MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SUBMISSÃO DE PROJETOS AO CEP, FUNAI, CNPQ, SISBIO, SISGEN

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1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA HUMANA E GESTÃO SOCIOAMBIENTAL Mestrado MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SUBMISSÃO DE PROJETOS AO CEP, FUNAI, CNPQ, SISBIO, SISGEN Juazeiro-BA, 2018

2 ACESSO AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO A partir da entrada em vigor da Lei nº , de 20 de maio de 2015, que revoga a Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001, foram estabelecidas novas regras para acesso ao patrimônio genético, acesso ao conhecimento tradicional associado, e repartição de benefícios. As pesquisas com patrimônio genético brasileiro e conhecimento tradicional associado, assim como o desenvolvimento de produtos ou materiais reprodutivos, no caso de atividades agrícolas, com nossa biodiversidade, não necessitam de autorização prévia para o seu desenvolvimento, sendo necessário apenas um registro das atividades de acesso no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - SisGen, conforme previsto no artigo 22 do Decreto nº 8.772, de 11 de maio de As informações a serem cadastradas e procedimentos para acesso ao conhecimento tradicional associado constam do Capítulo III e das Seções I e II do Capítulo IV do Decreto nº 8.772, de Informa-se que foi publicada a Portaria nº 1, de 3 de outubro de 2017, que implementa e disponibiliza o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - SisGen, a partir da data de 6 de novembro de 2017, no seguinte endereço eletrônico: sisgen.gov.br. Reitera-se que, conforme disposto no 2º do art. 12 da Lei nº , de 2015, o cadastramento deverá ser realizado previamente à remessa, ou ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual, ou à comercialização do produto intermediário, ou à divulgação dos resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação, ou à notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. Antes de realizar acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável, é necessário obter o consentimento prévio informado do detentor deste conhecimento. A Lei nº , de 2015, define, no inciso VI de seu art. 2º, o consentimento prévio informado como consentimento formal, previamente concedido por população indígena ou comunidade tradicional segundo os seus usos, costumes e tradições ou protocolos comunitários. A Lei nº , de 2015, inclui, ainda, as definições de comunidade tradicional e agricultor tradicional (incisos IV e XXXI de seu art. 2º).

3 Portanto, as atividades de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável, podem ser iniciadas, desde que seja obtido, previamente ao acesso, o consentimento prévio informado da população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional detentor do conhecimento tradicional de origem identificável a ser acessado, conforme exigido pelo art. 9º da Lei nº , de 2015 e pelo Capítulo III do Decreto nº 8.772, de Algumas formas de comprovação da obtenção do consentimento prévio informado foram reconhecidas no 1º do art. 9º da Lei nº , de 2015, incluindo: assinatura de termo de consentimento prévio; registro audiovisual do consentimento; parecer do órgão oficial competente; e adesão na forma prevista em protocolo comunitário. Os arts. 13 a 15 do Decreto nº 8.772, de 2016 trazem outras disposições gerais que devem ser observadas para que o processo de obtenção do consentimento prévio informado se dê de acordo com a legislação. O conteúdo mínimo do instrumento de comprovação do consentimento prévio informado, bem como as diretrizes para obtenção do consentimento constam dos arts. 16 a 17 do Decreto nº 8.772, de 2016, respectivamente. Faz-se necessário, nos casos em que o acesso seja iniciado antes do cadastramento da atividade, manter um registro preciso das informações e dos documentos listados no art. 22 do Decreto nº 8.772, de 2016, para posterior cadastramento. Conforme disposto no art. 27 do Decreto nº 8.772, de 2016, será exigida autorização prévia para o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado a ser realizado em área indispensável à segurança nacional), em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva, somente quando o usuário for: I - pessoa jurídica nacional, cujos acionistas controladores ou sócios sejam pessoas naturais ou jurídicas estrangeiras; II - instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada, quando o acesso for feito em associação com a pessoa jurídica sediada no exterior; ou III - pessoa natural brasileira associada, financiada ou contratada por pessoa jurídica sediada no exterior. Nos termos do 1º do Decreto nº 8.772, de 2016, consideram-se áreas indispensáveis à segurança nacional a faixa de fronteira e a ilhas oceânicas.

4 O 2º do art. 20 da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, designa como faixa de fronteira A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres (...). Os municípios que têm parte de seu território localizado em faixa de fronteira, e, portanto, considerados como área indispensável à segurança nacional, podem ser consultados no seguinte endereço eletrônico: A publicação Ilhas Oceânicas brasileiras: da pesquisa ao manejo Volume II, de 2009, informa que o Brasil possui um conjunto de cinco ilhas oceânicas: Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha da Trindade, Arquipélago Martim Vaz, Atol das Rocas, e Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Conforme o Decreto nº 8.907, de 22 de novembro de 2016, águas jurisdicionais brasileiras compreendem as águas interiores e os espaços marítimos, nos quais a República Federativa do Brasil exerce jurisdição, em algum grau, sobre atividades, pessoas, instalações, embarcações e recursos naturais vivos e não vivos, encontrados na massa líquida, no leito ou no subsolo marinho, para os fins de controle e fiscalização, dentro dos limites da legislação internacional e nacional. Esses espaços marítimos compreendem a faixa de duzentas milhas marítimas contadas a partir das linhas de base. Os conceitos de plataforma continental e zona econômica exclusiva constam da Lei nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993, em seus artigos 11 e 6º, respectivamente, conforme transcreve-se: Art. 11 A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância (art. 11). Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Para as atividades de acesso ou remessa a serem realizadas nessas áreas, e que envolvam a participação de estrangeiros ou de capital estrangeiro, o 2º do art. 27 do Decreto nº 8.772, de 2016, exige que o usuário deverá, previamente ao acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, preencher todas as

5 informações do cadastro (...), como também identificar o quadro societário da empresa e da pessoa jurídica associada, conforme o caso., observado também o disposto no 3º do art. 27 do Decreto nº 8.772, de 2016, isto é: Na hipótese em que o quadro societário for composto por outras pessoas jurídicas, o usuário deverá identificar os respectivos quadros societários, até que sejam identificadas as pessoas físicas que ostentem a qualidade de sócio ou controlador. Dessa forma, as atividades de acesso ou remessa a serem realizadas em área indispensável à segurança nacional, em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva, e que envolvam a participação de estrangeiros ou de capital estrangeiro, só poderão ocorrer após a anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha, conforme o caso. A solicitação de anuência deverá ser realizada através do SisGen. Após concedida a anuência, fica automaticamente autorizado o acesso ou a remessa, conforme o art. 29 do Decreto nº 8.772, de Após concedida a anuência, fica automaticamente autorizado o acesso ou a remessa, conforme o art. 29 do Decreto nº 8.772, de 2016.

6 Conhecendo a Lei nº , de 2015 e o Decreto nº 8.772, de 2016, que regulam o acesso ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado e a exploração econômica de produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso Rosa Miriam de Vasconcelos, Fábio Silva Macedo, Anna Thais Gomes Maroni Dias, Amanda Rodrigues Martins Freire e Claudete Teixeira Moreira

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 6 CAPÍTULO I DO ESCOPO DA LEGISLAÇÃO ª SEÇÃO DO ESCOPO SUBSTANTIVO E TEMPORAL DA LEI Nº , DE A Lei nº , de 2015 regula as atividades realizadas a partir de qual data? A Lei nº , de 2015 tem efeitos retroativos? Como regularizar atividade realizada, depois de 17 de novembro de 2015 sem a observância da Lei nº , de 2015? ª SEÇÃO DA TRANSIÇÃO LEGAL DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº , DE 2001, PARA A O NOVO MARCO LEGAL DA BIODIVERSIDADE O que fazer em relação aos pedidos de autorização que se encontravam em tramitação no dia 17 de novembro de 2015? A autorização emitida pelo CGen no âmbito da Medida Provisória nº , de 2001 continua válida? Quais providências devem ser adotadas no caso de atividades executadas sem as autorizações exigidas pela referida Medida Provisória? A validade da minha autorização expirou. Devo enviar o relatório final? Devo comprovar o depósito de subamostra? CAPÍTULO II - DO CADASTRO NO SISGEN E DA AUTORIZAÇÃO DO CGEN ª SEÇÃO DO CADASTRO NO SISGEN OU AUTORIZAÇÃO DO CGEN, PARA FINS DE ACESSO, REMESSA OU ENVIO DE AMOSTRAS PARA O EXTERIOR Quais atividades estão sujeitas ao cadastro no SisGen? Quais atividades estão sujeitas à prévia autorização do CGEN? Existe alguma exceção legal quanto à obrigatoriedade de cadastro no SisGen ou de obtenção de autorização prévia do CGen? Quem está obrigado a cadastrar as atividades no SisGen ou a requer a autorização do CGen? Quando o cadastro das atividades de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado deve ser efetivado? Quais são as exigências legais para o acesso ao patrimônio genético ou acesso ao conhecimento tradicional associado? Quais informações são exigidas para o cadastro da atividade de acesso ao patrimônio genético? Quais informações são exigidas para o cadastro da atividade de acesso ao conhecimento tradicional associado? Qual é o documento comprobatório do cadastro no SisGen da atividade de acesso? Quais são as consequências decorrentes do descumprimento do prazo legal para o cadastro da atividade? ª SEÇÃO - DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO, PROVEDORES E CONSENTIMENTO PRÉVIO INFORMADO CPI Qual a diferença entre conhecimento tradicional associado de origem não identificável e conhecimento tradicional de origem identificável? Quem é considerado provedor de conhecimento tradicional associado? O agricultor familiar assentado pode ser considerado agricultor tradicional? O que é Consentimento Prévio Informado? A população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional pode negar seu consentimento?... 29

8 2.16. Quando é necessário obter Consentimento Prévio Informado do provedor do conhecimento tradicional associado? Quais as exigências legais para obtenção do Consentimento Prévio Informado? Como elaborar o Consentimento Prévio Informado? É necessário obter Consentimento Prévio Informado para acesso à variedade tradicional, local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula? Quais são os direitos assegurados pela Lei nº , de 2015 aos detentores do conhecimento tradicional associado? De que forma o conhecimento tradicional associado pode ser acessado? ª SEÇÃO DA REMESSA OU ENVIO DE AMOSTRAS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Qual a diferença entre remessa e envio de amostras? A remessa ou envio de amostras dentro do território nacional é regido pela Lei nº , de 2015? Qual o alcance da expressão prestação de serviços existente no conceito de envio de amostras? Quais são as exigências específicas para o envio de amostras para prestação de serviços no exterior? É obrigatória a celebração de instrumento jurídico para a formalização do envio de amostras para o exterior? Quais documentos devem acompanhar as amostras objeto do envio para o exterior? Quais são as exigências específicas para a remessa para o exterior de amostras de patrimônio genético? O CGEN vai aprovar modelo padrão de TTM? Qual o documento comprobatório do cadastro da remessa no SisGen? Quais documentos devem acompanhar as amostras objeto da remessa? CAPÍTULO III DA NOTIFICAÇÃO, DA EXPLORAÇÃO ECONÔMICA E DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS ª SEÇÃO DA NOTIFICAÇÃO E EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DE PRODUTO ACABADO OU MATERIAL REPRODUTIVO O que deve ser notificado? Quem está obrigado a notificar? Quando a notificação deve ser realizada? Qual o documento que comprova a notificação do material reprodutivo ou do produto acabado no SISGen? Quais são as exigências para a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo? ª SEÇÃO DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Qual o fato gerador da obrigação de repartir benefícios? Quem está obrigado a repartir benefícios? A obrigação de repartir benefícios recai sobre o: A. Produtor responsável pelo último elo da cadeia produtiva do Em quais situações há isenção da obrigação de repartir benefícios? Quais são as modalidades e os valores devidos a título de repartição de benefícios? Como será calculada a receita líquida para os efeitos da obrigação de repartir benefícios? Com quem deve ser negociada a repartição de benefícios no caso de acesso ao patrimônio genético? Com quem deve ser negociada a repartição de benefícios no caso de acesso à variedade tradicional, local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula?... 46

9 3.13. Quem é o beneficiário da repartição de benefícios no caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável? Quem é o beneficiário da repartição de benefícios no caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável? Há obrigação cumulativa de repartição de benefícios pelo acesso ao conhecimento tradicional associado e ao patrimônio genético? CAPÍTULO IV DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE VERIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES INSERIDAS NO SisGen ª SEÇÃO: DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE VERIFICAÇÃO Qual a finalidade da verificação? Quais atividades estão sujeitas à verificação? Quando a verificação será realizada? Todos os cadastros ou notificação serão verificados pelo CGen? O que acontece caso o CGen durante o processo de verificação decida pela existência de indícios de irregularidades passíveis de serem sanadas? O que acontece caso o CGEN durante o processo de verificação decida pela existência de indícios de irregularidades insanáveis? Quais irregularidades são consideradas insanáveis? Qual documento é emitido pelo CGen após a conclusão da verificação? Qual a eficácia jurídica da certidão emitida pelo CGen após o decurso do prazo para verificação? Qual é a eficácia jurídica do atestado de regularidade? CAPÍTULO V DA ADEQUAÇÃO OU REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES ª SEÇÃO DA ADEQUAÇÃO DE ATIVIDADES À LEI Nº , DE Quais são os casos passíveis de adequação? Qual o prazo legal para a adequação? ª SEÇÃO DA REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES Quais são os casos passíveis de regularização? Qual o prazo legal para a regularização? Quais são as regras aplicáveis à regularização realizada dentro do prazo fixado pela Lei nº , de 2015? Quais são as consequências legais decorrentes da regularização? CAPÍTULO VI DAS INFRAÇÕES CONTRA A LEI Nº , DE 2015? Quais atividades são consideradas infrações contra o patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado? CAPÍTULO VII INFORMAÇÕES GERAIS Qual a destinação dos valores depositados no Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios FNRB, a título de repartição de benefícios? No caso de acesso ao patrimônio genético é necessário depositar uma subamostra numa coleção credenciada junto ao CGEN? É obrigatório o credenciamento das coleções, herbários e bancos de germoplasma? Quais são os órgãos responsáveis pela fiscalização da Lei nº , de 2015? Qual a composição do CGEN?... 59

10 SIGLAS CGen - Conselho de Gestão do Patrimônio Genético; CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CURB - Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios FNRB Fundo Nacional de Repartição de Benefícios IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MDSA - Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário SisGen Sistema de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado SisGen

11 6 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo apresentar o novo marco legal da biodiversidade, consubstanciado pela Lei nº , de 20 de maio de 2015 e Decreto nº 8.772, de 11 de maio de O referido marco legal estabelece as regras e as condições para o acesso à amostra de patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. A Lei nº , de 2015, entrou em vigor no dia 17 de novembro de 2015, e nessa data revogou a Medida Provisória nº , de 2001, a qual se encontrava em vigor desde 30 de junho de Apesar de, aparentemente, ter adotado procedimentos um pouco mais simplificados do que aqueles previstos na Medida Provisória, como por exemplo, substituição das três autorizações, por um cadastro ou uma autorização, conforme o caso, a Lei nº , de 2015 tem escopo mais amplo uma vez que alcança materiais biológicos, atividades e públicos alvos antes não alcançados pela Medida Provisória. Ainda, além de ter ampliado o rol dos provedores do conhecimento tradicional associado, incluindo o agricultor tradicional, além daqueles já mencionados pela Medida Provisória, quais sejam, as comunidades indígenas ou locais, a referida Lei passa a exigir cadastro ou autorização para o acesso ao conhecimento tradicional mesmo que obtido de fontes secundárias, tais como feiras, publicações, inventários, filmes, artigos científicos, cadastros e outras formas de sistematização e registro desse conhecimento. Em relação aos públicos alvos, é importante destacar que, enquanto a Medida Provisória era dirigida, exclusivamente, às instituições de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, a Lei nº , de 2015, será aplicável tanto essas instituições quanto aos fabricantes de produtos e aos produtores ou viveiristas, que exploraram, respectivamente, produto acabado ou material reprodutivo, desenvolvido a partir de patrimônio genético incluído em seu escopo.

12 7 O processo adotado pela Lei nº , de 2015, envolve num primeiro momento o cadastro da atividade no SisGen, ou a obtenção de prévia autorização do CGen, conforme o caso. Em seguida, na fase de exploração econômica, o sistema prevê a notificação ao CGen. Finalmente, ambos, o cadastro e a notificação, serão objetos de verificação pelo CGen. Os principais conceitos e definições, essenciais para a efetiva interpretação e implementação da Lei nº , de 2015, são apresentados a seguir: Acesso ao patrimônio genético: pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado sobre amostra de patrimônio genético. Acesso ao conhecimento tradicional associado: pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado sobre conhecimento tradicional associado que possibilite ou facilite o acesso ao patrimônio genético, ainda que obtido de fontes secundárias, tais como feiras, publicações, inventários, filmes, artigos científicos, cadastros e outras formas de sistematização e registro desse conhecimento.

13 8 Agricultor tradicional: pessoa física que utiliza variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula e mantém e conserva a diversidade genética dessas variedades e raças, incluindo o agricultor familiar. Águas jurisdicionais brasileiras: De acordo com o Decreto nº 4.136, de 20 de fevereiro de 2002, o termo inclui: I - águas interiores, incluindo as compreendidas entre a costa e a linha de base reta, a partir de onde se mede o mar territorial; as dos portos; as das baías; as dos rios e de suas desembocaduras; as dos lagos, das lagoas e dos canais; as dos arquipélagos; as águas entre os baixios a descoberto e a costa; II - águas marítimas, todas aquelas sob jurisdição nacional que não sejam interiores, tais como: as águas abrangidas por uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de base reta e da linha de baixa-mar, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (mar territorial); as águas abrangidas por uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir o mar territorial, que constituem a zona econômica exclusiva - ZEE; e as águas sobrejacentes à plataforma continental quando esta ultrapassar os limites da ZEE. Apelo mercadológico: referência a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado, a sua procedência ou a diferenciais deles decorrentes, relacionada a um produto, linha de produtos ou marca, em quaisquer meios de comunicação visual ou auditiva, inclusive campanhas de marketing ou destaque no rótulo do produto. Área indispensável à segurança nacional: De acordo com a Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, é considerada área indispensável à segurança nacional a faixa interna de 150 km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional. A lista de cidades localizadas em área indispensável à segurança nacional pode ser acessada por meio do link Atestado de regularidade de acesso: ato administrativo por meio do qual o CGEN, ou instituição credenciada, declarará que o usuário do patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado cumpriu todos os requisitos legais.

14 9 Atividades agrícolas: atividades de produção, processamento e comercialização de alimentos, bebidas, fibras, energia e florestas plantadas. Cadastro de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado: instrumento declaratório obrigatório das atividades de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado. Características funcionais: características que determinem as principais finalidades, aprimorem a ação do produto ou ampliem o seu rol de finalidades. Conhecimento tradicional associado: informação ou prática de povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional sobre as propriedades ou usos, diretos ou indiretos, associada ao patrimônio genético. Conhecimento tradicional associado de origem não identificável: conhecimento tradicional associado em que não há a possibilidade de vincular a sua origem a, pelo menos, um povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional. Comunidade tradicional: grupo culturalmente diferenciado, que se reconhece como tal, possui forma própria de organização social, e ocupa e usa territórios e recursos naturais como condição para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela tradição. Condições in situ: condições em que o patrimônio genético existe em ecossistemas e habitats naturais; no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas características distintivas próprias; incluindo as que formem populações espontâneas. Condições ex situ: condições em que o patrimônio genético é mantido fora de seu habitat natural. Consentimento prévio informado: consentimento formal, previamente concedido por povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional segundo os seus usos, costumes e tradições ou protocolos comunitários.

15 10 Desenvolvimento tecnológico: trabalho sistemático sobre o patrimônio genético ou sobre o conhecimento tradicional associado, baseado nos procedimentos existentes, obtidos pela pesquisa ou pela experiência prática, realizado com o objetivo de desenvolver novos materiais, produtos ou dispositivos, aperfeiçoar ou desenvolver novos processos para exploração econômica. Elementos principais de agregação de valor ao produto: elementos cuja presença no produto acabado é determinante para a existência das características funcionais ou para a formação do apelo mercadológico. Envio de amostra: envio de amostra que contenha patrimônio genético para a prestação de serviços no exterior como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico na qual a responsabilidade sobre a amostra é de quem realiza o acesso no Brasil. Espécie domesticada ou cultivada: espécie em cujo processo de evolução influiu o ser humano para atender suas necessidades. Insumos para atividades agrícolas: os bens que sejam consumidos na atividade de produção ou que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. Material reprodutivo: material de propagação vegetal ou de reprodução animal de qualquer gênero, espécies ou cultivo proveniente de reprodução sexuada ou assexuada. Notificação de produto: instrumento declaratório que antecede o início da atividade de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, no qual o usuário declara o cumprimento dos requisitos desta Lei e indica a modalidade de repartição de benefícios, quando aplicável, a ser estabelecida no acordo de repartição de benefícios.

16 11 Patrimônio genético: informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos. Pesquisa: atividade, experimental ou teórica, realizada sobre o patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, com o objetivo de produzir novos conhecimentos, por meio de um processo sistemático de construção do conhecimento que gera e testa hipóteses e teorias, descreve e interpreta os fundamentos de fenômenos e fatos observáveis. Plataforma continental: compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior continental não atinja essa distância. População espontânea: população de espécies introduzidas no território nacional, ainda que domesticadas, capazes de se autoperpetuarem naturalmente nos ecossistemas e habitats brasileiros. Produto acabado: produto cuja natureza n ão requer nenhum tipo de processo produtivo adicional, oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, no qual o componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado seja um dos elementos principais de agregação de valor ao produto, estando apto à utilização pelo consumidor final, seja este pessoa física ou jurídica. Produto intermediário: produto cuja natureza é a utilização em cadeia produtiva, que o agregará em seu processo produtivo, na condição de insumo, excipiente e matéria prima, para o desenvolvimento de outro produto intermediário ou de produto acabado. Os insumos utilizados nas atividades agrícolas são produtos intermediários. Para esses efeitos, consideram-se insumos para atividades agrícolas os bens que sejam consumidos na atividade de produção ou que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou

17 12 químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. Remessa: transferência de amostra de patrimônio genético para instituição localizada fora do País com a finalidade de acesso, na qual a responsabilidade sobre a amostra é transferida para a destinatária. Raça localmente adaptada ou crioula: raça proveniente de espécie que ocorre em condição in situ ou mantida em condição ex situ, representada por grupo de animais com diversidade genética desenvolvida ou adaptada a um determinado nicho ecológico e formada a partir de seleção natural ou seleção realizada adaptada por povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional. Usuário: pessoa física ou jurídica que realiza acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado ou explora economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. Variedade tradicional local ou crioula: variedade proveniente de espécie que ocorre em condição in situ ou mantida em condição ex situ, composta por grupo de plantas dentro de um táxon no nível mais baixo conhecido, com diversidade genética desenvolvida ou adaptada por povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, incluindo seleção natural combinada com seleção humana no ambiente local, que não seja substancialmente semelhante a cultivares comerciais. Zona econômica exclusiva: compreende uma faixa que se estende das 12 as 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

18 13 CAPÍTULO I DO ESCOPO DA LEGISLAÇÃO A Lei nº , de 2015 e o Decreto nº 8.772, de 2016 estabelecem as regras e condições para o acesso ao conhecimento tradicional associado, bem como o acesso à amostra de patrimônio genético encontrado em condições in situ, inclusive as espécies domesticadas e populações espontâneas, bem como de patrimônio genético mantido em condições ex situ, desde que encontrado em condições in situ no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona econômica exclusiva. Excepcionalmente, de acordo com o Art. 46 da Lei nº , de 2015, as atividades realizadas sobre patrimônio genético ou sobre conhecimento tradicional associado que constarem em acordos internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e promulgados, quando utilizadas para os fins dos referidos acordos internacionais, deverão ser efetuadas em conformidade com as condições neles definidas, mantidas as exigências deles constantes. A seguir são apresentados os principais questionamentos relacionados com o escopo da Lei nº , de Quais espécies ou grupos vegetais, animais e microbianos estão incluídos no conceito de patrimônio genético? A leitura conjunta do Art. 1º e das diversas definições contidas Art. 2º da Lei nº , de 2015, leva ao entendimento de que o conceito de patrimônio genético, cuja tutela legal é assegurada pela Lei, inclui as (os): A. Espécies vegetais, animais ou de outra natureza, inclusive domesticadas, encontradas em condições in situ no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona econômica exclusiva; B. Microorganismos isolados de substratos coletado no território nacional, no mar territorial, na zona econômica exclusiva ou na plataforma continental; C. Espécies vegetais, animais e microbianas ou de outra natureza mantidas em condições ex situ, desde que tenham sido coletadas em condições in situ no

19 14 território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona econômica exclusiva; D. Populações espontâneas de espécies introduzidas, que tenham adquirido características distintivas no País; E. Variedades tradicionais locais ou crioulas; e F. Raças localmente adaptadas ou crioulas. O microrganismo não será alcançado pela Lei nº , de 2015, quando o usuário responsável pelo acesso ou pela exploração econômica comprovar: A. Que foi isolado a partir de substrato que não seja do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental; e B. A regularidade de sua importação. Importante destacar que, como regra, a Lei nº , de 2015 não se aplica às espécies exóticas. Será, no entanto, aplicável, exclusivamente às populações espontâneas de espécies introduzidas, que tenham adquirido características distintivas no País. Nesse contexto, o MAPA elaborará, publicará e revisará, periodicamente, lista indicando, dentre as espécies utilizadas nas atividades agrícolas, aquelas que formam populações espontâneas e as variedades que adquiriram propriedades características distintivas no País. Para os efeitos do disposto na alínea C é indiferente o fato de o microrganismo ser cosmopolita ou de ter sido isolado de uma espécie exótica. O fato determinante para sua inclusão no escopo da Lei é o seu isolamento ter sido feito de substrato obtido no território nacional. Para os efeitos do disposto na alínea E, estão incluídas no conceito de patrimônio genético somente as variedades tradicionais locais ou crioulas com diversidade genética desenvolvida ou adaptada por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, por meio de seleção natural combinada com seleção humana no ambiente local, que não sejam substancialmente semelhantes a cultivares comerciais. O MAPA, em conjunto com o MDSA, divulgará lista indicando as variedades tradicionais locais ou crioulas que estão incluídas no escopo da Lei.

20 15 Para os efeitos do disposto na alínea F, estão incluídas no conceito de patrimônio genético somente as raças localmente adaptadas ou crioulas com diversidade genética desenvolvida ou adaptada a um determinado nicho ecológico e formada a partir de seleção natural ou seleção realizada adaptada por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional. O MAPA, em conjunto com o MDSA, divulgará lista indicando as raças localmente adaptadas ou crioulas que estão incluídas no escopo da Lei. A expressão de outra natureza contida na definição de patrimônio genético deve ser definida pelo CGen, por meio de norma infralegal. 1ª SEÇÃO DO ESCOPO SUBSTANTIVO E TEMPORAL DA LEI Nº , DE A Lei nº , de 2015 regula as atividades realizadas a partir de qual data? Estão sujeitas às suas exigências as atividades de acesso e de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo iniciadas após 17 de novembro de 2015, bem como aquelas atividades que se encontravam em andamento nessa data e que eram alcançadas pela Medida Provisória nº de A Lei nº , de 2015 tem efeitos retroativos? Embora a referida Lei não tenha efeitos retroativos ela, conforme mencionado no item 1.2. acima, ela regulará também atividades que se encontravam em andamento em 17 de novembro de 2015 e que antes eram regidas pela Medida Provisória nº de No entanto, as atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico concluídas antes de 30 de junho de 2000, data de entrada em vigor da Medida Provisória nº de 2001, e a exploração econômica de processo ou produto desenvolvido a partir dessas atividades não estão sujeitos às exigências da Lei nº , de Nesse caso, se questionado pelo órgão fiscalizador, o usuário terá que comprovar que todas as etapas do acesso se encerraram antes de 30 de junho de 2000.

21 16 A referida comprovação deverá ocorrer por meio de: A. Publicação de artigo em periódico científico; comunicação em eventos científicos ou publicação de trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado; B. Depósito de pedido de patente e de proteção de cultivar; C. Relatório de conclusão da pesquisa junto a órgão ou entidade de fomento público; D. Registro de produto, inclusive cultivar, junto a órgãos públicos; ou E. Comprovante de comercialização do produto. O CGen poderá definir outros meios de comprovação além dos mencionados anteriormente Como regularizar atividade realizada, depois de 17 de novembro de 2015 sem a observância da Lei nº , de 2015? Para regularizar-se, o usuário que requereu, entre 17 de novembro de 2015 e a data de disponibilização do Sistema de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - SisGen, direito de propriedade intelectual, explorou economicamente produto acabado ou material reprodutivo, ou divulgou resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação, deverá, conforme for o caso, cadastrar a atividade no SisGen ou notificar o produto acabado ou o material reprodutivo desenvolvido, no prazo de 1 (um) ano, contado da data da entrada em vigor do SisGen. Realizado o cadastramento ou notificação dentro do prazo legal, o usuário não estará sujeito à sanção administrativa. A regra acima não é válida para remessas realizadas após a entrada em vigor da referida Lei, sem o prévio cadastro no SisGen. Nesse caso, a regularização sujeitará o infrator às penalidades previstas no Decreto nº 8.772, de 2016.

22 17 2ª SEÇÃO DA TRANSIÇÃO LEGAL DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº , DE 2001, PARA A O NOVO MARCO LEGAL DA BIODIVERSIDADE 1.5. O que fazer em relação aos pedidos de autorização que se encontravam em tramitação no dia 17 de novembro de 2015? O pedido de autorização ainda em tramitação na data de entrada em vigor da Lei deve ser adequado (reformulado) pelo usuário mediante cadastro da atividade de acesso ou remessa no SisGen ou de obtenção de autorização prévia do CGen, conforme o caso (vide itens 2.1., 2.2. e 5.1.) 1.6. A autorização emitida pelo CGen no âmbito da Medida Provisória nº , de 2001 continua válida? Permanecem válidos todos os atos praticados e decisões proferidas pelo CGen. Desse modo, permanecem válidas e eficazes as autorizações já emitidas pelo CGen no âmbito da vigência da Medida Provisória nº , de Assim sendo, autorizações emitidas pelo CGEN, CNPq, IBAMA e IPHAN permanecem válidas pelo prazo nelas estabelecido. O CGen providenciará o cadastramento das autorizações já emitidas junto ao Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético SisGen. (vide item 5.1.) O Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios - CURB celebrado antes da entrada em vigor da nova Lei é válido pelo prazo nele previsto Quais providências devem ser adotadas no caso de atividades executadas sem as autorizações exigidas pela referida Medida Provisória? As atividades realizadas entre 30 de junho de 2000 e 17 de novembro de 2015 sem as devidas autorizações previstas na Medida Provisória nº , de 2001, deverão ser regularizadas junto ao SisGen no prazo de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do referido Sistema (vide itens 5.1. e 5.3.), sob pena da aplicação das sanções previstas no Decreto nº 8.772, de 2016 (vide Capítulo VI).

23 A validade da minha autorização expirou. Devo enviar o relatório final? Devo comprovar o depósito de subamostra? Para autorização cuja validade expirou até o dia 16 de novembro de 2015, permanecem válidas as exigências da Medida Provisória nº , de 2001, quais sejam envio de relatório final juntamente com a comprovação do depósito de subamostra do patrimônio genético em coleção fiel depositária O CURB ou Projeto de Repartição de Benefícios anuído pelo CGEN, de acordo com a Medida Provisória nº , de 2001 continua válido? Sim. Todos os CURBs/Projetos de Repartição de Benefícios, anuídos pelo CGEN antes da entrada em vigor da Lei nº de 2015, permanecem válidos e devem ser cumpridos na sua integralidade, pelo prazo de vigência neles previsto. CAPÍTULO II - DO CADASTRO NO SISGEN E DA AUTORIZAÇÃO DO CGEN A regularidade jurídica das atividades de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico bem como da remessa e do envio de amostras para o exterior está condicionada, conforme o caso: A. Ao cadastro da atividade no SisGen; ou B. À obtenção de prévia autorização do CGen. A leitura da definição de cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado" leva ao entendimento de que o cadastro seria declaratório. No entanto, ao regulamentar o cadastro, o Decreto nº 8.772, de 2016 não levou essa característica em consideração, uma vez que as informações inseridas no cadastro estarão sujeitas à verificação pelo CGen. Somente após a conclusão do processo de verificação, o CGen, emitirá, a pedido do usuário, o Atestado de Regularidade, caso não seja identificado nenhum indício de irregularidade. Assim sendo, especial atenção deve ser dedicada ao processo de cadastramento das informações no SisGen, notadamente porque se for constado indícios de irregularidades, o cadastro será cancelado e o usuário poderá ser penalizado por infração à Lei nº , de 2016.

24 19 Além disso, importante ressaltar que o cumprimento das exigências da Lei nº , de 2015 relacionadas com o cadastro ou a autorização do CGen, para execução de atividade de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, não afasta a obrigatoriedade de observância pelo usuário de outras exigências legais pertinentes, tais como obtenção, quando for o caso, de prévia autorização ou licença do Instituto Chico Mendes ICMbio para a coleta das amostras. As seções seguintes respondem aos principais questionamentos sobre o cadastro no SisGen ou autorização do CGen, para fins de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, bem como para remessa ou envio de amostras para o exterior. 1ª SEÇÃO DO CADASTRO NO SISGEN OU AUTORIZAÇÃO DO CGEN, PARA FINS DE ACESSO, REMESSA OU ENVIO DE AMOSTRAS PARA O EXTERIOR 2.1. Quais atividades estão sujeitas ao cadastro no SisGen? Com exceção das atividades sujeitas à prévia autorização do CGEN, conforme indicado no item 2.2. abaixo, o cadastro no SisGen é obrigatório para: A. Acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado dentro do País, realizado por pessoa física ou jurídica nacional, pública ou privada; B. Acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado por pessoa jurídica sediada no exterior, associada à instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada; C. Acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado no exterior, por pessoa física ou jurídica nacional, pública ou privada; D. Remessa para o exterior de amostra de patrimônio genético, para fins de acesso, nas hipóteses das alíneas B e C supra e, E. Envio para o exterior de amostra para prestação de serviços ou execução de atividade em parceria, como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico de interesse da instituição nacional. A exigência de cadastro no SisGen se aplica, independentemente da:

25 20 A.Data da coleta das amostras, se antes ou depois do advento da Lei nº , de 2015 ou da Medida Provisória nº 2.186, de 2001; ou B.Forma de obtenção das amostras, como por exemplo, aquisição no comércio, doação, intercâmbio; coleções ex situ Quais atividades estão sujeitas à prévia autorização do CGEN? Ao regulamentar o Art. 13 da Lei nº , de 2015, o Decreto nº 8.772, de 2016, restringiu a obrigatoriedade de obtenção de autorização do CGen para os casos de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado realizado em áreas indispensáveis à segurança nacional ou em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva, por A. Pessoa jurídica nacional cujos acionistas controladores ou sócios sejam pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras; B. Instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada, quando o acesso for feito em associação com a pessoa jurídica sediada no exterior; ou, C. Pessoa física brasileira associada, financiada ou contratada por pessoa jurídica sediada no exterior. A exigência de cadastro no SisGen se aplica, independentemente da: A. Data da coleta das amostras, se antes ou depois do advento da Lei nº , de 2015 ou da Medida Provisória nº 2.186, de 2001; ou B. Forma de obtenção das amostras, como por exemplo, aquisição no comércio, doação, intercâmbio; coleções ex situ. A autorização será concedida após a anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha, conforme for o caso. Para isso, a Secretaria Executiva do CGen encaminhará a solicitação de autorização para a autoridade competente, conforme o caso.

26 21 O pedido de autorização deve ser formalizado por meio SisGen e compreenderá a solicitação de anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha, conforme o caso Existe alguma exceção legal quanto à obrigatoriedade de cadastro no SisGen ou de obtenção de autorização prévia do CGen? Sim, exclusivamente, para a execução dos seguintes testes, exames e atividades, quando não forem parte integrante de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico: A. Teste de filiação ou paternidade, técnica de sexagem e análise de cariótipo ou de ADN e outras análises moleculares que visem à identificação de uma espécie ou espécime; B. Testes e exames clínicos de diagnóstico para a identificação direta ou indireta de agentes etiológicos ou patologias hereditárias em um indivíduo; C. Extração, por método de moagem, prensagem ou sangria que resulte em óleos fixos; D. Purificação de óleos fixos que resulte em produto cujas características sejam idênticas às da matéria prima original; E. Teste que visa aferir taxas de mortalidade, crescimento ou multiplicação de parasitas, agentes patogênicos, pragas e vetores de doenças; F. Comparação e extração de informações de origem genética disponíveis em bancos de dados nacionais e internacionais; G. Processamento de extratos, separação física, pasteurização, fermentação, avaliação de ph, acidez total, sólidos solúveis, contagem de bactérias e leveduras, bolores, coliformes fecais e totais das amostras de patrimônio genético; e H. Caracterização físico, química e físico-química para a determinação da informação nutricional de alimentos. Além disso, não é necessário cadastro no SisGen ou autorização do CGen para leitura ou a consulta de informações de origem genética disponíveis em bancos de dados nacionais e internacionais, ainda que sejam parte integrante de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

27 22 Importante, no entanto, notar que dispensa de cadastro é válida, única e exclusivamente, para as atividades anteriormente listadas. Caso, após a realização dessas atividades, o usuário tenha interesse em dar continuidade aos trabalhos de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico abrangendo outras atividades, será obrigatório o cadastro da atividade no SisGen, ou a obtenção de prévia autorização do CGen, conforme o caso Quem está obrigado a cadastrar as atividades no SisGen ou a requer a autorização do CGen? O cadastro no SisGen ou a autorização do CGEN deve ser realizado ou requerida, respectivamente, pela pessoa física ou jurídica nacional, pública ou privada, responsável pela atividade de acesso, remessa ou envio (vide itens 2.1. e 2.2). No caso de acesso por pessoa jurídica sediada no exterior associada à instituição brasileira, pública ou privada, o cadastro ou autorização é de responsabilidade de instituição brasileira, uma vez que, de acordo com a Lei nº , de 2015, o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional por pessoa jurídica estrangeira está condicionado à sua vinculação a uma instituição nacional de pesquisa Quando o cadastro das atividades de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado deve ser efetivado? O cadastro da atividade de acesso, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, junto ao SisGen deve preceder a realização de qualquer uma das seguintes ações, a que ocorrer primeiro: A. Remessa de amostras para terceiros; B. Requerimento de direito de propriedade intelectual sobre processo, produto ou cultivar desenvolvido a partir do acesso; C. Notificação ao CGen do produto acabado ou do material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso; D. Comercialização de produto intermediário; ou

28 23 E. Divulgação de resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação. No caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável, o início das atividades depende de prévia obtenção de Consentimento Prévio Informado da população indígena, comunidade local ou agricultor provedor do conhecimento objeto do acesso, ocasião em que as partes poderão estabelecer prazo para efetivação do cadastro da atividade, desde que respeitada a regra geral acima Quais são as exigências legais para o acesso ao patrimônio genético ou acesso ao conhecimento tradicional associado? O acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, depende de cadastro da atividade no SisGen ou de obtenção de prévia autorização do CGen, conforme for o caso (vide itens 2.1. e 2.2). No caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável é obrigatória a apresentação do Consentimento Prévio Informado da população indígena, comunidade local ou agricultor provedor do conhecimento. Além disso, no caso de acesso à amostra de variedade tradicional, local ou crioula, é também exigido o depósito subamostra de material reprodutivo da variedade objeto do acesso em coleção ex situ mantida por instituição pública, salvo quando a amostra tiver sido obtida na própria coleção Quais informações são exigidas para o cadastro da atividade de acesso ao patrimônio genético? Ao preencher o formulário eletrônico de Cadastro no SisGen, o usuário responsável pelo acesso deve: A. Fornecer informações sobre as atividades de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, incluindo: i. Resumo da atividade e seus respectivos objetivos;

29 24 ii. Setor de aplicação, no caso de desenvolvimento tecnológico; iii. Resultados esperados ou obtidos, a depender do momento da realização do cadastro; iv. Equipe responsável, incluindo informações sobre os estudantes ou bolsistas; v. Indicação das demais instituições participantes da execução da atividade, quando for o caso; vi. Período de execução das atividades; vii. Identificação do patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível; viii. Indicação da procedência do patrimônio genético, incluindo coordenada georreferenciada no formato de grau, minuto e segundo; ix. Participação, quando for o caso, de instituição sediada no exterior; x. Identificação de instituições nacionais parceiras, quando for o caso; e xi. Número do cadastro ou autorização anterior, no caso pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado após 30 de junho de B. Solicitar, se tiver interesse, sigilo de determinadas informações, mediante a apresentação da fundamentação legal pertinente e de resumo não sigiloso; C. Declarar, quando for o caso: i. Seu enquadramento em hipótese de isenção legal ou de não incidência de repartição de benefícios; ii. Se o patrimônio genético objeto do acesso é variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula; ou iii. Se a espécie objeto do acesso consta em lista oficial de espécies ameaçadas de extinção. Quando não for possível identificar a coordenada georreferenciada do local de obtenção in situ de amostra coletada antes de 17 de novembro de 2015, ou seja, antes da entrada em vigor da Lei nº , de 2015, a procedência poderá ser informada com base na localização geográfica mais específica possível, por meio de uma da identificação da (o): A. Fonte de obtenção ex situ do patrimônio genético, com as informações constantes no registro de depósito, quando for oriundo de coleção ex situ; ou,

30 25 B. Banco de dados de origem do patrimônio genético com as informações constantes no registro de depósito, quando for oriundo de banco de dados in silico. Havendo modificações, de fato ou de direito, nas informações prestadas ao SisGen, o usuário responsável pelo cadastro deve atualizar os dados pertinentes pelo menos uma vez por ano. Será também necessário atualizar o cadastro para inclusão de informações referentes ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual ou licenciamento de patente Quais informações são exigidas para o cadastro da atividade de acesso ao conhecimento tradicional associado? Ao preencher o formulário eletrônico do SisGen, o usuário deve atentar-se para o fato de que as informações inseridas no sistema estarão sujeitas à verificação pelo CGen (vide item 4.1. e seguintes). Para o cadastro no SisGen o usuário responsável pelo acesso deve: A. Fornecer informações sobre as atividades de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, incluindo: i. Resumo da atividade e seus respectivos objetivos; ii. Setor de aplicação, no caso de desenvolvimento tecnológico; iii. Resultados esperados ou obtidos, a depender do momento da realização do cadastro; iv. Equipe responsável, incluindo informações sobre os estudantes ou bolsistas; v. Demais instituições nacionais participantes da execução da atividade, quando for o caso; vi. Período de execução das atividades; vii. Indicação do provedor do conhecimento tradicional associado e das fontes de obtenção, ainda que o conhecimento seja obtido de fontes secundárias;

31 26 viii. Informar a coordenada georreferenciada da respectiva comunidade, exceto quando se tratar de conhecimento tradicional associado de origem não identificável. ix. Participação, quando for o caso, de instituição sediada no exterior associada à instituição nacional; x. Número do cadastro ou autorização anterior, no caso pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado após 30 de junho de 2000; B. Comprovar a obtenção do Consentimento Prévio Informado do provedor do conhecimento tradicional associado de origem identificável, quando for o caso; C. Solicitar, se tiver interesse, sigilo de determinadas informações, mediante a apresentação da fundamentação legal pertinente e de resumo não sigiloso; e D. Declarar, quando for o caso, seu enquadramento em hipótese de isenção legal ou de não incidência de repartição de benefícios; Não sendo possível informar as coordenadas georreferenciadas da comunidade, o usuário deve informar a localização geográfica mais específica possível. Havendo modificações, de fato ou de direito, nas informações prestadas ao SisGen, o usuário deve atualizar os dos dados pertinentes pelo menos uma vez por ano. Será também necessário atualizar o cadastro para inclusão de informações referentes ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual ou licenciamento de patente Qual é o documento comprobatório do cadastro no SisGen da atividade de acesso? Concluído o cadastro, o SisGen emitirá, automaticamente, o Comprovante de Cadastro de Acesso. O referido comprovante constitui documento hábil para demonstrar que o usuário prestou as informações exigidas pela Lei. A emissão do referido comprovante dá respaldo legal para a prática dos seguintes atos:

32 27 A. Apresentação, junto aos órgãos competentes, de requerimento de qualquer direito de propriedade e intelectual; B. Comercialização de produto intermediário; C. Divulgação dos resultados, finais ou parciais, da pesquisa ou do desenvolvimento tecnológico, em meios científicos ou de comunicação; e D. Apresentação ao CGEN de notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. A emissão do Comprovante de Cadastro de Acesso estabelece ainda o início do procedimento de verificação do cadastro, que será realizado pelo CGEN (vide item 4.1. e seguintes) Quais são as consequências decorrentes do descumprimento do prazo legal para o cadastro da atividade? O cadastro efetivado após a execução de qualquer uma das atividades listadas no item 2.9 caracterizará o descumprimento da Lei nº , de 2015 e sujeitará o infrator às penalidades previstas na legislação. 2ª SEÇÃO - DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO, PROVEDORES E CONSENTIMENTO PRÉVIO INFORMADO CPI Qual a diferença entre conhecimento tradicional associado de origem não identificável e conhecimento tradicional de origem identificável? O conhecimento tradicional associado é considerado como sendo de origem não identificável quando não for possível vincular a sua origem a, pelo menos, uma população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional. Por outro lado, sempre que for possível vincular sua origem a, pelo menos, uma população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, o conhecimento é considerado como sendo de origem identificável. Nesse particular, importante notar que qualquer população indígena, comunidade tradicional ou agricultor que cria, desenvolve, detém ou conserva determinado conhecimento tradicional associado é tida, pela Lei, como a origem identificável desse conhecimento.

33 28 A regra acima não é aplicável aos casos de acesso ao conhecimento tradicional associado à variedade tradicional, local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula, quando utilizado para fins de atividade agrícola. Nesses casos, o conhecimento tradicional associado é sempre considerado, pela Lei, como sendo de origem não identificável. Importante ressaltar, no entanto, que o conhecimento tradicional associado a essas variedades e raças quando acessado para outras finalidades não enquadradas no conceito de atividade agrícola, pode ser tido como de origem identificável, se for possível vincular a sua origem a qualquer população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional Quem é considerado provedor de conhecimento tradicional associado? É considerado provedor do conhecimento tradicional a população indígena, a comunidade local ou o agricultor que detém ou fornece a informação sobre o conhecimento tradicional associado O agricultor familiar assentado pode ser considerado agricultor tradicional? O conceito de agricultor tradicional da Lei nº , de 2015 inclui, expressamente, o agricultor familiar. No entanto, nem todo agricultor familiar é considerado como agricultor tradicional, para os efeitos da referida Lei. A Lei faz referência às condições que devem ser atendidas para o correto enquadramento de uma pessoa física no conceito de agricultor tradicional. Para isso, além de utilizar variedades tradicionais, locais ou crioulas ou raças localmente adaptadas ou crioulas, o agricultor familiar deve também manter e conservar a diversidade genética dessas variedades e raças. Assim sendo, todo agricultor familiar que atender cumulativamente a essas duas condições, é considerado, para os efeitos da Lei nº , de 2015, como agricultor tradicional.

34 O que é Consentimento Prévio Informado? É o meio pelo qual a população indígena, comunidade local ou agricultor tradicional manifesta, segundo os seus usos, costumes, tradições ou protocolos comunitários, o seu consentimento para o acesso por terceiros ao seu conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico A população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional pode negar seu consentimento? Sim, a Lei assegura à população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional o direito de recusar o consentimento ao acesso a seu conhecimento tradicional associado de origem identificável. Na hipótese de recusa, o usuário pode obter o consentimento junto à outra população, comunidade, ou agricultor tradicional que detenha o mesmo conhecimento tradicional associado Quando é necessário obter Consentimento Prévio Informado do provedor do conhecimento tradicional associado? A exigência de obtenção de Consentimento Prévio Informado aplica-se, exclusivamente, aos casos de acesso ao conhecimento tradicional de origem identificável. Para obtenção desse consentimento o usuário responsável pelo acesso deve seguir, rigorosamente, as regras e condições descritas na legislação, mencionadas de forma resumida no item 2.17 deste documento. Importante ressaltar, que não é exigido o Consentimento Prévio Informado para acesso ao conhecimento tradicional associado: A. De origem não identificável; B. À variedade tradicional local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula, quando a variedade ou raça for utilizada para fins de atividade agrícola.

35 Quais as exigências legais para obtenção do Consentimento Prévio Informado? O usuário interessado em acessar conhecimento tradicional de origem identificável associado a patrimônio genético incluído no escopo da Lei nº , de 2016 (vide item 1.1.) deve, durante o processo de obtenção do Consentimento Prévio Informado, observar as seguintes diretrizes: A. Esclarecer à população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional provedor sobre o (s): i. Impactos sociais, culturais e ambientais decorrentes da execução da atividade envolvendo acesso ao conhecimento tradicional associado; ii. Direitos e as responsabilidades de cada uma das partes na execução da atividade e em seus resultados; e, iii. Direito de negar o consentimento para o acesso ao conhecimento tradicional associado; B. Estabelecer, em conjunto com a população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional provedor do conhecimento, as regras para repartição de benefícios, incluindo a modalidade aplicável (monetária ou não monetária), valor e prazo; C. Respeitar o direito da população indígena, comunidade tradicional e agricultor tradicional de recusar o acesso ao conhecimento tradicional associado, durante o processo de consentimento prévio; e D. Respeitar as formas tradicionais de organização e representação de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional e o respectivo protocolo comunitário, quando for o caso Como elaborar o Consentimento Prévio Informado? O instrumento de formalização do Consentimento Prévio Informado (vide item 2.19.) deve ser formalizado em linguagem acessível à população indígena, à comunidade tradicional e ao agricultor tradicional e deve indicar, expressamente: A. O histórico do processo para a obtenção do Consentimento Prévio Informado;

36 31 B. As formas tradicionais de organização e representação da população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional; C. Os objetivos da pesquisa, bem como sua metodologia, duração, orçamento, possíveis benefícios e fontes de financiamento do projeto; D. O uso que se pretende dar ao conhecimento tradicional associado a ser acessado; E. A área geográfica abrangida pelo projeto e as populações indígenas, comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais envolvidos; e, F. Se a população indígena, a comunidade tradicional ou agricultor tradicional recebeu assessoramento técnico ou jurídico durante o processo de obtenção do Consentimento Prévio Informado. O Consentimento Prévio Informado pode, a critério do povo indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, ser formalizado por um dos seguintes instrumentos: A. Assinatura de Termo de Consentimento Prévio Informado; B. Registro audiovisual do consentimento; C. Parecer do órgão oficial competente; ou, D. Adesão na forma prevista em protocolo comunitário É necessário obter Consentimento Prévio Informado para acesso à variedade tradicional, local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula? Em face de presunção legal, o acesso à variedade tradicional local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula, para fins de atividade agrícola, acarreta, automaticamente, o acesso ao conhecimento tradicional associado (intrínseco) a essas variedades ou raças. Nesse caso, não é exigido o consentimento prévio de seu provedor porque o conhecimento tradicional associado é, por força da Lei, entendido como sendo de origem não identificável. Diferentemente, quando o acesso visar à execução de outras atividades, não enquadradas no conceito de atividade agrícola, o conhecimento tradicional associado às variedades ou raças pode, dependendo da situação fática, ser

37 32 considerado como sendo de origem identificável ou não. Se for possível identificar a origem do conhecimento tradicional, será obrigatória a obtenção do Consentimento Prévio Informado. Nesse caso, de acordo com o previsto no 3º do Art. 12 do Decreto nº 8.772, de 2106, qualquer população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, que cria, desenvolve, detém ou conserva determinado conhecimento tradicional associado, deve ser considerado como origem identificável desse conhecimento Quais são os direitos assegurados pela Lei nº , de 2015 aos detentores do conhecimento tradicional associado? A Lei nº , de 2015 protege o conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético detido por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional contra a utilização e exploração ilícita. Além disso, essa Lei assegura à população indígena, comunidade tradicional e agricultor tradicional que cria, desenvolve, detém ou conserva conhecimento tradicional associado, os seguintes direitos: A. Ter reconhecida sua contribuição para o desenvolvimento e conservação de patrimônio genético, em qualquer forma de publicação, utilização, exploração e divulgação; B. Ter indicada a origem do acesso ao conhecimento tradicional associado em todas as publicações, utilizações, explorações e divulgações; C. Perceber benefícios pela exploração econômica por terceiros de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso ao conhecimento tradicional associado; D. Participar do processo de tomada de decisão sobre assuntos relacionados ao acesso ao conhecimento tradicional associado e à repartição de benefícios decorrente desse acesso; E. Usar ou vender livremente produtos que contenham patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, observados os dispositivos das Leis n o 9.456, de 25 de abril de 1997, e , de 5 de agosto de 2003; F. Conservar, manejar, guardar, produzir, trocar, desenvolver, melhorar material reprodutivo que contenha patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado; e

38 33 G. Obter amostras de patrimônio genético mantido em coleções ex situ em instituições nacionais geridas com recursos públicos e as informações a elas associadas De que forma o conhecimento tradicional associado pode ser acessado? Segundo a Lei nº , de 2015, o conhecimento tradicional associado pode ser acessado por meio de contato direto com a população indígena, a comunidade local ou com o agricultor tradicional detentor do conhecimento, bem como por meio de informações obtidas, dentre outros, de: A. Publicações científicas; B. Registros em cadastros ou bancos de dados; C. Inventários culturais; D. Feiras; ou E. Filmes. 3ª SEÇÃO DA REMESSA OU ENVIO DE AMOSTRAS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Qual a diferença entre remessa e envio de amostras? A Lei nº , de 2015 utiliza o termo remessa para referir-se ao envio de amostra de patrimônio genético para instituição localizada fora do País, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Nesse caso, a responsabilidade sobre a amostra é transferida da instituição remetente para a destinatária. O termo envio de amostra é utilizado para referir-se ao envio para o exterior de amostra de patrimônio genético para fins de prestação de serviços, como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico. Nesse caso, a responsabilidade sobre a amostra permanece com a pessoa jurídica nacional, responsável pelo acesso.

39 A remessa ou envio de amostras dentro do território nacional é regido pela Lei nº , de 2015? A Lei nº , de 2015 não dispõe sobre a remessa ou envio dentro do território nacional. Nesse caso, tanto a remessa quanto o envio serão regidos por norma interna da instituição remetente, quando for o caso Qual o alcance da expressão prestação de serviços existente no conceito de envio de amostras? De acordo com o previsto no 3º do Art. 24 do Decreto nº 8.772, de 2016, considera-se prestação de serviços a execução de testes ou atividades técnicas especializadas por instituição sediada no exterior, parceira da instituição nacional responsável pelo acesso ou por ela contratada, mediante retribuição ou contrapartida Quais são as exigências específicas para o envio de amostras para prestação de serviços no exterior? O envio de amostras para prestação de serviços no exterior depende de cadastro no SisGen, ocasião em que o usuário deve identificar as amostras que serão envidas e a instituição destinatária. O cadastro de envio de amostra deverá ser realizado dentro dos prazos definidos para legislação (vide item 2.5.) É obrigatória a celebração de instrumento jurídico para a formalização do envio de amostras para o exterior? Exceto no caso de envio de amostras para fins de sequenciamento genético, o Decreto nº 8.772, de 2016, condiciona o envio de amostras para outros serviços à prévia celebração de instrumento jurídico entre a pessoa física ou jurídica responsável pelo acesso/envio e a instituição destinatária. O referido instrumento deve conter: A. Identificação do patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível;

40 35 B. Informação sobre a (o): i. Tipo de amostra e a forma de acondicionamento; ii. Quantidade de recipientes, o volume ou o peso; iii. Indicação do prazo para a prestação dos serviços, com detalhamento por atividade a ser executada, quando couber; e iv. Descrição dos serviços objeto da prestação; C. Obrigação de devolver ou destruir as amostras enviadas; D. Cláusulas proibindo a instituição parceira ou contratada de: i. Repassar para terceiros a amostra, informações associadas ou substâncias oriundas de seu metabolismo; ii. Utilizar a amostra, informações associadas ou substâncias oriundas de seu metabolismo para quaisquer outras finalidades além das previstas; iii. Explorar economicamente produto intermediário ou acabado ou material reprodutivo decorrente do acesso; e iv. Requerer qualquer tipo de direito de propriedade intelectual sobre a amostra, informações associadas ou substâncias oriundas de seu metabolismo. No caso de envio de amostras para fins de sequenciamento genético, o instrumento jurídico não é obrigatório. No entanto, a pessoa responsável pelo acesso/envio deve comunicar, formalmente, à instituição parceira ou contratada as obrigações previstas nas alíneas C e D supra Quais documentos devem acompanhar as amostras objeto do envio para o exterior? As amostras deverão estar acompanhadas do Comprovante de Cadastro de Envio e, quando for o caso, do instrumento jurídico firmado (vide item 2.26) e do Consentimento Prévio Informado. As exigências acima não afastam a necessidade de apresentação de outros documentos exigidos por outras legislações específicas, como, por exemplo, licença ou autorização para exportação emitida pelo MAPA e pelo IBAMA, bem

41 36 como a autorização de importação (import permit), emitida pela autoridade competente do país destinatário Quais são as exigências específicas para a remessa para o exterior de amostras de patrimônio genético? A remessa de amostras para o exterior, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, depende de prévio cadastro no SisGen, ocasião em que o usuário responsável pela remessa deve: A. Informar a (o): i. Instituição destinatária no exterior, incluindo indicação de representante legal e informações de contato; ii. iii. iv. Patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível; Procedência das amostras a serem remetidas; Tipo de amostra e a forma de acondicionamento; v. Quantidade de recipientes, o volume ou o peso; e vi. Atividade de acesso a ser realizada no exterior, incluindo objetivos, usos pretendidos e setor de aplicação do projeto de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico. B. Apresentar: i. Termo de Transferência de Material - TTM, firmado entre a pessoa física ou jurídica nacional e a pessoa jurídica sediada no exterior; e ii. Consentimento Prévio Informado, no caso de remessa de variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula para acesso para fins de atividade não enquadrada no conceito de atividade agrícola. Ao preencher o formulário eletrônico do SisGen, o usuário deve atentar-se para o fato de que as informações inseridas no sistema estarão sujeitas à verificação pelo CGen (vide item 4.1. e seguintes).

42 O CGEN vai aprovar modelo padrão de TTM? Não há referência na legislação sobre a aprovação pelo CGEN de modelo padrão de TTM. O Decreto nº 8.772, de 2016, determina, de forma expressa, as cláusulas e condições que devem ser inseridas no TTM, conforme indicado, a seguir: A. Identificação da (do): i. Pessoa física ou jurídica remetente; ii. Instituição destinatária no exterior, incluindo indicação de representante legal e informações de contato; B. Informações sobre a (o): i. Amostra de patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível; ii. Procedência das amostras a serem remetidas; iii. Tipo de amostra e a forma de acondicionamento; iv. Quantidade de recipientes, o volume ou o peso; v. Atividade de acesso no exterior, incluindo objetivos, usos pretendidos e setor de aplicação do projeto de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico; C. Obrigação de cumprimento das exigências da Lei nº , de 2015, incluindo, expressamente, previsão de que a (o): i. TTM deve ser interpretado de acordo com as leis brasileiras, e, no caso de litígio, o foro competente seja o do Brasil, admitindo-se arbitragem acordada entre as partes; ii. Instituição destinatária do patrimônio genético não será considerada provedora do patrimônio genético; iii. O repasse de amostras pela instituição destinatária a terceiros, se autorizado pelo TTM, fica condicionado à exigência de prévia assinatura pela instituição destinatária de um novo TTM por meio do qual imporá ao terceiro a obrigação de cumprir as exigências da Lei nº , de 2015; e D. Informação sobre acesso a conhecimento tradicional associado, quando for o caso.

43 Qual o documento comprobatório do cadastro da remessa no SisGen? Concluído o cadastramento, o SISGen emitirá, automaticamente, Comprovante de Cadastro de Remessa. O referido comprovante constitui documento hábil para demonstrar que o usuário responsável pela remessa prestou as informações exigidas pela Lei e produz os seguintes efeitos jurídicos: A. Permite a efetivação da remessa; e B. Estabelece o início do procedimento de verificação a ser realizado pelo CGEN (vide item 4.1 e seguintes). O interessado não precisa aguardar o término desse procedimento para realizar a remessa Quais documentos devem acompanhar as amostras objeto da remessa? As amostras objeto da remessa devem ser acompanhadas do Comprovante de Cadastro de Remessa, do TTM e, quando for o caso, do Consentimento Prévio Informado (vide item 2.16.). O cumprimento das exigências acima não afasta a necessidade de apresentação de outros documentos exigidos por legislações específicas, como, por exemplo, licença ou autorização para exportação emitida pelo MAPA e pelo IBAMA, bem como a autorização de importação (import permit), emitida pela autoridade competente do país destinatário. CAPÍTULO III DA NOTIFICAÇÃO, DA EXPLORAÇÃO ECONÔMICA E DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Apesar da definição do termo notificação constante do Inciso XIX do Art. 2º da Lei nº , de 2013, fazer a vinculação da notificação à atividade de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo, ao regulamentar a notificação, o Decreto nº 8.772, de 2016 estendeu ao seu alcance para incluir também o desenvolvimento de produto, intermediário e acabado, ou

44 39 de material reprodutivo e sua exploração econômica. Essa afirmativa decorre do fato de o Decreto impor, por meio do 2º do Art. 54, a obrigação de notificar também às pessoas físicas ou jurídicas desenvolvedores de produtos intermediários e também àquelas isentas da obrigação de repartir benefícios. A repartição de benefícios será devida, exclusivamente, pelo fabricante do produto acabado e, no caso de atividade agrícola, pelo produtor do último elo da cadeia produtiva de material reprodutivo. As seções seguintes respondem aos principais questionamentos sobre a notificação, exploração econômica e repartição de benefícios. 1ª SEÇÃO DA NOTIFICAÇÃO E EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DE PRODUTO ACABADO OU MATERIAL REPRODUTIVO 3.1. O que deve ser notificado? Devem ser notificados os produtos intermediários, acabados ou materiais reprodutivos desenvolvidos a partir do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. Ao preencher o formulário eletrônico do SisGen, o usuário responsável pela notificação deve (vide item 3.2.): A. Identificar: O produto acabado ou material reprodutivo e setor de aplicação; i. Se o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado acessado é determinante para a existência das características funcionais ou é determinante para a formação do apelo mercadológico; B. Informar a (o): i. Abrangência local, regional, nacional ou internacional da fabricação e comercialização do produto acabado ou material reprodutivo; ii. Número de registro, ou equivalente, do produto ou cultivar, em órgão ou entidade competente, tais como a ANVISA, MAPA ou IBAMA; iii. Número do pedido de depósito de direito de propriedade intelectual de produto ou cultivar no Brasil e no exterior, quando for o caso;

45 40 iv. Número do cadastro do acesso no SisGen ou da autorização do CGen, para a atividade de acesso que deu origem ao produto acabado ou material reprodutivo objeto da comercialização; v. Número do cadastro da remessa no SisGen, ou da autorização do CGen, para o acesso à amostra remetida, quando for o caso; vi. Data prevista para o início da comercialização; C. Indicar a modalidade da repartição de benefícios; D. Apresentar o Acordo de Repartição de Benefícios, quando couber; E. Solicitar, se tiver interesse, sigilo de determinadas informações, mediante a apresentação da fundamentação legal pertinente e de resumo não sigiloso; e F. Declarar, quando for o caso, seu enquadramento em hipótese de isenção legal ou de não incidência de repartição de benefícios Quem está obrigado a notificar? São obrigados a notificar a (o): A. Fabricante do produto acabado; B. Produtor do material reprodutivo; C. Fabricante do produto acabado ou o produtor do material reprodutivo desenvolvido a partir de população espontânea de espécie introduzida, que tenha adquirido característica distintiva no País; D. Desenvolvedor de produto intermediário; E. Pessoa física ou jurídica responsável por operações de licenciamento, transferência ou permissão de utilização de qualquer forma de direito de propriedade intelectual sobre produto acabado, processo ou material reprodutivo; F. Agricultor tradicional e suas cooperativas; G. Microempresa, empresa de pequeno porte e microempreendedor individual. O Acordo de Repartição de Benefícios deve ser negociado de forma justa e equitativa entre as partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e transparência nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações, tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo, sem prejuízo de outras diretrizes e critérios a serem estabelecidos pelo CGen.

46 Quando a notificação deve ser realizada? A notificação deve ser realizada antes do início da exploração econômica. Para os efeitos da Lei nº , de 2015, considera-se iniciada a exploração econômica quando ocorrer a emissão da primeira nota fiscal de venda Qual o documento que comprova a notificação do material reprodutivo ou do produto acabado no SISGen? Concluído o preenchimento do formulário de notificação, o SisGen emitirá, automaticamente, o Comprovante de Notificação. O referido comprovante é documento hábil para demonstrar que o usuário prestou as informações exigidas pela Lei e produz os seguintes efeitos: A. Permite a exploração econômica do produto acabado ou material reprodutivo; e B. Estabelece o início do procedimento administrativo de verificação (Ver item 4.1. e seguintes) Não é necessário aguardar o término do procedimento administrativo de verificação para iniciar a exploração econômica Quais são as exigências para a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo? A exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo está condicionada: A. À prévia notificação do produto acabado ou do material reprodutivo junto ao SisGen; e B. Apresentação do Acordo de Repartição de Benefícios, no prazo de até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados da notificação, exceto no caso de acesso conhecimento tradicional associado de origem identificável, cujo prazo deve ser negociado com o provedor do conhecimento.

47 42 2ª SEÇÃO DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS 3.6. Qual o fato gerador da obrigação de repartir benefícios? A obrigação de repartir benefícios decorre da exploração econômica de produto acabado, ou de material reprodutivo, desenvolvido a partir do acesso ao conhecimento tradicional associado ou do acesso ao patrimônio genético incluído no escopo da Lei nº , de (vide item 1.1.) Quando um único produto acabado ou material reprodutivo for o resultado de acessos distintos, esses não serão considerados cumulativamente para o cálculo da repartição de benefícios Quem está obrigado a repartir benefícios? A obrigação de repartir benefícios recai sobre o: A. Produtor responsável pelo último elo da cadeia produtiva do material reprodutivo, quando utilizado para fins de atividade agrícola. Para os efeitos da Lei, considera-se último elo da cadeia, o produtor responsável pela venda de material reprodutivo para a produção, processamento e comercialização de alimentos, bebidas, fibras, energia e florestas plantadas; B. Fabricante do produto acabado, cujo patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado seja um dos elementos principais de agregação de valor; e C. Fabricante do produto acabado desenvolvido a partir de material reprodutivo. Para os efeitos do enquadramento do produto acabado na obrigação de repartir benefícios, a presença do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado no produto acabado deve ser determinante para a existência das características funcionais ou para a formação do apelo mercadológico. Para os efeitos desse enquadramento, consideram-se: A. Apelo mercadológico: referência a patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, à sua procedência ou a diferenciais deles decorrentes, relacionada a um produto, linha de produtos ou marca, em qualquer meio de

48 43 comunicação, inclusive campanhas de marketing ou destaque no rótulo do produto; B..Características funcionais: características que determinam as principais finalidades, aprimoram a ação do produto ou ampliam o seu rol de finalidade Em quais situações há isenção da obrigação de repartir benefícios? Está isenta da obrigação de repartição de benefícios a exploração econômica de: A. Produto acabado ou material reprodutivo por: i. Agricultores tradicionais e suas cooperativas, com receita bruta anual igual ou inferior a R$ ,00; ii. Microempresas, pelas empresas de pequeno porte e pelos microempreendedores individuais; B. Produtos intermediários ao longo da cadeia produtiva, incluindo os insumos utilizados nas atividades agrícolas. C. Material reprodutivo ao longo da cadeia produtiva de material reprodutivo, exceto a exploração econômica realizada pelo último elo da cadeia produtiva; D. Produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir de população espontânea de espécie introduzida, que não tenha adquirido característica distintiva própria no País. São também isentas da obrigação de repartir benefícios as operações de licenciamento, transferência ou permissão de utilização por terceiros de qualquer forma de direito de propriedade intelectual sobre produto acabado, processo ou material reprodutivo. Importante, no entanto, ressaltar que a isenção da obrigação de repartição de benefícios para as operações comerciais acima listadas não afasta a obrigação do usuário de notificar o produto acabado ou material reprodutivo ou de cumprir as demais exigências da Lei nº , de 2015 (vide item 3.2.). São igualmente isentos da obrigação de repartição de benefícios o intercâmbio e a difusão de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado praticados, entre si, por populações indígenas, comunidade tradicional ou

49 44 agricultor tradicional para seu próprio benefício e baseados em seus usos, costumes e tradições. Nas hipóteses previstas nas alíneas A e B, o usuário que deixar de preencher os requisitos legais para isenção ficará obrigado a repartir os benefícios no ano fiscal seguinte. Para os efeitos do disposto na alínea D, consideram-se insumos para atividades agrícolas os bens que sejam consumidos na atividade de produção ou que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado Quais são as modalidades e os valores devidos a título de repartição de benefícios? A repartição de benefícios decorrente da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo poderá constituir-se nas seguintes modalidades: A. Monetária; ou B. Não monetária, incluindo, entre outras: i. Projeto para conservação ou uso sustentável de biodiversidade ou para proteção e manutenção de conhecimento, inovação ou prática de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional; ii. Transferência de tecnologia; iii. Disponibilização em domínio público (ou seja, sem proteção por direito de propriedade intelectual ou restrição tecnológica) do produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso; iv. Licenciamento, livre de ônus, do produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso; v. Capacitação de recursos humanos em temas relacionados à conservação e ao uso sustentável de patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado; e vi. Distribuição gratuita em programas de interesse social do produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso.

50 45 No caso de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido, exclusivamente, a partir de acesso ao patrimônio genético, a lei assegura ao usuário obrigado a repartir benefícios, o direito de escolher entre a modalidade monetária e não monetária. No caso de opção pela modalidade monetária, a usuário, pode, a seu critério, depositar o valor devido a título de repartição de benefícios no FNRB, sem necessidade de celebração de acordo de repartição de benefícios. No caso de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável é obrigatória a aplicação da modalidade monetária. Na modalidade monetária, a repartição de benefícios decorrente da exploração econômica do produto ou material reprodutivo, desenvolvido a partir de patrimônio genético ou conhecimento tradicional de origem não identificável, será de 1% (um por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica do produto ou material reprodutivo; ressalvada a hipótese de redução do valor devido para até 0,1% (um décimo por cento), no caso de celebração de acordo setorial entre o setor produtivo e a União, na forma prevista na legislação. Na situações listadas nos Incisos i, v e vi, da Alínea B, que trata da modalidade monetária, o valor devido à título de repartição de benefícios será equivalente a 75% (setenta e cinco por cento) do valor previsto para a modalidade monetária, conforme critérios a serem definidos pelo CGen. Para as demais situações, a repartição será equivalente ao valor previsto para a modalidade monetária. No caso de exploração econômica do produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir acesso ao conhecimento tradicional de origem identificável a modalidade aplicável e os valores devidos à titulo de repartição de benefícios serão livremente negociados entre o provedor do conhecimento e o usuário responsável pelo acesso. Além disso, o usuário ficará também obrigado a depositar no FNRB valor equivalente à metade do valor previsto para a modalidade monetária, ou igual à metade do valor que vier a ser negociado em acordo setorial. (vide item 3.14).

51 Como será calculada a receita líquida para os efeitos da obrigação de repartir benefícios? O cálculo da receita líquida deve ser feito de acordo com as regras estabelecidas pelo 1º do Art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, que prevê a dedução das operações ou valores seguintes da receita bruta: A. Devoluções e vendas canceladas B. Descontos concedidos incondicionalmente; C. Tributos sobre ela incidentes; e D. Decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do Art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta Com quem deve ser negociada a repartição de benefícios no caso de acesso ao patrimônio genético? Caso o usuário sujeito à obrigação de repartir benefícios opte pela modalidade monetária (vide item 3.10), não há necessidade de negociação. Nesse caso, o valor devido deve ser depositado no FNRB. Caso a opção seja pela modalidade não monetária, a negociação deve ser efetivada com a União, por meio do FNRB Com quem deve ser negociada a repartição de benefícios no caso de acesso à variedade tradicional, local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula? No caso de utilização dessas variedades ou raças para fins de atividade agrícola, é obrigatória a utilização da modalidade monetária e o valor devido será depositado no FNRB. Quando essas variedades ou raças forem utilizadas para outras atividades, não enquadradas no conceito de atividade agrícola, a repartição de benefícios deve ser, conforme o caso: A. Negociada com a população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, caso venha a ser caracterizado acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável;

52 47 B. Recolhida junto ao FNRB, caso não haja acesso ao conhecimento tradicional de origem identificável Quem é o beneficiário da repartição de benefícios no caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável? O beneficiário (direto) da repartição de benefícios será a população indígena, a comunidade local ou o agricultor tradicional provedor do conhecimento objeto do acesso. Nesse caso, é obrigatória a celebração de Acordo de Repartição de Benefícios. São também considerados beneficiários (indiretos) todas as demais populações indígenas, comunidades locais ou agricultores tradicionais existentes no País. Por isso, além da repartição de benefícios negociada por meio do Acordo de Repartição de Benefícios, o usuário responsável pela repartição dos benefícios, está também obrigado a depositar no FNRB valor igual a 0,5% (cinco décimos por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica do produto acabado ou material reprodutivo, ou à metade daquela prevista em acordo setorial (vide item 3.10) Quem é o beneficiário da repartição de benefícios no caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável? Todas as populações indígenas, comunidades locais e agricultores tradicionais existentes no País serão considerados beneficiários da repartição dos benefícios no caso de exploração econômica de acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir do acesso a conhecimento tradicional de origem não identificável, inclusive raça localmente adaptada ou crioula ou variedade tradicional local ou crioula. Por isso, os valores devidos, deverão ser depositados no FNRB, para que esses recursos sejam aplicados na execução de atividades de interesse dos provedores desse conhecimento Há obrigação cumulativa de repartição de benefícios pelo acesso ao conhecimento tradicional associado e ao patrimônio genético? Não. No caso de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo resultante de uma mesma atividade que envolva acesso ao

53 48 conhecimento tradicional associado e também acesso ao patrimônio genético, a repartição dos benefícios pelo acesso ao conhecimento tradicional associado afasta a obrigação de repartir benefícios com o FNRB pelo acesso ao patrimônio genético. CAPÍTULO IV DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE VERIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES INSERIDAS NO SisGen O procedimento administrativo de verificação tem três etapas. Na fase inicial do processo de verificação, a Secretaria Executiva do CGen cientificará aos conselheiros sobre o cadastro ou notificação e encaminhará para a câmara setorial pertinente dados relacionados com as espécies objetos do acesso e respectivos locais das coletas. Quando houver previsão de acesso ao conhecimento tradicional, a Secretaria Executiva dará ciência aos órgãos de proteção dos direitos de populações indígenas e comunidades locais. Ainda nesta fase, a Secretaria Executiva do CGen poderá, de ofício, proceder à identificação de eventuais irregularidades e poderá solicitar ratificação das informações ao usuário responsável pelo cadastro ou notificação. Na segunda fase, a verificação poderá ser realizada por qualquer um dos conselheiros do CGen, que, caso venha a detectar indícios de irregularidades, apresentará requerimento de verificação, formal e fundamentado, ao plenário do CGen, para manifestação. O CGen pode ou não aceitar o requerimento de verificação apresentado pelo Conselheiro. Se não aceitar, o requerimento será arquivado e o cadastro ou a notificação será efetivado. Caso o requerimento seja aceito, a usuário responsável pelo cadastro ou notificação será notificado para, querendo, apresentar a sua defesa. Na terceira e última fase, o CGen julgará o processo e decidirá sobre a existência ou não indícios de irregularidades. Caso o CGen decida pela existência de irregularidades passíveis de saneamento, o usuário será notificado para proceder aos ajustes necessários. Se as irregularidades forem consideradas insanáveis, o cadastro ou a notificação será cancelado e o CGen notificará a existência de indícios de irregularidades insanáveis aos órgãos de fiscalização e aos órgãos responsáveis para concessão de direito de propriedade intelectual. O processo de

54 49 verificação conta também a emissão de uma Certidão e do Atestado de Regularidade. 1ª SEÇÃO: DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE VERIFICAÇÃO 4.1.Qual a finalidade da verificação? O CGen procederá à verificação das informações inseridas no SisGen por ocasião do cadastro ou da notificação, a fim de averiguar se as informações fornecidas estão corretas e apropriadas para caracterizar o fiel cumprimento das exigências legais e respaldar a emissão pelo CGen do Atestado de Regularidade Quais atividades estão sujeitas à verificação? Estão sujeitas à verificação os cadastros de acesso e de remessa e a notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido a partir de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional incluídos no escopo da Lei nº , de Quando a verificação será realizada? Como regra, o processo de verificação terá início logo após a emissão pelo SisGen do Comprovante de Cadastro de Acesso, de Cadastro da Remessa ou da Notificação, caso seja apresentado requerimento por algum conselheiro do CGen, durante o período legal para verificação, que é de 60 (sessenta) dias, contados da ciência do conselheiro das informações relacionadas com os cadastros e notificações encaminhadas pela Secretaria Executiva do CGen Todos os cadastros ou notificação serão verificados pelo CGen? A princípio, todos os cadastros e notificações estão sujeitos à verificação pelo CGen. Mas, a leitura sistemática do disposto pelos Art. 41 e 42 da Lei nº , de 2015, leva ao entendimento de que, na prática, o processo de verificação será instaurado quando: A. Um conselheiro de CGen apresentar ao plenário, requerimento formal de verificação, fundado na existência de irregularidades (vide item 4.3);

55 50 B. Houver solicitação por parte do usuário de emissão pelo CGen do Atestado de Regularidade O que acontece caso o CGen durante o processo de verificação decida pela existência de indícios de irregularidades passíveis de serem sanadas? No caso de deliberação pela existência indícios de irregularidades passíveis de saneamento, o CGen determinará que o usuário retifique o cadastro ou notificação, conforme for o caso, sob pena de cancelamento O que acontece caso o CGEN durante o processo de verificação decida pela existência de indícios de irregularidades insanáveis? No caso de deliberação pela existência indícios de irregularidades insanáveis, o CGen: A. Cancelará, conforme for o caso cadastro de acesso; o cadastro da remessa ou a notificação e notificará ao usuário para fazer novo cadastro ou apresentar nova notificação; e B. Notificará o fato aos órgãos de fiscalização, e aos órgãos competentes para a concessão de eventual direito de propriedade intelectual. Diante da notificação, o órgão fiscalizador poderá ou não instaurar processo administrativo para apuração de infrações contra a Lei nº , de O órgão responsável pela concessão do direito de propriedade intelectual ficará impedido de conceder a proteção requerida. Caso a constatação de indícios de irregularidades ocorra quando já houver sido iniciada a exploração econômica do produto acabado ou do material reprodutivo, o CGen, excepcionalmente, e desde que não se configure má-fé, poderá determinar que o usuário retifique o cadastro ou a notificação, e apresente, no prazo de noventa dias o acordo de repartição de benefícios com o provedor do conhecimento tradicional associado. Nesse caso, a repartição de benefícios relativa a todo o período de apuração correspondente será calculada e recolhida em favor dos beneficiários e nos valores previstos no acordo de repartição de benefícios vigente na data do pagamento.

56 Quais irregularidades são consideradas insanáveis? São consideradas pela Lei irregularidades insanáveis: A. A existência de conhecimento tradicional associado de origem identificável quando o cadastro ou a notificação indicar apenas a previsão de acesso ao patrimônio genético; B. A existência de conhecimento tradicional associado de origem identificável, quando o cadastro ou a notificação indicar apenas a previsão de acesso conhecimento tradicional associado de origem não identificável; e C. A obtenção de Consentimento Prévio Informado em desacordo com o disposto na Lei nº , de 2015 e no Decreto nº 8.772, de Qual documento é emitido pelo CGen após a conclusão da verificação? Em atendimento à solicitação do usuário, o CGen, ou sua Secretaria Executiva, conforme o caso, poderá emitir os seguintes documentos: A. Certidão, emitida pela Secretaria Executiva do CGen declarando que: i. Não foram admitidos requerimentos de verificação no decurso do prazo para verificação (vide item 4.3.) ii. Que o requerimento de verificação apresentado não foi acatado pelo CGen. B. Atestado de Regularidade, emitido pelo CGEN, declarando o cumprimento dos requisitos da Lei nº , de Qual a eficácia jurídica da certidão emitida pelo CGen após o decurso do prazo para verificação? No caso de autuação por qualquer um dos órgãos de fiscalização relacionada com atividade cadastrada ou notificada no SisGen, a apresentação da certidão faz com o que o órgão fiscalizador, num primeiro momento, aplique a pena de advertência, antes de aplicar qualquer outra sanção administrativa Qual é a eficácia jurídica do atestado de regularidade? O atestado de regularidade produz os seguintes efeitos jurídicos:

57 52 A. Declara a regularidade do acesso até a data de sua emissão pelo CGen; e B. Afasta a aplicação de sanções administrativas por parte do órgão ou entidade competente especificamente em relação às atividades de acesso realizadas até a emissão do atestado. Se, após a emissão do Atestado de Regularidade for constatado erro ou fraude no acesso o órgão responsável pela fiscalização adotará medidas administrativas junto ao CGen para desconstituir o referido atestado. CAPÍTULO V DA ADEQUAÇÃO OU REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES A Lei nº , de 2015 estabelece regras para a adequação e regularização de atividades. O termo adequação é utilizado para referir-se às atividades de acesso e de exploração econômica realizadas, desde 30 de junho de 2000 até entrada em vigor da Lei em comento, com respaldo na Medida Provisória nº , de O termo regularização é utilizado para referir-se às atividades executadas após 30 de junho de 2000, sem a observância da referida Medida Provisória. As seções seguintes respondem aos principais questionamentos relacionados com a adequação e a regularização. 1ª SEÇÃO DA ADEQUAÇÃO DE ATIVIDADES À LEI Nº , DE Quais são os casos passíveis de adequação? Devem ser adequados aos termos da Lei nº , de 2015, o(a): A. Pedido de autorização formulado no âmbito da Medida Provisória nº , de 2001, ainda em tramitação junto ao CGen, ou instituição credenciada; B. Atividade de pesquisa, bioprospecção ou desenvolvimento tecnológico, cuja execução tenha sido objeto de autorização pelo CGen, ou instituição credenciada, nos termos da Medida Provisória nº , de 2001; e C. Exploração econômica de processo ou produto desenvolvido, no âmbito de projeto autorizado pelo CGen, ou instituição credenciada, nos termos da Medida Provisória nº , de 2001.

58 53 Na hipótese da alínea A, a adequação dos pedidos de autorização em tramitação deve ser feita diretamente pelo usuário interessado, mediante o cadastro da atividade no SisGen ou da obtenção de prévia autorização do CGen, conforme for o caso (vide itens 2.1. e 2.2.) Na hipótese de alínea B, a adequação das autorizações emitidas pelo CGen com respaldo na Medida Provisória nº , de 2001 será efetivada pelo próprio CGen, mediante a inclusão das informações pertinentes no SisGen, de acordo com o disposto no 1º do Art. 43 da Lei nº , de Na hipótese da alínea C, a adequação da exploração econômica deve ser efetivada pelo fabricante do produto acabado ou produtor responsável pelo último elo da cadeia do material reprodutivo, mediante a notificação do produto ou material reprodutivo por meio do SisGen e a repartição de benefícios decorrentes da exploração econômica realizada a partir da data de entrada em vigor da Lei nº , de 2015, exceto quando o tenha feito na forma da Medida Provisória nº , de A repartição de benefícios pactuada na forma da Medida Provisória nº , de 2001, será válida pelo prazo estipulado no contrato de utilização do patrimônio genético e de repartição de benefícios ou projeto de repartição de benefícios anuído pelo CGen Qual o prazo legal para a adequação? A adequação deve ser efetiva no prazo de um ano, contado da data de entrada em funcionamento do SisGen. 2ª SEÇÃO DA REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES 5.3. Quais são os casos passíveis de regularização? Deverá regularizar-se nos termos da Lei nº , de 2015 o usuário que, entre 30 de junho de 2000 e a data de entrada em vigor dessa Lei, dia 17 de novembro de 2015, realizou as seguintes atividades sem as autorizações exigidas pela Medida Provisória nº , de 2001:

59 54 A. Acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado; B. Exploração econômica de produto ou processo oriundo do acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado; C. Remessa ao exterior de amostra de patrimônio genético; ou D. Divulgação, transmissão ou retransmissão de dados ou informações que integram ou constituem conhecimento tradicional associado Qual o prazo legal para a regularização? A regularização deve ser efetiva no prazo de um ano, contado da data de entrada em funcionamento do SisGen Quais são as regras aplicáveis à regularização realizada dentro do prazo fixado pela Lei nº , de 2015? Para a regularização de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado para fins de pesquisa científica, o usuário deverá cadastrar a atividade ou obter a autorização, conforme for o caso (vide itens 2.1. e 2.2), seguindo as regras fixadas pela Lei nº , de Nesse caso, não é necessário firmar Termo de Compromisso. Diferentemente, a regularização das atividades de bioprospecção e desenvolvimento tecnológico, considerando as definições contidas na Medida Provisória nº , de 2001, bem como exploração econômica de produto ou processo, requer a celebração de Termo de Compromisso entre o usuário e a União, representada pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, que poderá delegar essa competência a outra autoridade. O Termo de Compromisso deverá prever, conforme o caso, obrigação do usuário de: A. Cadastrar a atividade no SisGen ou requerer a autorização de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento, conforme for o caso (vide itens 2.1 e 2.2). B. Notificar o produto ou processo desenvolvido a partir do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado;

60 55 C. Repartir os benefícios decorrentes da exploração econômica de processo ou produto, de acordo com as novas regras fixadas pela Lei nº , de 2015, respeitado o limite temporal de até 5 (cinco) anos anteriores à celebração do Termo de Compromisso, subtraído o tempo de sobrestamento do processo em tramitação no CGEN Quais são as consequências legais decorrentes da regularização? No caso de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado para fins de pesquisa científica, a regularização da atividade extinguirá a exigibilidade das sanções administrativas previstas na Medida Provisória nº , de 2001, e especificadas nos Arts. 15 e 20 do Decreto no 5.459, de 7 de junho de Em outras palavras, a regularização afastará a aplicação das penalidades de multas prevista na legislação. Nos demais casos, a regularização e o fiel cumprimento do Termo de Compromisso, desde que comprovado em parecer técnico emitido pelo Ministério do Meio Ambiente: A. Suspenderá a aplicação das sanções administrativas previstas nos Arts. 16, 17, 18, 21, 22, 23 e 24 do Decreto nº 5.459, de 2005; B. Extinguirá a exigibilidade das sanções administrativas previstas nos Arts. 16 a 18 do Decreto nº 5.459, de 2005, e C. Acarretará a redução em 90% (noventa por cento) do valor das multas aplicadas com base nos Arts. 19, 21, 22, 23 e 24 do Decreto n o 5.459, de 2005, atualizadas monetariamente. O saldo remanescente poderá, a pedido do usuário, ser convertida em obrigação de executar uma das modalidades de repartição de benefícios não monetária prevista na Lei nº , de A regularização da atividade permitirá ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI conceder, se for o caso, a patente requerida.

61 56 CAPÍTULO VI DAS INFRAÇÕES CONTRA A LEI Nº , DE 2015? As infrações contra a Lei nº , de 2015 estão tipificadas nos Arts. 78 a 91, do Decreto nº 8.772, de 2016, e as penalidades cabíveis variam desde advertência, multa, apreensão das amostras de patrimônio genético ou dos produtos derivados dessas amostras e/ou de conhecimento tradicional associado, cancelamento de registro, patente, etc. O tipo de sanção a ser aplicada, bem como o valor da multa, quando for o caso, serão apuradas por meio de processo administrativo a ser instaurado pela autoridade competente, considerando a gravidade da infração. O valor da multa será arbitrado pela autoridade competente, por infração cometida e pode variar, dependendo do tipo de infração, de R$ 1.000,00 a R$ ,00, quando praticada para pessoa física e de R$ ,00 a R$ ,00, no caso de jurídica Quais atividades são consideradas infrações contra o patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado? A. Explorar economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado sem notificação prévia; B. Remeter amostra de patrimônio genético ao exterior sem o cadastro prévio ou em desacordo com esse; C. Requerer direito de propriedade intelectual resultante de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado sem realização de cadastro prévio; D. Divulgar resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação sem cadastro prévio; E. Deixar de realizar cadastro de acesso antes da comercialização de produto intermediário; F. Acessar conhecimento tradicional associado de origem identificável sem a obtenção do consentimento prévio informado, ou em desacordo com este;

62 57 G. Deixar de indicar a origem do conhecimento tradicional associado de origem identificável em publicações, utilizações, explorações e divulgações dos resultados do acesso; H. Deixar de pagar a parcela anualmente devida ao FNRB decorrente da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado; I. Elaborar ou apresentar informação, documento, estudo, laudo ou relatório total ou parcialmente falso, ou enganoso, seja nos sistemas oficiais ou em qualquer outro procedimento administrativo relacionado ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; J. Descumprir suspensão, embargo ou interdição decorrente de infração administrativa contra o patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; K. Obstar ou dificultar a fiscalização das obrigações previstas na Lei nº , de 2015: L. Deixar de se adequar às regras fixadas pela Lei nº , de 2015, no prazo estabelecido no seu Art. 37. M. Deixar de se regularizar às regras fixadas pela Lei nº , de 2015, no prazo estabelecido no seu Art. 38; N. Deixar de atender às exigências legais ou regulamentares, quando notificado pela autoridade competente no prazo concedido. CAPÍTULO VII INFORMAÇÕES GERAIS 7.1. Qual a destinação dos valores depositados no Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios FNRB, a título de repartição de benefícios? Os recursos monetários depositados no FNRB referentes à repartição de benefícios decorrente da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a conhecimento tradicional associado serão totalmente destinados exclusivamente em benefício dos detentores de conhecimentos tradicionais associados. Aqueles oriundos de acesso a patrimônio genético proveniente de coleções ex situ serão parcialmente destinados em

63 58 benefício dessas coleções, de acordo com o que vier a disciplinado pelo regulamento da Lei. Os acordos de repartição de benefícios celebrados pela União serão implementados, preferencialmente, por meio do instrumento a que se refere à Alínea a do Inciso II do Art. 19, da Lei nº , de Além disso, o Decreto nº 8.772, de 2016, prevê que a repartição de benefícios devida à União terá a seguinte destinação: A. Modalidades não monetárias referidas pelas Alíneas a e e do Inciso II do Art. 19 da Lei nº , de 2015 a: i. Unidades de conservação; ii. Terras indígenas; iii. Territórios remanescentes de quilombos; iv. Assentamento rural de agricultores familiares; v. Territórios tradicionais nos termos do Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007; vi. Instituições públicas nacionais de pesquisa e desenvolvimento; vii. Áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira, conforme ato do MMA; viii. Atividades relacionadas à salvaguarda de conhecimento tradicional associado; ix. Coleções ex situ mantidas por instituições credenciadas; e x. Populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. B. Modalidades não monetárias indicadas pelas Alíneas b, c, d e f do Inciso II do Art. 19 da Lei nº , de 2015, serão destinadas a órgãos e instituições públicas nacionais que executem programas de interesse social No caso de acesso ao patrimônio genético é necessário depositar uma subamostra numa coleção credenciada junto ao CGEN? O depósito é obrigatório somente quando o objeto do acesso for variedade tradicional, local ou crioula.

64 É obrigatório o credenciamento das coleções, herbários e bancos de germoplasma? Não. O credenciamento é facultativo e tem por finalidade propiciar condições para que a coleção, herbário e banco de germoplasma possam captar recursos financeiros junto ao FNRB Quais são os órgãos responsáveis pela fiscalização da Lei nº , de 2015? A fiscalização será realizada pelo: A. IBAMA; B. Comando da Marinha, no âmbito de águas jurisdicionais e da plataforma continental brasileiras; e C. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no âmbito do acesso ao patrimônio genético para atividades agrícolas. Quando a infração envolver conhecimento tradicional associado, os órgãos oficiais de defesa dos direitos das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais prestarão apoio às ações de fiscalização do IBAMA Qual a composição do CGEN? O CGen será constituído por vinte e um conselheiros, sendo doze representantes de órgãos da administração pública federal e nove representantes da sociedade civil, distribuídos da seguinte forma: A. Um representante de cada um dos seguintes ministérios: i. Ministério do Meio Ambiente; ii. Ministério da Justiça; iii. Ministério da Saúde; iv. Ministério das Relações Exteriores; v. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; vi. Ministério da Cultura;

65 60 vii. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; viii. Ministério da Defesa; ix. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; x. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e xi. Ministério do Desenvolvimento Agrário; B. Três representantes de entidades ou organizações do setor empresarial, sendo: i. Um indicado pela Confederação Nacional da Indústria - CNI; ii. Um indicado pela Confederação Nacional da Agricultura - CNA; e iii. Um indicado alternativa e sucessivamente pela CNI e pela CNA; C. Três representantes de entidades ou organizações do setor acadêmico, sendo: i. Um indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC; ii. Um indicado pela Associação Brasileira de Antropologia - ABA; e iii. Um indicado pela Academia Brasileira de Ciências - ABC; e D. Três representantes de entidades ou organizações representativas das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais, sendo: i. Um indicado pelos representantes de povos e comunidades tradicionais e suas organizações do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais - CNPCT; ii. Um indicado pelos representantes de agricultores familiares e suas organizações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - CONDRAF; e iii. Um indicado pelos representantes de povos e organizações indígenas integrantes do Conselho Nacional de Política Indigenista - CNPI.

66 DECRETO Nº 8.772, DE 11 DE MAIO DE 2016 Regulamenta a Lei nº , de 20 de maio de 2015, que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 84, caput, inciso IV e inciso VI, alínea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº , de 20 de maio de 2015, DECRETA: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº , de 20 de maio de 2015, que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. 1º Considera-se parte do patrimônio genético existente no território nacional, para os efeitos deste Decreto, o microrganismo que tenha sido isolado a partir de substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental. 2º O microrganismo não será considerado patrimônio genético nacional quando o usuário, instado pela autoridade competente, comprovar: I - que foi isolado a partir de substratos que não sejam do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental; e II - a regularidade de sua importação. 3º As espécies vegetais e animais introduzidas no País somente serão consideradas patrimônio genético encontrado em condições in situ no território nacional quando formarem populações espontâneas que tenham adquirido características distintivas próprias no País. 4º Considera-se também patrimônio genético encontrado em condições in situ a variedade proveniente de espécie introduzida no território nacional com diversidade genética desenvolvida ou adaptada por populações indígenas, comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais, incluindo seleção natural combinada com seleção humana no ambiente local, que não seja substancialmente semelhante a cultivares comerciais. Art. 2º Ficam sujeitas às exigências da Lei nº , de 2015, e deste Decreto, as seguintes atividades: I - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; II - remessa para o exterior de amostras de patrimônio genético; e

67 III - exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado após a entrada em vigor da Lei nº , de º Para fins do disposto no inciso II do caput, a prática de qualquer atividade de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico que for efetuada após 17 de novembro de 2015, será, independentemente da data do seu início, considerada como acesso realizado após a entrada em vigor da Lei nº , de º As atividades realizadas entre 30 de junho de 2000 e 17 de novembro de 2015 deverão observar o disposto no Capítulo VIII deste Decreto. Art. 3º Não estão sujeitos às exigências da Lei nº , de 2015, e deste Decreto, o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado concluído antes de 30 de junho de 2000 e a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo dele decorrente. 1º Para os fins de que trata o caput, e quando instado pela autoridade competente, o usuário deverá comprovar que todas as etapas do acesso se encerraram antes de 30 de junho de º A comprovação de que trata o 1º deverá ocorrer por meio de: I - no caso de pesquisa: a) publicação de artigo em periódico científico; b) comunicação em eventos científicos; c) depósito de pedido de patente; ou d) relatório de conclusão da pesquisa junto a órgão ou entidade de fomento público; e) publicação de trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado; e II - no caso de desenvolvimento tecnológico: a) depósito de pedido de patente; b) registro de cultivar; c) registro de produto junto a órgãos públicos; ou d) comprovante de comercialização do produto. 3º Tratando-se de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo, além do disposto nos incisos I e II do 2º, o usuário deverá comprovar que

68 o acesso concluído foi suficiente para a obtenção do produto acabado ou material reprodutivo objeto da exploração econômica. 4º Para efeitos do 3º, considera-se que o acesso concluído foi suficiente para a obtenção do produto acabado ou material reprodutivo objeto da exploração econômica quando não houver ocorrido nenhuma atividade de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico posterior a 30 de junho de º O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético poderá: 2º; e I - definir outros meios de comprovação além dos previstos nos incisos I e II do II - emitir, mediante solicitação e comprovação, documento que ateste o enquadramento do usuário nas situações previstas neste artigo. CAPÍTULO II DO CONSELHO DE GESTÃO DO PATRIMONIO GENÉTICO - CGEN Seção I Das disposições gerais Art. 4º O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético - CGen, órgão colegiado de caráter deliberativo, normativo, consultivo e recursal, possui as seguintes competências: I - coordenar a elaboração e a implementação de políticas para a gestão do acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado e da repartição de benefícios; II - estabelecer: a) normas técnicas; b) diretrizes e critérios para elaboração e cumprimento do acordo de repartição de benefícios; e c) critérios para a criação de banco de dados para o registro de informação sobre patrimônio genético e conhecimento tradicional associado; III - acompanhar, em articulação com órgãos federais, ou mediante convênio com outras instituições, as atividades de: a) acesso e remessa de amostra que contenha o patrimônio genético; e b) acesso a conhecimento tradicional associado; IV - deliberar sobre: a) o credenciamento de instituição nacional que mantém coleção ex situ de amostras que contenham o patrimônio genético; sejam elas: 1. públicas; ou

69 2. privadas sem fins lucrativos que mantenham herbários populares ou bancos comunitários de sementes; e b) o credenciamento de instituição pública nacional para ser responsável pela criação e manutenção da base de dados de que trata o inciso X; V - atestar a regularidade do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de que trata o Capítulo IV da Lei nº , de 2015; VI - registrar o recebimento da notificação do produto acabado ou material reprodutivo e a apresentação do acordo de repartição de benefícios, nos termos do art. 16 da Lei nº , de 2015; VII - promover debates e consultas públicas sobre os temas de que trata a Lei nº , de 2015; VIII - funcionar como instância superior de recurso em relação à decisão de instituição credenciada e aos atos decorrentes da aplicação da Lei nº , de 2015; IX - estabelecer diretrizes para a aplicação dos recursos destinados ao Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB, a título de repartição de benefícios; X - criar e manter base de dados relativos: a) aos cadastros de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa; b) às autorizações de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa; c) aos instrumentos e termos de transferência de material para envio de amostra e remessa; d) às coleções ex situ das instituições credenciadas que contenham amostras de patrimônio genético; e) às notificações de produto acabado ou material reprodutivo; f) aos acordos de repartição de benefícios; e g) aos atestados de regularidade de acesso; XI - cientificar órgãos federais de proteção dos direitos de populações indígenas, de comunidades tradicionais e de agricultores tradicionais sobre o registro em cadastro de acesso a conhecimentos tradicionais associados; e XII - aprovar seu regimento interno, que disporá, no mínimo, sobre: a) organização e funcionamento de suas reuniões; b) funcionamento da Secretaria-Executiva; c) procedimento para nomeação de seus Conselheiros; d) afastamento, impedimento, suspeição e hipóteses de conflito de interesses dos Conselheiros;

70 e) publicidade das suas normas técnicas e deliberações; e f) composição e funcionamento das Câmaras Temáticas e Setoriais. Parágrafo único. O CGen poderá, a pedido do usuário, emitir certificado de cumprimento internacionalmente reconhecido que servirá como prova de que as atividades sobre o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado foram realizadas conforme o disposto na Lei nº , de 2015, e neste Decreto. Art. 5º Sem prejuízo do Sistema previsto no Capítulo IV deste Decreto, o CGen deverá manter sistema próprio de rastreabilidade das atividades decorrentes de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, inclusive as relativas à exploração econômica. 1º Nos termos do que determina o art. 7º da Lei nº , de 2015, o sistema previsto no caput será gerido pela Secretaria-Executiva do CGen e disporá das informações necessárias à rastreabilidade das atividades decorrentes de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado constantes dos bancos de dados dos sistemas: I - de proteção e registro de cultivares, de sementes e mudas, de produtos, estabelecimentos e insumos agropecuários, de informações sobre o trânsito internacional de produtos e insumos agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; II - de registro de importação e exportação no âmbito do Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992; III - de informação sobre currículos, grupos de pesquisa, instituições cadastradas na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq; IV - de informação sobre pesquisa e liberação comercial de organismos geneticamente modificados e derivados, da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação; V - de registro de produtos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa; VI - de concessão e de garantia de direitos de propriedade intelectual do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI; VII - de cadastro nacional de informações sociais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e VIII - de informações sobre patrimônio cultural do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC, do Ministério da Cultura. 2º Os órgãos e entidades de que trata este artigo adotarão as medidas necessárias para garantir o acesso às informações pelo sistema de rastreabilidade e o Ministério do Meio Ambiente adotará as medidas necessárias para a integração das informações constantes dos bancos de dados previstos no 1º. 3º Na impossibilidade de adoção das medidas previstas no 2º, as informações deverão ser encaminhadas ao CGen no prazo de trinta dias, contados da solicitação. 4º O CGen também poderá: I - pedir informações complementares aos órgãos e entidades previstos no 1º;

71 II - requerer a outros órgãos e entidades da administração pública federal informações que entender necessárias para a rastreabilidade das atividades decorrentes de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; e III - adotar medidas para garantir o acesso às informações pelo sistema de rastreabilidade e a integração dos bancos de dados com órgãos e entidades diversos daqueles previstos nos incisos I a VIII do 1º do caput. 5º Os órgãos e entidades da administração pública federal que fornecerem informações de caráter sigiloso ao CGen deverão indicar essa circunstância de forma expressa, especificando, quando couber, a classificação da informação quanto ao grau e prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei nº , de 18 de novembro de 2011, ou na legislação específica. 6º A Secretaria-Executiva do CGen assegurará o sigilo legal das informações, respeitando a classificação da informação quanto ao grau e prazo de sigilo, quando for o caso. 7º Para fins do disposto no caput, o CGen poderá ter acesso aos dados contidos em sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil constantes de cadastro de domínio público e que não informem a situação econômica ou financeira dos contribuintes. Art. 6º O CGen funcionará por meio de: I - Plenário; II - Câmaras Temáticas; III - Câmaras Setoriais; e IV - Secretaria-Executiva. Seção II Do Plenário Art. 7º O Plenário do CGen será integrado por vinte e um conselheiros, sendo doze representantes de órgãos da administração pública federal e nove representantes da sociedade civil, distribuídos da seguinte forma: I - um representante de cada um dos seguintes ministérios: a) Ministério do Meio Ambiente; b) Ministério da Justiça; c) Ministério da Saúde; d) Ministério das Relações Exteriores; e) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; f) Ministério da Cultura; g) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; h) Ministério da Defesa;

72 i) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; j) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e k) Ministério do Desenvolvimento Agrário; II - três representantes de entidades ou organizações do setor empresarial, sendo: a) um indicado pela Confederação Nacional da Indústria - CNI; b) um indicado pela Confederação Nacional da Agricultura - CNA; e c) um indicado alternativa e sucessivamente pela CNI e pela CNA; III - três representantes de entidades ou organizações do setor acadêmico, sendo: a) um indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC; b) um indicado pela Associação Brasileira de Antropologia - ABA; e c) um indicado pela Academia Brasileira de Ciências - ABC; e IV - três representantes de entidades ou organizações representativas das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais, sendo: a) um indicado pelos representantes de povos e comunidades tradicionais e suas organizações da Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais - CNPCT; b) um indicado pelos representantes de agricultores familiares e suas organizações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - Condraf; e c) um indicado pelos representantes de povos e organizações indígenas integrantes do Conselho Nacional de Política Indigenista - CNPI. 1º O CGen será presidido pelo conselheiro titular do Ministério do Meio Ambiente e, nos seus impedimentos ou afastamentos, pelo respectivo suplente. 2º As representações de que trata este artigo serão compostas de um titular e dois suplentes cada, que serão indicados pelo titular dos órgãos da administração pública federal e pelos respectivos representantes legais das entidades ou organizações da sociedade civil. 3º Os membros do CGen, titulares e suplentes, serão designados em ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente, em até trinta dias do recebimento das indicações. 4º O Plenário do CGen reunir-se-á com a presença de, no mínimo, onze conselheiros, e suas deliberações serão tomadas pela maioria simples. 5º As funções dos conselheiros não serão remuneradas e o seu exercício é considerado serviço público relevante, cabendo aos órgãos públicos e às entidades representativas da sociedade civil custear as despesas de deslocamento e estada de seus respectivos representantes. 6º Caberá à União custear as despesas de deslocamento e estada dos conselheiros referidos no inciso IV do caput. Seção III

73 Das Câmaras Temáticas e das Câmaras Setoriais Art. 8º As Câmaras Temáticas serão criadas pelo CGen para subsidiar as decisões do Plenário a partir de discussões técnicas e apresentação de propostas sobre temas ou áreas de conhecimento específicos relacionados ao acesso e à repartição de benefícios. 1º O ato de criação das Câmaras Temáticas disporá sobre suas atribuições, tempo de duração e composição, que deverá observar a proporção de: I - cinquenta por cento de representantes de órgãos e entidades da administração pública federal com competências relacionadas ao tema da respectiva Câmara; II - vinte e cinco por cento de organizações representantes do setor usuário; e III - vinte e cinco por cento de organizações representantes de provedores de conhecimentos tradicionais associados. 2º O CGen poderá criar Câmara Temática especial para analisar e subsidiar o julgamento pelo Plenário de recursos interpostos em última instância. Art. 9º As Câmaras Setoriais serão criadas pelo CGen para subsidiar as decisões do Plenário a partir de discussões técnicas e apresentação de propostas de interesse dos setores empresarial e acadêmico, como também das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. Parágrafo único. O ato de criação das Câmaras Setoriais disporá sobre suas atribuições, tempo de duração e composição, que deverá observar a paridade entre a representação dos órgãos e entidades da administração pública federal com competências relacionadas à respectiva Câmara e do setor da sociedade civil correspondente. Art. 10. Os membros das Câmaras Temáticas e das Câmaras Setoriais serão indicados pelos conselheiros do Plenário do CGen, considerando a formação, a atuação ou o notório saber na área relacionada às competências da Câmara. Seção IV Da Secretaria-Executiva Art. 11. À Secretaria-Executiva do CGen compete: I - prestar apoio técnico e administrativo ao Plenário do CGen e suas Câmaras; II - promover a instrução e a tramitação dos processos a serem submetidos à deliberação do CGen; III - emitir, de acordo com deliberação do CGen, os atos e decisões de sua competência; IV - promover, de acordo com deliberação do CGen, o credenciamento ou descredenciamento de: a) instituição nacional que mantém coleção ex situ de amostras que contenham o patrimônio genético; e

74 b) instituição pública nacional para ser responsável pela criação e manutenção de base de dados que tratem de item relacionado nas alíneas do inciso IX do 1º do art. 6º da Lei nº , de 2015; e V - implementar, manter e operar os sistemas: a) de rastreabilidade das informações relativas ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, previsto no art. 5º; e b) de que trata o Capítulo IV deste Decreto. CAPÍTULO III DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO Art. 12. Fica garantido o direito à participação das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais que criam, desenvolvem, detêm ou conservam conhecimento tradicional associado no processo de tomada de decisão sobre assuntos relacionados ao acesso a conhecimento tradicional associado e à repartição de benefícios decorrente desse acesso. 1º O acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável está condicionado à obtenção do consentimento prévio informado. 2º O acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável independe de consentimento prévio informado. 3º Qualquer população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional que cria, desenvolve, detém ou conserva determinado conhecimento tradicional associado é considerado origem identificável desse conhecimento, exceto na hipótese do 3º do art. 9º da Lei nº , de Art. 13. A população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional poderá negar o consentimento ao acesso a seu conhecimento tradicional associado de origem identificável. Art. 14. O provedor do conhecimento tradicional associado de origem identificável optará pela forma de comprovação do seu consentimento prévio informado, negociará livremente seus termos e condições, bem como aqueles do acordo de repartição de benefícios, inclusive a modalidade, garantido o direito de recusá-los. 1º As partes poderão estabelecer prazo para a realização do cadastro de acesso ao conhecimento tradicional associado, objeto do consentimento, que não poderá exceder o limite temporal disposto no 2º do art. 12 da Lei nº , de º Os órgãos e entidades federais de proteção dos direitos, de assistência ou de fomento das atividades das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais deverão, a pedido dos detentores, assessorar as atividades de obtenção de consentimento prévio informado e a negociação dos acordos de repartição de benefícios. 3º Para os fins do disposto no 2º os órgãos e entidade federais poderão solicitar apoio técnico à Secretaria-Executiva do CGen. Art. 15. A obtenção de consentimento prévio informado de provedor de conhecimento tradicional associado deverá respeitar as formas tradicionais de organização e representação de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional e o respectivo protocolo comunitário, quando houver.

75 Art. 16. O usuário deverá observar as seguintes diretrizes para a obtenção do consentimento prévio informado: I - esclarecimentos à população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional sobre: a) os impactos sociais, culturais e ambientais decorrentes da execução da atividade envolvendo acesso ao conhecimento tradicional associado; b) os direitos e as responsabilidades de cada uma das partes na execução da atividade e em seus resultados; e c) o direito da população indígena, comunidade tradicional e agricultor tradicional de recusar o acesso ao conhecimento tradicional associado; II - estabelecimento, em conjunto com a população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, das modalidades de repartição de benefícios, monetária ou não monetária, derivadas da exploração econômica; e III - respeito ao direito da população indígena, comunidade tradicional e agricultor tradicional de recusar o acesso ao conhecimento tradicional associado, durante o processo de consentimento prévio. Art. 17. Observada as diretrizes de que trata o art. 16, o instrumento de comprovação de obtenção do consentimento prévio informado será formalizado em linguagem acessível à população indígena, à comunidade tradicional e ao agricultor tradicional e conterá: I - a descrição do histórico do processo para a obtenção do consentimento prévio informado; II - a descrição das formas tradicionais de organização e representação da população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional; III - o objetivo da pesquisa, bem como sua metodologia, duração, orçamento, possíveis benefícios e fontes de financiamento do projeto; IV - o uso que se pretende dar ao conhecimento tradicional associado a ser acessado; e V - a área geográfica abrangida pelo projeto e as populações indígenas, comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais envolvidos. Parágrafo único. O instrumento a que se refere o caput deverá ainda mencionar, expressamente, se a população indígena, a comunidade tradicional ou agricultor tradicional recebeu assessoramento técnico ou jurídico durante o processo de obtenção do consentimento prévio informado. Art. 18. O acesso ao patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula para atividades agrícolas compreende o acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável que deu origem à variedade ou à raça e não depende do consentimento prévio da população indígena, da comunidade tradicional ou do agricultor tradicional que cria, desenvolve, detém ou conserva a variedade ou a raça. 1º Nos termos do inciso XXIV do art. 2º da Lei nº , de 2015, considera-se atividade agrícola as atividades de produção, processamento e comercialização de alimentos, bebidas, fibras, energia e florestas plantadas.

76 2º Incluem-se no conceito de energia previsto no 1º os biocombustíveis, tais como etanol, biodiesel, biogás e cogeração de energia elétrica a partir do processamento de biomassa. 3º Para as atividades que não se enquadrem no conceito de atividade agrícola, o acesso ao patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula compreende o conhecimento tradicional associado que deu origem à variedade ou à raça, e seguirá as regras de acesso ao conhecimento tradicional associado dispostas na Lei nº , de 2015, e neste Decreto. 4º No caso de acesso ao patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula a que se refere o caput, o usuário deverá depositar material reprodutivo da variedade objeto de acesso em coleção ex situ mantida por instituição pública, salvo quando a variedade tiver sido obtida na própria coleção. Art. 19. Às populações indígenas, às comunidades tradicionais e aos agricultores tradicionais que criam, desenvolvem, detêm ou conservam conhecimento tradicional associado são garantidos os direitos de usar ou vender livremente produtos que contenham patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, observados os dispositivos da Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997, e da Lei nº , de 5 de agosto de º A Anvisa, no âmbito das competências de que trata a Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, disciplinará a produção e a comercialização dos produtos a que se refere o caput. 2º A regulamentação prevista no 1º deverá estabelecer procedimentos simplificados e contará com a participação das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais, considerando seus usos, costumes, e tradições. CAPÍTULO IV DO SISTEMA NACIONAL DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO E DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO - SISGEN Seção I Disposições gerais Art. 20. Fica criado o Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - SisGen, sistema eletrônico a ser implementado, mantido e operacionalizado pela Secretaria-Executiva do CGen para o gerenciamento: I - do cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, como também do cadastro de envio de amostra que contenha patrimônio genético para prestação de serviços no exterior; II - do cadastro de remessa de amostra de patrimônio genético e do Termo de Transferência de Material; III - das autorizações de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa ao exterior, para os casos de que trata o art. 13 da Lei nº , de 2015; IV - do credenciamento das instituições mantenedoras das coleções ex situ que contenham amostras de patrimônio genético;

77 V - das notificações de produto acabado ou material reprodutivo e dos acordos de repartição de benefícios; e VI - dos atestados de regularidade de acesso. 1º O cadastramento deverá ser realizado previamente: I - à remessa; II - ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual; III - à comercialização do produto intermediário; IV - à divulgação dos resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação; ou V - à notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. 2º Havendo modificações de fato ou de direito nas informações prestadas ao SisGen, o usuário deverá fazer a atualização dos seus cadastros ou notificação, pelo menos uma vez por ano. 3º A atualização referida no 2º deverá ainda ser realizada para incluir as informações referentes ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual ou licenciamento de patente. Art. 21. São públicas as informações constantes do SisGen, ressalvadas aquelas que, mediante solicitação do usuário, sejam consideradas sigilosas. Parágrafo único. A solicitação de que trata o caput deverá indicar a fundamentação legal pertinente e ser acompanhada de resumo não-sigiloso. Seção II Do cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e do cadastro de envio de amostra que contenha patrimônio genético para prestação de serviços no exterior Art. 22. Para a realização do cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, a pessoa natural ou jurídica nacional deverá preencher o formulário eletrônico do SisGen que exigirá: I - identificação do usuário; II - informações sobre as atividades de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, incluindo: a) resumo da atividade e seus respectivos objetivos; b) setor de aplicação, no caso de desenvolvimento tecnológico; c) resultados esperados ou obtidos, a depender do momento da realização do cadastro;

78 d) equipe responsável, inclusive das instituições parceiras, quando houver; e) período das atividades; f) identificação do patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível ou do conhecimento tradicional associado, conforme o caso, em especial: 1. da procedência do patrimônio genético, incluindo coordenada georreferenciada no formato de grau, minuto e segundo, do local de obtenção in situ, ainda que tenham sido obtidas em fontes ex situ ou in silico; e 2. da população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional provedores dos conhecimentos tradicionais associados, ainda que os conhecimentos tenham sido obtidos em fontes secundárias; g) declaração se o patrimônio genético é variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula, ou se a espécie consta em lista oficial de espécies ameaçadas de extinção; h) informações da instituição sediada no exterior associada à instituição nacional, no caso previsto no inciso II do art. 12 da Lei nº , de 2015; e i) identificação das instituições nacionais parceiras, quando houver; III - número do cadastro ou autorização anterior, no caso de patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado acessado a partir de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado após 30 de junho de 2000; IV - comprovação da obtenção do consentimento prévio informado na forma do art. 9º da Lei nº , de 2015, e do art. 17 deste Decreto, quando for o caso; V - solicitação de reconhecimento de hipótese legal de sigilo; e VI - declaração, conforme o caso, de enquadramento em hipótese de isenção legal ou de não incidência de repartição de benefícios. 1º Quando não for possível identificar a coordenada georreferenciada do local de obtenção in situ de que trata o item 1 da alínea f do inciso II do caput, e apenas nos casos em que a obtenção do patrimônio genético se deu em data anterior à entrada em vigor da Lei nº , de 2015, a procedência poderá ser informada com base na localização geográfica mais específica possível, por meio de uma das seguintes formas: I - identificação da fonte de obtenção ex situ do patrimônio genético, com as informações constantes no registro de depósito, quando for oriundo de coleção ex situ; ou II - identificação do banco de dados de origem do patrimônio genético com as informações constantes no registro de depósito, quando for oriundo de banco de dados in silico. 2º O cadastro de acesso ao conhecimento tradicional associado deverá: I - identificar as fontes de obtenção dos conhecimentos tradicionais associados; e II - informar a coordenada georreferenciada da respectiva comunidade, exceto quando se tratar de conhecimento tradicional associado de origem não identificável.

79 3º Não sendo possível informar as coordenadas georreferenciadas a que se refere o inciso II do 2º, o usuário deverá informar a localização geográfica mais específica possível. 4º O CGen definirá em norma técnica: I - o nível taxonômico mais estrito a ser informado, nos casos de pesquisa com o objetivo de avaliar ou elucidar a diversidade genética ou a história evolutiva de uma espécie ou grupo taxonômico; II - a forma de indicar a localização geográfica mais específica possível, nos casos em que o acesso seja exclusivamente para fins de pesquisa em que sejam necessários mais de cem registros de procedência por cadastro; e III - a forma de indicar o patrimônio genético, nos casos de acesso a partir de amostras de substratos contendo microrganismos não isolados. 5º O usuário deverá realizar novo cadastro quando houver mudança do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado acessado ou do objetivo do acesso. Art. 23. Concluído o preenchimento do formulário de que trata o art. 22 o SisGen emitirá automaticamente comprovante de cadastro de acesso. 1º O comprovante de cadastro de acesso constitui documento hábil para demonstrar que o usuário prestou as informações que lhe eram exigidas e produz os seguintes efeitos: I - permite, nos termos do que dispõe o 2º do art. 12 da Lei nº , de 2015: a) o requerimento de qualquer direito de propriedade e intelectual; b) a comercialização de produto intermediário; c) a divulgação dos resultados, finais ou parciais, da pesquisa ou do desenvolvimento tecnológico, em meios científicos ou de comunicação; e d) a notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso; e II - estabelece o início do procedimento de verificação previsto na Seção VII deste Capítulo. 2º O usuário não necessitará aguardar o término do procedimento de verificação para realizar as atividades de que trata o inciso I do 1º. Art. 24. O Sisgen disponibilizará formulário eletrônico no cadastro de acesso para que a pessoa jurídica nacional, pública ou privada, cadastre o envio de amostra que contenha patrimônio genético para a prestação de serviços no exterior como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico. 1º A pessoa jurídica nacional, pública ou privada, poderá autorizar a pessoa natural responsável pela pesquisa ou desenvolvimento tecnológico a preencher o cadastro de envio. 2º O cadastro de envio de que trata o caput exigirá:

80 I - informações sobre a instituição destinatária no exterior, incluindo informações de contato e indicação de representante legal; e II - informação das amostras a serem enviadas, contendo a identificação do patrimônio genético a ser enviado. 3º O envio de amostra que contenha patrimônio genético para a prestação de serviços no exterior, nos termos do inciso XXX do art. 2º da Lei nº , de 2015, não acarreta em transferência de responsabilidade sobre a amostra da instituição responsável pelo envio para a instituição destinatária. 4º Para os fins dispostos no 3º, considera-se prestação de serviços no exterior a execução de testes ou atividades técnicas especializadas executadas pela instituição parceira da instituição nacional responsável pelo acesso ou por ela contratada, mediante retribuição ou contrapartida. 5º A retribuição ou contrapartida prevista no 4º poderá ser dispensada quando a instituição parceira integrar a pesquisa como coautora, observado o disposto no 6º. 6º O instrumento jurídico firmado entre a instituição nacional responsável pelo acesso e a instituição parceira ou contratada deverá conter: I - identificação do patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível, observado o disposto no 4º do art. 22; II - informação sobre: a) o tipo de amostra e a forma de acondicionamento; e b) a quantidade de recipientes, o volume ou o peso; III - descrição do serviço técnico especializado objeto da prestação; IV - obrigação de devolver ou destruir as amostras enviadas; V - discriminação do prazo para a prestação dos serviços, com detalhamento por atividade a ser executada, quando couber; e VI - cláusulas proibindo a instituição parceira o contratada de: a) repassar a amostra do patrimônio genético ou a informação de origem genética da espécie objeto do envio, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres para terceiros; b) utilizar a amostra do patrimônio genético ou a informação de origem genética da espécie objeto do envio para quaisquer outras finalidades além das previstas; c) explorar economicamente produto intermediário ou acabado ou material reprodutivo decorrente do acesso; e d) requerer qualquer tipo de direito de propriedade intelectual.

81 7º O instrumento jurídico de que trata o 6º não será obrigatório nos casos de envio de amostra para sequenciamento genético. 8º Na hipótese do 7º, o usuário deverá comunicar formalmente à instituição parceira ou contratada as obrigações previstas nos incisos IV e VI do 6º. 9º O cadastro de envio de amostra deverá ser realizado dentro dos prazos definidos para o cadastro de acesso. 10. As amostras objeto do envio deverão estar acompanhadas: I - do instrumento jurídico a que se refere o 6º; e II - do consentimento prévio informado, em caso de envio de amostra de patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula para acesso em atividades não agrícolas, quando couber. Seção III Do cadastro de remessa de amostra de patrimônio genético e do Termo de Transferência de Material Art. 25. Para a realização do cadastro de remessa de amostra de patrimônio genético, a pessoa natural ou jurídica nacional deverá preencher o formulário eletrônico do SisGen que exigirá: I - identificação: a) do remetente; b) das amostras de patrimônio genético no nível taxonômico mais estrito possível; e c) da procedência das amostras a serem remetidas, observado o disposto no item 1 da alínea f do inciso II, no 1º e no inciso II do 4º do art. 22; II - informações sobre: a) o tipo de amostra e a forma de acondicionamento; b) a quantidade de recipientes, o volume ou o peso; c) a instituição destinatária no exterior, incluindo indicação de representante legal e informações de contato; e d) as atividades de acesso no exterior, incluindo objetivos, usos pretendidos e setor de aplicação do projeto de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico; III - Termo de Transferência de Material - TTM, firmado entre a pessoa natural ou jurídica nacional e a pessoa jurídica sediada no exterior; e IV - consentimento prévio informado que autorize expressamente a remessa no caso de patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula ou raça localmente adaptada ou crioula para acesso em atividades não agrícolas, quando couber. 1º O TTM referido no inciso III do caput deverá conter:

82 I - as informações a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo; II - a obrigação de cumprimento das exigências da Lei nº , de 2015; III - a previsão de que: a) o TTM deve ser interpretado de acordo com as leis brasileiras, e, no caso de litígio, o foro competente seja o do Brasil, admitindo-se arbitragem acordada entre as partes. b) a instituição destinatária do patrimônio genético não será considerada provedora do patrimônio genético; e c) a instituição destinatária exigirá de terceiro a assinatura de TTM com a obrigação do cumprimento das exigências da Lei nº , de 2015, incluindo a previsão da alínea a deste inciso; IV- cláusula que autorize ou vede o repasse da amostra a terceiros; e V - informação sobre acesso a conhecimento tradicional associado, quando for o caso. 2º Na hipótese de autorização a que se refere o inciso IV do 1º, o repasse da amostra a terceiros dependerá ainda da assinatura de TTM que contenha as cláusulas previstas no 1º. 3º O disposto no 2º aplica-se a todos os repasses subsequentes. Art. 26. Concluído o preenchimento do formulário de que trata o art. 25 o SisGen emitirá automaticamente comprovante de cadastro de remessa. 1º O comprovante de cadastro de remessa constitui documento hábil para demonstrar que o usuário prestou as informações que lhe eram exigidas e produz os seguintes efeitos: I - permite a efetivação da remessa, nos termos do que dispõe o 2º do art. 12 da Lei nº , de 2015; e II - estabelece o início do procedimento de verificação previsto na Seção VII deste Capítulo. 2º Para efeitos do que dispõe o inciso I do 1º, além do comprovante de cadastro de remessa, as amostras deverão estar acompanhadas do respectivo TTM para serem regularmente remetidas. 3º O usuário não necessitará aguardar o término do procedimento de verificação de que trata o inciso II do 1º para realizar a remessa. Seção IV Das autorizações de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado e da remessa ao exterior, para os casos de que trata o art. 13 da Lei nº , de 2015 Art. 27. Nos casos de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado em áreas indispensáveis à segurança nacional, em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva, o acesso ou a remessa estarão sujeitos à autorização prévia de que trata o art. 13 da Lei nº , de 2015, quando o usuário for:

83 I - pessoa jurídica nacional, cujos acionistas controladores ou sócios sejam pessoas naturais ou jurídicas estrangeiras; II - instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada, quando o acesso for feito em associação com a pessoa jurídica sediada no exterior; ou III - pessoa natural brasileira associada, financiada ou contratada por pessoa jurídica sediada no exterior. 1º Para os fins do caput consideram-se áreas indispensáveis à segurança nacional a faixa de fronteira e as ilhas oceânicas. 2º O usuário deverá, previamente ao acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, preencher todas as informações do cadastro de acesso ou de remessa previstos nos arts. 22 e 25, como também identificar o quadro societário da empresa e da pessoa jurídica associada, conforme o caso. 3º Na hipótese em que o quadro societário for composto por outras pessoas jurídicas, o usuário deverá identificar os respectivos quadros societários, até que sejam identificadas as pessoas físicas que ostentem a qualidade de sócio ou controlador. 4º As autorizações de acesso e de remessa podem ser requeridas em conjunto ou isoladamente. 5º O preenchimento das informações do cadastro de acesso e remessa compreende a solicitação automática de autorização prévia e de anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha, conforme o caso. 6º A instituição nacional referida no inciso II do caput que realizar vários acessos em associação com a mesma pessoa jurídica estrangeira poderá receber uma única autorização para todos os acessos. 7º O cadastro de acesso e remessa não será concluído até que se obtenha anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha. Art. 28. Prestadas as informações, o SisGen, no prazo de cinco dias, notificará a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional ou o Comando da Marinha, que deverá se manifestar no prazo de sessenta dias, considerando o interesse nacional. 1º A solicitação de informações ou documentos complementares pelo Conselho de Defesa Nacional ou Comando da Marinha suspenderá o prazo para sua manifestação até a efetiva entrega do que foi solicitado. 2º O disposto nesta Seção não suspende os prazos do procedimento administrativo de verificação de que trata a Seção VII deste Capítulo. Art. 29. Obtida a anuência do Conselho de Defesa Nacional ou do Comando da Marinha fica autorizado automaticamente o acesso ou a remessa. 1º As alterações no quadro societário ou no controle acionário ocorridas após a obtenção da anuência deverão ser informadas ao SisGen, no prazo de trinta dias. 2º O Conselho de Defesa Nacional ou o Comando da Marinha poderão, em decisão fundamentada, cassar a anuência anteriormente concedida. 3º Na hipótese prevista no 2º o usuário terá o prazo de trinta dias para apresentar sua defesa.

84 4º Não sendo acatados os argumentos do usuário, o Conselho de Defesa Nacional ou o Comando da Marinha cassará a anuência e comunicará o CGen para que este cancele o cadastro de acesso ou remessa. Seção V Do credenciamento das instituições nacionais mantenedoras de coleções x situ de amostras que contenham o patrimônio genético Art. 30. O credenciamento de instituição nacional mantenedora de coleção ex situ de amostras que contenham patrimônio genético tem como objetivo reunir as informações necessárias à criação da base de dados de que trata a alínea d do inciso IX do 1º do art. 6º da Lei nº , de 2015, de modo a garantir o acesso à informação estratégica sobre a conservação ex situ do patrimônio genético no território nacional. 1º Conforme o disposto no 2º do art. 32 da Lei nº , de 2015, somente poderá receber recursos do FNRB a instituição nacional mantenedora de coleções ex situ que for credenciada nos termos desta Seção. 2º As instituições privadas sem fins lucrativos que mantenham herbários populares ou bancos comunitários de sementes poderão ser credenciadas como instituições nacionais mantenedoras de coleções ex situ desde que observem o disposto nesta Seção. 3º Os critérios para o recebimento dos recursos de que trata este artigo serão definidos pelo Comitê Gestor do FNRB. Art. 31. Para o credenciamento de instituição nacional mantenedora de coleção ex situ de amostras que contenham patrimônio genético, a pessoa jurídica deverá preencher formulário eletrônico no SisGen, que exigirá: I - identificação da instituição; e II - informações sobre cada uma das coleções ex situ incluindo: a) identificação dos curadores ou responsáveis; b) tipos de amostras conservadas; c) grupos taxonômicos colecionados; e d) método de armazenamento e conservação. 1º Concluído o preenchimento do formulário pela pessoa jurídica, o CGen, nos termos do que dispõe o art. 6º, 1º, inciso III, alínea b, da Lei nº , de 2015, deliberará sobre o credenciamento de que trata o caput. 2º A instituição nacional deverá manter atualizadas as informações de que tratam os incisos I e II do caput. Art. 32. As amostras do patrimônio genético mantido em coleções ex situ em instituições nacionais geridas com recursos públicos e as informações a elas associadas poderão ser acessados pelas populações indígenas, pelas comunidades tradicionais e pelos agricultores tradicionais. 1º A instituição que receber o pedido deverá, em prazo não superior a vinte dias:

85 I - comunicar a data, local e modo de disponibilização do patrimônio genético; II - indicar as razões da impossibilidade, total ou parcial, de atendimento do pedido; ou III - comunicar que não possui o patrimônio genético. 2º O prazo referido no 1º poderá ser prorrogado por mais dez dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 3º Poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento dos custos para a regeneração ou multiplicação das amostras ou disponibilização das informações sobre o patrimônio genético. 4º A disponibilização de amostra deverá ser gratuita quando efetuada por instituições nacionais mantenedoras de coleção ex situ que recebam recursos do FNRB. Seção VI Das notificações de produto acabado ou material reprodutivo e dos acordos de repartição de benefícios Art. 33. O usuário deverá notificar o produto acabado ou o material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado realizado após a vigência da Lei nº , de º A notificação de que trata o caput deverá ser realizada antes do início da exploração econômica. 2º Para os fins do 1º, considera-se iniciada a exploração econômica quando ocorrer a emissão da primeira nota fiscal de venda do produto acabado ou material reprodutivo. Art. 34. Para a realização da notificação do produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, o usuário deverá preencher formulário eletrônico do SisGen, que exigirá: I - identificação da pessoa natural ou jurídica requerente; II - identificação comercial do produto acabado ou material reprodutivo e setor de aplicação; III - informação se o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado utilizado no produto acabado é determinante para a formação do apelo mercadológico; IV - informação se o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado utilizado no produto acabado é determinante para a existência das características funcionais; V - previsão da abrangência local, regional, nacional ou internacional da fabricação e comercialização do produto acabado ou material reprodutivo; VI - número de registro, ou equivalente, de produto ou cultivar em órgão ou entidade competente, tais como Anvisa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama;

86 VII - número do depósito de pedido de direito de propriedade intelectual de produto ou cultivar no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou no INPI, ou em escritórios no exterior, quando houver; VIII - data prevista para o início da comercialização; IX - indicação da modalidade da repartição de benefícios; X - apresentação de acordo de repartição de benefícios, quando couber; XI - números dos cadastros de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado que deram origem ao produto acabado ou ao material reprodutivo, observado o disposto no art. 2º e no Capítulo VIII deste Decreto; XII - números dos cadastros de remessa que deram origem ao produto acabado ou ao material reprodutivo, quando houver; XIII - solicitação de reconhecimento de hipótese legal de sigilo; e XIV - comprovação de enquadramento em hipótese de isenção legal ou de não incidência de repartição de benefícios. Parágrafo único. O acordo de repartição de benefícios deverá ser apresentado: I - no ato da notificação, no caso de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável; ou II - em até trezentos e sessenta e cinco dias a contar da notificação do produto acabado ou do material reprodutivo. Art. 35. Concluído o preenchimento do formulário de que trata o art. 34 o SisGen emitirá automaticamente comprovante de notificação. 1º O comprovante de notificação constitui documento hábil para demonstrar que o usuário prestou as informações que lhe eram exigidas eproduz os seguintes efeitos: I - permite a exploração econômica do produto acabado ou material reprodutivo, observado o disposto no art. 16 da Lei nº , de 2015; e II - estabelece o início do procedimento de verificação previsto na Seção VII deste Capítulo. 2º O usuário não necessitará aguardar o término do procedimento de verificação de que trata o inciso II do 1º para iniciar a exploração econômica. Seção VII Do procedimento administrativo de verificação Art. 36. O procedimento administrativo de verificação previsto nesta Seção será aplicado nos casos de: I - cadastro de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de que trata a Seção II deste Capítulo;

87 II - cadastro de remessa de amostra de patrimônio genético, de que trata a Seção III deste Capítulo; e III - notificação de produto acabado ou material reprodutivo de que trata a Seção VI deste Capítulo. Art. 37. No período de verificação, a Secretaria-Executiva do CGen : I - cientificará os conselheiros do CGen sobre os cadastros ou sobre a notificação; II - encaminhará aos integrantes das câmaras setoriais competentes as informações relativas à espécie objeto de acesso e o Município de sua localização, de forma dissociada dos respectivos cadastros e das demais informações dele constantes; III - cientificará, nos termos do inciso X do art. 6º da Lei nº , de 2015, órgãos federais de proteção dos direitos de populações indígenas e comunidades tradicionais sobre o registro em cadastro de acesso a conhecimentos tradicionais associados; e IV - poderá identificar, de ofício, eventuais irregularidades na realização dos cadastros ou da notificação, ocasião em que solicitará a ratificação das informações ou procederá à retificação de erros formais. 1º O disposto no caput deverá ser efetuado pela Secretaria-Executiva do CGen no prazo: I - de quinze dias, em relação aos incisos I, II e III; e II - de sessenta dias, em relação ao inciso IV. 2º Os conselheiros do CGen terão acesso a todas as informações disponíveis, inclusive àquelas consideradas sigilosas, e não poderão divulgá-las, sob pena de responsabilização, nos termos da legislação. 3º Nos casos de manifesta fraude, o Presidente do CGen poderá suspender cautelarmente o cadastros e a notificação ad referendum do Plenário. 4º Na hipótese do 3º, a decisão acautelatória será encaminhada para deliberação na sessão plenária seguinte. Art. 38. Os conselheiros do CGen poderão identificar indícios de irregularidade nas informações constantes dos cadastros e da notificação no prazo de sessenta dias a contar da data da ciência a que se refere o inciso I do caput do art º Os conselheiros poderão, no prazo a que se refere o caput, receber subsídios: I - das câmaras setoriais; II - dos órgãos referidos no inciso III do caput do art. 37; III - da Secretaria-Executiva do CGen; e

88 IV - diretamente de detentores de conhecimento tradicional associado ou de seus representantes. 2º Na hipótese do caput, o conselheiro encaminhará requerimento de verificação de indícios de irregularidade devidamente fundamentado para deliberação do Plenário do CGen. 3º Nas atividades agrícolas, o fato de a espécie ser domesticada não pode ser considerado, por si só, como fundamento de indício de irregularidade de cadastro de acesso ao patrimônio genético sob alegação de acesso ao conhecimento tradicional associado. Art. 39. O Plenário do CGen fará juízo de admissibilidade do requerimento de que trata o art. 38 e determinará: ou I - a notificação do usuário, caso constate a existência de indício de irregularidade; II - o arquivamento do requerimento, caso não constate a existência de indício de irregularidade. 1º No caso do inciso I do caput, o usuário terá o prazo de quinze dias para apresentar sua manifestação. 1º. 2º Não serão recebidas manifestações apresentadas após o prazo estabelecido no Art. 40. Esgotado o prazo para apresentação da manifestação, a Secretaria- Executiva encaminhará o processo para deliberação do Plenário do CGen, que poderá: I - não acatar o mérito do requerimento; ou II - acatar o requerimento, ocasião em que: a) determinará que o usuário retifique os cadastros de acesso ou de remessa, ou ainda a notificação, caso a irregularidade seja sanável, sob pena de cancelamento dos respectivos cadastros ou notificação; ou b) cancelará os cadastros de acesso ou de remessa, ou ainda a notificação, caso a irregularidade seja insanável, e notificará: 1. os órgãos e as entidades referidos nos arts. 93 e 109; e 2. o usuário, para que faça novos cadastros ou notificação. 1º São irregularidades insanáveis: I - a existência de conhecimento tradicional associado de origem identificável quando os cadastros ou a notificação indicarem apenas patrimônio genético;

89 II - a existência de conhecimento tradicional associado de origem identificável, quando os cadastros ou a notificação indicarem apenas conhecimento tradicional associado de origem não identificável; e III - a obtenção de consentimento prévio informado em desacordo com o disposto na Lei nº , de 2015, e neste Decreto. 2º Caso a constatação das irregularidades a que se refere os incisos I, II e III do 1º ocorra quando já houver sido iniciada a exploração econômica do produto acabado ou do material reprodutivo, o CGen, excepcionalmente, e desde que não se configure má-fé, poderá determinar que o usuário retifique os cadastros ou a notificação, e apresente, no prazo de noventa dias o acordo de repartição de benefícios com o provedor do conhecimento tradicional associado. 3º Na hipótese prevista no 2º, a repartição de benefícios relativa a todo o período de apuração correspondente será calculada e recolhida em favor dos beneficiários e nos valores previstos no acordo de repartição de benefícios vigente na data do pagamento. Art. 41. O usuário poderá requerer a emissão de certidão que declare que os respectivos cadastros de acesso e remessa bem como a notificação: I - não foram admitidos requerimentos de verificação de indícios de irregularidades durante o processo de verificação; ou II - que foram objeto de requerimento de verificação e que este não foi acatado. Parágrafo único. A certidão de que trata o caput possibilita que o usuário seja inicialmente advertido pelo órgão ou entidade fiscalizador antes de receber qualquer outra sanção administrativa, caso a autuação ocorra sobre fatos informados nos respectivos cadastros de acesso e remessa como também à notificação. Seção VIII Do atestado de regularidade de acesso Art. 42. O CGen poderá emitir o atestado de regularidade de acesso de que trata o inciso XXII do art. 2º da Lei nº , de 2015, mediante solicitação do usuário. 1º O atestado previsto no caput declara que o cadastro de acesso cumpriu os requisitos da Lei nº , de º Nos termos do que determina o inciso IV do 1º do art. 6º da Lei nº , de 2015, a concessão do atestado de regularidade de acesso será objeto de prévia deliberação pelo CGen, conforme procedimentos a serem estabelecidos no seu regimento interno. 3º Uma vez concedido, o atestado de regularidade de acesso: I - declara a regularidade do acesso até a data de sua emissão pelo CGen; e II - obsta a aplicação de sanções administrativas por parte do órgão ou entidade competente especificamente em relação às atividades de acesso realizadas até a emissão do atestado.

90 4º Na situação descrita no inciso II do 3º, constatado erro ou fraude no acesso já atestado pelo CGen, o órgão ou entidade fiscalizador deverá adotar medidas administrativas junto ao CGen para desconstituir o atestado anteriormente concedido. CAPÍTULO V DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Seção I Disposições gerais Art. 43. A repartição de benefícios de que trata a Lei nº , de 2015, será devida enquanto houver exploração econômica de: I - produto acabado oriundo de acesso ao patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado realizado após a vigência da Lei nº , de 2015, ou II - material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado para fins de atividades agrícolas realizado após a vigência da Lei nº , de º No caso do produto acabado referido no inciso I do caput, o componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado deve ser um dos elementos principais de agregação de valor. 2º Nos termos do que dispõe o inciso XVIII do art. 2º da Lei nº , de 2015, considera-se elementos principais de agregação de valor os elementos cuja presença no produto acabado é determinante para a existência das características funcionais ou para a formação do apelo mercadológico. 3º Para os fins deste Decreto, consideram-se: I - apelo mercadológico: referência a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado, a sua procedência ou a diferenciais deles decorrentes, relacionada a um produto, linha de produtos ou marca, em quaisquer meios de comunicação visual ou auditiva, inclusive campanhas de marketing ou destaque no rótulo do produto; e II - características funcionais: características que determinem as principais finalidades, aprimorem a ação do produto ou ampliem o seu rol de finalidades. 4º Não será considerada determinante para a existência das características funcionais a utilização de patrimônio genético, exclusivamente como excipientes, veículos ou outras substâncias inertes, que não determinem funcionalidade. 5º A substância oriunda do metabolismo de microrganismo não será considerada determinante para a existência das características funcionais quando for idêntica à substância de origem fóssil já existente e utilizada em substituição a esta. 6º O SisGen disponibilizará campo específico no cadastro de acesso a que se refere o art. 22 para que o usuário, caso tenha interesse, indique e comprove o enquadramento na situação descrita no 5º. Art. 44. Estão sujeitos à repartição de benefícios exclusivamente o fabricante do produto acabado ou o produtor do material reprodutivo, independentemente de quem tenha realizado o acesso anteriormente.

91 1º Tratando-se de atividade agrícola, a repartição de benefícios será devida pelo produtor responsável pelo último elo da cadeia produtiva de material reprodutivo. 2º para fins do disposto no 1º, considera-se o último elo da cadeia produtiva o produtor responsável pela venda de material reprodutivo para a produção, processamento e comercialização de alimentos, bebidas, fibras, energia e florestas plantadas. 3 o No caso de exploração econômica de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado para fins de atividades agrícolas e destinado exclusivamente à geração de produtos acabados nas cadeias produtivas que não envolvam atividade agrícola, a repartição de benefícios ocorrerá somente sobre a exploração econômica do produto acabado. Art. 45. O cálculo da receita líquida de que tratam os arts. 20, 21 e 22 da Lei nº , de 2015, será feito conforme determina o 1º do art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de º Para fins do disposto no caput o fabricante do produto acabado ou produtor do material reprodutivo deverá declarar a receita líquida anual de cada ano fiscal, obtida com a exploração econômica de cada produto acabado ou material reprodutivo e apresentar documento apto a comprová-la. 2º As informações previstas no caput deverão ser prestadas ao Ministério do Meio Ambiente, em formato por ele definido, no prazo de noventa dias após o encerramento do ano fiscal. 3º O Ministério da Fazenda e o Ibama prestarão as informações e o apoio técnico necessários para o cumprimento do disposto neste artigo. 4º Para fins do 3º, o Ministério da Fazenda observará o disposto no 2º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de Código Tributário Nacional. Art. 46. Nos casos de produto acabado ou material reprodutivo produzido fora do Brasil, e para fins de determinação da base de cálculo a que se refere o 8º do art. 17 da Lei nº , de 2015, o Ministério do Meio Ambiente poderá solicitar ao fabricante de produto acabado ou produtor de material reprodutivo ou aos responsáveis solidários previstos no 7º do art. 17 da Lei nº , de 2015, dados e informações, devidamente acompanhados dos respectivos elementos de prova. 1º Os dados e informações solicitados deverão ser apresentados em formato compatível com os sistemas utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente ou em meio por ele definido. 2º É dever do notificado fornecer todos os dados e informações solicitados, sendo responsável pela veracidade do seu conteúdo ou por sua omissão. 3º O Ministério da Fazenda prestará as informações e o apoio técnico necessários para o cumprimento do disposto do caput. 4º Para fins do 3º, o Ministério da Fazenda observará o disposto no 2º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de Código Tributário Nacional. Art. 47. A repartição de benefícios poderá constituir-se nas modalidades monetária e não monetária.

92 1º No caso de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético, caberá ao usuário optar por uma das modalidades de repartição de benefícios previstas no caput. 2º Quando se tratar de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável, a repartição dar-se-á na modalidade monetária e será recolhida ao FNRB. 3º Na hipótese de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável, a repartição de benefícios: I - deverá ser livremente negociada entre o usuário e a população indígena, a comunidade tradicional ou o agricultor tradicional provedor do conhecimento; e II - a parcela devida pelo usuário ao FNRB corresponderá a 0,5% (cinco décimos por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica ou à metade daquela prevista em acordo setorial. Seção II Da Repartição de Benefícios monetária Art. 48. A repartição de benefícios monetária será destinada: I - às populações indígenas, às comunidades tradicionais e aos agricultores tradicionais nos casos de conhecimento tradicional associado de origem identificável, conforme acordo negociado de forma justa e equitativa entre as partes, nos termos do art. 24 da Lei nº , de 2015; e II - ao FNRB, nos casos de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso: a) ao patrimônio genético, no montante de um por cento da receita líquida do produto acabado ou material reprodutivo, salvo na hipótese de celebração de acordo setorial a que se refere o art. 21 da Lei nº , de 2015; b) ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável, no montante de um por cento da receita líquida do produto acabado ou material reprodutivo, salvo na hipótese de celebração de acordo setorial a que se refere o art. 21 da Lei nº , de 2015; e c) ao conhecimento tradicional associado de origem identificável referente à parcela de que trata o 3º do art. 24 da Lei nº , de Art. 49. A repartição de benefícios monetária destinada ao FNRB será recolhida independentemente de acordo de repartição de benefícios e será calculada após o encerramento de cada ano fiscal, considerando: I - informações da notificação de produto acabado ou material reprodutivo; II - receita líquida anual obtida a partir da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo; e III - acordo setorial vigente aplicável ao produto acabado ou material reprodutivo.

93 1º O valor referente à repartição de benefícios será recolhido em até trinta dias após prestadas as informações a que se refere o 2º do art. 45 enquanto houver exploração econômica do produto acabado ou material reprodutivo 2º O primeiro recolhimento do valor referente à repartição de benefícios deverá incluir os benefícios auferidos desde o início da exploração econômica até o encerramento do ano fiscal em que houver: I - apresentação do acordo de repartição de benefícios; ou II - notificação de produto acabado ou material reprodutivo nos casos em que a repartição de benefícios for depositada diretamente no FNRB, incluindo exercícios anteriores, quando houver. 3º Na hipótese de celebração de acordo setorial, o valor da repartição de benefícios devido a partir do ano de sua entrada em vigor será calculado para todo o ano fiscal, com base na alíquota definida. 4º Para os efeitos do disposto no 8º do art. 17 da Lei nº , de 2015, não havendo acesso a informações da receita líquida do fabricante do produto acabado ou material reprodutivo produzido fora do Brasil, a base de cálculo da repartição de benefícios será a receita líquida de importador, subsidiária, controlada, coligada, vinculada ou representante comercial do produtor estrangeiro em território nacional ou no exterior. Seção III Da Repartição de Benefícios não-monetária Art. 50. A repartição de benefícios não monetária será feita por meio de acordo firmado: I - com as populações indígenas, as comunidades tradicionais e os agricultores tradicionais, provedores do conhecimento tradicional associado de origem identificável, nos casos de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo desse conhecimento negociada de forma justa e equitativa entre as partes, nos termos do art. 24 da Lei nº , de 2015; ou II - com a União, nos casos de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético. 1º Nos acordos de repartição de benefícios implementados por meio dos instrumentos a que se referem as alíneas a, e e f do inciso II do art. 19, da Lei nº , de 2015, a repartição será equivalente a setenta e cinco por cento do previsto para a modalidade monetária. 2º Nos acordos de repartição de benefícios implementados por meio de instrumentos não previstos no 1º, a repartição será equivalente ao valor previsto para a modalidade monetária. 3º As despesas com a gestão do projeto, inclusive planejamento, e prestação de contas, não poderão ser computadas para atingir o percentual previsto nos 1º e 2º. 4º Para fins de comprovação da equivalência de que tratam os 1º e 2º, o usuário deverá apresentar estimativa, com base em valores de mercado. 5º Os acordos de repartição de benefícios celebrados pela União serão implementados, preferencialmente, por meio do instrumento a que se refere a alínea a do inciso II do art. 19, da Lei nº , de 2015.

94 6º O usuário não poderá utilizar recursos da repartição de benefícios não monetária em campanhas de marketing ou qualquer outra forma de publicidade em benefício dos seus produtos, linhas de produtos ou marcas. Art. 51. No caso do inciso II do art. 50, a repartição de benefícios não monetária a que se refere as alíneas a e e do inciso II do art. 19 da Lei nº , de 2015, será destinada a: I - unidades de conservação; II - terras indígenas; III - territórios remanescentes de quilombos; IV - assentamento rural de agricultores familiares; V - territórios tradicionais nos termos do Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007; VI - instituições públicas nacionais de pesquisa e desenvolvimento; VII - áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira, conforme ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente; VIII - atividades relacionadas à salvaguarda de conhecimento tradicional associado; IX - coleções ex situ mantidas por instituições credenciadas nos termos do que dispõe a Seção V do Capítulo IV; e X - populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. Art. 52. No caso do inciso II do art. 50 a repartição de benefícios não monetária a que se referem as alíneas, b c, d e f do inciso II do art. 19 da Lei nº , de 2015, será destinada a órgãos e instituições públicas nacionais que executem programas de interesse social. Art. 53. O Ministério do Meio Ambiente poderá criar e manter o banco de propostas de repartição de benefícios não monetária, ao qual se dará ampla publicidade, inclusive por meio de seu sítio eletrônico, para atender o disposto no inciso II do art. 19 da Lei nº de Parágrafo único. As propostas de que trata o caput deverão ser destinadas à conservação e o uso sustentável da biodiversidade, à valorização e à proteção do conhecimento tradicional associado, atendido o interesse público. Seção IV Das isenções de repartição de benefícios Art. 54. Está isenta da obrigação de repartição de benefícios a exploração econômica de: I - produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido pelos agricultores tradicionais e suas cooperativas, com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; II - produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido pelas microempresas, pelas empresas de pequeno porte e pelos microempreendedores individuais, conforme disposto na Lei Complementar nº 123, de 2006;

95 III - operações de licenciamento, transferência ou permissão de utilização de qualquer forma de direito de propriedade intelectual sobre produto acabado, processo ou material reprodutivo oriundo do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado por terceiros; IV - produtos intermediários ao longo da cadeia produtiva; V - material reprodutivo ao longo da cadeia produtiva de material reprodutivo, exceto a exploração econômica realizada pelo último elo da cadeia produtiva; VI - material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado para fins de atividades agrícolas e destinado exclusivamente à geração de produtos acabados; e VII - produto acabado ou material reprodutivo oriundo do acesso ao patrimônio genético de espécies introduzidas no território nacional pela ação humana, ainda que domesticadas, ressalvado o disposto nos incisos I e II do 3º do art. 18 da Lei nº , de º São também isentos da obrigação de repartição de benefícios o intercâmbio e a difusão de patrimônio genético e de conhecimento tradicional associado praticados entre si por populações indígenas, comunidade tradicional ou agricultor tradicional para seu próprio benefício e baseados em seus usos, costumes e tradições; 2º A isenção da repartição de benefício a que se refere o caput não exime o usuário da obrigação de notificar o produto acabado ou material reprodutivo como também do cumprimento das demais obrigações da Lei nº13.123, de º O disposto no 2º não se aplica aos casos previstos no 4º do art. 8º da Lei nº , de º O usuário que deixar de preencher os requisitos de isenção previstos na Lei nº , de 2015, repartirá benefícios no ano fiscal seguinte. 5º Nos casos previstos nos incisos IV, V e VI do caput, o usuário deverá declarar que o produto ou material reprodutivo enquadra-se como produto intermediário e será destinado somente para atividades e processos ao longo da cadeia reprodutiva. Seção V Do acordo de repartição de benefícios Art. 55. O acordo de repartição de benefícios entre usuário e provedor será negociado de forma justa e equitativa entre as partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e transparência nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações, tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo, sem prejuízo de outras diretrizes e critérios a serem estabelecidos pelo CGen. Seção VI Dos acordos setoriais Art. 56. Os acordos setoriais tem por finalidade garantir a competitividade do setor produtivo nos casos em que a aplicação da parcela de 1% (um por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável caracterize dano material ou ameaça de dano material.

96 1º Para os fins deste Decreto, considera-se setor produtivo a empresa ou conjunto de empresas que produzam um determinado produto ou similar caracterizado no pedido de redução. 2º Na hipótese prevista no caput, o percentual de pagamento de repartição de benefícios monetária poderá ser reduzido para até 0,1% (um décimo por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica. Art. 57. O pedido de redução do valor da repartição de benefícios monetária será dirigido ao Ministério do Meio Ambiente e dependerá da demonstração de que o pagamento desse percentual resultou ou resultará dano material. 1º Será tratada como informação sigilosa constante do pedido a que se refere o caput aquela assim identificada pelo interessado, desde que o pedido seja devidamente justificado, não podendo, neste caso, ser revelada sem autorização expressa do interessado. 2º O interessado que forneceu informação sigilosa deverá apresentar resumo a ser publicado, com detalhes que permitam sua compreensão, sob pena de ser considerada não sigilosa. 3º Caso o Ministério do Meio Ambiente considere injustificado o pedido de tratamento sigiloso e a parte interessada se recuse a adequá-la para anexação em autos não sigilosos, a informação não será conhecida. Art. 58. O pedido de redução de repartição de benefícios só será conhecido quando as empresas signatárias detiverem mais de: I - cinquenta por cento do valor de produção setorial, no caso em que a referida produção esteja concentrada em até vinte empresas; e II - vinte e cinco por cento do valor de produção setorial, no caso em que a referida produção esteja concentrada em mais de vinte empresas. 1º Para os fins deste artigo, considera-se valor de produção setorial a estimativa do valor da produção nacional do produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado de origem não identificável conforme caracterizado no pedido de redução. 2º O pedido deverá ser subscrito pelos representantes legais de cada uma das signatárias e conterá: I - documentos que comprovem o nexo causal entre o dano material ou sua ameaça e o pagamento da repartição de benefícios monetária correspondente a parcela de 1% (um por cento) da receita líquida anual; e II - caracterização do produto acabado ou material reprodutivo para os quais se deseja a redução da parcela de 1% (um por cento) prevista no art. 56.

97 3º A caracterização indicada no inciso II do 2º incluirá as seguintes informações: I - patrimônio genético acessado; II - conhecimentos tradicionais associados acessados; III - matérias-primas; IV - composição química; V - características físicas; VI - normas e especificações técnicas; VII - processo de produção; VIII - usos e aplicações; IX - grau de substitutibilidade; e X - canais de distribuição. 4º O pedido não será conhecido caso exista verificação em curso abrangendo os mesmos produtos ou similares. Art. 59. Demonstradas as condições do art. 58, o Ministério do Meio Ambiente: I - publicará ato dando início à verificação do dano material ou sua ameaça; e II - notificará: a) as empresas interessadas; b) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e c) os órgãos de que trata o parágrafo único do art. 21 da Lei nº , de º O ato a que se refere o inciso I do caput especificará o produto acabado ou o material reprodutivo objeto da verificação e as empresas signatárias do pedido. 2º A manifestação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é condição para a análise de que trata o art. 62 e será apresentada no prazo de sessenta dias. 3º Os órgãos a que se refere a alínea c do inciso II do caput poderão se manifestar no prazo de sessenta dias a contar da data da notificação.

98 4º Será concedido o prazo de vinte dias, contados da data da publicação do ato referido no inciso I do caput, para a apresentação de pedidos de habilitação de outras partes que se considerem interessadas. Art. 60. A constatação do dano material ou sua ameaça será baseada em elementos de prova e incluirá o exame objetivo do efeito da repartição de benefícios sobre o preço do produto e o consequente impacto no setor produtivo. 1º O exame a que se refere o caput incluirá, dentre outros, a avaliação dos seguintes fatores e índices econômicos: I - queda real ou potencial: a) das vendas; b) dos lucros; c) da produção; d) da participação no mercado; e) da produtividade; e f) do grau de utilização da capacidade instalada; II - efeitos negativos reais ou potenciais sobre: a) estoques; b) emprego; c) salários; e d) crescimento do setor produtivo; III - a contração na demanda ou mudanças nos padrões de consumo; IV - a concorrência entre produtores domésticos e estrangeiros; e V - o desempenho exportador. 2º Para fins do disposto neste artigo deverão ser segregados os efeitos do pagamento da repartição de benefícios monetária correspondente à parcela de 1% (um por cento) da receita líquida anual dos efeitos advindos de outras causas que possam ter gerado dano material ou sua ameaça. 3º Para o exame do impacto a que se refere o caput será considerado se o valor da repartição de benefícios teve o efeito de deprimir significativamente as vendas.

99 Art. 61. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior fará a análise de que trata o art. 60 e encaminhará parecer técnico sobre o pedido de redução do valor da repartição de benefícios ao Ministério do Meio Ambiente, no prazo a que se refere o 2º do art. 59. Art. 62. Recebido o parecer de que trata o art. 61, o Ministério do Meio Ambiente emitirá parecer técnico que deverá considerar o conteúdo das manifestações: I - do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior; e II - dos órgãos oficiais de defesa dos direitos dos povos indígenas, comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais, quando apresentadas. 1º As empresas interessadas serão notificadas para, no prazo de trinta dias, se manifestarem a respeito do parecer referido no caput. 2º O Ministério do Meio Ambiente poderá acatar as manifestações das empresas interessadas, ocasião em que fará um novo parecer. Art. 63. O parecer será submetido ao Ministro de Estado do Meio Ambiente que decidirá, de forma motivada, sobre a realização ou não do acordo setorial. Art. 64. Os termos do acordo setorial em vigor aplicam-se a todos os produtos produzidos no território nacional que se enquadrem nos termos da decisão, mesmo que produzidos por empresas que não tenham subscrito o pedido de redução. Art. 65. O acordo setorial vigorará por sessenta meses contados da publicação da decisão a que se refere o art º Na hipótese de haver acordo setorial em vigor no momento do pagamento da repartição de benefícios referente a um determinado produto acabado ou material reprodutivo, a alíquota a ser paga será aquela definida no acordo setorial. 2º Decorrido o prazo de que trata o caput, e não havendo solicitação de prorrogação, o acordo setorial será extinto. 3º O acordo setorial poderá ser prorrogado caso se mantenham as condições que ensejaram a sua celebração. 4º O pedido de prorrogação deverá ser feito pelo interessado, no mínimo, quatro meses antes do seu término. 5º Durante a análise do pedido de prorrogação o acordo setorial permanecerá em vigor. Art. 66. Durante o prazo de vigência do acordo setorial, o interessado contemplado poderá solicitar revisão da alíquota, desde que tenha decorrido pelo menos trinta meses do início da vigência do acordo.

100 1º A solicitação de que trata o caput deverá ser instruída com evidências de que as circunstâncias que justificaram a aplicação da redução da alíquota concedida à época se alteraram. 2º A análise do pedido de revisão seguirá o disposto nesta Seção e considerará apenas os fatos novos que justificaram o pedido. Art. 67. A decisão final sobre o pedido de revisão caberá ao Ministro de Estado do Meio Ambiente e será limitada à redução ou não da alíquota. Art. 68. Caso o pedido de revisão seja acatado será formalizado termo aditivo ao acordo setorial em vigor. Art. 69. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente estabelecerá as regras complementares ao disposto nesta Seção. CAPÍTULO VI DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Seção I Disposições gerais Art. 70. Considera-se infração administrativa contra o patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado o disposto nos arts. 78 a 91 deste Decreto. Art. 71. Sem prejuízo das responsabilidades penais e cíveis cabíveis, as infrações administrativas serão punidas com as seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - apreensão: a) das amostras que contêm o patrimônio genético acessado; b) dos instrumentos utilizados na obtenção ou no processamento do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado acessado; c) dos produtos derivados de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; ou d) dos produtos obtidos a partir de informação sobre conhecimento tradicional associado; IV - suspensão temporária da fabricação e venda do produto acabado ou do material reprodutivo derivado de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado até a regularização; V - embargo da atividade específica relacionada à infração; VI - interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento;

101 VII - suspensão de atestado ou autorização; ou VIII - cancelamento de atestado ou autorização. Parágrafo único. As sanções previstas nos incisos I a VIII do caput poderão ser aplicadas cumulativamente. Art. 72. O agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará as sanções estabelecidas neste Decreto, observando: I - a gravidade do fato; II - os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação referente ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado; III - a reincidência; e IV - a situação econômica do infrator, no caso de multa. Parágrafo único. Para a aplicação do disposto neste artigo, o órgão ou entidade competente poderá estabelecer, por meio de norma técnica, critérios complementares para o agravamento e atenuação das sanções administrativas. Art. 73. A multa será arbitrada pela autoridade competente, por infração, e pode variar: I - de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ ,00 (cem mil reais), quando a infração for cometida por pessoa natural; ou II - de R$ ,00 (dez mil reais) a ,00 (dez milhões de reais), quando a infração for cometida por pessoa jurídica, ou com seu concurso. Art. 74. O cometimento de nova infração pelo mesmo infrator, no período de cinco anos, contados do trânsito em julgado da decisão administrativa que o tenha condenado por infração anterior, implica em: I - aplicação da multa em triplo, no caso de cometimento da mesma infração; ou II - aplicação da multa em dobro, no caso de cometimento de infração distinta. 1º O agravamento será apurado no procedimento da nova infração, do qual se fará constar, por cópia, o auto de infração anterior e o julgamento que o confirmou. 2º Antes do julgamento da nova infração, a autoridade ambiental deverá verificar a existência de auto de infração anterior confirmado em julgamento, para fins de aplicação do agravamento da nova penalidade. 3º Constatada a existência de auto de infração anteriormente confirmado em julgamento, a autoridade ambiental deverá: I - agravar a pena conforme disposto no caput; II - notificar o autuado para que se manifeste sobre o agravamento da penalidade no prazo de dez dias; e III - julgar a nova infração considerando o agravamento da penalidade.

102 Art. 75. Para as sanções previstas nos incisos III a VI do art. 71, aplicam-se, no que couber, as disposições do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de Seção II Dos prazos prescricionais Art. 76. Nos termos da Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, prescreve em cinco anos a ação da administração pública objetivando apurar a prática de infrações administrativas contra patrimônio genético e o conhecimento tradicional associado, contada da data da prática do ato, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado. 1º Considera-se iniciada a apuração de infração contra o patrimônio genético e o conhecimento tradicional associado com a lavratura do auto de infração pela autoridade competente ou notificação administrativa. 2º Incide a prescrição intercorrente no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação. Art. 77. Interrompe-se a prescrição: I - pela cientificação do infrator por qualquer meio, inclusive por edital; II - por qualquer ato inequívoco da administração pública que importe apuração do fato; e III - pela decisão condenatória recorrível. Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da administração pública, para o efeito do que dispõe o inciso II, aquele que implique instrução do processo. Seção III Das infrações contra o patrimônio genético e conhecimento tradicional associado Art. 78. Explorar economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado sem notificação prévia. Multa mínima de R$ 3.000,00 (três mil reais) e máxima de R$ ,00 (trinta mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (duzentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de Multa mínima de R$ ,00 (trinta mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas.

103 1º A sanção prevista no caput será aplicada por produto acabado ou material reprodutivo, independentemente do número de espécies acessadas para a elaboração do produto acabado ou material reprodutivo. 2º A sanção de multa é aplicada em dobro se houver comercialização no exterior de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. 3º Incorre nas mesmas sanções previstas neste artigo quem apresentar acordo de repartição de benefícios em desacordo com os prazos definidos nos incisos I e II do 1º do art. 34. Art. 79. Remeter, diretamente ou por interposta pessoa, amostra de patrimônio genético ao exterior sem o cadastro prévio ou em desacordo com este. Multa mínima de R$ ,00 (vinte mil reais) e máxima de R$ ,00 (cem mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (cinquenta mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (cem mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. 1º A sanção prevista no caput será aplicada: I - por espécie; II - em triplo se a amostra for obtida a partir de espécie constante de listas oficiais de espécies brasileiras ameaçadas de extinção ou do Anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES, promulgada pelo Decreto nº , de 17 de novembro de 1975; e III - em dobro se a amostra for obtida a partir de espécie constante apenas do Anexo II da CITES, promulgada pelo Decreto nº , de º Se a remessa for realizada para o desenvolvimento de armas biológicas ou químicas, a pena prevista no caput será quadruplicada e deverão ser aplicadas as sanções de embargo, suspensão ou interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento, do responsável pela remessa. Art. 80. Requerer direito de propriedade intelectual resultante de acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, no Brasil ou no exterior, sem realização de cadastro prévio. Multa mínima de R$ 3.000,00 (três mil reais) e máxima de R$ ,00 (trinta mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (duzentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou

104 inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (vinte mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Art. 81. Divulgar resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação sem cadastro prévio: Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (vinte mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (duzentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (cinquenta mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), para as demais pessoas jurídicas. 1º A sanção de multa poderá ser substituída pela de advertência, quando favoráveis as circunstâncias previstas no art º O disposto no 1º não se aplica às hipóteses em que a conduta infracional envolva acesso ao conhecimento tradicional associado ou quando o infrator for reincidente nos termos deste Decreto. Art. 82. Deixar de realizar cadastro de acesso antes da comercialização de produto intermediário: Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (vinte mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (duzentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (cinquenta mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), para as demais pessoas jurídicas. 1º A sanção de multa poderá ser substituída pela de advertência, quando favoráveis as circunstâncias previstas no art º O disposto no 1º não se aplica às hipóteses em que a conduta infracional envolva acesso ao conhecimento tradicional associado ou quando o infrator for reincidente nos termos deste Decreto. Art. 83. Acessar conhecimento tradicional associado de origem identificável sem a obtenção do consentimento prévio informado, ou em desacordo com este. Multa mínima de R$ ,00 (vinte mil reais) e máxima de R$ ,00 (cem mil reais), quando se tratar de pessoa natural.

105 Multa mínima de R$ ,00 (cinquenta mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de Multa mínima de R$ ,00 (cem mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Parágrafo único. Incide nas mesmas sanções aquele que obtiver consentimento prévio informado eivado de vício de vontade do provedor de conhecimento tradicional associado nos termos do Código Civil. Art. 84. Deixar de indicar a origem do conhecimento tradicional associado de origem identificável em publicações, utilizações, explorações e divulgações dos resultados do acesso. Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinquenta mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), para as demais pessoas jurídicas. Art. 85. Deixar de pagar a parcela anualmente devida ao FNRB decorrente da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado. Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (cem mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as pessoas jurídicas. 1º Incorre nas mesmas sanções aquele que interrompe ou cumpre parcialmente a repartição de benefícios acordada, seja ela monetária ou não monetária. 2º Observados os limites previstos no caput, a multa não deverá ser inferior a 10% (dez por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor anualmente devido. Art. 86. Elaborar ou apresentar informação, documento, estudo, laudo ou relatório total ou parcialmente falso, ou enganoso, seja nos sistemas oficiais ou em qualquer outro procedimento administrativo relacionado ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado: Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinquenta mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (trinta mil reais) e máxima de R$ ,00 (trezentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006.

106 Multa mínima de R$ ,00 (cem mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinco milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Parágrafo único. A sanção prevista no caput será aplicada em dobro se a informação, documento, estudo, laudo ou relatório total ou parcialmente falso ou enganoso for referente à remessa ou ao envio de amostra para prestação de serviços no exterior. Art. 87. Descumprir suspensão, embargo ou interdição decorrente de infração administrativa contra o patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado: Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (cem mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (cinquenta mil reais) e máxima de R$ ,00 (quinhentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (duzentos mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Art. 88. Obstar ou dificultar a fiscalização das obrigações previstas na Lei nº , de 2015: Multa mínima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinquenta mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (trinta mil reais) e máxima de R$ ,00 (trezentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (cem mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinco milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Art. 89. Deixar de se adequar no prazo estabelecido no art. 37 da Lei nº , de 2015: Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinquenta mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006 Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (trezentos mil reais), para as demais pessoas jurídicas. 1º A sanção prevista no caput será aplicada por produto acabado ou material reprodutivo ou por cada atividade de acesso, isoladamente, que deixar de promover a sua respectiva adequação independentemente do número de espécies acessadas.

107 2º A sanção de multa poderá ser substituída pela de advertência, quando favoráveis as circunstâncias previstas no art º Na hipótese de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado unicamente para fins de pesquisa científica, a sanção de advertência sobre fatos relacionados ao respectivo cadastro para fins de adequação deverá anteceder a aplicação de qualquer outra sanção administrativa. Art. 90. Deixar de se regularizar no prazo estabelecido no art. 38 da Lei nº , de 2015: Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinquenta mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (dez milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. 1º A sanção prevista no caput será aplicada por produto acabado ou material reprodutivo ou por cada atividade de acesso, isoladamente, que deixar de promover a sua respectiva regularização independentemente do número de espécies acessadas. 2º a sanção de multa poderá ser substituída pela de advertência, quando favoráveis as circunstâncias previstas no art. 72, e se tratar de: I - pessoa natural; ou II - pessoa jurídica que realizou acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado unicamente para fins de pesquisa cientifica. Art. 91. Deixar de atender às exigências legais ou regulamentares, quando notificado pela autoridade competente no prazo concedido: Multa mínima de R$ 1.000,00 (mil reais) e máxima de R$ ,00 (trinta mil reais), quando se tratar de pessoa natural. Multa mínima de R$ ,00 (dez mil reais) e máxima de R$ ,00 (duzentos mil reais), quando se tratar de pessoa jurídica enquadrada como microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativas de agricultores tradicionais com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de Multa mínima de R$ ,00 (quinze mil reais) e máxima de R$ ,00 (cinco milhões de reais), para as demais pessoas jurídicas. Parágrafo único. A sanção de multa poderá ser substituída pela de advertência, quando favoráveis as circunstâncias previstas no art. 72. Seção IV

108 Do processo administrativo para apuração das infrações Art. 92. As infrações contra o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado serão apuradas em processo administrativo próprio mediante a lavratura de auto de infração e respectivos termos, assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório. Parágrafo único. O processo administrativo a que se refere o caput será regido pelas disposições do Decreto nº 6.514, de 2008, exceto quando houver disposição diversa prevista neste Capítulo. Art. 93. São competentes para fiscalizar e apurar o cometimento das infrações administrativas previstas neste Decreto: I - o Ibama; II - o Comando da Marinha, no âmbito de águas jurisdicionais e da plataforma continental brasileiras; e III - o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no âmbito do acesso ao patrimônio genético para atividades agrícolas, nos termos do que dispõe o art. 3º da Lei nº , de 16 de junho de º Quando a infração envolver conhecimento tradicional associado, os órgãos oficiais de defesa dos direitos das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais prestarão apoio às ações de fiscalização do Ibama. 2º Ato conjunto dos Ministros de Estado do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Defesa disciplinará a atuação coordenada dos órgãos de fiscalização. Art. 94. Da decisão final proferida pelos órgãos previstos no art. 93 caberá recurso ao CGen, no prazo de vinte dias. Art. 95. Ato do CGen estabelecerá critérios para a destinação das amostras, produtos e instrumentos apreendidos, a que se refere o 4º do art. 27 da Lei nº , de Parágrafo único. Enquanto não for editado o ato de que trata o caput, a autoridade competente para a fiscalização fará a destinação, observando-se o disposto no Decreto nº 6.514, de CAPÍTULO VII DO FUNDO NACIONAL PARA A REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS E DO PROGRAMA NACIONAL DE REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Art. 96. O Fundo Nacional de Repartição de Benefícios - FNRB, instituído pela Lei nº , de 2015, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, tem natureza financeira e se destina a apoiar ações e atividades que visem valorizar o patrimônio genético e os conhecimentos tradicionais associados e promover o seu uso de forma sustentável. 1º Constituem receita do FNRB: I - dotações consignadas na lei orçamentária anual e seus créditos adicionais; II - doações;

109 III - valores arrecadados com o pagamento de multas administrativas aplicadas em virtude do descumprimento da Lei nº , de 2015; IV - recursos financeiros de origem externa decorrentes de contratos, acordos ou convênios, especialmente reservados para as finalidades do Fundo; V - contribuições feitas por usuários de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado para o Programa Nacional de Repartição de Benefícios; VI - valores provenientes da repartição de benefícios; e VII - outras receitas que lhe vierem a ser destinadas. 2º Os recursos monetários depositados no FNRB decorrentes da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a conhecimento tradicional associado serão destinados exclusivamente a ações, atividades e projetos em benefício dos detentores de conhecimentos tradicionais associados. 3º As receitas destinadas ao FNRB e eventuais devoluções de recursos serão recolhidas diretamente ao Fundo, conforme procedimentos definidos pelo Comitê Gestor. Art. 97. O FNRB será gerido por Comitê Gestor órgão colegiado composto: I - por um representante e dois suplentes: a) do Ministério do Meio Ambiente, que o presidirá; b) do Ministério da Fazenda; c) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; d) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e) do Ministério do Desenvolvimento Agrário; f) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; g) da Fundação Nacional do Índio - Funai; e h) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan; II - por sete representantes de entidades ou organizações representativas das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais, sendo: a) dois indicados pelo Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais - CNPCT; b) dois indicados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - Condraf;

110 c) dois indicados pelos representantes de povos e organizações indígenas integrantes do Conselho Nacional de Política Indigenista - CNPI; e d) um representante de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional indicado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Consea; e III - por um representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. 1º Os representantes e os seus suplentes serão nomeados pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, após indicação dos respectivos órgãos e entidades. 2º Os representantes e suplentes terão mandato de dois anos, renovável por igual período. 3º Nos impedimentos ou afastamentos do seu presidente, o Comitê Gestor será presidido pelo representante suplente do Ministério do Meio Ambiente. 4º A participação no Comitê Gestor do FNRB é considerada de relevante interesse público e não será remunerada. 5º Para atender o disposto no inciso IV do art. 10 da Lei nº , de 2015, as despesas de deslocamento e estada dos representantes de que trata o inciso II do caput serão custeadas pelo FNBR. 6º O Ministério do Meio Ambiente poderá arcar com as despesas de que trata o 5º nos dois primeiros anos de funcionamento do FNBR. 7º O Comitê Gestor poderá convidar outros representantes, sem direito a voto, para participar de suas reuniões. Art. 98. Compete ao Comitê Gestor: I - decidir sobre a gestão dos recursos monetários depositados no FNRB, observadas as diretrizes para a aplicação dos recursos estabelecidas pelo CGen; II - definir, anualmente, o percentual dos recursos monetários depositados no FNRB decorrentes da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético proveniente de coleções ex situ, que será destinado em benefício dessas coleções; III - aprovar o Manual de Operações do FNRB, estabelecendo condições e procedimentos para a execução financeira e a aplicação de recursos, incluindo o recolhimento de receitas e a contratação, execução, monitoramento e avaliação de ações e atividades apoiadas pelo FNRB; IV - aprovar o plano operativo quadrienal e revisá-lo bienalmente; V - aprovar ações, atividades e projetos a serem apoiados pelo FNRB; VI - decidir sobre a contratação de estudos e pesquisas pelo FNRB;

111 VII - aprovar anualmente relatórios de: a) atividades e de execução financeira; b) desempenho da instituição financeira; VIII - estabelecer instrumentos de cooperação, inclusive com Estados, o Distrito Federal e Municípios; IX - estabelecer instrumentos de cooperação e repasse de recursos com instituições públicas nacionais de pesquisa, ensino e apoio técnico, inclusive com apoio financeiro do FNRB, para acompanhar as ações e atividades apoiadas pelo FNRB; e X - elaborar e aprovar o seu regimento interno. Parágrafo único. O percentual de que trata o inciso II do caput não poderá ser inferior a sessenta por cento nem superior a oitenta por cento. Art. 99. As disponibilidades do FNRB serão mantidas em instituição financeira federal, a quem caberá a administração e execução financeira dos recursos e a operacionalização do Fundo. 1º A instituição financeira depositária remunerará as disponibilidades do Fundo, no mínimo, pela taxa média referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic. 2º As obrigações e responsabilidades da instituição financeira, bem como sua remuneração serão definidas em contrato. Art O Programa Nacional de Repartição de Benefícios - PNRB, instituído pelo art. 33 da Lei nº , de 2015, tem como finalidade promover: I - conservação da diversidade biológica; II - recuperação, criação e manutenção de coleções ex situ de amostra do patrimônio genético; III - prospecção e capacitação de recursos humanos associados ao uso e à conservação do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado; IV - proteção, promoção do uso e valorização dos conhecimentos tradicionais associados; V - implantação e desenvolvimento de atividades relacionadas ao uso sustentável da diversidade biológica, sua conservação e repartição de benefícios; VI - fomento a pesquisa e desenvolvimento tecnológico associado ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado; VII - levantamento e inventário do patrimônio genético, considerando a situação e o grau de variação das populações existentes, incluindo aquelas de uso potencial e, quando viável, avaliando qualquer ameaça a elas;

112 VIII - apoio aos esforços das populações indígenas, das comunidades tradicionais e dos agricultores tradicionais no manejo sustentável e na conservação de patrimônio genético; IX - conservação das plantas silvestres; X - desenvolvimento de um sistema eficiente e sustentável de conservação ex situ e in situ e desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas para essa finalidade com vistas a melhorar o uso sustentável do patrimônio genético; XI - monitoramento e manutenção da viabilidade, do grau de variação e da integridade do patrimônio genético mantido por coleções; XII - adoção de medidas para minimizar ou, se possível, eliminar as ameaças ao patrimônio genético; XIII - desenvolvimento e manutenção dos diversos sistemas de cultivo que favoreçam o uso sustentável do patrimônio genético; XIV - elaboração e execução dos Planos de Desenvolvimento Sustentável de Populações ou Comunidades Tradicionais; e XV - outras ações relacionadas ao acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados, conforme definido pelo Comitê Gestor do FNRB. 1º O FNRB poderá apoiar projetos e atividades de capacitação dos servidores dos órgãos e entidades a que refere o 2º do art º O FNRB poderá apoiar projetos e atividades relacionados à elaboração de protocolos comunitários. Art Os recursos do FNRB deverão ser empregados no PNRB para apoiar ações e atividades que promovam os objetivos previstos no art. 100, por meio de convênios, termos de parceria, de colaboração ou de fomento, acordos, ajustes ou outros instrumentos de cooperação e repasse de recursos previstos em Lei. Parágrafo único. Os recursos do FNRB poderão ainda ser destinados: I - à análise, supervisão, gerenciamento e acompanhamento das ações, atividades e projetos apoiados; II - à remuneração e cobertura das despesas da instituição financeira relativas à administração do Fundo. Art O Ministério do Meio Ambiente exercerá a função de Secretaria- Executiva do Comitê Gestor do FNRB e prestará apoio técnico e administrativo necessário ao funcionamento do FNRB e implementação do PNRB. CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS SOBRE A ADEQUAÇÃO E A REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES

113 Art Deverá adequar-se aos termos da Lei nº , de 2015, e deste Decreto, no prazo de um ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen, o usuário que realizou, a partir de 30 de junho de 2000, as seguintes atividades de acordo com a Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001: I - acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado; e II - exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. 1º Para fins do disposto no caput, o usuário, observado o art. 44 da Lei nº , de 2015, deverá adotar uma ou mais das seguintes providências, conforme o caso: I - cadastrar o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; II - notificar o produto acabado ou o material reprodutivo objeto da exploração econômica, nos termos da Lei nº , de 2015 e deste Decreto; e III - repartir os benefícios referentes à exploração econômica realizada a partir da data de entrada em vigor da Lei nº , de 2015, nos termos do Capítulo V da referida Lei e do Capítulo V deste Decreto, exceto quando o tenha feito na forma da Medida Provisória nº , de º No caso do inciso III do 1º, a repartição de benefícios pactuada na forma da Medida Provisória nº , de 2001, será válida pelo prazo estipulado no contrato de utilização do patrimônio genético e de repartição de benefícios ou projeto de repartição de benefícios anuído pelo CGen. Art Deverá regularizar-se nos termos da Lei nº , de 2015, e deste Decreto, no prazo de um ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen, o usuário que, entre 30 de junho de 2000 e a data de entrada em vigor da Lei nº , de 2015, realizou as seguintes atividades em desacordo com a legislação em vigor à época: I - acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado; II - acesso e exploração econômica de produto ou processo oriundo do acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado, de que trata a Medida Provisória nº , de 2001; III - remessa ao exterior de amostra de patrimônio genético; ou IV - divulgação, transmissão ou retransmissão de dados ou informações que integram ou constituem conhecimento tradicional associado. 1º A regularização de que trata o caput está condicionada a assinatura de Termo de Compromisso. 2º Na hipótese de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado unicamente para fins de pesquisa científica, o usuário estará dispensado de firmar o Termo de Compromisso, regularizando-se por meio de cadastro ou autorização da atividade, conforme o caso. 3º O cadastro e a autorização de que trata o 2º extinguem a exigibilidade das sanções administrativas previstas na Medida Provisória nº , de 2001, e especificadas nos arts.

114 15 e 20 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005, desde que a infração tenha sido cometida até o dia anterior à data de entrada em vigor da Lei n.º , de º Para fins de regularização no INPI dos pedidos de patentes depositados durante a vigência da Medida Provisória nº , de 2001, o requerente deverá apresentar o comprovante de cadastro ou de autorização de que trata este artigo. 5º O usuário que realizou atividades em desacordo com a Medida Provisória nº , de 2001, ainda que tenha obtido autorização durante a vigência da referida Medida Provisória, poderá, a seu critério, aderir ao processo de regularização previsto no art. 38 da Lei nº , de º Para fins do disposto no 5º, o contrato de utilização do patrimônio genético e de repartição de benefícios ou projeto de repartição de benefícios anuído pelo CGen integrará o termo de compromisso. CAPÍTULO IX DISPOSIÇÕES FINAIS Art Para fins do disposto no inciso XVII do art. 2º da Lei nº , de 2015, os insumos utilizados nas atividades agrícolas são produtos intermediários. Parágrafo único. Consideram-se insumos para atividades agrícolas os bens que sejam consumidos na atividade de produção ou que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. Art O CGen poderá criar banco de dados para registro voluntário de consentimentos prévios informados, concedidos ou negados pelos detentores de conhecimento tradicional associado. Art Os seguintes testes, exames e atividades, quando não forem parte integrante de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, não configuram acesso ao patrimônio genético nos termos da Lei nº , de 2015: I - teste de filiação ou paternidade, técnica de sexagem e análise de cariótipo ou de ADN e outras analises moleculares que visem a identificação de uma espécie ou espécime; II - testes e exames clínicos de diagnóstico para a identificação direta ou indireta de agentes etiológicos ou patologias hereditárias em um indivíduo; III - extração, por método de moagem, prensagem ou sangria que resulte em óleos fixos; IV - purificação de óleos fixos que resulte em produto cujas características sejam idênticas às da matéria prima original; V - teste que visa aferir taxas de mortalidade, crescimento ou multiplicação de parasitas, agentes patogênicos, pragas e vetores de doenças; VI - comparação e extração de informações de origem genética disponíveis em bancos de dados nacionais e internacionais

115 VI - processamento de extratos, separação física, pasteurização, fermentação, avaliação de ph, acidez total, sólidos solúveis, contagem de bactérias e leveduras, bolores, coliformes fecais e totais das amostras de patrimônio genético; e VII - caracterização físico, química e físico-química para a determinação da informação nutricional de alimentos; Parágrafo único. Não configura acesso ao patrimônio genético a leitura ou a consulta de informações de origem genética disponíveis em bancos de dados nacionais e internacionais, ainda que sejam parte integrante de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Art O melhoramento genético vegetal ou animal realizado por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional é isento de cadastro nos termos do inciso VI do art. 10 da Lei nº , de Art Para atender ao disposto no 2º do art. 12 da Lei nº , de 2015, o usuário, no ato de requerimento de direito de propriedade intelectual, deverá informar se houve acesso a patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, como também se há cadastro de acesso realizado nos termos deste Decreto. Art Verificada a inexistência do cadastro ou em caso de seu cancelamento, o Ibama ou o CGen comunicará o órgão e a entidade previstos no art. 109 para que cientifiquem o solicitante do direito de propriedade intelectual para apresentar comprovante de cadastro em trinta dias, sob pena de arquivamento do processo de solicitação do direito de propriedade intelectual. Parágrafo único. No caso de inexistência de cadastro, será observado o período de um ano referido nos arts. 36, 37 e 38 da Lei nº , de Art O CGen, com a colaboração das instituições credenciadas nos termos do inciso V do art. 15 da Medida Provisória nº , de 2001, cadastrará no sistema as autorizações já emitidas. Art Fica aprovada, com base na Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM, a Lista de Classificação de Repartição de Benefícios de que trata o 9º do art. 17 da Lei nº , de 2015, anexa a este Decreto. Parágrafo único. A lista a que se refere o caput terá caráter exemplificativo e não excluirá a aplicação das regras de incidência de repartição de benefícios previstas nos arts. 17 e 18 da Lei nº , de Art O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento elaborará, publicará e revisará, periodicamente, lista de referência de espécies animais e vegetais domesticadas ou cultivadas que foram introduzidas no território nacional, utilizadas nas atividades agrícolas. Parágrafo único. A lista de que trata o caput indicará as espécies que formam populações espontâneas e as variedades que tenham adquirido propriedades características distintivas no País. Art Ato conjunto dos Ministros de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento Agrário divulgará lista das variedades tradicionais locais ou crioulas e das raças localmente adaptadas ou crioulas. Art O Ministério da Saúde e o Ministério do Meio Ambiente, em Portaria conjunta, disciplinarão procedimento simplificado para a realização de remessa de patrimônio genético

116 relacionado à situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN, de que trata o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de º A remessa prevista no caput será destinada exclusivamente a pesquisa e desenvolvimento tecnológico declarados no Termo de Transferência de Material, necessariamente vinculados à situação epidemiológica, sendo vedada a utilização desse patrimônio genético acessado para outras finalidades. 2º Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico de que trata este artigo serão repartidos nos termos da Lei nº , 2015, e deste Decreto. Art O Ministério do Meio Ambiente, em coordenação com o Ministério das Relações Exteriores, poderá celebrar acordos de cooperação e convênios com entidades em outros países para fins de cumprimento do disposto na Lei nº , de Art O disposto neste Decreto não exclui as competências do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de supervisionar e controlar as atividades de pesquisas científicas em território nacional, quando realizadas por estrangeiros, que impliquem ingresso no País. Art O usuário que requereu qualquer direito de propriedade intelectual, explorou economicamente produto acabado ou material reprodutivo, ou divulgou resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação, entre 17 de novembro de 2015 e a data de disponibilização do cadastro, deverá cadastrar as atividades de que trata o art. 12 da Lei nº , de 2015 e notificar o produto acabado ou o material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. 1º O prazo para o cadastramento ou notificação de que trata o caput será de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen. 2º Realizado o cadastramento ou notificação tempestivamente, o usuário não estará sujeito a sanção administrativa. Art Ficam revogados: I - o Decreto nº 3.945, de 28 de setembro de 2001; II - o Decreto nº 4.946, de 31 de dezembro de 2003; III - o Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005; IV - o Decreto nº 6.159, de 17 de julho de 2007; e V - o Decreto nº 6.915, de 29 de julho de Art Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de maio de 2016; 195º da Independência e 128º da República. DILMA ROUSSEFF Eugênio José Guilherme de Aragão Kátia Abreu Fernando de Magalhães Furlan João Luiz Silva Ferreira Izabella Mônica Vieira Teixeira

117 Patrus Ananias Este texto não substitui o publicado no DOU de

118 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº , DE 20 DE MAIO DE Mensagem de veto (Vide inciso II do 1º e 4º do art. 225 da Constituição) (Vide Decreto nº 2.519, de 1998) Vigência Regulamenta o inciso II do 1 o e o 4 o do art. 225 da Constituição Federal, o Artigo 1, a alínea j do Artigo 8, a alínea c do Artigo 10, o Artigo 15 e os 3 o e 4 o do Artigo 16 da Convenção sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto n o 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória n o , de 23 de agosto de 2001; e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre bens, direitos e obrigações relativos: I - ao acesso ao patrimônio genético do País, bem de uso comum do povo encontrado em condições in situ, inclusive as espécies domesticadas e populações espontâneas, ou mantido em condições ex situ, desde que encontrado em condições in situ no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona econômica exclusiva; II - ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético, relevante à conservação da diversidade biológica, à integridade do patrimônio genético do País e à utilização de seus componentes; III - ao acesso à tecnologia e à transferência de tecnologia para a conservação e a utilização da diversidade biológica; IV - à exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; V - à repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para conservação e uso sustentável da biodiversidade;

119 VI - à remessa para o exterior de parte ou do todo de organismos, vivos ou mortos, de espécies animais, vegetais, microbianas ou de outra natureza, que se destine ao acesso ao patrimônio genético; e VII - à implementação de tratados internacionais sobre o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado aprovados pelo Congresso Nacional e promulgados. 1 o O acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado será efetuado sem prejuízo dos direitos de propriedade material ou imaterial que incidam sobre o patrimônio genético ou sobre o conhecimento tradicional associado acessado ou sobre o local de sua ocorrência. 2 o O acesso ao patrimônio genético existente na plataforma continental observará o disposto na Lei n o 8.617, de 4 de janeiro de Art. 2 o Além dos conceitos e das definições constantes da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, promulgada pelo Decreto n o 2.519, de 16 de março de 1998, consideram-se para os fins desta Lei: I - patrimônio genético - informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos; II - conhecimento tradicional associado - informação ou prática de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional sobre as propriedades ou usos diretos ou indiretos associada ao patrimônio genético; III - conhecimento tradicional associado de origem não identificável - conhecimento tradicional associado em que não há a possibilidade de vincular a sua origem a, pelo menos, uma população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional; IV - comunidade tradicional - grupo culturalmente diferenciado que se reconhece como tal, possui forma própria de organização social e ocupa e usa territórios e recursos naturais como condição para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela tradição; V - provedor de conhecimento tradicional associado - população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional que detém e fornece a informação sobre conhecimento tradicional associado para o acesso; VI - consentimento prévio informado - consentimento formal, previamente concedido por população indígena ou comunidade tradicional segundo os seus usos, costumes e tradições ou protocolos comunitários; VII - protocolo comunitário - norma procedimental das populações indígenas, comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais que estabelece,

120 segundo seus usos, costumes e tradições, os mecanismos para o acesso ao conhecimento tradicional associado e a repartição de benefícios de que trata esta Lei; VIII - acesso ao patrimônio genético - pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado sobre amostra de patrimônio genético; IX - acesso ao conhecimento tradicional associado - pesquisa ou desenvolvimento tecnológico realizado sobre conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético que possibilite ou facilite o acesso ao patrimônio genético, ainda que obtido de fontes secundárias tais como feiras, publicações, inventários, filmes, artigos científicos, cadastros e outras formas de sistematização e registro de conhecimentos tradicionais associados; X - pesquisa - atividade, experimental ou teórica, realizada sobre o patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, com o objetivo de produzir novos conhecimentos, por meio de um processo sistemático de construção do conhecimento que gera e testa hipóteses e teorias, descreve e interpreta os fundamentos de fenômenos e fatos observáveis; XI - desenvolvimento tecnológico - trabalho sistemático sobre o patrimônio genético ou sobre o conhecimento tradicional associado, baseado nos procedimentos existentes, obtidos pela pesquisa ou pela experiência prática, realizado com o objetivo de desenvolver novos materiais, produtos ou dispositivos, aperfeiçoar ou desenvolver novos processos para exploração econômica; XII - cadastro de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado - instrumento declaratório obrigatório das atividades de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado; XIII - remessa - transferência de amostra de patrimônio genético para instituição localizada fora do País com a finalidade de acesso, na qual a responsabilidade sobre a amostra é transferida para a destinatária; XIV - autorização de acesso ou remessa - ato administrativo que permite, sob condições específicas, o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e a remessa de patrimônio genético; XV - usuário - pessoa natural ou jurídica que realiza acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado ou explora economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; XVI - produto acabado - produto cuja natureza não requer nenhum tipo de processo produtivo adicional, oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, no qual o componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado seja um dos elementos

121 principais de agregação de valor ao produto, estando apto à utilização pelo consumidor final, seja este pessoa natural ou jurídica; XVII - produto intermediário - produto cuja natureza é a utilização em cadeia produtiva, que o agregará em seu processo produtivo, na condição de insumo, excipiente e matéria-prima, para o desenvolvimento de outro produto intermediário ou de produto acabado; XVIII - elementos principais de agregação de valor ao produto - elementos cuja presença no produto acabado é determinante para a existência das características funcionais ou para a formação do apelo mercadológico; XIX - notificação de produto - instrumento declaratório que antecede o início da atividade de exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, no qual o usuário declara o cumprimento dos requisitos desta Lei e indica a modalidade de repartição de benefícios, quando aplicável, a ser estabelecida no acordo de repartição de benefícios; XX - acordo de repartição de benefícios - instrumento jurídico que qualifica as partes, o objeto e as condições para repartição de benefícios; XXI - acordo setorial - ato de natureza contratual firmado entre o poder público e usuários, tendo em vista a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da exploração econômica oriunda de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável; XXII - atestado de regularidade de acesso - ato administrativo pelo qual o órgão competente declara que o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado cumpriu os requisitos desta Lei; XXIII - termo de transferência de material - instrumento firmado entre remetente e destinatário para remessa ao exterior de uma ou mais amostras contendo patrimônio genético acessado ou disponível para acesso, que indica, quando for o caso, se houve acesso a conhecimento tradicional associado e que estabelece o compromisso de repartição de benefícios de acordo com as regras previstas nesta Lei; XXIV - atividades agrícolas - atividades de produção, processamento e comercialização de alimentos, bebidas, fibras, energia e florestas plantadas; XXV - condições in situ - condições em que o patrimônio genético existe em ecossistemas e habitats naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde naturalmente tenham desenvolvido suas características distintivas próprias, incluindo as que formem populações espontâneas; XXVI - espécie domesticada ou cultivada - espécie em cujo processo de evolução influiu o ser humano para atender suas necessidades;

122 XXVII - condições ex situ - condições em que o patrimônio genético é mantido fora de seu habitat natural; XXVIII - população espontânea - população de espécies introduzidas no território nacional, ainda que domesticadas, capazes de se autoperpetuarem naturalmente nos ecossistemas e habitats brasileiros; XXIX - material reprodutivo - material de propagação vegetal ou de reprodução animal de qualquer gênero, espécie ou cultivo proveniente de reprodução sexuada ou assexuada; XXX - envio de amostra - envio de amostra que contenha patrimônio genético para a prestação de serviços no exterior como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico na qual a responsabilidade sobre a amostra é de quem realiza o acesso no Brasil; XXXI - agricultor tradicional - pessoa natural que utiliza variedades tradicionais locais ou crioulas ou raças localmente adaptadas ou crioulas e mantém e conserva a diversidade genética, incluído o agricultor familiar; XXXII - variedade tradicional local ou crioula - variedade proveniente de espécie que ocorre em condição in situ ou mantida em condição ex situ, composta por grupo de plantas dentro de um táxon no nível mais baixo conhecido, com diversidade genética desenvolvida ou adaptada por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional, incluindo seleção natural combinada com seleção humana no ambiente local, que não seja substancialmente semelhante a cultivares comerciais; e XXXIII - raça localmente adaptada ou crioula - raça proveniente de espécie que ocorre em condição in situ ou mantida em condição ex situ, representada por grupo de animais com diversidade genética desenvolvida ou adaptada a um determinado nicho ecológico e formada a partir de seleção natural ou seleção realizada adaptada por população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional. Parágrafo único. Considera-se parte do patrimônio genético existente no território nacional, para os efeitos desta Lei, o microrganismo que tenha sido isolado a partir de substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental. Art. 3 o O acesso ao patrimônio genético existente no País ou ao conhecimento tradicional associado para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico e a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo desse acesso somente serão realizados mediante cadastro, autorização ou notificação, e serão submetidos a fiscalização, restrições e repartição de benefícios nos termos e nas condições estabelecidos nesta Lei e no seu regulamento.

123 Parágrafo único. São de competência da União a gestão, o controle e a fiscalização das atividades descritas no caput, nos termos do disposto no inciso XXIII do caput do art. 7 o da Lei Complementar n o 140, de 8 de dezembro de Art. 4 o Esta Lei não se aplica ao patrimônio genético humano. Art. 5 o É vedado o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado para práticas nocivas ao meio ambiente, à reprodução cultural e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas e químicas. CAPÍTULO II DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES INSTITUCIONAIS Art. 6 o Fica criado no âmbito do Ministério do Meio Ambiente o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético - CGen, órgão colegiado de caráter deliberativo, normativo, consultivo e recursal, responsável por coordenar a elaboração e a implementação de políticas para a gestão do acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado e da repartição de benefícios, formado por representação de órgãos e entidades da administração pública federal que detêm competência sobre as diversas ações de que trata esta Lei com participação máxima de 60% (sessenta por cento) e a representação da sociedade civil em no mínimo 40% (quarenta por cento) dos membros, assegurada a paridade entre: I - setor empresarial; II - setor acadêmico; e III - populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais. 1 o Compete também ao CGen: I - estabelecer: a) normas técnicas; b) diretrizes e critérios para elaboração e cumprimento do acordo de repartição de benefícios; c) critérios para a criação de banco de dados para o registro de informação sobre patrimônio genético e conhecimento tradicional associado; II - acompanhar, em articulação com órgãos federais, ou mediante convênio com outras instituições, as atividades de:

124 a) acesso e remessa de amostra que contenha o patrimônio genético; e b) acesso a conhecimento tradicional associado; III - deliberar sobre: a) as autorizações de que trata o inciso II do 3 o do art. 13; b) o credenciamento de instituição nacional que mantém coleção ex situ de amostras que contenham o patrimônio genético; e c) o credenciamento de instituição nacional para ser responsável pela criação e manutenção da base de dados de que trata o inciso IX; IV - atestar a regularidade do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de que trata o Capítulo IV desta Lei; V - registrar o recebimento da notificação do produto acabado ou material reprodutivo e a apresentação do acordo de repartição de benefícios, nos termos do art. 16; VI - promover debates e consultas públicas sobre os temas de que trata esta Lei; VII - funcionar como instância superior de recurso em relação à decisão de instituição credenciada e aos atos decorrentes da aplicação desta Lei, na forma do regulamento; VIII - estabelecer diretrizes para aplicação dos recursos destinados ao Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB, previsto no art. 30, a título de repartição de benefícios; IX - criar e manter base de dados relativos: a) aos cadastros de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa; b) às autorizações de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado e de remessa; c) aos instrumentos e termos de transferência de material; d) às coleções ex situ das instituições credenciadas que contenham amostras de patrimônio genético; e) às notificações de produto acabado ou material reprodutivo; f) aos acordos de repartição de benefícios;

125 g) aos atestados de regularidade de acesso; X - cientificar órgãos federais de proteção dos direitos de populações indígenas e comunidades tradicionais sobre o registro em cadastro de acesso a conhecimentos tradicionais associados; XI - (VETADO); e XII - aprovar seu regimento interno. 2 o Regulamento disporá sobre a composição e o funcionamento do CGen. 3 o O CGen criará Câmaras Temáticas e Setoriais, com a participação paritária do Governo e da sociedade civil, sendo esta representada pelos setores empresarial, acadêmico e representantes das populações indígenas, comunidades tradicionais e agricultores tradicionais, para subsidiar as decisões do plenário. Art. 7 o A administração pública federal disponibilizará ao CGen, na forma do regulamento, as informações necessárias para a rastreabilidade das atividades decorrentes de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, inclusive as relativas à exploração econômica oriunda desse acesso. CAPÍTULO III DO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO Art. 8 o Ficam protegidos por esta Lei os conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético de populações indígenas, de comunidade tradicional ou de agricultor tradicional contra a utilização e exploração ilícita. 1 o O Estado reconhece o direito de populações indígenas, de comunidades tradicionais e de agricultores tradicionais de participar da tomada de decisões, no âmbito nacional, sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso sustentável de seus conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético do País, nos termos desta Lei e do seu regulamento. 2 o O conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético de que trata esta Lei integra o patrimônio cultural brasileiro e poderá ser depositado em banco de dados, conforme dispuser o CGen ou legislação específica. 3 o São formas de reconhecimento dos conhecimentos tradicionais associados, entre outras: I - publicações científicas; II - registros em cadastros ou bancos de dados; ou

126 III - inventários culturais. 4 o O intercâmbio e a difusão de patrimônio genético e de conhecimento tradicional associado praticados entre si por populações indígenas, comunidade tradicional ou agricultor tradicional para seu próprio benefício e baseados em seus usos, costumes e tradições são isentos das obrigações desta Lei. Art. 9 o O acesso ao conhecimento tradicional associado de origem identificável está condicionado à obtenção do consentimento prévio informado. 1 o A comprovação do consentimento prévio informado poderá ocorrer, a critério da população indígena, da comunidade tradicional ou do agricultor tradicional, pelos seguintes instrumentos, na forma do regulamento: I - assinatura de termo de consentimento prévio; II - registro audiovisual do consentimento; III - parecer do órgão oficial competente; ou IV - adesão na forma prevista em protocolo comunitário. 2 o O acesso a conhecimento tradicional associado de origem não identificável independe de consentimento prévio informado. 3 o O acesso ao patrimônio genético de variedade tradicional local ou crioula ou à raça localmente adaptada ou crioula para atividades agrícolas compreende o acesso ao conhecimento tradicional associado não identificável que deu origem à variedade ou à raça e não depende do consentimento prévio da população indígena, da comunidade tradicional ou do agricultor tradicional que cria, desenvolve, detém ou conserva a variedade ou a raça. Art. 10. Às populações indígenas, às comunidades tradicionais e aos agricultores tradicionais que criam, desenvolvem, detêm ou conservam conhecimento tradicional associado são garantidos os direitos de: I - ter reconhecida sua contribuição para o desenvolvimento e conservação de patrimônio genético, em qualquer forma de publicação, utilização, exploração e divulgação; II - ter indicada a origem do acesso ao conhecimento tradicional associado em todas as publicações, utilizações, explorações e divulgações; III - perceber benefícios pela exploração econômica por terceiros, direta ou indiretamente, de conhecimento tradicional associado, nos termos desta Lei; IV - participar do processo de tomada de decisão sobre assuntos relacionados ao acesso a conhecimento tradicional associado e à repartição de benefícios decorrente desse acesso, na forma do regulamento;

127 V - usar ou vender livremente produtos que contenham patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado, observados os dispositivos das Leis n o s 9.456, de 25 de abril de 1997, e , de 5 de agosto de 2003; e VI - conservar, manejar, guardar, produzir, trocar, desenvolver, melhorar material reprodutivo que contenha patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado. 1 o Para os fins desta Lei, qualquer conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético será considerado de natureza coletiva, ainda que apenas um indivíduo de população indígena ou de comunidade tradicional o detenha. 2 o O patrimônio genético mantido em coleções ex situ em instituições nacionais geridas com recursos públicos e as informações a ele associadas poderão ser acessados pelas populações indígenas, pelas comunidades tradicionais e pelos agricultores tradicionais, na forma do regulamento. CAPÍTULO IV DO ACESSO, DA REMESSA E DA EXPLORAÇÃO ECONÔMICA Art. 11. Ficam sujeitas às exigências desta Lei as seguintes atividades: I - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; II - remessa para o exterior de amostras de patrimônio genético; e III - exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado após a vigência desta Lei. 1 o É vedado o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado por pessoa natural estrangeira. 2 o A remessa para o exterior de amostra de patrimônio genético depende de assinatura do termo de transferência de material, na forma prevista pelo CGen. Art. 12. Deverão ser cadastradas as seguintes atividades: I - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado dentro do País realizado por pessoa natural ou jurídica nacional, pública ou privada; II - acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado por pessoa jurídica sediada no exterior associada a instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada;

128 III - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado no exterior por pessoa natural ou jurídica nacional, pública ou privada; IV - remessa de amostra de patrimônio genético para o exterior com a finalidade de acesso, nas hipóteses dos incisos II e III deste caput; e V - envio de amostra que contenha patrimônio genético por pessoa jurídica nacional, pública ou privada, para prestação de serviços no exterior como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico. 1 o O cadastro de que trata este artigo terá seu funcionamento definido em regulamento. 2 o O cadastramento deverá ser realizado previamente à remessa, ou ao requerimento de qualquer direito de propriedade intelectual, ou à comercialização do produto intermediário, ou à divulgação dos resultados, finais ou parciais, em meios científicos ou de comunicação, ou à notificação de produto acabado ou material reprodutivo desenvolvido em decorrência do acesso. 3 o São públicas as informações constantes do banco de dados de que trata o inciso IX do 1 o do art. 6 o, ressalvadas aquelas que possam prejudicar as atividades de pesquisa ou desenvolvimento científico ou tecnológico ou as atividades comerciais de terceiros, podendo ser estas informações disponibilizadas mediante autorização do usuário. Art. 13. As seguintes atividades poderão, a critério da União, ser realizadas mediante autorização prévia, na forma do regulamento: I - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado em área indispensável à segurança nacional, que se dará após anuência do Conselho de Defesa Nacional; II - acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva, que se dará após anuência da autoridade marítima. 1 o As autorizações de acesso e de remessa podem ser requeridas em conjunto ou isoladamente. 2 o A autorização de remessa de amostra de patrimônio genético para o exterior transfere a responsabilidade da amostra ou do material remetido para a destinatária. 3 o (VETADO). 4 o (VETADO).

129 Art. 14. A conservação ex situ de amostra do patrimônio genético encontrado na condição in situ deverá ser preferencialmente realizada no território nacional. Art. 15. A autorização ou o cadastro para remessa de amostra do patrimônio genético para o exterior depende da informação do uso pretendido, observados os requisitos do regulamento. Art. 16. Para a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado serão exigidas: I - a notificação do produto acabado ou do material reprodutivo ao CGen; e II - a apresentação do acordo de repartição de benefícios, ressalvado o disposto no 5 o do art. 17 e no 4 o do art o A modalidade de repartição de benefícios, monetária ou não monetária, deverá ser indicada no momento da notificação do produto acabado ou material reprodutivo oriundo do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. 2 o O acordo de repartição de benefícios deve ser apresentado em até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a partir do momento da notificação do produto acabado ou do material reprodutivo, na forma prevista no Capítulo V desta Lei, ressalvados os casos que envolverem conhecimentos tradicionais associados de origem identificável. CAPÍTULO V DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Art. 17. Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético de espécies encontradas em condições in situ ou ao conhecimento tradicional associado, ainda que produzido fora do País, serão repartidos, de forma justa e equitativa, sendo que no caso do produto acabado o componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado deve ser um dos elementos principais de agregação de valor, em conformidade ao que estabelece esta Lei. 1 o Estará sujeito à repartição de benefícios exclusivamente o fabricante do produto acabado ou o produtor do material reprodutivo, independentemente de quem tenha realizado o acesso anteriormente. 2 o Os fabricantes de produtos intermediários e desenvolvedores de processos oriundos de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado ao longo da cadeia produtiva estarão isentos da obrigação de repartição de benefícios.

130 3 o Quando um único produto acabado ou material reprodutivo for o resultado de acessos distintos, estes não serão considerados cumulativamente para o cálculo da repartição de benefícios. 4 o As operações de licenciamento, transferência ou permissão de utilização de qualquer forma de direito de propriedade intelectual sobre produto acabado, processo ou material reprodutivo oriundo do acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado por terceiros são caracterizadas como exploração econômica isenta da obrigação de repartição de benefícios. 5 o Ficam isentos da obrigação de repartição de benefícios, nos termos do regulamento: I - as microempresas, as empresas de pequeno porte, os microempreendedores individuais, conforme disposto na Lei Complementar n o 123, de 14 de dezembro de 2006; e II - os agricultores tradicionais e suas cooperativas, com receita bruta anual igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de o No caso de acesso ao conhecimento tradicional associado pelas pessoas previstas no 5 o, os detentores desse conhecimento serão beneficiados nos termos do art o Caso o produto acabado ou o material reprodutivo não tenha sido produzido no Brasil, o importador, subsidiária, controlada, coligada, vinculada ou representante comercial do produtor estrangeiro em território nacional ou em território de países com os quais o Brasil mantiver acordo com este fim responde solidariamente com o fabricante do produto acabado ou do material reprodutivo pela repartição de benefícios. 8 o Na ausência de acesso a informações essenciais à determinação da base de cálculo de repartição de benefícios em tempo adequado, nos casos a que se refere o 7 o, a União arbitrará o valor da base de cálculo de acordo com a melhor informação disponível, considerando o percentual previsto nesta Lei ou em acordo setorial, garantido o contraditório. 9 o A União estabelecerá por decreto a Lista de Classificação de Repartição de Benefícios, com base na Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM. 10. (VETADO). Art. 18. Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado para atividades agrícolas serão repartidos sobre a comercialização do material reprodutivo, ainda que o acesso ou a exploração econômica dê-se por

131 meio de pessoa física ou jurídica subsidiária, controlada, coligada, contratada, terceirizada ou vinculada, respeitado o disposto no 7 o do art o A repartição de benefícios, prevista no caput, deverá ser aplicada ao último elo da cadeia produtiva de material reprodutivo, ficando isentos os demais elos. 2 o No caso de exploração econômica de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado para fins de atividades agrícolas e destinado exclusivamente à geração de produtos acabados nas cadeias produtivas que não envolvam atividade agrícola, a repartição de benefícios ocorrerá somente sobre a exploração econômica do produto acabado. 3 o Fica isenta da repartição de benefícios a exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo do acesso ao patrimônio genético de espécies introduzidas no território nacional pela ação humana, ainda que domesticadas, exceto: I - as que formem populações espontâneas que tenham adquirido características distintivas próprias no País; e II - variedade tradicional local ou crioula ou a raça localmente adaptada ou crioula. Art. 19. A repartição de benefícios decorrente da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado poderá constituir-se nas seguintes modalidades: I - monetária; ou II - não monetária, incluindo, entre outras: a) projetos para conservação ou uso sustentável de biodiversidade ou para proteção e manutenção de conhecimentos, inovações ou práticas de populações indígenas, de comunidades tradicionais ou de agricultores tradicionais, preferencialmente no local de ocorrência da espécie em condição in situ ou de obtenção da amostra quando não se puder especificar o local original; b) transferência de tecnologias; c) disponibilização em domínio público de produto, sem proteção por direito de propriedade intelectual ou restrição tecnológica; d) licenciamento de produtos livre de ônus;

132 e) capacitação de recursos humanos em temas relacionados à conservação e uso sustentável do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado; e f) distribuição gratuita de produtos em programas de interesse social. 1 o No caso de acesso a patrimônio genético fica a critério do usuário a opção por uma das modalidades de repartição de benefícios previstas no caput. 2 o Ato do Poder Executivo disciplinará a forma de repartição de benefícios da modalidade não monetária nos casos de acesso a patrimônio genético. 3 o A repartição de benefícios não monetária correspondente a transferência de tecnologia poderá realizar-se, dentre outras formas, mediante: I - participação na pesquisa e desenvolvimento tecnológico; II - intercâmbio de informações; III - intercâmbio de recursos humanos, materiais ou tecnologia entre instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada, e instituição de pesquisa sediada no exterior; IV - consolidação de infraestrutura de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico; e V - estabelecimento de empreendimento conjunto de base tecnológica. 4 o (VETADO). Art. 20. Quando a modalidade escolhida for a repartição de benefícios monetária decorrente da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético, será devida uma parcela de 1% (um por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica, ressalvada a hipótese de redução para até 0,1 (um décimo) por acordo setorial previsto no art. 21. Art. 21. Com o fim de garantir a competitividade do setor contemplado, a União poderá, a pedido do interessado, conforme o regulamento, celebrar acordo setorial que permita reduzir o valor da repartição de benefícios monetária para até 0,1% (um décimo por cento) da receita líquida anual obtida com a exploração econômica do produto acabado ou do material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável. Parágrafo único. Para subsidiar a celebração de acordo setorial, os órgãos oficiais de defesa dos direitos de populações indígenas e de comunidades tradicionais poderão ser ouvidos, nos termos do regulamento.

133 Art. 22. Nas modalidades de repartição de benefícios não monetárias correspondentes às alíneas a, e e f do inciso II do caput do art. 19, a repartição de benefícios deverá ser equivalente a 75% (setenta e cinco por cento) do previsto para a modalidade monetária, conforme os critérios definidos pelo CGen. Parágrafo único. O CGen poderá delimitar critérios ou parâmetros de resultado ou efetividade que os usuários deverão atender, em substituição ao parâmetro de custo previsto no caput para a repartição de benefícios não monetária. Art. 23. Quando o produto acabado ou o material reprodutivo for oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável, a repartição decorrente do uso desse conhecimento deverá ser feita na modalidade prevista no inciso I do caput do art. 19 e em montante correspondente ao estabelecido nos arts. 20 e 21 desta Lei. Art. 24. Quando o produto acabado ou o material reprodutivo for oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado que seja de origem identificável, o provedor de conhecimento tradicional associado terá direito de receber benefícios mediante acordo de repartição de benefícios. 1 o A repartição entre usuário e provedor será negociada de forma justa e equitativa entre as partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e transparência nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações, tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo. 2 o A repartição com os demais detentores do mesmo conhecimento tradicional associado dar-se-á na modalidade monetária, realizada por meio do Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB. 3 o A parcela devida pelo usuário para a repartição de benefícios prevista no 2 o, a ser depositada no Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB, corresponderá à metade daquela prevista no art. 20 desta Lei ou definida em acordo setorial. 4 o A repartição de benefícios de que trata o 3 o independe da quantidade de demais detentores do conhecimento tradicional associado acessado. 5 o Em qualquer caso, presume-se, de modo absoluto, a existência de demais detentores do mesmo conhecimento tradicional associado. Art. 25. O acordo de repartição de benefícios deverá indicar e qualificar com clareza as partes, que serão: I - no caso de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado de origem não identificável:

134 a) a União, representada pelo Ministério do Meio Ambiente; e b) aquele que explora economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável; e II - no caso de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a conhecimento tradicional associado de origem identificável: a) o provedor de conhecimento tradicional associado; e b) aquele que explora economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado. 1 o Adicionalmente ao Acordo de Repartição de Benefícios, o usuário deverá depositar o valor estipulado no 3 o do art. 24 no Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB quando explorar economicamente produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso a conhecimento tradicional associado de origem identificável. 2 o No caso de exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado de origem não identificável, poderão ser assinados acordos setoriais com a União com objetivo de repartição de benefícios, conforme regulamento. 3 o A repartição de benefícios decorrente da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso ao conhecimento tradicional associado dispensa o usuário de repartir benefícios referentes ao patrimônio genético. 4 o A repartição de benefícios monetária de que trata o inciso I do caput poderá, a critério do usuário, ser depositada diretamente no Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB, sem necessidade de celebração de acordo de repartição de benefícios, na forma do regulamento. Art. 26. São cláusulas essenciais do acordo de repartição de benefícios, sem prejuízo de outras que venham a ser estabelecidas em regulamento, as que dispõem sobre: I - produtos objeto de exploração econômica; II - prazo de duração; III - modalidade de repartição de benefícios; IV - direitos e responsabilidades das partes;

135 V - direito de propriedade intelectual; VI - rescisão; VII - penalidades; e VIII - foro no Brasil. CAPÍTULO VI DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Art. 27. Considera-se infração administrativa contra o patrimônio genético ou contra o conhecimento tradicional associado toda ação ou omissão que viole as normas desta Lei, na forma do regulamento. 1 o Sem prejuízo das sanções penais e cíveis cabíveis, as infrações administrativas serão punidas com as seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - apreensão: a) das amostras que contêm o patrimônio genético acessado; b) dos instrumentos utilizados na obtenção ou no processamento do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado acessado; c) dos produtos derivados de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; ou d) dos produtos obtidos a partir de informação sobre conhecimento tradicional associado; IV - suspensão temporária da fabricação e venda do produto acabado ou do material reprodutivo derivado de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado até a regularização; V - embargo da atividade específica relacionada à infração; VI - interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento; VII - suspensão de atestado ou autorização de que trata esta Lei; ou VIII - cancelamento de atestado ou autorização de que trata esta Lei.

136 2 o Para imposição e gradação das sanções administrativas, a autoridade competente observará: I - a gravidade do fato; II - os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação referente ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado; III - a reincidência; e IV - a situação econômica do infrator, no caso de multa. 3 o As sanções previstas no 1 o poderão ser aplicadas cumulativamente. 4 o As amostras, os produtos e os instrumentos de que trata o inciso III do 1 o terão sua destinação definida pelo CGen. 5 o A multa de que trata o inciso II do 1 o será arbitrada pela autoridade competente, por infração, e pode variar: I - de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ ,00 (cem mil reais), quando a infração for cometida por pessoa natural; ou II - de R$ ,00 (dez mil reais) a R$ ,00 (dez milhões de reais), quando a infração for cometida por pessoa jurídica, ou com seu concurso. 6 o Verifica-se a reincidência quando o agente comete nova infração no prazo de até 5 (cinco) anos contados do trânsito em julgado da decisão administrativa que o tenha condenado por infração anterior. 7 o O regulamento disporá sobre o processo administrativo próprio para aplicação das sanções de que trata esta Lei, assegurado o direito a ampla defesa e a contraditório. Art. 28. Os órgãos federais competentes exercerão a fiscalização, a interceptação e a apreensão de amostras que contêm o patrimônio genético acessado, de produtos ou de material reprodutivo oriundos de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, quando o acesso ou a exploração econômica tiver sido em desacordo com as disposições desta Lei e seu regulamento. Art. 29. (VETADO). CAPÍTULO VII DO FUNDO NACIONAL PARA A REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS E DO PROGRAMA NACIONAL DE REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS

137 Art. 30. Fica instituído o Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios - FNRB, de natureza financeira, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de valorizar o patrimônio genético e os conhecimentos tradicionais associados e promover o seu uso de forma sustentável. Art. 31. O Poder Executivo disporá em regulamento sobre a composição, organização e funcionamento do Comitê Gestor do FNRB. Parágrafo único. A gestão de recursos monetários depositados no FNRB destinados a populações indígenas, a comunidades tradicionais e a agricultores tradicionais dar-se-á com a sua participação, na forma do regulamento. Art. 32. Constituem receitas do FNRB: I - dotações consignadas na lei orçamentária anual e seus créditos adicionais; II - doações; III - valores arrecadados com o pagamento de multas administrativas aplicadas em virtude do descumprimento desta Lei; IV - recursos financeiros de origem externa decorrentes de contratos, acordos ou convênios, especialmente reservados para as finalidades do Fundo; V - contribuições feitas por usuários de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado para o Programa Nacional de Repartição de Benefícios; VI - valores provenientes da repartição de benefícios; e VII - outras receitas que lhe vierem a ser destinadas. 1 o Os recursos monetários depositados no FNRB decorrentes da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a conhecimento tradicional associado serão destinados exclusivamente em benefício dos detentores de conhecimentos tradicionais associados. 2 o Os recursos monetários depositados no FNRB decorrentes da exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético proveniente de coleções ex situ serão parcialmente destinados em benefício dessas coleções, na forma do regulamento. 3 o O FNRB poderá estabelecer instrumentos de cooperação, inclusive com Estados, Municípios e o Distrito Federal.

138 Art. 33. Fica instituído o Programa Nacional de Repartição de Benefícios - PNRB, com a finalidade de promover: I - conservação da diversidade biológica; II - recuperação, criação e manutenção de coleções ex situ de amostra do patrimônio genético; III - prospecção e capacitação de recursos humanos associados ao uso e à conservação do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado; IV - proteção, promoção do uso e valorização dos conhecimentos tradicionais associados; V - implantação e desenvolvimento de atividades relacionadas ao uso sustentável da diversidade biológica, sua conservação e repartição de benefícios; VI - fomento a pesquisa e desenvolvimento tecnológico associado ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado; VII - levantamento e inventário do patrimônio genético, considerando a situação e o grau de variação das populações existentes, incluindo aquelas de uso potencial e, quando viável, avaliando qualquer ameaça a elas; VIII - apoio aos esforços das populações indígenas, das comunidades tradicionais e dos agricultores tradicionais no manejo sustentável e na conservação de patrimônio genético; IX - conservação das plantas silvestres; X - desenvolvimento de um sistema eficiente e sustentável de conservação ex situ e in situ e desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas para essa finalidade com vistas a melhorar o uso sustentável do patrimônio genético; XI - monitoramento e manutenção da viabilidade, do grau de variação e da integridade genética das coleções de patrimônio genético; XII - adoção de medidas para minimizar ou, se possível, eliminar as ameaças ao patrimônio genético; XIII - desenvolvimento e manutenção dos diversos sistemas de cultivo que favoreçam o uso sustentável do patrimônio genético; XIV - elaboração e execução dos Planos de Desenvolvimento Sustentável de Populações ou Comunidades Tradicionais; e

139 XV - outras ações relacionadas ao acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados, conforme o regulamento. Art. 34. O PNRB será implementado por meio do FNRB. CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS SOBRE A ADEQUAÇÃO E A REGULARIZAÇÃO DE ATIVIDADES Art. 35. O pedido de autorização ou regularização de acesso e de remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado ainda em tramitação na data de entrada em vigor desta Lei deverá ser reformulado pelo usuário como pedido de cadastro ou de autorização de acesso ou remessa, conforme o caso. Art. 36. O prazo para o usuário reformular o pedido de autorização ou regularização de que trata o art. 35 será de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen. Art. 37. Deverá adequar-se aos termos desta Lei, no prazo de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen, o usuário que realizou, a partir de 30 de junho de 2000, as seguintes atividades de acordo com a Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001: I - acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado; II - exploração econômica de produto acabado ou de material reprodutivo oriundo de acesso a patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, o usuário, observado o art. 44, deverá adotar uma ou mais das seguintes providências, conforme o caso: I - cadastrar o acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; II - notificar o produto acabado ou o material reprodutivo objeto da exploração econômica, nos termos desta Lei; e III - repartir os benefícios referentes à exploração econômica realizada a partir da data de entrada em vigor desta Lei, nos termos do Capítulo V, exceto quando o tenha feito na forma da Medida Provisória nº , de 23 de agosto de Art. 38. Deverá regularizar-se nos termos desta Lei, no prazo de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do Cadastro pelo CGen, o usuário que, entre 30 de junho de 2000 e a data de entrada em vigor desta Lei, realizou as seguintes atividades em desacordo com a legislação em vigor à época:

140 I - acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado; II - acesso e exploração econômica de produto ou processo oriundo do acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado, de que trata a Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001; III - remessa ao exterior de amostra de patrimônio genético; ou IV - divulgação, transmissão ou retransmissão de dados ou informações que integram ou constituem conhecimento tradicional associado. 1 o A regularização de que trata o caput está condicionada a assinatura de Termo de Compromisso. 2 o Na hipótese de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado unicamente para fins de pesquisa científica, o usuário estará dispensado de firmar o Termo de Compromisso, regularizando-se por meio de cadastro ou autorização da atividade, conforme o caso. 3 o O cadastro e a autorização de que trata o 2 o extinguem a exigibilidade das sanções administrativas previstas na Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001, e especificadas nos arts. 15 e 20 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005, desde que a infração tenha sido cometida até o dia anterior à data de entrada em vigor desta Lei. 4 o Para fins de regularização no Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI dos pedidos de patentes depositados durante a vigência da Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001, o requerente deverá apresentar o comprovante de cadastro ou de autorização de que trata este artigo. Art. 39. O Termo de Compromisso será firmado entre o usuário e a União, representada pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente. Parágrafo único. O Ministro de Estado do Meio Ambiente poderá delegar a competência prevista no caput. Art. 40. O Termo de Compromisso deverá prever, conforme o caso: I - o cadastro ou a autorização de acesso ou remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado; II - a notificação de produto ou processo oriundo do acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado, de que trata a Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001; e III - a repartição de benefícios obtidos, na forma do Capítulo V desta Lei, referente ao tempo em que o produto desenvolvido após 30 de junho de 2000 oriundo de acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado tiver sido disponibilizado no mercado, no limite de até 5 (cinco) anos

141 anteriores à celebração do Termo de Compromisso, subtraído o tempo de sobrestamento do processo em tramitação no CGen. Art. 41. A assinatura do Termo de Compromisso suspenderá, em todos os casos: I - a aplicação das sanções administrativas previstas na Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001, e especificadas nos arts. 16 a 19 e 21 a 24 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005, desde que a infração tenha sido cometida até o dia anterior à data da entrada em vigor desta Lei; e II - a exigibilidade das sanções aplicadas com base na Medida Provisória nº , de 23 de agosto de 2001, e nos arts. 16 a 19 e 21 a 24 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de o O Termo de Compromisso de que trata este artigo constitui título executivo extrajudicial. 2 o Suspende-se a prescrição durante o período de vigência do Termo de Compromisso. 3 o Cumpridas integralmente as obrigações assumidas no Termo de Compromisso, desde que comprovado em parecer técnico emitido pelo Ministério do Meio Ambiente: I - não se aplicarão as sanções administrativas de que tratam os arts. 16, 17, 18, 21, 22, 23 e 24 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005; II - as sanções administrativas aplicadas com base nos arts. 16 a 18 do Decreto nº 5.459, de 7 de junho de 2005, terão sua exigibilidade extinta; e III - os valores das multas aplicadas com base nos arts. 19, 21, 22, 23 e 24 do Decreto n o 5.459, de 7 de junho de 2005, atualizadas monetariamente, serão reduzidos em 90% (noventa por cento) do seu valor. 4 o O usuário que tiver iniciado o processo de regularização antes da data de entrada em vigor desta Lei poderá, a seu critério, repartir os benefícios de acordo com os termos da Medida Provisória nº , de 23 de agosto de o O saldo remanescente dos valores de que trata o inciso III do 3 o será convertido, a pedido do usuário, pela autoridade fiscalizadora, em obrigação de executar uma das modalidades de repartição de benefícios não monetária, previstas no inciso II do caput do art. 19 desta Lei. 6 o As sanções previstas no caput terão exigibilidade imediata nas hipóteses de:

142 I - descumprimento das obrigações previstas no Termo de Compromisso por fato do infrator; ou II - prática de nova infração administrativa prevista nesta Lei durante o prazo de vigência do Termo de Compromisso. 7 o A extinção da exigibilidade da multa não descaracteriza a infração já cometida para fins de reincidência. Art. 42. Havendo interesse das partes, com o intuito de findar questões controversas e eventuais litígios administrativos ou judiciais, poderão ser aplicadas as regras de regularização ou adequação, conforme a hipótese observada, ainda que para casos anteriores à Medida Provisória n o 2.052, de 29 de junho de Parágrafo único. No caso de litígio judicial, respeitadas as regras de regularização ou adequação previstas nesta Lei, a União fica autorizada a: I - firmar acordo ou transação judicial; ou II - desistir da ação. Art. 43. Permanecem válidos os atos e decisões do CGen referentes a atividades de acesso ou de remessa de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado que geraram produtos ou processos em comercialização no mercado e que já foram objeto de regularização antes da entrada em vigor desta Lei. 1 o Caberá ao CGen cadastrar no sistema as autorizações já emitidas. 2 o Os acordos de repartição de benefícios celebrados antes da entrada em vigor desta Lei serão válidos pelo prazo neles previstos. Art. 44. Ficam remitidas as indenizações civis relacionadas a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado das quais a União seja credora. Art. 45. O pedido de regularização previsto neste Capítulo autoriza a continuidade da análise de requerimento de direito de propriedade industrial em andamento no órgão competente. CAPÍTULO IX DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 46. As atividades realizadas sobre patrimônio genético ou sobre conhecimento tradicional associado que constarem em acordos internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e promulgados, quando utilizadas para os fins dos referidos acordos internacionais, deverão ser efetuadas em

143 conformidade com as condições neles definidas, mantidas as exigências deles constantes. Parágrafo único. A repartição de benefícios prevista no Protocolo de Nagoia não se aplica à exploração econômica, para fins de atividade agrícola, de material reprodutivo de espécies introduzidas no País pela ação humana até a entrada em vigor desse Tratado. Art. 47. A concessão de direito de propriedade intelectual pelo órgão competente sobre produto acabado ou sobre material reprodutivo obtido a partir de acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado fica condicionada ao cadastramento ou autorização, nos termos desta Lei. Art. 48. Ficam extintas, no âmbito do Poder Executivo, Funções Comissionadas Técnicas, criadas pelo art. 58 da Medida Provisória n o , de 6 de setembro de 2001, nos seguintes quantitativos por nível: I - 33 (trinta e três) FCT-12; e II - 53 (cinquenta e três) FCT-11. Parágrafo único. Ficam criados os seguintes cargos em comissão Grupo- Direção e Assessoramento Superiores - DAS, destinados à unidade que exercerá a função de Secretaria Executiva do CGen: I - 1 (um) DAS-5; II - 3 (três) DAS-4; e III - 6 (seis) DAS-3. Art. 49. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias da data de sua publicação oficial. Art. 50. Fica revogada a Medida Provisória n o , de 23 de agosto de Brasília, 20 de maio de 2015; 194 o da Independência e 127 o da República. DILMA ROUSSEFF Jose Eduardo Cardozo Joaquim Vieira Ferreira Levy Kátia Abreu Armando Monteiro Nelson Barbosa Tereza Campello João Luiz Silva Ferreira Aldo Rebelo

144 Francisco Gaetani Patrus Ananias Miguel Rossetto Nilma Lino Gomes

145 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH CARTA DE ANUÊNCIA Nós, lideranças NOME DO GRUPO SOCIAL PESQUISADO, localizada no município de CIDADE, ESTADO, participantes da pesquisa intituda desenvolvida pelo pesquisador, discente do Programa de p6s Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH) do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) Campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), temos pleno conhecimento da pesquisa proposta, bem como declaramos ser de nosso interesse a livre participação junto a mesma., de de 20 Assinatura de todos os líderes comunitários Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

146 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA COM O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE PESQUISA Declaro estar ciente do compromisso firmado com a execução do projeto intitulado vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental no campus III da UNEB - Universidade do Estado da Bahia, que será desenvolvido na forma apresentada e aprovada pelo CEP da Universidade do Estado da Bahia sempre orientado pelas normativas que regulamentam a atividade de pesquisa., de de 20 Nome e Assinatura do Orientador Nome e Assinatura do Orientando Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

147 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR DE INGRESSO EM TERRA INDÍGENA O pesquisador NOME DO DISCENTE assume o compromisso de somente iniciar a pesquisa intitulada -após a autorização da Presidência da FUNAI - Fundação Nacional do Índio - para entrada em terra indígena conforme estabelece a Instrução normativa nº 001/PRES/ FUNAI. Da mesma maneira a coleta de dados da pesquisa de campo nas terras indígenas, localizada no município de CIDADE E ESTADO, somente terá início após o termino do processo de avaliação ética do CEP/CONEP. O pesquisador seguirá todos os requisitos éticos previstos, e por se tratar de pesquisa com povos indígenas obedece à Resolução CNS nº 304 de 2000 que dispõe a cerca da pesquisa sobre Populações Indígenas, Resolução CNS nº 510 de 2016 que dispõe sobre as Normas Aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais e Resolução CNS nº 466 de 2012 que prevê a minimização de possíveis riscos na pesquisa com seres humanos, acatando todas as orientações e exigências do Sistema CEP/CONEP., de de 20 Nome e Assinatura do Discente Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

148 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH PARECER DE MÉRITO CIENTÍFICO DA PESQUISA À coordenação do Programa de Pesquisa em Ciências Aplicadas e Educação do CNPQ O pesquisador NOME DO DISCENTE, vem através desse documento solicitar o Parecer de Mérito Científico para realização do projeto de pesquisa intitulado, vinculado ao Programa de Pós- Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental no campus III da UNEB Universidade do estado da Bahia. O projeto pretende DESCREVER OBJETIVOS. FALAR SOBRE O GRUPO SOCIAL EM ESTUDO O pesquisador seguirá todos os requisitos éticos previstos, e por se tratar de pesquisa com povos indígenas obedece à Resolução CNS nº 304 de 2000 que dispõe a cerca da pesquisa sobre Populações Indígenas, Resolução CNS nº 510 de 2016 que dispõe sobre as Normas Aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais e Resolução CNS nº 466 de 2012 que prevê a minimização de possíveis riscos na pesquisa com seres humanos, acatando todos as orientações e exigências do Sistema CEP/CONEP. Atenciosamente, de de 20 Nome e assinatura do discente Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

149 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH À presidência da FUNAI SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE INGRESSO EM TERRA INDIGENA O pesquisador NOME, vem através desse documento solicitar o ingresso no Território Indígena: NOME DA ETNIA, no município de CIDADE DA ETINIA, para realização do projeto de pesquisa intitulado, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental no campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que será executado segundo as normativas que regulamentam a atividade de pesquisa envolvendo seres humanos. A gravação das entrevistas e paisagens sonoras estão previstas para PERÍODO DA PESQUISA. O pesquisador responsável pode ser contatado através do telefone, , ou ainda, pessoalmente no ENDEREÇO COM CEP E CIDADE. Juazeiro / / ASSINATURA DO PESQUISADOR Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

150 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O Sr.(a) está sendo convidado(a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: TÍTULO DO PROJETO Pesquisador Responsável: Orientador: Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)/CAMPUS III Telefones para contato: PPGEcoH (74) ramal 270 / Pesquisador: Neste estudo temos como OBJETIVOS: Geral: Específicos: O motivo do estudo (JUSTIFICATIVA): Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos metodológicos: Sobre os Riscos e Benefícios: sugestão Os riscos da pesquisa são mínimos, entretanto devido a coleta de informações e por se tratar de uma pesquisa de memória utilizando entrevistas em profundidade, poderá haver durante a execução da mesma possível desconforto emocional e/ou de possíveis riscos psicossociais, incômodos decorrentes das lembranças de momentos de tristeza de sua vida. Para reduzir efeitos e condições que possam vir a causar algum dano, a sua identidade será preservada, sendo vedada a publicação de qualquer imagem e som, sem a sua autorização prévia. Nenhum outro pesquisador terá acesso aos dados com as informações fornecidas nesta pesquisa. O/a senhor(a) tem garantia expressa de liberdade em recusar responder questões que lhe causem desconforto emocional e/ou constrangimento durante as entrevistas. Em relação aos benefícios da pesquisa, o projeto não prevê desenvolvimento de pesquisa com potencial econômico, portanto não haverá repartição de benefícios econômicos. Sua participação é voluntária e não haverá nenhum gasto ou remuneração resultante dela. A partir dos resultados da pesquisa e de maneira a devolver a comunidade o retorno social desse estudo, a pesquisa prevê a produção de um site/blog que abrigará o resultado do processo cartográfico, com as entrevistas e demais registros previamente autorizados, convertidos em uma versão digital em DVD-ROM e/ou E-BOOK para cada entrevistado/a participante da pesquisa, também prevê a divulgação através da Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227 1 de 4

151 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH produção de artigos científicos, livros e/ou comunicações em eventos científicos como congressos e simpósios, desde que previamente autorizada pelos/as participantes e lideranças da comunidade. Sobre as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da cooperação com a pesquisa realizada, o pesquisador se compromete a cobrir gastos referentes a transporte e a alimentação do(a) participante, quando for o caso. Também fica expresso o direito do(a) participante de pleitear indenização(a) como reparação a danos imediatos ou futuros, garantida em lei, decorrentes da sua participação na pesquisa; o participante da pesquisa receberá a assistência integral e imediata, de forma gratuita, pelo tempo que for necessário, em caso de danos decorrentes da pesquisa. Os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, regulamentado pela Resolução CNS nº 510 de 2016, que trata das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, e que a violação de qualquer um dos direitos assegurados nesta Resolução é passível de indenização pelo pesquisador à comunidade. Informações de Nomes, Endereços e Telefones dos Responsáveis pelo Acompanhamento da Pesquisa, para Contato em Caso de Dúvidas Pesquisador Responsável: endereço completo com CEP, telefone, Comitê de Ética em Pesquisa- CEP/UNEB Rua Silveira Martins, 2555, Cabula. Salvador-BA. CEP: Tel.: cepuneb@uneb.br. O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegiado interdisciplinar e independente, que deve existir nas instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos/as participantes da pesquisa, visando a salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar dos mesmos. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa CONEP SEPN 510 NORTE, BLOCO A 3º ANDAR, Edifício Ex-INAN - Unidade II - Ministério da Saúde CEP: ASA NORTE, Brasília-DF Tel: (61) , conep@saude.gov.br. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) está diretamente ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), tendo como principal atribuição o exame dos aspectos éticos das pesquisas que envolvem seres humanos, elabora e atualiza as diretrizes e normas para a proteção dos participantes de pesquisa e coordena a rede de Comitês de Ética em Pesquisa das instituições. Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227 2 de 4

152 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH O (a) senhor (a) receberá uma via deste termo onde consta o contato do pesquisador e instituições que acompanham esta pesquisa, para que possa tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Consentimento Pós-Esclarecido Declaro que, após ter sido devidamente esclarecido(a) pelo pesquisador(a) sobre os objetivos, benefícios da pesquisa e riscos de minha participação na pesquisa intitulada, e ter entendido o que me foi explicado, concordo em participar sob livre e espontânea vontade, como voluntário consinto que os resultados obtidos sejam apresentados e publicados em eventos e artigos científicos desde que com minha autorização prévia e assinarei este documento em duas vias sendo uma destinada ao pesquisador e outra a via que a mim. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade. Declaro, portanto, que concordo com a minha participação no projeto de pesquisa acima descrito. Assinatura do Participante de pesquisa/representante legal Assinatura do pesquisador responsável LOCALIDADE, de de. Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227 3 de 4

153 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH TERMO DE CONFIDENCIALIDADE Assumimos o compromisso de preservar a privacidade e a identidade dos participantes da pesquisa intitulada cujos dados serão coletados através de entrevista narrativa e depoimentos na LOCALIDADE, com a utilização dos dados única e exclusivamente para execução do presente projeto. Os resultados serão divulgados de forma anônima, assim como os termos de consentimento livre e esclarecido guardados na secretaria do Programa de Pós Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da Universidade do Estado da Bahia pelo período de 05 (cinco) anos sob a responsabilidade do pesquisador NOME DO DISCENTE. Após este período, os dados serão destruídos., de de 20 NOME E ASSINATURA DO DISCENTE Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

154 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH TERMO DE COMPROMISSO ÉTICO DE PATENTE E CONHECIMENTO TRADICIONAL O pesquisador assume o compromisso de não patentear, nem usar para fins comerciais, o conhecimento tradicional adquirido em campo e catalogado; Todo conhecimento levantado será utilizado somente conforme os objetivos propostos pela pesquisa intitulada, e conforme o consentimento da comunidade. A Pesquisa se desenvolverá em conformidade com a lei federal nº de 2015 e obedece a Resolução CNS nº 466 de 2012, de pesquisa com seres humanos, a Resolução CNS nº 304 de 2000 que dispõe a cerca da pesquisa sobre Populações Indígenas e a Resolução CNS nº 510 de 2016 que dispõe sobre as Normas Aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais., de de 20 Assinatura do pesquisador Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

155 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH TERMO DE CONCORDÂNCIA COM O PROJETO DE PESQUISA TITULO DO PROJETO Pelo presente termo, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), com endereço atual para recebimento de correspondência na Av. Edgard Chastinet s/n Bairro São Geraldo, Juazeiro/BA CEP: , aqui representado pelos Pesquisadores: Professor Orientador portador do RG nº - SSP/, CPF, residente e o discente portador do RG nº - SSP/, CPF, residente e a Comunidade NOME DA COMUNIDADE aqui representado por NOME DO LÍDER, portador do RG nº: SSP/ e do CPF de n o : residindo estão cientes e concordam com a realização do projeto de pesquisa intitulado TÍTULO DA PESQUISA nas seguintes condições: ENTIDADE PROMOTORA: Universidade do Estado da Bahia DTCS - Campus III 1. Dos objetivos da Pesquisa DESCREVER OS OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS. 2. Da forma como vai ser conduzida a pesquisa DESCREVER OS MÉTODOS 3. Da duração e cronograma da pesquisa INSERIR CRONOGRAMA PASSO TRABALHO DE MESES PERÍODO: JANEIRO de 2013 a DEZEMBRO Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

156 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH Pesquisa na literatura Desenvolvimento do calendário de entrevistas e pré-testes Trabalho e campo: seleção de informantes Entrevistas Transcrição das entrevistas Observação participante Análise das entrevistas Análise dos protocolos de observação Análise e publicação de resultados parciais Estabelecer relações dos resultados com a literatura pesquisada Relatório final e publicações Defesa 4. Da utilização do conhecimento tradicional associado, da propriedade e da publicação dos resultados da pesquisa. 4.1 O projeto de pesquisa propõe-se como objetivo COLOCAR APENAS O GERAL. O levantamento consiste na realização de estudos, através da tradição oral para reconhecimento e entendimento das tradições culturais. 4.2 As informações sobre DIZER QUE CONHECIMENTO VAI SER ACESSADO poderão ser publicadas pelos pesquisadores, desde que cumpra os seguintes requisitos: Caso nos manuscritos a ser publicados inclua-se algum conhecimento tradicional, se deve dar acesso ao manuscrito integral em português aos líderes da comunidade, para Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

157 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH que estes, no máximo de 30 dias, possam exercer o direito de impedir, a seu critério, a divulgação de qualquer informação que integre ou constitua conhecimento tradicional. As organizações e/ou associações se manifestarão por escrito comunicando seu consentimento ou identificando as partes não autorizadas para sua publicação; As publicações que envolvam direta ou indiretamente conhecimento tradicional associado devem conter advertência explicitando que depende de consentimento prévio esclarecido do Povo/Comunidade COLOCAR O NOME; e autorização prévia do CGEM/MMA para qualquer utilização comercial das informações contidas na publicação; As publicações deverão indicar claramente a origem dos conhecimentos tradicionais a que tenham tido acesso, mencionando o povo, a comunidade envolvida e o nome dos referidos recursos naturais. 4.3 Em qualquer caso de publicação, os pesquisadores envolvidos no projeto obrigam-se a consignar destacadamente a colaboração do Povo/comunidade NOME DO GRUPO SOCIAL, bem como a remeter pelo menos um exemplar de cada edição a cada uma das organizações envolvidas, um exemplar à comunidade diretamente envolvida no projeto de pesquisa. Entende-se por publicação pelo presente termo de anuência, livros, artigos em periódicos e coletâneas, relatórios, laudos, gravações, vídeos, teses ou dissertações aprovadas e quaisquer obras de acesso público em meio impresso e/ou digital. 4.4 É vedada por qualquer das partes a utilização comercial de informações derivadas dos conhecimentos tradicionais associados sem prévia autorização do órgão competente (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético - CGEN), salvo pelos próprios detentores dos referidos conhecimentos tradicionais. 5. Dos impactos ambientais, sociais e culturais da pesquisa. 5.1 Com a realização do projeto de pesquisa, não se prevê a ocorrência de impactos ambientais, já que não serão coletados animais vivos. Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

158 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH 5.2 Tampouco deverá haver impactos sociais ou culturais na comunidade NOME DO GRUPO SOCIAL pois não será alterada significativamente qualquer rotina doméstica e/ou prática cultural, assim como também não haverá interferência nas relações familiares ou de parentesco. 6. Da repartição de benefícios 6.1 Como o projeto de pesquisa se propõe, pela primeira vez, um estudo mais amplo sobre os saberes e fazeres na comunidade estudada, não implicando desenvolvimento de pesquisa com potencial econômico, não haverá repartição de benefícios econômicos. 6.2 Os benefícios que trará o desenvolvimento deste projeto são: Fortalecer o conhecimento sobre a identidade cultural do grupo, a luta e a garantia do seu território, seu modo de vida, viabilizando projetos que busquem reforçar esta identidade A área da NOME DO GRUPO SOCIAL no Bioma Caatinga é desconhecida quanto a dados sobre o uso da fauna/flora/cultura ou outro. Logo, o conhecimento desses dados é importante do ponto de vista ecológico e será de grande relevância para a ciência. 7. Compromisso dos proponentes. 7.1 O Pesquisador assume o compromisso de: Entregar 1 (uma) cópia da publicação da pesquisa a comunidade diretamente envolvida no projeto de pesquisa. Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

159 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH Formatar um documento resumido e em linguagem simplificada dos resultados da pesquisa, a ser entregue até quatro meses após a conclusão da redação final da pesquisa à comunidade/povo diretamente envolvidos no projeto de pesquisa Apresentar à comunidade/povo em linguagem simplificada e com auxilio de todos os meios didáticos disponíveis, os resultados da pesquisa. Tendo lido e concordado com os termos anteriormente estabelecidos, assinam os anuentes o presente instrumento, em duas vias., de de 20. Pesquisador Responsável Professor Orientador Líder da Comunidade / povo Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

160 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH TERMO DE COMPROMISSO PARA USO DE UMAGEM, DE SOM E DE SOM DE VOZ DE INDÍGENAS Eu, NOME DO DISCENTE, aluno do PPGECcoH, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), portador do RG nº, órgão expedidor/uf e CPF nº, coordenador da pesquisa intitulada: como requisito para ingresso na Terra Indígena dos NOME DA ETNIA localizada no município CIDADE E ESTADO, conforme Processo Funai nº NUMERO DO PROCESSO DA FUNAI, no período de a, com a finalidade de realizar registros fotográficos, sonoros e audiovisuais, para fins da referida pesquisa, COMPROMETO -ME A: 1. Respeitar os usos e tradições indígenas e abster-me de proceder a exigências constrangedoras excessivas ou abusivas para com os indígenas, submetendo-me às disposições da Constituição Federal de 1988, da Lei Federal nº de Estatuto do Índio, da Portaria nº177/pres/funai de 2006 e da Lei nº de 1998; 2. Não veicular qualquer informação ou adotar procedimento que atente contra a autonomia, a honra e a dignidade individual ou coletiva dos povos indígenas envolvidos, que promova visões preconceituosas ou estereotipadas sobre esses povos ou que estimule o ódio, a intolerância ou o etnocentrismo; 3. Utilizar os registros fotográficos, sonoros e audiovisuais exclusivamente para fins do projeto de pesquisa intitulado ; 4. Não fazer nenhum uso do material coletado para além dos objetivos anuídos pelos indígenas retratados, em conformidade com o Processo Funai nº / ; Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

161 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH 5. Remeter à Assessoria de Acompanhamento aos Estudos e Pesquisas - AAEP/FUNAI, em duas vias, monografia, relatórios, artigos, livros, gravações, imagens e outras produções oriundas da pesquisa ou do projeto; 6. Remeter à FUNAI documento original de Termo de Licença de Uso de Imagem firmado com os indígenas retratados ou seus representantes, durante o período autorizado pela Funai para o ingresso em terra indígena. O descumprimento das condições estabelecidas neste Termo de Compromisso, em conformidade com a CF/88, Art. 5º, e com a Portaria nº 177/PRES/FUNAI/2006, sujeita o infrator às sanções previstas na legislação vigente, bem como ao cancelamento da Autorização de Ingresso em Terra Indígena por parte da FUNAI-MJ. Qualquer outra utilização do material coletado, para além do objeto deste Termo de Compromisso, inclusive para exploração econômica, deverá ser objeto de novo processo de autorização junto ao indígena ou ao povo indígena, retratados e à Fundação Nacional do Índio., de de 20 NOME E ASSINATURA DO DISCENTE Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, S/N, Bairro São Geraldo, Juazeiro-BA, CEP: s: ecohumanadtcs@gmail.com - TELEFAX:(0xx74) / Ramal:227

162 INSTRUÇÃO NORMATIVA ICMBIO/IBAMA Nº 01, DE 08 DE DEZEMBRO DE 2014 Estabelece procedimentos entre o ICMBio e o IBAMA para o manejo e a conservação de espécies da fauna silvestre brasileira. O PRESIDENTE DO INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE -- ICMBio e o PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso das atribuições que lhes são conferidas respectivamente pelas Estruturas Regimentais aprovadas pelo Decreto no 7.515, de 08 de julho de 2011, e pelo Decreto no 6.099, 26 de abril de 2007,e pelas Portarias no 304, de 28 de março de 2012, e no 222, de 29 de junho de 2012, ambas da Ministra de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Considerando que o órgão responsável pelos programas nacionais de conservação de espécies da fauna silvestre brasileira é o ICMbio e o órgão responsável pela gestão dos recursos faunísticos no âmbito da União é o IBAMA; Considerando a necessidade de estabelecer procedimentos no âmbito das competências do ICMBio e do IBAMA, para a atuação integrada e ampliada dos dois órgãos no manejo e na conservação de populações naturais e cativas de espécies da fauna silvestre brasileira; Considerando o que consta nos processos nº / do ICMBio e n / do IBAMA, resolvem: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art.1º Estabelecer, no âmbito do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, os procedimentos para o uso compartilhado de informações e para a complementaridade das ações no que se refere ao manejo e à conservação da fauna silvestre. Parágrafo único. O uso compartilhado de informações abrangerá o seu aproveitamento para o licenciamento ambiental e para o controle sobre os recursos faunísticos exercidos pelo IBAMA e para as ações de autorização, monitoramento e conservação da biodiversidade promovidas pelo ICMBio. CAPÍTULO II DAS DEFINIÇÕES: Art. 2º Para fins desta Instrução Normativa, entende-se por: I - Espécie ameaçada de extinção: espécie constante na Lista Brasileira Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção publicada pelo Ministério do Meio Ambiente; II - Programa de Manejo Populacional de espécies Ameaçadas: programa aprovado por ato normativo do ICMBio, para a conservação ex situ e in situ de espécies ameaçadas de extinção, e que visa o revigoramento demográfico e genético da espécie, em consonância com as diretrizes e ações previstas nos Planos de Ação Nacionais para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção - PAN; III - Planos de Ação Nacionais para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção - PAN: instrumentos de gestão aprovados por ato normativo do ICMBio, construídos de forma participativa, a serem utilizados para o ordenamento das ações para a conservação de seres vivos e ambientes naturais, com um objetivo definido em escala temporal; IV - Planos de Manejo de Fauna em Vida Livre: instrumentos de gestão aprovados pelo IBAMA a serem utilizados no ordenamento das ações para o manejo da fauna silvestre não ameaçada de extinção em vida livre visando o uso ou o controle populacional das espécies da fauna silvestre ou exótica, bem como ações para retorno à natureza, introdução, reintrodução e monitoramento. Parágrafo único. As listas das espécies objeto dos programas e planos previstos nesse artigo estarão disponíveis nas páginas eletrônicas dos Institutos.

163 CAPÍTULO III DOS PROCEDIMENTOS RELATIVOS AO MANEJO DAS POPULAÇÕES CATIVAS Art. 3º A destinação de animais apreendidos em ações federais de fiscalização ambiental, resgatados ou entregues voluntariamente será estabelecida pelo IBAMA. 1º A destinação de espécimes de espécies ameaçadas de extinção que pertençam a Programa de Manejo Populacional de Espécies Ameaçadas, dar-se-á conforme indicado pelo ICMBio no prazo de 15 (quinze) dias contados da comunicação do IBAMA. 2º Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem manifestação, o IBAMA destinará os animais para instituições previamente indicadas pelo ICMBio. 3º O ICMBio poderá propor ao IBAMA protocolos para destinação de espécies ameaçadas de extinção. 4º A ratificação do protocolo pelo IBAMA vincula sua adoção e aplicação pelos Centros de Triagem. 5º O IBAMA, sempre que julgar pertinente, poderá consultar o ICMBio nos demais casos. 6º O disposto neste artigo também se aplica às autorizações de transporte e autorizações de exportação, importação e reexportação de animais pertencentes às espécies ameaçadas de extinção. CAPÍTULO IV DOS PROCEDIMENTOS RELATIVOS AOS PLANOS DE AÇÃO NACIONAIS DE CONSERVAÇÃO Art. 4º O ICMBio deve comunicar ao IBAMA o resultado da avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira, informando a relação das espécies avaliadas e as respectivas categorias de risco de extinção. 1º O IBAMA avaliará quais espécies não ameaçadas de extinção, objeto de exploração, requerem a adoção de medidas para prevenir a deterioração do estado de conservação. 2º O ICMBio e o IBAMA poderão elaborar e implementar, em conjunto, planos de ação para as espécies identificadas conforme o parágrafo anterior. 3º A elaboração seguirá o rito estabelecido pelo ICMBio, sendo a aprovação do plano por ato conjunto entre os entes. Art. 5º Os PAN serão utilizadas como subsídios à avaliação de impactos e proposição de medidas de mitigação no âmbito de processos de licenciamento ambiental que envolvam impactos significativos às espécies ameaçadas de extinção. 1º O IBAMA poderá solicitar manifestação técnica ao ICMBio para detalhamento ou esclarecimento de informação relacionada à conservação da espécie. 2º O ICMBio encaminhará a manifestação técnica no prazo de até 60 (sessenta) dias. Art. 6º O planejamento anual de proteção ambiental e o planejamento da gestão da fauna pelo IBAMA devem considerar as ações previstas nos PAN. 1º O IBAMA poderá solicitar manifestação técnica ao ICMBio para detalhamento ou esclarecimento de informação relacionada à conservação da espécie. 2º O ICMBio encaminhará a manifestação técnica no prazo de até 30 (trinta) dias. CAPÍTULO V MANEJO DE FAUNA EM VIDA LIVRE Art.7º Caberá ao IBAMA a coordenação dos Planos de Manejo de Fauna em Vida Livre de que trata o artigo 2. 1º O IBAMA solicitará manifestação do ICMBio quando as populações alvo do manejo ocorram em unidades de conservação federais e respectivas zonas de amortecimento. 2º Poderá o IBAMA instituir comitê técnico de manejo e monitoramento de espécies, com a participação do ICMBio e demais instituições de importância estratégica.

164 Art. 8º A implementação das ações previstas nos Planos de Manejo de Fauna em Vida Livre ou nos PAN que envolvam coleta, captura, abate, transporte, retorno à natureza, introdução, reintrodução e monitoramento das espécies da fauna silvestre dependerão de prévia autorização a ser solicitada por meio do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBIO. 1º O ICMBio será o responsável pela homologação final dos pareceres quando a ação envolver espécie ameaçada de extinção ou atividades em Unidades de Conservação federais ou respectivas zonas de amortecimento. 2º O IBAMA será o responsável pela homologação final dos pareceres nos demais casos, conforme norma específica de operação do SISBIO. Art. 9º A avaliação da solicitação para efeito da concessão de autorizações previstas no artigo 8 será fundamentada na verificação dos seguintes critérios: I - Natureza das áreas previstas para a execução das ações solicitadas; II - Estado de conservação das espécies alvo das atividades solicitadas e das demais espécies com ocorrência nas áreas previstas para a execução das ações solicitadas, baseado nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, sobre-explotadas ou ameaçadas de sobreexplotação; III - Interferências, potenciais ou efetivas, sobre as populações estabelecidas nas áreas previstas para a execução das ações solicitadas; e IV - Tamanhos populacionais estimados. Art. 10. A autorização para as atividades mencionadas no artigo 8 terá prazo de validade equivalente ao previsto no cronograma de atividades do Plano de Manejo de Fauna em Vida Livre. Parágrafo único. A autorização será revalidada anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do SISBIO no prazo de até 30 (trinta) dias a contar da data do aniversário de emissão da autorização. Art. 11. Deverão constar no relatório de atividades das autorizações previstas para as atividades mencionadas no artigo 8 : I - Lista dos municípios com indicação das áreas ou localidades onde foram realizadas as atividades autorizadas, com indicação das coordenadas geográficas no nível de precisão disponível ao responsável técnico; II - Discriminação dos componentes da biodiversidade brasileira registrados por meio de coleta, captura, marcação e demais formas de registro, por ocasião da realização das atividades autorizadas, no nível de identificação taxonômica que o responsável técnico tenha conseguido alcançar; III - Indicação dos destinos do material coletado, quando pertinente; e IV - Publicações disponíveis decorrentes da realização das atividades autorizadas, em formato eletrônico. 1º Poderão ser solicitadas complementações às informações prestadas nos relatórios e, em caso de recusa de complementação ou falta de resposta a tal solicitação, a autorização poderá ser suspensa, assim como o responsável técnico, que não poderá obter novas autorizações até que as pendências sejam sanadas. 2º O IBAMA e o ICMBio terão amplo e irrestrito acesso aos dados dos relatórios de que trata o caput. CAPÍTULO VI DOS PROCEDIMENTOS RELATIVOS AO COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES Art.12. O ICMBio disponibilizará ao IBAMA informações geradas sobre espécies da fauna, especialmente mapas de distribuição geográfica ou de distribuição potencial e registros de ocorrência sistematizados.

165 Parágrafo único. Caberá ao ICMBio estabelecer a nomenclatura taxonômica a ser utilizada para os fins desta Instrução Normativa. Art. 13. Os dados relativos à fauna silvestre oriundos dos estudos, programas de monitoramento e procedimentos de resgate de fauna vinculados ao licenciamento ambiental federal serão depositados no SISBIO. Parágrafo Único. Os dois órgãos terão amplo e irrestrito acesso aos dados de que trata o caput. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 14. A troca de expedientes e documentos entre o IBAMA e o ICMBio se dará, exclusivamente, entre os Diretores, preferencialmente por meio eletrônico. Parágrafo único. Nos casos relativos à destinação de animais apreendidos, resgatados ou entregues voluntariamente ao IBAMA, a troca de expedientes se dará diretamente entre os responsáveis pelos Centros de Triagem de Animais Silvestres - CETAS do IBAMA e pelos Centros de Pesquisa e Conservação do ICMBio. Art.15. As Autarquias deverão promover os ajustes necessários em seus atos normativos internos para dar fiel cumprimento ao disposto nesta Instrução Normativa. Parágrafo Único. O ICMBio e o IBAMA, no prazo de 12 (doze) meses, farão as adequações necessárias nos Sistemas SISBIO e Sistema Integrado de Gestão Ambiental - SIGA para compartilhamento dos dados de que trata o caput do art. 13. Art.16. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. ROBERTO RICARDO VIZENTIN Presidente do ICMBio VOLNEY ZANARDI JÚNIOR Presidente do IBAMA DOU 19/12/2014 SEÇÃO 01 PÁGINA 253

166 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03, DE 01 DE SETEMBRO DE Fixa normas para a utilização do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBio, na forma das diretrizes e condições previstas nesta Instrução Normativa, e regulamenta a disponibilização, o acesso e o uso de dados e informações recebidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade por meio do SISBio. (Processo nº / ). O PRESIDENTE SUBSTITUTO DO INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE - INSTITUTO CHICO MENDES, no uso das atribuições que lhe confere o art. 21, Anexo I, do Decreto nº 7.515, de 8 de julho de 2011, publicado no Diário Oficial da União do dia subsequente, que aprovou a Estrutura Regimental do Instituto Chico Mendes e deu outras providências, e nomeado pela Portaria nº 119, de 23 de abril de 2013, da Ministra de Estado do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial da União de 26 de abril de 2013, Considerando as disposições das Leis nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto- Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967; Decretos nº , de 2 de maio de 1988, nº , de 1º de outubro de 1990, nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, nº 3.607, de 21 de setembro de 2000, e nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Portarias nº 236, de 08 de agosto de 2008, nº 318, de 24 de junho de 2010; Decreto nº 7.515, de 8 de julho de 2011; Leis nº , de 28 de agosto de 2007, nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nº , de 16 de abril de 2003, nº , de 18 de novembro de 2011; Instrução Normativa do IBAMA nº 154, de 1º de março de 2007; Instrução Normativa do ICMBio nº 33, de 23 de agosto de 2013; e o disposto nos Processos nº / e nº / ; Considerando a necessidade de aprimorar a gestão da informação sobre biodiversidade para subsidiar, técnica e cientificamente, a formulação de políticas públicas e o planejamento de ações que visem promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade; Considerando a necessidade de regulamentação para o acesso e uso, por servidores do ICMBio e pela sociedade, dos dados e informações custodiados por esse Instituto por meio do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBio; e Considerando as contribuições da comunidade científica ao conteúdo do capítulo referente à disponibilização, ao acesso e ao uso de dados e informações recebidos pelo ICMBio por meio do SISBio; resolve:

167 CAPÍTULO I - DO OBJETO E DA ABRANGÊNCIA Art. 1º Fixar normas para a utilização do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SISBio, na forma das diretrizes e condições previstas nesta Instrução Normativa, e regulamentar a disponibilização, o acesso e o uso de dados e informações recebidos pelo ICMBio por meio do SISBio. Art. 2º O Comitê de Assessoramento Técnico do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - CAT/SISBio, instituído pela Portaria MMA nº 236 de 08 de agosto de 2008, terá como atribuição auxiliar o ICMBio na avaliação e no aprimoramento do SISBio. Art. 3º Fixar norma sobre a realização das seguintes atividades, com finalidade científica ou didática, no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona econômica exclusiva: I - coleta de material biológico; II - captura ou marcação de animais silvestres in situ; III - manutenção temporária de espécimes de fauna silvestre em cativeiro; IV - transporte de material biológico; e V - realização de pesquisa em unidade de conservação federal ou em cavidade natural subterrânea. 1º As atividades com finalidade didática previstas no caput restringem-se àquelas executadas no âmbito do ensino superior. 2º Esta Instrução Normativa não se aplica à coleta e ao transporte de material biológico de espécies: I - domesticadas ou cultivadas, exceto quando relacionados às pesquisas realizadas em unidades de conservação federal de domínio público; e II - silvestres exóticas em condição ex situ. Art. 4º Instituir o registro voluntário para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico. Parágrafo único. O registro voluntário não isenta da necessidade de obtenção de autorização para coleta de vegetais hidróbios. Art. 5º O acesso ao componente do patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, bem como a remessa de amostra de componente do patrimônio genético,

168 mesmo que prescindam de autorização de coleta, necessitam de autorização específica concedida nos termos da legislação vigente. CAPÍTULO II - DAS DEFINIÇÕES Art. 6º Para os fins previstos nesta Instrução Normativa, considera-se: I - Autorização: ato administrativo discricionário pelo qual o ICMBio autoriza o interessado a realizar as atividades previstas no art. 3º, mediante apresentação de projeto específico; II - Captura: deter, conter ou impedir, temporariamente, por meio químico ou mecânico, a movimentação de um animal, seguido de soltura; III - Centro Depositário para Fins de Patentes: coleção de materiais biológicos objetos de pedidos de patente ou que sejam essenciais para a realização prática de objetos de pedidos de patente, e cujos depósitos tenham sido apresentados aos escritórios de patentes como complementação da sua descrição; IV - Coleção Biológica Científica: coleção brasileira de material biológico devidamente tratado, conservado e documentado de acordo com normas e padrões que garantam segurança, acessibilidade, qualidade, longevidade, integridade e interoperabilidade dos dados da coleção, pertencente à instituição científica com objetivo de subsidiar pesquisa científica ou tecnológica e a conservação ex situ; V - Coleção de Serviço: coleção de material biológico certificado devidamente tratado e conservado de acordo com normas e padrões que garantam a autenticidade, pureza e viabilidade, bem como a segurança e o rastreamento do material biológico e das informações associadas; VI - Coleta: obtenção de organismo silvestre animal, vegetal, fúngico ou microbiano, seja pela remoção do indivíduo do seu hábitat natural, seja pela colheita de amostras biológicas; VII - Instituição Científica: instituição brasileira de ensino e pesquisa ou de pesquisa que desenvolva atividades de pesquisa de caráter científico ou tecnológico; VIII - Licença Permanente: ato administrativo vinculado pelo qual o ICMBio faculta ao pesquisador o direito de realizar a captura, a coleta e o transporte de material biológico de espécies da fauna silvestre por período indeterminado, desde que atendidos os requisitos previstos nesta Instrução Normativa; IX - Material Biológico: organismos ou partes destes; X - Material Biológico Consignado: organismos ou partes destes registrados em uma coleção biológica científica;

169 XI - Pesquisador: profissional graduado ou de notório saber, que desenvolva atividades de ensino ou pesquisa, vinculado à instituição científica; XII - Substrato: material orgânico ou inorgânico sobre o qual o organismo cresce, ou ao qual está fixado, apoia-se ou desenvolve-se; e XIII - Transporte: deslocamento de material biológico no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva. CAPÍTULO III - DAS AUTORIZAÇÕES E DA LICENÇA PERMANENTE Art. 7º As autorizações para a execução das atividades previstas no art. 3º, com finalidade científica, deverão ser solicitadas pelo pesquisador por meio do SISBio. 1º O pesquisador deverá: I - cadastrar e manter atualizados os seguintes dados: a) nome, CPF, endereço para correspondência e endereço eletrônico; b) identificação da instituição científica à qual está vinculado ou pela qual foi indicado; e c) currículo na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. II - apresentar projeto de pesquisa contendo objetivos, descrição das atividades a serem executadas, metodologias, indicação dos táxons que serão coletados, capturados, marcados ou transportados; indicação do destino previsto para o material coletado, indicação das áreas, épocas escolhidas; se haverá acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, assim como outras informações pertinentes à atividade a ser executada; e III - informar nome e CPF dos membros da sua equipe, que constarão na autorização. 2º A composição da equipe poderá ser alterada, a qualquer tempo, por meio do SISBio. 3º Os membros da equipe, exceto auxiliares de campo e condutores de veículos, deverão estar cadastrados no SISBio. 4º A indicação dos táxons poderá ser substituída pela indicação do substrato quando não for possível desassociar o material biológico do substrato durante a coleta. 5º Poderá ser concedida autorização ao pesquisador aposentado ou autônomo, desde que indicado, formalmente, por instituição científica pública ou privada.

170 Art. 8º As autorizações para a execução das atividades previstas no art. 3º, com finalidade didática, no âmbito do ensino superior, deverão ser solicitadas pelo professor por meio do SISBio. 1º O professor deverá: I - cadastrar e manter atualizados os seguintes dados: a) nome, CPF, endereço para correspondência e endereço eletrônico; b) identificação da instituição de ensino ou pesquisa a qual está vinculado; c) currículo na Plataforma Lattes do CNPq. II - apresentar ementa da disciplina, nome e CPF dos professores e técnicos envolvidos na disciplina, descrição básica das atividades a serem executadas, metodologias, indicação dos táxons que serão coletados, capturados, marcados ou transportados; indicação do destino previsto para o material coletado, indicação das áreas e épocas escolhidas para as atividades. 2º Professores e técnicos envolvidos na disciplina deverão estar cadastrados no SISBio. 3º A autorização concedida ao professor contempla os alunos matriculados na disciplina. 4º A indicação dos táxons poderá ser substituída pela indicação do substrato quando não for possível desassociar o material biológico do substrato durante a coleta. Art. 9º A avaliação do pedido para efeito da concessão de autorizações previstas nos artigos 7º e 8º será fundamentada na observação dos seguintes aspectos: I - natureza da área a ser estudada; II - estado de conservação das espécies baseado nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, sobre-explotadas ou ameaçadas de sobre-explotação; III - instrumentos de captura; e IV - tamanhos populacionais estimados. Parágrafo único. O CAT/SISBio será ouvido sobre os limites máximos de coleta de espécimes para efeito de concessão de autorização automatizada. Art. 10. Prescindem de autorização as seguintes atividades, exceto quando realizadas em unidade de conservação ou cavidade natural subterrânea:

171 I - observação e gravação de imagem ou som; II - coleta e transporte de fezes, regurgitações, pêlos, penas e dentes, quando não envolver a captura de espécime; e, III - coleta e transporte de material botânico, fúngico e microbiológico, exceto quando se tratar de vegetais hidróbios ou espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção. 1º A exceção prevista no caput deste artigo não se aplica à categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN e às áreas de domínio privado em Área de Proteção Ambiental APA (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). 2 - Para realização das atividades mencionadas no caput, em áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN ou Área de Proteção Ambiental APA, é estimulada a solicitação de autorização por meio do SISBio (incluído pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). 3º No caso da coleta e do transporte previstos no inciso III, o interessado poderá, voluntariamente, registrar-se junto ao SISBio e obter comprovante para eventual apresentação à fiscalização (renumerado de 2 para 3 pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Art. 11. A licença permanente para a execução das atividades previstas nos incisos I, II e IV do art. 3º poderá ser solicitada por pesquisador com título de doutor ou equivalente, reconhecido no Brasil, e vínculo empregatício efetivo com instituição científica. 1º O pesquisador deverá: I - cadastrar e manter atualizados os seguintes dados no SISBio: a) nome, CPF, endereço para correspondência e endereço eletrônico; b) identificação da instituição científica à qual está vinculado ou pela qual foi indicado; e c) currículo na Plataforma Lattes do CNPq. II - especificar os grupos taxonômicos pretendidos, compatíveis com a sua produção científica; e III - especificar os destinos do material a ser coletado.

172 2º A licença permanente será válida enquanto durar o vínculo empregatício do pesquisador com a instituição científica à qual ele estava vinculado por ocasião da solicitação. 3º A licença de que trata o caput deste artigo também será concedida a pesquisador aposentado, desde que formalmente indicado como colaborador por instituição científica pública ou privada. 4º A licença dispensa a autorização para as atividades citadas no caput deste artigo. Art. 12. A licença permanente não é válida para: I - coleta ou transporte de espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção; II - manutenção temporária de espécimes de fauna silvestre em cativeiro; III - recebimento ou envio de material biológico ao exterior; e IV - realização de pesquisa em unidade de conservação federal ou em cavidade natural subterrânea. Parágrafo único. A exceção prevista no caput deste artigo não se aplica às categorias Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN e às áreas de domínio privado em Área de Proteção Ambiental APA (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Art. 13. A licença permanente tem caráter pessoal e intransferível. 1º O pesquisador titular da licença permanente, quando acompanhado, deverá registrar a expedição de campo no SISBio e informar nome e CPF dos membros da sua equipe, bem como dados da expedição, que constarão no comprovante de registro de expedição para eventual apresentação à fiscalização. 2º Os membros da equipe, exceto auxiliares de campo e condutores de veículos, deverão estar cadastrados no SISBio. 3º O pesquisador titular da licença poderá credenciar, por ocasião do registro de expedição de campo, um membro da equipe para representá-lo no caso de sua ausência. 4º Quando o pesquisador titular da licença, excepcionalmente, realizar coleta na companhia de colaboradores fortuitos, deverá anotar no verso da sua licença, previamente à coleta, o nome e o CPF desses colaboradores, e registrar essa coleta no SISBio até 30 dias após o retorno à sua instituição.

173 5º A coleta na companhia de colaboradores fortuitos não caracteriza uma expedição de campo. 6º O pesquisador titular da licença permanente será responsável pelos atos dos membros da equipe informada. Art. 14. A licença permanente e as autorizações previstas nesta Instrução Normativa não eximem o interessado da necessidade de cumprir as obrigações previstas em outros instrumentos legais, bem como do consentimento do responsável pela área, pública ou privada, onde será realizada a atividade. Parágrafo único. Para execução de pesquisa científica em Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Extrativista deverá ser ouvido o Conselho Deliberativo da Unidade. Art. 15. A licença permanente e as autorizações não poderão ser utilizadas para fins comerciais, industriais, esportivos ou para realização de atividades inerentes ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos. 1º Autorizações para as atividades previstas no art. 3º poderão ser concedidas, excepcionalmente, a profissionais com vínculo empregatício com empresas que atuem na área ambiental ou por ela contratados, quando visar: I - a definição de áreas destinadas à conservação da natureza; II - a elaboração, implementação e revisão de zoneamento ecológico-econômico; III - a elaboração, implementação e revisão de plano de manejo ou de proteção de unidade de conservação; IV - a geração de informações visando subsidiar a gestão de unidades de conservação, quando no interesse de seus gestores; ou V - inventário florestal em unidade de conservação para subsidiar a elaboração de plano de manejo florestal sustentável. 2º A realização de atividades inerentes ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos está sujeita a autorização específica do órgão licenciador. Art. 16. O ICMBio deverá determinar, para concessão de autorização ou licença permanente, a substituição de métodos que causem dor ou sofrimento aos animais quando existirem métodos alternativos que possibilitem atingir os objetivos propostos e que sejam comprovadamente eficazes para as espécies contempladas na solicitação (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015).

174 Parágrafo único. Poderá ser solicitada ao pesquisador a apresentação do parecer do Comitê de Ética no Uso de Animais da instituição a qual está vinculado o projeto, quando se julgar necessário para a análise da solicitação de autorização ou licença permanente (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Art. 17. A participação de pessoa natural ou jurídica estrangeira nas atividades descritas no art. 3º deverá ser autorizada pelo órgão brasileiro responsável pela política nacional científica e tecnológica, exceto os casos previstos em legislação específica. CAPÍTULO IV - DOS PROCEDIMENTOS EM CAMPO Art. 18. O titular de licença ou autorização e os membros da sua equipe deverão: I - optar por métodos de coleta e instrumentos de captura direcionados, sempre que possível, ao grupo taxonômico de interesse, evitando morte ou dano significativo a outros grupos; e II - empregar esforço de coleta ou captura que não comprometa a viabilidade de populações do grupo taxonômico de interesse em condição in situ. Parágrafo único. As instituições científicas que realizam coleta de um mesmo grupo taxonômico numa mesma localidade serão estimulados a otimizarem essa atividade e a avaliarem, em conjunto, eventual impacto sinérgico dessa coleta sobre as populaçõesalvo. Art. 19. A coleta imprevista de material biológico ou de substrato não contemplado na autorização ou na licença permanente deverá ser anotada na mesma, em campo específico, por ocasião da coleta. 1º O transporte do material biológico ou do substrato a que se refere o caput deste artigo deverá ser acompanhado da autorização ou da licença permanente com a devida anotação. 2º A coleta a que se refere o caput deste artigo deverá ser comunicada no relatório de atividades. 3º O material biológico coletado, conforme previsto no caput, deverá ser destinado à instituição científica. Art. 20. Ao final do projeto, o interessado deverá retirar da localidade onde executou as atividades de campo todos os objetos, utensílios e equipamentos utilizados. CAPÍTULO V - DO DESTINO DO MATERIAL COLETADO Art. 21. O material biológico coletado, quando for o caso, deverá ser depositado em coleção biológica científica.

175 Parágrafo único. O depósito de material biológico para fins de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado obedecerá à legislação específica. Art. 22. O depósito de material microbiológico poderá ser feito em coleção nacional de serviço ou em centro depositário, quando necessário, depositado pela instituição de vínculo do pesquisador em coleção de referência sediada no exterior. Art. 23. A manutenção temporária de espécimes de vertebrados silvestres em cativeiro para experimentação científica fica condicionada a apresentação das condições em que os espécimes serão mantidos, quando a manutenção não se der em zoológico ou criadouro científico. 1º O ICMBio poderá solicitar, mediante justificativa, as informações previstas no caput deste artigo para autorizar a manutenção temporária de invertebrados silvestres em cativeiro. 2º Não será autorizada por meio do SISBio a manutenção de animais silvestres em cativeiro com finalidade científica com previsão superior a 24 meses (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). CAPÍTULO VI - DO TRANSPORTE, RECEBIMENTO E ENVIO DE MATERIAL BIOLÓGICO Art. 24. A licença permanente e as autorizações de coleta abrangem a autorização de transporte de material biológico não consignado, com finalidade científica, entre as localidades de coleta e as instituições destinatárias informadas na solicitação. 1º Caso a instituição destinatária não esteja prevista na licença permanente ou na autorização, deverá ser solicitada sua inclusão na autorização por meio do SISBio. 2º Fica dispensado de autorização o transporte de material biológico não consignado no País, com finalidade científica, oriundo de espécies da fauna silvestre, nos casos previstos no inciso II do art. 10. Art. 25. Prescinde de autorização o recolhimento e o transporte de animais encontrados mortos, para aproveitamento científico ou didático, desde que os animais sejam destinados à instituição científica. 1º O cidadão deverá obter, sempre que possível, boletim de ocorrência junto à autoridade policial para efeito de eventual fiscalização. 2º A instituição científica deverá manter registro da entrega do animal. 3º Para projetos de pesquisa científica que envolvam a coleta sistemática de dados ou material biológico de animais encontrados mortos, é estimulada a solicitação de

176 autorização por meio do SISBio (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Art. 26. O envio de material biológico para o exterior obedecerá legislação específica. CAPÍTULO VII - DOS RELATÓRIOS E PRAZOS Art. 27. A licença permanente e as autorizações serão concedidas dentro do prazo de 45 dias úteis após o envio da solicitação por meio de formulário específico disponível no SISBio. Parágrafo único. A consulta ao Conselho Deliberativo de Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Extrativista poderá estender o prazo para concessão de autorização. Art. 28. A autorização terá prazo de validade equivalente ao previsto no cronograma de atividades do projeto. 1º. A autorização será revalidada anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do SISBio no prazo de até 30 dias a contar da data do aniversário de emissão da autorização. 2º Deverá ser apresentado relatório final de atividades no prazo de até 30 dias depois de expirada a validade da autorização (incluído pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Art. 29. A licença permanente deverá ser revalidada anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do SISBio no prazo de até 30 dias após o aniversário de emissão da licença permanente. Art. 30. Os pesquisadores que realizarem registros voluntários para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico são estimulados a apresentar relatório de atividades. Art. 31. As seguintes informações constarão do relatório de atividades com finalidade científica: I - lista dos municípios com indicação das áreas ou localidades onde houve coleta, captura ou marcação, com indicação das coordenadas geográficas no nível de precisão disponível; II - discriminação do material biológico coletado, capturado ou marcado no nível de identificação taxonômica que o pesquisador tenha conseguido alcançar; III - indicação dos destinos do material coletado; e

177 IV - publicações disponíveis decorrentes da coleta, captura, marcação e das pesquisas realizadas, preferencialmente em formato eletrônico. Parágrafo único. O relatório de atividade decorrente de pesquisa realizada em unidades de conservação ou cavidades naturais subterrâneas deverá conter, também, resultados preliminares da pesquisa e, sempre que disponível, informações relevantes ao manejo da unidade ou cavidade subterrânea e à proteção das espécies. Art. 32. As seguintes informações constarão do relatório de atividades, com finalidade didática: I - lista dos municípios com indicação das áreas ou localidades onde houve coleta, captura ou marcação, com indicação das coordenadas geográficas na precisão que for possível alcançar; e II - discriminação do material biológico coletado no nível taxonômico que o pesquisador tenha conseguido alcançar. Art. 32-A. Em caso de não atendimento ou atendimento incompleto aos artigos 31 e 32 da presente Instrução Normativa, poderão ser solicitados ajustes ou informações complementares ao relatório de atividades (incluído pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). Parágrafo único. O titular da autorização ou licença permanente terá prazo de 60 dias para realizar as complementações solicitadas ou justificar a não realização (incluído pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015). CAPÍTULO VIII - DA DISPONIBILIZAÇÃO, ACESSO E USO DOS DADOS E INFORMAÇÕES Art. 33. Os autores de dados e informações, ao inseri-los no SISBio, autorizam a custódia dos mesmos pelo ICMBio, nos termos desta Instrução Normativa. 1º Dados e informações que constem nas autorizações, licenças e comprovantes concedidos por meio do SISBio são públicos e poderão ser disponibilizados a partir de sua concessão, ressalvadas informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. 2º Os dados e informações inseridos nos relatórios do SISBio serão enquadrados nas seguintes categorias: I - "sem restrição": são aqueles para os quais o autor não solicitou qualquer prazo de carência ou cujo prazo solicitado já foi finalizado e, portanto, seu acesso público e publicação, em formato analógico ou digital, não possui qualquer restrição;

178 II - "em carência": são aqueles para os quais o período de carência solicitado pelo autor encontra-se vigente e, portanto, a restrição ao acesso e publicação é temporária e necessária para garantir o tratamento, a análise e utilização em publicação original por parte dos seus autores; 3º Os autores de dados e informações, ao inseri-los nos relatórios do SISBio, poderão selecionar um período de carência de até 05 (cinco) anos para sua publicização. O ICMBio se responsabilizará pela não divulgação dos dados ao público em geral durante o período de carência informado. 4º Dados e informações em carência poderão ser utilizados por servidores do ICMBio para realizar planejamento de ações visando a gestão de unidades de conservação, o uso sustentável de recursos naturais e a conservação da biodiversidade. Art. 34. Dados ou informações custodiados pelo ICMBio em período de carência e produtos que os tenham utilizado não poderão ser publicados, de forma direta ou indireta, sem a autorização formal de seus autores. 1º O caput deste artigo não se aplica a produtos de análise e síntese gerados pelo ICMBio agrupados em nível taxonômico igual ou superior a Classe. 2º Quando os dados resultarem de pesquisas alvo de contrato firmado pelo ICMBio com pessoas físicas ou jurídicas, essa autorização é dispensada, salvo se especificado diferentemente no contrato. 3º A disponibilização de dados ou informações em período de carência por servidores do ICMBio a terceiros somente poderá ocorrer mediante a assinatura de Termo de Compromisso, ou equivalente, em que os mesmos se comprometam a cumprir o regramento determinado nesta Instrução Normativa. Art. 35. O ICMBio poderá restringir temporariamente a divulgação de dados ou informações recebidas por meio do SISBio, visando a proteção de espécies ou a segurança da sociedade ou do Estado. 1º Caberá ao CAT/SISBio auxiliar o ICMBio na definição de critérios para a restrição temporária mencionada no caput. 2º Poderão ser encaminhadas indicações de espécies ao ICMBio pelas Sociedades Científicas que compõem o CAT/SISBIO, ou por órgãos governamentais, com a devida fundamentação, para consideração da adoção da restrição temporária prevista no caput. Art. 36. O ICMBio é responsável por organizar e disponibilizar os dados e informações prestados pelos autores, cabendo ao usuário do sistema aferir a confiabilidade, integralidade e atualidade do material disponibilizado.

179 Art. 37. Os autores de publicações que tenham utilizado qualquer dado ou informação recebido pelo ICMBio por meio do SISBio deverão citar o(s) autor(es) provedor(es) dos mesmos, a não ser quando especificado de forma diferente pelo autor provedor. 1º O ICMBio deverá disponibilizar os nomes dos autores dos dados e informações recebidos por meio do SISBio, quando de sua publicização. 2º O SISBIO/ICMBio deverá ser citado como fonte. 3º Os autores de publicações que tenham utilizado qualquer dado ou informação recebido pelo ICMBio por meio do SISBio são responsáveis pela citação da autoria dos mesmos. Art. 38 Os usuários, internos ou externos, ao fazerem acesso e uso dos dados ou informações custodiados pelo ICMBio e por ele disponibilizados, assumem sua concordância com os termos desta Instrução Normativa. Art. 39. Os dados já inseridos no SISBio previamente à publicação desta Instrução Normativa seguirão o regramento nela contido. CAPÍTULO IX - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Art. 40. O titular de autorização ou de licença permanente, assim como os membros de sua equipe, quando da violação do disposto nesta Instrução Normativa ou em legislação vigente, ou quando da inadequação, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição do ato, poderá, mediante decisão motivada, ter a autorização ou licença suspensa ou cancelada pelo ICMBio, e estará sujeito às sanções previstas na legislação vigente. 1º O titular da autorização ou licença, assim como membros de sua equipe, ficam impedidos de obter novas autorizações ou licenças até que a situação que gerou a suspensão ou revogação seja solucionada. Art. 41. O titular de autorização ou de licença permanente que deixar de apresentar o relatório nos prazos previstos nos artigos 28 e 29, ou não realizar as complementações solicitadas pelo ICMBio previstas no artigo 32-A, ficará impedido de obter novas autorizações, licenças ou comprovantes de registro de expedição e ser incluído como membro de equipe até que essas pendências sejam sanadas (redação dada pelas Retificações publicadas no DOU de 16/06/2015 e DOU de 28/08/2015). Parágrafo único. As autorizações e licenças permanentes serão suspensas quando não forem atendidas as complementações ao relatório solicitadas pelo ICMBio nos termos do artigo 33, até que essas pendências sejam sanadas (redação dada pela Retificação publicada no DOU de 16/06/2015).

180 Art. 42. O servidor do ICMBio que disponibilizar ou utilizar dados ou informações em desacordo com o regramento determinado nesta Instrução Normativa responderá administrativamente por sua utilização indevida. CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 43. As solicitações para as atividades previstas no art. 3º poderão ser submetidas à análise por consultores ad hoc. Art. 44. Reconsideração sobre licença permanente ou autorização indeferida será submetida à instância que indeferiu a solicitação. Parágrafo único. Caso o indeferimento se mantenha, o recurso poderá ser submetido ao Comitê de Conciliação, assessorado por consultores ad hoc ou pelo CAT/SISBio. Art. 45. Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade - DIBIO do ICMBio, e, quando necessário, assessorado por consultores ad hoc ou pelo CAT/SISBio. Art. 46. A licença permanente e as autorizações previstas nesta Instrução Normativa não eximem o cumprimento das demais legislações vigentes. Art. 47. Fica revogada a Instrução Normativa ICMBio nº 33, de 23 de agosto de 2013, publicada no Diário Oficial da União nº 164, de 26 de agosto de 2013, seção 1, pág. 71. Art. 48. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. MARCELO MARCELINO DE OLIVEIRA

181 SISTEMA DE AUTORIZAÇÃO E INFORMAÇÃO EM BIODIVERSIDADE - SISBIO MANUAL DO USUÁRIO

182 2015. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 4ª Edição. Agosto de As informações contidas neste Manual não substituem o previsto na legislação em vigor.

183 É permitida a reprodução parcial ou total deste Manual, desde que citada a fonte.

184 CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Cláudio Carrera Maretti (Presidente) Diretoria de Conservação da Biodiversidade (Dibio) Marcelo Marcelino de Oliveira (Diretor) Coordenação Geral de Pesquisa (CGPEq) Kátia Torres Ribeiro (Coordenadora) Equipe de Desenvolvimento do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) Equipe Técnica Cinthya Córdova, Eliane Barros de Carvalho, Igor Demetrius Alencar, Luiz Fernando Pinheiro, Rafael Dias Evangelista, Rayldo Simeão dos Reis, Rodrigo Silva Pinto Jorge (Coordenador), Ryan Seiji Takahashi Tainah Guimarães e Tatiana Rezende Rosa Equipe de Informática Laplace Gomide Júnior, Joseilson de Assis Costa (Coordenador) Elaboração do Manual Cristiane Gomes Barreto, Helena Krieg Boscolo, Isabel Schimdt Belloni, Marília Marques Guimarães Marini e Otávio Borges Maia Revisão 3ª Edição - Otávio Borges Maia 4ª Edição Eliane Barros de Carvalho

185 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 1 BASE LEGAL... 3 CAT SISBIO... 5 PESQUISADOR... 6 PESQUISADOR BRASILEIRO NO EXTERIOR... 6 PESQUISADOR VINCULADO AO ICMBIO... 7 PESQUISADOR APOSENTADO OU AUTÔNOMO... 7 PESQUISADOR ESTRANGEIRO... 8 Anuência do ICMBio para Expedição Científica Casos Especiais PESQUISADORES PORTUGUESES CURRÍCULO LATTES Caso eu não tenha currículo Lattes, o que devo fazer? INSTITUIÇÃO CIENTÍFICA CONSULTORIA AMBIENTAL MATERIAL ZOOLÓGICO EXCEÇÕES AUTORIZAÇÃO DE ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO ACESSO AO SISBIO SENHA DE ACESSO INCLUSÃO DE SOLICITAÇÃO TIPOS DE SOLICITAÇÃO AUTORIZAÇÃO PARA ATIVIDADES COM FINALIDADE CIENTÍFICA AUTORIZAÇÃO PARA ATIVIDADES COM FINALIDADE DIDÁTICA NO ÂMBITO DO ENSINO SUPERIOR LICENÇA PERMANENTE PARA COLETA DE MATERIAL ZOOLÓGICO Justificativa para a licença permanente Registro de expedição de campo... 25

186 COMPROVANTE DE REGISTRO PARA COLETA DE MATERIAL BOTÂNICO, FÚNGICO E MICROBIOLÓGICO ANUÊNCIAS ATIVIDADES AUTORIZADAS VEGETAIS HIDRÓBIOS DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES COLETA E TRANSPORTE DE ESPÉCIMES DA FAUNA SILVESTRE IN SITU COLETA E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS IN SITU COLETA E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EX SITU CAPTURA DE ANIMAIS SILVESTRES IN SITU MANUTENÇÃO TEMPORÁRIA (ATÉ 24 MESES) DE VERTEBRADOS SILVESTRES EM CATIVEIRO MANUTENÇÃO TEMPORÁRIA (ATÉ 24 MESES) DE INVERTEBRADOS SILVESTRES EM CATIVEIRO PESQUISA EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL Pesquisa socioambiental Observação e gravação de imagem ou som Levantamento de dados abióticos PESQUISA EM CAVIDADE NATURAL SUBTERRÂNEA ACESSO AO PATRIMÔNIO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO MARCAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES IN SITU COLETA DE MATERIAL BOTÂNICO, FÚNGICO OU MICROBIOLÓGICO DADOS DO PROJETO SUBSTRATO TÁXON TÁXONS X ATIVIDADES MATERIAL E MÉTODOS X TÁXONS DADOS BÁSICOS LOCAL DENTRO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL FORA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL DESTINO DO MATERIAL... 43

187 INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE EQUIPE CRONOGRAMA ÁREA DE CONHECIMENTO ANEXOS SUBMETER PARA ANÁLISE EXTRATO DA SOLICITAÇÃO HISTÓRICO E PRAZOS SITUAÇÃO DA SOLICITAÇÃO IMPRESSÃO DE AUTORIZAÇÃO OU LICENÇA VIGÊNCIA DA AUTORIZAÇÃO E LICENÇA AUTORIZAÇÃO LICENÇA PERMANENTE FILTROS (DISTRIBUIÇÃO) AUTORIZAÇÕES AUTOMATIZADAS RELATÓRIO DE ATIVIDADES ACESSO E DISPONIBILIDADE DAS INFORMAÇÕES INFORMAÇÕES INICIAIS ATIVIDADE(S) LOCAL(IS) DAS ATIVIDADES INSTRUÇÕES PARA PREENCHER E IMPORTAR DADOS DE OCORRÊNCIA (PLANILHA) TÁXONS PREENCHER/IMPORTAR DADOS DE OCORRÊNCIA DE TÁXONS RESULTADOS/DISCUSSÃO INFORMAÇÕES PARA UC PUBLICAÇÕES E ANEXOS EXTRATO DO RELATÓRIO SUBMETER (CONCLUÍDO) INFORMAÇÕES INCOMPLETAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS COLETA IMPREVISTA E DE ANIMAIS MORTOS... 62

188 COLETA IMPREVISTA ANIMAIS ENCONTRADOS MORTOS COLETA DE MATERIAL PALEONTOLÓGICO COLETA DE ÁGUA E SOLO CENTROS ESPECIALIZADOS... 63

189 1 APRESENTAÇÃO O Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) é um sistema automatizado, interativo e simplificado de atendimento à distância e de informação, que visa melhorar o atendimento e a prestação de serviços junto aos pesquisadores. Por meio do preenchimento e envio de formulários eletrônicos pela Internet, pesquisadores de todo o Brasil poderão solicitar ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) autorizações e licenças para atividades com finalidade científica ou didática que envolvam o uso de recursos naturais ou o acesso a unidades de conservação federal. O Sisbio opera de forma descentralizada dando celeridade à tramitação das solicitações de autorizações. O sistema, que interage com a Plataforma Lattes do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disponibilizará, de forma sistematizada, informações relativas aos projetos de pesquisa em execução no país e propiciará aos órgãos ambientais e à sociedade o melhor aproveitamento do conhecimento produzido pelas pesquisas científicas em biodiversidade no desenvolvimento e subsídio à implementação de políticas públicas voltadas à gestão ambiental. As autorizações são concedidas por meio do Sisbio no prazo máximo de 45 dias úteis, dependendo do tipo de autorização. Este prazo poderá ser excedido quando as pesquisas forem realizadas em reservas extrativistas ou de desenvolvimento sustentável, onde o conselho deliberativo, integrado por representantes das comunidades locais, será consultado. As normativas (Instruções Normativas, Portarias e Norma de Execução) que integram o Sisbio são resultados de anos de trabalho e muitas discussões das quais participaram técnicos das diversas unidades do Ibama e ICMBio, pesquisadores e órgãos da administração pública. Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente delegou a competência de gerir o Sisbio para o ICMBio e instituiu o Comitê de Assessoramento Técnico do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (CAT-Sisbio). O comitê, de caráter consultivo e permanente, tem como a atribuição auxiliar o ICMBio na avaliação e aprimoramento do Sisbio. O CAT-Sisbio é composto por órgãos da administração pública e sociedades científicas. E, em 2014, foi publicada uma instrução normativa do âmbito do ICMBio, com as normas de uso deste Sistema.

190 2 Com o Sisbio informatizado, seus processos se tornaram mais céleres e uniformizados, além da facilidade de solicitação de autorização de pesquisas e retorno de informações. Estes são pontos importantes para manter uma boa gestão da informação, agregando cada vez mais conhecimentos importantes para a manutenção do meio ambiente. O Sistema apresenta os seguintes avanços em relação aos procedimentos anteriores à sua implementação: unificação das normas que tratavam do uso de recursos naturais e do acesso a unidades de conservação federal para fins científicos e didáticos; uniformização de procedimentos administrativos e otimização de recursos humanos; celeridade e transparência do processo de concessão de autorizações; regulamentação da licença permanente para coleta de material zoológico ou de recursos pesqueiros; implementação do registro voluntário para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico; anotação da coleta imprevista de material biológico ou de substrato não contemplado na autorização ou na licença; recolhimento de animais mortos para aproveitamento científico ou didático; sistematização de informações sobre a diversidade biológica brasileira a partir dos registros de coleta e de pesquisas executadas em unidades de conservação; estabelecimento de parcerias entre o ICMBio e os órgãos estaduais do meio ambiente.

191 3 BASE LEGAL A Constituição Federal de 1988 (Art. 225) preceitua que Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. No inciso II do mesmo artigo, a Constituição Federal preceitua que para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético. A Constituição Federal preceitua, ainda, que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Art. 23) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas e preservar as florestas, a fauna e a flora (incisos VI e VII). Sendo assim, a ação do ICMBio nos Estados, do Distrito Federal e Municípios é supletiva. De acordo com a Lei nº 6.938/1981, que institui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), o ICMBio é o órgão federal com a finalidade de executar e fazer executar a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas anteriormente. A Lei Complementar nº 140/2011 determina a competência dos Estados em controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre destinada à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7º (que seja: a competência da União em controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas). Os dispositivos em questão podem dar margem a diferentes interpretações. Desta forma, para dirimir eventuais dúvidas, foi formulada consulta à Procuradoria Federal Especializada do ICMBio, que manifestou entendimento de que não foi afastada a competência da União (no caso, do ICMBio) de emitir autorizações de coleta para pesquisa. O ICMBio, no cumprimento das suas finalidades e atribuições, e para executar suas ações, edita normas complementares (instruções normativas e portarias) das leis, dos decretos, dos tratados e das convenções internacionais, pertinentes à implantação, à gestão, à proteção, à fiscalização e ao monitoramento das unidades de conservação instituídas

192 4 pela União. Com base nesse objetivo, o ICMBio e, consequentemente, o Sisbio possui como fundamento as leis de concessão de autorização ou licença para a coleta de material biológico (Lei nº 5.197/1967; Lei nº 9.605/1998; Lei nº 9.985/2000; Decreto nº 4.340/2002; Lei nº /2012), de concessão de licença permanente aos cientistas das instituições nacionais que tenham, por lei, a atribuição de coletar material zoológico para fins científicos (Lei nº 5.197/1967), da prestação de informações sobre as atividades dos pesquisadores licenciados (Lei nº 5.197/1967; Decreto nº 6.514/2008), e do regramento para a participação de pesquisadores estrangeiros em expedições científicas no Brasil (Decreto nº /1990). O ICMBio não faz as Leis; essa ação compete à Presidência da República e ao Congresso Nacional. As instruções normativas do ICMBIo apenas regulamentam as Leis, ou seja, criam mecanismos para que sejam aplicados os preceitos legais. A Instrução Normativa ICMBio nº 03/2014, fixa normas para a utilização do Sisbio e regulamenta a disponibilização, o acesso e o uso de dados e informações recebidos pelo ICMBio por meio do Sisbio, atendendo às diretrizes e objetivos do Programa Nacional de Meio Ambiente, da Convenção sobre Diversidade Biológica, da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagem em Perigo de Extinção. A IN ICMBio nº 03/2014 unifica os instrumentos legais referentes às atividades de pesquisa que envolvem o uso dos recursos naturais e o acesso às unidades de conservação federais. A IN ICMBio nº 03/2014 revogou a Instrução Normativa n 33, de 23 de agosto de Antes da publicação da IN ICMBio nº 03/2014, a IN IBAMA nº 154/2007 regulamentava o uso do Sisbio, uma vez que o Sisbio havia sido criado no âmbito do IBAMA, no entanto, esta foi revogada pela IN IBAMA nº 03/2015.

193 5 CAT SISBIO Em agosto de 2008 o Ministério do Meio Ambiente reinstituiu o Comitê de Assessoramento Técnico do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (CAT-SISBIO) pela portaria MMA n 236/2008. E, de acordo com a IN ICMBio nº 03/2014, o CAT-SISBIO terá como atribuição auxiliar o ICMBio na avaliação e aprimoramento do SISIBIO. O Comitê tem como atribuições avaliar e propor critérios para concessão de autorização referente à pesquisa científica e didática, definir critérios para concessão de licença permanente, propor procedimentos para fiscalização relativa à atividade científica e propor uma política de uso e divulgação da informação. O CAT é composto por representantes, um titular e dois suplentes, do Ministério do Meio Ambiente (Coordenação do CAT), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Secretaria-Executiva do CAT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, Sociedade Botânica do Brasil - SBB, Sociedade Brasileira de Zoologia - SBZ, Sociedade Brasileira de Microbiologia - SBM, Sociedade Brasileira de Genética - SBG e Ministério da Saúde - MS. As reuniões do CAT-SISBIO são previamente agendadas e podem participar outras sociedades científicas e instituições que desempenham atividades pertinentes ao SISBIO.

194 6 PESQUISADOR Está apto a registrar solicitação de autorização ou licença no Sisbio o pesquisador definido como profissional graduado ou de notório saber, que desenvolva atividades de ensino ou pesquisa, vinculado FORMALMENTE à instituição científica brasileira. É considerado vinculado à instituição científica brasileira: a) pesquisador com contrato de trabalho, b) pesquisador bolsista de programa de professor visitante da Capes ou CNPq ou de programa de apoio ao docente recém-doutor, e c) alunos de programa de pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado). O pesquisador responsável pela solicitação (titular) deverá manter atualizado seu currículo na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bem como seus > Dados Cadastrais, > Dados Profissionais e > Vínculos Institucionais no Sisbio. O preenchimento desses cadastros é pré-requisito para submeter uma solicitação por meio Sisbio. O pesquisador titular deverá assentir o termo de compromisso apresentado durante o preenchimento da solicitação no Sisbio. Os membros da equipe do pesquisador titular, exceto auxiliares de campo e condutores de veículos, deverão estar cadastrados no Sisbio, mas não necessitam comprovar sua qualificação técnica. O Sisbio não exige o currículo Lattes dos membros da equipe, embora seja desejável que todos os profissionais o tenham. O graduando não pode ser titular da solicitação. Em projetos de iniciação científica, o orientador do aluno de graduação deve ser o titular da autorização, e o aluno deve compor a equipe. Poderão integrar a equipe do pesquisador titular, outros pesquisadores, inclusive aposentados e autônomos, técnicos de nível médio e alunos de graduação. O pesquisador titular será responsável pelos atos dos membros da equipe informada. PESQUISADOR BRASILEIRO NO EXTERIOR Pesquisador brasileiro vinculado a instituição estrangeira poderá integrar equipe de titular de autorização ou licença permanente (em "Registro de expedição"), ou poderá ser TITULAR de autorização desde que seja indicado, formalmente, por instituição científica nacional ou ser bolsista de agência de fomento brasileira. O documento deverá informar a ciência da instituição sobre os projetos ou atividades a serem executadas pelo pesquisador, indicando-o como colaborador, e deverá ser assinado por

195 7 ocupante de cargo de chefia da instituição (ex.: representante legal, chefe de unidade, chefe de departamento). Este documento deve ser digitalizado e anexado à solicitação no Sisbio. PESQUISADOR VINCULADO AO ICMBIO Serão concedidas autorizações e licenças aos pesquisadores vinculados ao ICMBio como servidores para execução de projetos de pesquisa. No registro de pesquisa desenvolvida por centro de pesquisa e conservação ou por unidades de conservação, deverá ser utilizado o nome do centro ou da UC como instituição vinculada, acompanhado do CNPJ específico do centrou ou UC, ou do CNPJ do ICMBio sede ( / ). De acordo com a Portaria ICMBio nº 318/2010, as UCs federais e centros de pesquisa e conservação não poderão emitir parecer ou homologar parecer sobre as próprias pesquisas ou sobre as pesquisas das quais participam como colaboradores (pesquisador titular ou membro de equipe). Sendo assim, o servidor ou o pesquisador titular, ao submeter a solicitação, deverá solicitar à coordenação do Sisbio, via , o cancelamento da distribuição da solicitação para a unidade operacional a qual o servidor está vinculado caso esta unidade operacional seja alvo das atividades registradas na solicitação. Nestes casos, a solicitação será analisada pela instância superior da unidade que teve a distribuição cancelada. As pesquisas desenvolvidas por UC serão analisadas pela CR a qual está vinculada, e as realizadas por centros de pesquisa serão analisadas pela Coordenação do Sisbio. PESQUISADOR APOSENTADO OU AUTÔNOMO Poderá ser concedida autorização ao pesquisador aposentado ou autônomo desde que indicado, formalmente, por instituição científica pública ou privada. O pesquisador aposentado poderá, também, ser titular de licença permanente desde que formalmente indicado como colaborador por instituição científica. Pesquisador autônomo não poderá ser titular de licença permanente. "Formalmente" significa que o pesquisador aposentado ou autônomo, para ser titular de autorização (ou de licença permanente, no caso dos aposentados), deverá anexar documento de indicação assinado por instituição científica pública ou privada na solicitação.

196 8 O documento deve informar a ciência da instituição sobre os projetos ou atividades a serem executadas pelo pesquisador aposentado ou autônomo, indicando-o como colaborador, e deve ser assinado por ocupante de cargo de chefia da instituição (ex.: representante legal, chefe de unidade, chefe de departamento). Os modelos de cartas para a indicação estão disponíveis no link: Pesquisador aposentado ou autônomo poderá ser incluído como membro da equipe de algum pesquisador titular de autorização ou de licença permanente. Organizações vinculadas ao terceiro setor (ex.: ONG, OSCIP) não poderão indicar pesquisadores autônomos para licença permanente. PESQUISADOR ESTRANGEIRO A participação de pessoa estrangeira nas atividades previstas na IN ICMBio nº 03/2014 deverá ser autorizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), exceto os casos especiais que dispensam a autorização. É vedado o exercício das atividades de coleta aos estrangeiros portadores de visto de turista ou de outro tipo de visto não compatível com a natureza dos trabalhos a serem desenvolvidos no Brasil As atividades de pesquisa desenvolvidas por pesquisador estrangeiro são reguladas pelo Decreto nº /1990, que dispõe sobre a coleta, por estrangeiro, DE DADOS, ESPÉCIMES BIOLÓGICOS E MINERAIS, DENTRE OUTROS MATERIAIS CIENTÍFICOS, no Brasil, bem como pela Portaria MCT nº 55/1990, e pela Resolução Normativa nº 82/2008, do Conselho Nacional de Imigração. Informações estão disponíveis no endereço eletrônico No Sisbio, o pesquisador estrangeiro poderá: Ser titular de autorização em decorrência de: vínculo empregatício efetivo com instituição científica brasileira; programa de professor visitante estrangeiro da Capes ou CNPq. programas de bolsas ou auxílio à pesquisa patrocinados pelo CNPq, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; Ser titular de licença permanente em decorrência de:

197 9 vínculo empregatício efetivo com instituição científica brasileira e experiência de coleta com o táxon solicitado, comprovada por meio do currículo Lattes (artigos publicados) Obs.: Se o estrangeiro for titular de autorização ou licença, deverá manter atualizado seu currículo na Plataforma Lattes do CNPq. Integrar equipe de titular de autorização ou licença em decorrência de: vínculo empregatício efetivo ou contrato de trabalho com instituição científica brasileira; programas de intercâmbio científico, vinculados a acordos de cooperação cultural, científica, técnica e tecnológica, firmados pelo Governo brasileiro; programas de organismos internacionais aprovados pelo Governo brasileiro; programas de bolsas ou auxílio à pesquisa patrocinados pelo CNPq, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; programa de professor visitante estrangeiro da Capes ou CNPq; participação em expedição científica sob autorização concedida pelo MCT na forma de portaria publicada no Diário Oficial da União. Obter comprovante de registro voluntário para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico em decorrência de: vínculo empregatício efetivo ou contrato de trabalho com instituição científica brasileira; programas de bolsas ou auxílio à pesquisa patrocinados pelo CNPq, Capes, Finep ou Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; programa de professor visitante estrangeiro da Capes ou CNPq. Para obter o comprovante de registro voluntário, o pesquisador estrangeiro deverá manter atualizado seu currículo na Plataforma Lattes do CNPq. De acordo com a IN ICMBio nº 03/2014, a coleta e o transporte de material botânico, fúngico e microbiológico prescindem de autorização exceto quando realizadas em unidade de conservação ou cavidade natural

198 10 subterrânea, ou quando visar à coleta de vegetais hidróbios ou espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção. Sendo assim, no caso da participação de pesquisador estrangeiro em expedição científica com o objetivo de coletar material botânico, fúngico e microbiológico, não se aplica a anuência do ICMBio. Entretanto, a fim de evitar que o pesquisador estrangeiro passe por eventual constrangimento pela ação de agentes de fiscalização, sugerimos que o pesquisador brasileiro (vinculado a instituição científica brasileira co-participante), ao registrar-se junto ao Sisbio a fim de obter comprovante de registro voluntário, informe o nome do pesquisador estrangeiro que o acompanhará, bem como o número identificador referente ao órgão da administração pública ou ao programa ao qual está vinculado. No registro de estrangeiro no Sisbio, será solicitado: número do passaporte; número identificador (ex. nº de processo administrativo, nº de matrícula, nº de registro) referente ao programa ao qual está vinculado (programas de intercâmbio científico, de organismos internacionais, de bolsas ou auxílio à pesquisa, de professor visitante estrangeiro). O registro deverá ser feito por meio do seguinte endereço: (clicar em novo cadastro). Feito o registro, o sistema gerará um número que identificará o estrangeiro no sistema. Esse número deverá ser mencionado em campo específico do formulário de solicitação de autorização do Sisbio (> Equipe) que deverá ser preenchido pela contraparte brasileira. Anuência do ICMBio para Expedição Científica O Decreto nº /1980 prescreve que as coletas ou pesquisas científicas que envolvam atividades reguladas por outras normas legais e regulamentares específicas, somente serão autorizadas mediante audiência prévia dos órgãos competentes para a aplicação dessa legislação, de acordo com os procedimentos estabelecidos em portaria do MCT. A anuência do ICMBio pertinente à participação de pesquisador estrangeiro sujeito a autorização concedida pelo MCT na forma de portaria publicada no Diário Oficial da União em expedição científica será a autorização concedida pelo Sisbio ao pesquisador titular vinculado à instituição científica brasileira co-participante e co-responsável pelas atividades de campo exercidas pelo estrangeiro. O pesquisador titular vinculado à instituição científica brasileira deverá:

199 11 remeter ao CNPq solicitação de autorização para participação de pesquisador estrangeiro em expedição científica; registrar a solicitação de autorização no Sisbio, citando o pesquisador estrangeiro como integrante da equipe; informar o número identificador do pesquisador estrangeiro no Sisbio, bem como o nº do processo administrativo instaurado pelo CNPq pertinente a sua participação em expedição científica; enviar ao CNPq a autorização concedida pelo Sisbio ao término do processo de análise da solicitação; a autorização substituirá a anuência do ICMBio. A autorização emitida pelo Sisbio trará a seguinte ressalva: A participação do(a) pesquisador(a) estrangeiro(a) nas atividades previstas nesta autorização depende de autorização expedida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (CNPq/MCT). Os pesquisadores estrangeiros sujeitos a autorização do MCT deverão executar as atividades autorizadas por meio do Sisbio acompanhados de pesquisadores brasileiros co-participantes do projeto de pesquisa. Casos Especiais Pesquisadores estrangeiros estão dispensados da autorização do MCT em decorrência de: vínculo empregatício efetivo ou contrato de trabalho com instituição brasileira de ensino superior e/ou de pesquisa (excluem-se as organizações do terceiro setor); programa de professor visitante estrangeiro da Capes ou CNPq; programas de bolsas ou auxílio à pesquisa patrocinados pelo CNPq, Capes, Finep ou Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; programas de intercâmbio científico, vinculados a acordos de cooperação cultural, científica, técnica e tecnológica, firmados pelo Governo brasileiro; programas de organismos internacionais aprovados pelo Governo brasileiro. A pedido das instituições estrangeiras interessadas, poderão ser expedidas cartas convite para pesquisadores estrangeiros realizarem coleta de material biológico ou de dados no Brasil, vinculados aos programas qualificados nos casos e. As cartas convites serão expedidas pelos

200 12 Ministérios ou por suas entidades vinculadas RESPONSÁVEIS PELOS PROGRAMAS de intercâmbio científico ou de organismos internacionais. Entende-se por entidades vinculadas as fundações, autarquias e empresas públicas. No caso dos programas de intercâmbio científico e de organismos internacionais, a participação do pesquisador estrangeiro se dará no âmbito de projeto de pesquisa aprovado por edital ou que componha o programa das instituições ou agências do governo brasileiro RESPONSÁVEIS PELOS PROGRAMAS (ex.: editais do CNPq). Nos casos, as cartas convite poderão ser expedidas pela agência pública de fomento responsável pela concessão de bolsa ou financiamento. Os consulados brasileiros foram instruídos pelo Ministério das Relações Exteriores a exigir dos pesquisadores estrangeiros que venham executar atividade científica no Brasil, um dos seguintes documentos para concessão do visto: Portaria de autorização publicada pelo MCT, para a modalidade de cooperação internacional "Expedição Científica"; Carta Convite, para os casos especiais e. Eventualmente, a unidade do ICMBio responsável pela análise da solicitação poderá exigir a apresentação de documentos que comprovem o vínculo do pesquisador estrangeiro com instituições ou programas. PESQUISADORES PORTUGUESES A despeito do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, promulgado pelo Decreto nº 3.927/2001, pesquisadores portugueses estão sujeitos ao Decreto nº /1980, que dispões sobre a coleta, por estrangeiros, de dados e materiais científicos no Brasil. Portanto, pesquisadores portugueses também estão sujeitos às mesmas análises que um pesquisador estrangeiro deve passar. Apesar de haver o tratado de amizade entre o Brasil e Portugal, pesquisadores portugueses não são considerados brasileiros equiparados (para fins de pesquisa), com isso, os mesmos devem enquadrar-se a mesma legislação de estrangeiros.

201 13 CURRÍCULO LATTES A Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é a base de dados de currículos e instituições das áreas de Ciência e Tecnologia. O Currículo Lattes proposto pelo CNPq vem sendo adotado por pesquisadores de todas as instituições de ensino e pesquisa. Através de um acordo firmado entre o ICMBio e CNPq, é possível acessar o currículo Lattes por meio do Sisbio. Quando o pesquisador informar o seu CPF no Sisbio, automaticamente o sistema recuperará o seu currículo na Plataforma Lattes do CNPq. O currículo Lattes é exigido do pesquisador titular de licença ou autorização. Todavia, todos os membros da equipe do pesquisador titular são incentivados a cadastrar-se na Plataforma Lattes. Eventuais problemas técnicos na Plataforma Lattes, sobre a qual o ICMBio não tem gerência, podem impedir a recuperação e visualização do currículo Lattes pelo Sisbio. Caso o pesquisador tenha currículo Lattes e, durante o seu cadastramento no Sisbio ocorra falha na captura do currículo, o pesquisador deverá informar o endereço do currículo Lattes de forma textual em um campo aberto (ex.: no campo Observações da tela de Vínculo Institucional) e submeter a solicitação normalmente. Caso eu não tenha currículo Lattes, o que devo fazer? Entre na página eletrônica do CNPq e cadastre seu currículo na Plataforma Lattes antes de acessar o Sisbio. INSTITUIÇÃO CIENTÍFICA A IN ICMBio nº 03/2014 define instituição científica como qualquer instituição brasileira de ensino e pesquisa ou de pesquisa que desenvolva atividades de pesquisa de caráter científico ou tecnológico (ex.: universidades e outras instituições de ensino superior, públicas ou privadas, institutos e centros de pesquisa, públicos ou privados). Organizações sem fins lucrativos e não governamentais que constituem o terceiro setor (ex.: ONG, OSCIP, fundações), podem ser enquadradas no conceito de instituição científica desde que o seu estatuto preveja o desenvolvimento de atividades de pesquisa de caráter científico ou tecnológico. Pesquisador com vínculo empregatício com organização do terceiro setor está apto a registrar solicitação de autorização ou licença no Sisbio desde que demonstrado o caráter científico da organização.

202 14 Empresas que possuam em seu contrato social o objetivo de realização de atividades de pesquisa também podem ser enquadradas no conceito de instituição científica. As organizações do terceiro setor e as empresas de consultoria ambiental deverão estar registradas no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental antes de solicitar uma autorização por meio do Sisbio. O pesquisador vinculado à organização ou empresa que não possua em seu estatuto, regimento ou contrato social o objetivo de realizar atividades de pesquisa, poderá ser indicado como colaborador por instituição científica pública ou privada, que se responsabilizará pelo acompanhamento das atividades do pesquisador autorizadas por meio do Sisbio. Eventualmente, a unidade do ICMBio responsável pela análise da solicitação poderá exigir a apresentação de cópia do estatuto da organização ou, do contrato social ou de documentação que comprove o vínculo empregatício do pesquisador com a instituição. Neste caso, estes documentos devem ser anexados à solicitação. As instituições científicas são co-responsáveis pelas atividades de caráter científico ou didático executados pelos seus pesquisadores e professores, devendo concorrer para o cumprimento da legislação ambiental. As instituições poderão ser responsabilizadas administrativa, civil e penalmente nos casos de eventual infração cometida pelos seus pesquisadores e professores. CONSULTORIA AMBIENTAL As autorizações e licenças permanentes concedidas a pesquisadores por meio do Sisbio não poderão ser utilizadas para fins comerciais, industriais, esportivos ou para realização de atividades inerentes ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos. Os estudos de impacto ambiental (EIAs), inventários ou diagnósticos realizados sob metodologias científicas, mesmo que subsidiem publicações científicas, monografias, dissertações ou teses, quando executados em áreas de influência de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, estão sujeitos a tratamento diferenciado e normas específicas. As autorizações para essas atividades NÃO devem ser solicitadas por meio do Sisbio. SE AS ATIVIDADES ESTÃO RELACIONADAS A SOLICITAÇÕES OU A CONDICIONANTES DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ELAS ESTÃO SUJEITAS A INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA N 146/2007.

203 15 SE AS ATIVIDADES FOREM INICIATIVAS DO EMPREENDIMENTO, OU DECORRENTES DE PARCERIAS ESTABELECIDAS ENTRE O EMPREENDEDOR E INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS, DEVERÃO SER SOLICITADAS POR MEIO DO SISBIO PELOS SEUS EXECUTORES (EX. PESQUISADORES VINCULADOS A INSTITUIÇÃO CIENTÍFICA PARCEIRA) DESDE QUE AS ATIVIDADES NÃO ESTEJAM RELACIONADAS A SOLICITAÇÕES OU A CONDICIONANTES DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL. MATERIAL ZOOLÓGICO As atividades inerentes ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos, quando visam à coleta de material zoológico, estão sujeitas a autorização específica nos termo da IN IBAMA nº 146/2007, que estabelece os critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento, monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna sujeitas ao licenciamento ambiental, como definido pela Lei nº 6938/1981 e pelas Resoluções Conama nº 001/1986 e n 237/1997. Se o órgão responsável pelo licenciamento do empreendimento for estadual, cabe a ele autorizar as atividades inerentes à fauna. Os estados (unidades federativas), com base da Constituição Federal, poderão conceder a autorização mesmo não dispondo de legislação específica. Alguns estados, todavia, exigem autorização do Ibama para as atividades inerentes à fauna. Essa autorização poderá ser concedida com base na IN 146/2007. Os projetos submetidos nos termos da IN IBAMA n 146/2007, integrantes do processo de licenciamento ambiental, diferem daqueles apresentados nos termos da IN ICMBio n 03/2014 porque estão sujeitos ao cumprimento de exigências (complementações, adequações e modificações significativas como alteração de esforço amostral ou de área amostrada) apresentadas pelo órgão licenciador. São projetos que visam gerar conhecimento para subsidiar decisões do órgão licenciador. Já as solicitações submetidas por meio do Sisbio, nos termos da IN ICMBio n 03/2014, são demandas espontâneas de pesquisadores, e os resultados gerados são de responsabilidade dos autores. EXCEÇÕES Pesquisadores ou consultores com vínculo empregatício com empresa de consultoria que atuem na área ambiental, ou por ela

204 16 contratados, deverão se cadastrar no Sisbio APENAS para solicitar autorização para a execução de projetos que visem a: definição de áreas destinadas à conservação da natureza; elaboração, implementação e revisão de zoneamento ecológicoeconômico; elaboração, implementação e revisão de plano de manejo ou de proteção da unidade de conservação; geração de informações visando subsidiar a gestão de unidades de conservação, quando no interesse de seus gestores; inventário florestal em unidade de conservação para subsidiar a elaboração de plano de manejo florestal sustentável. AUTORIZAÇÃO DE ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO O Sisbio NÃO emite autorização de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, apenas emite autorização para a captura, coleta, marcação, manutenção temporária em cativeiro de espécimes da fauna silvestre e pesquisa em unidade de conservação federal ou cavidade natural subterrânea. Quando o acesso ao conhecimento tradicional associado ocorrer em unidade de conservação federal, o pesquisador deverá solicitar uma autorização para realização de pesquisa em unidade de conservação federal, no Sisbio. Quando o acesso ao patrimônio genético for precedido de coleta de espécimes ou amostras da fauna silvestre ou coleta de material botânico (de espécie ameaçada de extinção), é necessária a autorização do Sisbio para esta coleta de material biológico. O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) é o responsável pela emissão de autorização de ACESSO ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado. O IBAMA e o CNPq são as instituições credenciadas pelo CGEN e também podem emitir autorização de acesso ao patrimônio genético a qualquer instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins (ex.: universidades, institutos de pesquisa, ONGs), para acessar amostra de componente do patrimônio para fins de pesquisa científica, e a remeter (ou transportar) amostra de componente do patrimônio genético para outra instituição, nacional ou sediada no exterior, também para fins de pesquisa científica. Várias pesquisas e atividades científicas não se enquadram sob o conceito de acesso ao patrimônio genético para as finalidades da Medida Provisória nº /2001, e estão dispensadas da obtenção de

205 17 autorização de acesso ao patrimônio genético, conforme a Resolução CGEN n 21/2006. O acesso ao patrimônio genético é definido como isolar, identificar ou utilizar informação de origem genética ou moléculas e substâncias provenientes do metabolismo dos seres vivos e de extratos obtidos destes organismos, para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando a sua aplicação industrial ou de outra natureza (Orientação Técnica nº 1 do CGEN, 2003). O acesso ao conhecimento tradicional associado é a obtenção de informação sobre conhecimento ou prática individual ou coletiva, associada ao patrimônio genético, de comunidade indígena ou de comunidade local, também com finalidade de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção. O credenciamento do IBAMA e do CNPq não inclui competência para autorizar o acesso aos conhecimentos tradicionais associados (CTA), ainda que a finalidade do acesso seja pesquisa científica. As autorizações de acesso, nesse caso, serão concedidas pelo CGEN. Entretanto, se o acesso ao CTA se der em unidade de conservação federal, o pesquisador deverá registrar a sua solicitação também no Sisbio a fim de obter autorização para realização de pesquisa em unidade de conservação federal. O CGEN ratificou, durante a 43ª Reunião Ordinária realizada em agosto de 2006, a aprovação da Resolução que dispensa algumas pesquisas científicas do cumprimento da Medida Provisória nº /2001, que trata do acesso ao patrimônio genético, aos conhecimentos tradicionais associados e da repartição de benefícios. A Resolução nº 21 foi publicada em 12 de setembro de 2006, e teve sua redação alterada pela Resolução nº 28, em 06 de novembro de As seguintes pesquisas e atividades científicas não se enquadram sob o conceito de acesso ao patrimônio genético para as finalidades da Medida Provisória nº /2001, e estão dispensadas da obtenção de autorização de acesso a componente do patrimônio genético: I - as pesquisas que visem avaliar ou elucidar a história evolutiva de uma espécie ou de grupo taxonômico, as relações dos seres vivos entre si ou com o meio ambiente, ou a diversidade genética de populações; II - os testes de filiação, técnicas de sexagem e análises de cariótipo ou de ADN que visem à identificação de uma espécie ou espécime; III - as pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem à identificação de agentes etiológicos de doenças, assim como a medição da concentração de substâncias conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem doença ou estado fisiológico;

206 18 IV - as pesquisas que visem à formação de coleções de ADN, tecidos, germoplasma, sangue ou soro. O envio de material biológico para instituições sediadas no exterior, mesmo quando descaracterizada a remessa de amostra de componente do patrimônio genético nos termos da Medida Provisória nº /2001, continua sujeito às outras normas pertinentes a exportação. Na página eletrônica do CGEN está disponível uma cartilha sobre acesso aos conhecimentos tradicionais associados e acesso ao patrimônio genético com fins de bioprospecção e desenvolvimento tecnológico, além de formulários, histórico de autorizações concedidas e Resoluções do CGEN: ACESSO AO SISBIO É recomendado utilizar o navegador Mozilla Firefox para acessar o sistema. Para o acesso ao Sisbio, primeiramente o pesquisador deve realizar o cadastro do pesquisador.

207 19 O Sisbio está estruturado em quatro telas principais: Tela de acesso na qual é solicitado o CPF (ou Número de Registro) e a senha do pesquisador, para os pesquisadores já cadastrados. Há também uma aba para realizar novo cadastro ou e outra para recuperação de senha; Tela com opções para cadastro do pesquisador, onde o pesquisador pode complementar e atualizar seus dados; Tela de inclusão do tipo de solicitação (autorização por projeto, licença permanente ou comprovante de registro para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico); Tela para incluir ou atualizar relatório de atividades de cada solicitação.

208 20 SENHA DE ACESSO Caso o pesquisador possua cadastro nos serviços on-line do IBAMA, o acesso ao Sisbio será por meio dessa mesma senha. Para pesquisadores sem cadastro nos serviços on-line do IBAMA, o cadastro será realizado diretamente no sistema Sisbio. Se o pesquisador precisar recuperar a senha, poderá solicitar recuperação de senhra informando o CPF na aba Recuperar senha na tela de acesso ao Sisbio. Caso o anteriormente cadastrado esteja desatualizado, deverá escrever para atendimento.sisbio@icmbio.gov.br informando o seu nome completo, CPF e que deseja receber a nova senha.

209 21 INCLUSÃO DE SOLICITAÇÃO O processo de registro de uma solicitação inicia-se na tela de inclusão do tipo de solicitação. Nesta tela, o pesquisador pode incluir uma nova solicitação ou acessar solicitações já registradas ou em elaboração. > Incluir solicitação Na tela seguinte, deverá ser indicado o tipo de solicitação desejada, o título do projeto (apenas para Autorização para atividades com finalidade científica), bem como a instituição a qual a solicitação está vinculada. Eventualmente, o pesquisador pode estar vinculado a mais de uma instituição e deverá optar por uma delas ao registrar a solicitação. > Gravar O pesquisador será titular em todas as solicitações incluídas por ele (a partir do seu acesso ao Sisbio com seu CPF e senha). Não há como alterar a titularidade de uma solicitação.

210 22 TIPOS DE SOLICITAÇÃO AUTORIZAÇÃO PARA ATIVIDADES COM FINALIDADE CIENTÍFICA Contempla projetos de pesquisa científica com prazo determinado. O pesquisador deve ser vinculado a uma instituição científica brasileira. Nesta opção, o pesquisador solicita autorização para as seguintes atividades: a) coleta/transporte de espécimes da fauna silvestre in situ (remoção dos indivíduos do habitat natural, na natureza); b) captura de animais silvestres in situ (contenção ou impedimento temporário da movimentação do animal, seguido de soltura, na natureza); c) coleta/transporte de amostras biológicas in situ (obtenção de amostras biológicas, como sangue ou tecidos, de animais silvestres, na natureza); d) coleta/transporte de amostras biológicas ex situ (obtenção de amostras biológicas, como sangue ou tecidos, de animais silvestres mantidos em cativeiro, como zoológicos ou criadouros); e) manutenção temporária (até 24 meses) de invertebrados ou vertebrados silvestres em cativeiro; f) pesquisa em unidade de conservação federal f1) pesquisa socioambiental¹ f2) observação e gravação de imagem ou som¹ f3) levantamento de dados abióticos 1 ¹ g) pesquisa em cavidade natural subterrânea (caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna e buraco). h) acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado (a seleção desta atividade tem caráter apenas informativo, e não autorizativo) i) marcação de animais silvestres in situ (marcação de animais, na natureza) j) coleta/transporte de material biológico, fúngico ou microbiológico (atividade autorizada apenas em pesquisas em unidade de conservação federal ou quando envolver espécies ameaçadas) 1 Estas atividades SOMENTE poderão ser selecionadas juntamente com a atividade: pesquisa em unidade de conservação federal

211 23 AUTORIZAÇÃO PARA ATIVIDADES COM FINALIDADE DIDÁTICA NO ÂMBITO DO ENSINO SUPERIOR Esse tipo de autorização atende a professores de instituições de ensino superior, apenas para atividades de campo relativas a disciplinas do ensino superior. Nesta opção, o professor solicita autorização para as seguintes atividades: a) coleta/transporte de espécimes da fauna silvestre in situ (remoção dos indivíduos do habitat natural, na natureza); b) captura de animais silvestres in situ (contenção ou impedimento temporário da movimentação do animal, seguido de soltura, na natureza); c) coleta/transporte de amostras biológicas in situ (obtenção de amostras biológicas, como sangue ou tecidos, de animais silvestres, na natureza); d) coleta/transporte de amostras biológicas ex situ (obtenção de amostras biológicas, como sangue ou tecidos, de animais silvestres mantidos em cativeiro, como zoológicos ou criadouros); e) manutenção temporária (até 24 meses) de invertebrados ou vertebrados silvestres em cativeiro; f) pesquisa em unidade de conservação federal f1) pesquisa socioambiental¹ f2) observação e gravação de imagem ou som¹ f3) levantamento de dados abióticos¹ g) pesquisa em cavidade natural subterrânea (caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna e buraco). h) acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado (a seleção desta atividade tem caráter apenas informativo, e não autorizativo) i) marcação de animais silvestres in situ (marcação de animais, na natureza) j) coleta/transporte de material biológico, fúngico ou microbiológico (atividade autorizada apenas em pesquisas em unidade de conservação federal ou quando envolver espécies ameaçadas) LICENÇA PERMANENTE PARA COLETA DE MATERIAL ZOOLÓGICO A licença permanente é pessoal e intransferível, emitida ao doutor (ou equivalente) com vínculo empregatício efetivo com instituição científica com produção científica comprovada para os táxons pedidos na solicitação. Portanto, professores que possuam esse tipo de licença não podem utilizá-la para realização de coletas de projetos de seus orientados.

212 24 A licença permanente será válida enquanto durar o vínculo empregatício do pesquisador com a instituição a qual estava vinculado por ocasião da solicitação. Caso o pesquisador tenha interesse em continuar com uma licença permanente, após a finalização do vínculo empregatício, deve solicitar outra licença vinculada à outra instituição, que passará por nova análise. As atividades contempladas são coleta, captura, marcação, coleta de amostras biológicas e transporte de invertebrados e vertebrados (inclusive peixes) da fauna silvestre brasileira dentro do país. Caso o pesquisador não tenha título de doutor, deverá solicitar as autorizações na opção Autorização para atividades com finalidade científica. A licença permanente contempla a coleta de vegetais hidróbios. O pesquisador deverá especificar os grupos taxonômicos pretendidos, compatíveis com a sua produção científica, bem como com a sua experiência na captura e coleta desses grupos pretendidos. No caso de profissionais que apresentam produção científica abrangendo diversos grupos muitas vezes porque as publicações são decorrentes de parcerias estabelecidas com outros grupos de pesquisa que sedem amostras biológicas para análises a licença permanente deverá contemplar os grupos taxonômicos que, de fato, são alvo de coletas rotineiras do solicitante. Ao indicar os táxons, o pesquisador poderá optar por agrupá-los por nível hierárquico (classe, ordem, família, gênero) ou especificá-lo ao nível de espécie. Por exemplo, caso a solicitação envolva todas as Famílias de uma determinada Ordem, ao invés de marcar todas as Famílias, deve-se marcar apenas a Ordem à qual as famílias estão vinculadas. A licença permanente não exime o pesquisador da necessidade de obter as anuências previstas em outros instrumentos legais, bem como do consentimento do responsável pela área, pública ou privada, onde será realizada a atividade. A licença permanente é válida em de unidade de conservação estadual, distrital ou municipal desde que o órgão gestor de unidade autorize o acesso à unidade e a realização da pesquisa. A licença permanente não é válida para: I - coleta ou transporte de espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção 2 ; II - manutenção temporária de espécimes de fauna silvestre em cativeiro; III - recebimento ou envio de material biológico ao exterior; e 2 As Listas das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção estão disponíveis no link:

213 25 IV - realização de pesquisa em unidade de conservação federal ou em cavidade natural subterrânea. Justificativa para a licença permanente A fim de subsidiar a análise da solicitação da licença permanente, o pesquisador deverá preencher o formulário Justificativa, no Menu lateral da solicitação em dados básicos, quando os grupos taxonômicos pretendidos não estiverem claramente compatíveis com a sua produção científica. O pesquisador deverá apresentar argumentação que justifique a abrangência da sua solicitação considerando a sua experiência na captura e coleta dos grupos pretendidos. Na tela de indicação dos grupos pretendidos > Táxon, existem orientações sobre como indicar os grupos taxonômicos e de como pesquisar um táxon, visualizar ou excluir táxons já indicados. Registro de expedição de campo O pesquisador titular da licença permanente, quando acompanhado, deverá registrar a expedição de campo no Sisbio e informar nome e CPF dos membros da sua equipe, bem como dados da expedição, que constarão no comprovante de registro de expedição para eventual apresentação a agentes da fiscalização. Auxiliares de campo e condutores de veículo não precisam constar do registro de expedição.

214 26 O formulário para registro de expedição está disponível no Menu da solicitação e poderá ser obtido sempre que necessário. Na aba > Data da expedição, deverá ser informada a data de início e término da expedição e selecionar gravar. Na aba > Local, poderão ser registrados mais de um município por expedição. A localidade deverá, sempre que possível, ser informada (ex.: coordenada geográfica, nome de uma propriedade, nome de uma serra, entorno de alguma unidade de conservação). Para as coletas realizadas no mar, as coordenadas são opcionais. Na aba > Equipe, deverá ser identificado, se necessário, o membro da equipe que representará o titular da licença no caso de sua ausência. Na aba > Expedições, ficam registrados todos os registros de expedição efetuados pelo titular da licença. COMPROVANTE DE REGISTRO PARA COLETA DE MATERIAL BOTÂNICO, FÚNGICO E MICROBIOLÓGICO A legislação brasileira não prevê autorização (ou licença) para coleta e transporte de material botânico, fúngico e microbiológico para fins científicos ou didáticos, quando estas não são realizadas dentro de unidade de conservação federal, não envolvem espécies ameaçadas 3 ou vegetais hidróbios. Todavia, o registro voluntário foi proposto para evitar que pesquisadores passem por constrangimentos quando abordados por fiscais sem clareza sobre as exigências legais. O pesquisador poderá, voluntariamente, registrar-se junto ao Sisbio e obter comprovante de "Registro Voluntário" para eventual apresentação à fiscalização. 3 A Lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção está disponível no link:

215 27 O registro voluntário não tem caráter autorizador, por conseguinte, não autoriza a: a) coleta ou transporte de vegetais hidróbios ou de espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, para os quais existe previsão legal de autorização; b) realização de pesquisa em unidade de conservação federal ou em cavidade natural subterrânea; no caso de coleta de material botânico, fúngico e microbiológico em unidade de conservação federal ou cavidade natural subterrânea, a autorização é necessária. O comprovante de registro não dispensa da obtenção de anuências previstas em outros instrumentos legais, bem como de consentimento do responsável pela área, pública ou privada, onde será realizada a atividade de coleta. Também não dispensa a obtenção de autorização de acesso ao patrimônio genético ou aos conhecimentos tradicionais associados, caso o material biológico coletado venha a ser utilizado em pesquisas que caracterizem o acesso. ANUÊNCIAS As autorizações previstas na IN ICMBio nº 03/2014 não eximem o pesquisador da necessidade de obter as anuências previstas em outros instrumentos legais, bem como do consentimento do responsável pela área, pública ou privada, onde será realizada a atividade. São exemplos de anuências: da comunidade indígena envolvida, ouvido o órgão indigenista oficial (Fundação Nacional do Índio - FUNAI), quando em terra indígena; da comunidade local com território definido ou quilombola, quando ocorrer em suas terras; do Conselho de Defesa Nacional, quando em área indispensável a segurança nacional; e da autoridade marítima, quando em águas jurisdicionais brasileiras, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva; do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), quando ocorrer em monumentos arqueológicos ou pré-históricos do proprietário de área privada, inclusive de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN); do proprietário, arrendatário, posseiro ou morador da área dentro dos limites de unidade de conservação federal cujo processo de regularização fundiária encontra-se em curso; da unidade de conservação estadual, distrital ou municipal.

216 28 ATIVIDADES AUTORIZADAS Após gravar a inclusão da solicitação de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior, o sistema apresentará a tela para seleção das atividades relacionadas ao tipo da solicitação: Caso, o pesquisador tenha interesse em preencher o formulário em outro momento, basta clicar em > Solicitação > Selecionar solicitação. Ao acessar a solicitação, o sistema também direcionará para a tela de seleção de atividades (a mesma acima). A IN ICMBio nº 03/2014, prevê a concessão de autorização, por meio do Sisbio, para as seguintes atividades: coleta e transporte de amostras biológicas in situ e ex situ; coleta e transporte de espécimes da fauna silvestre in situ; captura de animais silvestres in situ; marcação de animais silvestres in situ; manutenção temporária (até 24 meses) de invertebrados e vertebrados silvestres em cativeiro; realização de pesquisa em unidade de conservação federal, incluindo as pesquisas socioculturais, socioambientais;

217 29 realização de pesquisa em cavidade natural subterrânea; coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico em unidades de conservação federal ou cavidade natural subterrânea. E prevê a concessão de licenças, por meio do Sisbio, para as seguintes atividades: coleta e transporte de amostras biológicas in situ; coleta e transporte de espécimes da fauna silvestre in situ; captura de animais silvestres in situ; marcação de animais silvestres in situ. As solicitações de licença permanente não tem tela de seleção de atividades, uma vez que todas as atividades listadas acima estão abarcadas nestas licenças. Para que se enquadrem no contexto do Sisbio, as atividades deverão ter finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior e serem executadas no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva. As solicitações de autorização podem ter mais de uma atividade. Por exemplo: Pesquisa em unidade de conservação federal e Coleta/transporte de amostras biológicas in situ ou Pesquisa em unidade de conservação federal e Coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico. Prescindem de autorização as seguintes atividades, EXCETO QUANDO REALIZADAS EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO OU CAVIDADE NATURAL SUBTERRÂNEA: observação e gravação de imagem ou som; coleta e transporte de fezes, regurgitações, pêlos, penas e dentes quando não envolver a captura de espécime; coleta e transporte de material botânico, fúngico e microbiológico, exceto quando se tratar de espécies que constem nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção³. VEGETAIS HIDRÓBIOS

218 30 O Decreto-Lei nº 221/1967, que dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca, e o Art. 36 da Lei nº 9.605/1998 estabelecem a necessidade de obtenção de autorização para coleta de vegetais hidróbios para fins científicos. Para fins de operacionalização do Sisbio, o ICMBio entende por vegetais hidróbios os organismos autotróficos aquáticos utilizados como recursos pesqueiros ou associados a cadeias tróficas que sustentam esses recursos, pertencentes aos seguintes taxa (classificação utilizada pelo Catálogo da Vida ITIS, checklist anual 2006): Reino Protista: Filos Dinophyta; Reino Chromista: Filos Cryptophyta, Haptophyta e Ochrophyta; Reino Plantae: Filos Bacillariophyta, Chlorophyta, Cyanidiophyta, Prasinophyta e Rhodophyta. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES As atividades a seguir estão disponíveis para as solicitações: Autorização para atividades com finalidade científica e Autorização para atividades com finalidade didática no âmbito do ensino superior. A tela do sistema referente às atividades conta com diversos ícones de ajuda (interrogação amarela ao lado) que trazem a definição ou a explicação de cada atividade, o que pode auxiliar o usuário em caso de dúvidas. A partir da seleção de uma ou mais atividades a ser(em) executada(s) no projeto, os dados deverão ser gravados para ativar os filtros e caminhos necessários para o preenchimento das próximas etapas. Essa etapa poderá ser alterada posteriormente pelo usuário, a qualquer momento, antes da submissão do projeto para analise. O extrato pode ser emitido a qualquer momento do preenchimento. COLETA E TRANSPORTE DE ESPÉCIMES DA FAUNA SILVESTRE IN SITU Consiste na obtenção de organismo silvestre animal, pela remoção do indivíduo do seu hábitat natural. O espécime silvestre se trata de um indivíduo, independente do táxon, pertencentes às espécies nativas, migratórias, ou exóticas, aquáticas ou terrestres, de ocorrência em território brasileiro, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em águas jurisdicionais brasileiras. Essa atividade, independente da finalidade, prevê a retirada do espécime, do seu habitat, independente do local de coleta, e sua destinação,

219 31 seja para coleção científica, criadouro, biotério ou outro. O transporte está vinculado à coleta, ou seja, desde o local onde o indivíduo foi coletado (informado na tela: Locais de Atividades) até o local de destino de material informado. Este transporte não contempla transporte para o exterior do país. O envio ou recebimento de material biológico do exterior é autorizado pelo IBAMA (CITES): Essa atividade pode ser combinada com as atividades de captura, manutenção temporária (até 24 meses) em cativeiros, Pesquisa em unidade de conservação federal ou Pesquisa em cavidade natural subterrânea. COLETA E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS IN SITU A coleta e transporte de amostras biológicas consiste na retirada de fragmentos de tecido, amostras de secreções ou substâncias (ex.: sangue, urina, swabs) de animais silvestres, nativos ou exóticos. Esta atividade ocorrerá na natureza (in situ). A coleta de amostras não implicará, necessariamente, na captura ou coleta do espécime (ex.: coleta de amostras de tecidos de baleias com balestra ou coleta de fezes). Essa atividade pode ser combinada com as atividades de captura, Pesquisa em unidade de conservação federal ou Pesquisa em cavidade natural subterrânea. COLETA E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS EX SITU A coleta e transporte de amostras biológicas ex situ se refere à retirada de fragmentos de tecido, amostras de secreções ou substâncias (ex.: tecido, sangue, pêlos, etc.), de animais silvestres mantidos em condições ex situ, ou seja, em cativeiro (criadouro, zoológicos). CAPTURA DE ANIMAIS SILVESTRES IN SITU A captura de animais silvestre in situ consiste em deter, conter ou impedir, temporariamente, por meio químico ou mecânico, a movimentação de um animal em seu ambiente natural, seguido de soltura. Essa atividade pode ser combinada com as atividades Coleta e transporte de amostras biológicas in situ, Pesquisa em unidade de conservação federal ou Pesquisa em cavidade natural subterrânea. MANUTENÇÃO TEMPORÁRIA (ATÉ 24 MESES) DE VERTEBRADOS SILVESTRES EM CATIVEIRO A manutenção temporária de vertebrados implica em manter animais em cativeiro por um tempo de até 24 meses. A autorização para essa a manutenção temporária de espécimes de vertebrados silvestres em cativeiro fica condicionada à apresentação das condições em que os espécimes serão mantidos, como informações sobre as instalações, o manejo

220 32 e especificação sobre a destinação dos espécimes (no campo: Condições do mantenedouro). Não é autorizada manutenção com previsão superior a 24 meses pelo Sisbio. A autorização para implementação de criadouros é de competência dos órgãos ambientais estaduais ou distrital, ou do IBAMA. O ICMBio poderá solicitar ao pesquisador, mediante justificativa, parecer de Comitê de Ética no Uso de Animais quando o projeto visar a utilização de espécimes vivos de vertebrados silvestres em experimentos científicos. MANUTENÇÃO TEMPORÁRIA (ATÉ 24 MESES) DE INVERTEBRADOS SILVESTRES EM CATIVEIRO A manutenção temporária de invertebrados implica em manter animais em cativeiro por um tempo de até 24 meses. Não serão autorizadas manutenção com previsão superior a 24 meses. O ICMBio poderá solicitar, mediante justificativa, a apresentação das condições em que os espécimes serão mantidos, como informações sobre as instalações, o manejo e especificação sobre a destinação dos espécimes (no campo: Condições do mantenedouro). O ICMBio poderá solicitar ao pesquisador, mediante justificativa, parecer de Comitê de Ética no Uso de Animais quando o projeto visar a utilização de espécimes vivos de invertebrados silvestres em experimentos científicos. PESQUISA EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL - Pesquisa socioambiental - Observação e gravação de imagem ou som - Levantamento de dados abióticos A realização de qualquer pesquisa em unidade de conservação, havendo ou não previsão de coleta de material biológico, depende de autorização. Portanto as atividades de pesquisa socioambiental, observação e gravação de imagem ou som, e levantamento de dados abióticos, só devem ser marcadas quando a pesquisa for realizada dentro de unidade de conservação federal. Ressalta-se que ao marcar qualquer uma dessas atividades deve ser marcada também a atividade Pesquisa em unidade de conservação federal.

221 33 A licença permanente e o comprovante de registro voluntário para coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico não são válidos em unidade de conservação. A autorização para realização de pesquisa em unidade de conservação federal é dispensada para as categorias Reserva Particular do Patrimônio Natural e em áreas de domínio público em Área de Proteção Ambiental, quando não envolver atividades de captura ou coleta de fauna silvestre, ou coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico de espécies ameaçadas de extinção. No entanto, a solicitação de autorizações para a realização de pesquisa nestas unidades de conservação é estimulada. PESQUISA EM CAVIDADE NATURAL SUBTERRÂNEA A realização de qualquer pesquisa em cavidade naturais subterrânea, havendo ou não previsão de coleta de material biológico, depende de autorização. A licença permanente e o comprovante de registro voluntário para coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico não são válidos em cavidade naturais subterrânea. Entende-se como cavidade natural subterrânea todo e qualquer espaço subterrâneo penetrável pelo homem com ou sem abertura identificada, popularmente conhecido como caverna, incluindo seu ambiente, conteúdo mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo rochoso onde os mesmos se inserem, desde que a sua formação haja ocorrido por processos naturais, independentemente de suas dimensões ou do tipo de rocha encaixante nesta designação estão incluídos todos os termos regionais, tais como gruta, lapa, toca, abismo, furna e buraco. ACESSO AO PATRIMÔNIO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO A seleção desta atividade tem caráter apenas informativo. Atente para a Resolução CGEN n 02/2006 que descaracteriza inúmeros tipos de pesquisa. MARCAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES IN SITU A marcação de animais silvestres consiste na identificação de indivíduos da fauna na natureza. Isso pode ser feito por diversos métodos, por vezes, específicos por táxon, e que deverão ser descritos em Materiais e métodos. Essa atividade pode ser combinada com as atividades Captura de animais silvestres in situ, Pesquisa em unidade de conservação federal ou Pesquisa em cavidade natural subterrânea. O ICMBio poderá solicitar ao pesquisador a apresentação do parecer do Comitê de Ética no Uso de Animais da instituição a qual está vinculado o

222 34 projeto, quando julgar necessário, de acordo com o método de marcação a ser utilizado. E o ICMBio poderá determinar a substituição de métodos que causem dor ou sofrimento aos animais quando existirem métodos alternativos que possibilitem atingir os objetivos propostos e que sejam comprovadamente eficazes para as espécies contempladas na solicitação, para concessão de autorização ou licença permanente. COLETA DE MATERIAL BOTÂNICO, FÚNGICO OU MICROBIOLÓGICO Esta atividade deve ser selecionada quando a coleta ocorrer em unidade de conservação ou em cavidade naturais subterrânea, ou quando envolver espécies constantes em Listas Oficiais de Espécies Ameaçadas de Extinção³. Caso a coleta não envolva espécie ameaçada, essa atividade deve ser combinada com as atividades Pesquisa em unidade de conservação federal ou Pesquisa em cavidade natural subterrânea.

223 35 DADOS DO PROJETO Após a seleção e gravação das atividades, deverão ser preenchidos os formulários referentes ao projeto de pesquisa. Essas informações subsidiarão a análise técnica da solicitação, integrarão a autorização e alimentarão o banco de dados do Sisbio sobre as atividades de pesquisa executadas no país. O quadro abaixo relaciona as etapas do projeto a serem preenchidas conforme solicitação. Etapas do preenchimento Autorização Científica Tipo de solicitação Autorização Didática Atividades Substrato Licença Perm. Compr. registro Táxon Táxons x Atividades Materiais e métodos x Táxons Dados Básicos Destino do Material Locais Instituição Participante Equipe Cronograma Área de conhecimento Anexos Submeter para Análise Imprimir Autorização Extrato da licitação Histórico Legenda: Licença Perm. (Licença Permanente); e Compr. registro (Comprovante de registro voluntário);

224 36 As etapas de preenchimento obrigatório são co-relacionadas por um sistema inteligente, que habilita ou desabilita opções conforme a entrada dos dados. As telas dos formulários pertinentes a cada etapa são acessadas por meio do Menu da solicitação. Após o preenchimento de cada formulário, os dados fornecidos são gravados automaticamente. Nos formulários em que há a opção > GRAVAR, deverá clicá-la para gravar os dados fornecidos. Os dados gravados podem ser acessados e alterados a qualquer momento até a submissão da solicitação. O preenchimento da solicitação pode ser feito de forma intermitente. Os dados gravados são sempre armazenados e recuperados. Alterações devem, também, ser gravadas. Após a submissão da solicitação, não será possível acessar os formulários, a menos que a solicitação seja devolvida pelo ICMBio para correção ou complementação de informações. Caso o usuário opte por continuar o preenchimento dos dados em outro momento, ele poderá encerrar o navegador e a conexão com a internet. Num outro momento, o usuário pode selecionar o projeto para

225 37 finalizar o preenchimento, usando a opção: Solicitação > Selecionar solicitação. Dessa forma, será aberta uma tela com todas as solicitações registradas no Sisbio pelo pesquisador e as em elaboração, no ponto de preenchimento em que foram gravados. A cada etapa de preenchimento e gravação, o usuário é informado sobre o sucesso da gravação ou sobre as alterações feitas com avisos exibidos na tela (ex.: Registro gravado com sucesso!, Atividade excluída com sucesso, Atividade cadastrada com sucesso! ). Eventuais erros também serão apontados conforme o preenchimento e gravação, com mensagens destacadas, tais como: Nenhuma Atividade foi cadastrada no projeto! ou Nenhum táxon foi cadastrado no projeto!. Os formulários e as etapas a serem preenchidos serão diferenciados de acordo com o tipo de solicitação. SUBSTRATO Em algumas situações, a coleta de espécimes está associada à coleta de substratos (por exemplo, microrganismos presente no solo, água ou resíduos industriais). Nesses casos, quando não for possível desassociar o material biológico do substrato durante a coleta, a indicação do táxon poderá ser substituída pela indicação do substrato. Organismos (espécies) não são considerados substrato. Se um organismo alvo da coleta esta associado a outro, e não for possível desassociá-lo durante a coleta, ambos deverão ser indicados no formulário de táxons a serem coletados. TÁXON No formulário Táxon, é apresentado um quadro em que o nome dos táxons podem ser buscados no banco de dados e outro quadro com a árvore taxonômica preliminar, na qual deverão ser indicados os táxons de interesse. O Sisbio utiliza as nomenclaturas do Sistema de Taxonomia (Sistaxon), que por sua vez foi gerado e atualizado a partir do Catálogo da Vida (Catalogue of Life, 2012, Annual Checklist) e complementado e atualizado com outras nomenclaturas disponíveis em outras bases de dados (ex.: Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos e Sociedade Brasileira de Herpetologia). A versão eletrônica do Catalogue of Life está disponível no endereço

226 38 A classificação taxonômica das plantas é baseada na listagem de espécies da flora do Brasil do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A versão eletrônica está disponível no endereço Ao indicar os táxons, o usuário poderá optar por agrupá-los por nível hierárquico (filo, classe, ordem, família, gênero) ou especificá-lo ao nível de espécie. Por exemplo, caso sua solicitação envolva todas as famílias, marque apenas a ordem à qual as famílias estão vinculadas. Mas caso a pesquisa seja direcionada a uma única espécie, deve ser selecionado apenas este táxon. No primeiro quadro, os táxons poderão ser buscados e incluídos. Deve-se escolher o nível taxonômico, digitar as iniciais do nome do táxon e aguardar a busca. Em seguida clique no botão incluir. Para incluir um segundo táxon, clique no botão novo e repita a operação. Caso o táxon digitado não tenha sido identificado no banco de dados, a seguinte mensagem aparecerá Nenhum registro encontrado. Neste caso, deve-se certificar se a grafia ou o nível taxonômico está correto. Por exemplo, se o nível taxonômico estiver marcado em espécie e for digitado o nome de uma família, este táxon não será identificado no banco de dados. Se ainda assim, o táxon não for encontrado, sugerimos que tenta incluí-lo navegando pela árvore taxonômica no quadro ao lado. Assim, é mais fácil de identificar os táxons que tem nomenclaturas alteradas constantemente, identificando a partir de sua família e gênero. No segundo quadro, é possível selecionar e incluir táxon(s) navegando na árvore taxonômica. Após selecionar os táxons, os dados serão gravados automaticamente.

227 39 Se ao tentar inserir um táxon, a seguinte mensagem aparecer O táxon selecionado é muito genérico. Selecione um táxon mais específico (com um nível taxonômico abaixo), este táxon não foi incluído e será necessário selecionar um táxon em nível taxonômico inferior (ordem, família, etc.). No terceiro quadro, é visualizada a listagem de táxon(s) inserido(s). Nesse quadro deve-se informar se os táxons selecionados envolverão (ou poderão envolver) espécies ameaçadas de extinção. Caso seja selecionado um grupo taxonômico superior (ex.: Classe Aves) e indique que não envolve espécie ameaçada, nenhuma espécie ameaçada constante neste grupo taxonômico será abrangida nesta solicitação. Ou seja, a pesquisa não envolverá nenhuma espécie de aves ameaçadas. TÁXONS X ATIVIDADES Após a indicação dos táxons alvo das atividades, deverá ser feita uma associação entre as atividades selecionadas na primeira etapa e os táxons. Algumas atividades podem estar relacionadas a apenas alguns táxons indicados. Por exemplo, para um inventário de aves, foram selecionadas as seguintes atividades: Coleta e transporte de espécimes da fauna silvestre in situ; Captura de animais silvestres in situ; Marcação de animais silvestres in situ. No entanto, apenas serão coletados passeriformes. Os demais grupos de aves serão apenas capturados (e soltos) e marcados. Isso deve estar discriminado na solicitação.

228 40 Sendo assim, será gerada, após a marcação dos táxons na etapa anterior, uma tabela de opções, onde deverão ser assinalados, por atividade, os táxons correspondentes. No caso de coleta de espécimes da fauna, deverá ser também indicado, em campo específico, o número de espécimes por espécie a ser coletado, por localidade ou unidade de conservação, durante um ano (nº de indivíduos/espécie/localidade/ano). Ou seja, neste campo não deve ser informado o número total de indivíduos a ser coletado em todo o projeto. A atividade de coleta de material botânico, fúngico e microbiológico não tem campo específico para indicar esta quantidade prevista de coleta. MATERIAL E MÉTODOS X TÁXONS Nesta etapa, deverão ser assinalados os materiais e métodos a serem utilizados na execução das atividades relacionadas aos grupos taxonômicos. O sistema apresentará uma relação de metodologias e instrumentos. No caso de coleta de amostras biológicas, deverão ser indicados os tipos de amostra a serem coletadas de acordo com o táxon. DADOS BÁSICOS No formulário > Dados básicos, deverá ser registrado o projeto na íntegra. Os seguintes campos textuais deverão ser preenchidos nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior (entre parêntese, é informado o número de caracteres suportado por cada campo): Introdução/Justificativa (até caracteres); Objetivo geral (até caracteres); Objetivos específicos (até caracteres); Material e métodos (até caracteres); Resultados esperados (até caracteres); Referências bibliográficas (até caracteres); Condições do mantenedouro (até caracteres). O preenchimento do campo Resultados esperados não é obrigatório. O campo Condições do mantenodouro será preenchido apenas quando estiver prevista a atividade Manutenção temporária (até 24 meses). Deverá ser informada a descrição das instalações onde os espécimes serão mantidos, acompanhada de justificativa para a criação e ou manutenção em cativeiro; proporção entre reprodutores e matrizes (nos

229 41 casos onde o projeto de pesquisa prevê reprodução); local para a manutenção, incluindo suas dimensões; forma de obtenção dos animais; aspectos sanitários e de manejo; destino dos animais após a conclusão das pesquisas; outros aspectos considerados relevantes do ponto de vista do manejo; e sistema de segurança contra fuga de animais. É fundamental que o material e metodologias utilizadas na execução das atividades estejam claramente apresentados. Os seguintes campos textuais deverão ser preenchidos nas solicitações de Licença Permanente (entre parêntese, é informado o número de caracteres suportado por cada campo): Justificativa (até caracteres); Material e métodos (até caracteres); A unidade (ou unidades) do ICMBio responsável pela análise da solicitação poderá, se julgar necessário, requerer do pesquisador titular a complementação de informações consideradas essenciais para a análise da solicitação. Neste caso, a tramitação da solicitação ficará suspensa até que as informações solicitadas sejam incluídas no formulário Dados básicos. O pesquisador será comunicado, via correio eletrônico, da necessidade de complementação de informações. Após receber o comunicado, o pesquisador titular deverá acessar o Sisbio, selecionar a solicitação, complementar as informações e SUBMETER A SOLICITAÇÃO NOVAMENTE. LOCAL Deverá ser informado se a localidade onde serão realizadas as atividades encontra-se dentro ou fora dos limites de unidade de conservação federal. Serão apresentados campos subseqüentes de acordo com a indicação anterior (dentro ou fora de unidade de conservação). Este formulário é apresentado apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior. DENTRO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL No formulário, selecione local das atividades > dentro de unidade de conservação federal. Em seguida selecione unidade da federação o estado em que a unidade de conservação se encontra. No caso de unidades conservação federais cuja área abrange mais de um estado da federação,

230 42 deve-se selecionar a unidade de conservação nos dois estados. Consulte a página eletrônica do ICMBio a fim de obter essa informação. Em seguida, deverá ser informado se a execução das atividades abrangerá dentro ou próximo a cavidade natural subterrânea. Essa informação é fundamental para definir a distribuição da solicitação para as unidades do ICMBio pertinentes à análise. Portanto, deve-se marcar sim apenas nos casos em que há certeza que atividades irão abranger dentro ou fora de cavernas. No quadro identificação do local das atividades selecione qual unidade de conservação e qual bioma será visitado. As unidades de conservação apresentadas para serem selecionadas são àquelas existentes na unidade da federação informada anteriormente. Informações sobre quais são e onde estão localizadas as unidades de conservação federais estão disponíveis no site do ICMBio: FORA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO FEDERAL Selecione qual unidade da federação a ser visitada, se abrangerá dentro ou próximo de cavernas naturais subterrâneas. Em seguida especifique a localidade, o tipo de bioma e o município que se encontra. No campo localidade, deve informar a descrição dos locais em que as atividades ocorrerão, como Fazendo Santa Cruz, Parque Estadual de Ibitipoca, margens de rios, etc.

231 43 DESTINO DO MATERIAL Sempre que houver a coleta de material biológico, é indispensável que haja uma instituição brasileira responsável e devidamente capacitada para receber o material em depósito. O depósito de material biológico coletado deverá ser feito em coleção biológica científica. No caso de acesso a componente do patrimônio genético, subamostra do material coletado deverá ser depositada em instituição fiel depositária cadastrada pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN/MMA) de acordo com a legislação específica. O depósito de material microbiológico poderá ser feito em coleção nacional de serviço ou em centro depositário. Ao preencher o formulário Destino do material, deverá ser informado se o destino é a própria instituição a qual o pesquisador está vinculado e o tipo da instituição para onde o material vai ser destinado (coleção, criadouro científico ou outro tipo). No caso de depósito em coleção, deverá ser informado o nome da coleção e o nome do curador da coleção. No caso de depósito em criadouro, deverá ser informado o número do processo administrativo autuado pelo Ibama, pertinente a instalação do criadouro. Nas solicitações de Licença Permanente, não há a opção de criadouro científico como depósito, uma vez que esta Licença não é válida para manutenção de animais em cativeiro. Poderão ser registrados vários destinos para o mesmo material. Cada local de depósito informado deve ser gravado > Gravar sucessivamente.

232 44 Quando o depósito for feito em outra instituição científica (instituição diferente daquela com a qual o pesquisador está vinculado), deverá ser informado o CNPJ dessa instituição. Informado o CNPJ, automaticamente será informado o nome da instituição. Não deve ser informada instituição estrangeira, uma vez que o Sisbio não autoriza o transporte de material biológico para o exterior. É de inteira responsabilidade do pesquisador titular da solicitação as negociações pertinentes ao depósito naquelas instituições citadas no formulário de solicitação. INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE Nesse formulário, deve-se indicar a cooperação ou outras instituições parceiras envolvidas na execução das atividades. As instituições parceiras devem ser identificadas pelo nome e unidade ou departamento. Deverá ser indicado, ainda, o tipo de participação (ex.: participação de pesquisadores, utilização de laboratórios, equipamentos, financiamento). Este formulário é apresentado apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior. Cada instituição informada deve ser gravada > Gravar. Utilizar o botão > Novo para incluir nova instituição.

233 45 EQUIPE Deverão ser informados os dados de todos os membros da equipe que participarão das atividades previstas na solicitação. Todos os membros da equipe deverão estar cadastrados no Sisbio (exceto auxiliares de campo de condutores de veículo; auxiliares e condutores só serão citados em formulário específico para unidades de conservação incluídas na opção > Local). Esta tela é apresentada apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior. Consulte a seção Pesquisador e Instituição. Ao informar o CPF, clicar em > Localizar para o sistema buscar o nome do membro da equipe na base de dados do Sisbio. O campo Nome será preenchido automaticamente. No caso de pesquisador estrangeiro que não tenha CPF, deverá ser informado o nº de registro no Sistema (gerado após realizar o cadastro no Sisbio). Em seguida, deverão ser informados dados sobre a função e a participação do pesquisador na equipe. Cada membro informado deve ser gravado > Gravar. Utilizar o botão > Novo para incluir novo membro de equipe. Para incluir novos membros na equipe de uma autorização já concedida, o pesquisador TITULAR deve acessar o sistema, selecionar Equipe no menu > solicitação, fazer a inclusão do novo membro na equipe, gravar a tela e submeter a solicitação novamente para análise. Em seguida deve enviar uma mensagem para atendimento.sisbio@icmbio.gov.br informando que a única alteração feita na solicitação foi a inclusão do(s)

234 46 membro(s) na equipe. Na mensagem deve constar o número da solicitação e o nome dos membros alterados ou incluídos. A Coordenação Sisbio cancelará as distribuições da solicitação (que são feitas automaticamente pelo sistema após a submissão para análise) e gerará, imediatamente, uma nova autorização (exceto para membros estrangeiros ou se tiver alguma outra modificação na solicitação). Caso a solicitação ainda esteja sob análise, envie mensagem para atendimento.sisbio@icmbio.gov.br solicitando a devolução para correção. A devolução para correção reinicia a contagem de prazo de análise da solicitação. Não é possível incluir membros de equipe em uma licença permanente, uma vez que esta tem caráter pessoal e intransferível. No entanto, o titular da licença pode incluir membros de equipe em um registro de expedição de uma licença permanente concedida, quando for acompanhado por outros pesquisadores em alguma expedição. O pesquisador TITULAR deve acessar o sistema, selecionar a solicitação e registrar a equipe na aba Equipe do menu Registro de expedição. O pesquisador titular da licença permanente poderá credenciar, por ocasião do registro de expedição de campo, um membro da equipe para representá-lo no caso de sua ausência. Para cadastrar o pesquisador substituto de uma determinada expedição de uma licença permanente concedida, o pesquisador TITULAR deve indicá-lo como responsável pela equipe na aba Equipe do menu Registro de expedição da solicitação. Quando o pesquisador TITULAR da licença permanente, excepcionalmente, realizar coleta na companhia de colaboradores fortuitos, deverá anotar no verso da sua licença, previamente à coleta, o nome e o CPF desses colaboradores. Consulte a seção Tipos de solicitação > Licença Permanente para coleta de material zoológico A participação de pessoa estrangeira como membro de equipe deverá ser autorizada, também, pelo órgão brasileiro responsável pela política nacional científica e tecnológica, exceto os casos previstos em legislação específica. Consulte a seção Pesquisador Estrangeiro. CRONOGRAMA As etapas de execução das atividades que compõem o cronograma deverão ser inseridas no cronograma de atividades. Deverá ser informada a data prevista para início e fim da atividade, bem como a sua descrição. A

235 47 data de validade da autorização será estabelecida de acordo com o cronograma proposto. O limite de término do cronograma pode ser de até 5 anos, contados a partir da data de preenchimento/submissão da solicitação. Quando elaborar o cronograma das atividades, considerar também 45 dias úteis para emissão da autorização/licença. Portanto, para que não haja imprevistos na pesquisa, o início das atividade (data inicial do cronograma) devem considerar este tempo necessário para análise da solicitação e emissão do documento. Este formulário é apresentado apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior ÁREA DE CONHECIMENTO Identificar a área de conhecimento do projeto de pesquisa ou das atividades referente à solicitação. Poderão ser marcadas mais de uma área de conhecimento. As áreas apresentadas nessa tela são aquelas adotadas pela Plataforma Lattes do CNPq. Este formulário é apresentado apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior. ANEXOS Este formulário oferece a oportunidade de anexar documentos, mapas, figuras ou outros arquivos à solicitação. Deverá ser informado nome do arquivo a ser anexado, bem como o seu autor. O arquivo a ser anexado deverá possuir um tamanho máximo de 4 Mbytes. Cada arquivo anexado (upload) deve ser gravado utilizando-se o botão > Gravar. Utilizar o botão > Novo para incluir novos arquivos. Este formulário é apresentado apenas nas solicitações de Autorização para atividades com finalidade científica ou didática no âmbito do ensino superior SUBMETER PARA ANÁLISE Na opção > Submeter para análise, o sistema verificará se existem erros de preenchimento dos formulários (ex.: campos obrigatórios não preenchidos). Detectado algum erro (que será informado na coluna

236 48 Descrição do resultado das verificações ), é possível acessar o formulário correspondente por meio da operação > Verificar e corrigir algum campo. Após a verificação e correção dos erros ou informações faltantes, a solicitação deve ser submetida para análise. Ao clicar no botão > Submeter, será apresentado um formulário contendo termos de compromissos a serem certificados e anuídos pelo pesquisador titular. Após leitura e seleção das cláusulas, o pesquisador deverá clicar no botão > Concordo. A declaração poderá ser visualizada em formato pdf. EXTRATO DA SOLICITAÇÃO Ao longo do preenchimento da solicitação ou após a sua submissão, o pesquisador poderá conferir as informações constantes na solicitação no extrato da solicitação de autorização ou licença. O extrato apresenta todos os formulários e campos que devem ser preenchidos pelo pesquisador. A opção de acesso ao extrato encontra-se no Menu da solicitação. HISTÓRICO E PRAZOS A opção Histórico apresenta a distribuição da solicitação para as unidades do ICMBio que farão a análise, bem como o andamento da análise por cada unidade. A licença permanente e as autorizações serão concedidas dentro do prazo de 45 dias úteis após o envio da solicitação por meio do Sisbio. SITUAÇÃO DA SOLICITAÇÃO Descrição das principais situações: Em elaboração: a solicitação está sendo elaborada pelo pesquisador titular e ainda não foi submetida para análise; Submetido para análise: a solicitação foi submetida pelo pesquisador e distribuída pelo sistema às unidades do ICMBio; Aguardando recebimento: a unidade do ICMBio para a qual a solicitação foi distribuída ainda não acusou o recebimento da solicitação. As unidades do ICMBio têm 7 dias úteis para acusar o recebimento da solicitação após a submissão; Aguardando parecer: a solicitação foi recebida pela unidade do ICMBio e está sendo analisada. As unidades do ICMBio têm até o 15º útil após a submissão da solicitação para emitir parecer. Caso esse prazo não

237 49 seja cumprido, a unidade hierarquicamente superior àquela que não emitiu o parecer terá mais 7 dias úteis para emitir o parecer; Aguardando homologação: a solicitação foi analisada e está aguardando a ratificação do parecer por algum operador do sistema especialmente designado para a função de homologação. A homologação será feita até o 5º dia útil após a emissão do parecer. Caso esse prazo não seja cumprido, a unidade hierarquicamente superior àquela que não efetuou a homologação terá mais 5 dias úteis para homologar o parecer; Parecer homologado: a análise foi encerrada; Suspensa por devolução para correção: durante a análise foi verificada, por alguma unidade do ICMBio, a necessidade de complementação de informações ou a correção de algum formulário. A solicitação é devolvida para o pesquisador que deverá corrigi-la ou complementá-la, e submetê-la novamente. Com a nova submissão, a contagem dos prazos se reinicia (uma solicitação pode ser devolvida quantas vezes forem necessárias). Quando ocorre uma devolução de uma solicitação distribuída para várias unidades do ICMBio, o sistema suspende todas essas distribuições (passíveis de análise e parecer) e comunica o fato a todas as unidades envolvidas e ao pesquisador. Cancelado pelo pesquisador: a solicitação foi cancelada pelo pesquisador. O cancelamento da solicitação pode ser feito a qualquer momento APÓS A SUBMISSÃO. Durante a elaboração da solicitação, ela poderá ser excluída pelo pesquisador. IMPRESSÃO DE AUTORIZAÇÃO OU LICENÇA Finalizado o processo de análise da solicitação e concessão da autorização ou licença, o pesquisador receberá uma comunicação, via correio eletrônico, no endereço eletrônico informado no seu cadastro. A autorização ou licença, gerada pelo Sisbio em formato pdf, será anexada à mensagem eletrônica. O pesquisador também poderá, sempre que necessário, acessar e imprimir a autorização ou licença concedida por meio da opção > Imprimir documento, disponível no Menu da solicitação. VIGÊNCIA DA AUTORIZAÇÃO E LICENÇA AUTORIZAÇÃO A autorização terá prazo de validade equivalente ao previsto no cronograma de atividades do projeto. Entretanto, deverá ser revalidada

238 50 anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do Sisbio no prazo de até 30 dias a contar da data do aniversário de emissão da autorização. Caso o pesquisador deseje renovar a autorização, deverá alterar a data final do cronograma de atividades e submeter para análise. LICENÇA PERMANENTE A licença permanente será válida enquanto durar o vínculo empregatício do pesquisador com a instituição científica a qual ele estava vinculado por ocasião da solicitação. O titular da licença permanente deverá apresentar, anualmente, relatório de atividades a ser enviado por meio do Sisbio no prazo de até 30 dias após o aniversário de emissão da licença permanente, para revalidá-la. FILTROS (DISTRIBUIÇÃO) As regras de distribuição, uma vez definidas, são embutidas em uma árvore de decisões que executa as distribuições com base em dois critérios: Taxonômico: a distribuição considera o táxon alvo das atividades previstas na solicitação; Geográfico: a distribuição considera a localidade na qual as atividades previstas na solicitação ou o projeto de pesquisa serão executados: - dentro dos limites de unidade de conservação - fora dos limites de unidade de conservação - dentro de cavernas (cavidades subterrâneas) Qualquer solicitação que não atende os critérios e é distribuída para a COINF para verificar a pertinência da solicitação. No caso de plantas, somente as solicitações que envolvam coleta de espécie ameaçada de extinção fora dos limites de UC serão distribuídas ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Caatinga (Cecat). Quando a coleta de planta ameaçada de extinção estiver prevista para ser realizada em UC, a distribuição da solicitação ocorre apenas para a UC. AUTORIZAÇÕES AUTOMATIZADAS

239 51 Os tipos Registro de expedição de campo (vinculado a licença permanente) e Comprovante de registro para coleta de material botânico, fúngico e microbiológico são apenas registros e são concedidos automaticamente pelo sistema. RELATÓRIO DE ATIVIDADES Para submeter o relatório de atividades, o pesquisador deve acessar o Sisbio e clicar em > Relatório > Incluir/Atualizar. Depois deve selecionar qual autorização ou licença deseja preencher o relatório. O preenchimento do relatório está orientado, de forma geral, na opção Instrução de preenchimento do Menu Relatório.

240 52 A autorização será revalidada anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do Sisbio no prazo de até 30 dias a contar da data do aniversário de emissão da autorização, até a data final do cronograma. Para renovar a autorização, finalizado o prazo de validade da autorização (finalização do cronograma de atividades), o pesquisador deve alterar a data do cronograma final e submeter para análise. Logo, apenas informando que a pesquisa terá continuidade, no relatório de atividades, não é suficiente para renová-la. A licença permanente também será revalidada anualmente mediante a apresentação do relatório de atividades a ser enviado por meio do Sisbio no prazo de até 30 dias a contar da data do aniversário de sua emissão. ACESSO E DISPONIBILIDADE DAS INFORMAÇÕES Nesse menu, o pesquisador irá informar em quanto tempo os dados dos relatórios poderão se tornar públicos. As informações contidas no relatório de pesquisa poderão ser utilizadas no planejamento de ações visando a gestão de unidades de conservação, o uso sustentável de recursos naturais e a conservação de espécies ameaçadas. Os dados da pesquisa apenas se tornarão públicos, da forma como foram informados no relatório, após o período especificado nesse menu. Alguns dados poderão ser divulgados de forma consolidada, como por

241 53 exemplo em estatísticas e mapas, a partir de uma mescla de dados provenientes de outras pesquisas. Artigos, dissertações e outros produtos finalizados poderão ser divulgados de forma integral. INFORMAÇÕES INICIAIS Nesse menu o pesquisador irá informar se a pesquisa terá continuidade, se realizou pesquisa de campo e caso não tenha realizado a justificativa por não ter realizado. Quando o pesquisador desejar encerrar sua pesquisa, irá marcar que a pesquisa não terá continuidade, respondendo a pergunta se realizou pesquisa de campo. Caso o pesquisador deseje continuar com a pesquisa, deverá marcar que a pesquisa terá continuidade e observar se o cronograma da autorização está vigente. Em caso negativo, deve atualizar o cronograma de atividades e submeter a solicitação para análise para que seja emitido um novo documento revalidado.

242 54 ATIVIDADE(S) Nessa seção, o pesquisador irá marcar as atividades realizadas durante a pesquisa. LOCAL(IS) DAS ATIVIDADES Nesse menu, será cadastrado online as localidades onde as atividades foram realizadas.

243 55 INSTRUÇÕES PARA PREENCHER E IMPORTAR DADOS DE OCORRÊNCIA (PLANILHA) Nesse menu, há as instruções para o preenchimento da planilha de ocorrência dos táxons. O pesquisador poderá baixar o modelo de planilha eletrônica para importação de dados de ocorrência, assim como o arquivo contendo as instruções mais detalhadas. TÁXONS Os táxons deverão estar presentes na listagem de táxons no menor nível taxonômico encontrado. Os espécimes coletados nem sempre podem ser identificados imediatamente no nível de espécie, dependendo do grupo taxonômico. Por essa razão o sistema permite o envio de relatórios em diferentes níveis taxonômicos. Caso seja necessário o sistema permite a edição dos dados de espécimes que venham a ser identificados posteriormente, assim como o preenchimento constante do relatório. No entanto, quanto mais detalhada a informação, especialmente em termos taxonômicos e geográficos, melhor. Táxons ex situ são aqueles fora do local natural de ocorrência, exemplo: Criadouros, coleções científicas, laboratórios, etc. Nesse caso, não é necessário preencher a tabela de ocorrência. A tabela serve somente para condições in situ (dentro do local natural de ocorrência).

244 56 Caso algum táxon não esteja cadastrado no banco de dados do SISBIO, o pesquisador poderá fazer o cadastro online. Importante: os dados referentes ao táxon cadastrado online não poderão ser inseridos pela planilha, seus dados deverão ser cadastrados online. Antes de cadastrar um táxon online, certifique-se que a grafia digitada está correta ou atualizada. Se houver algum erro de grafia na nomenclatura (exemplo digitar Pantera onca ao invés do correto Panthera onca ) ou algum táxon não mais reconhecido (algum gênero que foi alterado, por exemplo), o sistema irá acusar o erro 'Táxon não catalogado na base de dados do ICMBio/IBAMA!'. PREENCHER/IMPORTAR DADOS DE OCORRÊNCIA DE TÁXONS Neste formulário, é possível relatar ou importar os dados de ocorrência ("in situ") dos táxons relacionados às atividades do relatório.

245 57 Primeiramente, o pesquisador deverá selecionar a localidade em que irá preencher os dados de registros de ocorrência de táxons. Estes registros podem ser informados de duas formas: pela importação da planilha ou de forma online. Importação da Planilha: Para importação da planilha, basta clicar em Importar Planilha na linha referente à localidade a qual se pretende informar estes dados. Se ao tentar importar a planilha, ocorrer algum erro, a planilha não será importada e o sistema informará o erro. Neste caso, clique em Verificar Erros, e o sistema informará a linha da planilha e o erro para ser corrigido. Após corrigir os erros na planilha, tente importar novamente. O Sistema apenas aceita a importação da planilha eletrônica modelo baixada na tela Instruções para preencher e importar dados de ocorrência (planilha). É possível copiar informações de uma planilha pessoal que o pesquisador já tenha e colar na planilha modelo. No entanto, não é possível alterar a planilha modelo, ou seja, incluir ou excluir colunas. Em caso de dúvidas no preenchimento da planilha, baixe o arquivo Instruções sobre o preenchimento da planilha, na tela Instruções para preencher e importar dados de ocorrência (planilha). Inclusão dos registros de ocorrência de forma online: Para incluir os registros de forma online, clique em Selecionar na linha referente à localidade a qual se pretende informar estes dados. Nessa tela, preencha os Dados de ocorrência dos táxons ("in situ"), obtidos na localidade acima descrita e clique em Gravar. No campo Método de registro, selecione a atividade correspondente ao ocorrido com os espécimes do táxon em questão. a) Captura: deter, conter ou impedir, temporariamente, por meio químico ou mecânico, a movimentação de um animal, seguido de soltura; b) Coleta de amostras: obtenção de partes de um indivíduo silvestre animal, vegetal, fúngico ou microbiano, por exemplo pêlos, tecido, penas, secreção etc; c) Coleta de espécimes: obtenção de organismo silvestre animal, vegetal, fúngico ou microbiano pela remoção do indivíduo do seu habitat natural. Ao final desta tela, será apresentada a Listagem dos dados de ocorrência de táxons, obtidos na localidade acima descrita. Os dados incluídos por meio de importação da planilha também serão apresentados nesta listagem.

246 58 RESULTADOS/DISCUSSÃO Nesse campo deverá conter, em português e de forma resumida, os dados conquistados até o momento com a pesquisa, mesmo que esta não tenha sido finalizada, considerando os objetivos e informações esperados, descritas em sua solicitação. Caso tenha tido particularidades como: coleta em local que não consta em sua solicitação, coleta acima do esperado, coleta de táxons não indicados em sua solicitação, etc, estes dados devem ser informados e justificados nesse campo, sem deixar de apresentar demais dados. Ainda que a pesquisa já tenha sido finalizada, e o pesquisador inclua a publicação gerada como anexo ao relatório, é de suma importância o preenchimento deste campo, de forma resumida, para que os operadores identifiquem os resultados alcançados. E caso necessitem de maiores esclarecimentos, busquem tais informações mais completas nas publicações anexadas. Devido à grande quantidade de pesquisas autorizadas pelo Sisbio, é inviável de todas as publicações pelos operadores do ICMBio, dificultando ou impossibilitando o uso deste conhecimento na melhoria da gestão da biodiversidade. Nesta tela também é um campo para preencher informações relevantes ao manejo ou proteção das espécies e ecossistemas, ou à(s) cavidade(s) natural(is) subterrânea(s). Neste campo, o pesquisador poderá fazer recomendações específicas para conservação, manejo ou proteção que sua pesquisa tenha identificado.

247 59 INFORMAÇÕES PARA UC Nesta tela, o pesquisador poderá fazer recomendações específicas para cada unidade de conservação em que realizou a pesquisa. No campo Nome da UC federal, serão apresentadas todas as unidades cadastradas na tela Local(is). O pesquisador deve selecionar cada unidade de conservação e preencher recomendações e/ou informações úteis para o manejo/gestão da unidade de conservação, proteção das espécies e cavidades subterrâneas. Em caso de pesquisa socioambiental, também é possível enviar informações relevantes para a gestão da unidade de conservação ou para as formas de organização comunitária, e informar se houve retorno dos resultados às comunidades envolvidas. Apenas o primeiro campo, referente à Recomendações ao manejo/gestão da unidade de conservação federal ou à proteção das espécies, como também à(s) cavidade(s) subterrânea(s) (se houver). é obrigatório o seu preenchimento.

248 60 PUBLICAÇÕES E ANEXOS Nesta tela, o pesquisador pode anexar publicações (artigos, teses, dissertações, capítulos de livros, resumos, etc.), imagens, mapas e outros documentos complementares decorrentes da pesquisa realizada a partir da referida autorização ou licença. O limite máximo de um documento, para ser anexado, é de 10Mb. EXTRATO DO RELATÓRIO Nesse campo, é possível uma visualização dos dados preenchidos no relatório. Ao final do extrato, na tabela Histórico de acesso realizado pelas unidades do ICMBio, é possível verificar quais unidades do ICMBio acessaram o relatório, e a data e hora do acesso. SUBMETER (CONCLUÍDO) Para orelatório seja enviado ao SISBIO é necessário que o pesquisador clique em submeter (concluído). Caso o sistema identifique algum erro de preenchimento (ex.: campos obrigatórios não preenchidos), será informado na coluna Descrição do resultado das verificações. O pesquisador poderá acessar o formulário/tela correspondente por meio da operação > Verificar e corrigir/complementar. Quando não houver erros ou

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