Psicóloga Judiciária Patrícia Lena Fiorin - CRP 09/5464 Entrevistadora Forense e Supervisora no Depoimento Especial do Setor de Oitiva Especial do
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- Yago Gentil Pacheco
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1 Psicóloga Judiciária Patrícia Lena Fiorin - CRP 09/5464 Entrevistadora Forense e Supervisora no Depoimento Especial do Setor de Oitiva Especial do Tribunal de Justiça de Goiás
2 Histórico do Depoimento Especial O Depoimento Especial teve início em 2003, no Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre RS, por meio do Projeto denominado Depoimento sem Dano. No Estado de Goiás, a sala de depoimento especial foi criada no ano de Recomendação 33/2010 do CNJ. O primeiro marco normativo foi a Convenção sobre os Direitos da Criança, promulgada em 1990.
3 Convenção sobre os Direitos da Criança Segundo o artigo 12, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que a afete, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as regras processuais da legislação nacional.
4 O que é o Depoimento Especial? Trata-se de, na ocasião dos depoimentos das crianças e dos adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, retirá-las do ambiente formal da sala de audiências, e transferi-las para sala especialmente projetada para tal fim, devendo estar devidamente ligada, por vídeo e áudio, ao local onde se encontram o Magistrado, Promotor de Justiça, Advogado e serventuários da Justiça.
5 O que é o Depoimento Especial? Assim, é possível realizar os depoimentos de forma mais tranquila e profissional, em ambiente mais receptivo, com a intervenção de técnicos previamente preparados para tal tarefa, evitando, dessa forma, perguntas inapropriadas, impertinentes, agressivas e desconectadas não só do objeto do processo, mas principalmente das condições pessoais do depoente.
6 Principais objetivos Redução do dano durante a produção de provas em processos judiciais nos quais a criança/adolescente é vítima ou testemunha; A garantia, proteção e prevenção dos direitos da criança ou adolescente; Valorização de sua palavra; Respeito à condição desenvolvimento; de pessoa em
7 Principais objetivos Melhoria na produção da prova produzida; Garantir a efetividade dos princípios do contraditório e da ampla defesa; Efetivar a interdisciplinaridade no âmbito do Poder Judiciário.
8 O papel exercido pelo técnico durante o depoimento Para que os objetivos sejam alcançados com maior facilidade, importante é que o técnico entrevistador assistente social, psicólogo ou pedagogo facilite o depoimento da criança. Para isso, é desejável que possua habilidade em ouvir, demonstre paciência, empatia, disposição para o acolhimento, assim como capacidade de deixá-la à vontade durante a audiência.
9 O papel exercido pelo técnico durante o depoimento Além disso, que possua conhecimento teórico relativo à dinâmica do abuso, do estágio de desenvolvimento emocional, cognitivo, social e físico da criança, bem como as técnicas de entrevista adequadas para tal fim.
10 Dinâmica do Depoimento Especial no TJGO ANTERIOR AO DEPOIMENTO: Estudo prévio dos autos; Reunião com o magistrado responsável. NO DIA DO DEPOIMENTO: Acolhimento inicial; Depoimento propriamente dito; Acolhimento final; Encaminhamentos
11 Durante o Depoimento Na sala de depoimento, estão presentes o técnico entrevistador e a criança/adolescente a ser ouvido; Na sala de audiência estão presentes: magistrado, promotor, advogado do acusado e demais operadores do direito.
12 Importante! As salas comunicam-se entre si por meio de equipamentos audiovisuais. Entretanto, durante toda a entrevista, o técnico permanece sem o ponto eletrônico. Neste sentido, o profissional tem a autonomia técnica e metodológica de conduzir todo o depoimento sem interferências externas. Ocorre a gravação do depoimento em sua integralidade anexado aos autos.
13 Importante! Somente ao finalizar a entrevista, o técnico abre espaço a perguntas que porventura possam surgir da sala de audiência, por meio do ponto eletrônico.
14 Etapas da Entrevista Estabelecimento de Rapport Explicação dos procedimentos técnicos do depoimento Transferência de controle Utilização de protocolo de entrevista Fechamento Encaminhamentos
15 O se deve evitar durante a entrevista? Perguntas fechadas Sugestionabilidade Fala infantilizada Oferta de brinquedos ou doces Referir-se como titia(o) Prometer sigilo
16 O que pode influenciar durante a entrevista? Os tipos de pergunta (aberta, fechada, sugestiva ou confirmatória) Repetição de perguntas Repetição de entrevistas em outros locais (o que pode ocorrer a revitimização e as falsas memórias) Técnicas não verbais Ambiente inadequado (muito recurso lúdico, por exemplo)
17 Importante! Crianças costumam acreditar que os adultos conhecem as respostas para todas as perguntas. Portanto, pode haver a tendência a responder de acordo com as expectativas e direcionamentos do entrevistador. Daí a importância da transferência de controle.
18 Tipos de Protocolos de Entrevista utilizados Não há, ainda, no Brasil, a utilização de um único protocolo de entrevista. NICHD, RATAC, PEACE, Entrevista Cognitiva, Protocolo Brasileiro (em fase de construção). Todos exigem capacitação e supervisão constante por parte dos entrevistadores.
19 Procedimentos básicos dos protocolos de entrevista Estabelecimento de confiança; Avaliação do desenvolvimento; Avaliação sobre a capacidade de a criança distinguir entre verdade e mentira, bem como a capacidade de evocação de memória; Informações sobre a entrevista; Possibilidade de dizer não sei ou não lembro ; Perguntas abertas/neutras e encerramento.
20 Principais vantagens do Depoimento Especial Registro rigoroso da entrevista; Documentação visual dos gestos e expressões faciais que acompanham os enunciados verbais da criança; Registro visual e verbal que pode ser revisto muito tempo depois por outros profissionais; Redução do número de entrevistas;
21 Principais vantagens do Depoimento Especial Instrumento de ajuda aos familiares (tanto da vítima, quanto do acusado), facilitando a compreensão do que aconteceu e do que não aconteceu; A criança não presencia os embates que porventura ocorram na sala de audiências; À criança não são dirigidas perguntas irresponsáveis, despropositadas ou ofensivas; Vítima e acusado não se encontram.
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23 Sala de Depoimento Especial no TJGO
24 Sala de audiência (videoconferência)
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26 Lei nº , de Abril de 2017 A Lei alterou a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), estabelecendo o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. Definiu as formas especiais de escuta ESCUTA ESPECIALIZADA (órgãos da Rede de Proteção) e o DEPOIMENTO ESPECIAL (perante autoridade policial ou judiciária).
27 Lei nº , de Abril de 2017 Art. 11: O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova: I quando a criança ou adolescente tiver menos de 7 anos; II em caso de violência sexual.
28 Referências BRASIL. Lei n , de 4 de abril de Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) CEZAR, José Antônio Daltoé. Depoimento Sem Dano Uma Alternativa para Inquirir Crianças e Adolescentes nos Processos Judiciais. Porto Alegre, RS: Livraria do Advogado, DOBKE, Veleda. Abuso Sexual: A inquirição das crianças, uma abordagem interdisciplinar. Porto Alegre, RS: Ricardo Lenz Editor, FURNISS, Tilman. Abuso Sexual da Criança, Uma Abordagem Interdisciplinar. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1993.
29 Referências SANDERSON, Christiane. Abuso Sexual em Crianças. São Paulo, SP: M. Books do Brasil Editora Ltda, SANTOS, Benedito R.; GONÇALVES, Itamar B.; VASCONCELOS, Gorete (coords.). Escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual: aspectos teóricos e metodológicos: guia para capacitação em depoimento especial de crianças e adolescentes. Brasília, DF: EdUCB, STEIN, Lilian Milnitsky. Desafios da Oitiva de Crianças no âmbito Forense. Brasília, DF: Presidência da República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2009.
30 Contatos: SOECA Setor de Oitiva Especial de Crianças e Adolescentes divpsicoforense@tjgo.jus.br Telefones: / 6244 Técnicas responsáveis: Alessandra Nunes de Resende Narciso Oliveira Patrícia Lena Fiorin
31 Obrigada!
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