A Dependência em MMO



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André Victor Figueiredo 0970867 Cristiano Farias Figueiredo 0975095 Felipe Martins Peixoto 0970972 Rodrigo Lourenço da Silva 0974986 Roberto Cezar O. Alves 0974951 A Dependência em MMO

Sumário A Dependência em MMO... 1 Introdução... 3 Pesquisa e definições do que é MMO... 4 A dependência... 5 Estudo de caso... 5 Introdução do caso... 6 Primeira entrevista 12/06/12... 6 Considerações finais Primeira entrevista.... 9 Entrevista: 22/06/2012... 11 Considerações Finais... 13 Referências:... 14 Apresentação em Anexo:... 14 Referência de figuras Figura 1... 6 Figura 2... 10 Figura 3... 11

Introdução O que a cerca de quinze anos era algo composto por simples sprites 2D, muitas vezes sem história e desenvolvido por pequena equipe, os jogos eletrônicos de hoje estão muito diferentes. Produções com duração de anos e com centenas ou até milhares de pessoas envolvidas, hoje os jogos estão em um patamar onde eles estão muito próximos de simular realidade, como nos mais recentes jogos de esportes, guerras ou lutas. Com o advento da internet, os jogos também passaram ter acesso à rede de dados, desta forma possibilitando aos jogadores interagirem entre si. Porém, foi percebido que em certas situações, algumas pessoas se tornam dependentes deste tipo de interação, jogando estes jogos online ao ponto de virar um vício. Devido a estas situações de dependência e também por grande familiaridade dos integrantes do grupo, decidimos por expor e falar sobre este assunto. Com este trabalho, iremos falar sobre jogos Online conhecidos como jogos MMO (Massive Multiplayer Online) e a partir do estudo de um caso singular, temos como objetivo falar sobre dependência causada por esse tipo de jogo e as suas consequências.

Pesquisa e definições do que é MMO Jogos MMO (Massive Multiplayer Online, em português Online Multijogador em Massa) se tratam do tipo de jogo capaz de suportar centenas ou milhares de jogadores simultâneos. Por necessidade, eles são jogados pela a internet. MMOs permitem aos jogadores competirem ou cooperarem um com os outros, desse modo, induzindo a interação entre os mesmos. Esta interação é feita por comunicação via texto e/ou voz. Neste trabalho iremos focar no MMO do tipo RPG (Role Playing Game, em português Jogo de Interpretação de Personagens), conhecido como MMORPG, que se trata do jogo MMO no qual o jogador assume o papel de um personagem geralmente mágico e com poderes extra-humanos. Os MMORPGs têm como objetivo criar um mundo virtual, com habitantes, história, regiões, moeda e criaturas próprias, para que assim os jogadores criem personagens deste mundo e interajam com ele. De uma forma geral, esses jogos em algum ponto obrigam o jogador a cooperar com outros jogadores, para que os mesmos possam progredir dentro do game. Para facilitar e deixar de uma forma mais organizada esta união entre os jogadores, o jogo da à possibilidade dos jogadores se organizarem dentro de grupos chamados guildas. Jogadores que fazem parte de uma mesma guilda tem uma facilidade maior para se comunicarem e podem compartilhar coisas dentro do jogo que jogadores que não são da mesma guilda podem. Não existe uma regra para se criar uma guilda, pode ser uma simples guilda formada por alguns amigos, como também uma guilda com centenas de jogadores e organizada de uma forma hierárquica. Geralmente as guildas mais bem organizadas são as quais que conseguem progredir mais dentro do game, e por consequência, tem um destaque e status maior.

A dependência Para que o jogador possa fazer parte dos melhores grupos e então progredir ainda mais no game, o mesmo precisa se dedicar muito e gastar um tempo excessivo no progresso do seu próprio personagem. Basicamente, quanto mais tempo for gasto no desenvolvimento do personagem, melhor ele se será. E quanto melhor for o personagem, um maior destaque e status ele terá, desse modo, sendo convidado para fazer parte dos melhores grupos dentro do jogo. Estes grupos por sua vez, irão requerer uma grande dedicação e comprometimento do jogador, fazendo-o jogar e ficar cada vez mais preso ao game. Outro fator que condiciona o jogador, é que apesar de basicamente o objetivo do jogo é de se tornar mais forte e enfrentar os desafios colocados pela a produtora do game, alguns jogadores utilizam-se de outros recursos também presentes no jogo para relaxar e distrair-se, como pescar, caçar, trabalhar, explorar e até sair para beber com amigos, ou seja, de certa forma, imitando a vida real e induzindo o usuário jogar ainda mais. E a principal razão para o jogador ficar mais dependente do jogo, são os vínculos criados com os outros jogadores. De uma forma geral, os jogadores deste tipo de game possuem características e hábitos parecidos, e com o convívio dentro do game, fortes amizades ou até relacionamentos amorosos podem se desenrolar. Com a dependência, o jogador acaba dando prioridade para o game sobre as suas responsabilidades como estudos ou trabalho. Se já tiver dificuldades de relacionamento com outras pessoas, a tendência é que o mesmo corte relações com os amigos do mundo real e priorize os amigos de sua vida virtual. Obviamente esta dependência não é uma regra e não acontece com todos os jogadores, mas é um risco que todos correm ao jogar este tipo de jogo. Estes melhores grupos acabam se tornando uma espécie de empresa virtual, fazendo com que o jogador crie um vínculo de funcionário e chefe o forçando a cumprir compromissos muitas vezes com pontualidade literalmente vestindo a bandeira destes grupos. Estudo de caso Estudo de caso são expressões sinônimas que designam um método da abordagem de investigação em ciências sociais simples ou aplicadas. Consiste na utilização de um ou mais métodos qualitativos de recolha de informação e não segue uma linha rígida de investigação. Caracteriza-se por descrever um evento ou caso de uma forma longitudinal. O caso consiste geralmente no estudo aprofundado de uma unidade individual, tal como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural, etc. Quanto ao tipo de casos estudo, estes podem ser exploratórios, descritivos, ou explanatórios. Para avaliarmos o impacto que MMO pode causar nas relações interpessoais e intrapessoal da pessoa selecionamos um caso e entrevistamos uma pessoa que estava dentro deste caso até conseguirmos determinadas informações.

Introdução do caso Selecionamos Beatriz por ser uma ex-jogadora de um MMORPG chamado MU Online Global, jogo que oferece completa experiência de MMO s cumprindo aos seguintes pré-requisitos: Interação Social dentro do jogo; Mapa aberto para o jogador explorar; Possibilidade de evolução dentro do jogo; Possibilidade de se criar grupos; Grande variedade cultural entre jogadores; Primeira entrevista 12/06/12 Essa entrevista teve como objetivo levantar algumas questões de relacionamento familiar, como ela interessou por MMO, assim conhecendo melhor a Beatriz e até mesmo obter algumas conclusões. Na figura abaixo é possível ver uma representação gráfica da expectativa de assuntos e resultados dessa entrevista: Figura 1 Cristiano: Com qual idade você começou a jogar jogos online? Beatriz: 13 anos de idade. Cristiano: Qual jogo? Beatriz: Mu online, um MMORPG. Cristiano: Mas antes de você começar a jogar jogos online já jogava algum outro tipo de jogo eletrônico? Beatriz: Jogava Videogame, jogos de luta, ação, corrida, plataforma e etc.. Cristiano: O que te levou a jogar jogos em vídeo game off-line?

Beatriz: Ah.. Falta de algo mais atrativo pra fazer. Cristiano: Entendo Beatriz: Não ficava na rua com amigos não. Cristiano: Então posso dizer que foi um tipo de passatempo ou existia algum tipo de restrição? Beatriz: Ambos os fatores restrição e falta de vontade, meus pais não gostavam que eu ficasse na rua. Cristiano: Qual fator fez você querer parar de jogar vídeo game para ir a jogos online? Beatriz: influência do meu irmão que trouxe o mu pra casa que começou a jogar e incentivar eu e meu pai a participar também. Eu o vi jogando, achei legal e comecei também. O fato de poder jogar e conversar com outras pessoas.. Me seduziu. Cristiano: Se não me engano mu online oferecia a possibilidade de escolher tipos de personagens e qual caminho você iria seguir, qual categoria você escolheu e por quê? Beatriz: Tinham três classes na época, duas delas eram representadas por "bonecos" do sexo masculino (risos) a única classe representada pelo sexo feminino era de Elfos, então criei uma Elfa para mim. Cristiano: Como era sua vida social no período em que jogava MU Online, amigas na escola, era popular? Praticava esportes?? Beatriz: Não tinha vida social, ia pra escola, voltava da escola e então mergulhava no jogo, mas praticava handebol e futebol na escola mesmo... Para os jogos interescolares. Cristiano: Mas antes de jogar MMO era diferente? Beatriz: sim antes eu tinha mais contato com meus amigos da vida real (risos). Depois q comecei a jogar eu poderia ser chamada nitidamente de uma viciada, eu deixava de sair de casa só pra ficar jogando, deixava o computador ligado a noite com a elfa evoluindo e acordava diversas vezes durante a noite pra ver se ela estava bem. Cristiano: Você comentou o fato de estabelecer uma interação social com outras pessoas enquanto jogava foi um dos grandes atrativos, isso de se preocupar em ficar mais forte tinha alguma influência com um meio social virtual? Beatriz: Com certeza! Ali no jogo online era sempre uma disputa às vezes você estava tranquila até que de repente chegava alguém para te perturbar ou até mesmo matar você, ou seja, os mais fortes se davam melhor e isso com certeza servia de estímulo pra sempre evoluir, evoluir e evoluir para poder de certa forma se defender e atacar quando estivesse afim de zoar. (risos) Nessas ultimas perguntas foi possível notar que a entrevistada criou um determinado desapego pelo os amigos, parentes e etc., focando somente em diversão dentro do jogo. Cristiano: Você observou se mais alguém além de você nas pessoas que conhecia pessoalmente (colegas de classe, amigas e etc.) jogavam algo parecido? Beatriz: Nenhuma das minhas amigas jogava jogos do tipo só eu mesmo Cristiano: entendo... E isso colaborou com algum tipo de afastamento social partindo delas? Beatriz: De certa forma sim... Porque deixava de fazer coisas com elas pra poder jogar.

Cristiano: A parte de falar com pessoas dentro do jogo e etc.. Colaborou com a criação de novas amizades? Grande quantidade de novos amigos? Beatriz: amizades online? - Sim. Beatriz: sim eu conversava com varias pessoas no jogo. Cristiano: Você chegou ao ponto de criar algum vínculo maior com algumas dessas amizades virtuais? Beatriz: sim, sim, algumas vezes senti certa atração por algumas pessoas (risos), mas namorado virtual eu só tive um. Cristiano: Então, mas como foi isso de namorado virtual? O que levou você a namorar com alguém que conhecia no jogo? Seria status dentro do jogo? Conheciam-se a muito tempo? Beatriz: (risos) não, não teve nada a ver com status no jogo eu apenas o conheci e mantivemos uma amizade normal por um ano e ao longo desse ano eu fui sendo "seduzida (risos) foi então que namoramos virtualmente por um ano.. E depois o namoro passou a ser real também.. (essa fase real durou um ano também) (risos) a gente se via nos feriados (risos) eu ia até a cidade dele e ele vinha até a minha e assim era.. Cristiano: Legal, legal, isso de levar o namoro para a vida real essa mudança de ao invés de ver um avatar virtual, você conversar com alguém de carne e osso na sua frente foi difícil necessitou alguma adaptação por parte de algum dos dois? Beatriz: (risos) não, não, tive dúvida senti um pouco de insegurança na época.. Estava com medo de que ele não gostasse de mim pessoalmente, mas quando o vi pela primeira vez foi tudo muito bem. A principio você fica com vergonha, mas depois de conversar um pouco, você acaba percebendo que é aquela mesma pessoa com quem conversou tempos e tempos e tempos. Cristiano: Por vocês se conhecerem somente virtualmente é um sinal de que ambos moravam longe um do outro? Se isso é verdade como foi isso de namoro a distância? Qual foi a aceitação dos seus pais ao descobrirem isso? Beatriz: meu pai não foi contra, afinal de contas jogava o mesmo jogo e ele era super próximo do meu namorado então eles tinham uma boa relação e minha mãe também não foi contra.. o namoro a distância foi bem tranquilo, acho que nós dois éramos fiéis, porém ele era um pouco ciumento além do suportável para mim.. e com o tempo a relação foi se desgastando, passei no vestibular notei que precisava me dedicar a faculdade e que não iria ficar me estressando com ataques de ciúme foi então quando eu dei um basta. Cristiano: Isso de ciúmes eram relacionados a interações no jogo? Interações reais? Alguma coisa que acontecia no jogo realmente ree ue influenciava no seu humor ou relação? Beatriz: (...) sim.. interações no jogo e na vida real também (risos), mas ele tinha ciúmes de amigos no jogo. Considerações Nestes trechos da entrevista foi possível confirmar que isso de jogo online criou relações intensas com amigos virtuais chegando ao ponto de se criar um namoro. Outro ponto que devemos enfatizar foi a facilidade de transferir o namoro até então virtual para o real.

Cristiano: O que especificamente fez você parar de jogar o jogo mu online? Beatriz: Quando hackearam a minha conta de acesso ao jogo(risos)mas isso não foi uma vez somente(risos), perdia e recomeçava, perdia e recomeçava, não recordo se foram dois ou três vezes, mas eu considero quase impossível uma pessoa parar se não for desse modo(...)muito complicado isso de vicio (...). Cristiano: O que você acha que o mu agregou de bom para sua vida?? Beatriz: (...)nada?! (risos) Na verdade o que eu aprendi é que esses jogos são uma perda de tempo (risos) e são viciantes(risos) e q eu não quero me viciar nunca mais.. e fico triste quando vejo pessoas viciadas ainda (tipo meu pai) porque estão deixando de viver o principal... q eh a vida real mas com relação as amizades.. acho realmente q tem grande chance de você encontrar alguém bacana.. Cristiano: Então você poderia afirmar que é plenamente possível um individuo possuir uma segunda vida sendo ela virtual? Beatriz: Sim, um indivíduo pode sim possuir uma segunda vida(risos), viciados dão mais importância a essa segunda vida(risos) do que a real o que realmente me estressa muito hoje. Cristiano: Você chegou ao ponto de se arrepender de ter jogado mu? Beatriz: Sim de ter jogado tanto tempo(...)sim talvez se eu tivesse jogado apenas alguns meses eu não me arrependesse, mas foi muito tempo jogado fora. Cristiano: Com quantos anos você parou mesmo? Beatriz: Parei no segundo ou terceiro ano da faculdade agora não lembro ao certo 18 ou 19 anos. Cristiano: Então pode-se concluir que esse período refletiu em alguns pontos em sua personalidade hoje? Beatriz: acredito que sim.. Cristiano: Mas não chegou a comprometer sua formação nem nada né? Beatriz: não não... graças a deus eu poderia ser alguém bem mais culta hoje com certeza se tivesse aproveitado esse tempo para ler bons livros.. e etc. Mas foi por muito pouco que estou onde estou. Cristiano: Mas e como era isso de família jogando? seu pai era super tranquilo? Te ajudava ou cobrava algo dentro do jogo? Beatriz: Era tranquilo.. não cobrava nada, mas me incentivava a evoluir e evoluir(risos)meu pai era tão viciado quanto eu e meu irmão, mas com o tempo ele foi se destacando.. e permanece até hoje um eterno viciado em jogos online. Considerações finais Primeira entrevista. No fim desta primeira entrevista foi possível perceber algumas características importantes da Beatriz, desde dificuldades com relacionamento social que pode ter

sido causado pelo o jogo, família ou outros fatores que podem ser considerados importantes para se abordar em entrevistas futuras. Foi possível notar que a proposta do jogo também era um grande incentivo para o jogador ficar cada vez mais forte para se tornar mais visado dentro daquele ambiente virtual, podendo ser comparado com uma pessoa popular em um meio social criando frustrações por não alcançar esse status. Porém outro ponto muito interessante foi o caso de criar-se determinados vínculos com outras pessoas que jogavam o mesmo jogo. Mesmo Beatriz tendo praticado alguns esportes durante o ensino médio ela criou apenas uma relação superficial com seus colegas de classe e time os trocando pelo os amigos que conviviam com ela dentro do jogo. Alguma relação que Beatriz estabeleceu dentro do jogo resultou em um namoro virtual que por fim se transformou em um namoro a distância sem muitas dificuldades de adaptação, algo muito interessante, pois é possível comprovar que de fato a Beatriz e o seu namorado não alteravam tanto seu comportamento dentro do jogo comparando com o que fariam na vida real. Apesar de tantos fatores que poderiam e geraram dependência da Beatriz a vida acadêmica não foi prejudicada de modo que conseguiu concluir o ensino médio e formou- se em odontologia sem grandes problemas, sendo possível que o maior impacto foi na parte social. Por fim ainda sobraram algumas questões que devem ser melhores aprofundadas sobre o relacionamento dela com a família, principalmente com o pai, e seus colegas e como ela se sentia quando jogava MMO. Abaixo uma interpretação gráfica de pontos úteis que podem ser utilizados para uma conclusão: Figura 2

Entrevista: 22/06/2012 Alguns pontos faltaram ser esclarecidos para que seja possível criar uma conclusão concreta, portanto houve a necessidade de uma segunda entrevista, logo abaixo segue uma interpretação gráfica da expectativa da segunda entrevista: Figura 3 Cristiano: Como eram as coisas na sua infância? Ex: relação familiar e etc.? Beatriz: Meus pais foram bastante presentes durante minha infância.. (digo bastante não porque foi muito [...] mas foi o máximo q o trabalho deles permitia). Cristiano Farias: Mas não chegava ao ponto de você sentir ausência nem nada? Beatriz: Não.. eu era feliz e não sabia (risos). Mais tarde eu passei a sentir falta do meu pai que já não acompanhava muito os meus projetos Cristiano: Esse mais tarde ainda foi antes de jogar mmo e etc.?

Beatriz: Foi um pouco antes eu acho que iniciou quando ele começou a ir mais a bares, jogar sinuca etc... Mas quando ele começou com os jogos online ele piorou 100% aí sim que minha mãe se consagrou como minha parceira de verdade, pois era ela quem mais me acompanhava mesmo enquanto meu pai ficava lá vivendo seu mundinho virtual. Cristiano: Então você percebeu que seu pai trocou outro lazer que talvez não fosse muito bom por jogar? Beatriz: Exato... e minha mãe reclamava sobre ele ficar muito no PC e ele dizia que iria sair para bares então (risos) Cristiano: Mas isso de seu pai ter trocado bar por MMO o que você achou? Melhor do que bar? Ou alguma outra alternativa? Beatriz: Os dois são uma droga! Ainda se ele ficasse no jogo, por exemplo, apenas o tempo que costumava ficar no bar, OK... Mas ele fica mais tempo do que ficava no bar, porém eu considero o bar mais deprimente, enfim os dois são um lixo ele devia estar lendo jornal aprendendo algum outro idioma adquirindo cultura de verdade não acho que ele devia se isolar dos amigos, mas promover encontros mais saudáveis pequenos churrascos em família e tal chamar pra beber em casa algo mais requintado. Cristiano: Mas o comportamento dele quando começou a jogar MMO? Beatriz: Mudou ele ficou chato demais passou a dar mais importância aos amigos dele a evolução dos personagens à falar com os próprios filhos. Enquanto eu jogava também, ainda conseguia ter contato com ele, mas depois que parei já era. Cristiano: Nossa! que complicado! E o seu irmão, também joga? Beatriz: Sim, ele era igual ao meu pai, mas depois que a faculdade começou a ficar mais pesada, estágios e trabalho de fato, ele não conseguiu mais ter tempo para jogar - não daquela forma - e ele também ficou um tempo sem internet.. o que ajudou a desviciar Cristiano: Mas ele teve algum problema para se relacionar com outras pessoas? Beatriz: Enquanto jogava não tinha vida social. Depois q largou o vicio, ele virou outra pessoa! Bem mais animado, sai se diverte com amigos... Aproveita a vida! Cristiano: Aquilo de na sua infância ser mais legal de brincar com primas e tudo mais, mudou quando você jogou MMO? Ou já tinha mudado antes? Beatriz: Mudou com os jogos foi quando comecei a "trocar" meus amigos reais pelos virtuais e isso também porque eu não conseguia acompanhar os amigos reais em alguns eventos.. visto que meu pai era muito rígido comigo.. não me deixava sair a noite. Sem falar que na adolescência eu passei a ser bem mais envergonhada e não me sentia muito bem em locais com muitas pessoas... a internet caiu muito bem nesse aspecto, já que dá pra se esconder atrás de um "avatar" se você quiser ou se sentir ameaçado. Cristiano: E os seus amigos que foram "trocados " tentaram algum contato com você ainda e etc.? Beatriz: Sim, tentaram... Mas depois cansaram e fui abandonada. Não tenho quase contato com amigos da escola, do ensino médio, se marcar até mesmo com os da faculdade (mas aí acho q já há outros aspectos envolvidos... visto q foi lá pelo 3 ano que eu parei de jogar). Digo, aspectos não de jogos, mas de fato de uma vida online através de msn, facebook vivendo uma vida virtual... mas sem jogos... (risos)

Cristiano: E enquanto você jogava e tal como o ambiente do jogo te parecia? As outras pessoas pareciam agir de maneira parecida com a sua pelo menos dentro do jogo? Beatriz: Sim, sim... Cristiano: Você chegou a ver algo absurdo para até mesmo você, jogadora de MMO? Beatriz: Na época eu achava tudo normal (risos) Cristiano: E hoje? Beatriz: Mas hoje em dia vejo q tinha muita gente que passavam horas e horas jogando que não faziam quase nada fora do PC só ficava nos jogos manhã, tarde, noite, madrugada... O que eu acho mais triste é ver viciados falando que estão evoluindo bastante, adquirindo muitas coisas no jogo. Falam como se fosse a melhor coisa que pudesse ter acontecido e, claro, perdendo horas, dias, meses e anos nisso; Algo q não é nada concreto. Cristiano: Você ficou tímida por causa do jogo? Beatriz: Não.. acho que eu desenvolvi com o tempo.. mas acho q veio junto com a adolescência mesmo. Cristiano: Entendo mas porque isso? você acha que existe uma pequena chance de se apegar isso de novo? Beatriz: Não, porque eu tenho raiva do que os jogos fazem com as pessoas virem viciados. Cristiano: Nenhum tipo de jogo então? Beatriz: Então, talvez algo que não envolva evolução de fato entende? Algo mais tranquilo, que gaste menos tempo.. Cristiano: Muito obrigado pela sua atenção! Beatriz: Sinta-se a vontade. Considerações Finais Com o caso de Beatriz podemos observar o tipo de dano que o MMORPG pode causar e, ao mesmo tempo, como ele pode preencher um espaço na vida dos adolescentes. Devido aos estímulos frequentemente propostos pelos jogos muitos adolescentes acabam se viciando neles. Para muitos as conquistas dos obtidas nos MMOs são as únicas conquistas que eles sentem que podem alcançar, isto ocorre devido à insegurança inerente da adolescência. Assim como podemos observar, passada essa fase de insegurança a procura por este tipo de jogo é menor. Porém há alguns adultos que utilizam o jogo como um porto seguro, como um lugar onde tudo é perfeito e controlável. Não há problema em jogar MMO na vida adulta, desde que consiga colocar em prática um esquema de Gerenciamento de Tempo que encaixe o jogo junto com outros compromissos da vida, como trabalho e família. Campos que acabaram ficando negligenciados no caso de Beatriz, afinal seu pai deixou de dar atenção para ela por ficar muito tempo online. De maneira geral, Beatriz foi afetada pelo MMO. Seu pai até os dias atuais é viciado neste tipo de jogo e não dá a devida atenção para a família, o que pode ter prejudicado o desenvolvimento em algumas habilidades sociais de Beatriz, afinal além da falta do estímulo à socialização ela também não teve muitos exemplos a serem seguidos, além de não poder desenvolver essa habilidade com seus amigos de infância e familiares, pois o pai não permitia algumas socializações.

Mas da mesma maneira que a vida dela (e a do irmão) foi afetada, vemos também que o MMO não é um caminho sem volta, afinal ela agora leva uma vida normal, indo às festas e trabalhando naturalmente. Ela recuperou as habilidades sociais, mas infelizmente o tempo não volta. Ela usou sua adolescência com os amigos virtuais e se arrepende muito disso. Ela não recomenda que qualquer pessoa jogue MMO justamente pelo efeito de este tipo de jogo prender o usuário. Referências: http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2007_05/a2007_v20_n05_art10.pdf http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/homem-morre-apos-jogar-diablo-3- por-varios-dias-seguidos-20120526.html http://www.baixakijogos.com.br/noticias/24077-ainda-nao-sabe-o-que-e-diablo-iii-horade-aprender-video Apresentação em Anexo: http://bp1.blogger.com/_ro4cckltthy/r9ivf5vaipi/aaaaaaaabi8/pr4am_afvyy/s400 /b0852-2+-+pac+man+game.gif http://www.g1download.com/wpcontent/uploads/2012/04/callofduty4modernwarfare.jpg http://newtonrocha.files.wordpress.com/2009/07/hero s_bane_cover_by_thaldir.jpg http://wowcataclysmhowto.com/wpcontent/uploads/2011/07/world_of_warcraft_map.jpg http://www.r7.com/data/files/2c92/94a3/2691/9caf/0126/a1d0/cc13/1860/game.jpg