Estudo do Índice de Evasão do curso de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá no período de 2000 a 2013

Transcrição

1 Resumo Estudo do Índice de Evasão do curso de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá no período de 2000 a 2013 Carla Fernanda Marek Gasparini Universidade Estadual de Maringá - cafema.81@gmail.com Manoel Francisco Carreira Universidade Estadual de Maringá - mfcarreira@uem.br João Batista Sarmento dos Santos Neto Universidade Estadual de Maringá - neto.joaobss@gmail.com Gilberto Clóvis Antonelli Universidade Estadual de Maringá - gilberto.antonelli@gmail.com Lauro Seneme Universidade Estadual de Maringá - lauroseneme@hotmail.com Este artigo tem por objetivo apresentar estudo dos dados de evasão acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá (UEM) no período de 2000 a Para realização do mesmo foram utilizados informações do banco de dados da Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA). Os dados obtidos foram utilizados por meio de metodologias distintas: a evasão a partir do método utilizado por trabalho Carreira et al. (2013) que visa acompanhar as evasões de cada turma ingressante individualmente, e, a metodologia descrita pelo instituto Lobo em publicação de Silva Filho e Lobo (2012), onde estabelece o índice de evasão ano a ano de um curso de graduação considerando todas as séries. Ao final do estudo, foi possível observar que uma metodologia não substitui a outra, na verdade, as duas se completam e podem ser utilizadas de acordo com a necessidade e a visão de enfoque. Palavras-Chave Evasão. Ensino. Engenharia de Produção. 1. Introdução A análise da taxa de evasão de graduação é um dos pontos fundamentais para a compreensão do desempenho dos alunos na conclusão dos cursos. Quando a desistência do aluno o ocorre (evasão), boa parte dos investimentos no ensino superior é desperdiçada, principalmente quanto o retorno financeiro e cultural que

2 estes profissionais poderiam trazer para o desenvolvimento da sociedade brasileira. A busca do desenvolvimento tecnológico para as mais variadas áreas da sociedade está conciliada a qualificação e quantificação de profissionais que possuam conhecimento técnico e tecnológico para as ações de mudanças e melhorias necessárias. A priori se presume que a centralização do problema da evasão tenha origem no processo de seleção (vestibular), ou melhor, na preparação do aluno do ensino médio para vivenciar a vida acadêmica no ensino superior. Assim tendo como consequência um maior tempo de integralização do curso superior e desta maneira permitindo o lapso de tempo para a efetivação da evasão. Este trabalho tem o objetivo de apresentar e analisar os dados de evasão do curso de Engenharia de Produção da UEM no período de 2000 a 2013, obtidos a partir de duas metodologias distintas: a apresentada por Carreira et. al. (2013), onde a evasão é calculada com dados exclusivamente de uma turma distinta (ano de ingresso) e a evasão calculada pela metodologia apresentada pelo Instituto Lobo, conforme descrita no trabalho de SILVA FILHO & LOBO, (2012). 2. Metodologia Os dados utilizados foram fornecidos pela DAA, os quais são dados específicos da situação acadêmica aluno ingressante no curso no período entre 2000 e 2013 apresentado por ano de ingresso. O Cálculo da evasão total, período de 2000 a 2013, foi realizada a partir da metodologia descrita por Carreira et al. (2012), que mensura o índice de evasão por turma ingressante (ano de ingresso. Considerando a especificidade em questão e as duas classes representadas pelo conjunto de categorias dos alunos evadidos e não evadidos, temos o índice de evasão determinado pela equação (1): A segunda metodologia, a qual considerada a evasão apenas do ano em questão e

3 está baseada na seguinte fórmula (SILVA FILHO & LOBO, 2012): Onde: P => é a porcentagem de alunos que continuam no curso de uma certo ano; M(n) => são as matrículas em um certo ano; M(n-1) => são as matrículas do ano anterior a n; Eg(n-1) => são os egressos do ano anterior; Ig(n) => são os novos ingressantes (no ano n). O índice de evasão, ou abandono anual é dado pela equação (3) Ev% = (1- P).100 (3) Em seguida os resultados são analisados e confrontados. O processo de análise dos resultados considerou além dos dados quantitativos, o histórico do curso, com fatos e situações relevantes que ocorreram ao longo do período de 2000 a Resultados e Discussões A partir dos dados fornecidos pela DAA referente ao período de 2000 a 2014, com legenda das classes, foi montada a tabela 1, tendo como valores globais o número de ingressante na quantidade de alunos, 679 alunos já formados e 634 atualmente matriculados. A diferença entre ingressantes e soma dos formandos e matriculados resulta em um número estimado de alunos evadidos que é 616 no período entre 2000 a A seguir a tabela 3 apresenta todos dos dados consolidados até Tabela 1 Evasão período de 2000 a 2013.

4 Fonte: Primária Percebe-se que os elevados índices de evasão (55%, 50% e 48%) que ocorreram nas turmas iniciais do curso, período de 2000 a 2005, fase de consolidação do curso. Neste período o curso era oferecido no campus CTM (Centro Tecnológico de Maringá). A partir de 2007 o curso passou a ser oferecido no campus sede. Outro fator que pode estar associado aos elevados índices de evasão foram duas paralisações (greve) de atividades docentes, em 2000, com duração 2 meses a segunda em 2001 em que a universidade permanece por seis meses sem atividade de ensino. No Figura 1 é apresentado um gráfico que relaciona os dois índices: a evasão por turma versus a evasão por ano considerando todas as séries. Figura 1 Evasão por turma versus evasão por ano. Fonte: Primária Confrontado os dois índices, observa-se que o índice médio de evasão por turma, é de 32,9%, enquanto que o índice médio de evasão por ano é de 11,4%. Esta diferença ocorre devido à diferença dos métodos de cálculo. A primeira metodologia (descrita em Carreira et al. (2013)), realiza uma espécie de rastreabilidade dos alunos por turma, levando em consideração: o ano da turma ingressante,

5 acontecimentos classificados como evasões e não evasões dentro de um período de tempo mínimo (5 anos) e máximo (9 anos) para a integralização do curso. Já a segunda metodologia (descrita em Silva Filho & Lobo, 2012) prioriza no cálculo o número de alunos evadidos naquele ano, portanto, ele não leva em consideração os alunos que evadiram nos anos anteriores, ainda que dentro do período de integralização. 4. Conclusões O presente artigo atingiu o objetivo proposto que era o de analisar os dados da evasão do curso de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá no período de 2000 a 2013, obtidos a partir de duas metodologias distintas. Concluise também que uma metodologia não substitui a outra, na verdade, as duas se completam e podem ser utilizadas de acordo com a necessidade. Enquanto a metodologia descrita por Silva Filho & Lobo (2012) estabelece o índice de evasão ano a ano de um curso de graduação, a metodologia descrita por Carreira et al. (2013) visa acompanhar as evasões de cada turma ingressante. Independentemente do método utilizado é preciso analisar o índice de evasão para o curso de forma a melhorar a aplicação dos recursos destinados à educação superior. Referências CARREIRA, M.F., ANTONELLI, G.C., MOLIN FILHO, R.G.D., SANTOS NETO, J. B.S., PALMA, E.S. Relação entre a taxa de evasão e o desempenho do acadêmico no processo de seleção (vestibular) no período de 2000 a 2008 no curso de engenharia de produção UEM. Anais do XX SIMPEP, Bauru-SP, MOLIN FILHO, R. G. D.; SANTOS NETO, J. B. S; CARREIRA, M. F.; LACHI, T.; LIMA JUNIOR, D. F.; PALMA, E. da S.; ANTONELLI, G. C.; TURATO, V. C. G. Dados de evasão acadêmica do curso de engenharia de produção da UEM (período de 2000 a 2013). Anais: XLI Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. Gramado: UFRGS, SANTOS NETO, J.B. S; LACHI, T.; MOLIN FILHO, R. G. D.; CARREIRA, M. F.; CURSI, D. E. e DI RAIMO, E. Proposta de parâmetros para avaliação do tempo de integralização no curso de Engenharia de Produção - UEM. Anais: VI Simpósio Maringaense de Engenharia de Produção. Maringá: UEM, SILVA FILHO, R. L. L.; MOTEJUNAS, P. R.; HIPÓLITO, O.; LOBO, M. B. C. M. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro, Cadernos de Pesquisa, v. 37, n.132, p , SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. UFSC, Florianópolis, p. Disponível em: < Acesso em: 12 jul

6 SILVA FILHO, R.L.L., LOBO, M.B.C.M. Esclarecimentos metodológicos sobre os cálculos de evasão. Disponível em: < Acesso em 2 de maio de 2014.