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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA CULTIVAR BRS PARAGUAÇU EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE PESQUEIRA, PE Waltemilton Vieira Cartaxo¹, Napoleão Esberard de Macedo Beltrão¹, Leandro Silva do Vale², Francisco Figueiredo de Alexandria Júnior², Whellyson Pereira Araújo 1Embrapa Algodão, cartaxo@cnpa.embrapa.br, napoleao@cnpa.embrapa.br, 2 UFPB RESUMO - Objetivou-se com este estudo avaliar o comportamento produtivo e resultados econômicos alcancados pela cultivar BRS Paraguaçu, em área de agricultor familiar sem uso de fertilizantes e de pesticidas para controle das pragas. A análise de solo procedida antes do plantio evidenciou a não necessidade de adubação e a classificação textural do solo como franco argiloso, a combinação das condições favoráveis do solo para o plantio da mamona, foi potencializado pela época de plantio e distribuição regular das chuvas, gerando resultados animadores para o desempenho da cultivar em relação aos tipos locais de mamona utilizados na região, que geralmente têm baixa produtividade e baixo rendimento de óleo. A produtividade da cultivar BRS Paraguaçu indicam que esta cultivar tem potencial para adoção pelos agricultores familiares. Palavras-chave: Ricinus communis, sementes, biodiesel, UTDs/Escola de campo. INTRODUÇÃO O cultivo da mamoneira (Ricinus communis), para atender a demanda industrial da ricinoquímica, é uma atividade consolidada no Brasil, que tem como principal território de produção, o município de Irecê, BA, e mais vinte municípios do seu em torno, onde aproximadamente 30.000 produtores de perfil familiar, executam as atividades de plantio, em áreas que variam de 2,0 a 100 hectares, com uma área cultivada na safra 2007/08 de aproximadamente 108.000 hectares. A produção naquela região é caracterizada pelo baixo uso de tecnologia, principalmente de sementes. Segundo Freire et al. (2001), em virtude da pouca utilização de sementes selecionadas, ocorrem na maioria das grandes regiões produtoras de mamona, baixa produtividade, alto nível de suscetibilidade às principais doenças e pragas, e várias características agronômicas indesejáveis. Com o objetivo de contribuir com a sustentabilidade da organização da cadeia produtiva do biodiesel de mamona, a Embrapa Algodão formalizou parceria com a UFRPE, através do projeto Manejo e Difusão de Tecnologia para Inclusão Social na Agricultura Familiar no Agreste Setentrional de Pernambuco, que além de outras ações para difusão do modelo, foi instalada uma Unidades de Teste e Demonstração no municípios pernambucano de Pesqueira, com a cultivar BRS Paraguaçu, com vista ao suprimento de parte da demanda de sementes dos agricultores familiares, integrados aos núcleos locais de produção de mamona, que na safra 2008 serão apoiados no modelo de gestão produtiva

associativa, sob assistência técnica grupal, contrato de venda da safra, nos treze municípios que integram o consórcio inter municipal Dom Mariano, vinculado a arquidiocese de Pesqueira, que atua como articuladora do arranjo produtivo local do biodiesel de mamona. A partir da construção da USIB, usina de biodiesel Governador Miguel Arraes Alencar, no município de Pesqueira, PE, dotada de tecnologia inédita de produção do biodiesel, através do uso direto da semente de mamona, sem uso de catalisadores químicos, evidenciou-se um cenário marcado pela urgência na organização da logística de assistência técnica, apoiada na distribuição de sementes de qualidade, para atender aos agricultores familiares na safra 2008, de forma a assegurar maior produtividade e por conseguinte, garantir aporte de matéria prima para o funcionamento da usina. Objetivou-se com este trabalho avaliar a produtividade da cultivar BRS Paraguaçu no agreste setentrional do Estado de Pernambuco, em condições de manejo do agricultor familiar. MATERIAL E MÉTODOS A unidade foi implantada em solo franco arenoso com boa fertilidade, na propriedade do agricultor familiar Malaquias, no distrito de Nossa Senhora do Rosário, município de Pesqueira, PE, no dia 18/03/2007, em regime de sequeiro, utilizando sementes básicas da cultivar BRS Paraguaçu, produzidas pela Embrapa Algodão, no sistema de consórcio com o feijão vigna em uma área de 0,144 ha. O solo foi preparo em condições de umidade satisfatório de forma mecânica com uso do trator e da grade niveladora. Para medição das chuvas, utilizou-se o pluviômetro de leitura direta alocado na propriedade do agricultor Antes do plantio, analisou-se a fertilidade do solo, que não apontou necessidade de se fazer adubação, segundo Cavalcanti (1998), dados mostrados na Tabela 1. Os atributos físicos e a granulometria média da área de estudo, determinados segundo EMBRAPA (1997), estão descritos na Tabela 2 para as profundidades de 0-20, 20-40 e 40-60cm, e de acordo com os resultados obtidos a Classe textural é Franco arenoso, segundo Lemos e Santos (1996). Os tratos culturais (capina e desbaste) foram realizados de acordo com a necessidade da cultura. Para efeito de avaliação do comportamento produtivo da cultivar BRS Paraguaçu, foi avaliada a seguinte variável: produtividade de sementes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se na Figura 2, a distribuição da chuva ao longo do ano, notando-se que os maiores índices se deram nos meses de fevereiro e março, apresentando uma melhor distribuição a partir do mês de maio, encerrando-se no mês de setembro.

Para avaliação da produtividade foram realizadas quatro colheitas para medição da produtividade da mamona e feijão, observou-se produtividade satisfatória superiores a média obtida na região, considerando os fatores edafoclimáticos favoráveis para o bom desenvolvimento da mamona cv BRS Paraguaçu, alturas médias superiores a 2,5 m, foram feitas quatro colheitas escalonadas para a avaliação da produção da mamona e do feijão e também o custo de produção. A produtividades obtida na UTD, é muito superior a média dos tipos locais de mamona da região, que situa-se em torno de 500 Kg/ha de bagas/sementes, que foi influenciada pelo potencial genético da BRS Paraguaçu, época de plantio, fertilidade do solo e a distribuição regular das chuvas. A receita líquida obtida na UTD ressalta uma oportunidade de melhoria de renda dos agricultores, pois é muito superior a renda conseguida com os tipos locais de mamona do pólo de Pesqueira, PE. CONCLUSÃO O comportamento produtivo da Cultivar BRS Paraguaçu, demonstra a sua ampla aptidão às condições de clima e solo do agreste setentrional pernambucano, sendo uma cultivar de grande potencial produtivo para adoção na região, especialmente para atender ao perfil do agricultor familiar do pólo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALCANTI, F. J. de A. (Coord.). Recomendações de adubação para o estado de Pernambuco (2a. Aproximação). 2. ed. rev. Recife: IPA, 1998. 198 p. FREIRE, E. C.; LIMA, E. F.; ANDRADE, F. P. Melhoramento genético. In: AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA, E. F. (Ed.) O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p. 35-67. LEMOS, R. C.; SANTOS, R. D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 3. ed. Campinas, 1996, 83 p. Tabela 1. Análise de fertilidade do solo da área da UTD Pesqueira - PE, 2007. ph P K Ca Mg Na Al S V M.O. (H2O) mg/dm³ cmolc/dm³ % g/kg 7,1 90,6 5,4 39,1 24,9 2,8 0,0 72,2 100 10,1

Tabela 2. Análise da textura, densidade do solo (Ds), densidade da partícula e porosidade total do solo da área experimental. Pesqueira - PE, 2007. Profundidade Areia Atributos Classe Argila Silte Ds Dp P Textural g/kg g/cm³ (%) 0-20 647,9 154,4 197,8 1,44 2,61 44,86 Franco arenoso 20-40 642,9 173,0 184,1 1,42 2,61 45,44 Franco arenoso 40-60 683,9 159,7 156,5 1,40 2,63 46,80 Franco arenoso Tabela 3. Produção em frutos e produtividade de sementes de mamona e produtividade do feijão vigna na área da UTD de Pesqueira - PE, 2007. Data da colheita Produtividade (kg/ha) Produtividade (Kg/ha) 28/08/2007 1284,72 770,83 11/09/2007 1291,67 775,00 25/09/2007 989,58 593,75 01/10/2007 1295,14 777,08 Mamona total 4861,11 2916,67 Feijão total - 173,61 Tabela 4. Custo de produção, produtividade, receita bruta, lucro líquida, na UTDs/Escola de campo da BRS Paraguaçu, Pesqueira, PE.2007. Custo produção Produção kg/ha Venda R$/Kg Receita Bruta R$ Lucro liquido R$ 706,00 2.916 0,75 2.187,00 1.418, 150 125 Precipitação total (mm) 100 75 50 25 0 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 Figura 1. Distribuição da precipitação ao longo do ano na área da unidade.

Figura 2. UTD de BRS Paraguaçu, Pesqueira - PE, 2007.