PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS CONCURSO PÚBLICO EDITAL 001/2017 (COM INDICAÇÃO DA ALTERAÇÃO 001) SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS PROVA PRÁTICA (ITEM 8, DO EDITAL) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DO AMAZONAS Z Tabelionato de Notas Av. André Araújo, s/n, na cidade de Manaus/AM, CEP 69060-000 CNPJ-MF 22.222.222/0001-22 ESCRITURA PÚBLICA DECLARATÓRIA DE UNIÃO HOMOAFETIVA ESTÁVEL 1. S A I B A M quantos esta pública Escritura Declaratória de Reconhecimento de União Homoafetiva virem que aos 14 (catorze) dias do mês de junho do ano de 2018 (14/06/2018), às 14:00 h, neste TABELIONATO DE NOTAS, localizado na Av. André Araújo, s/n, na cidade de Manaus, CEP 69060-000, Estado do Amazonas, inscrito no CNPJ-MF sob nº 22.222.222/0001-22, Estatal, perante mim, Ajuricaba de Sousa, Tabelião, compareceram como outorgantes e reciprocamente outorgados o Senhor Elton John Silva, brasileiro, médico veterinário, sexo masculino, maior, capaz e solteiro, portador do CPF n. 000.000.000-01, RG n. 123456-SSP-Manaus-AM, nascido aos 01/01/1980 na cidade de Tefé/AM, filho de José da Silva e Maria da Silva, com Certidão de Nascimento emitida pelo Registro Civil das Pessoas Naturais daquela cidade sob n. 123456 01 55 1980 12345 074 0084250 15 e o Senhor David Furnish Pereira, brasileiro, psicólogo, sexo masculino, maior, capaz e solteiro, portador do CPF n. 111.111.111.10 e RG n. 567890-SSP-Manaus-AM, nascido em 05/05/1982 na cidade de Barcelos/AM, filho de João Pereira e Maria Pereira com Certidão de Nascimento emitida pelo Registro Civil das Pessoas Naturais daquela cidade sob n. 654321 02 44 1982 54321 073 0084120 16. Reconheço a identidade dos comparecentes e sua capacidade para este ato, conforme documentos de identificação apresentados, do que dou fé. A pedido dos requerentes, a fim de consubstanciar esta pública escritura declaratória, lavro o instrumento, na melhor forma do direito, observados os termos seguintes: Declaram neste ato perante mim, Tabelião, que são absolutamente capazes, indicando seus nomes e datas de nascimento. Declaram não possuírem filhos de outras relações, nem filhos comuns. Declaram, sob as penas da lei, não serem casadas.
2. Declaram que a sociedade afetiva que agora querem ver publicamente reconhecida por este instrumento teve início em 25/12/2008, perdurando até a data de hoje e sem data para seu fim, sendo a convivência estável e exclusiva desde então, sem interrupções. 3. A união afetiva que os une destina-se à constituição de entidade familiar. 4. Declaram-se reciprocamente dependentes economicamente para efeitos administrativos de interesse comum perante a Previdência Social, entidades públicas e privadas, companhias de seguro, instituições financeiras e creditícias e outras similares. 5. Os bens móveis e imóveis adquiridos doravante por um ou por ambos os declarantes na constância da união e a qualquer título, pertencerão a ambos, em partes iguais, submetendo-se à comunicação e divisão. 6. O imóvel matriculado sob n. 4.321, junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Maués/AM, permanece sendo de propriedade exclusiva de Elton John Silva, tendo sido adquirido no ano de 2006. Atribuem ao imóvel o valor de R$350.000,00, que se encontra financiado pela Caixa Econômica Federal, agência Maués/AM, com saldo devedor nesta data de R$100.000,00 (contrato n. 9999). O valor venal do imóvel é de R$250.000,00. 7. O veículo VW Gol, 2005/2006, placas XXX-0000, renavan 987654, Maués/AM, continua pertencendo exclusivamente a David Furnish Pereira, pois fruto de doação por seu pai. Valoraram o automóvel em R$15.000,00. O automóvel não possui qualquer restrição ou dívida anotada em seus registros. 8. David Furnish Pereira é proprietário exclusivo do imóvel localizado na Av. José de Alencar, n. 01, na cidade de Manaus/AM, CEP 69005-212. O imóvel possui a matrícula n. 1.234. junto ao X Cartório de Registro de Imóveis de Manaus/AM. Este imóvel encontra-se livre e desembaraçado, inexistindo dívida ou ônus de qualquer espécie sobre o bem. Atribuem ao imóvel o valor de R$400.000,00. O valor venal do imóvel é de R$300.000,00. 9. O imóvel descrito no item acima, qual seja, aquele localizado na Av. José de Alencar, n. 01, na cidade de Manaus/AM, CEP 69005-212, matriculado junto ao X Cartório de Registro de Imóveis de Manaus/AM sob o n. 1.234, passa a pertencer metade para cada um dos declarantes, doando David Furnish Pereira para Elton John Silva 50% do imóvel. 10. Na hipótese de dissolução da união afetiva, renunciam reciprocamente à pensão alimentícia, com partilha dos bens móveis e imóveis que fizerem parte do patrimônio comum dos declarantes. 11. Na hipótese de dissolução da união afetiva por morte de um dos conviventes, participará o sobrevivente da sucessão do outro, inclusive no que se refere ao gozo de todos os benefícios que tenha direito, tais como planos de saúde e previdenciários, previdência privada e similares.
12. Assumem ambos os declarantes os deveres recíprocos de mútuo respeito, assistência e lealdade. Comprovam que seu domicílio comum é na cidade de Maués/AM, na Av. 31 de Dezembro, n. 1, piso 4, CEP 69190-000. 13. A administração do patrimônio comum será exercida por ambos. Declaram não possuir outros bens e direitos além dos aqui identificados. 14. Foram apresentados, neste ato, todos os documentos mencionados na escritura, na forma do disposto no artigo 8º do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM, sendo originais as cédulas de identidade e cópias autenticadas dos demais documentos. 15. Com observância do determinado nos artigos 9º e 10 do mesmo Provimento, foram arquivados neste Tabelionato todos os documentos apresentados para a lavratura desta escritura. 16. Em obediência ao contido nos artigos 12 e 14 do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM, foi apresentado comprovante do prévio recolhimento do imposto incidente sobre a transmissão, por doação, de 50% da propriedade do imóvel localizado na Av. José de Alencar, n. 01, na cidade de Manaus/AM, CEP 69005-212, matriculado junto ao X Cartório de Registro de Imóveis de Manaus/AM sob o n. 1.234 de David Furnish Pereira para Elton John Silva. 17. A prova de domínio dos bens imóveis se deu por certidão de propriedade atualizada, em consonância com o recomendado no artigo 13 do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM. 18. Arquivada a certidão fiscal comprovando a regularidade do recolhimento do tributo (artigo 15 do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM). 19. Por força do estatuído no artigo 17 do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM, certifico ter orientado os declarantes sobre a necessidade de apresentação do traslado desta escritura pública no registro de imóveis da situação dos imóveis para as averbações devidas. 20. Em cumprimento ao determinado no artigo 20 do Provimento 174/2010 da eg. CGJ/AM, faço constar que ficam ressalvados eventuais erros, omissões ou os direitos de terceiros. Lida em voz alta na presença dos requerentes, verificada a conformidade com os termos por eles declarados, outorgam, aceitam e assinam. De tudo, dou fé. Emolumentos de R$ (...) recolhidos conforme orientação da eg. CGJ/AM.
Notas explicativas aos critérios de avaliação: A) NOTA ZERO: Foi conferida nota zero em duas hipóteses: 1ª) àquelas provas respondidas com sigilo, nas quais constaram apenas as iniciais dos nomes dos requerentes, ou quando expressamente assim destacado no corpo da prova. Justificativa: uma das razões para a existência de cartório de notas é a publicidade. Por isso, a regra geral é que todos os atos sejam públicos. As exceções são raríssimas e previstas em lei ou determinadas por Juiz de Direito competente. Além disso, se se trata de escritura pública para valer perante terceiros e repartições, com efeitos sucessórios, transferência de bens imóveis, com reconhecimento de entidade familiar, torna-se incongruente o pedido de sigilo. Não bastasse, o Provimento n. 174/2010, da eg. CGJ/AM, proíbe expressamente o sigilo. Logo, é da essência deste ato a publicidade e nula a escritura sigilosa. 2ª) àquelas provas respondidas em desconformidade com o comando da questão, que era claro: "Requerem a lavratura da escritura de reconhecimento da união homoafetiva e postulam sigilo quanto à mesma, para preservar sua intimidade e em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa humana, fazendo-se constar apenas suas iniciais no documento a ser confeccionado. Com base nos dados fornecidos, lavre a escritura competente, observando as normas que disciplinam o tema no Brasil e no Estado do Amazonas, adotando como data da lavratura o dia em que os requerentes compareceram ao Tabelionato, às 14:00h." Justificativa: alguns candidatos confeccionaram "nova devolutiva". A resposta está errada, porque havia comando expresso para lavrar a "escritura competente", sem alternativa outra. O fato de haver pedido de sigilo - proibido pela normativa do TJAM - demandava que o candidato/tabelião explicasse aos requerentes a vedação, a fim de cumprir com o requerido pela prova. Muitos concursos públicos desta natureza, inclusive promovidos no Estado de São Paulo destacam, no comando da questão, a opção de lavrar a escritura ou apresentar nota devolutiva. Não foi esse o nosso caso pois, repita-se, o comando era bem claro, devendo ser lavrada a escritura. B) PONTUAÇÃO: Anotações gerais: As respostas foram pontuadas conforme o edital, ou seja, pelo seu conteúdo, descontados os erros gramaticais. Foram observados os princípios que regem a matéria e especialmente o Provimento n. 174/2010, da eg. CGJ/AM, conforme previsto em edita 001/2017-TJAM (Itens 8.1; 8.1.2; 8.1.5; 8.2; 8.7.a; 8.7.2; 8.10.2; 8.10.3 e Anexo IV, Normas Especiais). Da escritura devem constar todos os requerimentos dos declarantes, para expressar exatamente a sua vontade,
observados os termos e limites insertos no provimento n. 174/2010, da eg. CGJ/AM, assim como a perfeita e completa identificação das partes e dos bens, sua administração, partilha, doação e destinação em caso de dissolução espontânea ou por morte da união homoafetiva. Conforme o Provimento n. 174/2010, da eg. CGJ/AM, devem constar expressamente desta escritura, porque solicitado pelos declarantes ou determinado no Provimento citado: a) art. 3º - pode ser reconhecida como entidade familiar, prova da dependência econômica, constituída para efeitos administrativos de interesse comum perante a Previdência Social, entidades públicas e privadas, companhias de seguro, instituições financeiras e creditícias e outras similares; b) art. 6º devem declarar ao tabelião, no ato da lavratura da escritura, que são absolutamente capazes, indicando seus nomes e as datas de nascimento, e que não são casadas, sob as penas da lei; c) art. 7º devem ser apresentados os seguintes documentos pelos declarantes: Identidade e CPF Certidão de nascimento ou de casamento averbada a separação judicial ou divórcio Certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles relativos Documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos, se houver, bem como de semoventes d) art. 8º - no ato da lavratura da escritura devem ser apresentados documentos originais ou cópias autenticadas, salvo os de identidade, que serão sempre originais e) arts. 9º e 10 cópia dos docs apresentados devem ser arquivados classificador próprio de docs e escrituras públicas de declaração de convivência de união homoafetiva. Se microfilmados ou gravados, dispensado o arquivo no tabelionato. A escritura deve fazer menção aos documentos apresentados e arquivamento, microf ou gravação por meio eletrônico f) art. 11 na escritura deve haver distinção do patrimônio individual de cada um e o patrimônio comum das partes. Podem estabelecer acerca dos bens que forem adquiridos como acréscimos do principal na constância da convivência, a exemplo das aquisições de imóveis, móveis, direitos, créditos, ações, investimentos, e que ficarão na esfera patrimonial comum, suscetíveis de comunicação e divisão g) art. 12 - havendo transmissão da propriedade do patrimônio individual de um convivente ao outro, deve ser comprovado o recolhimento do tributo sobre a fração transferida (no caso, os 50% do apartamento) h) art. 13 recomendações acerca de bens: h.1) imóveis- prova de domínio por certidão de propriedade atualizada; h.2) imóvel urbano basta menção à localização e n. matrícula); h.3) móvel doc comprovando domínio e valor, se houver + sinais característicos; h.4) ônus incidentes sobre imóveis não constituem impedimento para lavratura da escritura pública; h.5) bem patrimonial deve constar o valor atribuído pelas partes + valor venal quando imóveis i) art. 14 - o recolhimento dos tributos incidentes deve anteceder a lavratura da escritura j) art. 15 - arquivar certidão fiscal, comprovando regularidade do recolhimento do imposto, fazendo expressa indicação a respeito na escritura k) art. 17 na escritura deve constar que as partes foram orientadas sobre a necessidade de apresentação de seu traslado no registro de imóveis da situação do imóvel para as averbações devidas l) art. 20 - na escritura deve constar que ficam ressalvados eventuais erros, omissões ou os direitos de terceiros não admitir estipulações que possam ferir normas de direito público e direitos alheios m) art. 22 em que pese o requerimento dos
declarantes, não há sigilo no ato de lavratura das escrituras de que trata esse provimento Quantificação: Cada um dos 20 itens acima indicados foi valorado em 0,2. Assim, por exemplo, se o candidato acertou apenas 10 itens, sua nota será 2,0.