AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO BAIRRO PARQUE CASTELO BRANCO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP.



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Transcrição:

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 46 AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO BAIRRO PARQUE CASTELO BRANCO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP. Plínio Carielo 1, Renato de Araújo Ferreira 2, Arielle Aparecida Cassiano Moraes 3, Matheus Junior Ribeiro de Jesus 4 1 e 2 Engenheiro Florestal, Docente da Escola Técnica Estadual Prof. Dr. Antonio Eufrásio. 3 e 4 Alunos do curso Técnico em Florestas da Escola Técnica Estadual Prof. Dr. Antonio Eufrásio de Toledo. E mail: pliniocarielo@hotmail.com RESUMO A importância das árvores para o ser humano esta ficando de lado e muitas vezes elas estão sendo vistas como um problema nas áreas urbanas. Este estudo foi realizado com o objetivo de investigar o estado da arborização do Bairro Parque Castelo Branco, com o intuito de propor melhor manejo da mesma, bem como identificar pontos e elementos que possam estimular mudanças de atitude e comportamento da população do bairro, de forma a torná lo comprometido e não apenas consciente da necessidade de preservar. Foram contadas 187 casas, sendo que destas 34 não apresentam árvores, totalizando 153 árvores no bairro. Dos indivíduos encontrados 35 estão em contato com a rede elétrica e requer constantemente a realização de podas. Em relação a problemas com calçadas 85,6% dos indivíduos não causam problemas por estarem plantados em floreiras. A área verde estimada para o bairro foi de 12.725 m² o que representa 29,5 m²/habitante. Palavras chave: Arborização Urbana, Investigação, Manejo, Área Verde. INTRODUÇÃO O crescimento das cidades e a importância que elas passaram a ter na vida das sociedades praticamente se consolidaram com o estabelecimento da indústria como atividade essencialmente urbana; isto acarretou um grande deslocamento dos trabalhadores do campo para a cidade, distanciando o ser humano da natureza. Daí surgiu à importância e a necessidade de se criar uma forma de relação entre o homem e a natureza nas cidades (ALMEIDA e RIGOLIN, 2005). A Arborização urbana foi à melhor forma encontrada para satisfazer esta relação, homem e natureza nas cidades; por meio da implantação de áreas verdes dentro dos limites urbanos, como praças, canteiros e espécimes nas calçadas, proporcionamos aos moradores das cidades um contato direto com a natureza. A presença de áreas verdes dentro das cidades traz uma série de benefícios e sua ausência, malefícios. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico da arborização urbana do bairro Parque Castelo Branco localizado no município de Presidente Prudente SP, para propor medidas que possam melhorar a qualidade de vida dos moradores do bairro através da melhoria da arborização urbana.

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 47 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Função da arborização urbana Segundo Mello Filho (1985), as principais funções da arborização urbana são: absorção do gás carbônico colaborando no equilíbrio na emissão de CO 2 e liberação do oxigênio; melhorando a qualidade do ar urbano pela adsorção de partículas de poeira e gases; oferta de sombra proporcionando um clima mais ameno, sem grandes variações de temperatura; redução da poluição sonora através do amortecimento das ondas sonoras por barreiras verdes e pelas copas das árvores; quebra da monotonia da paisagem ou do aspecto visual da cidade, por causa das diferentes épocas de floração multicores, que cria diferentes sensações durante as estações do ano; abrigo e alimento aos animais e bem estar às pessoas em virtude da melhoria da saúde física e mental da população. Consequências do plantio e manejo inadequado de árvores em vias públicas No entanto, quando as árvores são plantadas de forma e em locais inadequados, ocorre o confronto das mesmas com equipamentos urbanos, como fiações elétricas, encanamentos, calhas, calçamentos, muros, postes de iluminação e etc., causando transtornos a população. Estes problemas são muito comuns de serem visualizados e provocam na grande maioria das vezes pedidos e desejo de erradicação de espécimes da arborização urbana. É comum vermos árvores podadas drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, com presença de cupins, brocas ou outros tipos de patógenos, além de injúrias mecânicas como caules ocos e podres, galhos lascados e etc., que põe em risco a saúde da árvore e consequentemente a população e estruturas urbanas que ficam próximas a elas (BARBEDO, 2011). Técnicas de plantio de espécies arbóreas em área urbana Alguns fatores negativos podem dificultar o pleno desenvolvimento dos indivíduos arbóreos após o plantio: compactação do solo, depósitos de resíduos de construção e entulhos no subsolo, pavimentação das calçadas que impede a infiltração das águas das chuvas e as trocas gasosas do solo e raízes com a atmosfera; poluição do ar, proveniente da fumaça dos escapamentos de veículos automotores e das chaminés industriais, que impede que as raízes e folhas exerçam livremente suas funções. Para que uma árvore possa exercer todos os seus benefícios alguns pontos devem ser observados, como a construção de uma floreira com no mínimo 1m² para permitir a infiltração de água e evitar rachaduras nas calçadas; escolha da espécie adequada, principalmente quando sob

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 48 fiação elétrica; além de ser amparada com tutor no inicio do seu desenvolvimento para conduzir o tronco de forma a ficar retilíneo, além de ficar distante cerca de 1,20m de construções para não impedir a passagem de cadeirantes, 1,5 m de postes e portões e 2,0m de esquinas (BARBEDO, 2011). Realização de podas Outro ponto importante é a realização de podas, que além de interferir na estética e na fisiologia da planta, é uma operação perigosa, podendo causar acidentes graves. A poda é realizada basicamente com quatro finalidades: formação, limpeza, emergência/contenção e adequação, cada qual com seus objetivos. Quando a poda, na arborização urbana, visa basicamente conferir à árvore uma forma adequada durante o seu desenvolvimento estamos executando uma poda de formação; já quando eliminamos ramos mortos, danificados, doentes ou praguejados trata se de uma poda de limpeza; remover partes da árvore que colocam em risco a segurança das pessoas ou estão atingindo fiação elétrica ou dando acesso a imóveis estamos falando de poda de emergência/contenção; e quando removemos partes da árvore que interferem ou causam danos incontornáveis às edificações ou aos equipamentos urbanos, poda de adequação, como as podas em V para passagem da viação elétrica entre a copa. Ambas devem ser executadas por profissionais qualificados. METODOLOGIA Localização O presente trabalho foi realizado no bairro Parque Castelo Branco, localizado no município de Presidente Prudente SP, cujas coordenadas geográficas são 22 05 31.85 Sul e 51 23 22.60 Oeste, a 437m de altitude. Coleta de dados Os dados apresentados neste trabalho foram coletados durante o período de 27 de fevereiro a 12 de abril de 2011. Cada residência teve seu endereço e número de moradores determinado individualmente; nesta abordagem era explicado à população o intuito do presente trabalho; logo, nas residências que apresentavam espécimes arbóreos na calçada era realizado o registro da mesma por meio de fotografia e medição das variáveis dendrometricas, CAP (circunferência a altura do peito) e altura, para definição do seu porte; logo era observado há

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 49 existência de floreira ou não, danos à calçada, guias e muros, presença de raízes expostas, pragas, doenças ou injurias nos troncos, e sinais de realização de poda. Residências com mais de uma árvore, tiveram todas as árvores analisadas, bem como terrenos baldios ou casa sem árvores também tiveram seus dados anotados. RESULTADOS Ao todo foram encontrados 153 indivíduos de aspecto arbóreo no bairro, distribuídos em 28 espécies diferentes, sendo 15 espécies nativas e 13 exóticas. Os indivíduos nativos representam 61,4% do total, enquanto os exóticos 38,6%. Dentre as espécies a mais predominante foi a Licania tomentosa, espécie nativa popularmente conhecida como Oiti, com 63 indivíduos, o que corresponde a 41,2% do total de indivíduos existentes no bairro, deixando a impressão que só existe esta espécie. Também foi observado que a maioria das espécies apresenta um número abaixo de 05 indivíduos (Tabelas 1 e 2). Com relação ao porte dos indivíduos 73,9% são espécies consideradas de grande porte, não sendo indicadas para calçadas na arborização urbana, principalmente em locais com presença de fiação elétrica, já os indivíduos de pequeno e médio porte correspondem a 11,1 e 15,0% do total de indivíduos, respectivamente. Tabela 1. Espécies exóticas encontradas Nome popular Nome científico Quantidade Porte Ficus Ficus benjamina 15 Grande Murta Murraya paniculata 11 Pequeno Monguba Pachira aquática 8 Grande Coqueiro Cocos nucifera 7 Grande Hibísco Hibíscus syiacus 5 Pequeno Figo da India Opuntia indica 3 Médio Chapéu de Napoleão Thevetia peruviana 3 Pequeno Ipê El Salvador Tabebuia pentaphylla 2 Grande Alfeneiro japonês Ligustrum vulgare 1 Grande Abacateiro Persea americana 1 Grande Jambo Vermelho Syzygium malaccense 1 Grande Pinha Annona squamosa 1 Pequeno Mangueira Mangifera indica 1 Grande

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 50 Tabela 2. Espécies nativas encontradas. Nome Popular Nome científico Quantidade Porte Oiti Licania tomentosa 63 Grande Sibipiruna Caesopina pluviosa 7 Grande Canelinha Nectrandra megapotâmica 5 Médio Ipê Roxo Tabebuia avellanedae 3 Grande Brasileirinha Erytrina indica 3 Médio Sete Copas Ferminalia catappa 2 Grande Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 2 Médio Saboneteira Sapindus saponária 2 Médio Romã Punica granatum 1 Pequeno Quaresmeira Tibouchina granulosa 1 Médio Goiaba Psidium guajara 1 Médio Urucum Bixa orelhana 1 Pequeno Ipê rosa Tabebuia impetiginosa 1 Grande Espirradeira Nerium oleander 1 Pequeno Ingá Miúdo Inga heterophylla 1 Grande Tabela 3. Distribuição de Classes Diamétricas das árvores encontradas na arborização urbana do bairro. Classe Li Ls Fi 1 2,8 12,8 69 2 12,8 22,8 48 3 22,8 32,8 21 4 32,8 42,8 9 5 42,8 52,8 5 6 52,8 62,8 0 7 62,8 72,8 0 8 72,8 82,8 1 Li Limite inferior / Ls Limite superior / Fi Frequência Absoluta. O porte dos indivíduos é uma característica que auxilia na determinação da cobertura vegetal de uma área. A cobertura vegetal desejada dentro da área urbana por habitante para que haja equilíbrio entre a quantidade de oxigênio e gás carbônico segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) é de 12 metros quadrados, e se incluirmos todas as atividades antrópicas como combustão (indústria, tráfego, atividades domésticas) este índice se eleva para 75 metros quadrados por habitante (TROPPMAIR & GALINA, 2003). Para verificar se o bairro Parque Castelo Branco atende este índice estipulado pela ONU, levantou se alguns dados quantitativos do mesmo; número de moradores (431 habitantes), número de casas (187 residências) e numero de árvores (153 indivíduos).

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 51 Para o cálculo da área com vegetação no bairro, foram adotados os seguintes valores de área de projeção de copa de árvores: 25 m² para árvores de pequeno porte, 50 m² para árvores de médio porte e 100 m² para árvores de grande porte; semelhante à Secretária do Meio Ambiente de Sorocaba. Após a aplicação destes valores, encontrou se 12.725 m² de cobertura vegetal o que corresponde a 29,5m²/habitante, um valor superior ao desejado pela ONU. Com relação ao porte dos indivíduos foram encontrados os seguintes resultados: Tabela 4. Número de indivíduos arbóreos encontrados conforme a origem e porte. Origem / Porte Grande Médio Pequeno Total Geral Exótica 36 3 20 59 Nativa 77 14 3 94 Total 113 17 23 153 Tabela 5. Cobertura vegetal estimada com base na projeção de copa das espécies conforme o porte de cada espécie. Porte Área (m²) Pequeno 11300 Médio 850 Grande 575 Total 12725 Não menos importante que a origem da espécie e o porte da mesma pra se evitar problemas com a arborização urbana que resulte na erradicação do individuo, está à existência de floreira, que é um espaço destinado à infiltração de água. Quando esta floreira não existe ou seu tamanho é insuficiente, temos problemas com rachaduras das calçadas pelas raízes que crescem em busca de água. Em relação às floreiras 85,6% dos indivíduos plantados no bairro apresentam floreira suficiente para o tamanho da árvore, as demais não apresentam floreira; 14 árvores apresentam colo pavimentado, o que é prejudicial para o desenvolvimento e pode gerar transtornos com a morte da árvore por causa do anelamento. Quanto a prejuízos causados pelas árvores as edificações devido o sistema radicular das árvores, apenas às calçadas foram as mais afetadas, 29 indivíduos afetam as calçadas, ao contrário dos muros e das guias que quase não foram afetados, apenas 04 e 03 indivíduos causam algum tipo de dano aos muros e guias, respectivamente. As árvores que apresentam raízes aparentes, em sua grande maioria são de grande porte e possuem sistema radicular agressivo, no bairro 21,6% dos indivíduos possuem raízes aparentes.

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 52 As maiorias dos indivíduos não apresentam injúrias ou algum tipo de praga / doença, apenas 9,1 e 4,6%, respectivamente. Apenas 02 árvores aparentemente estão ocas, sendo necessário uma analise mais detalhada para verificar a necessidade real de erradicação ou não. Pensando nos pedestres foi analisada a altura da 1ª bifurcação, onde se constatou que 88 indivíduos (57,5%) apresentam bifurcação abaixo de 1,30m do solo; o que requer a realização de poda de elevação da copa, para não impedir à passagem de pedestres e até mesmo o acesso de pessoas as casas pela copa das árvores. Avaliando se as copas dos indivíduos, observou se que 43,8% já sofreram algum tipo de poda. Sendo que foram 23 podas de condução, 16 em forma de V, 21 de contenção e 07 drástica. As podas de condução e de forma em V são autorizadas, pois visa à elevação da copa e a adequação da árvore a fiação elétrica, respectivamente; porém as podas de contenção de copa muito intensas, de rebaixamento de copa e/ou drásticas não são permitidas e devem ser evitadas, podendo em algumas situações configurar como crime ambiental. De acordo com sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, o código penal prevê: Brasil.Art. 49 da Lei Federal 9.605/98. Congresso Nacional, 12 de fevereiro de 1998: Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia Pena de três meses a um ano, ou multa. Em alguns municípios, existe legislação específica, onde além de ser multado (responsabilidade administrativa), o infrator é encaminhado ao Ministério Público, que pode oferecer denúncia na esfera penal (responsabilidade penal) e civil (responsabilidade civil); a fim de obrigá lo a reparar o dano por meio de recomposição ou indenização. DISCUSSÃO Apesar da maioria das árvores possuírem floreira suficiente é necessário que as outras casas realizem a adequação para uma melhor interação entre planta e ambiente, diminuindo os problemas relacionados à quebra de calçadas por raízes de árvores. Para novos plantios é recomendado que se de preferência a espécies de pequeno e médio porte. Apesar de existir uma boa diversidade de espécies arbóreas, a predominância de apenas uma, oiti, pode favorecer a propagação de doenças e insetos, principalmente se as mudas que deram origem as essas arvores forem oriundas de um mesmo viveiro florestal, que não tem

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 53 conhecimento da necessidade de diversidade genética entre os indivíduos, de tal forma que a escolha das mudas e do viveiro que irá fornecer estas mudas é muito importante. Outro ponto importante é o planejamento do plantio e a escolha de espécies nativas e frutíferas para atrair a avifauna que auxiliam no controle de pragas (insetos) e melhoram o ambiente em virtude da quebra da monotonia sonora de veículos. CONCLUSÃO Concluímos que existe um manejo inadequado, principalmente em relação a podas mal feitas, onde se deixam tocos e lascas no tronco, que facilita a entrada de patógenos e insetos; para solucionar o problema é preciso que somente pessoas qualificadas executem estas podas. Embora haja uma boa diversidade de espécies é preciso aumentar o número de indivíduos por espécie. Os moradores do bairro devem ser orientados, através de programas de educação ambiental, sobre podas mal executadas e/ou drásticas, seus danos e consequências, além dos benefícios e necessidade da arborização urbana. Trabalhos como este devem ser realizados nos outros bairros do município, pois, podem auxiliar a Secretária Municipal do Meio Ambiente na criação de programas de revitalização (enriquecimento de espécies e substituição de indivíduos), manutenções e recuperação da arborização urbana de forma planejada e eficiente, sem gerar transtornos a população local. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L. M. A. de. & RIGOLIN, T. B.. Geografia: Geografia Geral e do Brasil. Editora: Ática. São Paulo. 2005. MELLO FILHO, L. E. Arborização urbana. In: Encontro cacional sobre arborização urbana. Porto Alegre, 1985. Anais. Porto Alegre. p.117 127. 1985. SANTOS, N.R.Z.; TEIXEIRA,I.F. Arborização de Vias Públicas: ambiente x Vegetação. Porto Alegre RS: Instituto Souza Cruz, 2001 135 p. SECRETARIA do Meio Ambiente de Sorocaba. Plano de Arborização Urbana de Sorocaba. Prefeitura Municipal. 2009. Disponível em: <http://www.meioambientesorocaba.com.br/sema/userfiles/file/plano%20de%20arboriza%c 3%87%C3%83O.pdf>. Acesso em: 11 de julho de 2011.

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 54 TROPPMAIR & GALINA. Território & Cidadania. 2003. Disponível em: < http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/territorioecidadania/artigos/helmut%201.htm. Acesso em: 11 de julho de 2011.