o final da legislatura pertinente, "persistindo os efeitos da restrição após esse período até a efetiva apresentação das contas", conforme estabelecido pelo art. 58, I, daquela Res. TSE e, no mérito, caso entenda Vossa Excelência não ser a preliminar pertinente, pela aprovação com ressalvas da presente prestação de contas, nos termos do art. 54, II, da Res. TSE n. 23.406/2014. VOTO O SENHOR JUIZ SUBSTITUTO FERNANDO VIEIRA LUIZ (Relator): Senhor Presidente, a Procuradoria Regional Eleitoral se manifestou, preliminarmente, pela concessão de prazo para regularização processual ou, caso a parte fique omissa, pela não prestação das contas em razão do fato de a procuração ter sido encaminhada apenas por fac-símile, sem posterior juntada dos originais aos autos. Não vejo dessa forma. Tratando-se especificamente de processo prestação de contas, não obstante o caráter jurisdicional que lhe foi atribuído pela Lei n. 12.034/2009, o que se busca é a melhor instrução possível e a proteção do interesse público, devendo imperar os princípios do formalismo moderado e da instrumentalidade de formas. A Justiça Eleitoral deve incentivar a efetiva prestação de contas; e facilitar a juntada de novos documentos hábeis a comprovar a movimentação

financeira de campanha para que possam julgar as contas aprovadas ou desaprovadas. Ainda sobre o processo de prestação de contas, tem-se que "o feito não se subsume ao contencioso típico, porquanto aqui não há partes, mas o prestador como interessado e o Ministério Público como fiscal da lei. Além do que, o que se busca com o exame é implementar o interesse público, é aferir a verdade real contábil da agremiação e a arrecadação e aplicação escorreita de recursos, incólume ao cometimento de irregularidades." [Acórdão TREMS n. 6.584, de 19.7.2010, Rei. Juiz Renato Toniasso], Nesse mesmo sentido, cito decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro: Recurso Eleitoral. Prestação de Contas de campanha. Eleições 2012. Contas desaprovadas. 1. Possibilidade de juntada de documentos novos em sede recursal, em processos de prestação de contas de campanha. 2. Deve-se privilegiar a finalidade precípua da norma. Efetivo controle dos recursos recebidos e dos gastos realizados pelo candidato em sua campanha eleitoral, com a análise de todos os documentos apresentados, inclusive aqueles trazidos aos autos em momento posterior à sentença. 3. Incide, na hipótese, o princípio do formalismo moderado, até porque não se trata de processo sujeito ao contencioso típico, encontrando-se, ainda, em instância ordinária. [...] (grifou-se) [Acórdão TRERJ, RE n. 129280, de 07/08/2013, Rei. Juiz Alexandre de Carvalho Mesquita] Além disso, há decisão do TSE no sentido de que a regra geral do art. 2 o da Lei 9.800/99 (dispositivo que estabelece a obrigatoriedade de os originais ser entregues em juízo) foi mitigada no âmbito da Justiça Eleitoral com a edição da Res. TSE n. 21.711/2004, que prevê, em seu art. 12, a dispensa da apresentação dos originais das petições enviadas via fac-símile: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AIME. FAC-SÍMILE. FORMALIDADES. LEI N. 9.800/99. MITIGAÇÃO. [...]. 1. Esta c. Corte, para adequar seus serviços judiciários aos dispositivos da Lei n. 9.800/99, editou a Res.-TSE n. 21.711/2004 que prevê, no art. 12, a dispensa da apresentação dos originais das petições enviadas via fac-símile. (Precedente: Al 2522, Rei. Min. Marco Aurélio. DJ de 12.8.2005) [...] [Acórdão TSE, ERESPE n. 28121, de 26/06/2008 Rei. Min. Felix Fischer] Desse modo, entendo que o fato de a procuração constar dos apitos apenas como fac-símile, sem a apresentação posterior do documento original;'não

impede o conhecimento da prestação de contas, as quais, no caso concreto, foram efetivamente prestadas. Passo, então, ao mérito para analisar pontualmente as falhas remanescentes apontadas pela Coordenadoria de Controle Interno (COCIN): 1. O candidato não se manifestou a respeito do recebimento de recursos estimáveis em dinheiro, especialmente no que se refere à produção de programas de televisão, rádio ou vídeo para propaganda eleitoral. Com relação aos programas de rádio, televisão ou vídeo, realmente não houve manifestação do candidato de que esses tenham ou não tenham sido realizados. Seja como for, a ausência de pronunciamento a respeito do tema não ensejaria a desaprovação das contas, até porque não há indicação, no processo, de que o prestador das contas tenha produzido esse tipo de material. No ponto, afasto a existência de irregularidade. 2. Neste ponto, passo a palavra à Unidade Técnica: Já no que se refere à contratação de advogado e contador, para os quais não há registro de despesas nas contas, o candidato juntou termos de doação da prestação de serviços, porém, sem a emissão dos respectivos recibos eleitorais, apresentando a justificativa da impossibilidade de emissão ao tempo de cumprimento da diligência. Relativamente ao tema atinente ao registro de despesas com a contratação de contadores e advogados, lembro que já foi analisado por este Tribunal em recursos interpostos em processos de prestações de contas das eleições de 2012 (Acórdão TRESC n. 28.620, RE 746-28, de 09/09/2013, Rei. Juiz Hélio do Valle Pereira; Acórdão TRESC n. 28.537, RE 763-64, de 26/08/2013, relatora Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli). Recentemente, reafirmamos esse entendimento relativamente às eleições 2014 (Acórdão TRESC n. 30.389, PC 1449-30, de 29/01/2015, Rei. Juiz Hélio do Valle Pereira). Assim, com base em precedentes deste Tribunal, igualmente afasto a irregularidade pela inexistência de registro de despesas com serviços contábeis e advocatícios. 3. O candidato declarou o recebimento de uma doação que, no entanto, não foi lançada na prestação de contas do doador, o Comitê Financeiro do PSOL: DOADOR N. RECIBO DATA ESPÉCIE VA L/O R CR$) 7. 5

FL. TRESC SC-SANTA CATARINA - Comitê Financeiro Ünico - PSOL 505500700000SC000003 31/07/2014 Estimado 114,50 Não há, entretanto, como penalizar o candidato em razão de omissão ocorrida em outro processo de prestação de contas. Vale ressaltar, ademais, que a Direção Estadual do PSOL realizou doações estimáveis a outros candidatos nesse mesmo valor. Cito as prestações de contas ns. 1312-48.2014.6.24.0000 e 1526-39.2014.6.24.0000, nas quais houve o julgamento dessa mesma suposta irregularidade. A identidade do partido doador e dos valores envolvidos em todos esses processos - sempre no montante de R$ 114,50 - permite concluir com segurança que a doação existiu e teve a natureza descrita pelo prestador das contas - recebimento de impressos (santinhos). No ponto, não vejo qualquer irregularidade que tenha sido praticada pelo candidato. 4. Foi detectada doação recebida em data anterior à entrega da primeira prestação de contas parcial, ocorrida em 01/08/2014, e em data anterior à entrega da segunda prestação de contas parcial, ocorrida em 01/09/2014, mas não informada à época. Esta Corte vem decidindo que defeitos que envolvam as prestações de contas parciais (sua não entrega, sua entrega intempestiva ou incompleta) não ensejam a desaprovação das contas, valendo, para todos os efeitos, aquilo que consta da prestação de contas final (Acórdão TRESC n. 30.273, PC n. 1133-17, de 26/11/2014, Rei. Juiz Sérgio Roberto Baasch Luz; Acórdão TRESC n. 30.286, PC 1581-87, 01/12/2014, Rei. Juiz Hélio do Valle Pereira). Assim sendo, com base nos precedentes desta Corte, no ponto deve ficar anotada uma ressalva. bancária. 5. Foi apontada a extrapolação do prazo para abertura da conta O atraso é inequívoco. Inexistem, entretanto, indícios de que tenha havido arrecadação de recursos ou realização de despesas em data anterior à abertura da conta, sobretudo pelo fato de a movimentação de dinheiro na campanha ter sido ínfima (R$ 4,60). Para essas situações, esta Corte vem decidindo que a extrapolação do prazo de abertura da conta bancária não motiva a desaprovação das contas, mas apenas a anotação de ressalva (Acórdão TRESC 30.438, PC 132292, de 25/02/2015, Rei. Juiz Alcides Vettorazzi; Acórdão TRESC 30.393, PC 1293-42, de 03/02/2015, Rei. Juiz Carlos Vicente da Rosa Góes).

Fl. TRESC Essa impropriedade, com base nos precedentes citados, enseja apenas a aposição de ressalva como advertência. Técnica: 6. Aqui novamente reproduzo o apontamento feito pela Unidade O extrato bancário apresentado (fl. 9) não abrange todo o período da campanha eleitoral (art. 40, II, alínea "a", da Resolução TSE n. 23.406/2014). Contudo, a análise foi viabilizada pelos extratos eletrônicos disponibilizados. Diante da consideração do Órgão Técnico - de que "a análise foi viabilizada pelos extratos eletrônicos disponibilizados" -, vejo que não remanesce impropriedade no tópico. Ante o exposto, acolho o parecer conclusivo da COCIN, acompanho a manifestação do Procurador Regional Eleitoral e voto pela a\ ção com ressalvas das contas de campanha de ROGÉRIO FOSSATI PINTO. É o voto. 7

A Fl. TRESC EXTRATO DE ATA PRESTAÇÃO DE CONTAS N 1348-90.2014.6.24.0000 - PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - DEPUTADO ESTADUAL - ELEIÇÕES - (2014) - 1 a PARCIAL - 2 a PARCIAL - FINAL RELATOR: JUIZ FERNANDO VIEIRA LUIZ REQUERENTE(S): ROGÉRIO FOSSATI PINTO ADVOGADO(S): RODRIGO ALESSANDRO SARTOTI PRESIDENTE DA SESSÃO: JUIZ SÉRGIO ROBERTO BAASCH LUZ PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL: ANDRÉ STEFANI BERTUOL Decisão: à unanimidade, aprovar com ressalvas as contas de campanha do requerente, nos termos do voto do Relator. Foi assinado o Acórdão n. 30722. Presentes os Juízes Sérgio Roberto Baasch Luz, Vanderlei Romer, Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli, Alcides Vettorazzi, Fernando Vieira Luiz e Rodrigo Brandeburgo Curi. SESSÃO DE 20.05.2015. REMESSA Aos dias do mês de de 2015 faço a remessa destes autos para a Coorderiadoria de Registro e Informações e Processuais - CRIP. Eu,, Coordenador de Sessões, lavrei o presente termo.