Conselho Nacional de Justiça Justiça a de Conciliação Exercícios cios de Comunicação Conciliatória: Comunicação Emotiva Conversas Difíceis Poder do Discurso Positivo ANDRÉ GOMMA DE AZEVEDO gtarb@unb.br
Quatro componentes da Comunicação emotiva: I. Observação II. Sentimentos III. interesses IV. Pedidos
Quatro componentes da Comunicação emotiva I. Observação Quais são as ações a que observamos que estão afetando nosso bem estar II. Sentimentos Como nos sentimos em relação ao que observamos III. Interesses - Quais são as necessidades, valores, desejos e interesses que estão criando ou afetando nossos sentimentos IV. Pedidos Quais são as ações a que pedimos para melhorar nossas vidas e retomar nosso bem estar
Duas partes da Comunicação emotiva I. Expressar francamente por meio dos quatro componentes II. Ouvir o outro com atenção por meio dos quatro componentes
A: Corrupto! Ladrão! B: O Sr. Está aborrecido porque gostaria que o governo usasse diferentemente seus recursos? A: É óbvio que estou aborrecido! Você acha que precisamos de mais promessas de políticos corruptos e ladrões? Nós N precisamos de casas, escolas, emprego e saúde!! B: Então você está aborrecido porque gostaria de apoio para suas condições de vida? A: Você tem idéia ia do que é viver aqui há h 20 anos nesse lugar? Você sabe o que a minha família tem passado?? B: Do que você descreve parece que está se sentindo chateado com a falta de mudanças as que precisavam ocorrer com urgência e que ainda podem ser realizadas. É isso mesmo?
Exemplo (continuação): A: Você quer entender? Me diga, você tem filhos?? Eles vão para a escola?? O meu filho está doente porque brinca perto de um esgoto!! B: Eu vejo, do que o senhor me descreveu que é doloroso educar seus filhos aqui. E que o que o senhor quer é o mesmo que qualquer pai quer para seus filhos: saúde, boa educação, oportunidade de diversão em ambiente seguro... A: É claro! O básico! b O que vocês chamam de direitos dos cidadãos! Vocês deveriam vir aqui e ver o que vocês chamam de direitos que estão escritos na constituição. B: Vocês gostariam de que mais pessoas conhecessem a situação desse local com essa conscientização houvesse efetivas mudanças. as....
Exercício 1: Dois participantes realizarão a leitura do diálogo Dividir os participantes em grupos Solicitar a análise do diálogo, verificando onde estão o quatro componentes da Comunicação Emotiva Cada grupo apresenta oralmente a sua análise Exercício 2: Solicitar ao mesmos grupos que relembrem e escolham uma conversa difícil que tiveram com alguém e que o desfecho não foi bom para os dois lados. Apresentar oralmente como foi a conversa original e como seria o desfecho e fosse usada a Comunicação Emotiva.
Premissas da Comunicação emotiva: Certas formas de comunicação nos tiram do nosso estado de compaixão pelo próximo Em um mundo de julgamentos muitos tem como principal preocupação a idéia ia de quem é o que Classificar, comparar e julgar outras pessoas promove e violência Pensamento meritocrático tico impede haja uma comunicação respeitosa entre pessoas Para uma comunicação eficiente é importante observar sem julgar (ou avaliar) Muitas pessoas consideram uma observação na qual há h julgamento ou avaliação como crítica. As ações a dos outros podem ser o estímulo mas não são a causa para nossos sentimentos
Exercício cio n. 3 Dois voluntários apresentaram o diálogo e logo após s os participantes identificarão onde estão as frases que contém avaliações ou observações: Maria, você está com raiva de mim sem motivo Claro que estou, João, você é não liga para mim, só s pensa no trabalho e nas farras com amigos. João, você é um homem trabalhador e um bom pai, mas nunca foi um bom marido, só s chega tarde da noite e ainda bêbado. Eu preciso de amor e atenção. Mas, Maria, porque você nunca me disse que precisava de atenção, eu achava que estava tudo bem, além m do mais eu a amo e considero você a mulher mais linda do mundo, ainda mais quando fica zangada. Pois é José,, eu gostaria que você ficasse mais em casa com nossos filhos que são tão carinhosos com você.
Exercício cio n. 4 Comunicação emotiva Transformar avaliação em observação: Você está com raiva de mim sem motivo: João é um bêbado: João trabalha demais: Nossos filhos são tão carinhosos: O marido não da amor e atenção à mulher: Maria reclamou que João estava bêbado:
Exercício cio n. 5 Identificar quais frases contém m expressão explícita de sentimentos: Sinto que você não me ama mais Estou com raiva de João Fico feliz quando você me dá d atenção Quando você diz isso eu me sinto incompreendido Fico feliz de saber que você gostou do presente Você é nojento
Assumir responsabilidade pelos nossos sentimentos Existem quatro opções de respostas para mensagens que consideramos negativas: I Assumir a culpa. II Culpar o outro. III Examinar ou analisar nossos sentimentos e interesses. IV - Examinar ou analisar os sentimentos e necessidades da pessoa que nos transmitiu tal mensagem.
Ligar sentimentos com interesses Exemplos: A. Fiquei chateada quando você chegou em casa tarde da noite e ainda bêbado. B. Fiquei chateada quando você chegou em casa tarde da noite e ainda bêbado, pois gostaria que você me desse mais atenção e ficasse em casa com nossos filhos que são tão carinhosos contigo e sentem muito a sua ausência.
Exercício cio n. 6 Identificar quais são os interesses em questão: Fico com raiva quando você chega em casa tarde da noite e bêbado. Estou triste pois você não liga mais para mim, pois gostaria de mais atenção e amor Você só s pensa no trabalho e nas farras com os amigos. Fico irritada quando você não dá d atenção a mim e aos seus filhos. Não entendo porque você insiste em estudar só s a partir das 4 horas da tarde, a sua prova final não é daqui a 5 dias? Menino não ouse dar as costas para sua mãe! Eu estou falando com você!
Exercício cio n. 7 Ligar os interesses às s frases abaixo colocando-as as em linguagem neutra: Fico irritadíssima quando você chega em casa tarde da noite e ainda por cima bêbado Estou triste pois sinto que me esforçando para preservar nosso casamento e as suas palavras me soam como insultos Você acha que preparei o jantar por duas horas para ver você chegar a meia noite dizendo que já j jantou com amigos?? Fico assustada quando você eleva o tom de voz dessa forma com as crianças. as. Não entendo porque você insiste trabalhar tanto, já j que seu chefe não lhe dá d o devido valor? José não ouse dar as costas para sua mim! Eu estou falando com você!
A apresentação dos interesses A comunicação de um interesse ( pedido) não pode soar como uma obrigação Pedido deve ser feito em uma linguagem clara, positiva, de ação a concreta revelando claramente o interesse. Linguagem vaga (falar por falar) causa falha de comunicação Quando simplesmente expressamos nossos sentimentos, muitas vezes não fica claro para quem escuta, quais são nossos verdadeiros interesses. Muitas vezes não temos plena consciência do que estamos pedindo. Deve se agradecer quando o ouvinte busca compreender nossos interesses e atender nossos pedidos
A apresentação dos interesses Para ter certeza que a sua mensagem está sendo compreendida pode- se pedir que o ouvinte repita o que foi pedido. Caso o ouvinte não queira repetir o que foi pedido, pode-se aplicar o processo de comunicação emotiva para entender tal recusa. Depois de expressar nossos interesses, devemos verificar: i) o que q o ouvinte está sentindo; ii) o que ele está pensando; iii) se ele estaria disposto a realizar determinada ação. a Pedidos não podem ser entendidos como obrigações. O pedido difere da obrigação pela resposta do ouvinte se este ou aquele não é atendido. Quando a obrigação não é atendida há h atribuição de culpa e julgamento. No pedido há h a continuidade de comunicação respeitosa entre os indivíduos. duos.
Exercício cio n. 8 Identificar em quais das frases os pedidos estão apresentados de forma apropriada (ações específicas): Eu quero que você me entenda. O que foi que eu fiz para que você ficasse tão feliz? Gostaria que você tivesse mais auto-confian confiança. a. Quero que você pare de beber. Gostaria de te conhecer melhor. Seria ótimo se você chegasse cedo com mais freqüência. Gostaria que você dirigisse na velocidade permitida ou abaixo pois estou com o número n máximo m de pontos na carteira.
Exercício cio n. 9 Independente do que é dito pela parte, devemos ouvir o que ela está a) observando, b) sentindo, c) precisando e d) pedindo: Marido para a mulher: Não vale a pena conversar com você. Você nunca me ouve só reclama! Mulher: Marido para enfermeira: Esta médica m é horrível. Enfermeira: Aluno para instrutor depois de 30 minutos de curso de negociação: Você é o professor mais convencido que eu conheço!!! o!!! Instrutor:
Exercício cio n. 10 Exercício cio de empatia: E.g. A: Você não é Deus!!! B: Você está aborrecido porque gostaria que eu admitisse que há h outras formas de interpretar essa questão? A: José,, você é um bêbado! A: Estou furiosa com meu marido. Ele nunca está aqui quando preciso! A: Estou tão nervosa planejando nossa viagem. E meu marido não está ajudando nada!! A: Estou desapontando com sua com você, Maria. Trabalho até tarde para melhorar a nossa vida e quando chego em casa só s ouço reclamações! A: Meu marido chega em casa na hora do almoço o trazendo um amigo
Passos para se expressar quando estiver aborrecido 1. Parar e ouvir as emoções antes de reagir 2. Identificar se há h pensamentos que avaliam ou julgam 3. Identificar quais são nossos interesses 4. Expressar nossos sentimentos, interesses e necessidades
Passos para se expressar quando agradecido 1. Registrar o que foi feito, 2. Registrar quais os sentimentos após s tal açãoa 3. Registrar qual necessidade foi atendida com tal ação. a E.g. Fiquei muito feliz quando ouvi que você foi conversa com a Roberta pois não estava conseguindo mem comunicar com ela há h algum tempo e creio que ela entenderá melhor essa situação se ouvir de uma outra pessoa.
Exercício cio n. 11 Exercício cio de comunicação quando aborrecido: Separem-se em pares. 1. Lembre se de uma situação que o aborreceu e no qual não houve uma comunicação eficiente. Comente com o parceiro como poderia ter sido feita tal comunicação. 2. Por sua vez, o parceiro deverá adotar a técnica t de comunicação emotiva e identificar: i) o que seu parceiro está sentindo; ii) quais são as necessidades/interesses dele(a). 3. Troquem de papeis
Exercício cio n. 12 Exercício cio de comunicação de gratidão: Separem-se em pares. 1. Lembrem se de uma situação que o(a) agradou. Comente com o parceiro como poderia ter sido feito tal agradecimento. 2. Troquem de papeis
Conversas difíceis Conversas difíceis são definidas como aquelas em que não há entendimento fácil. f Assim, tanto enfrentar como evitar são prejudiciais para as partes. Uma conversa difícil envolve três diálogos: i) Observação do que ocorreu (sem avaliação, culpa ou análise de intenções) ii) iii) Registro de quais são os sentimentos gerados pelo ato (sem julgar, atribuir ou culpar pelo sentimento há a distinção entre o estímulo e a culpa decorrente do ato) Indicação da relação de identidade (pergunta-se o que está em questão e quais são as características
Conversas difíceis rocedimento sugerido por alguns escritores como: Ston Patton, Heen e Rosenberg: rimeiro Passo. Separe o que aconteceu: De onde vem a sua história (informações, experiênci passadas, regras)? E a deles? Qual o impacto que esta situação exerceu sobre voc Qual pode ter sido a intenção do outro? Com o que cada um contribuiu para o problema?. Compreenda as emoções Explore sua impressão emocional e a série s de emoçõ que você vivencia. Estabeleça a sua identidade
Conversas difíceis Continuação.. Segundo Passo Propósitos: Decisão: O que se deseja concluir se tiver esta conversa Modifique a sua postura para apoiar o aprendizado, a partilha e a resolução das questões. Qual é o melhor caminho para abordar a questão e alcançar ar seu propósito? A questão está realmente dentro do seu Dialogo de Identidade? Esta questão pode ser afetada alterando suas contribuições? Se a questão não for levantada, o que mais pode ser feito para atender suas necessidades e preservar seu senso
Conversas difíceis Continuação.. Terceiro Passo 1. Descreva a questão (ou o problema) como a diferença entre suas histórias ou perspectivas. Inclua os doi pontos de vista como uma parte legítima da discussão 2. Compartilhe seus propósitos 3. Convide o outro a se juntar como parceiros para esclarecerem a situação juntos
Conversas difíceis Continuação.. Quarto Passo Escute para compreender a perspectiva deles sobre o que ocorreu. Faça a perguntas. Reconheça a os sentimento por trás s dos argumentos e acusações. Repita com sua palavras o que foi dito para confirmar compreensão do discurso. Busque esclarecer como foi que ambos chegaram a esse ponto. Compartilhe seus próprios prios pontos de vista, sua experiências passadas, intenções e sentimentos. Ordene a comunicação para direcioná-la a determinado propósito. Da verdade para a percepção, da culpa para a contribuição, das acusações para o sentimento...
Conversas difíceis Continuação: Quinto Passo Crie opções que estejam de acordo com a preocupações e interesses mais importantes de ambos. Procure por padrão do que deveria ocorrer. Tenha em mente os padrões de zelo para ambos. Conversem sobre como manter a comunicação aberta à medida que se desenvolve o diálogo.
O não afirmativo Procedimento sugerido por Ury: Sim Apresentar as intenções, interesses e necessidades Não Apresentar a razão do não de forma que defenda os interesses e necessidades Sim Negociar uma forma de atender a todos os interesses e necessidades
Bibliografia GOTTMAN, John M. Relacionamentos,, Ed. Objetiva, 2003. ROSENBERG, Marshall.. Comunicação nao-violenta técnica para aprimorar relacionamentos pessoais.. Ed. Agora, 2006. URY, William. The Power of a Positive No: How to say No and still get to Yes.. Ed. Bantham,, 2007. STONE, Douglas, PATTON, Bruce e HEEN, Sheila. Conversa Difíceis ceis.. Ed. Campus, 1999. FISHER, Roger, URY, William, e PATTON, Bruce.. Como chegar ao Sim: a negociação de acordos sem concessões Ed. Imago, 2005.