PERGUNTA 2. Figura 2. Arade Alcantarilha Quarteira. 0m 5000m 10000m

Documentos relacionados
Sustentabilidade de Aqüíferos. José do Patrocínio Tomaz Albuquerque Professor Aposentado UFPB/UFCG.

XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

O Algarve é constituído por duas unidades geológicas: o complexo xisto-grauváquico do Carbónico e a bacia sedimentar Meso-Cenozóica (Figura 1).

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO GUADIANA (RH7)

DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL PORTARIA Nº 231,de 31 DE JULHO DE 1998, DOU de 07/08/98

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA- HIDROLOGIA

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2015

SISTEMA AQUÍFERO: VIANA DO ALENTEJO ALVITO (A6)

SISTEMA AQUÍFERO: CESAREDA (O24)

ÁGUA. O ciclo da água e as suas propriedades Disponibilidade Fontes de abastecimento Usos Problemas associados Uso eficiente.

RESUMO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

HIDROGEOLOGIA AVANÇADA. PARTE II Aula 03. üíferos. Os Aqüí. Prof. Milton Matta

SISTEMA AQUÍFERO: S. JOÃO DA VENDA QUELFES (M10)

SISTEMA AQUÍFERO: COVÕES (M1)

Disponibilização de Informação sobre Recursos Hídricos via INTERNET

Mudanças no uso e gestão da água: a exigência de compatibilizar a satisfação das necessidades humanas com a sustentabilidade dos ecossistemas

SISTEMA AQUÍFERO: ELVAS-CAMPO MAIOR (A11)

SUBSIDÊNCIA DE TERRENOS POR EXTRACÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA: APLICAÇÃO AO CASO DE ESTUDO DA ZONA INDUSTRIAL DE VIALONGA

Água. Como tema gerador para. Apresentação cedida por Valéria G. Iared

CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DAS ROCHAS CRISTALINAS DO CONCELHO DE PORTALEGRE - NOTA PRÉVIA

Encontro Técnico Poluição difusa desafios para o futuro. O caso prático da agricultura: Perímetro de Rega do Vale do Sorraia

Financiamento: FCT e o Ministry of Scientific Research, Technology and Competency Development da Tunisia

[ ] Sementeira, plantação e corte de árvores ou arbustos

Projeto Lagoas Costeiras

Reforço de Potência Aproveitamento Hidroeléctrico de Vila Nova/Venda Nova. (Venda Nova II) Relatório de Visita de Estudo.

31ª Reunião Comissão de Acompanhamento

INTEMPERISMO, FORMAÇÃO DOS SOLOS E ÁGUA SUBTERRÂNEA. Profa. Andrea Sell Dyminski UFPR

Recursos Hídricos. Fig. 1 Distribuição da Água no Planeta

Aplicação de teores em trítio e de carbono-14 como método de diagnóstico e análise de sistemas subterrâneos

Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1:

Ciclo hidrológico. Distribuição da água na Terra. Tipo Ocorrência Volumes (km 3 ) Água doce superficial. Rios. Lagos Umidade do solo.

AVALIAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS E CARACTERIZAÇÃO HIDRÁULICA DA FORMAÇÃO CARBONATADA DE VIANA DO ALENTEJO ALVITO

SISTEMA AQUÍFERO: FIGUEIRA DA FOZ-GESTEIRA (O7)

A rede meteorológica é o conjunto dos pontos onde se medem as variáveis de estado da fase

G-Évora: Análise exploratória de relações espaciais na construção de um modelo geográfico de escoamento superficial. Marco Freire Nuno de Sousa Neves

A1.2 Águas subterrâneas. A1.2.0 Introdução 1

ANÁLISE EXPLORATÓRIA DA MÉTRICA DA SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA PARA PREVISÃO DO NÍVEL FREÁTICO

HIDROGEOLOGIA E MINERAÇÃO (PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO)

A HIDROSFERA. Colégio Senhora de Fátima. Disciplina: Geografia 6 ano Profª Jenifer Tortato

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS

SANEAMENTO AMBIENTAL I CAPTAÇÕES DE ÁGUA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA EDUARDO RIBEIRO DE SOUSA


ANEXO AO REQUERIMENTO DO PEDIDO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS PESQUISA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO DOMÍNIO PÚBLICO

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE TÍTULO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Hidrografia Brasileira

Carvalho, S., Midões, C., Duarte, P., Orlando, M., Quina, A. P., Duarte, R. S., Cupeto, C., Almeida, C., Silva, M. O. (1998)

O Q UE U É HIDRO R GRA R FIA? A

DELIMITAÇÃO DE VARIAÇÕES LATERAIS NUM RESERVATÓRIO ALUVIONAR COM MÉTODOS ELÉCTRICOS. Nuno ALTE DA VEIGA 1

Problemas na Utilização da Água (poluição )

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

SUBSÍDIOS À GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS NA BORDA NORDESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARNAÍBA

HIDROGEOLOGIA. Água Subterrânea. Conhecer para Proteger e Preservar

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br

Geração de energia elétrica

CAPÍTULO VI ESCOAMENTO SUPERFICIAL

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça

SISTEMA AQUÍFERO MONFORTE ALTER DO CHÃO Resultados obtidos no âmbito do Estudo dos Recursos Hídricos Subterrâneos do Alentejo (ERHSA)

UNIVERSIDADE DO ALGARVE FCT Engenharia do Ambiente, 4º ano. SOLOS E POLUIÇÃO DO SOLO

A OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO- BRASIL.

PLANEAMENTO OPTIMIZADO CONJUNTO DE SISTEMAS DE CAPTAÇÃO E DE CONTROLO DA INTRUSÃO MARINHA EM AQUÍFEROS COSTEIROS

Uma análise sob o enfoque dos recursos hídricos

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DE

OCORRÊNCIA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS. Hidrogeologia Prof: Frederico Campos Viana

Hidrologia, Ambiente e Recursos Hídricos 2009 / Rodrigo Proença de Oliveira

OPTIMIZAÇÃO DA OPERAÇÃO DE SISTEMAS REGIONAIS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA COM PRIORIDADES ANTECIPADAS

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO- ECONÔMICA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO (RMSP) PELO AQUÍFERO GUARANI

VERSÃO 1. Prova Escrita de Geografia A. 10.º e 11.º Anos de Escolaridade. Prova 719/1.ª Fase. Sem figuras nem imagens, entrelinha 1,5

HIDROGEOLOGIA DO OESTE DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

IMPACTOS DO PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS

Ações Integradas em Microbacias Hidrográficas

Recarga Artificial de Aquíferos: Aplicação ao sistema aquífero da Campina de Faro

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE CONEMA RESOLUÇÃO Nº 01/2014

Nome Nº Turma Nome Nº Turma Nome Nº Turma Nome Nº Turma Nome Nº Turma

UFPB Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Geociências. Águas Subterrâneas

5.1 Potencialidade, Disponibilidade e Capacidade de Armazenamento Potencial

Latitude (GG:MM:SS) 22. NÚMERO DE VEÍCULOS, EMBARCAÇÕES, AERONAVES 23. OUTROS DADOS QUANTITATIVOS

Agência Estadual de Meio Ambiente Diretoria de Gestão Territorial e Recursos Hídricos Unidade de Gestão de Recursos Hídricos

Introdução ao Ciclo hidrológico

CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS CORRESPONDENTES À ÁREA DA CARTA TOPOGRÁFICA N.º 509 DE FERREIRA DO ALENTEJO

TECNOLOGIAS APROPRIADAS À REVITALIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ÁGUA DE MANANCIAIS

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

Distribuição da água no planeta

Reabilitação de barragens de aterro. Barragem do Roxo. Anomalias, Diagnóstico e Reabilitação

CAPÍTULO 7 EVOLUÇÃO DA ÁREA NA AUSÊNCIA DO PROJECTO

ANEXO AO REQUERIMENTO DO PEDIDO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS PESQUISA / CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

HIDROMONITOR. Projecto piloto de implementação de um sistema de monitorização dos recursos hidrominerais

Ana Maria PIRES Carlos MACHADO João VILHENA José Paulo MONTEIRO Luís RODRIGUES Maria José CARVALHO Nelson LOURENÇO Rui REBELO

Permeabilidade dos Solos. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin

Ficha de caracterização do meio envolvente da escola

Como chega a água às nossas casas?

Ciência Viva no Verão

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente (2015/2016) Sala QA1.4

3º Congresso Científico do Projeto SWITCH. Belo Horizonte, MG, Brasil 30 de novembro a 04 de dezembro

Capítulo 133 Vazão mínima com Weibull

Hidrogeologia Avançada: da Pesquisa à Engenharia

RESOLUÇÃO/ADASA Nº. 01, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2011.

As áreas temáticas visadas na construção da síntese de diagnóstico apresentam-se no Quadro 2.77

O ESTADO DA ARTE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E O SEU CONTEXTO DIANTE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Case Study Boavista Golf. Sistema de Monitorização e Controlo da Produção de Água para Rega de Campos de Golfe.

Transcrição:

PERGUNTA 1 O aquífero de Escusa está localizado no pleno coração do Parque Natural da Serra de S. Mamede, na bacia hidrográfica do rio Tejo, tem uma extensão de cerca de 8 km 2 e é constituído por rochas carbonatadas e dolomitos. As relações hidráulicas deste aquífero com o meio circundante caracterizam-se pela transferência de água para o Rio Sever e, secundariamente, para as rochas graníticas que contactam com o sector NW do aquífero, segundo o esquema da figura 1 Que riscos ( quantitativos e qualitativos )podem advir da exploração do aquífero por captações localizadas próximas do rio Sever? Figura 1 Fonte: JPMonteiro (2001): Characterisation of a Carbonate Aquifer for the Application of a Regional Discrete Continuum Flow Model (Castelo de Vide Carbonate Aquifer - Alentejo, Portugal) PhD thesis 1

PERGUNTA 2 No aquífero de Querença-Silves, localizado na Orla Meridional Algarvia, observou-se durante um determinado horizonte temporal uma situação hidráulica em que as ribeiras tinham um comportamento efluente ( a vermelho na figura 2 ) e influente ( a azul na figura ). 0m 5000m 10000m Arade Alcantarilha Quarteira Figura 2 1 Descreva qual o mecanismo que comanda esta interacção e quais são os parâmetros que devem ser considerados para a determinação do balanço hídrico ribeira-aquífero. 2 A principal descarga deste aquífero é para a ribeira do Arade, nas nascentes de Estômbar. Sendo a ribeira do Arade influenciada pela maré, quais poderão ser as consequências para a qualidade da água subterrânea na área da descarga do aquífero, se aí forem implementadas captações para abastecimento público, tal como aconteceu durante o período de seca de 2005. 2

PERGUNTA 3 A recarga de aquíferos é uma das fases mais importantes no cálculo do balanço hídrico de uma bacia hidrográfica a) No ciclo hidrológico muitas vezes confunde-se infiltração com recarga. O que as distingue? b) Que parâmetros necessitamos para calcular a evapotranspiração real? c) Que papel desempenha a constante de raiz no cálculo da recarga pelo método de Penman-Grindley? 3

PERGUNTA 4 O modelo de gestão de água implementado pelo sistema multimunicipal do Norte Alentejano para abastecimento público aos 15 concelhos da região, está exclusivamente assente em origens superficiais disponibilizadas por 6 albufeiras (Apartadura, Caia, Póvoa, Crato/Pisão, Montargil e Belver). Considerando existirem na região origens subterrâneas significativas de 6 aquíferos, ( ver figura 3 ) cuja localização pode ser vista na figura seguinte, comente o modelo de gestão adoptado e quais poderão ser os inconvenientes que poderão resultar dessa decisão. Quais são os principais problemas de qualidade da água para consumo humano que poderão advir da utilização conjunta de água superficial e subterrânea, tendo em conta que a maior parte dos aquíferos existentes no local são carbonatados, existindo em alguns deles áreas agrícolas irrigadas. Figura 3 4

PERGUNTA 5 O que é que distingue a zona saturada da zona não saturada. Como se denomina o limite que separa as 2 zonas. 5

PERGUNTA 6 Considere a situação de escoamento subterrâneo representada esquematicamente na figura 4 a) Em que sector do aquífero a velocidade é maior? b) Considerando que o aquífero tem uma condutividade hidráulica média de 10-6 m/s calcule o caudal específico médio nos 2 sectores A e B A B Fig 4 Curvas Isopiezométricas (valores a multiplicar por 0.1 m ; 1 milha = 1.6 km ) 6

PERGUNTA 7 Defina artesianismo e indique em que circunstância ocorre artesianismo repuxante 7

PERGUNTA 8 Considere o esquema hidrogeológico representado na figura 5. Calcule o caudal por unidade de área que passa pelo aquitardo, sabendo que o valor de condutividade hidráulica vertical deste é de 10-7 cm/s Qual é a direcção do fluxo? Figura 5 8

PERGUNTA 9 A lei de Darcy é válida no escoamento em aquíferos cársicos! Esta afirmação é verdadeira ou falsa? Justifique a sua resposta. 9

PERGUNTA 10 No sistema aquífero da Campina de Faro foram realizadas análises químicas em vários furos, cujos resultados se mostram na tabela seguinte ID valores em mg/l Na K Ca Mg Cl HCO3 SO4 NO3 606/1 24 4,3 70 9 44 228 11,5 2,7 606/20 280 3,4 141,2 60 587,9 397 74,9 2,4 606/809 117,9 9 79,2 30 204,5 262 62,5 13,6 606/434 130 2,4 130,8 51,3 243,5 428,9 90,4 66,3 606/573 30 3,7 45,3 11,3 49,7 164,7 9 0,3 606/614 30 4,2 74,4 6,3 67,4 213,5 11,8 13,3 610/117 246 4,4 48,1 110,4 333,7 366,1 196,1 172,3 611/106 256 8,2 374,5 39,5 737,5 278,2 240 127,9 611/200 236 1,5 282,9 34,3 603,5 183 240 113 a) Represente em diagramas de Stiff os resultados dessas análises b) Caracterize a fácies hidroquímica dominante a) Analise a qualidade da água para consumo humano segundo o decreto-lei nº 243/2001, 10

PERGUNTA 11 1 Defina condutividade hidráulica e permeabilidade. Quais são as suas unidades no Sistema Internacional. 11

PERGUNTA 12 Considere o esquema hidrogeológico representado na figura 6. Os fluxos nos aquíferos são predominantemente horizontais e no aquitardo de direcção vertical. O nível piezométrico do aquífero livre é de 35 metros e o do aquífero semi-confinado de 40 metros. Ensaios de bombagem realizados neste último indicam uma transmissividade média de 100 m 2 / dia e uma resistência hidráulica do aquitardo de 500 dias. Calcule o caudal de drenância e o seu sentido numa área circular à volta da captação A, com raio de 50 m. A Figura 6 12