DE MOSSORÓ COMBATE DE JUSTIÇA DA COMARCA À SONEGAÇÃO RECOMENDAÇÃO Nº 002/2011 4ª PJ



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Transcrição:

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 4ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE MOSSORÓ COMBATE À SONEGAÇÃO FISCAL RECOMENDAÇÃO Nº 002/2011 4ª PJ O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, por meio da 4ª Promotoria de Justiça do Combate à Sonegação Fiscal da Comarca de Mossoró/RN, no uso de suas atrib uições legais, com fulcro no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, no artigo 26, inciso I, da Lei 8.625/93, que institui a Lei Orgânica do Ministério Público, e nos artigos 67, inciso IV e 68, da Lei Complementar n 141/96, Lei Orgânica do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público a defesa do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, na forma dos artigos 127, caput, e 129, inciso III, da Constituição Federal; do artigo 25, IV, alínea a, da Lei Federal nº 8.625/93; e do artigo 67, inciso IV, alínea a, da Lei Complementar Estadual nº 141/96; CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público, na forma do artigo 69, parágrafo único, alínea d, da Lei Complementar Estadual nº 141/96, expedir recomendações visando ao efetivo respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências pertinentes; CONSIDERANDO que a República Federativa do Brasil, tem como fundamento constitucional a Dignidade da Pessoa Humana, e que um

de seus objetivos fundamentais é o de construir uma Sociedade justa, amparada no Princípio constitucional da isonomia; CONSIDERANDO que, consoante o art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração Pública rege-se pelos Princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e que a violação desses princípios constitui ato de improbidade administrativa, de acordo com o art. 11 da lei 8.429/92; CONSIDERANDO que é dever dos municípios, com base no inciso I, do art. 156 da CF a instituição e efetiva cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU na forma da lei, devendo, dentre outros aspectos, estabelecer critérios claros de distinção entre os imóveis pertencentes às zonas urbana e rural. CONSIDERANDO que a Emenda Constitucional Nº 29/2000, deu nova redação ao art. 156 da CF/88, prevendo a possibilidade dos Municípios brasileiros instituírem IPTU progressivo em razão do valor do imóvel e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e uso do imóvel; CONSIDERANDO que o IPTU é tributo direto, visível, de estável arrecadação, e precioso instrumento de política urbana e habitacional para o Município de Mossoró/RN(caráter extra-fiscal), havendo bastante espaço para incremento de sua arrecadação; CONSIDERANDO que é facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica, para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de parcelamento ou edificação compulsórios, imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo - IPTU, desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais;

CONSIDERANDO que é dever dos municípios, com base no inciso II, do art. 156 da CF a instituição e efetiva cobrança do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bem imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, bem como cessão de direitos a sua aquisição ITBI na forma da lei. CONSIDERANDO que o inadimplemento de tributos deve gerar, invariavelmente, a inscrição na Dívida Ativa do Município e por consequência a Execução Fiscal dos Títulos, o que exige a implementação de um sistema de cadastro dos inadimplentes, bem como eficiente cobrança do que constitui a Dívida Ativa do Município, com a necessária estruturação, material e recursos humanos, da Procuradoria Judicial do Município de Mossoró/RN e da Secretaria de Tributação do Município de Mossoró/RN. CONSIDERANDO que que a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê a verificação de requisitos essenciais à concessão de benefícios que gerem renúncia fiscal, tais como: compensação, demonstração do impacto financeiro-orçamentário, estar em acordo com as previsões sobre renúncias contidas na LDO, dentre outros, que vão ao encontro dos princípios da legalidade, da moralidade, da eficiência e da impessoalidade; CONSIDERANDO que constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administração pública, previsto no art. 11, da Lei nº 8.429/92 qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições... ; CONSIDERANDO que, também, constitui ato de improbidade administrativa, agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público, nos termos dos artigos 10, inciso X, e 12, inciso II, podendo gerar o ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o

Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.(grifos NOSSOS) CONSIDERANDO que é hodierno a FALÊNCIA FISCAL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, que os tornam extremante dependentes das transferências de recursos constitucionais, como o Fundo de Participação dos Municípios FPM; CONSIDERANDO que o Cadastro Imobiliário Fiscal do Município de Mossoró/RN encontra-se bastante defasado, inclusive com a PLANTA GENÉRICA DE VALORES- PGV dos imóveis subdeclarada, fazendo-se necessária sua atualização pelo valor de MERCADO dos imóveis; CONSIDERANDO que segundo o art. 11, da Lei Federal Nº 101/2000, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do município, cabendo, também, ao Tribunal de Contas do Estado TCE/RN, a fiscalização da dinâmica real da arrecadação e do ingresso de RECEITAS PRÓPRIAS no Município de Mossoró/RN; CONSIDERANDO que o Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº 10.257/01) preconiza em seu art. 2º, Inciso VI, que a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; CONSIDERANDO que o Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº 10.257/01), para combater às especulações imobiliárias, também

prevê, em seus arts. 5º e 7º, a possibilidade do Município, mediante lei municipal, para área incluída no plano diretor, de determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação, em sendo descumprindo das condições e dos prazos previstos, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no 5 o do art. 5 o do Estatuto da Cidade, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, sendo o valor da alíquota a ser aplicado, a cada ano, fixado na lei específica municipal e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15 % (quinze por cento). Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, sendo vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva no tempo; CONSIDERANDO que pesquisa do INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA IPEA, Fundação Pública Federal, vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, cujas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros, identificou que, nos municípios, com população superior a 200 mil habitantes, a arrecadação de IPTU corresponde a uma média de 9,4% (nove vírgula quatro por cento) da receita corrente do município; CONSIDERANDO que a arrecadação de IPTU, no Município de Mossoró/RN, atualmente, representa menos de 1% (um por cento) da receita corrente do Município; CONSIDERANDO que a Portaria Ministerial Nº 511, de 07 de dezembro de 2009, oriunda do Ministério das Cidades, prevê todas as diretrizes para a instituição, criação e atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário CTM, nos municípios brasileiros;

CONSIDERANDO que o Cadastro Territorial Multifinalitário CTM, em consonância com as diretrizes nacionais, é um instrumento fundamental para o desenvolvimento de diferentes ações municipais, pois viabiliza a integração dos dados sociais, econômicos, jurídicos, físicos e ambientais da jurisdição, conformando a partir deles informações sistematizadas e padronizadas para a gestão completa das cidades, e o desenvolvimento sustentável, favorecendo a aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade (Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, solo criado, direito de superfície, usucapião especial urbana, uso da terra urbana,entre outros), bem como também permite o acompanhamento dos resultados dos programas sociais e das políticas públicas por meio da disponibilização de informações seguras e atualizadas, o que conduz a uma melhor participação social na gestão das cidades, objetivo da moderna administração pública; CONSIDERANDO que o Ministério das Cidades, através da Gerência do Programa Nacional de Capacitação das Cidades, possui Programa de Apoio aos Municípios em Tributação Imobiliária; CONSIDERANDO que para implementar o CTM é necessário, dentre outras medidas, georreferenciamento da cidade, com fotos aéreas e atualização da Planta Genérica de Valores à realidade de mercado; CONSIDERANDO que o Município de Mossoró/RN, poderá instituir e atualizar o CTM, através de recursos próprios ou linhas de financiamento de programas específicos do Governo Federal, através do Ministério das Cidades, com a interveniência da Caixa Econômica Federal -CEF, como o PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO E DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E GESTÃO DOS SETORES SOCIAIS BÁSICOS PMAT (recursos do BID) e o PROGRAMA NACIONAL DE MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FISCAL DOS MUNICÍPIOS PNAFM (recursos do BNDES); CONSIDERANDO que o Ministério das Cidades elaborou manual de apoio aos municípios, cujo título é: DIRETRIZES PARA A CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO E ATUALIZAÇÃO DO CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO NOS MUNICÍPIOS BARSILEIROS,

em formato impresso e digitalizado (www.cidades.gov.br/capacitacao- 1/publicações); Resolve, RECOMENDAR, à PREFEITA MUNICIPAL DE MOSSORÓ/RN, ao SECRETÁRIO DE TRIBUTAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN, à SECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ, ao SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAS DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN, ao SECRETÁRIO MUNICIPAL DA CIDADANIA DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN, ao SECRETÁRIO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E AMBIENTAL, ao GERENTE EXECUTIVO DO DESENVOLVIEMENTO URBANÍSTICO DE MOSSORÓ/RN e ao PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN, que no prazo máximo de 60(sessenta) dias: I Através de recursos próprios ou parceria com o Ministério das Cidades, com a interveniência da Caixa Econômica Federal - CEF, pelo PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO E DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E GESTÃO DOS SETORES SOCIAIS BÁSICOS PMAT (recursos do BID) e o PROGRAMA NACIONAL DE MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FISCAL DOS MUNICÍPIOS PNAFM (recursos do BNDES), DEFLAGREM a criação e instituição do CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO CTM, nos termos integrais da Portaria Nº 511/2009, do Ministério das Cidades e do manual de apoio: DIRETRIZES PARA A CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO E ATUALIZAÇÃO DO CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO NOS MUNICÍPIOS BARSILEIROS (www.cidades.gov.br/capacitacao-1/publicações), utilizando-se de georreferenciamento, com fotos aéreas e outros recursos necessários, precedido de processo licitatório para contratação de empresa especializada IDÔNEA, com experiência e capacidade técnica reconhecida (técnica e preço), sempre observando o NÃO direcionamento do processo licitatório (art.3º, inciso I da Lei Federal 8.666/93);

II - que atualizem a PLANTA GENÉRICA DE VALORES - PGV, de TODOS os imóveis de Mossoró/RN, pelo valor de Mercado, remetendo-se, posteriormente, projeto de lei à Câmara Municipal de Mossoró/RN para concretização da atualização; III que após a atualização real da PGV, atualizem também o Cadastro Imobiliário Fiscal, que deverá ser digitalizado e constantemente alimentado; IV que realizem a atualização da PGV, do Município de Mossoró/RN, a cada 04(quatro) anos, como preconiza estudo do Ministério das Cidades para os municípios com mais de 200 mil habitantes; V que no processo de georreferenciamento redefinam, legalmente e fisicamente, TODOS os imóveis rurais e urbanos; VI que instituam e alimentem, permanentemente, o SISTEMA DE CADASTRO E REGISTRO TERRITORIAL SICART, que é composto pelos cadastro dos Registros de Imóveis RI, acrescido do Cadastro Territorial Multifinalitário CTM; VII que instituam e alimentem, permanentemente, o SISTEMA DE INFORMAÇÕES TERRITORIAIS SIT, composto pelo SICART e outros cadastros temáticos (cadastro fiscal, logradouros, de edificações, ambiental, socioeconômico etc); VIII- que proporcionem a interligação e o cruzamento de dados, constantemente, de todos os cadastros territoriais municipais e temáticos; IX - que realize o lançamento do IPTU dos imóveis urbanos situados no Município, não cadastrados ou equivocadamente cadastrados como imóvel rural, relativos aos exercícios financeiros não prescritos; X que efetue o lançamento e regularização da cobrança do IPTU sobre todas as Propriedades Prediais e Territoriais Urbanas, com base no valor de mercado dos imóveis; XI que utilize a PGV, atualizada, para lançamento e cobrança de ITBI, desconsiderando o valor da transação, declarado em escritura pública ou em outro instrumento do negócio jurídico, que divirja da PGV; XII que dotem a Secretaria de Tributação Municipal e a Procuradoria

Judicial do Município com recursos humanos (servidores efetivos concursados) e material/tecnológico, suficientes para o cumprimento da presente Recomendação Ministerial e alimentação, permanente, do CTM e atualização da PGV, independentemente de futuras mudanças dos gestores municipais; XIII - que efetuem às atualizações legislativas municipais necessárias para cumprimento integral da presente Recomendação Ministerial, inclusive para criação dos institutos previstos no Estatuto da Cidade que ainda não tiverem sido implementados pelo Município de Mossoró/RN. Certo de poder contar com as Vossas colaborações, para melhor orientação e implementação das políticas públicas no Município de Mossoró/RN, bem como incrementação das receitas próprias do município e no combate à sonegação fiscal, como forma de justiça fiscal, confiante de que esta Recomendação será prontamente atendida no prazo estipulado, sob pena de serem tomadas as medidas cabíveis, renovamos aos Senhores protestos de estima e consideração. Publique-se a presente recomendação no Diário Oficial do Estado encaminhando-se cópias ao CAOP-PP e à PGJ/RN. Encaminhe-se, cópia da mesma ao Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte - TCE/RN, ao Procurador Geral do Ministério Público junto ao TCE/RN, ao Ministro das Cidades, à Gerência de Capacitação do Ministério das Cidades, ao Diretor de Desenvolvimento Institucional do Ministério das Cidades, à Gerência Nacional de Assistência Técnica da Caixa Econômica Federal CEF, ao Gerente Geral da Agência Central da Caixa Econômica Federal de Mossoró/RN, todos para fins de conhecimento. Registre-se e cumpra-se. Mossoró/RN, 18 de janeiro de 2011. JOSÉ HERCY PONTE DE ALENCAR 4º Promotor de Justiça