Como citar este material: MARTINS, Alan. Direito e Legislação: Direito do Consumidor. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

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1 Como citar este material: MARTINS, Alan. Direito e Legislação: Direito do Consumidor. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, Olá! Produtos defeituosos, serviços malprestados, propaganda enganosa, danos a consumidores em decorrência de vícios nos produtos e serviços, cláusulas contratuais e práticas abusivas de fornecedores esses são alguns exemplos marcantes de fatos que constituem a origem de litígios entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços. Nesse contexto litigioso é que nasceu o Direito do Consumidor, um ramo jurídico que, no Brasil, destaca-se pelas feições pós-modernas do chamado Código de Defesa do Consumidor. Instituído pela Lei n , de 11 de setembro de 1990, dispõe sobre a proteção do consumidor e veicula as principais normas de direito material e direito processual que regem as relações jurídicas entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços. Quem não precisa adquirir produtos e serviços para sobreviver? Então, fique bastante atento! 1

2 Direito do Consumidor Instituído pela Lei n , de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) dispõe sobre a proteção do consumidor (Figura 6.1). Figura 6.1 Lei n /1990 Código de Defesa do Consumidor. Fonte: Acesso em: nov Partes da Relação de Consumo A relação jurídica de consumo é o vínculo de direito que se estabelece entre um consumidor e um fornecedor, cujo objeto é a produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 2

3 Segundo Tartuce (2012), esse vínculo é composto por elementos subjetivos (consumidor e fornecedor) e elementos objetivos (produtos e serviços). Cada um desses elementos possui um conceito legal veiculado em um dos dispositivos dos artigos 2º e 3º do CDC: Consumidor: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, a ele equiparada a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo (CDC, art. 2º). Figura 6.2 Consumidor decidindo sua compra. Fonte: Acesso em: dez Fornecedor: toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (CDC, art. 3º). 3

4 Figura 6.3 Uma quitanda ou barraca na feira enquadra-se perfeitamente ao conceito de fornecedor. Fonte: selang=pt-br. Acesso em: dez Produto: qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (CDC, art. 3º, 1º). Figura 6.4 Consumidores adquirindo produtos em um supermercado. Fonte: Acesso em: dez Serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e 4

5 securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (CDC, art. 3º, 2º). Figura 6.5 A prestação dos profissionais de saúde aos pacientes é um exemplo de serviço tutelado pelo Código de Defesa do Consumidor. Fonte: < Acesso em: dez Direitos Básicos do Consumidor O artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor estatui quais são os direitos básicos do consumidor, quais sejam: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; V - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 5

6 IX - dispositivo vetado. X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Saiba Mais! Documentário de Michael Moore sobre o sistema de saúde norte-americano. O filme é uma crítica ácida ao sistema capitalista dos Estados Unidos da América, caracterizado pela contradição entre a imensa riqueza do país e o baixíssimo nível das prestações de serviços de assistência médica nos setores público e privado de assistência médica à saúde. SICKO: SOS Saúde. Direção: Michael Moore. EUA: Columbia Pictures, Duração: 120 min. Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor A responsabilidade civil em matéria consumerista é regida por normas específicas do Código de Defesa do Consumidor, tendo sido adotada como regra a responsabilidade civil objetiva, em detrimento da responsabilidade civil subjetiva, que é exceção. Subdivide-se em: - Responsabilidade civil pelo fato do produto e do serviço. - Responsabilidade civil por vício do produto e do serviço. 6

7 Responsabilidade pelo fato do produto A responsabilidade pelo fato do produto é objetiva (independe de culpa) e diz respeito à obrigação do fabricante, produtor, construtor, nacional ou estrangeiro, e importador, relativa à reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos (CDC, art. 12). Saiba Mais! Um livro interessante conta a história da viúva de um fumante falecido por causas atribuídas ao cigarro, que move uma ação indenizatória contra uma poderosa companhia de cigarros. O livro é marcado pela atuação do inescrupuloso advogado da indústria de cigarros, que fará e gastará o que for necessário para ter os jurados a seu lado, até que se descobre que o júri está sendo manipulado por um dos jurados. Essa bela história de tribunais possui um enredo que gira todo em torno de uma discussão jurídica em torno da responsabilidade da indústria tabagista por fato do produto que coloca no mercado: GRISHAM, John. O Júri. 3. ed. São Paulo: Rocco,

8 Outra dica é o filme Nação Fast-Food, que conta a história da longa investigação de um executivo de marketing de uma cadeia de restaurante fast-food norte-americana tentando descobrir quem colocou carne contaminada dentro de um freezer junto à carne utilizada para preparar o mais famoso sanduíche da rede, prejudicando a qualidade do produto. Em sua jornada, o executivo vai descobrir que, na verdade, são os consumidores que estão sendo consumidos pela indústria norte-americana. NAÇÃO fast-food: uma rede de conspiração. Direção: Richard Linklater. EUA: Fox Searchlight Pictures, O produto é considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação (CDC, art. 12, 1º). Mas o produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado (CDC, art. 12, 2º). A expressão entre as quais denota um rol exemplificativo de circunstâncias relevantes a serem consideradas. Atenção, ainda, para as excludentes de responsabilidade, uma vez dispõe o CDC, em seu art. 12, 3º, que o fabricante, o construtor, o produtor ou importador não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 8

9 Responsabilidade pelo fato do serviço A responsabilidade objetiva do fornecedor (independentemente de culpa) é concernente à reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (CDC, art. 14). Portanto, assim como ocorre na responsabilidade por fato do produto, os danos reparáveis podem decorrer de defeito no serviço ou informações insuficientes ou inadequadas a seu respeito. O serviço é considerado defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais (rol exemplificativo): I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido (CDC, art. 14, 1º). Entretanto, o legislador enfatiza que o serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas (CDC, art. 14, 2º). Saiba Mais! Neste filme, Paul Newman é um advogado com carreira em declínio que assume um caso relacionado a erro médico. Quando tudo já levava a um desfecho mediante acordo judicial, o advogado se conscientiza de que conduzir o processo a julgamento seria o mais justo. A partir de então, resolve lutar pela sua cliente com todas as armas que lhe estão disponíveis. O VEREDITO. Direção: Sydnei Lumet. EUA: 20 th Century Fox,

10 Está na responsabilidade pelo fato do serviço a grande exceção à responsabilidade objetiva em matéria de consumidor (CDC, art. 14, 4º). A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa, ou seja, trata-se de responsabilidade subjetiva. O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar uma das seguintes excludentes: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (CDC, art. 14, 3 ). Responsabilidade pelo vício do produto Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas (CDC, art. 18). Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço (art. 18, 1º). Consideram-se impróprios para uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, revelem-se inadequados ao fim a que se destinam (CDC, art. 18, 6º). Os fornecedores também respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido 10

11 for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento proporcional do preço; II - a complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos (CDC, art. 19). Tendo o consumidor optado pela substituição do produto, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do consumidor, depois de identificado que não é possível a substituição do bem, optar pela restituição imediata da quantia paga ou abatimento proporcional do preço (CDC, art. 18, 4º e art. 19, 1º). Responsabilidade pelo vício do serviço O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço (CDC, art. 20). A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor (CDC, art. 20, 1º). Práticas Comerciais Abusivas As práticas comerciais consideradas abusivas estão listadas no artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor em rol exemplificativo, isto é, que também admite como abusivas e considera vedadas outras práticas análogas. Neste sentido, é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, entre outras práticas abusivas: 11

12 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; XI - dispositivo revogado. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. Saiba Mais! Associação constituída para defesa coletiva dos direitos dos consumidores contra práticas abusivas, inclusive com a propositura de ação judicial: BRASIL. ANADEC Associação Nacional de Defesa do Consumidor. Disponível em: Acesso em: 9 nov

13 Proteção Contratual O Código de Defesa do Consumidor considera cláusulas abusivas e, portanto, nulas de pleno direito, as estabelecidas em seu artigo 51. Trata-se de rol exemplificativo, evidenciado pela expressão entre outras veiculada no caput do dispositivo. Esse rol exemplificativo é composto pelas seguintes espécies de cláusulas: - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis (inciso I); - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código (inciso II); - transfiram responsabilidades a terceiros (inciso III); - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade (inciso IV); - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor (inciso VI); - determinem a utilização compulsória de arbitragem (inciso VII); - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor (inciso VIII); - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor (inciso IX); - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral (inciso X); - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor (inciso XI); - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor (inciso XII); 13

14 - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração (inciso XIII); - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais (inciso XIV); - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor (inciso XV); - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias (inciso XVI). Entre os direitos básicos do consumidor está a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas (CDC, art. 6º, V). Por exemplo: o preço de um produto atrelado à variação internacional de sua matéria-prima que, em determinado momento, triplica de preço no mercado exterior. O consumidor pode desistir do contrato no prazo de 7 (sete) dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio (CDC, art. 49). Se o consumidor exercitar esse direito de arrependimento, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados (CDC, art. 49, parágrafo único). A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito (CDC, art. 50). O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações (CDC, art. 50, parágrafo único). Além de estabelecer o conceito legal de contrato de adesão (art. 54), o Código do Consumidor estipula algumas normas de proteção ao consumidor em relação a essas espécies contratuais. 14

15 Em razão de ser composto por cláusulas preestabelecidas, é comum que o contrato de adesão seja apresentado ao consumidor em formulários padrão. Porém, segundo dispõe o 1º do artigo 54 do CDC, a inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. Nos contratos de adesão, admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao consumidor (CDC, art. 54, 2 ). E, assim, a cláusula resolutória pode estar presente no contrato de consumo, mas, além de estar presente como alternativa a outras formas de solução de conflitos consumeristas, sua aplicação deve ficar sujeita à vontade do consumidor. Formalmente, os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor (CDC, art. 54, 3, com redação dada pela Lei n /2008). E, por fim, as cláusulas desses contratos que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão (CDC, art. 53, 4 ). Saiba Mais! Administrativamente, a proteção contratual do consumidor pode ser exigida mediante reclamação perante o Procon: BRASIL. PROCON/SP Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor. Disponível em: Acesso em: 9 nov

16 Contrato de adesão: é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo (CDC, art. 54). Culpa: é o aspecto volitivo (de vontade) da responsabilidade civil, que se perfaz por dolo ou culpa stricto sensu. Divide-se em culpa stricto sensu (é a conduta não intencional do agente decorrente de negligência, imprudência ou imperícia) e em dolo (conduta intencional do agente). Responsabilidade civil: é a obrigação jurídica de o autor de um ato ilícito reparar o dano causado a outrem. Responsabilidade civil objetiva: modalidade de responsabilidade cuja configuração pressupõe apenas a ocorrência de um dano e seu nexo causal com a conduta do agente, independentemente de culpa. Responsabilidade civil subjetiva: modalidade de responsabilidade civil cuja configuração pressupõe a ocorrência de um dano, seu nexo causal com a conduta do agente e presença de culpa nessa conduta. Instruções Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atentese para o que está sendo pedido. 16

17 Questão 1 Fornecedor Consumidor Produto ou Serviço Pode-se dizer que o esquema apresentado constitui um retrato a) da relação jurídica de consumo com seus elementos objetivos e subjetivos. b) da relação jurídica de consumo apenas com seus elementos subjetivos. c) da relação jurídica de consumo apenas com seus elementos objetivos. d) de uma relação jurídica de consumo incompleta por falta de elementos. e) de um litígio entre consumidor e fornecedor de produto ou serviço. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 2 Contrariando a regra da responsabilidade objetiva do Código de Defesa do Consumidor, é subjetiva a responsabilidade civil do: a) Industrial. b) Transportador. c) Profissional liberal. d) Prestador de serviços. e) Comerciante. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 17

18 Questão 3 Em um bilhete de estacionamento constam os seguintes dizeres: Este estabelecimento não se responsabiliza por avarias no veículo que não sejam causadas por nossos manobristas. Esses dizeres constituem: a) Uma cláusula contratual lícita. b) Uma cláusula contratual abusiva. c) Publicidade enganosa. d) Publicidade abusiva. e) Mero alerta ao consumidor. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 4 Qual a natureza jurídica da obrigação de indenizar, independentemente da existência de culpa, para reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de fabricação? Explique. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 5 O consumidor que tem um contrato de financiamento cujas parcelas são reajustadas com base na variação cambial de moeda estrangeira poderá se defender de uma excessiva e inesperada valorização dessa moeda em relação à nacional, que torne as parcelas do contrato extremamente pesadas para suas finanças? Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. 18

19 Definidos os sujeitos das relações jurídicas de consumo nas figuras do consumidor e do fornecedor, bem como o objeto consistente nos produtos e serviços, é possível perceber o foco principal do Código de Defesa do Consumidor, que é a proteção da figura mais frágil da relação consumerista, isto é, o consumidor. Essa proteção começa pela responsabilidade do fornecedor em razão de fatos e vícios dos produtos e serviços, perpassando pela vedação das práticas consideradas abusivas. Abrange, também, a definição das cláusulas abusivas, que são consideradas nulas, entre outras normas de proteção no campo contratual, com destaque para a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas, direito de arrependimento, garantia contratual e proteção relativa aos contratos de adesão. PALAIA, Nelson. Noções Essenciais de Direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, TARTUCE, Flavio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito do Consumidor - Direito Material e Processual. 2. ed. São Paulo: Método, Questão 1 Resposta: Alternativa A. A relação jurídica de consumo é o vínculo de direito que se estabelece entre um consumidor e um fornecedor, cujo objeto é a produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 19

20 prestação de serviços. Segundo Tartuce (2012), esse vínculo é composto por elementos subjetivos (consumidor e fornecedor) e elementos objetivos (produtos e serviços). Questão 2 Resposta: Alternativa C. Está na responsabilidade pelo fato do serviço a grande exceção à responsabilidade objetiva em matéria de consumidor (CDC, art. 14, 4º). A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa, ou seja, trata-se de responsabilidade subjetiva. Questão 3 Resposta: Alternativa B. Constituem cláusulas abusivas aquelas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços (CDC, art. 51, I). Questão 4 Resposta: Trata-se de responsabilidade civil pelo fato do produto, de natureza objetiva (independe de culpa) e diz respeito à obrigação do fabricante, produtor, construtor, nacional ou estrangeiro, e importador, relativa à reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos (CDC, art. 12). 20

21 Questão 5 Resposta: Entre os direitos básicos do consumidor está a modificação das cláusulas contratuais que estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas (CDC, art. 6º, V). 21

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