Boas práticas no Município para reduzir a Judicialização da Saúde Isadora Cabral
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- Luana Valgueiro Santos
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1 Boas práticas no Município para reduzir a Judicialização da Saúde Isadora Cabral Procuradora do Município de Gaspar; Especialista em Direito Público pela Universidade Regional de Blumenau - FURB; Integrante do Comitê Estadual de Monitoramento e Resolução das Demandas de Assistência da Saúde COMESC; Membro da Comissão de Saúde da OAB/SC 2015.
2 Por que a judicialização ocorre? Porque o médico prescreveu medicamento prótese procedimento NÃO PADRONIZADO pelo SUS
3 Soluções para reduzir a judicialização no Município: Médicos Sec. de Saúde Assistência Farmacêutica Procuradoria do Município REMUME/RENAME Decreto Municipal e Justificativa Padrão Atualização e disponibilização da REMUME Transparência dos Medicamentos disponíveis na Farmácia Básica Defesa Técnica
4 Médicos: Entender o SUS: Lei Nacional do SUS n /1990: prevê que a prescrição para dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde esteja em conformidade com os protocolos e diretrizes clínicas do SUS. Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso I do art. 6 o consiste em: I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P. Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação será realizada: I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
5 Portanto... os médicos devem respeitar a Lei Nacional: - Prescrevendo em conformidade com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do SUS, - Privilegiando o tratamento disponível pelo SUS - Esgotando as alternativas padronizadas REMUME E não sendo possível, demonstrar em relatório médico a inefetividade do tratamento oferecido pelo SUS. RENAME Protocolo de Diretrizes Clínicas do SUS
6 Prevê que os médicos e os odontólogos servidores públicos estaduais, sempre que estiverem no exercício de suas atribuições funcionais, são obrigados a prescrever medicamentos e solicitar exames e procedimentos de saúde nos termos das políticas públicas, das listas padronizadas e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) do Sistema Único de Saúde (SUS) ou apresentar justificativa técnica que demonstre a inadequação, a ineficiência ou a insuficiência da prescrição de medicamento padronizado para o caso concreto. Decreto Estadual n. 241/2015 Prevê que os médicos e odontólogos servidores públicos municipais e os prestadores de serviço para o Sistema Único de Saúde SUS em âmbito municipal, sempre que estiverem no exercício de suas atribuições funcionais ou contratuais, obrigados a prescrever medicamentos e solicitar exames e procedimentos de saúde nos termos das políticas públicas, das listas padronizadas e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) do Sistema Único de Saúde (SUS) ou apresentar justificativa técnica que demonstre a inadequação, a ineficiência ou a insuficiência da prescrição de medicamento padronizado para o caso concreto. Decreto Municipal n /2015
7 DECRETO Nº 6.595, DE 09 DE OUTUBRO DE DISCIPLINA PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PELOS MÉDICOS E ODONTÓLOGOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS E PRESTADORES DE SERVIÇO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM AMBITO MUNICIPAL NA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS E NA SOLICITAÇÃO DE EXAMES E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E ESTABELECE OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O PREFEITO MUNICIPAL DE GASPAR, no uso de suas atribuições legais que lhe confere o art. 72, inciso IV, da Lei Orgânica do Município de Gaspar, DECRETA: Art. 1º Ficam os médicos e odontólogos servidores públicos municipais e os prestadores de serviço para o Sistema Único de Saúde SUS em âmbito municipal, sempre que estiverem no exercício de suas atribuições funcionais ou contratuais, obrigados a prescrever medicamentos e solicitar exames e procedimentos de saúde nos termos das políticas públicas, das listas padronizadas e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Para a prescrição de medicamentos, os médicos e os odontólogos deverão ainda: I adotar obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional (DCI), constando o nome do princípio ativo e, quando pertinente, o nome de referência da substância; II emitir receita em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais; e III utilizar as listas padronizadas de medicamentos do SUS.
8 Art. 2º No caso de o médico ou o odontólogo necessitar prescrever medicamentos, materiais e/ou insumos ou solicitar procedimentos diversos dos disponíveis nas políticas públicas, nas listas padronizadas e nos PCDTs do SUS, deverá ser apresentada justificativa técnica que demonstre a inadequação, a ineficiência ou a insuficiência da prescrição de medicamento padronizado para o caso concreto. 1º A justificativa técnica de que trata o caput deste artigo: I não eximirá o servidor público da obrigação de informar a respeito: a) do potencial dos serviços públicos de saúde; e b) da referência expressa do tratamento disponível no SUS para a patologia diagnosticada; e II poderá ser suprida por meio de relatório fundamentado, observadas as informações de que trata o 1º deste artigo. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Gaspar, 09 de outubro de PEDRO CELSO ZUCHI Prefeito do Município de Gaspar
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12 Justificativa Padrão Decreto Municipal Aproximação do Gestor da Saúde e os Médicos do SUS Resultado: médicos privilegiam a utilização de medicamentos padronizados, e caso não seja possível, o Secretário de Saúde e a Comissão de Assistência Farmacêutica têm conhecimento das prescrições para tomar as providências necessárias. na internet (site da prefeitura) na intranet (software de Gestão da Secretaria de Saúde) ou quando necessário, vias impressas nos locais de atendimento. Acesso à REMUME (Relação Municipal de Medicamento s Essenciais) Acesso à RENAME (Relação Nacional de Medicamento s Essenciais
13 Secretaria de Saúde: Constante atualização da REMUME Constante disponibilização aos médicos do rol de medicamentos e procedimentos padronizados pelo SUS Transparência à população dos medicamentos disponíveis
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15 Procuradoria do Município: Defesa jurídica Defesa técnica com auxílio de farmacêutico e/ou médico
16 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS Qual o medicamento padronizado pelo SUS para portadores de (CID )?
17 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS Havendo medicamento padronizado pelo SUS para portadores de (CID ), favor informar se constam das listas REMUME, RENAME, ou outro documento.
18 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS O medicamento pleiteado judicialmente enquadra-se na lista de medicamentos considerados de Farmácia Básica, o qual é responsabilidade do Município?
19 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS O medicamento pleiteado judicialmente enquadra-se como de alto custo e/ou alta complexidade?
20 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS O medicamento pleiteado judicialmente poderia ser substituído por outro constante da Relação de Medicamentos disponíveis pelo SUS? Havendo possibilidade de substituição, informar a lista.
21 QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS Há outras informações importantes sobre o medicamento pleiteado judicialmente?
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24 OUTROS QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS O medicamento pleiteado judicialmente pode ser adquirido diretamente pelo Município? O medicamento pleiteado judicialmente tem indicação na bula para uso no tratamento (CID )? A prescrição médica objeto dos autos foi expedida por médico do SUS?
25 OUTROS QUESTIONAMENTOS TÉCNICOS A prescrição médica que fundamenta os autos obedece ao regramento do Conselho Federal de Medicina, contendo a Denominação Comum Brasileira (CDB) ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional (DCI), o seu princípio ativo, seguido, quando pertinente, do nome de referência da substancia, posologia, modo de administração e período de tempo do tratamento? Qual a validade da receita médica para a CID e/ou para o medicamento?
26 Pesquisar na CONITEC COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SUS
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30 Pesquisar pareceres/notas técnicas do Núcleo de Avaliação de Tecnologia em Saúde NATS COMITÊ EXECUTIVO ESTADUAL DA SAÚDE DE MINAS GERAIS (ATÉ A IMPLANTAÇÃO COMPLETA DO NATS DE SANTA CATARINA)
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34 Utilizar os enunciados das JORNADAS DE DIREITO DA SAÚDE - CNJ As Jornadas fazem parte do projeto do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde, criado em 2010 pelo CNJ para o monitoramento e a resolução das demandas de assistência à saúde. Enunciados Aprovados I Jornada de Direito da Saúde: NA_JORNADA_DE_DIREITO_DA_SAUDE_%20PLENRIA_15_5 _14_r.pdf Enunciados Aprovados II Jornada de Direito da Saúde 5/05/96b5b10aec7e5954fcc e4cd80.pdf
35 Sobre o tema da SAÚDE PÚBLICA, os enunciados buscam orientar para que o paciente primeiro esgote os tratamentos disponibilizados pelo SUS antes de ingressar com a ação judicial, bem como observe as regras administrativas de competência do Sistema Único de Saúde, entre outros assuntos: 8 Nas condenações judiciais sobre ações e serviços de saúde devem ser observadas, quando possível, as regras administrativas de repartição de competência entre os gestores. 12 A inefetividade do tratamento oferecido pelo SUS, no caso concreto, deve ser demonstrada por relatório médico que a indique e descreva as normas éticas, sanitárias, farmacológicas (princípio ativo segundo a Denominação Comum Brasileira) e que estabeleça o diagnóstico da doença (Classificação Internacional de Doenças), tratamento e periodicidade, medicamentos, doses e fazendo referência ainda sobre a situação do registro na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
36 19 Nas ações que envolvam pedido de assistência à Saúde, é recomendável à parte autora apresentar questionário respondido por seu médico para subsidiar o deferimento de liminar, bem como para ser utilizado na instrução probatória do processo, podendo-se fazer uso dos questionários disponibilizados pelo CNJ, pelo Juízo processante, pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou pela OAB, sem prejuízo do receituário competente. 58 Quando houver prescrição de medicamento, produto, órteses, próteses ou procedimentos que não constem em lista (RENAME /RENASES) ou protocolo do SUS, recomenda-se a notificação judicial do médico prescritor, para que preste esclarecimentos sobre a pertinência e necessidade da prescrição, bem como para firmar declaração de eventual conflito de interesse. 61 Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) são elementos organizadores da prestação farmacêuticas, de insumos e de procedimentos, e não limitadores. Assim, no caso concreto, quando todas as alternativas terapêuticas previstas no respectivo PCDT já tiverem sido esgotadas ou forem inviáveis ao quadro clínico do paciente usuário do SUS, pelo princípio do art. 198, II, da CF, pode ser determinado judicialmente o fornecimento, pelo Sistema Único de Saúde, do fármaco, insumo ou procedimento não protocolizado.
37 Utilizar os enunciados do COMESC - Comitê Estadual de Monitoramento e Resolução das Demandas de Assistência da Saúde de Santa Catarina (EM BREVE NO SITE PRÓPRIO DA COMESC) Enunciado 1 As ações que versem sobre pedidos para que o Poder Público promova a dispensação de medicamentos ou tratamentos, fundamentadas no direito constitucional à saúde, devem ser instruídas com prescrição e relatório de médico em exercício no Sistema Único de Saúde, ressalvadas as hipóteses excepcionais, devidamente justificadas, sob risco de indeferimento de liminar ou antecipação da tutela
38 Enunciado 2 - As prescrições médicas devem consignar o tratamento necessário ou medicamento indicado, contendo a sua Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional (DCI), o seu princípio ativo, seguido, quando pertinente, do nome de referência da substância, posologia, modo de administração e período de tempo do tratamento e, em caso de prescrição diversa daquela expressamente informada por seu fabricante, a justificativa técnica. Enunciado 3 Em caso de deferimento de liminar ou antecipação da tutela, é necessária a apresentação periódica do receituário médico, a cada três meses, ou em período menor, de acordo com a legislação sanitária, sob pena de revogação da medida.
39 Enunciado 7 - A alegação de urgência e risco à vida deve ser corroborada por declaração de profissional da saúde, sob pena de desconsideração pelo juiz, salvo caso de comprovada impossibilidade. Enunciado 8 - É necessária a apresentação de prova técnica fundamentada pela parte autora para instruir a inicial e, se houver, o pedido de tutela antecipada em ação ajuizada para obtenção de tratamento(s) medicamentos, procedimentos, insumos e/ou consultas médicas não padronizado(s)/fornecido(s) pelo Sistema Único de Saúde-SUS, recomendando-se o uso de questionário formulado por este Comitê Executivo e outros disponibilizados no Portal da Saúde, no sítio da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, acessíveis através do endereço
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