NÚMERO: 1. TÍTULO: Vamos fazer menos lixo : redução, reutilização e reciclagem. IDEIAS CHAVE: Redução, reutilização e reciclagem.
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- Sandra Esther Gorjão Laranjeira
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1 NÚMERO: 1 TÍTULO: Vamos fazer menos lixo : redução, reutilização e reciclagem. IDEIAS CHAVE: Redução, reutilização e reciclagem. Esta colecção de transparências tem como objectivo a apresentação dos conceitos e das vantagens da redução da produção de resíduos na fonte, da reutilização dos bens e da reciclagem dos materiais. Estes princípios, indicados por ordem de prioridade, constituem a Política dos 3 R s, e a sua aplicação contribui para a menor produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Para além destes, pode considerar-se ainda uma quarta prioridade - a recuperação, que consiste na valorização energética dos resíduos. Por este motivo, actualmente já se fala também da política dos 4 R s. No entanto, iremos aqui dar mais ênfase aos 3 R s. Guião de Exploração dos Acetatos 1
2 NÚMERO: 2 TÍTULO: A redução dos resíduos. IDEIAS CHAVE: Redução, RSU. A redução é a melhor forma de diminuir os efeitos negativos dos resíduos no ambiente e é conseguida através da diminuição da produção de resíduos. A indústria e os consumidores têm um papel importante na redução de resíduos. A primeira deve reduzir a quantidade e a perigosidade dos resíduos que resultam dos processos produtivos, através do design, da utilização de novos materiais e da adopção de novos processos e tecnologias menos poluentes. Assim, é possível fabricar embalagens com menor peso e menor gasto de energia e de recursos naturais, sem perder a respectiva resistência e a aptidão para conservar os produtos. Os consumidores devem evitar consumos desnecessários, rejeitar excessos de embalagens e exprimir a sua opinião junto das autoridades, das indústrias e dos comerciantes, para agirem em conformidade com os mesmos objectivos. Eis alguns exemplos que permitem reduzir a quantidade de resíduos produzidos: Em casa: - Não utilizar loiça descartável; - Não usar toalhas e guardanapos de papel (é preferível utilizar guardanapos de pano); - Usar caixas resistentes para guardar alimentos, em vez de os embrulhar em folhas de plástico ou de alumínio. Nas compras - Levar sacos resistentes de nylon, de pano ou outro material; - Reutilizar os sacos do supermercado; - Comprar produtos a peso, em vez de os comprar embalados; - Comprar embalagens familiares, em vez de embalagens com pouca quantidade; - Preferir pastas de dentes que não tragam caixa de cartão, ou deixá-la na loja, para pressionar os produtores; - Preferir detergentes que possam ter recargas. Guião de Exploração dos Acetatos 2
3 BIBLIOGRAFIA: - C.N.S., Pensar Ambiente em Portugal. Centro Norte-Sul. Lisboa. - Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro. Guião de Exploração dos Acetatos 3
4 NÚMERO: 3 TÍTULO: A reutilização dos resíduos. IDEIAS CHAVE: Reutilização, RSU. De acordo com o Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro, a reutilização é a reintrodução, em utilização análoga e sem alterações, de substâncias, objectos ou produtos nos circuitos de produção ou de consumo, por forma a evitar a produção de resíduos. Alguns exemplos para a reutilização de materiais: - Utilizar garrafas de vidro com tara, que têm retorno e podem ser utilizadas mais do que uma vez; - Utilizar o verso das folhas usadas para rascunho; - Utilizar embalagens de iogurte, de gelado ou outras, depois de lavadas, para colocar outras coisas, tais como comida, clips, canetas, etc.. A utilização de materiais reutilizáveis irá diminuir a curto prazo a quantidade dos resíduos domésticos que têm de ser eliminados, visto que só após um certo número de utilizações, estes são considerados resíduos. Existem produtos que têm embalagens que são reutilizáveis e outros com recargas, o que permite utilizar a embalagem original várias vezes. BIBLIOGRAFIA: - C.N.S., Pensar Ambiente em Portugal. Centro Norte-Sul. Lisboa. - Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro Guião de Exploração dos Acetatos 4
5 NÚMERO: 4 TÍTULO: A reciclagem dos resíduos. IDEIAS CHAVE: Reciclagem, ciclo de vida. A reciclagem traduz-se fundamentalmente na valorização de determinadas componentes dos RSU, na qual se recuperam e/ou regeneram diferentes matérias constituintes por forma a dar origem a novos produtos. É também uma forma de diminuir a quantidade de resíduos, poupando recursos naturais e energéticos. É necessário que os materiais sejam sujeitos a uma separação na origem, para serem sujeitos a reciclagem: - O papel e o cartão são reciclados para darem origem a papel novo; - Os metais podem ir para fundição e dar origem a novas peças; - As embalagens de vidro após a reciclagem podem dar origem a novas embalagens; - Os plásticos também podem ser recuperados, podendo alguns ser fundidos e moldados de novo; - Os materiais fermentáveis são o maior constituinte dos RSU e podem ser transformados em composto, que pode ser utilizado como correctivo orgânico. Embora se tenha feito um esforço na implementação da reciclagem destes materiais, estes continuam a apresentar valores muito reduzidos de valorização, mesmo em locais que têm sido objecto de investimentos consideráveis, à excepção do vidro. É importante referir a diferença que existe entre produto reciclado e produto reciclável, pois apresentam simbologia diferente. O primeiro é aquele que é constituído por material que já foi sujeito a reciclagem, o segundo corresponde a material que pode ser reciclado se houver tecnologia para tal. Nesta fase, é de grande importância abordar o tema - ciclo de vida. O estudo do ciclo de vida de um determinado produto vai desde a extracção se matérias-primas, transformação, distribuição, consumo do produto e destino final dos resíduos, e tem como objectivo melhorar o comportamento ambiental de um produto. Guião de Exploração dos Acetatos 5
6 A ecoeficiência e a produção eficiente são conceitos que se interligam. Eles podem ser atingidos através do recurso a metodologias novas, tal como a análise do ciclo de vida. O estudo do ciclo de vida envolve a recolha e análise dos inputs e outputs de todas as fases que constituem o ciclo de vida de um produto. Permite, no entanto, a identificação dos impactes mais significativos. A perspectiva de análise de ciclo de vida deverá incluir: - o conhecimento das operações necessárias para fornecer materiais para a fabricação de produtos; - identificação dos passos que são necessários para produção do produto, antes de ele estar pronto para transporte; - quais as operações que se encontram entre a operação e o consumidor; - qual a função que o produto final tem nas mãos do consumidor, até ao fim de vida; - quais as opções de valorização que podem ser consideradas no final do ciclo de vida do produto; - quais são as opções para deposição final dos resíduos. A análise de ciclo de vida divide-se em quatro fases: iniciação; inventariação; análise de impactes e interpretação. 1. Iniciação - Nesta fase devem ser definidos, claramente, os objectivos e o campo de acção, que irão influenciar a duração e os custos do estudo. O objectivo do estudo deverá ser bem esclarecido e deverá ser definida a informação e o nível de detalhe necessários. Será igualmente necessária a descrição do sistema e a definição dos seus limites, definição dos dados necessários, os pressupostos assumidos e as suas limitações. 2. Inventariação - Esta fase é essencial, pois permite o conhecimento dos fluxos do material, energia e poluentes durante o período de vida do produto. Para que estes dados sejam quantificados, as quantidades de todos os materiais incluidos no produto ou envolvidos no seu fabrico devem ser medidos. 3. Impacte - Nesta fase são analisadas as consequências ambientais dos fluxos referidos no inventário. Isto é uma combinação de processos técnicos, quantitativos e qualitativos. A análise de impactes refere todos os potenciais impactes: qualidade da água, efeitos das emissões tóxicas, etc.. É importante notar que muitos fluxos de materiais e poluentes descritos na fase de inventário terão impactes específicos que não poderão ser generalizados. Guião de Exploração dos Acetatos 6
7 4. Interpretação - Será efectuada após ter sido elaborado um exame ao sistema e analisadas as novas melhorias. A análise de ciclo de vida trás benefícios ao sistema: clarifica controvérsias ambientais; revela impactes de um produto ou serviço que de outra forma permanecerão camuflados e geram novas ideias para fornecer a mesma função com reduzidos impactes ambientais. BIBLIOGRAFIA: - C.N.S., Pensar Ambiente em Portugal. Centro Norte-Sul. Lisboa. - FUSSLER, C.; JAMES, P., Driving Eco Innovation - A breakthrough discipline for innovation and sustainability.pitman Publishing.Londres. - GRAEDEL, T.E.; ALLENBY, B.R., Design for Environment. Prentice Hall. Maio de Guião de Exploração dos Acetatos 7
8 NÚMERO: 5 TÍTULO: O processo de recolha dos resíduos sólidos urbanos. IDEIAS CHAVE: Tipo de recolha de resíduos, viaturas. A recolha de resíduos sólidos, segundo o Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro, é a operação de apanha de resíduos com vista ao seu transporte. A recolha regular ou normal é, usualmente, responsabilidade das autoridades municipais, através dos respectivos serviços de higiene e limpeza. É executada segundo horários pré-estabelecidos, com uma periodicidade variável, dependendo das características do meio rural ou urbano. O sistema mais generalizado consiste em o veículo seguir ao longo da rua, parando nos locais onde se encontram os contentores. Os cantoneiros, por sua vez, trazem os contentores do lancil até ao veículo, onde estes são automaticamente despejados. No que diz respeito ao método de recolha dos RSU para a viatura, temos: - Recolha convencional ou aberta (sistema mais vulgar em Portugal): caracteriza-se pelo facto de a zona de carregamento (traseira do camião) ser aberta ou dispôr apenas de uma cortina de borracha; - Recolha hermética: a zona de carregamento é fechada, apenas abrindo quando os resíduos são carregados. O serviço de recolha dos resíduos é definido tendo em conta o circuito de recolha. O planeamento dos circuitos pode ser optimizado recorrendo a programas de computador, tendo em conta a análise da estrutura viária (largura das ruas, sinuosidade, etc.) e o tipo de contentores utilizados, entre outros aspectos. O planeamento do serviço inclui a escolha do equipamento adequado para a recolha, tendo em conta a produção dos resíduos. Por exemplo, em locais onde a produção de resíduos seja maior pode ser necessário mais do que um veículo de recolha por rua. BIBLIOGRAFIA: - C.N.S., Pensar Ambiente em Portugal. Centro Norte-Sul. Lisboa. - Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de Setembro. Guião de Exploração dos Acetatos 8
9 NÚMERO: 6 TÍTULO: A recolha selectiva em Portugal. IDEIAS CHAVE: Recolha selectiva. A recolha selectiva é a recolha de forma separada dos diferentes constituintes dos resíduos com vista a uma futura valorização. Esta recolha pode ser efectuada através da utilização de: - Contentores unimaterial (vidrão, papelão, plasticão, pilhão, latão), que servem para recolher separadamente os materiais; - Ecopontos, bateria de contentores, ocupando uma pequena área, com forma apropriada e compartimentos destinados a receber separadamente papéis, embalagens de vidro, de plástico, pilhas e outros materiais; - Ecocentros, parques vigiados com cerca de 4000 m 2, com um volume de contentorização superior aos ecopontos, destinados a receber, de forma separada, os diferentes tipos de RSU (papel e cartão, vidro, plásticos, metais, electrodomésticos, resíduos de construção e demolição, pilhas, óleos usados, medicamentos e outros) para posterior tratamento e reciclagem; - Recolha porta-a-porta, na qual a recolha é feita ao domicílio em datas determinadas. Os contentores separados são os que se encontram mais amplamente distribuídos pelo país, sendo os vidrões os que mais contribuem para essa distribuição. Estão presentemente instalados 6 ecocentros na Maia e 1 em Matosinhos. Estes ecocentros fazem parte de um projecto coordenado pela Lipor, que envolve 6 municípios (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Vila do Conde). A implantação de ecocentros no país, faz parte da estratégia de gestão de RSU. A recolha porta-a-porta apenas está implementada no nosso país no município de Oeiras. Começou por ser uma experiência piloto na localidade de Queijas, e entretanto foi alargada a todo o concelho. As pessoas depositam as embalagens usadas de plástico, metal e de cartão em sacos azuis e os restantes resíduos, à excepção do papel (atado em pequenos fardos), são depositados em sacos pretos, distribuídos pela autarquia. Os sacos azuis e o papel são transportados para a estação de triagem, onde são separados Guião de Exploração dos Acetatos 9
10 manualmente por categorias e posteriormente enviados para as indústrias recicladoras. Os sacos pretos são transportados para a estação de compostagem em Trajouce. Na tabela seguinte apresenta-se a evolução da taxa de reciclagem do vidro e as quantidades de casco recolhidas ao longo dos últimos seis anos. A taxa de reciclagem apresentada é calculada envolvendo o casco de origem industrial (embalagens de retorno em fim de vida), correspondendo assim a uma taxa que não reflecte a participação efectiva da população. A taxa de reciclagem relativa ao vidro presente nos RSU, representado pelo casco doméstico, é actualmente cerca de 15% como se pode deduzir pela tabela a seguir representada. Tabela 1 - Evolução da taxa de reciclagem de vidro em Portugal. Ano Consumo Casco Doméstico Casco Industrial Casco Taxa de Vidro Novo (t) Recolhido (t) Recolhido (t) Total (t) Reciclagem (%) , , , , , ,0 Fonte: PERSU, De acordo com dados da Produção de RSU/1999 a Sociedade Ponte Verde, S.A. (SPV, S.A.) retomou em 1999, cerca de Ton. de Resíduos de embalagem de vidro. Segundo dados do Instituto dos Resíduos Dezembro de 2000, na região Norte de Portugal, existem 12 sistemas multimunicipais que efectuam recolha selectiva, onde estão colocados 3975 ecopontos em exploração e estando prevista a colocação de mais 2569 ecopontos. Segundo a mesma fonte, na região Centro de Portugal existem 5 sistemas multimunicipais que efectuam recolha selectiva, onde estão colocados 2447 ecopontos em exploração e estando prevista a colocação de mais 742 ecopontos. Na região Lisboa e Vale do Tejo, existem 8 sistemas multimunicipais que efectuam recolha selectiva, onde estão colocados 4484 ecopontos em exploração e estando prevista a colocação de mais 740 ecopontos. Guião de Exploração dos Acetatos 10
11 Na região do Alentejo existem 5 sistemas multimunicipais que efectuam recolha selectiva, onde estão colocados 64 ecopontos em exploração e estando prevista a colocação de mais 1251 ecopontos. Por fim, na região do Algarve existem 2 sistemas multimunicipais que efectuam recolha selectiva, onde estão colocados 930 ecopontos em exploração não estando prevista a colocação adicional de ecopontos. Em Portugal, em 1999 existiam 257 concelhos que efectuam recolha selectiva. BIBLIOGRAFIA: - QUERCUS-Associação Nacional de Conservação da Natureza, Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos e Inventariação dos Locais de Deposição em Portugal. Lisboa, Outubro de MINISTÉRIO DO AMBIENTE - Grupo de Tarefa para Coordenação do Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos, Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU). Lisboa, Outubro MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS, Relatório do Estado do Ambiente de Direcção Geral do Ambiente. Lisboa, Novembro GOMES, S.P.; RAIMUNDO, C., Recolha Selectiva Multi-Material e Triagem de Embalagens Usadas. A Experiência Piloto de Queijas. 5ª Conferência Nacional Sobre a Qualidade do Ambiente. Volume 2, pp Aveiro, de Abril de INSTITUTO DE RESÍDUOS, Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, Dezembro de Guião de Exploração dos Acetatos 11
12 NÚMERO: 7 e 8 TÍTULO: Poupança de recursos. IDEIAS CHAVE: Matérias-primas, energia, água. A reciclagem de diversos tipos de materiais permite poupanças de recursos naturais e energéticos, bem como evitar desperdícios desnecessários. Papel reciclado O fabrico de uma tonelada de papel reciclado, relativamente à produção de papel novo, permite: - Poupar entre 15 a 20 árvores; - Consumir entre 50 a 200 vezes menos água. Por cada tonelada de papel reciclado produzido poupa-se a quantidade de água equivalente ao consumo diário de mil pessoas; - Consumir 2 a 3 vezes menos energia; - Diminuir em 75% as emissões atmosféricas, em 25% as descargas para o meio aquático e em 45% o consumo de oxigénio durante o processo. Plástico reciclado A reciclagem do plástico permite: - Poupança de matérias primas não renováveis, como o petróleo; - Redução do consumo de energia na fabricação de materiais plásticos; - Transformação de produtos de vida curta (embalagens), em produtos de vida longa; - Redução dos encargos com a remoção e tratamento de RSU. Vidro reciclado Na produção de uma tonelada de vidro reciclado é suficiente uma tonelada de casco. Deste modo, a produção de vidro reciclado, relativamente à produção de vidro novo permite: - Poupança de 20% em peso nas matérias-primas consumidas; Guião de Exploração dos Acetatos 12
13 - Economia de 2 a 2,4% de energia por cada 10% de casco a mais utilizado no processo produtivo; - Redução da poluição atmosférica em cerca de 20%, pois há uma diminuição do combustível utilizado; - Redução de 10% do volume total de RSU a tratar/eliminar. Guião de Exploração dos Acetatos 13
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