Professor Esp. Robinson Pereira Santos PERÍCIA CONTÁBIL PÓS-GRADUAÇÃO ESP. EM AUDITORIA E CONTROLADORIA



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Transcrição:

Professor Esp. Robinson Pereira Santos PERÍCIA CONTÁBIL PÓS-GRADUAÇÃO ESP. EM AUDITORIA E CONTROLADORIA MARINGÁ-PR 2012

Reitor: Wilson de Matos Silva Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenação de Marketing: Bruno Jorge Coordenação Comercial: Helder Machado Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha Coordenação de Curso: Silvio Silvestre Barczsz Assessoria Pedagógica: Marcelo Cristian Vieira e Lucélia Leite de Morais Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, José Jhonny Coelho, Luiz Fernando Rokubuiti e Thayla Daiany Guimarães Cripaldi Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a distância: Perícia contábil / Robinson Pereira Santos - Maringá - PR, 2012. 80 f. Pós-Graduação em Auditoria e Controladoria. 1. Perícia contábil. 2.Tipos de perícia. 3.EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 657.45 CIP - NBR 12899 - AACR/2 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM. Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br

PERÍCIA CONTÁBIL Professor Esp. Robinson Pereira Santos

APRESENTAÇÃO DO REITOR Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Cesumar Centro Universitário de Maringá assume o compromisso de democratizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação continuada. Professor Wilson de Matos Silva Reitor PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 5

Caro aluno, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (FREIRE, 1996, p. 25). Tenho a certeza de que no Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, você terá à sua disposição todas as condições para se fazer um competente profissional e, assim, colaborar efetivamente para o desenvolvimento da realidade social em que está inserido. Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento. Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no ambiente virtual de aprendizagem AVA no qual disponibilizamos, além do material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa. Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária. Um grande abraço e ótimos momentos de construção de aprendizagem! Professora Gislene Miotto Catolino Raymundo Coordenadora Pedagógica do NEAD- CESUMAR 6 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

APRESENTAÇÃO Livro: PERÍCIA CONTÁBIL Professor Esp. Robinson Pereira Santos Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresento a você o livro que fará parte da disciplina Perícia Contábil do curso de pós-graduação de Especialização em Auditoria e Controladoria. Sou o professor Robinson Pereira Santos, graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá e especialista em Gestão Estratégica de Negócios e em Planejamento Tributário, possuo experiência na área de Administração, com ênfase em Administração Financeira e Comercial e Contabilidade. Na unidade I faremos uma introdução a perícia, proporcionando a inserção dos conceitos e procedimentos da perícia de acordo com a legislação vigente, aplicada a perícia e ao perito. Abordaremos os tipos de perícias e as nomenclaturas dos dispositivos regulares da perícia e a relação entre auditoria e perícia. Assim pretendo os estimular a desenvolver seus conhecimentos conceituais e experimentais para que possam utilizá-los no campo da Perícia Contábil. Na unidade II analisaremos o campo da Perícia Contábil, e identificaremos seus objetivos, seu planejamento e execução, conceitos específicos e estruturação das Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC. Abordaremos também a regulamentação da perícia contábil e do perito contador de acordo com as NBC que tratam do assunto. A unidade III terá um caráter mais aplicado, proporcionando a você, prezado(a) aluno(a), uma experimentação na aplicação dos conceitos periciais já abordados, tais como as aplicações e situações encontradas na perícia contábil. Veremos exemplos de quesitos, laudos e provas periciais, operacionalização da perícia contábil judicial, honorários profissionais além dos modelos de documentos. O objetivo desta unidade será estimulá-lo(a) a desenvolver um raciocínio na aplicação de casos que envolvem a Perícia Contábil. Seja Bem-Vindo(a) à Disciplina! PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 7

SUMÁRIO UNIDADE I INTRODUÇÃO À PERÍCIA A PERÍCIA 13 TIPOS DE PERÍCIA 14 LEGISLAÇÃO APLICADA À PERÍCIA E AO PERITO 15 AUDITORIA X PERÍCIA 16 UNIDADE II PERÍCIA CONTÁBIL NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBC) 22 PROCEDIMENTOS 27 PLANEJAMENTO 28 O PERITO-CONTADOR 39 UNIDADE III PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA APLICAÇÕES DA PERÍCIA CONTÁBIL 55 OPERACIONALIZAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL 56 HONORÁRIOS PROFISSIONAIS 68 CONCLUSÃO 79 REFERÊNCIAS 80

UNIDADE I INTRODUÇÃO À PERÍCIA Professor Esp. Robinson Pereira Santos Objetivos de Aprendizagem Proporcionar ao aluno os conceitos e procedimentos da Perícia de acordo com a legislação vigente. Estimular o aluno a desenvolver seus conhecimentos conceituais e experimentais para que o mesmo possa utilizá-los no campo da Perícia Contábil. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: Conceitos, tipos e finalidade da perícia contábil Tipos de Perícia Nomenclatura dos dispositivos reguladores da perícia Leis que regulamentam a prática da perícia

INTRODUÇÃO A expressão perícia advém do latim (peritia), que em seu sentido próprio significa conhecimento adquirido pela experiência. Segundo D Áurea et al. (1953), a perícia é o testemunho de uma ou mais pessoas técnicas, no sentido de fazer conhecer um fato cuja existência não pode ser acertada ou juridicamente apresentada, se não apoiada em especiais conhecimentos científicos ou técnicos. A Perícia tem grande importância por examinar e trazer clareza, revelando a verdade de fatos obscuros sobre determinado assunto. Ela está vinculada a conhecimento e experiência de determinados objetos. Aquele que exerce a execução da perícia é chamado de perito, possuindo conhecimento e experiência no assunto determinado para poder emitir uma opinião sobre a matéria examinada. A Perícia, segundo o ambiente de atuação ao qual ela é solicitada, é classificada em quatro tipos detectáveis os quais são determinados e de acordo com cada tipo, sendo determinado o seu modo de execução e o objetivo final (laudo ou parecer). São estes os tipos: Perícia Judicial, Perícia Semijudicial, Perícia Extrajurídica (subdividas em demonstrativas, discriminativas e comparativas). Para Sá (2005), a pericia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Par tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. Por isso, esta disciplina tem a finalidade de trazer conhecimentos da perícia exercida pelos profissionais da contabilidade, apresentando os normativos existentes, adentrando na questão processualística e na forma de apresentação do trabalho realizado. A PERÍCIA Conforme definições encontradas em dicionários, perícia está relacionada a habilidade e destreza, especificamente definida como um exame feito por pessoa com estas características. A Perícia tem grande importância por examinar e trazer clareza, revelando a verdade de fatos obscuros sobre determinado assunto, necessitando, assim, de profissionais habilitados, com capacidade técnica e científica, aliado à consciência ética. Por isso, quando falamos em Perícia não podemos nos limitar a uma determinada área do conhecimento, como é o caso da Ciência Contábil. A Perícia está vinculada a conhecimento e experiência de determinados objetos. Aquele que exerce a execução da perícia, chamado Perito, é aquele que possui conhecimento e experiência no assunto determinado para poder emitir uma opinião sobre a matéria examinada. Assim, temos peritos-engenheiros, peritos-médicos, peritos-psicólogos, peritos-criminais, entre outras profissões. E, entre elas, o perito-contador, que é o profissional qualificado e habilitado para lidar com questões obscuras de fatos ligados à Ciência Contábil. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 13

Fonte: PHOTOS.COM Portanto, não há como ensinarmos uma pessoa a ser um perito. O que podemos fazer é participarmos da formação de um profissional que será especializado e experimentado em determinada matéria ou assunto. Tendo esta qualificação, esta pessoa pode então ser requisitada (ou se dispor) a disponibilizar seu conhecimento no exame de fato relacionado à matéria que possui entendimento. Neste caso, ela estará realizando uma perícia. Perito não é profissão, mas sim o exercício de uma função dentro de seus conhecimentos para acurar determinado fato no âmbito de domínio. Por isso, esta disciplina tem a finalidade de trazer conhecimentos da perícia exercida pelos profissionais da contabilidade, apresentando os normativos existentes, adentrando na questão processualística e na forma de apresentação do trabalho realizado. Ser um perito depende dos seus conhecimentos e experiência! TIPOS DE PERÍCIA A Perícia, segundo o ambiente de atuação ao qual ela é solicitada, é classificada em quatro tipos detectáveis e, de acordo com cada tipo, será determinado o modo de execução e o objetivo final (laudo ou parecer). São estes os tipos: Pericia Judicial Quando realizada por requerimento ou necessidade dos agentes do Poder Judiciário e devem obedecer às regras legais específicas. Este tipo ainda se divide em duas formas, segundo a sua finalidade apontada pelo processo judicial, a prova ou arbitramento. A prova será quando sua finalidade é trazer a verdade real, demonstrada científica ou tecnicamente, e que subsidiará a decisão do juiz. O arbitramento se dá quando sua finalidade é quantificar a obrigação segundo critério técnico. 14 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Perícia Semijudicial É aquela realizada dentro do aparato institucional do Estado, mas externo ao Poder Judiciário. Sua finalidade é de ser prova nos ordenamentos institucionais usuários, que podem ser policial, parlamentar (comissões de inquérito), administração tributária ou conselhos de contribuintes. É assim classificada porque estes usuários têm relativo poder jurisdicional, apenas assemelhados ao judicial. Perícia Extrajudicial Realizada fora do âmbito do Estado e da esfera judicial, solicitada por partes do ambiente privado (empresas ou pessoas físicas). São subdivididas em: Demonstrativas: mostrar a veracidade ou não do fato. Discriminativas: levantar os termos justos do fato em que dúvida do quantum. Comprovativas: comprovar fraudes, desvios, simulações etc. Perícia Arbitral Será assim chamada quando for realizada no âmbito de instância decisória criada pelas partes envolvidas e não se enquadram nos tipos acima descritos. Pode ser probante quando sua finalidade é ser prova na decisão. Ou pode ser decisória quando seu produto é a própria arbitragem da controvérsia. LEGISLAÇÃO APLICADA À PERÍCIA E AO PERITO A perícia judicial começou a ser mencionada juridicamente no Brasil em 1939, por meio do Decreto-lei nº 1.608. Em 1946, com o Decreto-lei nº 9.295, o mesmo que criou o Conselho Federal de Contabilidade com as respectivas atribuições do contador, foi oficialmente instituído a Perícia Contábil no Brasil. Histórico judicial de regulamentação e disciplina da perícia judicial: 1939: Decreto-lei 1.608. Vagas regras sobre a perícia. 1946: Decreto-lei 8.579. Alterações nas normas periciais. 1946: Decreto-lei 9,295. Criação do CFC e regras para perícia contábil. 1973: Lei 5.869. Legislação ampla para as perícias judiciais. 1992: Lei 8.455. Observações à pessoa do perito. 1994: Lei 8.852. Honorários periciais. 2001: Lei 10.358. Entrega de pareceres e laudos (prazos). 2002: Lei 10.406. Domínio da matéria pelo perito contábil. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 15

Nomenclatura de dispositivos reguladores Princípios: fundamentos da ação da ciência sobre seu objeto e seu objetivo. Dos princípios decorrem as normas e os padrões. Caracterizam-se pela universalidade e generalidade. Normas: são os indicativos comportamentais, envolvendo as técnicas e a ética, obrigatórios na execução da ciência. Caracterizam-se pela generalidade e especificidade e são obedientes aos princípios. São mutáveis e adaptáveis à realidade do ambiente. Padrões: também são comportamentos técnicos e éticos, mas oriundos do resultado das ações dos profissionais daquela ciência. Representam a práxis adotada, habitualmente ou comumente. Com relação às disposições normativas da classe contábil, veremos posteriormente nos próximos tópicos abordados. AUDITORIA X PERÍCIA Apesar das semelhanças encontradas no exercício da auditoria e da perícia, sendo a principal delas a revisão de trabalhos já realizados por colegas de outras ramificações, a diferenciação entre estas duas especializações está centrada nos objetivos e nas finalidades. O objetivo básico da perícia é o esclarecimento de determinados fatos ou circunstâncias, seja de forma judicial ou extrajudicial, como já vimos. Estes devem ser comprovados por Laudos ou Pareceres. Por sua vez, a auditoria busca certificar de que a veracidade de registros ou procedimentos expressa os seus resultados mediante relatórios. A perícia está relacionada a uma época, questionamento ou necessidade, enquanto que a auditoria tende a ser constante, atendendo um maior número de interessados e não sendo tão rigorosa na sua metodologia. A auditoria também se preocupa com a amostragem, enquanto que a perícia se volta a um determinado campo. A auditoria está relacionada à gestão e a perícia à eventualidade e especificidade. Por fim, a perícia tem como finalidade a produção de prova e a auditoria à revisão de procedimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi verificada na unidade I a conceituação de perícia, de acordo com a legislação vigente, ficando claro que não podemos limitá-la somente a uma determinada área do conhecimento, pois ela está vinculada ao conhecimento e experiência de determinados objetos. 16 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Abordamos os tipos de perícias e as nomenclaturas dos dispositivos regulares da perícia. Verificando que a perícia judicial ocorre quando realizada por requerimento ou necessidade dos agentes do Poder Judiciário devendo obedecer regras. Já a Perícia Semijudicial é aquela realizada dentro do aparato institucional do Estado, mas externo ao Poder Judiciário. A Perícia Extrajudicial é realizada fora do âmbito do Estado e da esfera judicial, solicitada por partes do ambiente privado. Por fim, a Perícia Arbitral só será assim chamada quando for realizada no âmbito de instância decisória criada pelas partes envolvidas e não se enquadram nos tipos acima descritos. Apesar de semelhanças nas funções de perícia e auditoria, não se pode confundi-las, pois há diferenciações entre estas, referentes aos seus objetivos e finalidades. A perícia é a prova elucidativa dos fatos, já a auditoria é mais revisão, verificação, tendendo a ser necessidade constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos, pois utiliza-se da amostragem. Referente aos cargos profissionais vale lembrar que só é possível ser perito o profissional contador que domina as técnicas de auditorias, de perícia e tem algum domínio do Direito tributário, bancário, comercial, financeiro, penal, administrativo, constitucional, previdenciário, ambiental, trabalhista e processual, condição desejado para se navegar no meio jurídico como auxiliar do Juízo. MAGALHÃES, A. de Deus e outros. Perícia Contábil: Uma Abordagem Teórica, Ética, Legal, Processual e Operacional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. Sempre que fazemos um trabalho profi ssional, esperamos que resulte em benefício à sociedade, sem o qual esse trabalho não teria valor. Em sentido amplo, entendemos que o objetivo da perícia é propiciar condições de justiça como, por exemplo, uma pessoa que não deve uma conta não tem que pagá-la, assim como aquela que é devedora deve efetuar o pagamento. Acesse os links: <www.manualdepericias.com.br>. <www.presidencia.gov.br>. <www.apjep.org.br/>. <www.igp.sc.gov.br/edu.org.br>. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 17

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO ESTUDO DE TEXTO: leia o texto a seguir e responda o que for solicitado A Perícia Contábil é Profissão? Paulo Cezar Ferreira de Souza Há registros, na Índia, do aparecimento do árbitro, eleito pelas partes, que desempenhava o papel de perito e juiz simultaneamente, pois dele dependia a verifi cação dos fatos e a decisão do litígio. Também há vestígios de perícia em registros no Egito e na Grécia, ao ter início a sistematização dos conhecimentos jurídicos. Aí, já se observa a utilização de especialistas de diversas áreas para auxiliarem nos processos decisórios. Entretanto, é no Direito Romano primitivo que se encontra com maior clareza a fi gura do perito, ainda que associada a árbitro. No Sistema Romano, o magistrado recorria ao especialista, que por seus conhecimentos técnicos, dispunha de melhores condições de opinar sobre a questão e elaborar um laudo que se constituía na própria sentença. <www.apjep.org.br>, julho de 2006. 1) O texto fala sobre a função de árbitro e perito exercida pela mesma pessoa. Por que você acha que isso ocorria naquela época? 2) A partir da evolução do Direito Romano o papel do perito é solicitado pelos magistrados. Qual o motivo desta iniciativa, de acordo com o texto? A perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser necessidade constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra a amostragem e a perícia a repele, como critério habitual. A.Lopes de Sá 18 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

UNIDADE II PERÍCIA CONTÁBIL Professor Esp. Robinson Pereira Santos Objetivos de Aprendizagem Compreender os conceituais específicos da Perícia Contábil. Conhecer a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC. Conhecer a regulamentação da perícia contábil e do perito contador de acordo com as NBC que tratam do assunto. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: As Normas Brasileiras de Contabilidade aplicada à perícia e ao perito Estrutura das Normas Objetivo, planejamento, execução e conclusão da Perícia Contábil

INTRODUÇÃO A Perícia Contábil está relacionada à construção de uma verdade sobre determinada matéria, em certo aspecto ou situação, utilizando-se de procedimentos normatizados, técnicos e científicos, executada debaixo de responsabilidades de profissionais formados em Ciências Contábeis. O produto desta perícia tem o objetivo de apresentar à instância decisória os elementos de prova necessários a fundamentar uma solução da questão em discussão. Para que possamos entender a utilização da Perícia Contábil em determinada situação ou fato, é importante relembrar o objeto da contabilidade, isto é, o Patrimônio. Por isso, quando se trata de trazer elucidação a respeito de fatos que feriram, ou influenciaram, o patrimônio de uma pessoa jurídica ou física, é necessária a opinião, ou laudo (como veremos adiante) de um Perito-Contador. Fonte: PHOTOS.COM A perícia está diretamente relacionada a discussões judiciais, onde aquele que exerce o juízo avalia informações e depoimentos apresentados pelas partes envolvidas: o autor e o réu. Na busca pela verdade dos fatos, invariavelmente, o juízo necessitará de um terceiro parecer, imparcial e técnico para poder emitir seu posicionamento e decisão. Entretanto, cabe salientar que a perícia é exercida também fora do âmbito judicial, como veremos mais adiante. A imagem a seguir reproduzida se presta para esquematizar em uma visão acadêmica, como as verdades são apresentadas ou sustentadas, e o necessário equilíbrio para uma justa solução do litígio estabelecido entre as partes. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 21

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade do Paraná O doutrinamento da Perícia Contábil, assim como de outras prerrogativas que são executadas pelos profissionais da Contabilidade estão descritas nas Normas Brasileiras de Contabilidade. Por isso, antes de iniciarmos os conceitos e aplicações da perícia contábil, segue abaixo uma breve introdução às Normas Brasileiras de Contabilidade. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBC) No exercício da profissão contábil devem ser observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), que são um conjunto de regras e procedimentos de conduta, as chamadas normas profissionais (NBC- P s), bem como a doutrina conceitual, os princípios, estrutura técnica e os procedimentos, chamados de normas técnicas (NBC-T s), a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos, e que são aprovadas por resolução emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que inclusive tiveram sua aprovação atualizada pela Resolução CFC 1.156/2009. As NBC compreendem os códigos e normatizações abaixo: Código de Ética Profissional do Contabilista. Normas de Contabilidade. Normas de Auditoria Independente e de Asseguração. Normas de Auditoria Interna. Normas de Perícia Contábil Importante salientar que as NBC, principalmente depois de aprovada a Lei 11.638/07, estão em processo de harmonização com as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB - Comitê Internacional de Normas de Contabilidade e as Normas Internacionais de Auditoria e Asseguração e as Normas 22 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Internacionais de Contabilidade para o Setor Público emitidas pela IFAC - Federação Internacional de Contadores. Atualmente, com a evolução e padronização das normas internacionais de contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade subdividiu as normas profissionais e normas técnicas de acordo com sua especificidade, como vemos a seguir. Estrutura das Normas Profissionais NBC-PG: normas gerais aplicadas aos profissionais da área contábil. NBC-PA: normas aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditor independente. NBC-PI: normas aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditor interno. NBC-PP: são aplicadas especificamente aos contadores que atuam como perito contábil. Estrutura das Normas Técnicas NBC-TS: são as normas societárias convergentes com as Normas Internacionais. NBC-TSP: normas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público. NBC-TE: normas que não possuem Norma Internacional correspondente, observando as NBC-TS. NBC-TA: são as normas de Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente (ISA s) emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC). NBC-TR: são as normas de Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão (ISRE s), emitidas pela IFAC. NBC-TO: são as normas de Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração (ISAE s), emitidas pela IFAC. NBC-TSC: são as normas para Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos (ISRS s) emitidas pela IFAC. NBC-TI: são as normas aplicadas aos trabalhos de auditoria interna. NBC-TP: são as normas aplicadas aos trabalhos de perícia. Inobservância A inobservância das Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração disciplinar, sujeita às penalidades previstas nas alíneas c, d e e do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 23

Fonte: PHOTOS.COM Voltando à questão conceitual da Perícia Contábil, as próprias Normas Brasileiras de Contabilidade se preocuparam em trazer sua definição. As normas periciais contábeis estão regulamentadas desde 1992. Com a nova estrutura normativa da classe contábil, segue a íntegra da NBC-TP-1, recentemente aprovada pelo CFC por meio da Resolução 1.243/09, substituindo a anterior NBC-T-13. Para melhor acompanhamento, teceremos comentários e grifos para que possamos utilizar a própria normatização para compreendermos a perícia contábil. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC TP 01 PERÍCIA CONTÁBIL Índice Item OBJETIVO 1 CONCEITO 2-5 EXECUÇÃO 6-17 PROCEDIMENTOS 18-30 PLANEJAMENTO 31-46 Objetivos 33 Desenvolvimento 34-38 Riscos e custos 39 Equipe técnica 40-41 Cronograma 42-45 Conclusão 46 TERMO DE DILIGÊNCIA 47-56 Aplicabilidade 49-54 24 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Estrutura 55-56 LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL 57-88 Apresentação do laudo e do parecer pericial contábil 60-66 Terminologia 67-79 Estrutura 80 Assinatura em conjunto 81-83 Laudo e parecer de leigo ou profissional não habilitado 84 Esclarecimentos do laudo e do parecer pericial contábil em audiência 85-86 Quesitos e respostas 87 Quesitos novos MODELOS 88 OBJETIVO 1. Esta Norma estabelece regras e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito, quando da elaboração de perícia contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio por meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação, ou certificação. CONCEITO 2. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. Observe que seu conceito é baseado na aplicação dos conhecimentos específicos para levantar a verdade de uma determinada matéria com a finalidade de demonstrar àquele que tem a responsabilidade de tomar a decisão sobre um impasse. 3. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite os próprios objetivos da perícia deferida ou contratada. O objetivo, ou o produto da perícia, é o levantamento de um relatório pericial (seja laudo nas questões judiciais ou parecer nas questões extrajudiciais), e este deve relatar exclusivamente aquilo que se refere à matéria periciada. 4. A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial, é de competência exclusiva de contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade. Entende-se como perícia judicial aquela exercida sob a tutela da justiça. A perícia extrajudicial é aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia contábil, como a própria sequência do nome diz, é exclusiva do profissional de formação na área contábil, especificamente daquele que possui curso superior em contabilidade, ou seja, do Bacharel em Ciências Contábeis. Portanto, não cabe ao técnico em contabilidade ou mesmo aos graduados nas áreas de economia, administração e outras afins. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 25

5. A perícia arbitral é aquela exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícia no âmbito estatal é executada sob o controle de órgão do estado, tais como perícia administrativa das Comissões Parlamentares de Inquérito, de perícia criminal e do Ministério Público. Perícia voluntária é aquela contratada espontaneamente pelo interessado ou de comum acordo entre as partes. Obedecendo este posicionamento do CFC, Alberto (1996) conceitua e define os objetivos da Perícia Contábil como: um instrumento técnico-científico de constatação, prova ou demonstração, quanto à veracidade de situações, coisas ou fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades (p.48). Alberto (1996) elenca ainda, de acordo com as experiências profissionais vividas por ele e por um grupo de profissionais pesquisados pela PUC-MG, que os objetivos e finalidades da Perícia Contábil são, especificamente: A informação fidedigna. A certificação, o exame e a análise do estado circunstancial do objetivo. O esclarecimento e a eliminação de dúvidas suscitadas sobre o objeto. O fundamento científico da decisão. A formulação de opinião ou juízo técnico. A mensuração, a análise, a avaliação ou arbitramento sobre o quantum monetário do objeto. Trazer à luz o que está oculto por inexatidão, erro, inverdade, má-fé, astúcia ou fraude. EXECUÇÃO 6. O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito-contador, pondo-se à disposição para o planejamento, para o fornecimento de documentos em poder da parte que o contratou e ainda para a execução conjunta da perícia. Uma vez recusada a participação, o perito-contador pode permitir ao assistente técnico acesso aos autos e aos elementos de prova arrecadados durante a perícia, indicando local e hora para exame pelo assistente técnico. 7. O perito-contador assistente pode, logo após sua contratação, manter contato com o advogado da parte que o contratou, requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos atos processuais no que pertine a perícia. 8. O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua guarda e segurança. 9. Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e ao lapso temporal da perícia a ser realizada. 10. Mediante termo de diligência, o perito deve solicitar por escrito todos os documentos e informações relacionadas ao objeto da perícia. 26 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

11. A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial deve ser comunicada, com a devida comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratando de perícia judicial; ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial. 12. O perito deve utilizar os meios que lhe são facultados pela legislação e normas concernentes ao exercício de sua função, com vistas a instruir o laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias. 13. O perito deve manter registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia ou certidão. 14. A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito, que assume a responsabilidade pelos trabalhos, devendo assegurar-se que as pessoas contratadas estejam profissionalmente capacitadas à execução. 15. O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil, por meio de papéis de trabalho, que foram considerados relevantes, visando fundamentar o laudo ou parecer e comprovar que a perícia foi executada de acordo com os despachos e decisões judiciais, bem como as normas legais e Normas Brasileiras de Contabilidade. 16. Entende-se por papéis de trabalho a documentação preparada pelo perito para a execução da perícia. Eles integram um processo organizado de registro de provas, por intermédio de termos de diligência, informações em papel, meios eletrônicos, plantas, desenhos, fotografias, correspondências, depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou outros quaisquer meios de prova fornecidos e peças que assegurem o objetivo da execução pericial. 17. O perito-contador assistente que assessorar o contratante, na elaboração das estratégias a serem adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda, cumprirá, no que couber, os requisitos desta Norma. PROCEDIMENTOS 18. Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. 19. O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos. 20. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 27

21. A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia. 22. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. 23. O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico. 24. A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações. 25. A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. 26. A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional. 27. Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará laudo pericial contábil, e o perito-contador assistente seu parecer pericial contábil, obedecendo aos respectivos prazos. 28. O perito-contador, depois de concluído seu trabalho, fornecerá, quando solicitado, cópia do laudo, ao perito-contador assistente, informando-lhe a data em que o laudo pericial contábil será protocolizado. 29. O perito-contador assistente não pode firmar o laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, neste caso, apresentar um parecer pericial contábil sobre a matéria investigada. 30. O perito-contador assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o perito-contador, em laudo pericial contábil, não pode emitir parecer pericial contábil contrário ao laudo. PLANEJAMENTO 31. O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial, que antecede as diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados no âmbito judicial, extrajudicial para o qual foi nomeado, indicado ou contratado, elaborando-o a partir do exame do objeto da perícia. 32. Enquanto o planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente que se propõe a estabelecer todas as etapas da perícia, o programa de trabalho é a especificação de cada etapa a ser realizada que deve ser elaborada com base nos quesitos e/ou no objeto da perícia. O trabalho de planejamento da perícia constitui-se o ponto inicial para o desenvolvimento do trabalho a ser executado, baseado na matéria pleiteada, e para a expectativa de remuneração, ou seja, dos cálculos dos honorários (salvo quando estes forem arbitrados pelo juiz). 28 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Fonte: PHOTOS.COM É na fase de planejamento em que o perito deve atentar para dois aspectos fundamentais do processo: o que está sendo demandado e a época do acontecimento dos fatos. Portanto, é fundamental a leitura da inicial, da contestação ou da impugnação, aos documentos juntados pelas partes e aos quesitos elaborados pelo juízo o pelas partes. Objetivos 33. Os objetivos do planejamento da perícia são: (a) conhecer o objeto da perícia, a fim de permitir a adoção de procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide; (b) definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem realizados, em consonância com o objeto da perícia, os termos constantes da nomeação, dos quesitos ou da proposta de honorários oferecida pelo perito; (c) estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido; (d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento da perícia; (e) identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da demanda de forma que não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária; (f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia; PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 29

(g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares; (h) facilitar a execução e a revisão dos trabalhos. Desenvolvimento 34. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das informações necessárias à elaboração do planejamento da perícia. 35. Em caso de ser identificada a necessidade de realização de diligências, na etapa de elaboração do planejamento, devem ser considerados, se não declarada a preclusão de prova documental, a legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já realizados e outras informações que forem identificadas como pertinentes para determinar a natureza do trabalho a ser executado. 36. O planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a serem adotados e sirva de orientação adequada à execução do trabalho. 37. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia. 38. O planejamento deve ser realizado pelo perito-contador, ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta com o perito-contador assistente, podendo este orientar-se no referido planejamento. Riscos e custos 39. O perito, na fase de elaboração do planejamento, com vistas a elaborar a proposta de honorários, deve avaliar os riscos decorrentes de responsabilidade civil, despesas com pessoal e encargos sociais, depreciação de equipamentos e despesas com manutenção do escritório. Equipe técnica 40. Quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de terceiros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de outras áreas de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a supervisão do perito, que assumirá responsabilidade pelos trabalhos executados exclusivamente por sua equipe de apoio. 41. Quando a perícia exigir a utilização de perícias interdisciplinares ou trabalho de especialistas, estes devem estar devidamente registrados em seus conselhos profissionais, quando aplicável, devendo o planejamento contemplar tal necessidade. 30 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

Cronograma 42. O perito-contador deve levar em consideração que o planejamento da perícia, quando for o caso, inicia-se antes da elaboração da proposta de honorários, considerando-se que, para apresentá-la ao juízo, árbitro ou às partes no caso de perícia extrajudicial, há necessidade de se especificar as etapas do trabalho a serem realizadas. Isto implica que o perito-contador deve ter conhecimento prévio de todas as etapas, salvo aquelas que somente serão identificadas quando da execução da perícia, inclusive a possibilidade da apresentação de quesitos suplementares, o que será objeto do ajuste no planejamento. 43. O planejamento da perícia deve evidenciar as etapas e as épocas em que serão executados os trabalhos, em conformidade com o conteúdo da proposta de honorários a ser apresentada, incluindo-se a supervisão e a revisão do próprio planejamento, os programas de trabalho quando aplicáveis, até a entrega do laudo. 44. No cronograma de trabalho, devem ficar evidenciados, quando aplicáveis, todos os itens necessários à execução da perícia, tais como: diligências a serem realizadas, deslocamentos, necessidade de trabalho de terceiros, pesquisas que serão feitas, elaboração de cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo para entrega do laudo e outros, de forma a assegurar que todas as etapas necessárias à realização da perícia sejam cumpridas. 45. Para cumprir o prazo determinado ou contratado para realização dos trabalhos de perícia, o perito deve considerar em seus planejamentos, quando aplicáveis, entre outros, os seguintes itens: (a) o conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo perito-contador e aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso de perícia extrajudicial ou pelo perito-contador assistente; (b) o prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem como para a execução e a entrega do trabalho; (c) a programação de viagens, quando necessárias. Conclusão 46. A conclusão do planejamento da perícia ocorre quando o perito-contador completar as análises preliminares, dando origem, quando for o caso, à proposta de honorários (nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenha fixado, previamente, honorários definitivos), aos termos de diligências e aos programas de trabalho. Um modelo de planejamento para perícia judicial encontra-se em anexo ao final desta Norma. PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 31

32 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

TERMO DE DILIGÊNCIA 47. Termo de diligência é o instrumento por meio do qual o perito solicita documentos, coisas, dados, bem como quaisquer informações necessárias à elaboração do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil. 48. Servirá ainda para a execução de outros trabalhos que tenham sido a ele determinados ou solicitados por quem de direito, desde que tenham a finalidade de orientar ou colaborar nas decisões, judiciais ou extrajudiciais. Aplicabilidade 49. O termo de diligência deve ser redigido pelo perito, ser apresentado diretamente à parte, ao seu procurador, ou ao terceiro, por qualquer meio escrito que se possa documentar a sua entrega, contendo minuciosamente o rol dos documentos, livros, coisas, ou outros dados de que se necessite para a elaboração do laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil. 50. Diligenciado é qualquer pessoa física ou jurídica, inclusive de direito público, que tenha a posse de documentos, coisas, dados ou informações úteis e indispensáveis para subsidiar a elaboração do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, e que o destinatário, por decorrência legal ou determinação de autoridade competente, esteja obrigado a fornecer elementos de prova. 51. O perito deve observar os prazos a que está obrigado por força de determinação legal, e dessa forma, sempre mencionar o tempo máximo para o cumprimento da solicitação a que está obrigado o diligenciado. 52. O termo de diligência deve conter, quando possível, a relação dos documentos, coisas ou dados que o perito tenha mencionado em petição de honorários judicial ou em contrato. 53. Deve ser apensada ao laudo ou parecer cópia do termo de diligência contendo o ciente do diligenciado ou do seu representante legal. Deve compor o texto do laudo, as informações colhidas ou não durante as buscas das provas, bem como as providências tomadas para o cumprimento do seu ofício. 54. Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova ou para a colaboração na busca da verdade, deve o perito se reportar diretamente a quem o nomeou, contratou ou indicou, narrando os fatos por meio de provas e solicitando as providências cabíveis e necessárias, para que não seja imputada responsabilidade por omissão na atividade profissional. Estrutura 55. O termo de diligência deve conter os seguintes elementos: (a) identificação do diligenciado; (b) identificação das partes ou dos interessados, e, em se tratando de perícia judicial ou arbitral, o número do processo, o tipo e o juízo em que tramita; PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 33

(c) identificação do perito com indicação do número do registro profissional no Conselho Regional de Contabilidade; (d) indicação de que está sendo elaborado nos termos do item 49 desta Norma; (e) indicação detalhada dos livros, documentos, coisas e demais elementos a serem periciados, consignando as datas e/ou períodos abrangidos, podendo identificar o quesito a que se refere; (f) indicação do prazo e do local para a exibição dos livros, documentos, coisas e elementos necessários à elaboração do laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, devendo o prazo ser compatível com aquele concedido pelo juízo, contratante ou convencionado pelas partes, considerada a quantidade de documentos, as informações necessárias, a estrutura organizacional do diligenciado e o local de guarda dos documentos; (g) após atendidos os requisitos da alínea (e), quando o exame dos livros, documentos, coisas e elementos, tiver de ser realizado junto à parte ou ao terceiro que detém em seu poder tais provas, haverá a indicação da data e hora para sua efetivação; e (h) local, data e assinatura. 56. O perito elaborará o termo de diligência, podendo adotar os modelos sugeridos em anexo ao final desta Norma. LAUDO E PARECER PERICIAL CONTÁBIL 57. O Decreto-Lei nº 9.295/46, na alínea c do art. 25, determina que o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil somente sejam elaborados por contador que esteja devidamente registrado e habilitado em Conselho Regional de Contabilidade. 58. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. 59. Obriga a Norma que os peritos, no encerramento do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, consignem, de forma clara e precisa, as suas conclusões. Apresentação do laudo e do parecer pericial contábil 60. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são orientados e conduzidos pelo perito-contador e pelo perito-contador assistente, respectivamente, que adotarão padrão próprio, respeitada a estrutura prevista nesta Norma. Neles devem ser registrados de forma circunstanciada, clara e objetiva, sequencial e lógica, o objeto da perícia, os estudos e observações realizadas, as diligências executadas para a busca de elementos de prova necessários, a metodologia e critérios adotados, os resultados devidamente 34 PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância

fundamentados e as suas conclusões. 61. O perito não deve utilizar-se dos espaços marginais ou interlineares para lançar quaisquer escritos no laudo pericial contábil e parecer pericial contábil, ou produzir emendas ou rasuras. 62. A linguagem adotada pelo perito deverá ser acessível aos interlocutores, possibilitando aos julgadores e às partes da demanda conhecimento e interpretação dos resultados obtidos nos trabalhos periciais contábeis. Devem ser utilizados termos técnicos e o texto conter informações de forma clara. Os termos técnicos devem ser inseridos na redação do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil, de modo a se obter uma redação técnica, que qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como a legislação de regência da profissão contábil. 63. Tratando-se de termos técnicos atinentes à profissão contábil, devem quando necessário, ser acrescidos de esclarecimentos adicionais e recomendada a utilização daqueles de maior domínio público. 64. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil deverão ser escritos de forma direta, devendo atender às necessidades dos julgadores e dos interessados e ao objeto da discussão, sempre com conteúdo claro e limitado ao assunto da demanda, de forma que possibilite os julgadores a proferirem justa decisão. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil não devem conter documentos, coisas, e/ou informações que conduzam a duvidosa interpretação, para que não induza os julgadores e interessados a erro. 65. Os peritos devem elaborar o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil utilizando-se do vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais. 66. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil devem contemplar o resultado final de todo e qualquer trabalho alcançado por meio de elementos de prova inclusos nos autos ou adquiridos em diligências que o perito-contador tenha efetuado, por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros documentos, tipos e formas. Terminologia 67. Forma circunstanciada: a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada com cautela e detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil. 68. Síntese do objeto da perícia: o relato sucinto de forma que resulte numa leitura compreensiva dos fatos relatados ou na transcrição resumida dos fatos da lide sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito. 69. Diligência: todos os procedimentos e atos adotados pelo perito na busca de documentos, coisas, informações ou quaisquer outros elementos de prova, bem como todos os subsídios necessários à elaboração do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil, mediante termo de diligência, quando PERÍCIA CONTÁBIL Educação a Distância 35