Aluno(a):... 28/04/2015



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Transcrição:

Caderno de Redação 1º ano Ensino Médio Aluno(a):... 28/04/2015 Este Caderno de Redação segue as novas diretrizes estabelecidas pela portaria nº 109, emitida em 27/05/2009, no Diário Oficial da União, para realização do texto dissertativo na Avaliação Bimestral do Colégio Trilíngue Inovação, de acordo com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desta forma, os critérios de avaliação para correção do texto são: adequação ao tema, coesão, coerência, argumentação e uso da norma culta.

2 Caro aluno, O tipo de texto eleito para esta redação é a dissertação. Uma dissertação consiste numa produção analítica sobre o tema proposto. É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas de apresentação de argumentos que as comprovem. A dissertação não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa os assuntos. Desta maneira, você deve defender uma opinião sobre o tema exigido e não pode ser neutro quanto ao assunto em questão. As opiniões não serão julgadas, mas sim avaliadas se estão explicadas e defendidas com coerência e lógica. Para que a redação atenda aos critérios estabelecidos, a apresentação visual, o conteúdo e a estrutura do texto devem estar em harmonia. Assim, para correção do texto, serão observados os seguintes critérios: adequação ao tema, coesão, coerência, argumentação e norma culta, conforme apresentados abaixo: Adequação ao tema: o redator deve se manter atento ao tema proposto, evitando tangenciá- lo. Coesão: é a conexão interna entre as várias partes de um texto. É o que torna o texto articulado, diferenciando- o de um amontoado caótico de palavras e parágrafos. Coerência: ocorre quando as informações se harmonizam no texto e com o conhecimento que temos da realidade. As ideias devem estar interligadas de maneira lógica, por isso não se deve propor uma opinião no início do texto e desmenti- la ao final. Argumentação: é a relação que se faz entre os fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções, a fim de embasar determinado pensamento ou ideia. Norma Culta: o redator precisa usar a língua portuguesa de maneira adequada, utilizando termos correntes com significados adequados. É importante que fique atento à concordância, à regência, à colocação pronominal, à grafia correta das palavras, à separação silábica, ao assinalamento da crase e à pontuação, segundo a norma culta. BOA SORTE!

3 Instruções 1.Para redigir o texto, você utilizará este Caderno de Redação e a Folha Oficial de Redação. 2.Ao finalizar a produção, entregue apenas a Folha Oficial de Redação, com o cabeçalho devidamente preenchido, incluindo a identificação da proposta pela qual você optou. 3.O aluno que perturbar ou descumprir quaisquer orientações do professor terá seu texto eliminado. 4.Qualquer irregularidade deve ser comunicada ao professor. 5.Utilize terceira pessoa, priorizando a linguagem impessoal. 6.Utilize caneta esferográfica azul ou preta. 7. É vetado o uso de corretivo. 8.Leia atentamente as propostas. Texto II

4 O que é maioridade penal? A maioridade penal fixada em 18 anos é definida pelo artigo 228 da Constituição. É a idade em que, diante da lei, um jovem passa a responder inteiramente por seus atos, como cidadão adulto. É a idade-limite para que alguém responda na Justiça de acordo com o Código Penal. Um menor é julgado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O que diz a legislação brasileira sobre infrações de quem não atingiu a maioridade penal? Pela legislação brasileira, um menor infrator não pode ficar mais de três anos internado em instituição de reeducação, como a Febem. É uma das questões mais polêmicas a respeito da maioridade penal. As penalidades previstas são chamadas de medidas socioeducativas. Apenas crianças até 12 anos são inimputáveis, ou seja, não podem ser julgadas ou punidas pelo Estado. De 12 a 17 anos, o jovem infrator será levado a julgamento numa Vara da Infância e da Juventude e poder receber punições como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade ou internação em estabelecimento educacional. Não poderá ser encaminhado ao sistema penitenciário. Como é a legislação brasileira em relação a outros países? A legislação brasileira sobre a maioridade penal entende que o menor deve receber tratamento diferenciado daquele aplicado ao adulto. Estabelece que o menor de 18 anos não possui desenvolvimento mental completo para compreender o caráter ilícito de seus atos. Adota o sistema biológico, em que é considerada somente a idade do jovem, independentemente de sua capacidade psíquica. Em países como Estados Unidos e Inglaterra não existe idade mínima para a aplicação de penas. Nesses países são levadas em conta a índole do criminoso, tenha a idade que tiver, e sua consciência a respeito da gravidade do ato que cometeu. Em Portugal e na Argentina, o jovem atinge a maioridade penal aos 16 anos. Na Alemanha, a idade-limite é 14 anos e na Índia, 7 anos. Quais os argumentos para reduzir a maioridade penal? Os que defendem a redução da maioridade penal acreditam que os adolescentes infratores não recebem a punição devida. Para eles, o Estatuto da Criança e do Adolescente é muito tolerante com os infratores e não intimida os que pretendem transgredir a lei. Eles argumentam que se a legislação eleitoral considera que jovem de 16 anos com discernimento para votar, ele deve ter também tem idade suficiente para responder diante da Justiça por seus crimes. Quais mudanças são as propostas em relação à maioridade penal? Discute-se a redução da idade da responsabilidade criminal para o jovem. A maioria fala em 16 anos, mas há quem proponha até 12 anos como idade-limite. Propõe-se também punições mais severas aos infratores, que só poderiam deixar as instituições onde estão internados quando estivessem realmente ressocializados. O tempo máximo de permanência de menores infratores em instituições não seria três anos, como determina hoje a legislação, mas até dez anos. Fala-se em reduzir a maioridade penal somente quando o caso envolver crime hediondo e também em imputabilidade penal quando o menor apresentar "idade psicológica" igual ou superior a 18 anos. O que dizem os que são contra a redução da maioridade penal? Os que combatem as mudanças na legislação para reduzir a maioridade penal acreditam que ela não traria

resultados na diminuição da violência e se acentuaria a exclusão de parte da população. Como alternativa, eles propõem melhorar o sistema socioeducativo dos infratores, investir em educação de uma forma ampla e também mudar a forma de julgamento de menores muito violentos. Alguns defendem mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente para estabelecer regras mais rígidas. Outros dizem que já faria diferença a aplicação adequada da legislação vigente 5 Quem é contra a redução da maioridade penal? Representantes da Igreja Católica e do Poder Judiciário combatem a redução da maioridade penal. Para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, a melhor solução seria ter uma justiça penal mais ágil e rápida. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o Estado não pode agir emocionalmente, pressionado pela indignação provocada por crimes bárbaros. Karina Sposato, diretora do Instituto Latino- Americano das Nações Unidas para a Prevenção e Tratamento da Delinquência (Ilanud), diz que o país não deveria neutralizar parte da população e, sim, procurar gerir um sistema onde as pessoas possam superar a delinquência. Tanto o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, afirmam que reduzir a maioridade penal não seria uma solução para a violência. Quem se manifestou a favor da redução da maioridade penal? Os quatro governadores da região Sudeste - José Serra (PSDB-SP), Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ), Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulo Hartung (PMDB-ES) propõem ao Congresso Nacional alterar a legislação para reduzir a maioridade penal. Eles querem também aumentar o prazo de detenção do infrator para até dez anos. Além dos governadores, vários deputados e senadores querem colocar em votação propostas de redução da maioridade. Quais são os trâmites legais para reduzir a maioridade penal? Depois de ser discutida pelo Senado, a proposta de emenda constitucional (PEC) deve ir a plenário para votação em dois turnos. Na sequência, a proposta tem de ser votada pela Câmara dos Deputados para transformar-se em lei. Texto II Texto III

6 93% a favor da redução Pesquisa Datafolha mostra que 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente -a margem de erro era de dois pontos. Sobre a idade a partir da qual um adolescente deveria passar a ser responsabilizado criminalmente, parte dos entrevistados, em respostas espontâneas (sem haver opções no questionário), defende que menores de 16 anos sejam enquadrados. (...) Um levantamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em 53 países aponta que 42 adotam a maioridade penal a partir dos 18 anos. Entre os que responsabilizam mais jovens estão os EUA -a partir dos 12 anos, dependendo do Estado. O debate sobre a alteração na legislação voltou à tona depois do assassinato do universitário Victor Hugo Deppman, 19, mesmo sem ter reagido a um roubo de celular no último dia 9 em São Paulo. O suspeito pelo crime é um jovem que estava a três dias de fazer 18 anos. Ele foi detido e levado para a Fundação Casa (antiga Febem). Na avaliação de Paulino, a alta aprovação à redução da maioridade penal está dentro do contexto de violência praticada por um adolescente. O levantamento feito em 2003 também foi realizado pouco tempo depois da morte de um casal de namorados (Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19) por um jovem que na época tinha 16 anos - conhecido como Champinha. [Folha de S.Paulo, 17/04/2013] OAB: redução não resolve Brasília O assassinato, na semana passada, do estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, com um tiro disparado por um adolescente de 17 anos, em São Paulo, trouxe de volta ao debate a redução da maioridade penal, tema controverso sobre o qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sempre se posicionou contrariamente. Segundo o presidente nacional da entidade, Marcus Vinicius Furtado, a criminalidade envolvendo crianças e adolescentes requer atenção especial das autoridades e de toda a sociedade, mas não se deve deixar que a comoção leve a caminhos que não irão resolver o problema, mas apenas agravá-lo. Seria um retrocesso para o país, além de transformar o menino num delinquente sujeito à crueldade das prisões, afirmou. É a negação de tudo que podemos imaginar para o futuro. Para Marcus Vinicius, a criminalidade e a violência entre os jovens precisam ser enfrentados a partir de um trabalho social muito forte. Um pouco de dignidade já resolveria muita coisa, disse, lembrando a falta de perspectiva que leva muitos adolescentes a buscar o caminho das drogas e da criminalidade. (...) [Ordem dos Advogados do Brasil]

7 Texto IV Reduzir maioridade penal é um erro quinta-feira, 17 de janeiro de 2013 Por Marcelo Semer, no blog Sem Juízo: Cada vez que a imprensa noticia um crime do qual tenha participado adolescente, voltam à tona apoios a propostas oportunistas para a redução da maioridade penal. O sensacionalismo seduz, mas não responde à lógica: o fato de os adultos já serem processados criminalmente não tem evitado que pratiquem crimes. Por que isso aconteceria com os adolescentes? A ideia de que a criminalidade está vinculada a uma espécie de sensação da impunidade jamais se demonstrou, tanto mais que a prática de crimes tem crescido junto com a encarcerização. A tese oculta uma importante variável: o fator altamente criminógeno do ambiente prisional, que é ainda maior quando se trata de jovens em crescimento. Há uma série de empecilhos jurídicos à proposta para reduzir a maioridade penal. O primeiro deles repousa na proibição de votar qualquer emenda constitucional para abolir direitos e garantias individuais. É difícil crer que a inimputabilidade de adolescentes, e sua expressa sujeição à lei especial, tal como determina o art. 228, da Constituição Federal, não seja considerado pelo STF como uma cláusula pétrea. Se garantias processuais como o direito à defesa, assistência de um advogado e o juiz competente estão tuteladas, como supor que o direito de não ser julgado criminalmente esteja fora do alcance desta proibição? A Convenção Americana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, ratificada pelo país há mais de duas décadas, também insere entre os direitos civis dos habitantes do continente, que menores devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado (art. 4º, 5). A falsa ideia de impunidade vem sendo disseminada na sociedade, paradoxalmente, ao mesmo tempo em que o país se torna um dos maiores encarceradores do mundo. Mais de meio milhão de almas já entopem esse precário e depauperado sistema prisional, dentro do qual se pretende introduzir ainda os adolescentes. As facções criminosas, organizações que nasceram e se fortaleceram com a recente hiper-prisionalização, agradecem sensibilizadas mais esse reforço em seus exércitos. Encarcerar adolescentes não vai nos trazer paz ou segurança. Vai apenas armar outra de tantas bombas-relógios montadas no sistema penitenciário, que alguns supõem, por um desvio exagerado da lógica, que jamais retornarão para explodir em nossos próprios colos. E a tal impunidade também ignora que já há milhares de jovens internados no país, além de tantos outros respondendo por seus atos infracionais com medidas socioeducativas previstas na lei especial. A reincidência tem se mostrado menor, inclusive, nos que cumprem medidas em meio aberto.

8 Enxergar genericamente a impunidade por via de um ou outro exemplo e mudar a lei por causa deles- é o retrato mais candente do populismo, que se fundamenta, quase sempre, nas prioridades da própria mídia. Algumas vezes em coincidência com a opinião pública, outras apenas condicionando-a. O curioso é que os primeiros a levantar bandeiras pelo aumento da punição, costumam ser aqueles que em geral se perfilam contra políticas de desarmamento contraditoriamente, eis que as maiores perdas são decorrentes justamente da banalização de armas de fogo. Onde, então, o apelo sincero à segurança da sociedade? Educar as crianças seria uma boa estratégia para não punir os homens, como dizia Pitágoras. Talvez seja o momento de educar os homens para não punir as crianças. Postado por Miro às 23:02 Enviar por e-mailblogthis!compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest Texto V Proposta I As discussões em torno da legitimidade da redução ou não da maioridade penal no Brasil sempre estão em voga. No entanto, nunca houve um consenso acerca da questão. Afinal, será que reduzir a maioridade penal irá reduzir os índices de violência praticada por menores infratores? Será que enviá-los para penitenciárias mais cedo irá mudar essa realidade? O que sabemos de fato é que presídios estão cada vez mais cheios e não conseguem mudar a realidade de infratores. Mas se algo não for feito para mudar esses índices cada vez mais alarmantes de violência praticada por crianças e adolescentes, a situação só irá piorar. Quais serão então as melhores soluções? Escreva um texto dissertativo que responda a essas questões.

9 Proposta II A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Redução da maioridade penal no Brasil: uma medida adequada?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista. Proposta III A discussão desse tema reflete a preocupação da população com a violência, já que muitos jovens menores de 18 anos cometem crimes bárbaros e possuem uma punição diferenciada. Essa particularidade faz organizações criminosas designarem jovens para cometer diversos crimes. Contudo, a simples diminuição da maioridade penal não parece ser um fator substancialmente forte para diminuir a violência, pois vários países que diminuíram a maioridade penal não registraram uma consistente baixa nos índices de violência. Diante dessa complexa conjuntura, escreva um texto dissertativo-argumentativo acerca do tema A diminuição da maioridade penal trará que impactos para o sistema judiciário brasileiro? Proposta IV Tendo em vista a temática REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL desenvolvida nos textos integrantes do caderno de prova e nos fragmentos acima, escreva um ARTIGO DE OPINIÃO, destinado a ser publicado em um blog destinado a estudantes universitários. Você deverá contextualizar o tema, discutir posições e manifestar explicitamente seu posicionamento. O texto deve ter coerência, coesão e argumentação fundamentada. Dê um título criativo. Proposta IV Escreva uma carta argumentativa para um senador de sua escolha com o intuito de comunicar a sua opinião sobre a redução da maioridade penal e de solicitar a ele, como seu representante, que defenda essa opinião no Senado. Observe a estrutura da carta argumentativa. Mobilize argumentos, levante fatos, dados e exemplos que comprovem seu ponto de vista e validem a sua opinião. Observação: Dê um título sugestivo e criativo à sua redação, utilize no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, produzindo um texto integrado, estruturado, organizado e coerente. Fundamente suas ideias com argumentos, sem sair do tema.

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