ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PARTURIENTE COM DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UMA REVISÃO DA LITERATURA Ermelinda dos Santos Chaves Lima¹, Marcela de Oliveira Feitosa¹, Ana Maria da Costa Teixeira Carneiro 2, Maikon Chaves de Oliveira 2, Catilena Silva Pereira 2 1 Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão UFMA. Campus de Imperatriz - MA. 2 Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Tocantins UNITINS, Campus de Augustinópolis TO. emlinda_70@hotmail.com; marcelafeitosa_cz@hotmail.com; ana.leka@hotmail.com;maikonchaves@hotmail.com; catilena.sp@unitins.br Abstract: Postpartum depression corresponds to a health problem, which causes losses of health who has recently given birth, as well as compromising your well-being and quality of life, also interferes in your relationship with your partner, family and in setting bond between mother and son. Seeing this, the study aimed to conduct a literature review on nursing care in postpartum depression. This is a survey of the type bibliográfiica, exploratory and descriptive. Palavras chaves: Gestação. Depressão. Pós-parto. Cuidados de Enfermagem. 1 INTRODUÇÃO O período gravídico-puerperal compreende uma das fases de maior prevalência de transtornos mentais na mulher, principalmente no primeiro e no terceiro trimestres de gestação e nos primeiros 30 dias de puerpério. Aproximadamente 30% das mulheres têm dificuldades significativas em se ajustar ao pós-parto e cerca de uma em cada 10 mulheres apresenta sintomas depressivos em algum trimestre da gestação ou dentro do primeiro ano de pós-parto (COSTA; PACHECO; FIGUEIREDO, 2007). A experiência da gestação e parto vivenciados de forma negativa pela mulher, na maioria das vezes não é detectada pelos profissionais de saúde, o que corrobora para o agravamento do quadro, pois quando as mulheres ou familiares vão buscar ajuda, a depressão pós-parto já está em um estágio mais avançado, o que compromete o bem-estar e qualidade de vida dessa mulher. Por essa razão, é que se torna extremamente importante que o médico, o XII Jornada Científica do ITPAC - ISSN: 1983-5256
enfermeiro, na verdade toda equipe, possa identificar as situações mais conflitantes enfrentadas pela gestante, a fim de ajudá-la a encontrar o melhor caminho. Diante disso, destaca-se que o interesse pelo estudo surgiu a partir da necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o tema abordado, bem como, preparar-me para saber intervir de forma eficaz frente à uma puérpera com possível diagnóstico de depressão. A partir dessa perspectiva, elaborou-se a seguinte questão norteadora: Qual à importância da assistência de enfermagem frente a parturientes com depressão pós-parto, e quais os fatores de risco que colaboram para o desenvolvimento da depressão pós-parto? O estudo tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre a atuação da enfermagem na depressão pós-parto. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Ruschi et al. (2009), a depressão corresponde a um dos transtornos mentais mais frequentes no pós-parto, sendo considerada um sério problema de Saúde Pública, não só por apresentar elevada taxa de prevalência, mas também, pelo impacto negativo que exerce na estrutura e dinâmica familiar. Ressalta-se ainda que, quando não tratada gera prejuízos a saúde mental da mulher, no nível social e familiar, de modo a interferir na relação mãe-bebê e no próprio desenvolvimento da criança. Fonseca, Tavares e Rodrigues (2009) afirmam que existem vários fatores de risco que colaboram para o desenvolvimento da depressão pós-parto, dentre eles: a falta de adequado suporte social, problemas conjugais, dificuldades econômicas, mudanças bioquímicas e hormonais, gravidez não desejada, complicações obstétricas, ausência de aleitamento materno, idade inferior a 16 anos, história de transtorno psiquiátrico prévio, eventos estressantes experimentados nos últimos 12 meses, a condição de solteira ou divorciada, e situação de desemprego. Com relação a atuação da enfermagem na depressão pós-parto, Ferreira (2010) destaca que, compete a esta categoria profissional realizar as ações educativas no transcorrer de todas as etapas do ciclo grávido-puerperal, mas é no pré-natal que a mulher deverá ser melhor orientada, a fim de que possa vivenciar o parto de forma positiva, com menor risco de complicações no puerpério e maior sucesso na amamentação. O mesmo autor afirma ainda, que o pré-natal deve ser um período de preparação física e psicológica da gestante para o parto e maternidade, no qual o profissional de enfermagem tem fundamental importância como tal, pois esta fase é de aprendizado e constitui uma oportunidade XII Jornada Científica do ITPAC - ISSN: 1983-5256 Pág. 2
para os profissionais da equipe de saúde desenvolverem a educação em saúde, como dimensão do processo de cuidar. Sobreira e Pessôa (2012) enfatizam que as ações de prevenção desenvolvidas pelas equipes multidisciplinares na gestação, podem fornecer a futura mamãe o suporte que ela precisa para encarar o quadro de depressão, além de estimulá-la a falar sobre os seus medos, queixas e ansiedades. Assim, compete ao enfermeiro prestar uma assistência qualificada e humanizada durante o acompanhamento de pré-natal, tendo em vista a promoção da saúde e prevenção de doenças, que podem causar prejuízos futuros à mulher. 3 MATERIAL E MÉTODO O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica acerca da assistência de enfermagem na depressão pós-parto. Diante disso, foram utilizadas metodologias científicas sobre depressão pós-parto e assistência de enfermagem a puerperal acometida pela patologia em questão. O levantamento dos dados foi realizado em fevereiro de 2018 no acervo bibliográfico existente, que são referência sobre a temática. Para a busca de artigos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Bireme, Lilacs, Medline e Scielo; com os seguintes descritores: depressão, pós-parto, cuidados enfermagem. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo possibilitou constatar que a depressão pós-parto corresponde a um problema de saúde, que acarreta prejuízos a saúde da puérpera, a sua relação com o bebê, companheiro e sua família. Além disso, a depressão pós-parto compromete significativamente o bem-estar e a qualidade de vida da puérpera, e inclusive no cuidado que deve ter com a criança. Verificou-se a partir da literatura que o cuidado oferecido a gestante e a puérpera, por parte do enfermeiro e demais profissionais de saúde, propicia um sentimento de segurança, apoio, conforto e gratificação para essa mulher, o mesmo evidencia-se pela expressão facial e verbal da mesma durante as consultas de pré-natal e na sala de parto, quando for o caso. Portanto, este profissional deve atender a parturiente de forma holística e multidisciplinar, buscando compreender seus anseios, angústias e medos, a fim de proporcioná-la uma assistência integral e humanizada. Observou-se que é de fundamental importância que o enfermeiro seja dotado de conhecimento cientifico e técnico, para prestar uma assistência de qualidade a puérpera, seja o enfermeiro assistencialista, que estará em contato com essa no hospital e a acompanhará durante XII Jornada Científica do ITPAC - ISSN: 1983-5256 Pág. 3
todo o trabalho de parto e parto, ou seja, o enfermeiro da atenção básica, que acompanhará essa mulher durante toda a gestação e estendendo-se até o puerpério, através da visita puerperal ao binômio mãe e filho, momento este em que serão oferecido orientações sobre os cuidados com o RN, imunização do mesmo, aleitamento materno, entre outros assuntos. Além disso, destacase que o apoio do parceiro e da família torna a gestante e/ou puérpera mais segura e confiante, contribuindo significativamente para vivenciar a gestação, o parto, e o puerpério de forma positiva, e não muito frustrante. Pertinente a isso, Fonseca, Tavares e Rodrigues (2009) afirmam que o enfermeiro, no acompanhamento às gestantes e puérperas, deve identificar de forma precoce a presença de fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da depressão no puerpério, a fim de intervir precocemente e com eficácia, contribuindo significativamente para restabelecer a saúde dessa mulher e o vínculo entre a mãe e o filho. Todavia, não se verifica nos serviços de saúde a implementação de estratégias que busquem identificar os fatores de risco para a depressão no puerpério, de modo a intervir sobre estes. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo possibilitou identificar que a exposição da puérpera a diversos fatores de riscos durante o ciclo gravídico e puerperal, colaboram significativamente para o desenvolvimento da depressão pós-parto. Evidenciou-se também a importância de o enfermeiro ter conhecimento sobre a patologia em estudo, a fim de ajudar a puérpera a vivenciar o puerpério de forma positiva e para assegurar que não haja comprometimento da construção do vínculo afetivo entre mãe e bebê. Portanto, é válido enfatizar que as ações desenvolvidas pelo enfermeiro na prevenção da depressão pós-parto são extremamente necessárias para garantir o bem-estar materno e fetal. REFERÊNCIAS COSTA,R;PACHECO,A; FIGUEIREDO,B. Prevalência e preditores de sintomatologia depressiva após o parto. Rev. PsiqClín, Porto- Portugal, v. 34, n. 4, p. 157-165, maio/out., 2007. COUTINHO,M.P.L.;SARAIVA,E.R.A. Depressão pós-parto: Considerações teóricas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v.8, n.3, p.759-773, dez., 2008. FERREIRA,C. A. Depressão pós parto: evidências a partir de dois casos clínicos. Psicologia: Reflexão e crítica. Porto Alegre, v. 23, n. 1, jan./abr. 2010. XII Jornada Científica do ITPAC - ISSN: 1983-5256 Pág. 4
FONSECA, M.O.; TAVARES, D.M.S.; RODRIGUES,L.R. Investimento dos fatores indicativos de depressão pós -parto em dois grupos de puérperas. Revista Ciências, Cuidado e Saúde. Uberaba, v. 8, n. 3, jul./set. 2009. Disponível em: LEUNG, S.S; MARTINSON, I.M; ARTHUR,E.D. Postpartum depression and related psychosocial variables in Hong Kong Chinese women: findings from a prospective study. Rev Nurs Saúde,v.28,n.1, p. 27-38. 2005. RUSCHI, G. E.SUE, Y S; MATTAR, R; CHAMBÔ FILHO, A; ZANDONADE, E; LIMA, V. J.et al.,. Alteração tireoidiana: um fator de risco associado à depressão pós-parto? Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. Recife, v. 9, n. 2, abr./jun. 2009. SOBREIRA, N.A.S., PESSÔA, C.G.O. Assistência de Enfermagem na detecção da depressão pós-parto. Revista Enfermagem Integrada, Ipatinga MG, v. 5, n. 1, 2012. ZINGA, D; PHILLIPS, S. D; BORN, L. Depressão pós-parto: sabemos os riscos, mas podemos preveni-la? Revista Brasileira Psiquiátrica, v. 27, n.2, 2005. XII Jornada Científica do ITPAC - ISSN: 1983-5256 Pág. 5