Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas

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1 VARIAÇÃO DA LATERAL PALATAL E NASAL PALATAL NUM FALAR DO NORTE DO BRASIL Eliane Pereira Machado SOARES 1 RESUMO: Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa sobre a variação das consoantes lateral palatal e nasal palatal, em seis cidades do Estado do Pará (Norte do Brasil), a saber, Altamira, Belém, Bragança, Marabá, Soure, Santarém, cada uma delas localizada em uma mesorregião do estado. O corpus é constituído de fala espontânea, obtida em forma de narrativa de experiência pessoal junto a 24 informantes nascidos nessas cidades, totalizando 144 informantes, selecionados de acordo com os pressupostos teóricos da Sociolingüística Quantitativa. O tratamento dos dados leva em conta, além das variáveis sociais, variáveis lingüísticas consideradas condicionantes do fenômeno de variação em estudo, cuja análise estatística é feita pelo uso do pacote de programas VARBRUL (98). Os resultados obtidos demonstram que os fenômenos variáveis associados à lateral palatal e nasal palatal no falar estudado são condicionados tanto por fatores lingüísticos quanto sociais, esses últimos, em particular, aqui serão objeto de discussão. Em nossa pesquisa constatamos que os usos das variantes identificadas são condicionados pelos fatores sociais associados às condições dos informantes como sexo, faixa etária, escolaridade e origem geográfica, que concorrem para a realização das variantes lingüísticas, de maneira que é possível relacionar o fenômeno de manutenção do traço palatal bem como a perda gradual desse traço àqueles parâmetros socais. PALAVRAS-CHAVE: variação lingüística; nasal palatal; lateral palatal; falar regional. INTRODUÇÃO Estudos realizados sobre a variação da lateral palatal e nasal palatal no Português Brasileiro apontam para a predominância da oposição das variantes [ ], [ ] à variante semivocalizada [j]. Entretanto, no Estado do Pará, no Norte do Brasil, é perceptível a variação a que esses segmentos são submetidos. 1 Profa. Dra. Eliane Pereira Machado Soares Universidade Federal do Pará Campus Universitário de Marabá- Faculdade de Estudos da Linguagem Marabá Pará- Brasil. Código Postal: Endereço eletrônico: elianema@ufpa.br. 43

2 Em nosso trabalho 2 em particular sobre essas variáveis pudemos identificar as seguintes realizações: para a nasal palatal, as variantes nasal palatal [ ] [ka ĩ us] carinhos ; nasal palatalizada [n ] [ vĩn a] vinha ; nasal alveolar/dental seguida de semivogal [nj] [kõ nj si] conheci ; semivogal [j] [mã jã] manhã ; zero fonético [ ] [te ] tenho ; totalizando ocorrências. Para a lateral palatal, as variantes lateral palatal [ ] [ba ra u] baralho ; lateral palatalizada[ l ] [mu l ] mulher ; lateral alveolar/dental seguida de semivogal [lj] [tra balju] trabalho ; lateral alveolar/dental [l] [mu l ] mulher, semivogal [j] [paja] palha, zero fonético [ ] [tea] telha. Por razões estatísticas, só foram analisadas as seguintes variantes: para / /: lateral palatalizada [l ]; lateral dental ou alveolar (despalatalizada) seguida de semivogal [lj]; semivogal [j], as quais totalizam Para / /: nasal palatalizada [n ]; nasal palatal [ ]; semivogal (nasalizada) [j], totalizando ocorrências. 3 A análise dos dados tem como suporte teórico-metodológico a Geo- Sociolingüística e a Teoria da Variação (Sociolingüística Variacionista (LABOV (1972)) e como suporte estatístico o pacote de programas computacionais VARBRUL (PINTZUK,1998). Desse modo, a composição da amostra de fala se faz sobre dados coletados na área urbana de seis cidades paraenses localizadas em cada uma das seis mesorregiões do estado escolhidas pelo fato de serem as principais cidades do ponto de vista histórico e econômico de sua região, o que as tornam importantes centros irradiadores de cultura. O registro dos dados lingüísticos foi feito por meio de entrevistas pelas quais foram obtidas narrativas de experiência pessoal de 24 informantes por cidade, totalizando 144 informantes, de acordo com um plano da amostra que obedece aos seguintes critérios: a) Anos de escolaridade: 0 a 8ª série do ensino fundamental; mais de 8 anos de escolaridade; b) Sexo: Feminino, Masculino; c) Faixa etária: 15-25; 26-45; + 46 anos; e) Origem Geográfica: Santarém (Baixo Amazonas), Marabá (Sudeste): Belém (Capital - Metropolitana de Belém): Bragança (Nordeste Paraense); Soure (Marajó); Altamira (Sudoeste). A análise sociolingüística dos resultados estatísticos revelou que a variação lingüística resulta de fatores tanto de ordem lingüística quanto social. Neste trabalho especificamente consideraremos os fatores sociais, conforme definidos no plano da amostra. A INFLUÊNCIA DOS FATORES SOCIAIS PARA A VARIAÇÃO DA LATERAL PALATAL E NASAL PALATAL NO FALAR PARAENSE 2 Este artigo é parte integrante da tese de doutorado: As palatais lateral e nasal no falar paraense: uma análise variacionista e fonológica; orientada pela Profa. Dra. Maria do Socorro da Silva de Aragão. A análise geo-sociolingüística segue o modelo teóricometodológico da Sociolingüística Quantitativa e a formalização dos processos fonológicos se faz pela Fonologia de Geometria de Traços (Clements e Hume, 1997). Os dados linguísticos utilizados fazem parte do Atlas Linguístico do Pará, coordenado pelo Prof. Dr. Abdelhak Razky da Universidade federal do Pará. 33 Devido ao número de variantes foram realizadas rodadas ternárias. O nível de significância é analisado a partir de pesos relativos (.333). 44

3 A distribuição das variantes no falar paraense mostra que as tendências de usos estão fortemente correlacionadas aos parâmetros considerados para a estratificação dos falantes. Nesta análise faremos a discussão a partir do traço palatal 4, tendo em vista que nesse falar registramos variantes que apresentam a manutenção total (formas palatais) e manutenção parcial (formas palatalizadas); perda total do traço palatal (formas despalatalizadas). 5 Assim, tem-se: no primeiro caso [ ]; no segundo caso [l ] e [n ], no terceiro caso [lj] e [j]. Nos tópicos seguintes discutiremos os condicionamentos da variação correlacionados aos parâmetros sociais. Fator Sexo/Gênero Os resultados relacionados ao fator sexo/gênero 6 indicaram que falantes de sexo feminino dão preferência às realizações [ ], [lj], [l ], enquanto falantes do sexo masculino têm preferência pela variante [j], para as duas variáveis fonológicas. Isso pode ser observado nas tabelas seguintes: Tabela 1 4 De acordo com Câmara Jr (1979; 1986), na língua portuguesa, a palatalização (ou, nos termos do autor, molhamento) foi responsável pelo surgimento de quatro consoantes não existentes no sistema fonológico latino, que passou a ter na ordem constritiva uma chiante surda / / e uma chiante sonora / /; uma nasal palatalizada (nasal palatal / /); uma líquida lateral palatalizada (lateral palatal / /). Essas duas particularmente resultaram da palatalização de grupos consonânticos latinos ou de uma consoante em contato com -y-, como veremos no próximo tópico. Como traço secundário, a palatalização é uma assimilação determinada por um fonema palatal assimilador -y-, em contato com a consoante que sofre a assimilação. 5 Segundo Cristófaro-Silva (2001) o som palatal é produzido com a parte medial da língua contra a parte final do palato duro, como são os sons / / e / / em língua portuguesa. Em termos de realizações, essa autora faz algumas importantes distinções para se distinguir entre a consoante palatal e a palatalizada. No primeiro caso, sons palatais são aqueles produzidos com a obstrução da passagem do ar na região palatal pelo levantamento da parte média ou central da língua que quase toca o céu da boca, se o ar escapa lateralmente, enquanto a ponta da língua se encontra abaixada próxima aos dentes inferiores frontais, tem-se então a realização [ ]; se, ao invés deste gesto, levanta-se a ponta da língua em direção aos alvéolos ou aos dentes e, concomitantemente, a região central da língua é levantada em direção ao palato duro, então ocorre uma lateral palatalizada [l ]. De acordo com esta mesma autora, para a nasal palatal ocorre algo semelhante: para o segmento palatal [ ], há obstrução da passagem da corrente de ar quando a língua toca o céu da boca na região palatal; para a variante nasal palatalizada [n ] a ponta da língua toca os alvéolos. Em termos articulatórios, o som palatalizado se distingue do palatal por ser produzido mais à frente da cavidade bucal, ocorrendo o efeito auditivo de consoante seguida de vogal. 6 É importante observar, como o faz Eckert (1997), que no estudo da variação não se deve levar em conta este fator meramente como categoria biológica em si mesma, mas como base da construção social que faz a diferenciação de papéis a partir de normas e expectativas para cada um dos sexos, atribuindo-lhes, pois, mais do que sexo, gênero. É o gênero que atribui normas de comportamento para homens e mulheres. 45

4 Variável sexo para a lateral palatal [l ] [lj] [j] Fem. 1164/ / /6.279 Masc. 1106/ / /9.392 Total 2270/ /33-286/7 - Tabela 2 Variável sexo para a nasal palatal [n ] [ ] [j] Fem. 1124/ / / Masc. 976/ / / Total 2100/42-472/ /48 - Esses resultados apontam para o fato de que, probabilisticamente, as formas palatal e palatalizadas são as mais utilizadas pelas mulheres, ao contrário da variante [j], com maior probabilidade de ocorrência entre os homens. Entretanto, notamos que em relação à lateral palatal a variante com maior índices é a variante [lj], seguida pela variante [l j ]. Esses resultados nos permitem dizer que as formas preferidas na fala feminina são aquelas que, no estágio atual desse falar, mantém o traço palatal 7. Porém, esse traço se mantém mais fortemente nos usos da nasal palatal do que nos usos da lateral palatal, o que indica a maior vitalidade do traço palatal em relação à nasal palatal no falar paraense. 7 No tocante ao fator sexo, as primeiras pesquisas de Fischer (1958, apud Paiva, 2004) já haviam demonstrado que as formas de maior prestígio ocorrem mais freqüentemente na fala de mulheres do que na fala de homens. Muitos outros estudos corroboram esta primeira conclusão de Fischer no que tange a diversos fenômenos de variação, e demonstram que o conservadorismo feminino quanto aos usos da língua está diretamente relacionado com o prestígio a eles associado, de maneira que uma forma inovadora aparece implementada na fala feminina conforme o valor social que lhe é atribuído. Coulthard (1991, p. 25), mencionando estudos de Labov sobre a pronúncia do /r/, afirma que o estudo deu a entender que as mulheres são mais sensíveis ao significado social da pronúncia do que os homens. 46

5 Fator Faixa Etária A faixa etária 8 apresentou os seguintes resultados: indivíduos entre anos tendem aos usos de [ ], [l ] e [j]; falantes da faixa de 26 a 45 anos dão preferência ao uso de [n ] e de [l ]; falantes com idade acima de 46 preferem as variantes [n ], [ ] e [l ], como se verifica nas tabelas 3 e 4. Note-se que a faixa mais alta é a que mais utiliza formas palatal e palatalizadas, aproximando-se dos usos dos falantes da faixa mais baixa. Tabela 3 Variável Faixa Etária para a lateral palatal [l ] [lj] [j] / / / / / / / / /9.316 Total 2270/ /33-286/7 - Tabela 3: Faixa Etária Tabela 4 Variável faixa Etária para nasal palatal 8 É importante lembrar que os estudos variacionistas, quanto à faixa etária, entendem que variação decorre dos diferentes estágios de aquisição da linguagem pelos indivíduos: A linguagem é adquirida em sua grande parte até aproximadamente 14 anos (puberdade) e, teoricamente, observando-se uma pessoa de 50 anos, por exemplo, teríamos um reflexo do que se falava há 36 anos atrás. Assim, as diferenças resultantes da comparação de diferentes faixas etárias poderiam indicar mudanças em processo de implementação no sistema. (SILVA E SCHERRE, 1996, p. 35). 47

6 [n ] [ ] [j] / / / / / / / / / Total 2100/ /48-472/10 Os resultados da primeira e última faixa etária foram bastante surpreendentes para nós, especialmente no tocante ao uso de [j] como variante da lateral palatal: esperávamos que ocorresse o contrário, por, comumente, esse uso estar relacionado aos falantes mais velhos, como demonstram vários estudos do PB. 9 De qualquer modo, esses resultados mostram uma singularidade: há favorecimento predominante em todas as faixas para as formas palatal e palatalizada, entretanto, a ocorrência da variante semivocalizada na fala dos mais jovens mostra a relação de concorrência dessas variantes; especialmente no caso da lateral palatal vemos que o avanço da semivolocalizada mais implementado do que no caso da nasal palatal. Fator Anos de Escolaridade Os resultados para anos de escolaridade mostram que indivíduos com menor escolaridade (0-8), tendem para o uso de [j], enquanto aqueles com maior escolaridade (acima de 8 anos) tendem ao uso de [n ], [ ]; [l ] e [lj]. 9 Estudos de Aragão (1997), no ALPB, demonstram que a semivocalização é freqüente nas faixas etárias mais altas, acima de 51 anos. Silva e Moreira (1997), a partir de dados do APERJ, atestam a maior incidência de [j] na fala de informantes mais velhos (acima de 56 anos, das três faixas consideradas). Também é o que constata Soares (2002) no o falar de Marabá (PA) entre falantes acima de 46 anos. 48

7 Tabela 5 Variável Anos de Escolaridade para a lateral palatal [l ] [lj] [j] / / / / / /3.199 Total 2270/ /33-286/7 - Tabela 6 Variável Anos de Escolaridade para nasal palatal [n ] [ ] [j] 0-8 anos 1119/ / / anos 981/ / / Total 2100/42-472/ /48 - Com isso, constatamos que há significativa influência do tempo de exposição à escola sobre as preferências das variantes, demonstrando particularmente que a maior escolarização atua para a manutenção das formas palatal e palatalizadas, enquanto que a variante [j] é a variante que sofre maior coerção, sendo possivelmente a forma estigmatizada 10. Fator Origem Geográfica 10 O peso da escolarização se faz sentir na proporção em que maior escolarização significa maior rejeição às formas não-padrão e, inversamente, menos escolarização maior aceitação dessas formas, isso pode ser constatado tanto nos casos de variação estável quanto de mudança lingüística: nos fenômenos de mudanças constata-se que os falantes de maior escolarização tendem a privilegiar mudanças que implementam uma forma socialmente aceita e desfavorecem mudanças que se opõem ao padrão. (Silva e Scherre, 1996, p. 343). Ao que se constata, a escola atua como reguladora de usos, tanto no sentido da implementação quanto no da conservação das formas lingüísticas, tanto é assim que para Votre (2003) não há mudança lingüística se para isto não houver a atuação favorável e definitiva da escola. 49

8 Por fim, tem-se, como último fator considerado, a, origem geográfica, 11 que como vemos demarca bem os usos das variantes. Em síntese temos as seguintes tendências de usos: Belém [n ]; [l ]-[j]; Bragança [n ]-[ ]; [l ]- [lj]; Soure [n ], [lj]; Santarém [ ]-[n ]; [lj]-[l ]; Altamira [j] (nasal palatal/ lateral palatal); Marabá [j] (da nasal palatal); [lj]-[j]. Tabela 7 Variável 0rigem Geográfica para a lateral palatal [l ] [lj] [j] Belém 425/ / /8.385 Soure 593/ / /4.244 Bragança 273/ / /3.154 Santarém 348/ / / Em nosso trabalho, a questão da origem geográfica é fundamental, por ela podemos caracterizar o uso regional das variantes, considerando as principais cidades do estado, devido a sua especificidade histórica e geográfica, e o aspecto fonético aqui estudado. Isso é possível, pois, como afirma Lyons (1981, p. 248): [...] é porque sistemas lingüísticos fonologicamente idênticos podem se realizar diferentemente no meio fônico que faz sentido falar do mesmo dialeto de uma língua pronunciado com tal ou qual sotaque (...). Pois sotaque compreende todo tipo de variação fonética, inclusive aquele subfonêmico no sentido de que nunca é considerado como base de contraste funcional (...). De fato, em se tratando de sotaque, normalmente tais variações refletem aspectos associados à região de origem do falante, como podemos constatar na experiência diária. Empiricamente, inclusive, essas diferenças são percebidas pelos falantes do estado: a realização da, por assim dizer, palatalidade é dada como fala de Belém e a nãomanutenção como fala do sul do Pará (por exemplo, em pronuncias como galhinha, o mesmo se aplica ao falar chiado de <s> em final de sílaba. 50

9 Altamira 328/ / / Marabá 303/ / / Total 2270/ /33-286/7 - Tabela 7: Origem Geográfica. Tabela 8 Variável Origem Geográfica para nasal palatal [n ] [ ] [j] Belém 529/ / / Bragança 368/ / / Soure 680/ / / Santarém 284/ / / Marabá 149/ / / Altamira 90/ / / Total 2100/42-472/ /48 Tabela 8: Origem Geográfica Vemos aqui duas tendências que devem ser ponderadas a partir dos seguintes aspectos: em relação à nasal palatal (1) as cidades de Belém, Bragança, Soure e Santarém atuam em favor da manutenção da palatal e da palatalizada e, inversamente, na inibição da forma semivocalizada dessa variável; (2) As cidades de Marabá e Altamira atuam para a implementação de [j]. Em relação à lateral palatal, constatamos que (3) as cidades de Belém também implementam o uso de formas palatalizadas (à exceção de Belém, como se vê acima) e (4) as cidades de Marabá e Altamira dão preferência à forma semivocalizada. Esses resultados quanto à origem, colocados de modo amplo, permitem-nos dizer que (1) temos duas formas de realização das variantes: de um lado, formas palatal/palatalizada, representadas na fala de Belém, Bragança, Soure e Santarém, e, de outro, formas despalatalizadas, representadas na fala de Altamira e Marabá; (2) a aproximação geográfica entre as regiões onde se situam essas últimas cidades e a história comum de dinâmica migratória podem explicar a preferência pela 51

10 semivocalização. A partir dessas observações, é possível relacionar a preferência pelas formas palatal/palatalizada nas cidades de Belém, Bragança, Soure e Santarém à influência da colonização portuguesa nessas cidades. É algo a se pesquisar. CONCLUSÃO A atuação dos fatores sociais para as realizações da lateral palatal e nasal palatal confirmam a própria importância desses fatores para o fenômeno da variação linguística, bem como indicam o forte condicionamento que exercem sobre a variação das variáveis fonológicas no falar paraense e que aqui foram objeto de estudo. Assim, partindo da manutenção do traço palatal (variantes palatal e palatalizada) podemos elaborar as seguintes considerações: sendo o comportamento feminino sensível ao valor social atribuído às variantes linguísticas, o uso preferencial das variantes com o traço palatal na fala de mulheres indica que essas são as formas de maior prestígio; a distribuição dessas variantes tanto entre os mais jovem como entre os mais velhos mostra que se trata de um fenômeno de variação estável; considerando o ensino de língua normatizador e prescritivo, - que prevê o uso correto das formas lingüísticas e estigmatiza as formas que se desviam dessas prescrições, e por isso passam a ser consideradas não padrão o seu favorecimento entre os indivíduos de maior escolaridade - podemos considerar que tais variantes podem ser consideradas formas padrão no falar paraense; no tocante à origem geográfica os dados permitem pensar que processo de colonização diferenciado, no caso do sul e sudeste marcados pelos contínuos fluxos migratórios e no caso das demais regiões pela forte presença portuguesa, tende em favor da palatalização nessas últimas e da despalatalização nas primeiras. Por fim, podemos ainda dizer que apesar do favorecimento para as formas palatal e palatalizadas se dar de forma semelhante para as duas variáveis fonológicas, podemos perceber que a atuação dos fatores é mais fortemente sentida em relação à lateral palatal do que para a nasal palatal, estando aquela sujeita à maior pressão social. Isso parece também indicar que o processo de implementação da semivocalização esteja num estágio adiantado para a lateral palatal do que para a nasal palatal no falar paraense. 52

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAGÃO, Maria do Socorro Silva de. A despalatalização e iotização no Atlas Lingüístico da Paraíba. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIN, I. Atas. v. II, Dialetologia e Sociolingüística. Salvador: UFBA, CÂMARA JR. Joaquim Mattoso. História e estrutura da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Padrão, Dicionário de Lingüística e gramática. 13 ed. Petrópolis: Vozes, CRISTÓFARO-SILVA, Taís. Fonética e fonologia do português. 4 ed. São Paulo: Contexto, COULTHARD, Malcom. Linguagem e sexo. São Paulo: Ática, ECKERT, Penelope. The whole woman: sex and gender differences in variation. In: COUPLAND, Nikolas; JAWOISKI, Adam. Sociolinguistics: a reader. New York: Sant Martin Press, pp LABOV, William. Sociolinguistcs patterns. Philadelphia: University of Pensylvania Press, LYONS, John. Linguagem e Lingüística: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC,

12 PAIVA, Maria da Conceição. A variável gênero/sexo. In: MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza. Introdução à sociolingüística. O tratamento da variação. São Paulo: Contexto, SILVA, Flávia R. Santoro.; MOREIRA, Valéria Regina de O. O comportamento das palatais lateral e nasal na fala de comunidades pesqueiras fluminenses. JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRJ, XIX. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, UFRJ, VOTRE, Sebastião J. Relevância da variável escolaridade. In: MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza. Introdução à sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, SILVA, Giselle Machline de O., SCHERRE. Maria Marta P. (orgs.). Padrões sociolingüísticos: análise de fenômenos varáveis na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, SOARES, Eliane Pereira Machado. Variações dos fonemas palatais lateral e nasal no falar de Marabá-PA.. Dissertação (Mestrado em Lingüística) - Universidade Federal do Pará. Belém, VOTRE, Sebastião J. Relevância da variável escolaridade. In: MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza. Introdução à sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto,

13 ANEXO ESTADO DO PARÁ 12 Pará localiza-se na região Norte do Brasil, com a extensa área territorial de km². Limita-se ao Norte com o Suriname e Amapá, ao Nordeste com o Oceano Atlântico, ao Leste com o Tocantins, ao Sul com o Mato Grosso, a Oeste com o Amazonas e ao Norte com Roraima e Guiana. O estado possui uma ampla hidrografia que conta com os rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Jari e Pará. Seu clima é equatorial com temperatura média anual de 27º C. Tem por capital a cidade de Belém. Em termos populacionais, um aspecto em particular chama a atenção na história do estado, trata-se de ser essa uma região uma abrangida pela expansão da fronteira agrícola, promovida pelo governo federal a partir de 1960 cuja culminância se dá com as políticas de ocupação da Amazônia relacionada à busca da integração nacional. Disso resultou intensa migração para o estado, na década de 70, especialmente de nordestinos, provocando mudanças drásticas no cenário paraense, em todos os aspectos: sociais, políticos e econômicos. Dentre as mesorregiões paraenses, o Sudeste, o Baixo Amazonas e o Sudoeste Paraense, muitas vezes chamadas de regiões de fronteira, foram alvo da política de colonização da Amazônia, em razão do que sofreram um intenso fluxo migratório, sendo o Sudeste a mesorregião que recebeu o maior contingente populacional na década de 1980, devido a instalação de grandes projetos e da descoberta do ouro da conhecida Serra Pelada. A população total do estado é hoje de , espalhada em 143 municípios, tendo como principais atividades econômicas o extrativismo mineral, animal e vegetal. 12 Todas as informações aqui constantes são compilações de informações registradas no CD-ROM do ALISPA e em site do IBGE, bem como sites oficiais desses municípios. 55

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