Direito Aduaneiro. Prof. Marcelo Alvares Vicente INTRODUÇÃO
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- Lúcia Chagas Penha
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1 Direito Aduaneiro Prof. Marcelo Alvares Vicente INTRODUÇÃO
2 1. Disciplina jurídica aduaneira Direito positivo aduaneiro. Ciência do direito aduaneiro. Quando da entrada / saída de mercadoria em território nacional: aplicação de diversas normas sobre transporte, seguros, tributárias, administrativas, cambiais, infracionais (penais e administrativas), financeiras, trabalhistas, processuais, de direito internacional etc.
3 Antecedente Conseqüente Comércio Relação Internacional Aduaneira Fatores condicionantes do Direito Aduaneiro + especificidade de princípios e normas
4 2. Intervencionismo estatal Política comercial do País Política aduaneira Acordos internacionais Fundamentos Meios Métodos
5 Fundamentos econômicos para o intervencionismo Proteção de indústrias Pleno emprego e melhores salários Estabilidade da economia nacional Necessidade de defesa das fronteiras econômicas
6 Meios para o exercício do intervencionismo Econômicos (mais eficientes) Diretos Regimes de contingenciamento na I e E Proibições e restrições na I e E Indiretos Incentivos à E Regimes Aduaneiros Especiais (RAES) na I e E Fiscais Destinados à execução e controle da política aduaneira traçada
7 Métodos (procedimentos operacio-nais, de natureza administrativa, de execução da política aduaneira) para o exercício do intervencionismo: licenciamento de importações e exportações controles prévios, simultâneos e posteriores às operações procedimentos de entrada / saída de mercadorias, veículos e pessoas lançamentos tributários
8 3. Fato aduaneiro Fato aduaneiro Complexo de fatos jurídicos de natureza tributária comercial administrativa Complexo de fatos econômicos
9 4. Fato aduaneiro Relação aduaneira Relação aduaneira surge a realidade aduaneira, composta de: órgãos, atividades e estrutura administrativa unitária, não fragmentada sistema que tem como núcleo a realização da política aduaneira, de comércio exterior e controles aduaneiros
10 Relação aduaneira Sujeitos Estado Pessoa Física ou Jurídica de direito público ou privado Objeto Coisas mercantis ou não Finalidade Realizar uma atividade de comércio exterior Limites Determinados pela política aduaneira
11 Relação aduaneira Causa Ultrapassagem da linha que separa dois territórios submetidos a diferentes soberanias (ou não, quando se tratar de entreposto aduaneiro de exportação, p.e.) Normas Direito interno Direito comunitário Direito internacional Influência de organismos internacionais (acordos, tratados, convênios etc.)
12 5. Aduana / Alfândega Aduana Órgão ou instituição responsável pela execução da política aduaneira Instituição jurídica, organização, entidade com fins de arrecadação, protecionismo, controle administrativo etc. Ad-diuân (árabe): escritório ou repartição pública Alfândega Repartição, órgão administrativo ou estação arrecadadora Repartições da Aduana, aplicam suas normas e controles Al-funduq (árabe): hotel; origem: local em que as caravanas pernoitavam, albergue oficial, recebiam a visita do coletor de impostos
13 Interesses fazendários = responsabilidade do MF, de acordo com a Constituição Federal Art. 237 da Constituição Federal: A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.
14 6. Conceito e natureza do Direito Aduaneiro Conceito Conjunto de normas e princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendida como a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias e que constitui um sistema de controle de limitações com fins públicos (Ildefonso Sánchez González) Natureza Direito público, direito internacional público (pela existência de normas contidas em acordos internacionais)
15 7. Autonomia do Direito Aduaneiro O direito aduaneiro é autônomo pois possui objeto próprio, princípios e institutos próprios e especificidade Objeto próprio Complexo de relações jurídicas surgidas pela prática do comércio internacional bens, pessoas e veículos entram e saem do território nacional Princípios Exclusividade da normatização pela União Federal Exações excetuadas dos princípios da legalidade e anterioridade tributárias Todas as mercadorias devem ser submetidas ao controle aduaneiro na entrada e saída do território
16 Institutos Alfandegamento Depósitos alfandegados admissão temporária entreposto aduaneiro etc. Especificidade Origem consuetudinária Institutos de outros ramos do direito assumem feição própria Técnica específica Classificação alfandegária Conceitos jurídicos e econômicos Casuísmo expressivo larga incidência de atividades discricionárias Acelerado dinamismo Importância do fator econômico Contencioso aduaneiro Influência preponderante de Tratados
17 8. O Direito Aduaneiro brasileiro Órgãos intervenientes Ministério da Fazenda (SRF e BACEN) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (CAMEX e SECEX) Ministério da Justiça (DPF) Ministério da Defesa Exército Marinha Aeronáutica Ministérios da Agricultura, Saúde (ANVS etc.) Ministério dos Transportes
18 9. Legislação Aduaneira brasileira Regulamento Aduaneiro DECRETO Nº 6.759, DE 5 DE FEVEREIRO DE Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Consolidação da legislação aduaneira esparsa Substituiu os antigos Decreto /1985 e 4.543/2002 Alterado pelo Decreto nº 7.213, de 2010.
19 10. Território Aduaneiro Compreende todo o território nacional A jurisdição dos serviços aduaneiros é estendida por todo o território aduaneiro e abrange: zona primária zona secundária
20 11. Zonas primária e secundária Zona primária área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados Zona secundária parte restante do território aduaneiro não compreendida pela zona primária, incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo
21 12. Portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro: I - estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados; II - ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.
22 O ato de alfandegamento deverá estabelecer quais operações aduaneiras estão autorizadas e os termos, limites e condições para sua execução. Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas Exceto no que se refere à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.
23 13. Recintos alfandegados Dependem de declaração da autoridade aduaneira Podem estar localizados na zona primária ou secundária Podem ser recintos destinados a instalação de lojas francas Neles podem ocorrer a movimentação, a armazenagem e o despacho aduaneiro de: mercadorias procedentes do exterior ou ao exterior destinadas, inclusive sob Regime Aduaneiro Especial (RAE) bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou ao exterior destinadas remessas postais internacionais
24 Tempo de permanência nos recintos alfandegados Os bens importados poderão permanecer armazenados em recinto alfandegado de zona secundária pelo prazo de setenta e cinco dias, contado da data de entrada no recinto, exceto se forem submetidos a regime aduaneiro especial, caso em que ficarão sujeitos ao prazo de vigência do regime. Não se aplica às remessas postais internacionais
25 14. Portos Secos Atual denominação das EADIs Terminal alfandegado de zona secundária Não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados Recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro Poderão ser autorizados a operar com carga de importação e de exportação, ou apenas de exportação, tendo em vista as necessidades e condições locais Operações e serviços efetivadas pelo regime de permissão salvo quando em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão
26 15. Competência para alfandegar (alfandegamento) Conceito É o ato de estabelecer a existência de alfândega em portos, aeroportos ou portos de fronteira, aparelhando-o para que possam receber veículos, passageiros e mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior
27 Condições atendimento das condições de instalação dos órgãos de fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensável à segurança fiscal existência de recursos humanos e materiais disponíveis tornar-se formalmente fiel depositário da mercadoria colocada sob sua guarda Competência compete à SRF declarar o alfandegamento e editar as normas complementares
28 Situações específicas Pode abranger a totalidade ou parte da área dos portos e dos aeroportos Pode abranger silos ou tanques, para armazenamento de produtos à granel, localizados em áreas contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados por tubulações, esteiras rolantes ou similares Cancelamento se o local for desabilitado ao tráfego internacional a empresa interessada deixar de comprovar o direito de construção e de uso das tubulações a empresa interessada deixar de atender aos termos, limites e condições estabelecidas em ato normativo
29 16. Administração Aduaneira Exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou continuada nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, em conformidade com o estabelecido no ato de alfandegamento Fiscalização continuada é a que se exerce em dia e hora determinados para que haja manuseio ou movimentação de mercadorias
30 17. Precedência da autoridade aduaneira Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados a administração aduaneira tem precedência sobre os demais órgãos, o que implica: a obrigação, por parte dos demais órgãos, de prestar auxílio imediato, sempre que requisitado pela administração aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal a competência da administração aduaneira, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos, para disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias no que interessar à Fazenda Nacional.
31 18. Controle aduaneiro de veículos A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. A Secretaria da Receita Federal poderá autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado,
32 As operações de carga, descarga ou transbordo de veículo procedente do exterior poderão ser executadas somente depois de formalizada a sua entrada no País. Para efeitos fiscais, considera-se formalizada a entrada do veículo quando emitido o termo de entrada de que trata o art. 31 do RA A Secretaria da Receita Federal poderá dispor, em ato normativo, sobre situações em que as operações de carga, descarga ou transbordo possam iniciar-se antes de formalizada a entrada do veículo no País.
33 Prestação de informações pelo transportador (de forma eletrônica, se assim for exigido, ou não) O transportador prestará à Secretaria da Receita Federal as informações sobre as cargas transportadas, bem assim sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. O agente de carga (qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos) também deve prestar as informações sobre as operações que execute e sobre as respectivas cargas
34 19. Controle Aduaneiro - SISCOMEX O controle aduaneiro sobre mercadorias importadas e exportadas é executado por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX. Para maior agilidade ao comércio exterior e garantir o desejável nível de segurança dos controles, as operações de importação e exportação são, com base em parâmetros específicos, automaticamente direcionados para um dos canais de conferência previstos pelo sistema, que, por sua vez, determina o conjunto de procedimentos de verificação a serem adotados.
35 Características O controle aduaneiro sobre mercainício de coordenação entre os diversos órgãos intervenientes no processo aduaneiro Parcial desburocratização, aliada ao progresso tecnológico Visa facilitar as operações de comércio exterior Celeridade nos procedimentos e na arrecadação Maior precisão na fiscalização e estatísticas
36 Direito Aduaneiro - final da introdução Apresentação elaborada pelo Prof. Marcelo A. Vicente Advogado, Despachante Aduaneiro credenciado pela 8a. RF, Especialista em Direito Tributário pela PUC/SP, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, Professor Universitário disciplinas de Direito da Navegação e Direito Tributário / Aduaneiro do UniFIEO, UNIP, UniSAL, EPD. Esta apresentação está disponível em Perguntas, críticas, sugestões e comentários: aulas@tributario.pro.br
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