Eleições 2010: a crença na ausência de risco (fácil de elaborar, difícil de exercer)

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1 Leonardo Trevisan

2 Etapas: Eleições 2010: a crença na ausência de risco (fácil de elaborar, difícil de exercer) De volta para o futuro a predominância das idéias de fortalecimento do Estado (mais uma idéia fora do lugar ou outro fato socialmente construído?) Biografias convergentes duas mentalidades formadas no mesmo momento da História brasileira O perfil da oposição nos próximos anos as diferenças nas duas estratégias de campanha

3 Exemplos: Collor pós eleição exacerbaram-se tensões, sem solução Lula - pré eleição, o dólar foi a R$4 e, depois, tensões acalmaram. Ou, a eleição de FHC em 1994 controlou tensões pela continuidade da proposta Plano Real, enquanto a de 1998 exacerbou tensões pelas dúvidas na questão cambial Primeira dúvida: outubro de 2010, é uma eleição que exacerba tensões ou as controla?

4 Consolidação da idéia de pós-crise econômica (referência set. de 2008) Apelo por fortalecimento do papel do Estado (atenção à eleição inglesa de maio) Porém: momento de incerteza externa em relação á expansão econômica no mundo Difícil troca do modelo exportador/ China (sem alteração) / Alemanha (65% para a Europa)

5 Os dois candidatos reafirmam o sucesso da chamada política anti-cíclica (no caso brasileiro reforço ao crédito e incentivo ao mercado interno) Dilma: efeito indutor do PAC / Serra: implícito no discurso nós podemos mais (em que direção?) De volta para o futuro: discutindo o fortalecimento do Estado 1 - crise da regulação 2 consolidação da opção estatal (Telebrás) Ampla desmontagem da lógica da privatização

6 Duas mentalidades formadas no mesmo momento Exceção na História política Exemplo: FHC pré explosão de 68 // Lula pós explosão de 68 Dilma e Serra crescem politicamente no mesmo momento Não é cenário favorável Rouba a opção do eleitor Lorde Keynes: Quando a realidade muda, eu mudo de opinião. E você faz o quê? Há componentes autoritários nas duas visões sem tons de cinza... É verdade que no poder fizeram o contrário. Serra, privatizou a Caixa Econômica e Dilma mudou sua concepção de modelo do setor elétrico

7 Esquema Lula: Estratégia é alcançar a Presidência (tudo nessa direção) Esquema PSDB: Fazer sólida base parlamentar (via alianças estaduais e eleição de governadores) Lógica absoluta - Ver IBOPE Qualitativo Ampliado de 16/03 53% dos eleitores querem votar (espontâneo) no indicado do Lula Apenas 10% querem candidato de oposição (seja qual for o significado) Consolidado: 35% para Serra e 30% para Dilma

8 Perfil Quantitativo: Só um terço dos consultados cita o escolhido de forma espontânea 42% precisa reler o cartão para escolher candidato 20% quer votar no Lula (mesmo sem candidatura) Perfil Qualitativo: 34% quer total continuidade (77% neste item no Nordeste) 28% quer poucas mudanças Dilma é candidata menos conhecida, isto é mais prejudicada pela desinformação 35% quer muitas mudanças

9 No PSDB: Partidos enfraquecidos tanto pela convergência de biografias, como pelo caráter plebiscitário da eleição Exemplo: Fragilidade do DEM (que vem à reboque do candidato) Sem voto de carisma ou ideológico (será difícil outro Enéas repetir 1,5 milhão de votos) PSDB aprendeu algo: Em 1998 elegeu 7 governadores Em 2002 elegeu 8 governadores Em 2006 elegeu 4 governadores (um cassado, na Paraíba) Daí montou sólida estrutura política em 24 dos 27 Estados (só CE, AM e DF mais frágeis) Candidaturas próprias do PSDB em 15 Estados da Federação

10 No projeto Lula: Intenção exatamente oposta: concentrada e não difusa nos Estados É o voto Dilmasia em Minas Gerais Só a cabeça de chapa interessa o resto do voto pode ir para qualquer direção É resultado direto dos 80% de aprovação pessoal de Lula (maior que a do governo) Lula interfere nas decisões do PT nos Estados de MG, ou RJ até o Maranhão O PT compõe ou aceita (pista: 22 mil cargos ocupados pelo partido a burocracia do PT precisa do Governo Federal) e teme o longo Day after de 4 anos pós eleição

11 Pergunta Dramática: O que fazer com o déficit da Previdência? (7,7% de aumento) Batalha Maior: os indecisos (12,5%, essenciais em eleição plebiscitária) Fato :25% dos eleitores tem entre 16 e24 anos (batalha do ensino técnico está posta) Indefinições: A maior deles: a questão Vice (para os dois lados é complexo, mas ganhando ou perdendo Serra, Aécio vira fiel da balança, com voto consagrador em MG e presidência do Senado para operação limpeza ) O mais difícil: a travessia do deserto período de junho até agosto, com Copa do Mundo. Como gerar notícia para o candidato?

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