RELATÓRIO DE CRIMINOLOGIA VIRTUAL



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Transcrição:

RELATÓRIO DE CRIMINOLOGIA VIRTUAL CRIME VIRTUAL: A PRÓXIMA ONDA Estudo anual da McAfee sobre as tendências virtuais mundiais referente ao crime organizado e a Internet, realizado em colaboração com especialistas líderes em segurança internacional www.mcafee.com.br

ÍNDICE PREFÁCIO 02 INTRODUÇÃO 04 CAPÍTULO UM: O AUMENTO DAS AMEAÇAS VIRTUAIS À SEGURANÇA NACIONAL 05 CAPÍTULO DOIS: A AMEAÇA CRESCENTE PARA EMPRESAS E INDIVÍDUOS 13 CAPÍTULO TRÊS: CRIME DE ALTA TECNOLOGIA: UMA ECONOMIA PRÓSPERA 23 CAPÍTULO QUATRO: DESAFIOS FUTUROS 29 COLABORADORES 33 REFERÊNCIAS 38 Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

PREFÁCIO 02 CRIMINOLOGIA VIRTUAL. CIBERCRIME. FALHAS NA SEGURANÇA DIGITAL. ROUBO PELA INTERNET. NÃO IMPORTA O NOME DADO AO LADO OBSCURO DA INTERNET. ELE É UMA SOMBRIA REALIDADE QUE CRESCE COM ALARMANTE VELOCIDADE. O CRIME VIRTUAL GLOBAL É UM PROBLEMA DE MAGNITUDE, QUE CUSTA ÀS EMPRESAS E AOS CONSUMIDORES BILHÕES DE DÓLARES POR ANO, E O USO CADA VEZ MAIS GENERALIZADO DA TECNOLOGIA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO SÓ CONTRIBUI PARA ABRIR A JANELA DAS OPORTUNIDADES PARA OS CRIMINOSOS. Onde está o crime virtual hoje em dia? Para onde vai? Na McAfee trabalhamos incessantemente para responder a essas perguntas, mas reconhecemos que não estamos sozinhos nesse trabalho. Para este relatório, consultamos mais de uma dezena de especialistas em segurança em instituições de primeira classe como OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), FBI (Federal Bureau of Investigation), SOCA (Serious Organised Crime Agency), (CERIAS) Centro de Educação e Pesquisa em Proteção e Segurança da Informação, Instituto de Contraterrorismo (Israel), a Faculdade de Economia de Londres, entre outros. Esses especialistas também são as linhas de defesa na luta diária contra o crime virtual, e solicitamos seus comentários sobre o estado desse perigoso submundo, além das suas previsões sobre o que acontecerá no futuro próximo. Conclusões? Leia os detalhes, mas, em geral, os especialistas concordam que o crime virtual evoluiu consideravelmente em termos de complexidade e alcance. Espionagem. Cavalos de Tróia. Programas espiões. Ataques de negação de serviço. Fraudes eletrônicas: Botnets. Exploits (programas para explorar vulnerabilidade de um sistema) do dia-zero (Zero-days exploits). A triste realidade é que ninguém está imune ao alcance dessa indústria mal-intencionada: pessoas físicas, jurídicas e até mesmo governos. À medida que o mundo se globaliza, observamos uma quantidade significativa de ameaças emergentes de grupos cada vez mais sofisticados que atacam organizações em todo o mundo. E isso só tende a piorar. O objetivo da McAfee é desenvolver tecnologias que protejam dados valiosos contra os vilões, mas a tecnologia é apenas uma parte da solução. Desde as medidas individuais, até as organizações que protegem suas redes e os governos que promulgam leis pertinentes para deter o comportamento dos criminosos, estamos em uma corrida armamentista virtual e devemos trabalhar juntos para estar na vanguarda. Lutar contra o crime virtual é uma batalha que se trava 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma batalha mundial e que está muito longe de terminar. Dave DeWalt Presidente e CEO McAfee Inc.

Lutar contra o crime virtual é uma batalha que se trava 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma batalha mundial e que está muito longe de terminar. Dave DeWalt, Presidente e CEO da McAfee, Inc. Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

INTRODUÇÃO 04 O PRIMEIRO RELATÓRIO DE CRIMINOLOGIA VIRTUAL DA MCAFEE REVELOU COMO O CRIME VIRTUAL HAVIA EVOLUÍDO DOS HACKERS EM SEUS DORMITÓRIOS ATÉ QUADRILHAS DE CRIMINOSOS ORGANIZADOS E DESTACAVA COMO ESSAS QUADRILHAS NO ESTILO TRADICIONAL FICARIAM CADA VEZ MAIS TECNOLÓGICAS.. Em 2006, as conclusões revelaram como os cibercriminosos haviam começado a adotar táticas ao estilo da KGB (Komitet Gosudarstvenno Bezopasnosti) para recrutar uma nova geração para suas fileiras e aproveitar as oportunidades cada vez maiores de explorar novas tecnologias, a fim de obter vantagens financeiras. Ele destacava o aumento do profissionalismo das quadrilhas de criminosos organizados e a forma como as pessoas físicas e jurídicas correm o mesmo risco de serem atacadas. Este ano, a McAfee colaborou com autoridades policiais e especialistas em crime virtual de todo o mundo para avaliar as principais tendências iminentes no ciberespaço. Esse terceiro Relatório de Criminologia Virtual da McAfee mostra como o crime virtual passou a ser um problema de todos. Recomendados pela McAfee, o Dr. Ian Brown do Oxford Internet Institute e a professora Lilian Edwards do Institute for Law and the Web do Reino Unido, junto com Eugene Spafford e sua equipe do centro CERIAS da Universidade Purdue (Estados Unidos), assumiram essa abrangente pesquisa com autoridades policiais e especialistas em crime virtual em todo o mundo, a fim de avaliar as tendências atuais e as ameaças emergentes à segurança. AS TRÊS PRINCIPAIS CONCLUSÕES. Primeira: agora existe uma ameaça crescente à segurança nacional, à medida que a espionagem pela Web fica cada vez mais avançada, passando das sondagens por curiosidade para operações bem financiadas e organizadas para obter vantagens não apenas financeiras, mas também políticas e técnicas. Estaríamos em meio a uma guerra fria virtual e uma corrida pela supremacia virtual? Uma segunda tendência é a crescente ameaça aos serviços on-line e o aumento da sofisticação das técnicas de ataque. A engenharia social, por exemplo, passou a ser usada com técnicas de phishing, o que dificulta ainda mais a situação e impõe uma ameaça cada vez maior à confiança do público na Internet. A terceira e última tendência é o surgimento de um mercado sofisticado de violação de software que visa realizar espionagem e ataques a redes de infra-estrutura crítica de governos. As conclusões indicam que existe uma linha muito tênue entre as vendas legais e ilegais de vulnerabilidades de software. O relatório finaliza com uma análise das tendências futuras e os desafios além do ano 2008.

CAPÍTULO UM: O AUMENTO DAS AMEAÇAS VIRTUAIS À SEGURANÇA NACIONAL Como a Internet se transformou em um meio de espionagem política, militar e econômica NESTE CAPÍTULO: A ascensão da espionagem virtual e dos ataques virtuais 120 países usam a Internet para operações de espionagem pela Web A nova guerra fria virtual: a China na vanguarda Sistemas críticos de rede de infra-estruturas nacionais sob ataque Ataques virtuais mais sofisticados De sondagens por curiosidade a operações bem financiadas e organizadas para espionagem política, militar, econômica e técnica

Existem sinais de que agências de inteligência em todo o mundo estão investigando constantemente as redes de outros governos em busca de pontos fortes e fracos, e estão desenvolvendo novas formas de coletar informações, Peter Sommer, especialista em sistemas de informação e inovação da Faculdade de Economia de Londres.

CAPÍTULO UM: O AUMENTO DAS AMEAÇAS VIRTUAIS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY À SEGURANÇA NACIONAL How the internet has become a weapon for political, Como military a and Internet economic se transformou espionage: em um meio de espionagem política, militar e econômica NO MAPA A SEGUIR ESTÃO INDICADOS OS ATAQUES VIRTUAIS A ALVOS DO SETOR PÚBLICO QUE OCORRERAM NOS ÚLTIMOS 12 MESES: ESTADOS UNIDOS Em junho de 2007, uma rede de computadores do Pentágono foi invadida por hackers localizados na China em um dos ataques virtuais mais bemsucedidos ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Embora a quantidade de informações confidenciais roubadas na ocasião seja duvidosa, o incidente conseguiu elevar o nível de preocupação, pois ressaltou como era possível violar os sistemas em momentos críticos. Muitos anteciparam-se em culpar as Forças Armadas chinesas, mas um porta-voz do ministério de relações exteriores desse país desmentiu as alegações por considerá-las sem qualquer fundamento. ii ESTÔNIA Em abril de 2007, a Estônia sofreu ataques de negação de serviço distribuída (DDoS Distributed Denial of Service) a servidores do governo, agências de notícias e bancos durante várias semanas. Os incidentes ocorreram pouco tempo depois da transferência de uma estátua soviética de uma praça central de Tallinn para a periferia da cidade. No auge desses ataques, 20 mil redes de computadores afetados foram conectadas e uma análise do tráfego mal-intencionado revelou o envolvimento de computadores nos Estados Unidos, no Canadá, no Brasil, no Vietnã e em outros lugares. Foi uma campanha política induzida pelos russos; uma campanha política destinada a destruir a nossa segurança e a nossa sociedade. Os ataques apresentavam hierarquia e coordenação, comentou Mikhel Tammet, diretor do departamento de comunicação e informação da Estônia. iii Foi um ataque de sondagem com o qual atacantes e defensores aprenderam bastante. Autoridades russas negam a acusação. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a participação russa nos ataques estava fora de questão. iv Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

ALEMANHA A prestigiada revista semanal alemã Der Spiegel informou sobre as suspeitas de que a China havia invadido, por meio de hackers, os sistemas de computadores da Chancelaria alemã, além dos sistemas de três ministérios, infectando as redes com spyware. Os supostos ataques ocorreram pouco antes da visita da chanceler Angela Merkel a Pequim. Os alvos foram computadores da Chancelaria e os ministérios de Relações Exteriores e de Economia e Pesquisa. 08 O Gabinete Federal Alemão para a Defesa da Constituição (BfV) realizou uma investigação completa das instalações de TI do governo e evitou a transferência de mais 160 gigabytes de informação à China. O incidente foi descrito como a maior defesa digital já implementada pelo estado alemão. As informações foram desviadas quase diariamente por hackers em Lanzhou (norte da China) na província de Cantão e em Pequim. A escala e a natureza dos dados roubados indicaram que a operação poderia ter sido dirigida pelo Estado. A embaixada chinesa em Berlim descreveu a acusação de invasão dirigida pelo estado como especulação irresponsável sem a menor prova sequer apresentada. v ÍNDIA Foi informado que o National Informatics Centre (NIC) foi atacado repetidamente a partir de conexões telefônicas à Internet na China. Autoridades da área de inteligência afirmaram que os hackers invadiram contas de email de 200 pessoas, entre elas ministros, funcionários administrativos e de defesa, e continuaram entrando em servidores indianos à velocidade de três a quatro vezes por dia. vi A China negou todas as acusações de estar por trás dos ataques. NOVA ZELÂNDIA E AUSTRÁLIA A Asia Pacific News informou que hackers chineses supostamente haviam tentado invadir redes de computadores altamente confidenciais do governo na Austrália e na Nova Zelândia como parte de uma operação internacional maior para obter segredos militares de nações ocidentais. De acordo com a news.com.au, Canberra recusou-se a confirmar ou negar que seus órgãos, inclusive o Departamento de Defesa, haviam sido vítimas do ataque virtual. A Primeira-Ministra neozelandesa Helen Clark confirmou que órgãos de inteligência internacionais haviam tentado invadir redes de computadores do governo, mas que os bancos de dados altamente confidenciais não haviam sido comprometidos. O Governo chinês negou qualquer envolvimento.

CAPÍTULO UM: O AUMENTO DAS AMEAÇAS VIRTUAIS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY À SEGURANÇA NACIONAL How the internet has become a weapon for political, Como military a and Internet economic se transformou espionage: em um meio de espionagem política, militar e econômica O CRIME DE ALTA TECNOLOGIA DEIXOU DE SER UMA AMEAÇA APENAS PARA EMPRESAS E PESSOAS FÍSICAS. OS ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA DIGITAL ACREDITAM QUE AS AMEAÇAS VIRTUAIS CONTRA A SEGURANÇA DOS PAÍSES EM TODO O MUNDO CONSTITUIRÃO OS MAIORES PERIGOS A PARTIR DO ANO 2008. As evidências observadas pelos especialistas indicam que os governos e alguns grupos de aliados ao governo já usam a Internet para espionagem e ataques virtuais à infraestrutura nacional crítica de outros países. Em 2007, foram denunciadas mais ocorrências que em qualquer outro ano. Essa ameaça crescente é reconhecida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Vimos tentativas de uma ampla gama de organizações públicas e privadas de obter acesso ilegal ou de outro modo prejudicar os sistemas de informação do Departamento de Defesa, confirmou um porta-voz do Pentágono. i Os especialistas acreditam que os ataques à Estônia são o primeiro exemplo real de países que precisaram pôr à prova a sua capacidade em uma guerra virtual. Evidentemente, isso representa uma mudança histórica na forma como a Internet está sendo usada. A seqüência completa de eventos (na Estônia) se assemelha muito ao tipo de ações que um governo tentaria para verificar sua capacidade de defesa. Tudo isso leva a marca de uma operação de false flag. Já vimos terroristas realizando essas sondagens de defesa, além de ataques físicos, comentou Yael Shahar, do Instituto Internacional de Contraterrorismo, em Israel. QUAL É O NÍVEL DE SOFISTICAÇÃO DESSES ATAQUES? DESDE SONDAGENS POR CURIOSIDADE ATÉ ATAQUES BEM- ORQUESTRADOS Os especialistas consideram que os ataques foram muito mais sofisticados, projetados especificamente para se esconderem do radar dos sistemas dos governos que estão sendo atacados. Esses ataques deixaram de ser apenas sondagens iniciais por curiosidade para se tornar operações bem financiadas e organizadas para obter importantes vantagens políticas e econômicas. O software usado para realizar essas invasões (no Pentágono) foi projetado e testado, claramente, por organizações que têm ao seu dispor muito mais recursos que os hackers comuns, sustentou o Dr. Richard Clayton, especialista em assuntos virtuais do Laboratório de Informática da Universidade de Cambridge. De acordo com analistas da OTAN, muitos governos ainda não estão conscientes das ameaças que enfrentam e e alguns estão se colocando em posições abertas aos ataques: Muitos órgãos públicos nem sequer sabem que sofrem vazamentos de informação. Noventa e nove por cento dos casos, provavelmente, ainda não são conhecidos. Os atacantes estão usando cavalos de Tróia direcionados a órgãos públicos específicos - porque são escritos de modo personalizado, e esses cavalos de Tróia não podem ser detectados por arquivos de características e são capazes de burlar tecnologias antivírus mais antigas. Portanto, isso é um grande problema. Os hackers têm recursos dedicados de garantia da qualidade para todos os seus malwares, a fim de garantir que eles não sejam detectados. Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

10 Os analistas da OTAN afirmam que, embora um porcentual entre 90% a 95% das ameaças a sistemas de informação de países-membros da OTAN possam ser evitadas com ferramentas comuns e práticas recomendadas de TI (Tecnologia da Informação), as últimas séries de ataques serviram como uma importante chamada de atenção para governos e setores importantes de atividade em todo o mundo. Os incidentes na Estônia devem ser considerados um chamado de alerta. Não importa se o crime virtual é realizado por um Estado-Nação, por uma organização criminosa virtual independente ou por uma pessoa isolada. As informações armazenadas nas redes de governos e organizações de importância nacional devem ser consideradas alvos de alto valor. OS GOVERNOS E AS EMPRESAS DO SETOR PÚBLICO ESTÃO BEM PREPARADOS PARA OS ATAQUES VIRTUAIS? Spafford também afirmou que a maioria dos órgãos e empresas do setor público de todo o mundo utiliza tecnologias e sistemas de informática comuns os mesmos produtos freqüentemente invadidos por hackers criminosos e malwares. concorda Dr. Eugene Spafford, diretor executivo do Centro de Educação e Pesquisa em Garantia e Segurança da Informação (CERIAS) da Universidade Purdue. Cada vez mais, a imprensa noticia numerosas invasões virtuais a redes de governos em todo o mundo. Também sabemos que empresas terceirizadas na área de defesa e outros fornecedores que prestam serviços técnicos e de inteligência a governos vêm descobrindo falhas de TI. Também foram comunicados casos de ataques contra empresas de alta tecnologia cuja tecnologia de ponta própria deve ser considerada um alvo de alto valor por concorrentes e outros países. Não é descabido crer que alguns desses ataques podem ter sido dirigidos ou conduzidos por governos de países concorrentes. Há um consenso amplo de que devemos esperar o aumento dramático desses tipos de atividades mal-intencionadas nos próximos anos.

CAPÍTULO UM: O AUMENTO DAS AMEAÇAS VIRTUAIS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY À SEGURANÇA NACIONAL How the internet has become a weapon for political, Como military a and Internet economic se transformou espionage: em um meio de espionagem política, militar e econômica PROJETADO PARA PENETRAR A FUNDO NA INFRA-ESTRUTURA CENTRAL DE UM PAÍS Os analistas da OTAN acreditam que a sofisticação e a administração dos recentes ataques indicam que a experiência da Estônia é apenas a ponta do iceberg na guerra virtual. Cada fase desse ataque foi projetada para penetrar a fundo na infra-estrutura central de um país e testar até que ponto os sistemas e as redes conseguiam suportar um implacável ataque virtual. O início deliberado e abrupto da operação e os terminais da sondagem indicaram que não se tratava de um ataque em larga escala e os invasores provavelmente aplicarão o que aprenderam para desenvolver futuros ataques virtuais. As medidas de proteção tradicionais não bastaram para evitar os ataques à infraestrutura nacional crítica da Estônia. Não surpreende que tenham sido usadas botnets, mas a complexidade e a coordenação vistas durante os ataques a Estônia eram inéditas. Houve uma série de ataques com um cuidadoso cronograma, empregando diferentes técnicas e alvos específicos. Os atacantes pararam deliberadamente, em vez de serem impedidos, afirmou uma fonte interna da OTAN. Entretanto, se a Estônia estava inadequadamente preparada, a mesma fonte interna da OTAN adverte que o impacto dos ataques poderia ter sido muito mais grave e de longo prazo em outros países: Os ataques podiam ter causado sérios problemas para algumas das redes nacionais de outros países europeus com recursos de monitoramento e defesa menos sofisticados que os da Estônia. Relatórios detalhados chegaram aos países-membros da OTAN que, agora, estão se esforçando mais para defender as suas redes. A Estônia mostrou como é fácil comprometer a infraestrutura crítica de um país e especialistas argumentam que todos os Estados soberanos devem isolar adequadamente essas funções essenciais. COMO UM ATAQUE VIRTUAL SUSTENTADO E DIRECIONADO CONSEGUIU CAUSAR UMA CRISE NACIONAL As conseqüências de um ataque virtual à infra-estrutura nacional de um país podem ser devastadoras. Os hackers conseguiram causar um verdadeiro caos ao manipular informações e sistemas eletrônicos dos quais dependem o governo, as Forças Armadas e as empresas privadas, segundo Joel Brenner, do gabinete de Contrainteligência dos Estados Unidos. Os sistemas de água e esgoto, eletricidade, os mercados financeiros, folhas de pagamento, sistemas de controle de tráfego aéreo e terrestre... todos poderiam ser vítimas de ataques sofisticados tanto patrocinados por Estados como por terroristas independentes vii Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

12 UMA GUERRA FRIA VIRTUAL? ESTAMOS EM MEIO A UMA GUERRA FRIA VIRTUAL? ESPECIALISTAS ACREDITAM QUE SIM. Os chineses declararam publicamente que estão realizando atividades de espionagem virtual e, no boletim informativo do governo analisado pelo McAfee Avert Labs, afirmam que a tecnologia é uma parte importante da guerra no futuro. Os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e vários outros países são alvos prováveis, não apenas de espionagem política e militar, mas também de espionagem econômica e técnica. E outros países podem ter planos semelhantes para conduzir operações de espionagem on-line. Existem sinais de que agências de inteligência em todo o mundo estão investigando constantemente as redes de outros governos em busca de pontos fortes e fracos, e estão desenvolvendo novas formas de coletar informações, afirmou Peter Sommer, especialista em sistemas de informação e inovação da Faculdade de Economia de Londres. Todo mundo está hackeando todo mundo, afirmou Johannes Ullrich, especialista do SANS Technology Institute, apontando que Israel invade os Estados Unidos, e a França invade paísesmembros da União Européia. Apesar disso, o que o preocupa são aspectos da abordagem chinesa. O que mais me amedronta é que estão organizando investigações dentro de setores essenciais de atividade. É quase como ter células adormecidas, ter maneiras de interromper os sistemas necessários em caso de guerra. viii Sommer adverte que há países que estão, sem dúvida, se preparando para lançar ataques virtuais internacionais. No atual ambiente político, os países estão estão calculando a possível influência a possível influência (e os possíveis riscos) desses ataques. Os órgãos públicos, sem dúvida, vêm pesquisando como as botnets se transformaram em ferramentas de ataque, mas antes de usar uma ferramenta, é necessário ter certeza do seu resultado, pois ninguém deseja que seus ataques atinjam seus aliados por engano. Os ataques de DDoS continuarão sendo um problema para os sites de governo destinados ao público, mas os sites internos, em geral, são mais fáceis de proteger, acrescentou. Os chineses foram os primeiros a usar ataques virtuais para objetivos políticos e militares, comentou James Mulvenon, especialista sobre as Forças Armadas da China e diretor do Center for Intelligence and Research em Washington. Seja uma preparação para o campo de batalha ou a invasão de redes conectadas à Chancelaria alemã, são os primeiros atores de um governo a entrar com tudo no cenário tecnológico da guerra virtual do século XXI. Isso está se transformando em um problema mais grave e aberto. x O crime de alta tecnologia deixou de ser apenas uma ameaça para empresas e indivíduos. Existe uma ameaça crescente à segurança nacional por parte da espionagem e dos ataques virtuais, e alguns governos estão levando a ameaça muito a sério e preparando suas defesas. O Procurador-Geral australiano, por exemplo, anunciou que, logo após os ataques deste ano, o governo gastaria AU$70 milhões para melhorar a segurança virtual. Mas, podem todos os países reservar tantos recursos? Quem estará em perigo no futuro? Os especialistas acreditam que, provavelmente, os alvos virtuais são os países com extensas redes e dependem consideravelmente da Internet, além dos países com ambientes políticos instáveis. E com aproximadamente 120 países trabalhando nos seus comandos de ataques virtuais, os especialistas acreditam que, em um período de 10 a 20 anos, poderemos ver países lutando pela supremacia virtual. ix

CAPÍTULO DOIS: A AMEAÇA CRESCENTE PARA EMPRESAS E INDIVÍDUOS Como os serviços on-line estão se transformando nos principais alvos dos cibercriminosos NESTE CAPÍTULO: O aumento da ameaça aos serviços on-line Superameaças geneticamente modificadas Novas tecnologias, novas ameaças vishing e phreaking Ataque aos bancos

Precisamos, na verdade, que os bancos controlem com mais cuidado as transferências, identifiquem padrões, limitem as transferências a beneficiários de confiança como companhias de água e esgoto. Dr. Richard Clayton, especialista em segurança da informações da Universidade de Cambridge

CAPÍTULO DOIS: A AMEAÇA CRESCENTE PARA EMPRESAS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY E INDIVÍDUOS How the internet has become a weapon for political, Como os serviços on-line estão se transformando nos principais alvos military dos and cibercriminosos economic espionage: OS CIBERCRIMINOSOS CONTINUAM A LAPIDAR SEUS MEIOS DE FRAUDE, ASSIM COMO AS VÍTIMAS QUE SÃO SEUS ALVOS DE ATAQUE. À medida que os usuários realizam mais transações bancárias, fazem mais compras pela Internet e divulgam um número maior de informações pessoais em sites de relacionamento, os cibercriminosos estão empregando meios cada vez mais sofisticados para capturar essas informações. Quem trabalha em escritórios e transfere e compartilha dados confidenciais através de software de troca de arquivos também é um alvo comum. O crime organizado está aproveitando todas as oportunidades para explorar essas novas tecnologias da Web a fim de cometer crimes tradicionais como fraude e extorsão. O McAfee Avert Labs acredita que os ataques voltados a serviços da Web constituirão uma das dez maiores ameaças à segurança global em 2008. Conforme os crimes na Internet, o roubo de identidade e a violação da privacidade vão ganhando espaço no consciente coletivo, a confiança nos serviços on-line pode ficar gravemente prejudicada. EM RESUMO, OS ESPECIALISTAS CONSIDERAM QUE AS PRINCIPAIS AMEAÇAS GLOBAIS QUE AFETARÃO OS USUÁRIOS EM 2008 SERÃO: Novas formas de ataque e mais sofisticadas Ataque a novas tecnologias, tais como troca de arquivos e serviços de telefonia pela Internet (VoIP Voz sobre IP) Ataque a redes de relacionamento Ataque a serviços on-line, especialmente serviços bancários pela Internet SUPERAMEAÇAS GENETICAMENTE MODIFICADAS Os malwares ganharam uma complexidade nunca vista antes. Essas ameaças superfortes são mais resistentes, modificadas constantemente e contêm funções altamente sofisticadas, tais como criptografia. Um exemplo recente dessas novas ameaças poderosas, as quais atingiram os usuários de computadores em 2007, foi a Nuwar (também conhecida como Storm Worm). Foi a ameaça mais sofisticada que os especialistas jamais viram. O worm abriu um precedente preocupante. O McAfee Avert Labs prevê que outros peguem carona no Storm Worm, aumentando o número de computadores transformados em robôs (bots). Robôs são programas que dão aos cibercriminosos controle total sobre os computadores. Normalmente, esses programas instalamse clandestinamente nos computadores de usuários sem o seu conhecimento. David Vaile, do Instituto Australiano de Informações Jurídicas e da Universidade de Nova Gales do Sul, advertiu que, em sua pesquisa na região Ásia-Pacífico, descobriu um mundo assustador em que vírus personalizados são criados na Europa Oriental para atacar empresas e órgãos públicos específicos. De acordo com Vaile e sua equipe, esses vírus estão evoluindo com uma rapidez incrível, traçando uma comparação com o DNA recombinante, no qual todos os elementos do vírus ou cavalo de Tróia são constantemente recombinados para formar um novo organismo. Eugene Spafford, professor de Ciência da Computação da Universidade Purdue e diretor executivo do Centro de Educação e Pesquisa em Proteção e Segurança da Informação (CERIAS) concorda que a complexidade das ameaças virtuais está evoluindo rapidamente: A tendência é a redução no número de ataques de vírus e worms visíveis, mas o aumento das ameaças que seqüestram computadores com robôs, cavalos de Tróia e navegadores de Web. Outra tendência desafiadora será a chegada de ameaças que se modificam sozinhas e ameaças que contra-atacam. Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

16 STORM WORM O Nuwar, também conhecido como Zhelatin e Storm Worm, é uma das linhagens predominantes de malware neste momento, e novas variantes surgem quase todos os dias. O Nuwar é um cavalo de Tróia distribuído por campanhas de spam em massa, com emails contendo um link para um site que tenta instalar o malware automaticamente ou induz o usuário a instalar o programa se a instalação automática falhar. Todas as máquinas infectadas são controladas através de uma rede de P2P (Peer-to-Peer). Todo botnet é usado para distribuir spam ou conduzir ataques de DDoS. Ele pode ser um das maiores botnets do momento, com o número de computadores infectados em todo o mundo chegando à casa dos milhões. O professor Keiji Takeda, do Carnegie Mellon CyLab Japão, afirmou: Provavelmente, o WINNY foi originalmente criado por diversão e/ou violação de direitos de autor, e não para uso malintencionado ou pelo crime organizado, mas o efeito foi catastrófico. Muitos profissionais carregam o sistema P2P WINNY em redes de trabalho ou levam do escritório para casa laptops com dados de trabalho armazenados com isso, os dados da empresa são transferidos, causando uma situação muito desagradável. Como os vazamentos nem sempre ocorrem através da rede corporativa, mas de conexões domésticas, as violações de dados também não estão sendo impedidas pelos firewalls corporativos, e já vimos muitos casos em que ex-funcionários mantêm dados corporativos nos seus computadores ou discos particulares, mesmo após deixarem a empresa, e acidentalmente deixam vazar informações confidenciais. COMO OS CRIMINOSOS ESTÃO ATACANDO NOVAS TECNOLOGIAS À medida que cresce a adoção de novas tecnologias da Internet, aumenta a oportunidade para que os cibercriminosos pratiquem extorsão e explorem pessoas físicas e jurídicas. Nos aplicativos de telefonia pela Internet (VoIP), por exemplo, mais que o dobro do número de vulnerabilidades de segurança foi denunciado em 2007 em relação ao ano de 2006. Também vimos alguns ataques de alta visibilidade de Vishing (phishing por VoIP) e uma condenação por phreaking (invasão de redes telefônicas para a realização de chamadas de longa distância grátis). A tecnologia de VoIP ainda é recente e as estratégias de defesa estão atrasadas. O McAfee Avert Labs espera um aumento de 50% no número de ameaças relacionadas à VoIP em 2008. Outro novo alvo dos cibercriminosos são os serviços de troca de arquivos (P2P), especialmente o japonês WINNY, serviço de troca de arquivos mais usado da Ásia. Embora ainda não predomine no Ocidente devido à restrição de largura de banda, as redes de troca de arquivos semelhantes à WINNY se espalharão, sem dúvida, com o avanço da tecnologia global. MALWARE WINNY PARA P2P: A AMEAÇA QUE VEM DO JAPÃO No setor corporativo japonês, cerca de 50% de todas as violações de dados estavam ligadas a malwares que infectaram o WINNY. Quando o WINNY é corrompido, ele transfere dados críticos do disco rígido do usuário para outras pessoas da rede P2P. Quando isso acontece a um serviço corporativo, os resultados podem ser catastróficos. No Japão, vazaram dados de usinas nucleares e investigações policiais sigilosas. O Japão exige que as empresas responsáveis divulguem publicamente as violações de dados. Entretanto, como os dados ficam livremente à disposição na rede WINNY, a divulgação simplesmente alerta aos ladrões de identidades quais dados vazaram recentemente. Quando as ameaças P2P chegarem ao Ocidente, os legisladores precisarão estar alertas e não aplicar soluções obsoletas a novas ameaças. O McAfee Avert Labs já advertiu que o Nuwar, que usa a tecnologia de troca de arquivos, pode ser o malware mais perigoso já visto.

CAPÍTULO DOIS: A AMEAÇA CRESCENTE PARA EMPRESAS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY E INDIVÍDUOS How the internet has become a weapon for political, Como os serviços on-line estão se transformando nos principais alvos military dos and cibercriminosos economic espionage: REDES SOCIAIS E DE RELACIONAMENTO: OS CIBERCRIMINOSOS VÃO AONDE O POVO ESTÁ Os ataques a sites de relacionamento vêm acontecendo com freqüência e foco cada vez maiores. Em 8 de novembro de 2007, foi divulgado que cibercriminosos haviam seqüestrado páginas no site de relacionamento da News Corp (NWS) no MySpace, inclusive a página inicial da cantora norte-americana Alicia Keys. Clicar em praticamente qualquer parte da página levava os visitantes a um site na China que tentava induzir os usuários a baixar programas que assumiam o controle dos seus computadores. Sites de relacionamento como o MySpace e o Facebook tornaram-se um alvo atraente para os cibercriminosos, os quais buscam informações pessoais para enganar os usuários com golpes de phishing e servir programas malwares. Uma nova oportunidade para os cibercriminosos é a popularidade dos aplicativos em sites de relacionamento, por exemplo, os aplicativos no Facebook que permitem aos usuários enviar um ao outro rodadas de bebida e presentes de aniversário virtuais. Invariavelmente, os criadores de malware tentam explorar esse recurso para induzir os usuários a conceder acesso às informações pessoais. Os cibercriminosos podem, assim, coletar grandes quantidades de informação de alto valor de mercado. O novo protocolo Open Socialxi do Google já foi adotado pelo MySpace e permite a migração de dados pessoais entre sites de relacionamento, e também podem representar uma ameaça, de acordo com Lilian Edwards, especialista em segurança de alta tecnologia do Institute for Law and the Web da Universidade de Southampton, no Reino Unido. O ESCÂNDALO DO COMPARE ME Um dos aplicativos mais populares do Facebook é o Compare-me (em inglês Compare Me ). Os usuários devem dizer qual dos seus amigos é o mais sexy, o mais divertido para fazer compras, o mais confiável, etc. Os criadores do aplicativo garantiram, originalmente, que apenas os resultados gerais seriam divulgados (por exemplo, X é o 3º mais sexy do seu círculo de amizades! ). Algumas semanas depois, entretanto, dados não-anônimos (por exemplo O seu amigo X disse que Y era um amigo melhor que você ) foram vendidos por US$9 (nove dólares). Embora os danos possíveis do Compare Me sejam triviais, isso mostra como é fácil para os cibercriminosos extraírem informações pessoais de usuários de sites de relacionamento. E igualmente demonstra a pouca moderação por parte dos usuários ao divulgar informações e opiniões na Internet. Com o crescimento exponencial dos sites de relacionamento, a engenharia social pode, em breve, se tornar a maneira mais fácil e rápida de cometer roubos de identidade. Afinal, quem precisa invadir ou vasculhar o lixo, uma vez que basta ligar o computador e fazer o login para obter dados? afirmou Lilian Edwards. Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados

18 A CRESCENTE AMEAÇA VIRTUAL PARA O SETOR FINANCEIRO As fraudes virtuais já custam aos usuários da Internet e às empresas milhões de dólares por ano, mas os especialistas acreditam que o ataque sustentado aos clientes pelos cibercriminosos também pode afetar gravemente a confiança do público nos serviços bancários pela Internet. Além disso, eles apontam que, para manter a confiança nesses serviços, os bancos e clientes precisam assumir uma responsabilidade conjunta, ou seja, os bancos devem investir em medidas excelentes de segurança e os clientes devem usar as ferramentas fornecidas. Dizem que as pessoas temem o crime virtual mais que um assalto na rua, afirmou o britânico Lord Broers, no Relatório sobre Segurança Pessoal na Internet publicado pela Câmara dos Lordes. Isso precisa mudar. Do contrário, a confiança na Internet cairá por terra. Não é suficiente confiar que as pessoas assumirão a responsabilidade pela sua segurança. Elas serão sempre superadas pelos cibercriminosos. Verificamos que muitas das empresas que lucram com os serviços pela Internet precisam, agora, assumir uma parcela de responsabilidade. O QUE O SETOR FINANCEIRO ESTÁ FAZENDO PARA COMBATER O CRIME VIRTUAL? O setor financeiro não está parado. Muitos bancos já introduziram sofisticados métodos de segurança, tais como autenticação secundária, embora esse tipo de segurança avançada seja, às vezes, limitado a clientes com alto patrimônio e a disponibilidade varie de acordo com a região geográfica. O Brasil, por exemplo, tem um dos sistemas bancários via Internet mais avançados do mundo. Quase 100% dos sites de Internet Banking utilizam HTTPS e dois PINs (um para realizar o login no sistema e outro para realizar uma transação). Alguns bancos também usam uma senha descartável como um nível a mais de segurança. Diversos bancos europeus fazem o mesmo, e os bancos na América do Norte também estão implementando mais sistemas de segurança. Entretanto, nem todos estão convencidos de que os esforços para contemplar a segurança bancária na Internet provarão ser suficientemente eficazes e ágeis. Entre os críticos estão Richard Clayton, especialista em segurança de informática da Universidade de Cambridge: Os truques da interface de usuário para aumentar a segurança do cliente não parecem promissores e testes realizados com clientes serão muito problemáticos com os leitores de cartões, afirmou. Precisamos, na verdade, que os bancos controlem com mais cuidado as transferências, identifiquem padrões, limitem as transferências a beneficiários de confiança como companhias de água e esgoto. A autenticação bifatorial pode levar a uma enorme queda no phishing em 2009. Ainda não está claro se um grande número de fraudes virtuais se deve a táticas sem relação com o phishing.

CAPÍTULO DOIS: A AMEAÇA CRESCENTE PARA EMPRESAS SECTION ONE: THE INCREASING CYBER THREAT TO NATIONAL SECURITY E INDIVÍDUOS How the internet has become a weapon for political, Como os serviços on-line estão se transformando nos principais alvos military dos and cibercriminosos economic espionage: DECLÍNIO DA CONFIANÇA DO PÚBLICO? Embora os prejuízos diretos para os usuários da Internet devido a falhas de segurança sejam pequenos, recuperáveis ou até mesmo imperceptíveis, especialistas temem que o efeito cumulativo seja a erosão da confiança em instituições públicas, tais como bancos e órgãos do governo e, especificamente, na realização de negócios pela Internet. O impacto do crime virtual sobre a confiança do consumidor já é sentido nos Estados Unidos. De acordo com analistas do Gartner, a maioria dos consumidores não abre emails de empresas ou pessoas desconhecidas. Três entre quatro consumidores estão mais cuidadosos com os locais onde fazem suas compras na Internet e um terço afirma que compram menos do que o normal devido a preocupações com a segurança. Os bancos norte-americanos já estão perdendo clientes por causa de preocupações com a segurança. xii Um recente estudo do Ponemon Institutexiii revela que as violações de dados minam a confiança do consumidor e o medo do roubo de identidade mudou o comportamento de compras dos consumidores. Sommer, da Faculdade de Economia de Londres, afirmou que a comunicação é a chave para manter a confiança dos consumidores: Para evitar a fuga dos bancos online, o essencial será a eficácia das suas áreas de Relações Públicas (RP) nos momentos logo após a divulgação de ataques significativos e bem-sucedidos. Um trabalho inepto de RP aliado a uma ocorrência que não pode ser disfarçada e vítimas à disposição da imprensa podem causar graves problemas para um banco pela Internet. O banco britânico Northern Rock mostrou ser muito difícil acalmar o pânico do mercado quando ele é desencadeado. Copyright 2007 McAfee, Inc. Todos os direitos reservados