QUESTÃO DO ENEM PIBID FILOSOFIA UNIOESTE TOLEDO EQUIPE COLÉGIO DARIO VELLOZO

Transcrição

1 QUESTÃO DO ENEM PIBID FILOSOFIA UNIOESTE TOLEDO EQUIPE COLÉGIO DARIO VELLOZO BOLSISTA: José Luiz Giombelli Mariani SUPERVISOR: André Luiz Reolon ORIENTADORA: Michelle Cabral

2 Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez (DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, São Paulo: Abril Cultural, 1979).

3 Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial isso servirá para confirmar nossa suspeita (HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento, São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

4 Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume:

5 A) Defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.

6 JUSTIFICATIVA: Esta alternativa é FALSA. Os fragmentos acima mencionados expõem claramente a distinção existente entre esses dois filósofos modernos. Ao analisarmos os trechos acima citados fica bem claro, que Descartes recorre aos sentidos como tentativa de fundamentar um conhecimento, seria um equívoco, na medida em que estes já se mostraram em outras ocasiões, como não se confiáveis (enganosos). Para este autor, somente seria possível ter acesso a um conhecimento verdadeiro, se este estiver fundado em algo indubitável, ou seja, algo que na possa ser posto em dúvida. Sendo que para Descartes, o critério que garante a verdade ou falsidade de algo é sua indubitabilidade.

7 JUSTIFICATIVA: Já para Hume, o critério que permite confirmar a validade de uma ideia é a possibilidade de esta ser referida a uma impressão sensível, pois, na concepção deste autor, toda e qualquer ideia é resultado (efeito) de uma impressão (causa).

8 JUSTIFICATIVA: Neste sentido, apenas Hume concordaria que os sentidos, sendo o meio através dos quais são produzidas em nós, primeiramente, as impressões e, num segundo momento, as ideias, serviriam como critério originário para validar um conhecimento.

9 B) Entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.

10 JUSTIFICATIVA: Esta alternativa é FALSA. Descartes como racionalista acredita nas ideias inatas, portanto naquilo que a razão produz. Já Hume, representante do empirismo, vê a necessidade de suspeitar dos significados de uma ideia produzida na reflexão e obter o conhecimento proveniente da experiência sensível. Portanto, a alternativa é falsa porque não são os dois autores que entendem ser desnecessário esta suspeita da reflexão filosófica, Descartes entende assim, mas Hume como empirista vê a necessidade do contrário.

11 C) São legítimos representantes do criticismo quanto a gênese do conhecimento.

12 JUSTIFICATIVA: Esta alternativa também é FALSA. Nenhum dos dois autores são considerados representantes do criticismo, Descartes é considerado racionalista, que coloca em destaque a razão e o pensamento como gênese do conhecimento. Já Hume, o segundo pensador, considera como gênese do conhecimento a experiência sensível, ele é empirista. A teoria que Kant é precursor tem como palavra central crítica, que nesse caso significa discernimento, capacidade, competência para criticar, examinar e avaliar, fazer julgamentos. Portanto, Kant defende um exame do modo como conhecemos através da razão, e não a aceitação completa de uma ou outra linha.

13 D) Concordam que conhecimento humano é impossível em relação as ideias e aos sentidos.

14 JUSTIFICATIVA: Esta alternativa é FALSA. Segundo Descartes o conhecimento humano é sim possível através das ideias e segundo Hume os sentidos os sentidos são o meio pela qual o conhecimento se dá. Ao contrário do que diz a alternativa os dois pensadores concordam que é POSSÍVEL acontecer o conhecimento humano, um através da razão conhecido como racionalismo, e outro através dos sentidos chamado de empirista, ambos desenvolvem uma epistemologia, que é justamente isto, a maneira pela qual o conhecimento humano ocorre.

15 E) Atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.

16 JUSTIFICATIVA: Esta alternativa é a CORRETA. Os pensadores em questão: Descartes (racionalista), Hume (empirista) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo do conhecimento humano. É importante, que fique claro esta distinção de racionalismo e empirismo, esta alternativa deixa claro que ambos os pensadores atribuem diferentes lugares a teoria do conhecimento.

17 REFERÊNCIAS: escartes-e-o-racionalismo.html (acesso em 18 ago. 2016). avid-hume-e-o-empirismo.html(acesso em 18 ago. de 2016). MARÇAL, Jairo (org), Antologia de textos Filosóficos, Curitiba: SEED Pr, DUTRA, Luiz Henrique de Araújo, Teoria do Conhecimento, Florianópolis, 2008.