ESTUDO TRAÇA RELAÇÕES ENTRE MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS EM AÇOS ESTRUTURAIS. Antonio Augusto Gorni

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1 ESTUDO TRAÇA RELAÇÕES ENTRE MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS EM AÇOS ESTRUTURAIS Antonio Augusto Gorni Analista e Processos a Gerência e Suporte Técnico a Laminação a Quente a Companhia Sierúrgica Paulista COSIPA Eitor Técnico as Revistas Corte e Conformação e Metais e Plástico Inustrial Trabalho apresentao no 5 Congresso e Corte e Conformação e Metais, Arana Eventos, São Paulo, Outubro e

2 RESUMO Há uma relação bastante significativa entre as microestruturas e proprieaes mecânicas os aços, particularmente os o tipo estrutural. A compreensão e quantificação os efeitos microestruturais sobre as proprieaes mecânicas é o caminho para o esenvolvimento e proutos caa vez mais otimizaos. Dessa forma poe-se atener e maneira caa vez mais econômica aos requisitos caa vez mais severos impostos pelos seus usuários. 2

3 - INTRODUÇÃO As enormes pressões econômicas, ambientais e políticas que caracterizam o muno moerno refletem-se na área os materiais numa busca constante por alternativas que ofereçam baixo custo, boas proprieaes e engenharia, construção leve e fácil manufatura. Portanto, não é à toa que nas últimas écaas verificou-se uma progressiva aplicação e conceitos metalúrgicos na concepção e processamento as ligas metálicas no sentio e se otimizar esses materiais e garantir sua posição privilegiaa como materiais e engenharia, em especial na inústria automobilística, cuja enorme escala é garantia e alta lucrativiae. A otimização e ligas metálicas particularmente aços, tema este trabalho requer um conhecimento aprofunao sobre seus mecanismos microestruturais e enurecimento. O princípio básico por trás esses mecanismos consiste em ificultar ao máximo a mobiliae as iscorâncias presentes na estrutura cristalina o metal, já que são justamente esses efeitos que fazem com que a resistência mecânica os materiais reais seja menos e 10% o valor que seria teoricamente possível. A resistência mecânica e um aço estrutural correspone à somatória as contribuições os iversos mecanismos e enurecimento atuantes em sua microestrutura. Os principais tipos são [1]: - Resistência básica os átomos e ferro; - Enurecimento por ução sólia proporcionao pelos elementos e liga ubilizaos (C, N, P, Mn, Si, Cr, Mo, etc.); - Enurecimento por refino o tamanho e grão; - Enurecimento por precipitação e compostos intermetálicos; - Enurecimento por seguna fase. - Enurecimento por iscorâncias. A contribuição esses mecanismos e enurecimento varia conforme o tipo e aço consierao. Toos eles elevam as proprieaes mecânicas eterminaas sob conições estáticas, ou seja, as que são meias sob baixas velociaes e eformação, como é o caso os limites e escoamento e resistência, levantaos através e ensaios e tração. Infelizmente, a maioria os mecanismos e enurecimento tene a egraar as proprieaes mecânicas eterminaas sob conições inâmicas, ou seja, as meias sob altas velociaes e eformação, como a tenaciae ou capaciae que o material tem para resistir à nucleação e avanço e uma trinca por e- xemplo, a energia absorvia urante um ensaio e impacto Charpy ou a temperatura e transição entre fratura úctil e frágil. O enurecimento por ução sólia ecorre a presença e átomos e elementos e liga ubilizaos no reticulao o elemento vente no caso, o Fe. Com exceção o P, toos os emais provocam ilatação no reticulao. A intensiae e seu efeito no enurecimento é função os seguintes fatores: - Diferença e tamanho entre os átomos e uto e o e vente; - Perturbações na estrutura eletrônica, que poem estar presentes em termos a iferença no móulo e cisalhamento entre o uto e vente; - Concentração o uto. 3

4 Do ponto e vista prático o efeito o enurecimento por ução sólia é iretamente proporcional ao teor em peso o uto. A tabela 1 mostra o efeito e enurecimento por ução sólia e iversos elementos e liga comumente presentes no aço. Elemento P Sn Cu Mo Cr Ni Fator [MPa/% peso] Tabela 1: Coeficientes e enurecimento por ução sólia para vários elementos e liga normalmente presentes nos aços [1]. O enurecimento por refino e tamanho e grão tg é quantificao pela já consagraa equação e Hall-Petch, seno proporcional ao inverso a raiz quaraa o iâmetro méio os grãos: tg k tg one k TG é uma constante que epene a liga e é seu tamanho e grão. Este é o único mecanismo e enurecimento que aumenta tanto a resistência mecânica como a tenaciae os metais. Por esse motivo o refino e grão geralmente é o primeiro mecanismo e enurecimento cogitao ao se efinir processos metalúrgicos e conformação e tratamento térmico e aços estruturais. O enurecimento por precipitação é muito comum nos aços microligaos, em função as partículas extremamente finas que se precipitam na ferrita urante o resfriamento lento esses aços após laminação a quente ou tratamento térmico. A intensiae esse enurecimento epene as características as partículas precipitaas, tais como resistência mecânica, estrutura, espaçamento, tamanho, formato e istribuição. Ele poe ser quantificao a partir o moelo e Ashby-Orowan: 5,9 x X p ln(4000 x) one PPT é o enurecimento por precipitação, X p é a fração e precipitaos na microestrutura e x é o iâmetro méio o intercepto planar os precipitaos. Esta fórmula eixa claro que o enurecimento por precipitação é iretamente proporcional à quantiae os precipitaos e inversamente proporcional ao seu iâmetro. Sua aplicação prática é restrita, já que nos aços microligaos os precipitaos que aumentam a ureza somente poem ser etectaos através e microscopia eletrônica e transmissão, cuja complexiae ificulta muito a obtenção as granes massas e aos necessárias para o ajuste estatístico as equações experimentais. O enurecimento por seguna fase ecorre a presença e mais e uma fase ou constituinte na microestrutura o aço como a perlita, por exemplo. No caso específico e uma microestrutura ferrítico-perlítica a resistência mecânica poe ser calculaa em função a lei e misturas: X (1 X ) y 1/3 f yf 1/3 f yp one y é o limite e escoamento o aço, X f é a fração e ferrita, yf é o limite e escoamento a ferrita e yp é o limite e escoamento a perlita. 4

5 O enurecimento por iscorâncias isc ocorre, por exemplo, em aços microligaos que contenham constituintes formaos sob temperaturas relativamente baixas como, por exemplo, ferrita acicular ou bainita. A ferrita acicular, ao contrário a poligonal, contém iscorâncias em sua estrutura que aumentam sua resistência mecânica. O efeito e enurecimento é iretamente proporcional à raiz quaraa a ensiae e iscorâncias presente na microestrutura: isc k isc one k isc é uma constante que epene a liga. Eventualmente esse tipo e enurecimento poe ocorrer na própria ferrita poligonal que o- riginalmente está isenta e iscorâncias. Por exemplo, em eterminaos aços a transformação a austenita á origem à granes frações e ferrita poligonal formaa sob temperaturas relativamente altas. Contuo, a ferrita rejeitaa urante essa transformação se concentra numa pequena fração e austenita remanescente, que assim ganha temperabiliae e se estabiliza momentaneamente. Dessa forma ela só irá se transformar posteriormente, sob temperaturas relativamente baixas, formano constituintes aciculares, como ferrita acicular, bainita ou mesmo martensita. O volume esses constituintes é significativamente maior em relação à austenita que lhes eu origem. Isso gera tensões e compressão na matriz e ferrita poligonal já existente, eformano-a localmente e gerano iscorâncias na mesma, as quais também exercem efeito enureceor. - RELAÇÕES QUANTITATIVAS ENTRE PROPRIEDADES MECÂNICAS, MICROES- TRUTURA E COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS AÇOS ESTRUTURAIS Serão expostas a seguir iversas equações isponíveis na literatura que aplicaram os princípios escritos acima para permitir o cálculo e proprieaes mecânicas em função os parâmetros microestruturais e a composição química para vários tipos e aço estrutural. Na maioria os casos são apresentaas equações para cálculo os limites e escoamento e e resistência; equações para cálculo e parâmetros ligaos à uctiliae e tenaciae são um pouco mais raras.. Aços Doces ao C-Mn para Estampagem [2] YS Mn 83.2 Si N TS Mn 83.2 Si 2.85 Pearl C 23.1 Mn 116 Si 554 P 143 Sn 1509 N C 0.25 Mn Si Sn 1. 2 unif N C 0.20 Mn 0.16 Si 2.2 S 3.9 P 0.25 Sn tot % ITT Si 700 N 2.2 Pearl 5

6 Y N 162 Mn 462 O Notação: YS: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa] TS: Limite e Resistência [MPa] /: Coeficiente e Encruamento a 0,2% e Deformação [1/MPa] unif : Alongamento Uniforme, Expresso como Deformação Real tot : Alongamento Total, Expresso como Deformação Real Pearl: Fração e Perlita na Microestrutura [%] 50% ITT: Temperatura e Transição para 50% e Fratura Dúctil [ C] Y: Envelhecimento Após 10 Dias sob Temperatura Ambiente [MPa] : Tamanho e Grão [mm] Este conjunto e equações foi esenvolvio por Pickering para aços estinaos à estampagem profuna, com teor e C entre 0,08 e 0,12%. É interessante notar que a equação para cálculo o limite e escoamento leva em conta o enurecimento por ução sólia os elementos e liga; o efeito o N úvel é expresso pela raiz quaraa e seu teor. A contribuição o tamanho e grão é incluía através e um termo similar à equação e Hall-Petch. Já a equação o limite e resistência não leva em conta o efeito o N, mas inclui o a fração e perlita multiplicao por um fator constante. Em ambos os casos o efeito o Si foi superior ao o Mn. Os mesmos efeitos foram incluíos no cálculo o coeficiente e encruamento, levano em conta maior número e elementos e liga, com estaque para o papel o N úvel e P. Os elementos e liga teneram a reuzir a uctiliae os aços ao C-Mn, exceto o Mn, Si e Sn no caso o alongamento total. O efeito o refino e grão sobre a uctiliae também foi positivo para esse parâmetro. Já a tenaciae não é favorecia pela presença e Si, N úvel e perlita mas, como já era esperao, é promovia pelo refino e grão.. Aços ao C-Mn com Microestrutura Ferrítico-Perlítica [3] YS TS Pearl 44.6 Mn 138 Si 923 P 169 Sn 3754 N Pearl 246 Mn 277 Si 2616 S 723 P 246 Cr 6616 N Pearl 111 Si 462 P 152 Sn 1369 N Pearl Mn Si Sn 1. 0 unif N 1, Pearl 0.30 Mn 0.20 Si 3.4 S 4.4 P 0.29 Sn tot T trans Pearl 37 Mn 6

7 Notação:. YS: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa]. TS: Limite e Resistência [MPa]. /: Coeficiente e Encruamento a 0,2% e Deformação [1/MPa]. unif : Alongamento Uniforme, Expresso como Deformação Real. tot : Alongamento Total, Expresso como Deformação Real. Pearl: Fração e Perlita na Microestrutura [%]. T trans : Temperatura e Transição Dúctil-Frágil [ C]. : Tamanho e Grão [mm] Este conjunto e equações, também e autoria e Pickering, foi esenvolvio para aços estruturais com até 0,25% C, seno bastante similares às euzias para o aço oce visto no tópico anterior. A única iscrepância ficou por conta os efeitos contraitórios a fração e perlita sobre o limite e escoamento e o e resistência.. Aços Microligaos [4] YS 0 37 Mn 83 Si 2918 N 15.1 Notação: YS: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa] 0 : Tensão e Fricção [MPa] : Tamanho e Grão [mm] : Enurecimento por Precipitação para Aços com Nb, Ti e/ou V [MPa]. Este moelo, também proposto por Pickering, apresenta algumas iferenças em relação aos ois já vistos anteriormente. Em primeiro lugar, ele inclui um termo e tensão e fricção 0 que, na verae, serve para incluir na equação o efeito o processamento o material, conforme mostra a tabela II. Além isso, a equação permite a incorporação a contribuição o enurecimento por ução sólia e outros elementos e liga isvios na ferrita, cujos fatores e multiplicação encontram-se na tabela III. É interessante notar que o Cr é o único elemento neste caso que apresentou efeito negativo sob este aspecto. Uma vez que se trata e aço microligao esta equação inclui a contribuição o enurecimento por precipitação interfásica na ferrita,, similar ao moelo e Ashby-Orowan: 5.9 f x ln x Contuo, teno-se em vista a ifícil eterminação quantitativa os parâmetros necessários ao cálculo a equação e Ashby-Orowan, Pickering propôs que o enurecimento por precipitação fosse calculao através a simples multiplicação os teores os elementos e micro-liga por fatores específicos B. A tabela IV mostra faixas sugerias para esses fatores em função o precipitao envolvio. Por sinal, esta aboragem empírica é bastante comum, aina que restrinja bastante a aplicabiliae o moelo matemático, uma vez que geralmente ela é eterminaa sob conições muito específicas e processamento. 7

8 Conição 0 [MPa] Méia 70 Resfriao ao Ar 88 Super-Envelhecio 62 Tabela II: Valores e tensão e fricção 0 para eterminação o limite e escoamento para aços microligaos [4]. Fator Elemento [MPa/% peso] Ni 33 Cr -30 P 680 Cu 38 Mo 11 Sn 120 C 5000 N 5000 Tabela III: Valores os fatores e multiplicação para cálculo o efeito e enurecimento por ução sólia e elementos ubilizaos na ferrita para eterminação a resistência mecânica e aços microligaos [4]. Liga e B mín B máx Faixa Precipitao [MPa/% peso] [MPa/% peso] [% peso] V como V 4 C ,00 ~ 0,15 V como VN ,00 ~ 0,06 Nb como Nb(CN) ,00 ~ 0,05 Ti como TiC ,03 ~ 0,18 Tabela IV: Valores os fatores e multiplicação B para cálculo o efeito e enurecimento por precipitação proporcionao por elementos e micro-liga [4].. Aços Microligaos [5] YS Mn 60.2 Si P Cu N 19.7 TS C 53.6 Mn 99.7 Si P Ni N log CR 700 V 7800 N 19 Notação: YS: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa] 8

9 TS: Limite e Resistência [MPa] : Tamanho e Grão [mm] : Enurecimento por Precipitação para Aços ao V [MPa]. CR: Taxa e Resfriamento [ C/s] Este conjunto e equações, proposto por Hogson & Gibbs [5], é específico para aços microligaos ao V. O estaque aqui é a equação empírica para cálculo o enurecimento por precipitação e VN,, em função não só os teores e V e N, como também a velociae e resfriamento o laminao após a laminação a quente.. Aços Bifásicos [6,7] YS L TS L f L f 1 a unif L Notação: LE: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa] LR: Limite e Resistência [MPa] /: Coeficiente e Encruamento no Alongamento Uniforme [1/MPa] a unif : Alongamento Uniforme [%] L : Caminho Livre Ferrítico Méio [m] f : Fração Volumétrica Méia e Martensita [%] : Diâmetro Méio as Ilhas e Martensita [m] Os aços bifásicos foram esenvolvios a partir a écaa e 1970 com o objetivo e a- liar alta resistência mecânica com boa estampabiliae. Eles apresentam uma microestrutura peculiar, constituía e uma matriz e 80 a 85% e ferrita poligonal macia mais 15 a 20% e martensita ura. As tensões e compressão inuzias na matriz e ferrita pelas ilhas e martensita facilitam o fluxo o material urante a eformação plástica, reuzino o valor o limite e escoamento e eliminano o patamar. À meia em que a eformação plástica progrie a restrição ao fluxo e material imposta pelas ilhas e martensita proporciona um encruamento significativo ao material, resultano num componente estampao com alta resistência mecânica. Essa aboragem microestrutural possui correlações interessantes com as proprieaes mecânicas obtias, as quais iferem um pouco o que normalmente se verifica nos aços comuns ferrítico-perlíticos. Em primeiro lugar, a relação e Hall-Petch é ligeiramente iferente no caso os aços bifásicos: o caminho livre isponível para as iscorâncias é elimitao pelos contornos ferrita-martensita e não mais pelos contornos e grão ferríticos [8]. Assim seno, a equação e 9

10 Hall-Petch continua vália, só que o valor o tamanho e grão eve ser substituío pela istância livre ferrítica méia L. A iferença entre esses ois parâmetros microestruturais poe ser vista na figura 1. É exatamente o que se vê na equação para cálculo o limite e escoamento [7]. O cálculo o limite e resistência para o caso os aços bifásicos também eve levar em conta o encruamento ou enurecimento por iscorâncias isc que ocorre no material. Foi constatao que esse encruamento poe ser expresso através o moelo e Ashby [9,10], isc k f one k é uma constante empírica. Ou seja, o encruamento e um aço bifásico é proporcional à raiz quaraa a fração e martensita presente na microestrutura e ao inverso e seu tamanho e grão. Como se poe observar, a equação proposta para o cálculo o limite e resistência leva em conta a relação e Hall-Petch usano a istância livre ferrítica méia e o moelo e Ashby. Figura 1: Representação esquemática o tamanho e grão ferrítico ( ) e a istância livre ferrítica méia (L ) numa microestrutura bifásica [7]. É interessante notar que o coeficiente e encruamento também poe ser calculao por uma equação com formato semelhante ao usao para o limite e resistência. Por sua vez, o alongamento uniforme é inversamente proporcional ao caminho livre ferrítico méio.. Aços e Baixo C com Ferrita Acicular ou Bainita YS Mn 83 Si 2900 N 15.1 L isc TS C 230 ( Mn Cr) 185 Mo 90 W 125 Ni 65 Cu 385 ( V Ti) ITT Si 700 N 0.26 ( isc ) Notação: 10

11 YS: Limite e Escoamento para 0,2% e Deformação Real [MPa] TS: Limite e Resistência [MPa] ITT: Temperatura e Transição para 50% e Fratura Dúctil [ C] L : Tamanho e Ripa para a Ferrita Acicular ou Bainita [mm] : Espaçamento Méio entre Contornos e Alto Ângulo ( Pacote ou Antigos Contornos e Grão Austeníticos) Mais uma vez o enurecimento por precipitação poe ser calculao pelo moelo e Ashby-Orowan, expresso pela fórmula 5.9 f x ln x Mas a noviae neste caso é o termo que expressa o enurecimento por iscorâncias isc, cuja fórmula geral é isc b one é uma constante empírica, µ é o móulo e cisalhamento, b é o vetor e Burgers e é a ensiae e iscorâncias expressa em linhas por cm². A eterminação experimental os parâmetros necessários para o cálculo essa expressão é ifícil, teno sio propostas equações empíricas alternativas. Uma elas é a e Pickering [4]: isc e outra foi proposta por Keh [11]: isc Aços Ferrítico-Perlíticos com Méio C [4-12] f Si N 17.4 YS 3 f Mn 42 S f 720 Si 18.2 TS 3 f N 97 S Pearl 111 Si 462 P 152 Sn 1371 N ITT f S0 p 6 1 f t 48.7 Si N Notação: 11

12 YS: Limite e Escoamento a 0,2% e Deformação [MPa] TS: Limite e Resistência [MPa] /: Coeficiente e Encruamento a 0,2% e Deformação [1/MPa] ITT: Temperatura e Transição para Fratura 50% Dúctil [ C] f : Fração Volumétrica Méia e Ferrita : Tamanho e Grão Méio a Ferrita [mm] S 0 : Espaçamento Lamelar Méio a Perlita [mm] p: Tamanho a Colônia e Perlita [mm] Pearl: Fração e Perlita na Microestrutura [%] t: Espessura a Lamela e Carbonetos Perlíticos [mm] A fração e perlita presente na microestrutura é proporcional ao teor e C. No presente caso, um aço com méio teor e C, já se faz necessário aplicar a lei a mistura e fases para se levar aequaamente em conta o enurecimento proporcionao pela perlita. É interessante notar que tanto o limite e escoamento como o e resistência a perlita são expressos por uma lei similar à e Hall-Petch, one o tamanho e grão é substituío pelo espaçamento entre as lamelas esse constituinte. Deve-se estacar também o efeito eletério a espessura a lamela e carbonetos perlíticos sobre a tenaciae o material, uma vez que a temperatura e transição úctil-frágil é proporcional ao valor esse parâmetro microestrutural. - CONCLUSÃO Como se poe observar, já foram esenvolvias iversas equações empíricas para o cálculo e proprieaes mecânicas a partir a composição química e parâmetros microestruturais observaos em aços estruturais. Contuo, sua aplicabiliae a casos específicos não é totalmente garantia, já que inúmeros etalhes associaos ao processamento o material poem alterar aspectos sutis a estrutura cristalina o material e prejuicar a precisão essas equações. Além isso, a eterminação experimental os parâmetros microestruturais quantitativos requer proceimentos algo emoraos e eventualmente complexos consierano nossa realiae inustrial. Aina assim, essas equações são muito importantes para se entener os principais fatores que afetam o esempenho esses aços e para efinir o rumo os esenvolvimentos a serem feitos para se obter materiais caa vez mais otimizaos. - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GINZBURG, V.B. Basic Principles of Moeling in Metallurgical Design of Fat-Rolle Steel Proucts. In: AISE Annual Convention. Proceeings. Pittsburgh, 2003, p PICKERING, F.B.: Physical Metallurgy an the Design of Steels. Allie Science Publishers, Lonon, 1978, 275 p. 3. PICKERING, F.B.: The Effect of Composition an Microstructure on Ductility an Toughness. In: Towars Improve Ductility an Toughness. Proceeings. Climax Molybenum Company, Tokyo, 1971, PICKERING, F.B. Some Aspects of the Relationships between the Mechanical Properties of Steels an their Microstructures. TISCO, Silver Jubilee Volume, Jan-Oct 1980,

13 5. HODGSON, P.D. & GIBBS, R.K. A Mathematical Moel to Preict the Mechanical Properties of Hot Rolle C-Mn an Microalloye Steels. ISIJ International, 32:12, December 1992, GORNI, A.A. & BRANCHINI, O.L.G. Análise a Evolução o Encruamento e um Aço Bifásico. In: 4 Simpósio e Conformação Mecânica. Anais. Escola Politécnica a USP, São Paulo, Novembro 1990, GORNI, A.A. & BRANCHINI, O.L.G. Relações Microestrutura-Proprieaes Mecânicas em um Aço Bifásico Laminao a Quente. In: 1º Seminário sobre Chapas Metálicas para a Inústria Automobilística. Anais. Associação Brasileira e Metais, São Paulo, Setembro 1992, MAID, O, DAHL, W., STRABURGER C., MÜSCHENBORN, W. Einflu er Gefügeparameter auf ie mechanischen Eigenschaften von ualphasen Stahl. Stahl un Eisen, 108:8, 18 April 1988, ASHBY, M. The Harening of Metals by Non-Deforming Particles. Zeitschrift für Metallkune, 55:1, January 1964, LANZILOTTO, C.A.N. & PICKERING, F.B. Structure-Property Relationships in Dual- Phase Steels. Metal Science, 16:8, August 1982, KEH, A.S., Work Harening an Deformation Sub-Structure in Iron Single Crystals in Tension at 298K. Philosophical Magazine, 12:115, 1965, GLADMAN, T., MC IVOR, I. & PICKERING, F.B.. Some Aspects of the Structure- Property Relationships in High Carbon Ferrite-Pearlite Steels. Journal of the Iron an Steel Institute, 210, Dec. 1972,

14 CURRÍCULO DO AUTOR Engenheiro e Materiais pela Universiae Feeral e São Carlos, 1981 Mestre em Engenharia Metalúrgica pela Escola Politécnica a USP, 1990 Doutor em Engenharia Mecânica pela Universiae Estaual e Campinas, 2001 Analista e Processos a Companhia Sierúrgica Paulista ese 1982 Eitor Técnico as Revistas Plástico Inustrial (ese 1998) e Corte e Conformação e Metais (ese 2005), a Arana Eitora; participação no Corpo Eitorial a Revista Tecnologia em Metalurgia e Materiais, a Associação Brasileira e Metalurgia, Materiais e Mineração (ese 2009) Autor e mais e 190 trabalhos técnicos publicaos no Brasil e exterior, nas áreas e aciaria, funição, laminação a quente, tratamentos térmicos, polímeros, moelamento matemático e inteligência artificial 4 patentes conceias na área e laminação a quente Prêmios a Associação Brasileira e Metalurgia e Materiais (ABM): COSIPA (1992, 1996), Luiz Dumont Villares (1997 e 1999), Paulo Lobo Peçanha (1999), Usina Presiente Vargas (2000) Outros Prêmios (ligaos à área e patentes): Prêmio Talento Brasileiro, Fase Estaual (1994 e 1998); Prêmio Estaual FIESP e Conservação e Uso Racional e Energia (1998); Prêmio Governaor o Estao (1999). Home Page: 14

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