CICLO DE KREBS. Bianca Zingales IQ-USP

Documentos relacionados
Ciclo de Krebs ou Ciclo do ácido cítrico. Prof. Liza Felicori

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICÓLISE AERÓBICA. Ciclo de Krebs e Fosforilação Oxidativa. Profa.

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich

12/11/2015. Disciplina: Bioquímica Prof. Dr. Vagne Oliveira

MAPA II POLISSACARÍDIOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS GLICOSE AMINOÁCIDOS ÁCIDOS GRAXOS. Leu Ile Lys Phe. Gly Ala Ser Cys. Fosfoenolpiruvato (3) Piruvato (3)

Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos

26/05/2017. Destinos do Piruvato na Célula. Respiração Celular X Combustão. Respiração Celular

Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Oxidação de Carboidratos. Obtenção de energia por oxidação 19/08/2014

Respiração Celular. Ciclo de Krebs Ciclo do ácido Tricarboxílico Ciclo do ácido Cítrico. Prof. Ana Paula Jacobus

BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS. Bianca Zingales IQ-USP

Aula de Bioquímica II SQM Ciclo do Ácido Cítrico

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos

1. Produção de Acetil-CoA. 2. Oxidação de Acetil-CoA. 3. Transferência de elétrons e fosforilação oxidativa

Aula de Bioquímica II. Ciclo do Ácido Cítrico

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich

Corpos cetônicos. Quais são? A partir de qual composto se formam? Como se formam? Quando se formam? Efeitos de corpos cetônicos elevados?

Membrana interna. Cristas. Matriz Membrana externa. P i P i P i. 7,3 kcal/mol 7,3 kcal/mol 3,4 kcal/mol

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos

Hoje iremos conhecer o ciclo de Krebs e qual a sua importância no metabolismo aeróbio. Acompanhe!

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

Funções do Metabolismo

Resumo esquemático da glicólise

Anderson Guarise Cristina Haas Fernando Oliveira Leonardo M de Castro Sergio Vargas Júnior

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

Bibliografia. BIOQUÍMICA I 2010/2011 Ensino teórico - 1º ano Mestrado Integrado em Medicina. Stryer, Biochemistry, 5ª Ed, 2006, Capítulo 17

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato?

Organelas Transdutoras de Energia: Mitocôndria - Respiração

CICLO DE KREBS. Em condições aeróbias: mitocôndria. citosol. Glicólise. ciclo de Krebs. 2 piruvato. 2 Acetil CoA. Fosforilação oxidativa

21/11/2016. Destinos do Piruvato na Célula. Respiração Celular X Combustão. Respiração Celular

O Observatório de Educação em Direitos Humanos / Unesp (SP) está iniciando uma campanha educativa em defesa da "democracia".

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

Conversão de energia Mitocôndria - Respiração

GLICONEOGÊNESE ou NEOGLICOGÊNESE

A partir de agora, o processo de respiração celular ocorre dentro da organela citoplasmática chamada mitocôndria.

Corpos cetônicos e Biossíntese de Triacilglicerois

Aulas Multimídias Santa Cecília Profª Renata Coelho Disciplina: Biologia Série: 9º ano EF

Metabolismo de Carboidratos

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Respiração celular e fermentação Parte 1. Professor: Alex Santos

Metabolismo de Lipídeos

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato?

Metabolismo de Carboidratos. Profa.Dra. Leticia Labriola Abril 2012

Aula Neoglicogênese Gliconeogênese

MANUAL DA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA CURSO DE FISIOTERAPIA

5/4/2011. Metabolismo. Vias Metabólicas. Séries de reações consecutivas catalisadas enzimaticamente, que produzem produtos específicos (metabólitos).

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

Prof André Montillo

METABOLISMO. Estudo das reações químicas que ocorrem nos organismos

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

Metabolismo e vias metabólicas

METABOLISMO ENERGÉTICO. BIOLOGIA 9º ano Profª Renata Coelho Rodrigues

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo.

objetivo Ciclo da uréia Pré-requisito Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Entender as etapas de formação da uréia.

Metabolismo de Glicídeos

Revisão do Metabolismo da Glicose

OXIDAÇÕES BIOLÓGICAS: Cadeia respiratória e fosforilação oxidativa

UNIVERSIDADE BRASIL CAMPUS DE DESCALVADO

Metabolismo I: Metabolismo heterotrófico

FISIOLOGIA VEGETAL 24/10/2012. Respiração. Respiração. Respiração. Substratos para a respiração. Mas o que é respiração?

Cadeia de transporte de elétrons e fosforilação oxidativa

Degradação de Triacilgliceróis. Gordura: forma de reserva presente em todas as células; principal componente dos adipócitos

Metabolismo de Lipídios

Metabolismo celular. É o conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem numa célula.

METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS - GLICÓLISE

Metabolismo de Lipídeos

METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS. Prof. Henning Ulrich

Variam em: localização, abundancia, forma... Axonema flagelar

Pode ser polimerizada, estocada, transportada e liberada rapidamente quando o organismo precisa de energia ou para compor estruturas especiais

aaa Bento Gonçalves/RS 1

METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS

MAPA II Vias metabólicas degradativas

Introdução ao Metabolismo Microbiano

O que são as duas reações abaixo?

Metabolismo de Lipídeos

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo.

Processo de obtenção de energia das células respiração celular

Doenças Metabólicas. Revisão Bioquímica. Bruna Mion

MAPA II Vias metabólicas degradativas

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICONEOGÊNESE. Profa. Dra. Marina Prigol

MAPA II Vias metabólicas degradativas

Processo de obtenção de energia das células respiração celular

A energética celular:

Biologia. Respiração Celular. Professor Enrico Blota.

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula

Metabolismo energético das células

Matéria: Biologia Assunto: Respiração celular Prof. Enrico blota

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica. Rotas Metabólicas. Prof. Raimundo Júnior M.Sc.

26/4/2011. Beta-Oxidação de Ácidos Graxos. Principal fonte de Ácidos Graxos são os TRIGLICÉRIDES

O Ciclo do Ácido Cítrico

Faculdade de Tecnologia de Araçatuba. Curso Superior de Tecnologia em Bioenergia Sucroalcooleira

Quantas moléculas de acetil-coa uma molécula de glicose e uma molécula de ácido graxo com 16 carbonos podem produzir após sua oxidação?

Glicose / carboidratos Ácidos graxos Aminoácidos. Acetil-CoA. Ciclo de Krebs (NADH e FADH 2 )

- Hidrólise das ligações glicosídicas mediada por glicosidades

O cérebro necessita de cerca de 120 g de glicose/dia, isso é mais que a metade de toda a glicose estocada no fígado e músculo.

Ciclo do Ácido Cítrico

FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

Bioquímica. Respiração Celular. Profª. Ana Elisa Matias

Termodinâmica. Estudo das formas de energia que afetam a matéria. Sistemas (moléculas + solutos) X ambiente (sistema - universo)

Lipídeos e ácidos graxos

Semana 12 Respiração Celular

Transcrição:

CICLO DE KREBS https://www.youtube.com/watch?v=ubzwpqpqm Bianca Zingales IQ-USP

G L IC O S E A M IN O Á C ID O S Á C ID O S G R A X O S A sp G ly L eu G lu A la Ile F o sfo e n o lp iru v a to ( ) S er L y s C y s P h e P iru v a to ( ) C O A cetil-c o A ( ) C O O x a lo a ceta to ( ) C itra to ( ) C O M a la to ( ) Iso citra to ( ) F u m a ra to ( ) C O C eto g lu ta ra to ( ) S u ccin a to ( ) C O

Glicose CITOSSOL Alguns AA Ácidos Graxos Glicólise Piruvato MITOCÔNDRIA Acetil-CoA KREBS

CICLO DE KREBS O Ciclo de Krebs é também chamado Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos (TCA) ou Ciclo do Ácido Cítrico Definição: O Ciclo de Krebs é a via final comum do Catabolismo. Tem como finalidade a oxidação de Acetil- CoA visando a obtenção de Energia Localização: Matriz mitocondrial Oxigênio: O Ciclo de Krebs só funciona em presença de Oxigênio (metabolismo aeróbico) (ver próximas aulas)

1 1 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS do CICLO de KREBS 1. DOIS Carbonos entram no ciclo de Krebs como Acetil-CoA e DOIS Carbonos saem como duas moléculas de CO. CO EXPIRAÇÃO

1 1 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS do CICLO de KREBS. Ao longo do Ciclo, QUATRO reações de óxido-redução ocorrem, formando-se moléculas de NADH e uma molécula de FADH.

CARACTERÍSTICAS GERAIS do CICLO de KREBS. Uma ligação fosfato de alta energia (GTP) é formada no Ciclo. 1

O Ciclo de Krebs compreende etapas 1

1 1 1 Isocitrato 1 1 1 1 1 1 Citrato Isocitrato -Cetoglutarato Succinil-CoA Co-A Succinato Fumarato Malato Oxaloacetato Nome dos compostos do ciclo de Krebs

Passo 1: Condensação Ác tricarboxílico Citrato sintase H Acetil-CoA Oxaloacetato Citrato CoA De onde vem? Reação irreversível

Revisão: Formação do oxaloacetato Piruvato + ATP + HCO - Oxaloacetato + ADP + Pi Piruvato Carboxilase Nota: Numa dieta pobre em carboidratos, o nível de oxaloacetato é baixo (Gliconeogênese). O ciclo de Krebs tem baixo funcionamento.

Passo : Isomerização Ác tricarboxílico Aconitase Citrato Isocitrato

Passo : Saída de CO catalisada por enzima ligada a NAD + Isocitrato desidrogenase Isocitrato (C) NAD + alfa-cetoglutarato (C) NADH CO Esta reação controla o funcionamento do Ciclo de Krebs A Isocitrato Desidrogenase é uma enzima alostérica (ver adiante)

Passo : Descarboxilação oxidativa (entra CoA) Alfa-cetoglutarato desidrogenase Alfa-cetoglutarato (C) NAD + CoA Succinil-CoA (C) NADH CO Reação irreversível

Passo : Fosforilação a nível do Substrato Succinil CoA sintetase Succinil-CoA GDP Succinato GTP CoA Síntese de um composto rico em energia GTP (guanosina trifosfato) Onde já apareceu GTP?

Transformação de GTP em ATP Nucleosídio difosfoquinase NOTA: Esta reação não faz parte do ciclo de Krebs, mas resulta na produção de 1 ATP.

Passo : Desidrogenação dependente de FAD Succinato desidrogenase Succinato FAD Fumarato FADH

Estrutura do FAD FAD Flavina Adenina Dinucleotídio Riboflavina Vitamina B FAD Transporta prótons e elétrons

Passo : Hidratação na dupla ligação C-C Fumarase Fumarato Malato

Passo : reação de desidrogenação que regenera Oxaloacetato Malato desidrogenase Malato NAD + Oxaloacetato NADH Notar a regeneração de Oxaloacetato no fim de uma volta do ciclo

Estequiometria do Ciclo de Krebs Acetil-CoA + H O + NAD + + Pi + GDP + FAD CO + NADH + GTP + CoA-SH + FADH + H + Uma volta do Ciclo de Krebs 1 Acetil-CoA CO + NADH + 1FADH + 1GTP + 1CoA

Regulação da velocidade do Ciclo de Krebs O ciclo é controlado principalmente pela atividade da Isocitrato Desidrogenase (enzima alostérica) C O A cetil-c oa () O xaloacetato () C itrato () M alato () Isocitrato () F um arato () C O C etoglutarato () Succinato () C O

Isocitrato Desidrogenase Moduladores alostéricos Positivos: ADP e NAD + Moduladores alostéricos Negativos: ATP e NADH

Portanto: Ciclo de Krebs é LENTO quando a carga energética é ALTA (concentração elevada de ATP modulador alostérico negativo) Ciclo de Krebs é ATIVO quando a carga energética é BAIXA (concentração elevada de ADP modulador alostérico positivo) Portanto, a Carga energética da Célula regula o funcionamento do Ciclo de Krebs Em outras aulas veremos por que NAD + e NADH também regulam o Ciclo.

Regulação da velocidade do Ciclo de Krebs A velocidade do ciclo de Krebs também é regulada pela concentração de seus intermediários. Se não houver disponibilidade de oxaloacetato, o Ciclo de Krebs não funciona

- Quando há falta de Glicose, o oxaloacetato é usado na gliconeogênese. Então o Ciclo de Krebs diminui seu funcionamento, e menos Acetil-CoA é oxidado. G L IC O S E A M IN O Á C ID O S Á C ID O S G R A X O S A sp G ly L eu G lu A la Ile F o sfo e n o lp iru v a to ( ) S er L y s C y s P h e P iru v a to ( ) C O A cetil-c o A ( ) C O O x a lo a ceta to ( ) C itra to ( ) C O M a la to ( ) Iso citra to ( ) F u m a ra to ( ) C O C eto g lu ta ra to ( ) S u ccin a to ( ) C O

Pesquisar As vitaminas do complexo B são um grupo de oito vitaminas: tiamina (B1), riboflavina (B), niacina (B), ácido pantotênico (B), piridoxina (B), biotina (B), ácido fólico (B9), cianocobalamina (B1).