Deficiências Elétricas: Crônica de um sinistro previsível

Documentos relacionados
Análise de óleo - mitigando os riscos elétricos de transformadores

Manutenção Preventiva e Preditiva

Operação, Manutenção e Ensaios em Subestações. João Carlos Bezerra Sanches Diretor da LPEng Engenharia

O TRANSFORMADOR E O MEIO AMBIENTE. Claudio Rancoleta

No tratamento ácido, os ácidos são removidos através de neutralização com soda, lavagem com água e tratamento com argila.

FORÇA TAREFA RCM. Projeto Piloto: Transformador de Potência. Sistema Dielétrico Interno: 1.0 Descrição:

O TRANSFORMADOR E O MEIO AMBIENTE. Claudio Rancoleta

Operação, Manutenção e Ensaios em Subestações. João Carlos Bezerra Sanches Diretor da LPEng Engenharia

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

Escrito por Administrator Qua, 06 de Outubro de :31 - Última atualização Qui, 11 de Novembro de :55

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

O TRANSFORMADOR Características e manutenção. Claudio Rancoleta

Materiais Elétricos Isolantes Isolantes líquidos -Os isolantes líquidos têm, geralmente na prática, funções de isolamento e de refrigeração.

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

Boletim de Segurança INCÊNCIO DE FLUIDOS TÉRMICOS ORGÂNICOS E SUA PREVENÇÃO

Análise Termográfica Relatório Técnico 0119

Instituto SENAI de Tecnologia em Energia Gestão e Economia de Energia no Programa Indústria Paulista + Competitiva

Froes Consultoria, projetos e instalações

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES

CONCURSO PÚBLICO TRANSCREVA PARA A FOLHA DE RESPOSTAS, COM CANETA DE

Artigo: Experiência com Sistema de Monitoramento Preditivo de Transformadores de Alta Tensão em Plantas da Braskem

Análise Termográfica Relatório Técnico 1017

Análise Termográfica Relatório Técnico 0817

Análise Termográfica Relatório técnico 1017

PROTOCOLO DE ENTREGA DE DOCUMENTO

Sistemas de Potência II

Análise Termográfica Relatório Técnico 1017

Análise Termográfica Relatório Técnico 1217

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 1014

Fascículo. Capítulo I. Transformadores. Equipamentos para ensaios em campo. 1 - Introdução. 2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Análise Termográfica Relatório Técnico 1014

Análise Termográfica Relatório Técnico 0914

Óleo Veg et al em Tran sfor m a d or e s de Carga Uma Experiên ci a da Copel Distribuição

Análise Termográfica Relatório Técnico 1117

Características Particulares da Manutenção de Transformadores em OVI. Lucas Branco de Oliveira

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0914

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0814

Análise Termográfica Relatório Técnico 0914

Análise Termográfica Relatório Técnico 0817

Manual de Instalação Elétrica

Análise Termográfica Relatório Técnico 1014

a) Inspeções Termográficas nos equipamentos e em suas conexões; b) Ensaios do Óleo Isolante dos equipamentos.

Painéis TTA -Segurança e performance em painéis de baixa tensão

Catálogo de Serviços 2012

Líder mundial em lubrificantes para compressores

Análise Termográfica Relatório Técnico

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 1014

Divisão de Manutenção da Transmissão ENSAIOS TERMOGRÁFICOS MÉTODOS E CRITÉRIOS

aracterísticas Comuns

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0814

Prevenção de Falhas em Transformadores de Potência através da Análise de Gases Dissolvidos DGA

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0714

+',-+. / *5 6 7*8 9 : 55! ;*: < 9 = /4*5!>8 5 / : /*8 1*6 < 5

Manual Técnico. Transformadores de Potência. Versão: 5

Análise Termográfica Relatório Técnico 0814

Análise Termográfica Relatório Técnico 0914

/sonarengenharia

Segurança em edificações existentes construídas há mais de 15 anos. Valdemir Romero Diretor do Deconcic

Análise Termográfica Relatório Técnico

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Aplicação da termografia na análise preditiva

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0714

Transformadores de Potência/Secos Baixa Tensão Características Gerais:

TERMOGRAFIA DIGITAL SUPERFICIAL AÉREA

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 1014

GRUPO VIII GRUPO DE ESTUDO DE SUBESTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELETRICOS ( GSE )

PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, CORRETIVA E EMERGENCIAL NO SISTEMA ELÉTRICO DE MÉDIA TENSÃO UNIFESP UNIDADE: OSASCO

Fluido térmico orgânico NSF HT1, para transferência de calor é uma opção vantajosa para indústria alimentícia.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM TRANSFORMADORES SUBTERRÂNEOS. Roberto Ignacio da Silva Gerente de Serviços Técnicos Fluidos Dielétricos

Vamos evitar isto? Termografia e Sensores Contínuos de Sobreaquecimento (SCS) 24x7x365 05/05/2014. Problemas: Resposta:

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 1014

ENERGIA SOLAR GRUPOS GERADORES SUBESTAÇÃO DE ENERGIA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ENGENHARIA MANUTENÇÃO PREDIAL

Análise Termográfica Relatório Técnico 0914

MANTENEDOR DE USINA HIDRELÉTRICA

SERVICE VENDAS ENDEREÇO CONTATO (14) Rua José Galvão de Barros França, 235 Distrito Industrial I Jaú São Paulo CEP

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR

Metodologia de análise de elevação de temperatura em TC (transformador de corrente)

ATENGE. Mais confiabilidade para o seu Sistema Elétrico. Serviços em Cabines Elétricas e Subestações de Alta, Média e Baixa Tensão ATENGE

AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE HIDROGÊNIO DISSOLVIDO EM ÓLEO ISOLANTE

QUÍMICA. Energias Químicas no Cotidiano. Chuva Ácida e Efeito Estufa Parte 2. Prof a. Giselle Blois

Análise Termográfica Relatório Técnico 0914

XIV SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA REGENERAÇÃO DE ÓLEO ISOLANTE EM TRANSFORMADOR ENERGIZADO DE 138KV

CON IABILIDADE CON IABILIDADE. II Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica 15

AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 022/2014 FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.

Instalações Elétricas de BT I. Odailson Cavalcante de Oliveira

Galtrans MANUAL DE INSTRUÇÕES PAINEL MOD.: CROMATEC EQUIPAMENTOS PARA GALVANOPLASTIA.

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0814

Termografia na inspeção preditiva

PROTOCOLO ENTREGA DE DOCUMENTO

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Experiência 04 Rigidez Dielétrica de Óleo Mineral

Análise Termográfica RELATÓRIO TÉCNICO 0714

COMBUSTÍVEL + OXIGÊNIO + FAÍSCA = EXPLOSÃO CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO

Metodologia de análise de elevação de temperatura em TC (Transformador de Corrente)

CURSO ENCARREGADO DE ELÉTRICA

BOLETIM TÉCNICO ACESSÓRIOS DESCONECTÁVEIS REFERÊNCIA ENERGIA

PERFIL da EMPRESA TECHIMP

Monitoramento on line 24/7 de Painéis de Média Tensão baseado na IEC

Transcrição:

Deficiências Elétricas: Crônica de um sinistro previsível Setembro 2015 Paulo Sergio Testa Zurich Companhia de Seguros Engenharia de Riscos USO INTERNO

Introdução Deficiências Elétricas: Crônica de um sinistro previsível Agenda 1. Reflexão 2. Instalações 3. Uso 4. Inspeção 5. Manutenção 6. Estudo de Perdas 7. Ações de Melhorias 2

Instalação -A instalação correta(novo projeto/alterações /expansões/estudo de curto circuito e seletividade de cargas) -As pesquisas revelam que 25 a 30 % das causas de incêndios estão associadas a falhas nos sistemas elétricos. -Sobrecargas ou defeitos em equipamentos e instalações elétricas podem gerar pontos quentes que acabam causando a ignição de materiais combustíveis Material Condutor Geração de calor Material Isolante com plástico e borracha Condutores de chama 3

Instalação Estudo de Cargas Estudo de seletividade de cargas e de corrente de curto circuito Seletividade amperimetra do circuito elétrico, lógica de relés digitais, proteção de fase e terra Estudo de corrente de curto circuito Finalidades nos sistemas elétricos: - Verificação da capacidade de ruptura dos disjuntores. - Verificação da capacidade dos disjuntores de suportarem os esforços dinâmicos produzidos pelas correntes de curto-circuito. - Obter as contribuições ligados ao ponto de defeito, subsídio para determinar os ajustes dos dispositivos de proteção. 4

Instalações incorretas novo projeto/alterações /expansões Subestação Elétrica no interior da fábrica Isolamento dos transformadores 5

A instalação incorreta instalações elétrica em contato com combustíveis 6

Instalações incorretas (Quadros elétricos sobre madeira) (madeira sob cabos elétricos) 7

Instalação Adequadas 8

Instalação Adequadas Firestopping( NBR 13231) instalações proteção adequada instalações proteção adequada 9

Instalações Adequadas Uso -Firestopping( NBR 13231) Instalações proteção adequada instalações proteção adequada 10

Uso- Condições Equipamento elétrico é projetado para operar em determinadas condições. Se ocorrer: Sobrecorrente devido a um curto-circuito, uma falha de terra, ou sobrecarga elétrica, Efeito : O equipamento irá superaquecer e pode provocar incêndio. Equipamento elétrico requer arrefecimento ou ventilação, caso contrário - superaquecimento, pode resultar em incêndio. Área com equipamentos elétricos devem ser constantemente inspecionada para eliminar materiais indesejáveis próximos as instalações elétricas e/ou condições inadequadas. 11

Uso- Falhas 12

Uso- Falhas 13

Uso - Falhas 14

Uso - Falhas 15

Inspeções Manutenção Preditiva: Maximizar a vida útil dos equipamentos; Melhorar a disponibilidade e confiabilidade; Minimizar os danos e paradas; Reduzir manutenções não planejadas ( corretivas); 16

Inspeções Termografia Técnica que estende a visão humana ao espectro infravermelho Obtenção de imagens (câmera) que detecta a radiação emitida. Conforme aumenta a temperatura aumenta a radiação. Análises inadequadas colocam em risco a integridade das instalações. 17

Inspeções Dentre estes componentes citamos: Disjuntores; Chaves seccionadoras; Bases e fusíveis; Barramentos e condutores em geral; Conexões; Transformadores de distribuição 18

Inspeções 19

Inspeções 20

Inspeções Óleo dos Transformadores Fluídos de uso geral: Óleo mineral isolante tipo A: base naftênica Óleo mineral isolante tipo B: base parafínica Função de Isolamento Atuar como um dielétrico ou extintor de arco. Para isolar deve estar livre de umidade e de contaminantes. Função de Refrigeração Permitir que o calor gerado pela parte ativa seja trocado com o meio ambiente. Para resfriar deve possuir baixa viscosidade e baixo ponto de fluidez para facilitar sua circulação. Condições Ideais: * Baixa viscosidade; * Alto poder dielétrico; * Alto ponto de fulgor; * Estar livre de ácidos, álcalis e enxofre corrosivo; * Resiste à oxidação e à formação de borras; * Ter baixo ponto de fluidez e não atacar os materiais usados na construção de transformadores; * Ter baixa perda dielétrica e não conter produtos que possam agredir o homem ou o meio ambiente. 21

Inspeções Ensaios Controles físicos Químico Análise de gases dissolvidos (cromatográfico) Análise de furanos Filtração / Troca 22

Inspeções Ensaio Físico-químico Controles físicos e elétricos Cor e aparência Existência de Água Resistividade Dielétrica Sedimentações Temperatura de Vaporização Densidade Existência de PCB s (contaminação) 23

Inspeções Estrutura Mineral do óleo com hidrogênio e Carbono Decomposição pelo Uso- Aquecimento Dissociação dos elementos químicos- Quebra de cadeias Origem de moléculas de gases associados: H 2, CH 4, C 4 H 4, CO, CO 2, N 2, C 4 H 2 24

Inspeções Ensaio Químico Análise de gases on-line para transformadores de subestações principais 25

Inspeções- Falhas Associadas Referências dos gases dissolvidos e suas causas: - Hidrogênio (Valor máximo 100 PPM)- Descarga parcial (corona) Arco Elétrico; - Metano (Valor máximo 120 PPM)- Superaquecimento; - Acetileno (Valor máximo 35 PPM)- Arqueamento ou Arco Elétrico; - Etileno (Valor máximo 50 PPM)- Superaquecimento localizado; - Etano (Valor máximo 65 PPM)- Superaquecimento geral; - Monóxido de Carbono (Valor máximo 200 PPM)- Superaquecimento da celulose; - Dióxido de Carbono (Valor máximo 500 PPM)- Superaquecimento do óleo e/ou celulose; 26

Inspeções Análise de furanos ( 2FAL) O composto 2- furfuraldeído ( 2-FAL) é o principal subprodutos proveniente da degradação do papel isolante elétrico e que pode ser detectado e quantificado no óleo mineral isolante. 27

Inspeções 28

Manutenção Correção dos problemas no tempo adequado dos gases presentes Formas paliativas ( ventilação forçada, diminuição de carga,etc) Falsa sensação de segurança Disfarça o problema Aumenta probabilidade de falha catastrófica 29

Manutenção 30

Estudo de Perdas 31

Resumo RECOMENDAÇÕES Estudo de distribuição de cargas em ampliações Estudo de curto circuito nas instalações Inspeções frequentes em instalações Inspeção de locais /acesso/materiais diversos combustíveis próximos a painéis e quadros elétricos Controles de temperaturas de ambientes elétricos Controles internos de temperaturas de sistemas elétricos (termografia) Controles internas de óleos de transformadores 32

Perguntas 33

Risk Engineering Brasil www.zurichriskengineering.com.br 34