Programa de Arrendamento Residencial (PAR): Análise da Atuação nas Unidades Federativas

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1 Programa de Arrendamento Residencial (PAR): Análise da Atuação nas Unidades Federativas Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: ROESLER, Sara; MEDVEDOVSKI, Nirce Saffer; COSWIG, Mateus Treptow Sara Roesler Nirce Saffer Medvedovski Sérgio Lund Azevedo Lígia Maria Ávila Chiarelli UFPel PROGRAMA DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (PAR): ANÁLISE DA ATUAÇÃO NAS UNIDADES FEDERATIVAS ROESLER, Sara 1 ; MEDVEDOVSKI, Nirce Saffer 2 ; COSWIG, Mateus Treptow 1. 1,2 NAURB - Núcleo de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo FAUrb/UFPel Benjamin Constant nº 1359 Bairro Porto CEP sararoesler@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO O PAR é uma operação de aquisição de empreendimentos a construir, em construção ou a recuperar/reformar, destinados ao atendimento da necessidade de moradia da população - com renda familiar mensal de 2 até 6 salários mínimos e com opção de compra ao final do prazo contratado, em geral de 15 anos. O Ministério das Cidades é o Agente Gestor do Programa, cuja função é estabelecer as diretrizes, regras e demais condições que regem a aplicação dos recursos. Já a CAIXA operacionaliza o PAR e tem a função de gerir o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), o qual é proprietário das unidades pelo período total do arrendamento. Inicialmente, o Programa estava disponível apenas para as capitais e regiões metropolitanas, sendo posteriormente ampliada sua abrangência para as cidades com mais de 1 mil habitantes. Pelo seu caráter inovador no acesso à habitação, dentre políticas públicas de habitação tradicionalmente destinadas à aquisição da casa própria e pelas regras de localização no território, - especificados nos princípios que orientam a sua aplicação 1 - o planejamento e novos empreendimentos no Programa deveria estar pautado nas experiências já realizadas do PAR no País. A atuação nas unidades federativas é um dos aspectos que poderá auxiliar a tomada de decisões sobre os rumos do PAR, 1 PROGRAMA de Arrendamento Residencial PAR. Disponível em: acessado em 15 de fevereiro de 26.

2 verificando a relação entre o porte dos empreendimentos e o tamanho dos núcleos urbanos onde eles se inserem. Este trabalho tem como objetivo apresentar o histórico da atuação do PAR no Brasil de 1999 a 26 e contextualizar o PAR dentro da realidade urbana brasileira, analisando o seu desempenho através do número de empreendimentos, do porte (número de unidades habitacionais) e do investimento realizado. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho de cunho exploratório utilizou-se de dados secundários disponibilizados pelos organismos gestores do PAR, de dados censitários e de relatórios técnicos do IBGE. Os dados gerais sobre a produção e desempenho dos empreendimentos PAR no Brasil, classificados por Unidade da Federação e por Municípios, incluindo informações do valor do contrato e número de unidades habitacionais de cada conjunto, foram fornecidos pela CAIXA - Gerência de Apoio ao Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre/RS, referentes ao período entre o ano de 1999 (início do Programa no Brasil) e Dezembro de 26. Acrescenta-se a preocupação em retratar a diversidade regional, buscando dados para os estados brasileiros e destacando alguns estados e municípios, seja pelo número significativo de unidades para arrendamento neles promovidas ou seja pelo seu baixo desempenho. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO No país, segundo dados da GIDUR-CAIXA para os anos de 1999 a 26, o PAR possui, executados, 1537 empreendimentos, distribuídos pelos estados da federação, totalizando um investimento de R$ ,44. O total de unidades habitacionais é de , entre apartamentos, casas, conjuntos novos e reabilitações. Destaca-se a atuação do Programa nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. Estes seis estados concentram 64,79% do investimento, 6,69% dos empreendimentos e 62,26% do número de unidades habitacionais, como evidencia o gráfico da Figura 1. Verifica-se que estes estados também são os que concentram o maior contingente de população urbana, representando 59,77% da população brasileira, e 23,8% do total de Unidades Federativas do país. 1% 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% % 35,21% 39,31% 37,74% 64,79% 6,69% 62,26% Investimentos Empreendimentos Unidades SP, MG, RJ, RS, PR, BA Demais Figura 1 Gráfico comparativo do percentual de Investimentos, Empreendimentos e Unidades para SP, MG, RJ, RS, PR e BA e demais UF s, entre 1999 e 26. Fonte: Dados da GIDUR-CAIXA RS, período 1999 e 26. Elaboração própria.

3 O estado de São Paulo, que apresenta 22,% da população do país, se destaca por possuir 23,2% dos empreendimentos PAR construídos 53,5% deles na zona metropolitana, que abriga 47,93% da população de São Paulo além do maior do investimento no Programa e de uma média de 156,42 unidades habitacionais por empreendimento, conforme Tabela 1. Tabela 1 Atuação do PAR nas UF Nº de empreendimentos, unidades e valor de investimentos, 1999 a 26. UF (*) Nº de Nº de % do total de % do total Média de UH Investimento Empreend. UH Empreend. de Investim. por Empreend. SP ,87 23,22% 26,67% 156,42 MG ,75 11,13% 9,95% 144,78 RJ ,68 7,22% 8,31% 159,59 RS ,43 6,57% 7,54% 17,23 PR ,48 6,37% 4,79% 114,11 BA ,86 6,18% 7,53% 193,96 Demais ,9 39,28% 35,21% 149,5 BRASIL ,97 1,% 1,% 151,65 (*) ordenadas pela proporção de empreendimentos no estado sobre o total nacional. Fonte: Dados da GIDUR-CAIXA RS, período 1999 a 26. Elaboração própria. O Estado de Minas Gerais, que possui 1,45% da população do país, apresenta 171 empreendimentos, - 71,92% deles na zona metropolitana - somando unidades e o segundo maior investimento no Programa (Tabela 1). Santa Luzia (região metropolitana de Belo Horizonte) apesar de poucos habitantes ( ,13% da população de Minas Gerais) possui 17 empreendimentos, com 2848 unidades habitacionais. Os Estados da Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também possuem índices destacados, tendo o primeiro apenas 6,18% do total de empreendimentos do país, mas uma das maiores médias de unidades habitacionais por empreendimento (193,96 unidades - a média nacional é de 151,13 unidades), apresentando um total de unidades habitacionais. Já o Rio de Janeiro possui 7,22% do total de empreendimentos do país, sendo 15 deles na zona metropolitana, 53 deles na própria capital e é o terceiro maior investimento. O Rio Grande do Sul, que possui 5,88% da população do país é o terceiro estado do país em número de empreendimentos construídos, (6,57% do total do país), apresenta unidades habitacionais e uma média de 17,23 unidades habitacionais por empreendimento. E o Paraná, cuja população é de 5,57% da população do país possui 6,38% do total de empreendimentos totalizando unidades habitacionais. Os gráficos das Figuras 2, 3 e 4 2 evidenciam, pequenas alterações de posição, que as unidades federativas ocupam as seis primeiras colocações de acordo com os diferentes critérios analisados. 2 Fonte: Figuras 3, 4, 5 e 6: Dados da GIDUR-CAIXA RS, referentes ao período entre 1999 e Dezembro de 26. Elaboração própria.

4 SP MG RJ RS PR BA CE MS PI MA SE AL SC MT PE ES PB PA DF GO RN TO AC RO AM AP Figura 2 Número de Empreendimentos PAR, por UF, 1999 a 26. (em milhões de Reais) 1.8, 1.6, 1.4, 1.2, 1., 8, 6, 4, 2,, SP MG RJ RS BA PR MT CE MA AL MS SE ES PI PE SC GO DF RO RN PB PA AC TO AP AM Figura 4 Valor dos investimentos em empreendimentos PAR, por UF, 1999 a SP MG BA RJ RS PR CE MT AL MA SE MS PI ES PE SC PB GO RN DF PA RO AC TO AP AM Figura 3 Número total de Unidades Habitacionais do PAR, por UF, 1999 a ES MT RO BA AL RS GO RN SE MA AP RJ SP DF PE AC MG PA SC PI CE PR PB MS TO AM nº médio de Unidades Média Nacional 151,13 UH/Empreendimento Figura 5 Média de Unidades por empreendimento do PAR, por UF, 1999 a 26. Verifica-se que o tamanho médio dos empreendimentos, conforme o gráfico da Figura 5 é de 151,13 unidades habitacionais, o que poderá indicar o cumprimento das diretrizes iniciais do Programa, de maior inserção urbana. Não foram analisados dados de localização dos empreendimentos a nível nacional, mas sem dúvida o porte dos mesmos difere bastante daqueles promovidos pelas COHAB s no final dos anos 197, contados a partir das milhares de unidades por empreendimento. 4. CONCLUSÕES Dos dados disponíveis pode-se destacar as seguintes considerações finais: Destaca-se a atuação do Programa nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. Estes seis estados concentram 64,79% do investimento, 6,69% dos empreendimentos e 62,26% do número de unidades habitacionais. Verifica-se que estes estados também são os que concentram o maior contingente de população urbana, representando 59,77% da população brasileira. Nos anos de 24, 25 e 26 os valores investidos aumentaram, proporcionalmente aos empreendimentos contratados; este fato não acontece necessariamente pela alteração e atualização dos valores das unidades, mas também pelo aumento de unidades habitacionais em cada empreendimento. Constata-se que o tamanho médio dos empreendimentos é de 151,13 unidades habitacionais, o que poderá indicar o cumprimento das diretrizes iniciais do Programa, de maior inserção urbana. Não foram analisados dados de localização dos empreendimentos a nível nacional, mas sem dúvida o porte dos mesmos difere bastante daqueles promovidos pelas COHAB s no final dos anos 197, contados a partir das milhares de unidades por empreendimento. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

5 HABITAÇÃO. Saiba mais como funciona o PAR. Disponível em arr_det.asp, acessado em 25 de Março de 27. IBGE Estimativas de População para os municípios Brasileiros. Disponível em ftp://ftp.ibge.gov.br/estimativas_projecoes_populacao/estimativas_26/uf_municip io.zip, acessado em 23 de Outubro de 26. MEDVEDOVSKI, Nirce Saffer. A vida sem condomínio: configuração e serviços públicos urbanos em conjuntos habitacionais de interesse social. São Paulo, Tese (Doutorado) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. MEDVEDOVSKI, Nirce Saffer et all. Satisfação dos usuários em projetos PAR relações entre as taxas de desocupação dos residenciais e a satisfação dos moradores com o mesmo. In: Seminário Internacional NUTAU' 26: Inovações Tecnológicas & Sustentabilidade. PROGRAMA de Arrendamento Residencial PAR. Disponível em: acessado em 15 de fevereiro de 26. PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Regiões Metropolitanas do Brasil. Disponível em: %2ordem%2alfabetica.htm, acessado em 16/3/27.