P&D O compromisso das empresas com o desenvolvimento sustentável por meio da energia limpa e renovável será demonstrado nesta seção do relatório. Nela são disponibilizados dados sobre a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) tais como: investimentos, quantidade de projetos desenvolvidos, parcerias firmadas, linhas de pesquisa e principais benefícios oferecidos para a sociedade.
Pesquisa e Desenvolvimento que geram avanços Atenta à responsabilidade de buscar soluções tecnológicas para o desenvolvimento do país e para o crescimento sustentável da oferta e da demanda de energia limpa e renovável, a investe constantemente em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) desde 1974, com a criação do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel). Somente de 2003 a 2009, foram mais de 1.700 projetos em PD&I, resultando em investimentos de cerca de R$ 1,9 bilhão. Também por este motivo e assumindo seu papel estratégico como indutora dessas premissas não só no Brasil, como no mundo, em 2009, a assinou acordo de cooperação de interesse mútuo com o grupo das maiores empresas elétrica do planeta o e8 (www.e8.org). O acordo firma o compromisso das organizações com a promoção do desenvolvimento sustentável e da energia limpa e renovável. É importante destacar que, quando se fala em pesquisa e desenvolvimento, não se pode abordar apenas os projetos e investimentos de um determinado ano. Isso porque em geral, eles são desenvolvidos a longo prazo, assim como os investimentos realizados. Desta forma, no presente relatório serão considerados os projetos desenvolvidos a partir de 2002. Em 2009, os investimentos das empresas em P&D+I foram de R$ 222,7 milhões, sendo R$ 82,8 milhões em projetos de P&D+I regulamentados pela Agência Nacional de Energia Elétrica 44 Relatório de Sustentabilidade do Sistema 2009
(Aneel), R$ 135,2 milhões em projetos desenvolvidos pelo Cepel, e R$ 5,7 milhões em projetos realizados pela. Também foram recolhidos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, R$ 64,2 milhões. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), recebeu outros R$ 32,1 milhões. Buscando uma maior estruturação nesta área, as empresas aprovaram a Política de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (P&D+I), em 2009. O objetivo é fomentar, orientar e priorizar as ações pertinentes ao tema sob a égide do Planejamento Estratégico. O Plano de Ações Estratégicas estabelece a meta de obter ganhos equivalentes a 2% da receita operacional líquida de cada empresa com a execução de projetos de P&D+I, até o final de 2012. Os projetos de P&D+I foram desenvolvidos nas mais diversas linhas de pesquisa. Entre essas, destacam-se fontes alternativas, eficiência energética, inserção regional e social, meio ambiente, produção, telecomunicação, transmissão (linhas e subestações), tecnologia da informação, finanças, recursos humanos e gestão estratégica, sendo que os projetos nas áreas de produção e transmissão foram os que mais receberam recursos. Unindo esforços Uma importante iniciativa no sentido de elevar ao máximo os esforços na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação foi a aprovação, em 2009, da criação da Rede de Laboratórios do Sistema (Relase). Os mais de 55 laboratórios e centros tecnológicos das empresas passaram a ser agrupados em uma rede de metrologia, ensaios, pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Destinação de recursos regulamentada A aplicação de recursos obedece à Lei nº 9.991/00, que foi alterada pelas Leis 10.848/04 e 11.465/07. Pela regulamentação, as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras elétrica devem investir 1% da sua Receita Operacional Líquida em P&D e Eficiência Energética. Para as empresas de geração e transmissão, o valor do 1% é distribuído, seguindo regulamentação da Aneel: 0,4% em P&D, 0,4% para o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e 0,2% para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As empresas distribuidoras destinam 0,2% para P&D, 0,2% para o MCT, 0,1% para a EPE e, ainda, 0,5% para eficiência energética. Além dos investimentos obrigatórios para as empresas de geração, transmissão e distribuição, a ainda pode disponibilizar anualmente até 45
0,5% de seu capital social ao Fundo de Desenvolvimento Tecnológico (FDT). Boa parte dos recursos enviados ao FDT são aplicados no Cepel. O Centro também é contratado pelas subsidiárias para vários projetos institucionais. Pesquisa que gera desenvolvimento O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica foi criado por iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME) e de empresas do setor elétrica. O objetivo era promover uma infraestrutura científica e de pesquisa, visando ao desenvolvimento, no país, de avançada tecnologia no campo de equipamentos e sistemas elétricos. A é responsável pelo que é considerado o maior centro de tecnologia em energia elétrica da América Latina. O Cepel é mantido principalmente com recursos das empresas sócio-mantenedoras: e suas subsidiárias Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Furnas. Esses recursos financiam o desenvolvimento anual de projetos de pesquisa e serviços tecnológicos e laboratoriais que visam solucionar problemas e atender às demandas de inovações do setor elétrico. Somente no ano de 2009, foram alocados cerca de R$ 135,2 milhões em recursos para a instituição. O Cepel completou 35 anos em 2009, prestando serviços à sociedade e às empresas na área de desenvolvimento tecnológico, buscando tecnologias social e ambientalmente sustentáveis. Para conhecer melhor o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, acesse www.cepel.br. Energia confiável e sustentável Entre os objetivos das atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação das empresas está a busca de alternativas para o fornecimento de energia elétrica confiável e a preço justo, sem deixar de lado a preocupação com a sustentabilidade. Assim, as empresas desenvolvem pesquisas nas áreas renovável, eficiência energética, energia distribuída, tecnologia de transmissão, tecnologia de geração avançada e serviços relacionados à inovação sustentável. Entre 2002 e 2009, estas empresas desenvolveram 315 projetos, totalizando um investimento de mais de R$ 155,5 milhões. Especificamente no ano de 2009, foram investidos R$ 23,2 milhões em 75 projetos. A categoria de pes- 46
quisa que mais recebeu recursos foi a de tecnologia de transmissão, cujos investimentos totalizaram R$ 8,1 milhões em 33 projetos desenvolvidos. Já para as Atividades Científicas e Técnicas Correlatas (ACTC), que incluem serviços científicos e tecnológicos, arquivos, centros de informação; levantamentos topográficos, geológicos, hidrológicos; localização e identificação de recursos naturais; coleta de informações para dados estatísticos; infraestrutura laboratorial, entre outros, foram destinados mais R$ 140 milhões. Resultados inteligentes Os projetos de P&D+I das empresas resultaram em inúmeros benefícios. Para as companhias, há o desenvolvimento de instrumentos, equipamentos, software, protótipos e metodologias, que proporcionam um aumento da eficiência nos processos de geração e transmissão, aperfeiçoamento de equipamentos e redução de custos. Os resultados dos projetos de P&D+I também trazem grandes benefícios ao meio ambiente, por promoverem o desenvolvimento s limpas e renováveis, assim como a conservaçãodo meio ambiente. A sociedade também é beneficiada com a geração de empregos na área tecnológica, implantação de laboratórios nas universidades e capacitação de profissionais. Destacam-se, também, nesse campo, as produções técnico-científicas, registros de patentes e desenvolvimento da pesquisa e inovação no país. Em 2009, as empresas realizaram oito pedidos de patentes ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Considerando os anos de 2002 a 2009, foram 48 pedidos e 10 patentes concedidas pelo INPI. Tecnologia e responsabilidade socioambiental As empresas possuem uma variedade de projetos de P&D+I que proporcionam ganhos na área socioambiental. Destacam-se, nesse campo, alguns relacionados ao desenvolvimento sustentável e às fontes alternativas. Esses projetos são realizados em parceria com entidades de ensino e pesquisa de todas as regiões do país. Relatório de Sustentabilidade do Sistema 2009 47
Empresa Nome do programa Descrição Benefício Público Localidade Tema Programas P&D Chesf Holding Projeto Piloto para recuperação energética do biogás no Aterro Sanitário da Muribeca - PE Projeto de aproveitamento eólico na Paraíba Monitoramento e análise de aspectos técnicos da geração elétrica a partir de biogás proveniente de aterros sanitários. Estudo do potencial eólico do Estado da Paraíba. Aproveitamento energético da degradação biológica de resíduos. Desenvolvimento da tecnologia eólica nacional. População local Sociedade em geral Nordeste Nordeste Eletronorte Geração de Energia Elétrica a partir da reforma de etanol e célula a combustível Fornecimento elétrica a partir da reforma de etanol e célula a combustível. Fornecimento elétrica para comunidades isoladas de Mato Grosso. Comunidade da região do Pico do Amor-Mato Grosso Centro- Oeste Eletronuclear Projeto Pomar Repovoamento Marinho da Baía de Ilha Grande e ações para evitar a extinção do molusco da região. Geração de renda para a população local através da maricultura. Comunidade local, pescadores Sudeste Desenvolvimento sustentável Eletrosul Estudo de viabilidade para biocombustíveis em Santa Catarina Estudo para implantação de complexo agroindustrial para produção de biocombustíveis. Participação da população local da cadeia de produção de biodiesel. Comunidade local Sul 48 Relatório de Sustentabilidade do Sistema 2009
Empresa Nome do programa Descrição Benefício Público Localidade Tema Furnas Itaipu Avaliação e monitoramento da qualidade da água através de bioindicadores vertebrados Infraestrutura para produção de hidrogênio Estudos da qualidade de água do reservatório da usina da Furnas quanto à presença de metais e pesticidas. Projeto de estudo para instalação de Planta de Produção de Hidrogênio. Melhoria da qualidade da água do reservatório para abastecimento da população local, consumo industrial e fins de irrigação. Desenvolvimento de um combustível limpo, com emissão zero de gases do efeito estufa. Usuários da bacia hidrográfica Sociedade em geral Sudeste Sul Cuidado ambiental Programas P&D 49