UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OS ENCARGOS SOCIAIS QUE SUSTENTAM O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO DEYSE SANTANA DO NASCIMENTO Orientador Anselmo de Souza Ferreira Niterói 2011

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OS ENCARGOS SOCIAIS QUE SUSTENTAM O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO Monografia apresentada á Universidade Candido Mendes no Curso de Pós Graduação em Direito Público e Tributário sob orientação do professor Anselmo de Souza Ferreira.

3 AGRADECIMENTOS Obrigado, senhor pela oportunidade de entrar nesse empreendimento e ter conseguido chegar ao final. Obrigado, meus pais, pelo carinho, solidariedade, amor e paciência

4 DEDICATÓRIA Dedico essa monografia ao pai, mãe, amigo, namorado.

5 RESUMO Os problemas das Previdência Social brasileira são profundos, podem ser reconhecidos por cientistas, estudados por especialistas, sistematizados pelos técnicos e enfrentados com imaginação, vontade política e conhecimento da matéria. Compreendendo por que a previdência social tornou se tão deficitária, entender a composição dos encargos sociais cobrado das pessoas físicas e jurídicas e compreendendo um pouco como funciona e como se calcula tão falado o custo do Brasil. O Objetivo é Fornecer subsídio elementares para a compreensão do funcionamento, da seguridade brasileira incluindo aí seu segmento mais complexo a sociedade social.

6 METODOLOGIA O material consultado foi obtido através de uma pesquisa em livros, arquivos e internet. Esse procedimento foi desenvolvido para apresentar, o sistema previdenciário e os encargos sociais que é cobrado pela as empresas, públicas, privadas, pessoas físicas e jurídicas através e INSS, FGTS e reconhecer o tempo de contribuição dos trabalhadores e os empregados,além das contribuições dos autônomos, trabalhadores temporários e outros.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A História do Sistema Previdenciário Brasileiro 09 CAPÍTULO II - Sistema de Aposentadoria 24 CAPÍTULO III Os Encargos Sociais que Sustentam o Sistema Previdenciário Brasileiro 31 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

8 INTRODUÇÃO A Previdência Social é o seguro social para a pessoa que contribui. Trata - se de uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e particulares, com contribuições parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, quando perde a capacidade de trabalho por doença, invalidez e trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciado a manutenção de um padrão mínimo de vida. A previdência Social é representada por um conjunto de tributos que constitui o que chamamos de encargos sociais, que representam significativa parcela da carga tributária nacional, alcançando quase um quarto de tudo se arrecada.

9 CAPÍTULO I 1- HISTÓRIA DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO 1.844 - Surgem as primeiras iniciativas de Previdências Sociais no Império Austro-Húngaro e na Bélgica. As previdências não eram obrigatórias; ou seja, não eram todos os trabalhadores que estavam amparados pela Previdência Social. 1.883 - O marco principal da evolução da Previdência Social mundial foi na Alemanha com o Chanceler Otto Von Bismarck que obrigou a criação de um sistema de proteção ao trabalhador nos casos de saúde, acidentes de trabalho, invalidez e envelhecimento. A partir de então, o sistema previdenciário se tornou obrigatório em todas as fábricas e esta experiência alemã se estendeu para todos os países. 1.888 Decreto nº 9912- A regulou o direito à aposentadoria dos empregados dos correios, fixado em 30 anos de efetivo serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para a aposentadoria. A lei nº 3.397 criou a caixa de socorros em cada uma das estradas de ferro do império. 1.890 Decreto nº 221 instituiu a aposentadoria para os empregados da estrada de ferro central do Brasil, benefício depois ampliado a todos os ferroviários do Estado. O Decreto nº 942 A criou o montepio obrigatório dos empregados do Ministério da Fazenda. 1892- A Lei nº 217 instituiu a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro. 1.894- Projeto de lei visava instituir um seguro de acidente do trabalho. No mesmo sentido, outros projetos foram aposentados. 1.911 e 1.912- Criadas a Caixa de pensões dos operários da casa da moeda e da caixa de pensões e empréstimos para o pessoal das capatazias da alfândega do rio de janeiro.

10 1.919- Lei nº 3.724 tornou compulsório o seguro contra acidentes do trabalho em certas atividades. 1.923 - A origem do sistema previdenciário brasileiro foi a Lei Eloy Chaves - Decreto 4.682 de 24/01/1923 - que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) das empresas ferroviárias que construíam as ferrovias no Brasil à época. Na seqüência criaram-se Institutos de Aposentadorias para outras profissões e setores de trabalho: 1.926 Lei nº 5.109 estendeu o Regime da Lei Elói Chaves aos Portuários e marítimos. 1.928 Lei 5.485 estendeu o regime da Lei Elói Chaves aos trabalhadores dos serviços telegráficos e radiotelegráficos. 1.930- Decreto nº 19.433 criou o Ministério do Trabalho, indústria e comércio, tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a previdência social, inclusive como órgão de recursos das decisões das caixas de aposentadorias e pensões. O decreto nº 19.497 determinou a criação de caixas de aposentadorias e pensões para os empregados nos serviços de força, luz e bondes. 1.931- Decreto nº 20.465 estendeu o regime da Lei Elói Chaves aos empregados dos demais serviços públicos concedidos ou explorados pelo poder público, além de consolidar a legislação referente às caixas de aposentadorias e pensões. 1.932 Os trabalhadores nas empresas de mineração foram incluídos no regime da Lei Elói Chaves. 1.933 - Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos - IAPM. 1.934 - Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC. 1.934 - Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Bancários - IAPB. 1.936 - Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Industriários - IAPI. 1.938 - Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em transportes E cargas. 1.939 Institutos de Aposentadoria e pensões da estiva.

11 Os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) garantiam a prestação de serviços médicos aos empregados filiados e seus dependentes. Porém tais institutos excluíam do sistema previdenciário outros tipos de trabalhadores urbanos e rurais. 1.940- Decreto Lei nº 2.122 estabeleceu regime misto de filiação ao sistema previdenciário para os comerciantes. Até 30 contos de réis de capital o titular de firma individual, o interessado e o sócio quotista eram segurados obrigatórios; acima desse limite a filiação era facultativa. O decreto lei nº 2.478 criou o serviço de alimentação da previdência social, que absorveu o serviço central de alimentação do IAPI. 1.943- Decreto Lei nº 5.452 aprovou a consolidação das leis do trabalho, elaborada pelo Ministério do Trabalho, indústria e comércio e que elaborou também o primeiro projeto de consolidação das leis de previdência social. 1.944- Portaria nº 58 criou o serviço de assistência domiciliar e de urgência, como comunidade de serviços da previdência social. O Decreto Lei nº 7.036 reformou a legislação sobre o seguro de acidentes do trabalho. 1.945- Decreto nº 7.526 dispôs sobre a criação do instituto de serviços sociais do Brasil O Decreto- lei nº 7.720 incorporou ao instituto dos empregados em transportes cargas o da estiva, enquanto o Decreto- Lei nº 7.835 estabeleceu que as aposentadorias e pensões não fossem inferiores a 70% e 35% do salário mínimo. 1.946- Decreto Lei nº 8.738 criou o conselho superior da previdência social, o decreto lei nº 8.742 criou o departamento nacional de previdência social e o Decreto Lei nº 8.769 expediu normas destinadas a facilitar ao instituto de aposentadoria e pensões dos industriários melhor consecução de seus fins. 1.949 Decreto nº 26.778 regulamentou a lei nº 593, de 1948, referente à aposentadoria ordinária ( por tempo de serviço) e disciplinou a aplicação da legislação em vigor sobre caixas de aposentadorias e pensões. 1950- Decreto nº 35.448, expediu o regulamento geral dos institutos de aposentadoria e pensões. 1.953- Lei nº 3.807 criou a Lei Orgânica de Previdência Social LOPS aposentadoria e pensões dos comerciários e facultou a filiação os profissionais

12 liberais como autônomos. O Decreto nº 34.586 criou a caixa de aposentadoria e pensões dos ferroviários e empregados em serviços públicos, que ficou sendo a caixa Única. 1.960 - A Lei Orgânica da Previdência Social - LOPS - foi criada em 26/08/1960 com o objetivo de unir os Institutos de Aposentadorias e Pensões existentes e ampliar o sistema de proteção social a todos os trabalhadores. 1.963- Lei nº 4.214 criou o Fundo de Assistência ao Trabalho Rural Funrural. No final deste ano, resolução nº 1.500 do departamento do departamento nacional de previdência social, aprovou o regimento Único dos Institutos de aposentadoria e pensões. 1.964- Decreto nº 54.067 instituiu comissão interministerial com representação classista para propor para a reformulação do sistema geral da previdência social 1.996 - Unificação institucional da Previdência Social com a criação do INPS em 21/11/1966. 1.977 - Instituição do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS formado pelo INPS, INAMPS, IAPAS, LBA. DATAPREV e CEME. INPS - Instituto Nacional da Previdência Social ficou responsável pela concessão e manutenção dos benefícios previdenciários, amparos aos idosos e casos de reabilitação para o trabalho. E também é responsável pelos trabalhadores rurais. FUNRURAL e IPASE - Instituto de Previdência e Assistência Social dos Servidores de Estado, cujos patrimônios foram repassados ao INPS. INAMPS - Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social prestava assistência médica aos trabalhadores. IAPAS - Instituto de Arrecadação da Previdência e Assistência Social, como responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições. LBA - Fundação Legião Brasileira de Assistência DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social CEME - Central de Medicamentos (distribuição de remédios). 1.988 - Com a promulgação da Constituição Federal do Brasil houve a ampliação da seguridade social com a inclusão dos desprotegidos, do salário

13 mínimo como piso salarial, e a igualdade previdenciária entre trabalhadores rurais e urbanos 1.990 - Fusão do INPS e IAPAS para criação do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O antigo INAMPS passou ao Ministério da Saúde e foi substituído pelo SUS Sistema Único de Saúde. Tal sistema de proteção social se mantém até hoje, sendo o INSS autarquia federal do Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS. 1.1- A EVOLUÇÃO HISTÓRICA A evolução da proteção social no Brasil seguiu a mesma lógica do plano internacional: origem privada e voluntária, formação dos primeiros planos mutua listas e a intervenção cada vez maior do Estado. Nesta primeira época, em 1795, também foi criado Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha. Ainda dentro do período mutua lista anterior à lei alemã, é digno de menção a criação do MONGERAL- Montepio Geral dos servidores do Estado, em 1835. Este movimento mutua lista, que proporcionou a criação dos montepios abertos, com ingresso franqueado a qualquer pessoa e sem fins lucrativos, em nada se confunde com as companhias de seguro, as quais, posteriormente, passaram também a atuar em ramo previdenciário, em geral visando o lucro. Os mútuos, no Brasil, desde a colônia, seguiram a tradição portuguesa das Misericórdias, sob influência de D. Leonor de Lencastre, Rainha viúva de D. João II. Como aponta Wagner Balera, a assistência social nasce da ajuda mútua, inicialmente, e posteriormente com a ação do Estado. No primeiro caso, reúne integrantes que conjugam alguma afinidade profissional, religiosa ou mesmo geográfica, enquanto no segundo, denominados Socorros Mútuos pela

14 constituição Imperial de 1824, de acordo com a expressão tradicional da Revolução Francesa, desenvolvem se até o final do século XIX. Daí surgiram os famosos Socorros Mútuos, que se proliferam no Brasil, como o Socorro Mútuo Marquês de Pombal, criado pelo Decreto nº 8.504, de 29 de abril de 1882, visando, entre outras funções, a beneficiar seus sócios quando enfermos ou necessitados ( art 1º, 2º ), mediante o pagamento da mensalidade fixada. Em 1875, foi criado um Socorro Mutuo chamado Previdência (Decreto nº 5.853, de 16 de janeiro de 1875 ). Curioso também Socorro Mútuo Vasco da Gama, Criado no Rio de Janeiro pelo Decreto nº 8.361, de 31 de dezembro de 1881. Após a criação do MONGERAL, o Decreto nº 9.912, de 26 de março de 1888, que previa o monopólio estatal dos Correios, regulo o direito à aposentadoria dos seus empregados, por idade ou invalidez. Na primeira opção, deveria o empregado possuir 30 anos de efetivo serviços e idade mínima de 60 ( art 195). Em 1892, sob influencia dos militares,é instituída, para os operário por idade ou invalidez, além da pensão por morte ( Decreto nº 127, 29 de novembro de 1892). Esse movimento irá resultar na criação do Seguro de Acidente de Trabalho, em 1919. A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão aposentadoria, a qual era concedida a funcionários públicos, em caso de invalidez. Os demais trabalhadores não possuíam qualquer proteção. Este dispositivo é bastante emblemático, pois ajuda a entender o tratamento diferenciado dado à previdência social dos servidores e militares.para tais pessoas, a regra sempre foi a concessão de benefícios custeados, integralmente, pelo Estado, enquanto a previdência social dos trabalhadores em geral, criada posteriormente, já possuía a natureza contributiva desde sua gênese. Tal diferença, comum em diversos países mundo afora, explica o fato de, no Brasil, ainda termos um regime previdenciário segregado para servidores (RPPS), muito embora a Constituição já preveja, também, sua natureza contributiva.

15 O Decreto legislativo nº 3.724/19 criou o seguro de acidentes de trabalho no Brasil. Era incumbência do empregador, o qual deveria custear indenização para seus empregados, em caso de acidentes. Determinava o Decreto que o acidente de trabalho obrigava o empregado pagar uma indenização ao operário ou à sua família. Eram exultados apenas os casos de força maior ou dolo da própria vitima ou estranhos ( art. 2º). A sistemática era precária, já que não se assegurava o pagamento de quantias mensais, mais sim um valor único de indenização, que variava de acordo com o resultado do evento, desde incapacidade temporária até a morte. Ainda sob a égide da constituição de 1891, foi editada a lei Eloy Chaves ( Decreto Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923), a qual determinava a criação das caixas de aposentadorias w pensões para os ferroviários, por empresa. Assim como no seguro de acidentes a responsabilidade pela manutenção e administração do sistema era dos empregadores. O Estado somente determinara a sua criação e o seu funcionamento, de acordo com os procedimentos previstos na legislação. A ingerência estatal na previdência social somente tomou lugar com o advento dos institutos de aposentadoria e pensões. Em verdade, as caixas não beneficiavam todos que trabalhavam nas estradas de ferro, mas apenas os empregados, aqueles que prestavam os seus serviços, mediante ordenados mensal, e os operários diaristas, que escutavam serviços de caráter permanente. Eram considerados empregados ou operários permanentes os que tinham mais de 06 (seis) meses de serviços contínuos em uma mesma empresa. Os recursos das caixas eram advindos das seguintes fontes: a) uma contribuição mensal dos empregados, correspondente a 3 dos respectivos vencimentos; b) uma contribuição anual da empresa, correspondentes a 1% de sua renda bruta; c) uma contribuição equivalente ao aumento de 1,5% sobre as tarifas da estrada de ferro;

16 d) as importâncias das jóias pagas pelos empregados na data da criação da caixa e pelos admitidos posteriormente, equivalentes a um mês de vencimentos pagas em 24 prestações mensais; e) as importâncias pagas pelos empregados correspondentes à diferença no primeiro mês de vencimentos, quando promovidos ou aumentados de ordenado, pagas também em 24 prestações mensais; f) o importe das somas pagas a maior e não reclamadas pelo público, dentro do prazo de um ano; g) as multas que atingiam o público ou pessoal; h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras; i) os donativos e legados feitos à caixa; j) os juros dos fundos acumulados. A Lei Eloy Chaves previa a aposentadoria por invalidez e a ordinária, sendo esta devida nas seguintes situações: a) integral, ao empregado ou operário que tenha prestado, pelo menos, 30 (trinta) anos d serviços e tenha 50 (cinqüenta) anos de idade; b) com 25% de redução, ao operário que, tendo prestado 30 (trinta) anos de serviço, tenha menos de 50 (cinqüenta) anos de idade; c) com tantos trinta avos quando forem os anos de idade, tenha prestado 25 ( vinte e cinco) ou mais, até 30 (trinta) anos de serviços. As caixas ainda assumiram a responsabilidade pelo pagamento de indenizações em caso de acidentes do trabalho ( art.16). A lei também trazia situação inusitada de perda de direito adquirido à aposentadoria, quando o beneficiário deixava de solicitá-la após 05(cinco) anos da saída da empresa ( art.20) Também havia previsão de pensão para dependentes, que eram o cônjuge, os filhos e os pais. Este beneficio era extinto nos seguintes casos: 1. para a viúva ou viúvo, ou pais, quando contraírem novas núpcias; 2. para os filhos, desde que completem 18 anos.

17 3. para as filhas ou irmãs solteiras, desde que contraíssem matrimonio; 4. em caso de vida desonesta ou vagabundagem (sic) do pensionista. A primeira empresa a criar uma caixa de aposentadoria e pensão foi a Great Western do Brasil, mais tarde rebatizada de Estrada de Ferro Santos- Jundiaí e, daí, FEPASA. Apesar de não ser o primeiro diploma legal sobre o assunto securitário ( já havia o Decreto- legislativo nº 3724/19, sobre o seguro obrigatório de acidentes do trabalho), devido ao desenvolvimento posterior da previdência e a estrutura interna da Lei Eloy Chaves, foi esta conhecida como o marco inicial da previdência social. Após a Revolução de 1930, com inicio do governo de Getúlio Vargas, tem se ampla reformulação dos regimes previdenciário e trabalhista. Merece destaque, neste período, a criação do Ministério do Trabalho, cujo primeiro ministro foi Lindolfo Collor. Iniciou se nesta época uma mudança radical no sistema previdenciário, o qual deixou de ser organizado por empresa, nas caixas de aposentadoria e pensão, sendo aglutinado por categoria profissional, nos Institutos de aposentadoria e Pensão(IAP). O primeiro IAP foi o dos marítimos IAPM (Decreto nº 22.872, de 29/06/1933). O IAPM tinha personalidade jurídica própria, sede na capital da república, e era subordinado ao Ministério do Trabalho, industria e Comércio, destinado se a conceder ao pessoal da marinha mercante nacional e classes anexas os benefícios de aposentadoria e pensões. A organização previdenciária em categorias profissionais resolvia alguns problemas existentes como o pequeno número de segurados em algumas caixas, com evidente fragilização do sistema, e os percalços enfrentados pelos trabalhadores que eventualmente mudavam de empresa e, por conseqüência de caixa. A unificação das caixas em institutos também ampliou a intervenção estatal na área, pois o controle público ficou finalmente consolidado, já que os institutos eram dotados de natureza autárquica e subordinados diretamente à União, em especial ao Ministério do Trabalho.

18 Não seria exagero considerar a criação do IAPM como o marco inicial da previdência brasileira, já que somente neste momento tem - se de modo evidente a participação e o controle do Estado sobre o sistema securitário de nosso pais. Todavia, entende a maioria que tal honra cabe à lei Eloy Chaves, a ponto de o dia da Previdência Social ser comemorado em 24 de janeiro. Assim, foi feita, pelo Decreto nº 77.077, de 24 de janeiro de 1976, a primeira CLPS, que não sofreu as revisões anuais previstas. Posteriormente nova CLPS foi publicada, por meio do Decreto nº 89.312, de 23 de janeiro de 1984. Esta somente deixou de ser aplicada com o advento da Lei nº 8.213, em 1991. A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez, da Seguridade Social entendida esta como um conjunto de ações nas áreas de Saúde, Previdência e Assistência Social. É a marca evidente do Estado de bem estar social, criado pelo constituinte de 1988. O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei nº 8.029, de 12/04/1990, criou o INSS- Instituto Nacional do seguro Social, autarquia federal, vinculada ao hoje ao MPS, por meio da fusão do INPS com o IAPAS. Assim, foram unificadas as duas autarquias previdenciárias, reunindo custeio e benefício em única entidade. Atualmente, é o Decreto nº 5.513/05 que prevê a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do Instituto Nacional do Seguro Social INSS. O INAMPS foi extinto, assim como a LBA, a FUNABEM e a CEME. A DATAPREV, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social, continua em atividade, sendo empresa pública vinculada ao Ministério da Previdência Social. 1 1 Marques, Edson, Paulo apostila de seguro social 2010. Oliveira, Aristeu de manual de pratica trabalhista 43 ed. São Paulo: Atlas, 2009 previdências social lei e legislação Brasil 2. trabalho- leis e legislação. Brasil I título.

19 1.2- CONCEITOS SEGURIDADE SOCIAL Seguridade social foi a expressão adotada pelo constituinte de 1988, sinônima de segurança social, sendo a ultima, inclusive, mais correta de acordo com a língua portuguesa. Foi intenção do constituinte originário criar um sistema protetivo até então inexistente em nosso país, já que o Estado, pelo novo conceito, seria responsável pela criação de uma teia de proteção capaz de atender aos anseios e necessidades de todos na área social. Daí a seguridade social brasileira ser definida, no âmbito constitucional, como o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas assegurar os direitos à saúde, à previdência e á assistência social (CRFB/88, art.194, caput). A seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e particulares, com contribuições de todos incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações positiva no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de padrão mínimo de vida. A intervenção estatal, na composição da seguridade social, é obrigatória, por meio de ação direta ou controle, e deve atender a toda e qualquer demanda referente ao bem estar da pessoa humana. A seguridade é objetivo de estudo e normatização do Direito Previdenciário. Muito embora a previdência seja menor que a seguridade, como aquela é anterior a esta, o ramo do direito adota seu nome. Todavia, utilização de designações diversas, como direito da seguridade social, também é correta.

20 1.3-A SAÚDE A saúde é direito de todos e dever do Estado ( art. 196, CRFB/88). Independente de contribuição, qualquer pessoa tem o direito de obter atendimento na rede publica de saúde. Mesmo a pessoa que, comprovadamente, possua meios para patrocinar seu próprio atendimento medica terá a rede publica como opção válida. Não é lícito á Administração Pública negar atendimento médico a esta pessoa com base em sua riqueza pessoal. Atualmente a saúde tem organização totalmente distinta da previdência social. Após a extinção do INAMPS, as ações nesta área passaram a ser de responsabilidade direta do Mistério da Saúde, por meio do Sistema único de Saúde -SUS. A infeliz confusão entre a previdência e a saúde ainda é presente. Não se deve confundir estes segmentos da seguridade social. O Instituto Nacional do Seguro Social INSS -, responsabilidade com hospitais, casas de saúde e atendimentos na área de saúde em geral. A saúde é segmento autônomo da seguridade social, com organização distinta. Tem o escopo mais amplo de todos os ramos projetivos, já que não possui restrição á sua clientela protegida- qualquer pessoa tem direito ao atendimento providenciado pelo Estado e, ainda, não necessita de comprovação de contribuição do beneficiário direto. O Sistema Único de Saúde é financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes. O orçamento da seguridade social destina ao SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo

21 em visto as metas e prioridades estabelecidas na lei de Diretrizes Orçamentárias (art. 31, Lei nº 8.080/90). Assim, as ações e os serviços de saúde são de extrema relevância, cabendo ao Poder Público sua execução diretamente ou através de terceiros, incluindo pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. O emprego de particulares na proteção à saúde é freqüente, com o governo reembolsando atendimentos destas entidades ao SUS. Assistência Social A assistência social será prestada a quem dela necessitar (ar.203 da CRFB/88), ou seja, aquelas pessoas que não possuem condições de manutenção própria.assim como a saúde, independe de contribuição direta do beneficiário. O requisito para o auxílio assistencial é a necessidade do assistido. Neste caso, a pessoa dotada de recursos para a sua manutenção, logicamente, não será destinatário das ações estatais na área assistencial, não sendo possível o fornecimento de benefício assistencial pecuniário a esta pessoa. Naturalmente, outras ações assistenciais, não- pecuniárias, direcionadas a providenciar um melhor convívio do beneficiário em sociedade, podem ser extensíveis a pessoas dotadas de recursos, pois neste ponto o conceito de pessoa necessitada é mais elástico. A assistência social é regida por lei própria (Lei nº 8.742/93), a qual traz definição legal desde segmento da seguridade social: A EC nº 42/2003 trouxe a faculdade, ao Estados e ao Distrito Federal, de vincular ao programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida. Nesse caso, tais recursos ficam necessariamente atrelados às ações sociais previstas, sendo proibida a aplicação deste com despesas com pessoal e encargos sociais, serviço da dívida ou qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações sociais apoiadas. A assistência social tem por objetivos a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes

22 carente; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e a reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e a garantia de 1(um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possui meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (art.2º da Lei nº 8.742/93). O benefício mensal de um salário-mínimo somente será pago ao necessitado, que efeitos legais, é o idoso (maior de 65 anos) ou o deficiente, incapaz de prover a sua manutenção e cuja renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo (art.20 3º, da lei nº 8.742/93). A idade de 65 anos, em substituição aos 67 anos anteriormente previstos foi fixada pelo estatuto do idoso, aprovado pela lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Melhor seria a lei manter a idade, mais ampliar as possibilidades de obtenção do mesmo, em especial o conceito necessitado. A prestação pecuniária assistencial tradicional é conhecida como Benefício de prestação Continuada,instituída pela Orgânica da Assistência Social LOAS. Tecnicamente, não se trata de beneficio previdenciário, embora sua concessão e administração sejam feitas pelo próprio INSS. 1.4-OUTRAS AÇÕES Além do beneficio de prestação continuada, tradicionalmente conhecido como a prestação assistencial por excelência, o Governo Federal tem mantido diversas ações neste segmento, muitas vezes incorrendo em redundâncias, com várias ações de mesma natureza em paralelo, incrementado-se os custos dos programas e perdendo se em efetividade Tais programas, como Bolsa- Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio- Gás, entre outros, sofriam com os conflitos de atuação, sendo evidentemente necessária as unificação em programa único, de âmbito nacional, com atuação precisa e técnica, deixando- se de lado as invencionices terminológicas. Tal procedimento foi adotado com o advento da Lei nº 10.836, 9 de janeiro de 2004, a qual unificou os procedimentos de gestão e execução das

23 ações de transferência de renda do governo Federal no Bolsa família. Foram agregados ao novo programa o Bolsa Escola, o Programa Nacional de Acesso à Alimentação- PNAA-O Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Saúde- Bolsa-Alimentação-,o Programa Auxílio -Gás e o Cadastramento Único do Governo Federal ( art. 1º). De acordo com a lei, são benefícios financeiros do Bolsa Família: o benefício básico, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza, e o benefício variável, destinado a unidade familiares que se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescente até 15 (quinze) anos ( art.2º) A Bolsa- Família consiste em pagamentos de valor certo em dinheiro aos beneficiários, com o instito de atender às demandas suportadas pelos programas substituídos, em especial no que diz respeito à manutenção do padrão alimentar da família, possibilitando a manutenção do ensino regular da criança, que é um dos requisitos do programa, além do exame pré- natal, do acompanhamento nutricional, do acompanhamento de saúde (art.3º). Outro programa de interesse social foi criado pela lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004, que institui a renda básica da cidadania a partir de 2005. A prestação será paga a todos os brasileiros residentes no país e estrangeiros residentes há pelo menos cinco anos no Brasil, não importando sua condição socioeconômica. Este programa quando foi efetivamente implementado, poderá substituir o bolsa família. 2 2 Eduardo, Ítalo, Romano, 1970. direito previdenciário Ítalo Romano Eduardo, Jeane Tavares Aragão Eduardo Rio de Janeiro: Impetus, 2004. 260p; previdência social legislação Brasil I Eduardo Jeane Tavares Aragão, 1970- IT título Ed. Impetus.

24 CAPÍTLO II 2-SISTEMA DE APOSENTADORIA A aposentadoria por idade um dos benefícios previdenciários mais conhecido- visa a garantir a manutenção do segurado e de sua família quando a idade avançada não permita a continuidade laborativa. O tema é tratado na Lei nº 8.213/91, arts. 48 a 51 no RPS, arts. 51 a 55. Este beneficio era conhecido como aposentadoria por velhice,assumindo a atual denominação com a edição da Lei nº 8.213/91.Infrutífera tentativa de eliminar o procedimento diante dos idosos, com a adoção de terminologia mais adequada. É concedido aos 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, reduzido em 5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. Cumpre lembrar que a aposentadoria reduzida para os professores é a por tempo de contribuição, e não por idade. Aqui são os trabalhadores rurais além das mulheres, que têm a redução. a) Certidão de Registro Civil de Nascimento ou de Casamento que mencione a data ou apenas o ano do nascimento ou simplesmente a idade, desde que se evidencie, inequivocamente,possuir o segurados a idade exigida; b) Título declaratório de nacionalidade brasileira ( segurados naturalizados), certificado de reservista carteira ou cédula de identidade policial; c) qualquer outro documento que, emitido com base no Registro Civil de Nascimento ou Casamento, não deixe dúvida quando à sua validade para essa prova. Este beneficio comporta carência, que é de 180 contribuições mensais. Na verdade, esta carência somente é exigível para os segurados filiados ao

25 RGPS após 24/07/1991, data de promulgação da Lei nº 8.213/91, que aumentou este período de 60 para 180 meses. Para os demais segurados, há uma regra de transição prevista n art. 142 desta lei. Os registros de carência e idade deveriam ser atendidos simultaneamente, em período no qual a pessoa ainda estivesse vinculada ao RGPS, já que são requisitos cumulativos. Por exemplo, uma pessoa que trabalhou por 20 (vinte) anos, mas tenha deixado de exercer atividade remunerada por vários anos,até atingir a idade necessária, não teria direito algum. 2.1-Empregado Doméstico O salário de contribuição do empregado doméstico é o registrado em sua CTPS. É expediente comum entre os empregadores domésticos o registro em carteira por um salário mínimo e o pagamento de valor acima deste, em evidente sonegação. Com freqüência, esta conduta é aceita pelo próprio empregado doméstico, o qual não tem noção do prejuízo futuro, já que seu benefício será de valor mínimo, pois o salário- de benefício è calculado a partir do salário contribuição. Caso o empregado doméstico comprove, perante o INSS, como após uma ação trabalhista, a existência de remuneração maior do que a registrada, a diferença de contribuição será exigida do empregador e se paga, gerará aumento do benefício do empregado doméstico. O recolhimento da contribuição é responsabilidade do empregador doméstico, sendo, todavia, exigível do empregado a comprovação do pagamento destes valores. Caso não o sejam, o INSS concederá benefício no valor de um salário mínimo, até que o recolhimento venha a ser comprovado (art.36 da lei nº 8.213/91). Como a grande maioria dos empregados domésticos tema CTPS registrada em um salário mínimo, a ausência de comprovação do recolhimento acaba por não trazer prejuízos à maioria destes trabalhadores. De qualquer forma, o

26 tratamento deveria ser isonômico frente aos segurados empregados e avulsos, e o recolhimento deveria ser também presumido. 2.2- CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS Contribuintes individuais são aqueles que têm renda pelo trabalho, sem estar na qualidade de empregado, tais como os profissionais autônomos, sócios e titulares de empresas, entre outros. Estes são contribuintes obrigatórios da Previdência Social; Contribuintes facultativos são aqueles que não têm renda pelo trabalho, tais como, a dona de casa, o estudante, o desempregado, etc, no entanto, querem contribuir para a Previdência Social, garantindo com isso os benefícios previdenciários tais como auxílio doença, aposentadoria, salário-maternidade, pensão para seus dependentes, entre outros. Como viram, estes não são contribuintes obrigatórios, recolhem facultativamente; Domésticos são aqueles que prestam serviços de natureza contínua a pessoa ou a família, no âmbito familiar do contratante, em atividades sem fins lucrativos. Estes também são contribuintes obrigatórios da Previdência Social. Quanto aos recolhimentos: Os contribuintes individuais, os facultativos e os empregadores domésticos devem pagar a contribuição ao INSS até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente, quando não houver expediente bancário neste dia. Caso preste serviços apenas para empresas, este sofrerá o desconto por ocasião do recebimento pelo serviço prestado, ficando a empresa obrigada a repassar o devido desconto ao INSS, obedecendo a Lei 10.666/2003, portanto, neste caso, o contribuinte individual não será o responsável pelo recolhimento da sua contribuição. A alíquota da contribuição do contribuinte individual a ser aplicada sobre os serviços prestados as pessoas jurídicas será reduzida de 20% para 11% a ser aplicada sobre o efetivamente recebido, observado o

27 limite máximo permitido que, a partir da competência janeiro de 2011, passou a ser de R$- 3.689,66. Caso preste serviços simultaneamente à empresas e a pessoas físicas, deverá observar se nas contribuições descontadas pelas empresas já tenha atingido o limite máximo no mês, pois caso ainda não tenha atingido, deverá por conta própria recolher também sobre os serviços prestados a pessoas físicas, até atingir tal limite. Caso preste serviços apenas para pessoas físicas, deverá, por conta própria, recolher toda a sua contribuição calculada sobre o efetivamente recebido, também observado os limites legais, ou seja, a base de cálculo da contribuição não poderá ser inferior ao salário-mínimo, atualmente R$- 540,00, e nem superior ao limite-máximo de R$- 3.689,66 (valores válidos a partir da competência janeiro/2011). Para o recolhimento de responsabilidade do próprio contribuinte individual, ou seja, para os serviços prestados a pessoas físicas, a alíquota será de 20% sobre o valor efetivamente recebido obedecido os limites mínimos e máximos do salário de - contribuição. Caso opte pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição - Esta nova regra passou a valer a partir do mês de abril de 2007, com o primeiro recolhimento até o dia 15 de maio de 2007. Limitada a um salário mínimo, hoje em R$ 540,00, a contribuição cai de R$ 108,00 para R$ 59,40, ou seja, houve uma redução da alíquota de contribuição de 20% para 11%. Essa nova regra aplica-se, basicamente, aqueles classificados como contribuintes de baixa renda que trabalham por conta própria (ambulantes, diaristas, etc) e não prestam serviços à empresas. A base de cálculo da contribuição, nessa nova regra, não poderá ser superior ao valor do salário-mínimo, conseqüentemente, o benefício, quando de sua concessão, também se limitará ao valor do salário-mínimo. O contribuinte individual que passar a contribuir terá direito a todos os benefícios oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), exceto a aposentadoria por tempo de

28 contribuição. Para alguns benefícios, entretanto, é necessário cumprir carência, como o auxílio-doença, ao qual terão direito aqueles com, no mínimo, 12 contribuições consecutivas. Já a aposentadoria por idade somente poderá ser requerida por quem contribuir durante 15 anos. Nesses casos, as contribuições já realizadas na sistemática anterior, desde que comprovadas, valem para efeito de contagem de tempo. Essa nova sistemática se torna interessante para aquelas pessoas com idade mediana, de baixa renda, igual ou bem próxima do salário-mínimo, que ficaram muito tempo sem registro em carteira de trabalho e também não contribuíram ao INSS como autônomos, e que, por isso, não vislumbram mais a possibilidade de se aposentarem por tempo de contribuição (necessário 35 anos de contribuição). Na verdade, essa regra veio mesmo foi para facilitar a inclusão previdenciária dessas pessoas que não estavam conseguindo contribuir pela sistemática normal. 2.3- CONTRIBUINTE FACULTATIVO Regra normal de recolhimentos do Contribuinte Facultativo - A contribuição do Facultativo deverá ser calculada pela alíquota de 20% sobre qualquer valor entre os limites mínimo e máximo do salário de contribuição: Novos valores de R$- 540,00 e R$- 3.689,66, respectivamente, a partir da competência janeiro/2011. O valor não precisa ser igual todos os meses, podendo variar, desde que respeitado os limites citados. Caso opte pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição - Esta nova regra, já tratada no item 2.1.5, acima, aplica-se também ao segurado facultativo que optar pela aposentadoria apenas por idade. 3 3 Elizeu Domingues Gomes, rotina trabalhista e previdenciária Ed. Líder 8º edição. consolidação das leis do trabalho, atualizada São Paulo Saraiva. 2008.Brasília lei de custeio da previdência social n º 8.212 de 1999 atualizada.

29 2.4- CONTRIBUIÇÃO DO DOMÉSTICO A contribuição do doméstico é custeada pelo patrão e pelo empregado. A parte do patrão é de 12% sobre o salário efetivamente pago ao empregado, e a parte do empregado doméstico varia de acordo com o salário recebido, obedecendo a seguinte tabela, em vigor a partir da competência janeiro de 2011: Salário Contribuição Até 1.106,90 8% De 1.106,91 a 1.844,83 9% De 1.844,84 a 3.689,66 11% Portaria Interministerial MPS/MF nº 568, de 31/12/2010- DOU de 03/01/2011. Desta forma, no caso de uma doméstica que tenha um salário de R$- 540,00 mensais, a contribuição previdenciária total será de R$- 108,00, sendo R$- 43,20 a contribuição da empregada e R$- 64,80 a contribuição do patrão. A responsabilidade pelo recolhimento total é do patrão. GPS - Trimestral Os contribuintes individuais e facultativos que estiverem contribuindo sobre o valor mínimo de contribuição (atualmente 20% x R$ 540,00 = R$ 108,00) e também aqueles que optaram pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição (atualmente 11% x R$ 540,00 = R$ 59,40) poderão optar pelo recolhimento trimestral. Como viram, tal opção é permitida apenas nos casos de contribuição mínima. Acima desse valor somente recolhimento mensal. O pagamento trimestral deve ser agrupado com as competências obedecendo ao trimestre civil, ou seja: - Janeiro, fevereiro e março; - Abril, maio e junho;

30 - Julho, agosto e setembro; e - Outubro, novembro e dezembro. Aplica-se ao empregador doméstico, relativamente ao empregado doméstico a seu serviço, cujo salário-de-contribuição seja igual ou inferior ao valor do salário-mínimo, o mesmo dispositivo da trimestralidade facultada aos contribuintes individuais e facultativos, exceto no que concerne ao recolhimento sobre remuneração de 13º salário, que segue a regra geral. O vencimento será no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-se para o dia útil subseqüente, quando não houver expediente bancário. No caso desta opção (trimestralidade), as GPS's serão consignadas com as competências do último mês do trimestre objeto do recolhimento (março, junho, setembro e dezembro) e deverão ser utilizados os seguintes códigos de pagamentos: 1104-Contribuinte Individual Recolhimento Trimestral; 1180-Contribuinte Individual c/opção pela aposentadoria apenas por idade- Recolhimento trimestral; 1457-Segurado Facultativo-Recolhimento Trimestral; 1490 - Segurado Facultativo c/opção pela aposentadoria apenas por idade - Recolhimento Trimestral; e 1651-Empregado Doméstico Recolhimento Trimestral. Redução Da Alíquota De Contribuição Previdenciária Para Os Segurados Facultativos E Contribuintes Individuais Que Trabalham Por Conta Própria E Contribuem No Máximo Sobre Um Salário-Mínimo Para saber mais a respeito da redução da alíquota de contribuição de 20% para 11% para os segurados facultativos e contribuintes individuais que trabalham por conta própria, ou seja, aqueles que não prestam serviços à empresas, e contribuem, no máximo, sobre um salário-mínimo. 4 4 http://www.cenofisco.com.br http://www.previdenciasocial.gov.br Goes Hugo Medeiros de 1968 resumo de direito previdenciário/ Hugo Goes. 2 ed. Rio de Janeiro Ed Ferreira 2009, 200p resumo.

31 CAPÍTULO III 3- OS ENCARGOS SOCIAIS QUE SUSTENTAM O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO Desde 1965 a questão no seu aspecto mais amplo, considerando como encargos sociais todos custos gerados pela relação de emprego, vale dizer, todos os componentes do custo do fator trabalho para a empresa. A essa corrente se filia a FECOMÉRCIO-MG. A segunda, defendida sobretudo pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio- Econômicos), entende que significativa parte desses componentes, alinhados pela primeira corrente de interpretação como encargos (tais como descanso semanal remunerado, férias, décimo terceiro, dias de afastamento por motivo de doença, feriados, aviso prévio, multa por rescisão contratual) seria parte integrante da remuneração do trabalhador e não encargos. Assim entende que a base de comparação dos encargos deveria ser a remuneração e não o salário em sentido estrito. 3.1 -O FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO O FGTS foi criado através da Lei nº 5.107,de 13 setembro de 1966. com objetivo de dar proteção ao trabalhador, sendo opcional até a Constituição de 1988, quando passou a ser obrigatório para todos os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT.. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto nº 59.820, de 20/12/66. Formado por depósitos mensais, efetuados pelas empresas em nome de seus empregados, no valor equivalente ao percentual de 8% das remunerações que lhes são pagas ou devidas; em se tratando de contrato temporário de trabalho com prazo determinado, o

32 percentual é de 2%, conforme dispõe o inciso II do art. 2º da Lei nº 9.601, de 21/01/98. Atualmente, a lei que dispõe sobre o FGTS é a de nº 8.036, de 11/05/90, republicada em 14/05/90, já tendo sofrido várias alterações. O Fundo constitui-se em um pecúlio disponibilizado quando da aposentadoria ou morte do trabalhador, e representa uma garantia para a indenização do tempo de serviço, nos casos de demissão imotivada. A diferença básica em relação ao modelo anterior é que esses depósitos integram um Fundo unificado de reservas, com contas individualizadas em nome dos trabalhadores. Além de ampliar o direito indenizatório do trabalhador, que pode, ao final do tempo útil de atividade, contar com o valor acumulado dos depósitos feitos em seu nome, o sistema também o favorece de forma indireta, ao proporcionar as condições necessárias à formação de um Fundo de aplicações, voltado para o financiamento de habitações, assim como para investimentos em saneamento básico e infra-estrutura urbana. Como conseqüência, este mecanismo também proporciona a geração de empregos na construção civil, bem como possibilita aos trabalhadores ganhos indiretos decorrentes da ampliação da oferta de moradias. Com o novo sistema, o encargo adicional gerado para as empresas, por ocasião da implantação do sistema, foi de apenas 2,8%, já que a contribuição de 8% para o FGTS foi compensada com a extinção de outras contribuições até então existentes. Deve-se ressaltar, ainda, o fato de que a contribuição para o FGTS guarda proporcionalidade com a indenização prevista na CLT, permitindo, assim, que a empresa efetive a cobertura parcelada da indenização a que teria direito o trabalhador, quando de seu desligamento. Esse aspecto pode ser considerado, também, como um benefício para o empregador. Apesar de ser considerado um fundo, cada trabalhador tem sua conta individual aberta na Caixa Econômica Federal CEF, recebendo depósitos, juros e atualização monetária. O Saldo do FGTS pode ser movimentado nas seguintes situações:

33 a) Demissão sem justa causa; b) Término do contrato por prazo determinado; c) Aposentadoria; d) Suspensão do Trabalho Avulso; e) Falecimento do Trabalhador ; f) Ter o titular da conta vinculada idade iqual ou superior a 70 anos; g) Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV; h) Quando o trabalhador ou seu dependente for acometido de Neoplasia maligna (câncer) i) Permanência da conta sem depósito por três anos ininterruptos, para os contratos rescindodos até 13/jul./90 e para os demais, permanência do trabalho por iqual périodo fora do regime do FGTS; j) Rescisão do contato por culpa recíproca ou força maior; k) Rescisão do contrato por extinção total ou parcial da empresa; l) Rescisão do contato por decretação de nulidade do contato de trabalho nas hipóteses prevista no art. 37,

34 2º, da Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário, ocorrida após 28/jul./2001; m) Utilização na compra da casa própria; n) Necessidade pessoal,urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuva ou inundações que tenham atingidoa área de residência do trabalhador,quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de portaria do Governo Federal; o) Pagamento/prestação/amortização/l iquidação de saldo devedor do SFH; e p) Em estágio terminal recorrente de moléstia grave. No caso de demissão sem justa causa, a empresa deverá pagar ao empregado uma multa de 40% do saldo do FGTS do trabalhador demitido. No final do governo Sarney e início do governo Collor, a inflação no Brasil aatingil patamares elevadíssimos. Naquele momento houve um expurgo de inflação, o que afetou a correção do FGTS. Grupos de trabalhadores procuraram o Judiciário, além de sindicatos e entidades de classe. Com isso, em 2001, o governo fez o que chamaram de maior acordo do mundo, para pagar a todos que possuíam conta em 1990, na época do Plano Collor, o complemento da correção monetária que fora expurgado. Mas, para cumprir o acordo, a Lei Complementar nº 110/2001 determinou uma contribuição adicional mensal de 0,5%, sendo que este valor não foi acrescentado à conta individual dos trabalhadores. Esta lei determinou

35 também o pagamento de 10% de multa sobre as demissões sem justa causa para cumprir com o pagamento da inflação expurgada de 1990. 3.2- CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIRO As empresas pagam, além do encargo direto ao INSS, outras contribuições direcionadas a terceiros. As contribuições sociais devidas pelas empresas em geral, salvo as optantes pelo Simples Nacional, incidem sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços. Em regra, além da contribuição de 20% sobre o total das remunerações e o percentual devido ao RAT/SAT que pode variar de 1 a 3% (sem olvidar o que dispõe o Fator Acidentário de Prevenção - FAP), as empresas também são obrigadas a contribuir a outras entidades, conhecidas como terceiros. As entidades ou fundos (terceiros) para os quais o sujeito passivo deverá contribuir são definidas em função de sua atividade econômica, e as respectivas alíquotas são identificadas mediante o enquadramento desta na Tabela de Alíquotas de acordo com código denominado Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS). A Receita Federal do Brasil, através da Instrução Normativa 1.027/2010, alterou a Instituição Normativa 971/2009 que dispõe sobre as normas gerais de tributação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e das destinadas a outras entidades ou fundos, bem como os procedimentos aplicáveis à arrecadação dessas contribuições pela RFB. Dentre as principais mudanças trazidas pela IN 1.027/2010 destacamos a não incidência das contribuições destinadas a terceiros sobre a remuneração paga devida ou creditada ao brasileiro contratado no Brasil ou transferido por qualquer empregador (era aplicado somente a empresas prestadoras de serviços de engenharia) para prestar serviços no exterior.