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Capítulo 1 - Indústrias no mundo Fases da Industrialização Primeira Fase: Artesanato, caracterizado pela baixa produtividade, pelo trabalho manual envolvendo uma única pessoa. Segunda Fase: Manufatura, caracterizado pelo uso de máquinas simples, e pelo trabalho de um grupo pequeno de pessoas. Terceira Fase: Máquinas, caracterizado pela aceleração da produção, iniciada na 1ª Revolução Industrial (Inglaterra do século XVIII, tendo o carvão como fonte energética). Quarta Fase: Robótica, caracterizado pelo maquinário produzindo novas máquinas, característico da 3ª Revolução Industrial, no Japão, na década de 1970. Aumentou o problema do desemprego. Organização do trabalho industrial O trabalho assalariado possibilitou o aumento da especialização dos trabalhadores, que trabalhavam seguindo os sistemas de produção, que têm por objetivo a maior produtividade e, conseqüentemente, maior lucro. Os principais sistemas de produção são: Taylorismo: caracterizado pela rígida separação de tarefas, divisão entre trabalhadores, que era explorado ao máximo. Usado no início do século XX. É criticado no filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Fordismo: caracterizado pelo princípio de que um operário rende mais se estiver contente com seu emprego e que ele deve ser o consumidor do produto produzido. A exploração passa a ser reduzida, surge a linha de montagem. Usado na década de 1920. Toyotismo: caracterizado pelo alto grau de conhecimento e especialização do trabalhador (operário sabe todas as funções da empresa), com o objetivo de ter um trabalhador menos estressado, com o uso da robótica e a produção baseada num número de consumidores controlado. É característico da década de 1970. Fatores da Indústria O objetivo de toda indústria é transformar a matéria-prima em produtos manufaturados, tanto para outras indústrias, como para a população em geral. A indústria interage com os demais setores da economia. Ex.: maquinário agrícola beneficia o setor primário, e os bens de consumo favorece o setor terciário, que por meio dele o produto chegará até nós consumidores. Toda indústria exige máquinas e energia, sendo as máquinas modernas as que tem por objetivo a maior produtividade e uma melhor qualidade da produção. A energia é essencial para o progresso industrial, e portanto, toda fábrica fica de certa forma próxima a uma fonte de energia. 1ª Revolução Industrial : Carvão Mineral 2ª Revolução Industrial: Petróleo A descoberta da transformação da engenharia térmica e mecânica em eletricidade no século XIX possibilitou um avanço maior no progresso industrial. Tipos de Indústria Bens de Produção: Produzem mercadorias necessárias para produção de um bem industrial EXTRATIVA: extraem matérias-primas da natureza. Ex.: Mineradoras e madeireiras. BENS DE CAPITAL: transformam a matéria-prima em produtos semi-manufaturados, que serão beneficiados nas indústrias de bens de consumo. Ex.: Máquinas, siderúrgicas e petroquímicas. É chamada de indústria pesada, já que trabalha com grandes quantidades de matéria-prima e requer muita energia, ou de indústria de base, já que é o alicerce do desenvolvimento industrial de um país. Bens de Consumo: Voltada para o mercado consumidor, usa como matéria-prima os produtos semi-manufaturados da indústria de bens de produção e seu transporte é direto para os pontos comerciais. Geralmente pode ser construída próxima aos mercados consumidores. Os produtos se classificam em essenciais e supérfluos e os bens em duráveis (não se esgotam) e bens não-duráveis (perecíveis e comestíveis). Distribuição mundial das indústrias As indústrias estão desigualmente distribuídas no planeta, com grande concentração nos países desenvolvidos, mas que vem caindo ano a ano, devido ao surgimento das transnacionais e à crescente industrialização dos países subdesenvolvidos, tais

como China e Tigres Asiáticos. Principais áreas industriais dos EUA Nordeste: Manufacturing Belt Sul: Sun Belt Nordeste: maior área industrializada até 1960. Representa a Área dos Grandes Lagos, com 40% da produção e grande diversidade industrial. Sul: passou a se valorizar nas últimas décadas do século XX, e representam as indústrias de alta tecnologia, com proximidade ao Golfo do México, e apresentam vantagens como isenção de impostos e investimentos em matéria-prima. Compreende o Silicon Valley, com suas indústrias de tecnologia de ponta. Os EUA apresentam diversos motivos por possuir tão rica industrialização, dentre os quais históricos (Colonização de Povoamento), demográficos (grandes levas de imigrantes) e naturais (riqueza de minérios de ferro e manganês, Grandes Lagos e Apalaches, com seu grande potencial hidrelétrico). França e Reino Unido Países da Europa Ocidental, são uma das maiores regiões industrializadas do globo, localizadas principalmente nos centros urbanos, tais como: Londres, Manchester, Paris, Lyon, Marselha. As indústrias pesadas, tais como siderúrgica, metalúrgica e química atingem grande desenvolvimento. Aspectos Naturais: -Presença de carvão, ferro e bauxita; -Grande capacidade hidrelétrica; França: possui uma das maiores produções do planeta de alimentos e de metalurgia. É o país mais visitado por turistas em todo o mundo. Na região norte, em Paris, as indústrias pesadas são mais importantes, já na região sul (Lyon, Marselha e Toulouse) as indústrias de queijos, vinhos e azeites são as que atingem posições privilegiadas. Reino Unido: formado pela Inglaterra, País de Gales e Escócia. Apresenta boas classificações quanto às indústrias alimentícias e de máquinas não elétricas. Alemanha País mais industrializado da Europa, é um dos mais desenvolvidos do planeta. Apresenta grande quantidade de carvão mineral (nos rios Reno e Ruhr). As industrias pesadas são as mais importantes (siderurgia). A diversidade industrial é marcante, possuindo indústrias metalúrgicas, mecânicas, petroquímicas, automobilísticas e farmacêuticas. A região de Bonn (oeste) é marcada pela siderurgia, e a região de Stuttgart (sul) é marcada pelas indústrias de automóveis. A distribuição é eqüitativa. Itália País mais industrializado da Europa meridional, não apresenta recursos naturais e sua indústria é caracterizada pela participação direta e efetiva do Estado na construção de indústrias pesadas. Recebe muitos investimentos pelo turismo e recebeu ajuda do Plano Marshall no pós-guerra. Norte da Itália: 70% da produção (Vale do Pó), com grande desenvolvimento social e alto nível de vida. Sul da Itália: 30% da produção. Agrícola, sem desenvolvimento marcante da indústria e grandes problemas sociais. Rússia e Ucrânia Possuem grande quantidade de recursos minerais, sendo: Ferro: Rússia e Ucrânia Manganês: Ucrânia Petróleo: Rússia Estes países foram socialistas sob o ideal de obter o máximo de produtividade com o menor custo de produção e as indústrias mais importantes que se formaram foram as siderúrgicas e metalúrgicas (indústria pesada - principalmente sob fins bélicos). Cidades de Moscou e São Petersburgo apresentam grande desenvolvimento nos demais tipos de indústria, embora menos

desenvolvidas que as do ocidente. Visão geral da indústria européia 1ª Revolução Industrial: Reino Unido, com o carvão como fonte de energia e a invenção das máquinas à vapor sob o preceito do Taylorismo, com desenvolvimento da indústria de base. Os países França, Reino Unido, Itália e Alemanha formam as INDÚSTRIAS TRADICIONAIS. Na Rússia e na Ucrânia a indústria sempre teve fins bélicos devido à Guerra Fria (o mesmo acontece com os EUA, porém estes mudam a direção de sua produção em 1975, com o fim da Guerra do Vietnã). Em 1986, ocorrem a Glasnost e a Perestroika na URSS, e começa a transição lenta para o capitalismo na CEI. Principais Áreas Industriais do Japão O Japão é um pequeno arquipélago que apresenta um dos maiores avanços tecnocientíficos do planeta, disputando a liderança industrial com os EUA e com a Alemanha. Seu relevo é muito acidentado, o que torna propenso a erupções vulcânicas ou terremotos. Depende muito do exterior para obtenção das matérias-primas, e as indústrias se localizam no litoral. As características do Japão são uma avançada eficiência e produtividade com avançada tecnologia. História da Industrialização: Milagre Japonês: rápido crescimento do parque industrial japonês no fim do século XIX e nos primeiros anos do século XX. Japão adota política expansionista, ocupando Coréia, Formosa e Manchúria (NE da China). O Estado apóia estas indústrias, vendendo as empresas estatais à famílias tradicionais a preço baixo (não dependendo do capital estrangeiro), os denominados ZAIBATSUS. Estimulou primeiramente os setores direta ou indiretamente ligados à produção bélica. 2ª Guerra: com a derrota, esperava-se um recuo econômico, que não ocorreu, com o Plano Marshall e os investimentos maciços em educação fizeram do Japão a 2ª economia do planeta (EUA não queria que Japão se aliasse à Rússia). Os fatores que contribuíram para o avanço industrial japonês foram: -mão-de-obra numerosa e qualificada; -salários baixos no pós-guerra; -pré-existência de uma infraestrutura; -investimentos em educação. 70% das indústrias situam-se em Honshu, porção mais ocidental. Pólos industriais: Tóquio, Nagoya, Osaka e Yokohama. Governo resolve distribuir melhor as indústrias e surgem novas cidades: Japporo ao norte e Kobe/Fukuoka ao sul. Atualmente o Japão encontra-se em recessão, com juros zero e sofrendo com deflação. Capítulo 2 - Industrialização do Brasil Até a década de 30, o Brasil foi agropecuário (café). Com a entrada de Getúlio Vargas no poder, começaram os incentivos à industrialização, com o objetivo de substituir as importações. As indústrias criadas eram estatais, e para que fosse possível o desenvolvimento industrial foram aprovados diversos direitos trabalhistas. Cronologia Era Vargas: 1929 - Crise na bolsa de Nova Iorque e queda no preço do café. 1930 - Getúlio entra no poder: Queima café. Os ex-barões do café passam a investir em indústrias têxteis e alimentícias. 1937 - Aprovada a CLT, contendo as regras de férias, o FGTS, a jornada de 8 horas, fundação do TRT, salário mínimo etc. Começa o Estado Novo, e o governo investe em indústrias estatais. Getúlio Vargas era nacionalista. Os anos JK "50 anos em 5" - Plano de Metas -multinacionais; -desenvolvimentismo; -construção de Brasília;

-aumento da dívida externa; -êxodo rural - candangos; -inflação. Juscelino Kubitchek queria capital estrangeiro. Após a saída de JK, temos o curto governo Jânio (que sai por motivos ideológicos - ao condecorar Che Guevara) e a posse do vice Jango, que tinha reformas de cunho socialista. Com o golpe militar, vivemos o Milagre Econômico e com o governo Collor o início da era neoliberal. Capítulo 3: A urbanização e seus problemas O processo de acelerada concentração da população em áreas urbanas acontece em todas as áreas do mundo, mas é nos países subdesenvolvidos que o ritmo é vertiginoso. Em busca de trabalho e melhoria de condições de vida os habitantes do campo migram para as cidades e passam a conviver com os problemas urbanos, causados pelo próprio crescimento rápido e desordenado das mesmas. A população mundial é da ordem de 6 bilhões de pessoas, sendo que 77% desta população vive em nações subdesenvolvidas, e que está se urbanizando constantemente, já que o número de habitantes das cidades cresce mais rapidamente que o próprio crescimento demográfico, conseqüência do êxodo rural, que atualmente é um dos maiores problemas dos países do 3º mundo. A URBANIZAÇÃO Para que haja efetiva urbanização, é necessário um maior crescimento populacional urbano e, portanto, deslocamento de pessoas do campo para a cidade. A urbanização está fortemente relacionada com o aparecimento de indústrias, fato este que pôde ser observado durante a Revolução Industrial, onde, em seu início, menos de 3% da população viviam em cidades, para atingir uma média de 70 a 80% atualmente. Após a Segunda Guerra Mundial, não se observou deslocamentos rurais significativos nos países desenvolvidos, mas as transformações sociais, políticas e econômicas nos países subdesenvolvidos devido à instalação de multinacionais, fizeram com que o êxodo rural se acelerasse nestes países. Com a industrialização das cidades e a mecanização do campo, muitos trabalhadores passaram a ver as cidades como fonte de mão-de-obra bem remunerada, do acesso aos serviços e de melhor qualidade de vida. Isto mudou totalmente a estrutura da população, porque antes estava concentrada nas áreas rurais de baixa produtividade agrícola, e suas cidades também apresentavam uma economia simples e poucas unidades fabris. Os maiores aglomerados urbanos do planeta hoje estão divididos entre as nações subdesenvolvidas e desenvolvidas, mas em pouco mais de 10 anos, esta situação mudará: 90% dos aglomerados populacionais (entende-se por aglomerado toda cidade com mais de 20 milhões de pessoas) estarão em nações subdesenvolvidas. URBANIZAÇÃO NO BRASIL Atualmente, 89% da população brasileira vive em cidades (em 1940, este contingente era de pouco mais de 30%), mas o que causou esta urbanização repentina de nosso país? No início do século XX, a riqueza gerada pelo café permitiu a instalação de energia elétrica, transportes coletivos, assistências médico-hospitalares entre outros serviços, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Estes serviços fizeram das cidades atrativos populacionais, e logo passaram a se destacar dentre as demais capitais. Com a crise de 1930, a urbanização assumiu um ritmo mais veloz, especialmente em São Paulo, onde os trabalhadores rurais antes dedicados ao café foram desembarcando na cidade e se espalhando pelos bairros operários. O sudeste então passou a ser a região mais urbanizada do país. Antes disso, o Brasil era um país agrário e que dependia destas atividades para sobreviver. De 1940 a 1950, durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil continuou a se urbanizar, conseqüência do processo de industrialização verificado na década anterior, simbolizado pelas indústrias de base, como a CVRD e a CSN. O período de 1950 a 1960, houve uma grande expansão urbano-industrial no país, especialmente pela instalação de transnacionais durante o governo JK (plano de metas). Em 1970, a população urbana havia passado a rural, atingindo o percentual de 56% do total. Os governos militares contribuíram para intensificação deste processo, e as leis organizadas no Estatuto do Trabalhador Rural garantiam aos agricultores direitos semelhantes aos operários das fábricas urbanas. Estas medidas, no entanto, não

apresentavam oportunidades econômicas aos trabalhadores, o que gerou um grande desemprego, e, conseqüentemente, êxodo rural. Na segunda metade da década de 1970, o processo de mecanização agrícola se intensificou em diversos pontos da região Centro-sul, o que aumentou o desemprego do campo. Em 1980/1990, a urbanização perdeu o seu ritmo, mas até hoje, ela continua a ocorrer. Esta diminuição do ritmo deve-se às transformações sócio-econômicas que o país passa atualmente. Merece destaque o desemprego gerado no setor industrial pela inserção do Brasil na globalização. A tendência agora é a população urbana se estabilizar, tal como ocorreu nas nações desenvolvidas. URBANIZAÇÃO REGIONAL: Sudeste: é a região mais urbanizada do país desde o final do século XIX, com o desenvolvimento da economia agro-exportadora de café e às grandes levas de imigrantes na cidade de São Paulo e por apresentar Rio de Janeiro, na época capital políticoadministrativa do país. A concentração da burguesia industrial nacional tornou a região na mais dinâmica do país, com intensa mecanização agrícola e uma rede de transportes rodo-ferroviários de qualidade superior. Centro-Oeste: apresenta a segunda maior taxa de urbanização, por fatores diferenciados do sudeste. A região apresenta grande produção pecuária, e não é uma atividade concentradora de mão-de-obra, e com a mecanização da produção agrícola, fato este que têm se verificado nas últimas décadas, e a construção de Brasília, no final da década de 1950, atraiu elevado número de migrantes, que, quando as obras se completaram, não viam razão para retornar em seus locais de origem, gerando então as cidades-satélites. Todos estes fatores contribuíram para a urbanização desta região. Nordeste e Norte: apresentam as mais baixas taxas de urbanização, que, embora as condições rurais sejam precárias, é pequena a possibilidade de migrarem para as cidades. Na região norte, as maiores cidades são Belém e Manaus e na região nordeste apresenta três regiões metropolitanas: Recife, Salvador e Fortaleza. As demais cidades apresentam um crescimento urbano tímido. Sul: região em que a urbanização passou a se intensificar a partir de meados da década de 1970, quando a expansão da agricultura mecanizada gerou êxodo rural. As maiores cidades são também as capitais dos estados, Curitiba, Florianópolis e Rio Grande do Sul. Dentre estes estados, o que apresenta maior dependência dos vizinhos é o de Santa Catarina. HIERARQUIA URBANA Devemos fazer a classificação das cidades através da análise quantitativa e qualitativa dos serviços que um centro urbano oferece aos seus habitantes e aos das cidades vizinhas. Os serviços de maior peso para determinação da hierarquia entre as cidades são atendimento à saúde, educação, comércio, quantidade de empresas de alta tecnologia, a oferta de lazer, de hotéis, de comunicação entre outros. Podemos classificar as cidades em três níveis de influência: -Metrópole regional: formam uma expressiva rede de centros urbanos ao seu redor, que independe dos limites políticoadministrativas. Ex. Fortaleza, Recife, Porto Alegre. -Metrópole nacional: cidades cuja importância se reflete em âmbito nacional, onde se localizam poderosos veículos de comunicação e serviços de melhor qualidade. Ex.: São Paulo e Rio de Janeiro. -Cidade Global: cidades que se caracterizam pelo poder de controle do conhecimento tecnocientífico, pela elevada sofisticação e qualificação dos serviços e por apresentarem importância financeira, com as mais importantes bolsas de valores do planeta. Ex.: Nova Iorque, São Paulo, Paris, Londres, Frankfurt. REGIÕES METROPOLITANAS NO BRASIL Todas as cidades do planeta apresentam uma forte tendência de se unirem às suas respectivas vizinhas, a este processo denomina-se conurbação. Neste fato, o fluxo de bens e serviços e a paisagem se unem de tal forma como se houvesse apenas um município. A maior conurbação existente no Brasil é a Grande São Paulo que reúne 18 milhões de pessoas e aproximadamente 40 municípios. Outro fator visível nas cidades são os movimentos pendulares, ou população flutuante, onde a população se move de um município ou bairro ao outro para ter acesso ao seu trabalho e demais serviços. A residência passa a ser denominada bairro dormitório, já que a maior parte do dia, a pessoa passa fora de seu ambiente doméstico. A fim de facilitar e melhorar a qualidade de vida da população, as prefeituras brasileiras criaram conjuntos habitacionais, tais como COHABs, CDHU, Cingapuras etc. Tendo por objetivo principal a redução do número de habitantes de favelas (Vila Prudente, Heliópolis e Paraisópolis são as maiores de São Paulo) e cortiços, principalmente nos bairros do Brás, do Belém e do

"Bexiga". Os serviços de educação pública (CEU, SESC e escolas públicas em geral) e a avançada rede de transportes coletivos (lotações, trens e o metrô) atende hoje, em São Paulo, a grande parcela da classe trabalhadora e estudantil da cidade. Os problemas mais chocantes destas regiões metropolitanas são: -Falta de moradia; -Falta de infra-estrutura e saneamento básico; -Violência; -Miséria; -Fome; -Desemprego; -Alta densidade demográfica; -Trânsito; -Poluição Atmosférica; -Enchentes; -Mendicância - fator determinante de exclusão social.