Rendimento do quiabo em função de doses de esterco bovino e NPK

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Transcrição:

Rendimento do quiabo em função de doses de esterco bovino e NPK Suany Maria G Pinheiro 1 ; Damiana Ferreira da Silva 3 ; Arnaldo Nonato P de Oliveira 2 ; Juliane Rafaele A Barros 3 ; Ovídio Paulo Rodrigues da Silva 3 1 UFPB Centro de Ciências Agrárias, 58397-000, Areia, PB, caixa postal 02, Graduação em Agronomia, Bolsistas PIBIC; 2 UFPB Graduação em Agronomia; 3 UFPB Pós Graduação em Agronomia. suanygp@hotmail.com; damyagro@hotmail.com; arnaldo_nonato@hotmail.com; julianeab@hotmail.com; ovídio_paulo@yahoo.com.br RESUMO O trabalho foi realizado na Universidade Federal da Paraíba, em Areia-PB, no período de junho a dezembro de 2010, com o de objetivo avaliar o número de frutos planta -1 e a produtividade de frutos comerciais de quiabo em função do emprego de doses de esterco bovino com e sem NPK. O delineamento experimental empregado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições, e os tratamentos distribuídos em arranjo fatorial 6 x 2, sendo os fatores seis doses de esterco bovino (0, 10, 20, 30, 40 e 50 t ha -1 ), e com e sem NPK. Os números máximos de 37 e 26 frutos planta -1 foram obtidos nas doses de 20 e 26 t ha -1 de esterco bovino, respectivamente, com e sem NPK. As doses de 23 e 28 t ha -1 de esterco bovino foram responsáveis pelas máximas produtividades de frutos comerciais de 21 e 17 t ha -1, com e sem NPK, respectivamente. PALAVRAS CHAVE: Abelmoschus esculentus, adubação organomineral, produção. ABSTRACT Okra yield depending on bovine manure and NPK doses Abstract: The study has been carried out at Universidade Federal da Paraíba, in Areia city - PB, from June to December 2010, aiming to evaluate the number of fruit plant -1 and the productivity of okra commercial fruit depending on the applied doses of bovine manure with and without NPK. The applied experimental design was randomized blocks, with four repetitions, and the distributed treatments in factorial arrangement 6 x 2, being the factors six doses of bovine manure (0, 10, 20, 30, 40 e 50 t ha -1 ), with and without NPK. The maximum numbers of 37 and 26 fruit plant -1 which have been obtained in the doses of 20 and 26 t ha -1 of bovine manure, respectively, with and without NPK. S3686

The doses of 23 and 28 t ha -1 of bovine manure have been responsible by the maximum productivities of commercial fruit of 21and 17 t ha -1, with and without NPK, respectively. Key words: Abelmoschus esculentus, organic mineral fertilization, production. INTRODUÇÃO No Brasil o quiabeiro, encontra condições climáticas excelentes para o seu cultivo, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo considerada uma cultura popular, principalmente pelos pequenos agricultores (Filgueira, 2008). No estado da Paraíba, é uma hortaliça tradicional, sendo consumido por todas as classes sociais. A utilização de adubos orgânicos de origem animal torna-se prática útil e econômica para os pequenos e médios produtores de hortaliças, porque enseja melhoria na fertilidade e na conservação do solo e maior aproveitamento dos recursos existentes na propriedade, isso porque é indiscutível a importância e a necessidade de adubos orgânicos em hortaliças. No entanto, maiores ou menores quantidades a ser usadas dependerão do tipo, textura, estrutura e teor de matéria orgânica no solo e quando utilizada por vários anos consecutivos, proporciona acúmulo de nitrogênio orgânico no solo, aumentando seu potencial de mineralização e sua disponibilidade para as plantas (Santos et al., 2006), Conforme Filgueira (2008), as hortaliças reagem bem a este tipo de adubação, tanto em produtividade como em qualidade dos produtos obtidos, sendo o esterco bovino a fonte mais utilizada pelos olericultores, devendo ser empregado especialmente em solos pobres em matéria orgânica. Em hortaliças a adubação mineral é uma das práticas que mais afetam a produção, tanto sob o aspecto tecnológico quanto econômico (Filgueira, 2008). As doses de fertilizantes aplicadas ao solo na adubação não devem ser limitantes ao crescimento e à produtividade das culturas, no entanto, se em excesso, a adubação pode implicar em absorção excessiva, o que levará à toxidez das plantas ou interferência na absorção de outros nutrientes (Coutinho et al.,1993). O nitrogênio funciona como complementação à capacidade de seu suprimento nos solos, a partir da mineralização de seus estoques de matéria orgânica, geralmente baixa em relação às necessidades das plantas, é o segundo nutriente mais exigido pelas S3687

hortaliças (Malavolta, 1990). O fósforo tem sido o macronutriente que mais frequentemente limita a produção, havendo aparente contradição entre a pequena exigência da cultura e a resposta altamente positiva à adubação fosfatada. Ocorre que, além da pobreza do solo brasileiro em fósforo, em forma disponível, é baixo o aproveitamento do fósforo aplicado via adubação, sendo elevadas às perdas por fixação nos solos (Filgueira, 2008). A aplicação de doses adequadas de potássio nas culturas favorece a formação e translocação de carboidratos e uso eficiente da água pela planta, equilibra a aplicação de nitrogênio e melhora a qualidade do produto (aspecto, coloração, sabor e propriedades culinárias), bem como o valor de mercado. As culturas oleráceas são exigentes em potássio disponível no solo, sendo esse o primeiro macronutriente em ordem de extração, embora seja elevada a exigência de potássio na maioria dos solos brasileiros a adubação potássica não propicia resposta acentuada na produtividade das culturas (Filgueira, 2007). Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o rendimento do quiabeiro em função do emprego de doses de esterco bovino na presença e ausência de NPK. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em nível de campo, entre junho e dezembro/ 2010, na Universidade Federal da Paraíba, em Areia-PB, em solo classificado como Neossolo Regolítico Psamítico típico, textura franca-arenosa, Típico (Embrapa, 1999), textura areia franco, com as seguintes características química e física: ph em H 2 O = 5,9; P disponível, 10,41 mg dm -3 ; K = 34,12 mg dm -3 ; Al trocável = 0,65 cmol c dm -3 ; Ca + Mg = 3,35 cmol c dm -3 e 12,52 g kg -1 de matéria orgânica (Embrapa, 1997); areia = 841,50 g kg -1 ; silte = 88,00 g kg -1 ; argila = 70,50 g kg -1 ; densidade global = 1,37 g cm -3 ; densidade de partículas = 2,61 g dm -3 ; e porosidade total = 0,47 m 3 m -3. sendo preparado para cultivo por meio de capinas, limpeza da área e abertura de covas de plantio. O esterco bovino apresentou a seguinte característica: Nitrogênio = 7,20 g dm -3 ; P = 5,2 g kg -1 ; K= 4,9 g kg -1 ; Carbono = 105,85 g dm-3; Matéria orgânica = 182,07 g dm-3 e Relação C/N 14,10 O delineamento experimental empregado foi de blocos casualizados, com quatro repetições, com os tratamentos distribuídos em arranjo fatorial 6 x 2, com os fatores seis doses de esterco bovino (0, 10, 20, 30, 40 e 50 t ha -1 ) e presença e ausência de NPK. A S3688

parcela foi constituída por 40 plantas, espaçadas de 1,00 x 0,50 m, sendo as 20 plantas consideradas úteis. A implantação da cultura foi realizada por meio de semeadura manual diretamente nas covas, distribuindo-se cinco sementes por cova da cultivar Santa Cruz, realizando-se desbaste para duas plantas, aos 15 dias após. A adubação constou da aplicação das doses de esterco bovino descrita no delineamento experimental. Nos tratamentos que receberam NPK foram fornecidos, no plantio 100 kg ha -1 de P 2 O 5 (superfosfato simples) e 70 kg ha -1 de K 2 O (cloreto de potássio) e, em adubação de cobertura 70 kg ha -1 de N (uréia), parcelado, sendo 50 % aos 30 e 50 % aos 60 dias, após a semeadura. Durante a condução do experimento foram realizados os tratos culturais, tais como capinas manual e irrigação pelo sistema de aspersão convencional. A colheita foi iniciada aos 60 dias após a semeadura, quando os frutos ainda verdes apresentaram tamanho ideal para a espécie. Os frutos colhidos foram transportados para galpão, para avaliação do número de frutos planta -1 e produtividade de frutos comerciais. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO O número de frutos planta -1 e a produtividade de frutos comerciais foram influenciadas (p<0,05) pelas doses de esterco bovino e sua interação com NPK, e suas médias se ajustaram a modelos quadráticos de regressão. Os números máximos de 37 e 26 frutos planta -1 foram obtidos nas doses de 20 e 26 t ha - 1 de esterco bovino, respectivamente, na presença e ausência de NPK (Figura 1). A presença de NPK proporcionou redução da quantidade de esterco adicionado, e incremento de nove frutos planta -1, em relação a sua ausência, o que pode indicar que o quiabeiro sofre influência da adubação mineral. Oliveira et al. (2003 e 2007 ), nas mesmas condições edafoclímaticas do presente estudo, obtiveram aumento do número de frutos planta -1 em função da aplicação de nitrogênio e fósforo, respectivamente, com uso de esterco bovino em adubação de plantio. Em feijão- caupi, a adubação com nitrogênio, fósforo e potássio, associado com esterco bovino, supriu de forma equilibrada as necessidades nutricionais da cultura (Oliveira et al., 2003). O número de frutos planta -1 e a produtividade de frutos em função das doses de esterco bovino na presença e ausência de NPK, embora em níveis menos intenso na sua ausência, possivelmente deve-se ao fato das fontes fornecerem o N e outros elementos S3689

minerais gradualmente na medida em que se processa a mineralização da matéria orgânica (Araújo et al., 2001). As doses de 23 e 28 t ha -1 de esterco bovino foram responsáveis pelas máximas produtividades de frutos comerciais de 21 e 17 t ha -1, na presença e ausência de NPK, respectivamente (F igura 2). Esses resultados evidenciam uma boa produção do quiabeiro em Areia-PB. Isso porque a produtividade máxima de frutos comerciais com NPK foi superior a média estabelecida para a espécie nas regiões Sul e Sudeste, em torno de 20 t ha -1, conforme Filgueira (2008), e na ausência de NPK, a produtividade foi superior aquelas obtida por Ferreira et al. (2001), quando obtiveram produtividade máxima de 13,13 t ha -1, em função da adubação orgânica e mineral, nas condições do Norte Fluminense, e por Rizzo et al., (2001), quando alcançaram produtividade máxima de 8,7 t ha -1 com a cultivar Santa Cruz sob adubação balanceada, nas condições de Jaboticabal - SP. As produtividades obtidas com e sem NPK foram superiores a 12 e 9,3 t ha -1 de frutos, respectivamente, em relação à produtividade obtida sem esterco bovino, e a combinação de esterco bovino e NPK, proporcionou incremento de 4,0 t ha -1 frutos, em comparação com o esterco bovino na ausência de NPK. Este fato demonstra a possibilidade de se estabelecer alternativa mais viável de adubação para o quiabo, especialmente para os locais em que o esterco bovino seja disponível a baixo custo. A estratégia consiste na utilização desse insumo em doses que maximizam a produtividade, sendo os adubos minerais adicionados em doses apenas complementares. A elevação da produtividade de frutos em função das doses de esterco bovino na presença ou ausência de NPK, embora em nível menos intenso, na ausência de NPK, possivelmente deva-se ao fato de que as fontes orgânicas fornecem o N e outros elementos minerais gradualmente, na medida em que se processa a mineralização da matéria orgânica. Resultados de pesquisa sobre a mineralização do N em resíduos de origem animal no solo estabelecem taxas entre 13 a 67% após seis meses (Rodrigues & Casali, 1999). Pouca mineralização ocorre até o primeiro mês, aumentos até os três meses e estabilização na liberação de elementos minerais até seis meses ( Chae & Tabatabai, 1986). Este fato é um indicio de que os nutrientes mineralizados no presente trabalho auxiliaram para o atendimento da demanda nutricional do quiabeiro durante o período da semeadura à colheita (sete meses) e que ocorreu incremento da S3690

produtividade no fornecimento de NPK, em virtude também das concentrações destes nutrientes na composição do esterco bovino (Nitrogênio = 7,20 g dm -3 ), (P = 5,2 g kg - 1 ) e K= (4,9 g kg -1 ). Várias fontes orgânicas veiculam teores de nutrientes ao solo, em liberação que não dependem da velocidade de mineralização da matéria orgânica. Isso pode possibilitar que parte das necessidades das plantas sejam atendidas (Araújo et al., 2001). Além de fornecer elementos minerais ao quiabeiro, provavelmente o esterco bovino atuou como condicionador do solo, reduzindo a densidade aparente e favorecendo a formação de agregados estáveis, aumentou a capacidade de aeração, infiltração e armazenamento de água, assim como aumentou a atividade de macro e microrganismos, pelos efeitos indiretos da melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo ( Oliveira et al., 2010). O esterco bovino foi mais eficiente na presença da adubação com NPK. REFERÊNCIAS ARAUJO AS; OLIVEIRA AP; SILVA JAL; RAMALHO IR; LUSTOSA NETO F. 2001. Rendimento do feijão-vagem cultivado com esterco suíno e adubação mineral. Revista Ceres 48: 501-510 COUTINHO ELM; NATALE W; SOUZA ECA. 1993. Adubos e corretivos: aspectos particulares na olericultura. In: FERREIRA ME; CASTELHANE PD; CRUZ, MCP. (eds.). Nutrição e adubação de hortaliças. Piracicaba, Potafós, p. 85-140. CHAE YM; TABATABAI MA. 1986. Mineralization of nitrogen in soils ammended with organic wastes. Journal Enviromental Quality 15: 193-198. EMBRAPA. 1999. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, Brasília: Produções de Informações, 412p. FERREIRA JM; CAETANO LCS; ANDRADE WEB.; VALENTINI L; RIBEIRO LJ; SILVA MFV. 2001. Adubação orgânica e mineral em hortaliças no Norte Fluminense: cultura do quiabeiro, Horticultura Brasileira Suplemento: SOB (CD-ROM). FILGUEIRA FAR. 2008. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. Viçosa: UFV. 421p. MALAVOLTA E. 1990. Pesquisa com nitrogênio no Brasil - passado, presente e perspectivas. In: Simpósio Brasileiro sobre Nitrogênio em Plantas. Anais..., Itaguaí: SBFV, p. 89-177. S3691

OLIVEIRA AP; SILVA VRF; SANTOS CS; ARAÚJO JS; NASCIMENTO JT. 2002. Produção de coentro cultivado com esterco bovino e adubação mineral. Horticultura Brasileira 20: 477-479. OLIVEIRA AP; SILVA VRF; ARRUDA FP; NASCIMENTO IS; ALVES AU. 2003. Resposta do feijão caupi em função de doses e formas de aplicação de nitrogênio. Horticultura Brasileira 21: 77-80. OLIVEIRA AP; DORNELAS CSM; ALVES AU; ALVES AU; SILVA OLIVEIRA ANP. 2007. Reposta do quiabeiro às doses de fósforo aplicadas em solo arenoso. Horticultura Brasileira 25: 180-183. OLIVEIRA AP; SANTOS JF; CAVALCANTE LF; PEREIRA WE; SANTOS MCCA; OLIVEIRA ANP; SILVA NV. 2010. Yield of sweet potato fertilized with cattle manure and biofertilizer. Horticultura Brasileira 28: 277-281. RIZZO AAN; CHIKITANE KS; BRAZ LT; OLIVEIRA AP. 2001. Avaliação de cultivares de quiabeiro em condições de primavera em Jaboticabal-SP. Horticultura Brasileira Suplemento CD-ROM, julho. RODRIGUES ET; CASALI VWD. 1999. Rendimento e concentração de nutrientes em alface, em função das adubações orgânica e mineral. Horticultura Brasileira 17: 125-128. SANTOS JF; OLIVEIRA AP; ALVES AU; BRITO CH; DORNELAS CSM; NÓBREGA JPR. 2006. Produção de batata-doce adubada com esterco bovino em solo com baixo teor de matéria orgânica. Horticultura Brasileira 24:104-107. SIQUEIRA JO. 1988. Biotecnologia do solo: fundamentos e perspectivas. Lavras, ABEAS: Lavras, 235 p. JA; S3692

Número de frutos planta-1 50 40 30 20 10 0 y ComNPK y = 0,7907x 0,0196x NPK = 28,071 + 0,7907*x - 0,0196*x 2 R 2 R 2 = 0,84 = 0,84 y SemNPK 1,0854x - 0,0212x 2 Sem NPK = 18,679 + 1,70854*x - 0,0212*x 2 R 2 R= 2 = 0,82 0 10 20 30 40 50 Esterco bovino (t ha-1) Figura 1. Número de frutos planta -1 de quiabeiro adubado com doses de.esterco bovino com e sem NPK. (Number of fruit plant -1 of okra plant fertilized with doses of bovine manure with and without NPK). CCA-UFPB, Areia, 2010. Produtividade de frutos (t ha-1) 25 20 15 10 5 0 y Com NPK 0,9195x 0,0199x Com NPK = 10,164 + 0,9195*x - 0,0199*x 2 R 2 R 2 = 0,79 = 0,79 yy Sem NPK = 7,75 + 0,6978x - 2 Sem NPK = 7,75 + 0,6978x* - 0,0123x* 2 R 22 = 0,85 0 10 20 30 40 50 Esterco bovino (t ha-1) Figura 2. Produtividade de frutos de quiabeiro adubado com doses de.esterco bovino com e sem NPK. (Productivity of okra plant fruit fertilized with dose of bovine manure and NPK). CCA-UFPB, Areia, 2010.... S3693