I. NEGAÇÃO DE ACOLHIDA A FUNCIONÁRIOS CORRUPTOS E ÀQUELES QUE OS CORROMPEM

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1 Questionário sobre os temas da reunião de peritos sobre cooperação relacionada com a negação de acolhida a funcionários corruptos e àqueles que os corrompem, à sua extradição e ao não ingresso e recuperação dos ativos originados em atos de corrupção e sua restituição a seus legítimos proprietários Resposta do Brasil I. NEGAÇÃO DE ACOLHIDA A FUNCIONÁRIOS CORRUPTOS E ÀQUELES QUE OS CORROMPEM 1. Existe em seu Estado um contexto jurídico que regule os casos e condições em que se deve negar acolhida a funcionários corruptos? Em caso afirmativo queira descrever tal contexto jurídico e fornecer cópia das disposições legais, regulamentares ou de outra natureza que regulam esta matéria: Sim, existe contexto jurídico pelo qual o Brasil pode negar acolhida a funcionários corruptos e àqueles que os corrompem. De acordo com a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, que instituiu entre nós o Estatuto do Estrangeiro, a entrada no Brasil está condicionada à exibição do respectivo visto (art. 4º, parágrafo único), o qual, dentre outras razões, poderá ser negado em caso de se tratar o interessado de "condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira" (art. 7º, IV). Segundo o Estatuto, excepcionam-se da possibilidade de extradição apenas os crimes políticos e aqueles sujeitos à pena de prisão igual ou inferior a um ano (art. 77, IV e VII). Desse modo, sendo certo que a lei brasileira tipifica como crime tanto a conduta do funcionário corrupto (corrupção passiva) quanto a de quem o corrompe (corrupção ativa), mesmo quando se tratar de corrupção envolvendo transação comercial internacional (corrupção ativa em transação comercial internacional), conforme, respectivamente, os arts. 317, 333 e 337-B do Código Penal Brasileiro, o estrangeiro condenado ou que esteja respondendo a processo a título de uma dessas infrações em seu país, terá indeferido seu pedido de visto para ingresso no Brasil, desde que, no Estado de origem, a imputação se refira ao cometimento de crime de corrupção na modalidade dolosa, excluindo-se a forma culposa acaso adotada, porquanto o Estatuto do Estrangeiro refere-se expressamente a crime doloso (cf. art. 7º, IV). Logo, não há, no Brasil, contexto jurídico que dê acolhida ao ingresso em seu Território de "funcionários corruptos" ou de "quem os corrompeu". No tocante àqueles que ostentem a condição de condenados ou de réus em processo criminal, por crime de corrupção ativa ou passiva, e, venham a se homiziar em Território brasileiro, a legislação, no limite da competência da jurisdição nacional, não lhes confere acolhida.

2 Para tanto, bastará o Estado interessado formular pedido de extradição dos foragidos que o Brasil, conforme determina sua legislação (no caso, a Constituição Federal, art. 5º, inciso LII, e a Lei nº 6.815/80, arts.76/94), procederá à respectiva entrega. Se, no entanto, o ato de corrupção for praticado em Território brasileiro, sem prejuízo das vedações previstas em Tratados internacionais de que o Brasil seja signatário, aplicar-se-á a lei penal brasileira, por força do princípio da territorialidade, consagrado no art. 5º do Código Penal. Todavia, mesmo em tal hipótese, poderá haver a extradição. 2. Caso exista o contexto jurídico a que se refere a pergunta acima, queira, por favor, responder às perguntas que se seguem em conformidade com o disposto no mesmo e juntar a legislação, a regulamentação ou as normas de outra natureza que sejam pertinentes: a) Para a negação de acolhida em seu Estado, quando se entende que se está diante de um funcionário corrupto? Para o Direito brasileiro, "funcionário corrupto" é aquele contra quem pesa condenação imposta por sentença penal transitada em julgado, por crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal. No entanto, as hipóteses contempladas no ordenamento brasileiro, para negar a acolhida a estrangeiros envolvidos com a prática de crimes, são mais amplas. Para melhor compreensão, é preciso distinguir o fato de estar o funcionário fora do território brasileiro e nele queira ingressar da situação em que o funcionário se encontra no território nacional e nele queira permanecer. Se o funcionário estiver fora do território brasileiro e nele pretenda ingressar, com o objetivo de se furtar à ação de seu Estado, as autoridades brasileiras poderão negar-lhe o visto, impedindo, assim, a sua entrada no Brasil. Para esse fim, basta que as autoridades brasileiras tenham conhecimento de que se trata o interessado de pessoa condenada ou que está sendo (efetivamente) processada por crime doloso, sujeito a extradição no Brasil, nos termos do art. 7º, IV, da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de Outra situação é a do funcionário que, cometido o crime de corrupção passiva no seu Estado, venha a se homiziar em Território brasileiro. Em tal hipótese, ficará sujeito à extradição. Note-se que, para fins da extradição, a lei brasileira não exige, necessariamente, sentença definitiva, admitindo-se, também, a sentença de pronúncia ou a decisão de prisão preventiva emanadas de juiz ou tribunal competente, nos termos do art. 80 do Estatuto do Estrangeiro. Logo, a denominação de "funcionário corrupto" não é apropriada para contemplar todas as hipóteses existentes no ordenamento jurídico brasileiro de negativa de acolhida de funcionários envolvidos com a prática de atos de corrupção.

3 Assim, ao invés de "negativa de acolhida a funcionário corrupto", melhor seria denominar "negativa de acolhida a funcionário condenado ou acusado de crime de corrupção passiva". Em síntese, o ordenamento jurídico brasileiro contempla não só a hipótese de negativa de acolhida a "funcionário corrupto", assim considerado o que tem contra si condenação definitiva por crime de corrupção passiva, semelhante ao previsto no art. 317 do Código Penal, mas, também, hipóteses em que o funcionário, conquanto não condenado, esteja sendo processado pelo crime de corrupção passiva (CP, art. 317) e, em seu desfavor, haja, pelo menos, a decretação de prisão preventiva. b) Para a negação de acolhida de um funcionário corrupto em seu Estado, exige-se uma solicitação expressa do Estado vítima do respectivo ato de corrupção? Sim, será exigida solicitação expressa unicamente na hipótese de extradição, posto ser próprio do instituto a iniciativa do Estado requerente, em cujo território fora praticado o delito. Tratando-se de negativa de visto a funcionário corrupto que queira ingressar no país, independerá tal medida de solicitação expressa nesse sentido, bastando que se dê às competentes autoridades brasileiras, a ciência dos fatos obstativos da concessão do visto de entrada no país. c) Se tal solicitação for necessária, que requisitos específicos deve a mesma cumprir? (Por exemplo: é necessária a existência de sentença definitiva de um juiz ou tribunal?). Por favor, enumere a seguir os requisitos específicos: Diante da ocorrência de hipótese passível de extradição, o atendimento do pedido extradicional, sem prejuízo das disposições de Tratados e Convenções, sujeita-se a regras fixadas pela Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, o Estatuto do Estrangeiro, conforme arts. 76 a 94, ou seja: 1. a extradição deverá ser requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, e se fundar em tratado ou em promessa de reciprocidade; 2. o pedido de extradição deverá ser instruído com a cópia autêntica ou certidão da sentença condenatória (em caso de extradição executória, voltada à garantia do cumprimento da pena), da de pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva (em caso de extradição instrutória, destinada à instrução processual penal) proferida por juiz ou autoridade competente; 3. os documentos referidos no item 2, ou qualquer outro que se juntar para fins de instrução do pedido de extradição, deverá conter indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso,

4 identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua prescrição. 4. ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; 5. haver dupla tipicidade, ou seja, o fato que motivar o pedido há de ser considerado crime no Brasil e no Estado requerente; 6. incompetência do Brasil, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; 7. a lei brasileira não impuser ao fato pena de prisão igual ou inferior a um ano; 8. o extraditando não estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; 9. não estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; 10. o fato não constituir crime político (aquele praticado com o fim de subverter violentamente a ordem econômica e social do Estado, de promover uma insurreição armada e suscitar a guerra civil, de atentar contra a vida e a incolumidade de pessoas para fins de terrorismo e de subversão da ordem democrática ou da soberania nacional; por crime político compreende-se, ainda, o crime cometido contra a segurança interna, e, também, o praticado contra a segurança externa do Estado); e, 11. não houver o extraditando de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. Como se pode perceber, no Brasil, o sistema que rege o procedimento extradicional é misto, comporta três fases distintas, duas administrativas (perante o Presidente da República), quando do encaminhamento e da determinação de execução da medida, e outra judicial (perante o Supremo Tribunal Federal), situada entre aquelas duas, relativa ao controle da legalidade da medida. Ao Supremo compete o juízo técnico-jurídico e ao Presidente da República o exame sob o enfoque político, em que é sopesado o interesse nacional na execução da extradição. Sob o crivo jurisdicional, o exame resume-se à apreciação da legalidade do pedido, não adentrando o exame do mérito, salvo para aferir (1) a existência de prescrição, (2) do atendimento ao princípio da dupla tipicidade (o fato há de ser considerado crime no Estado requerente e no Brasil) e (3) a ocorrência de eventual conteúdo político ao crime imputado ao extraditando.

5 Deferida a extradição pelo Órgão Máximo do Judiciário brasileiro, competirá ao Presidente da República, discricionariamente, determinar ou não a sua execução. Conforme o Estatuto do Estrangeiro, art. 67 c/c art. 89, tanto a extradição quanto a expulsão poderão ser executadas mesmo que haja processo ou condenação contra o estrangeiro. O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos documentos (art. 80, 1º, do Estatuto) e, que, não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente (art. 80, 2º, do Estatuto). Não se admite pedido de extradição que seja feito mediante Carta Rogatória, necessitando-se que o envio pela via diplomática seja rigorosamente observado e o endereçamento se faça ao Presidente da República. A prisão preventiva do extraditando determinada pelo Ministro Relator, do Supremo Tribunal Federal é condição de processamento da extradição. Nos termos do Estatuto do Estrangeiro (art. 77, 3º), o STF poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social. 3. Existe em seu Estado um contexto jurídico que regule os casos e condições em que se deve negar acolhida a quem tenha corrompido um funcionário público? Sim Não Considerando que "quem tenha corrompido um funcionário público" pratica o correspondente crime de corrupção ativa, receberá, no Brasil, o mesmo tratamento dispensado para o funcionário corrupto. Em caso afirmativo, queira descrever tal contexto jurídico e fornecer cópia das disposições legais, regulamentares ou de outra natureza que regulam esta matéria: O contexto jurídico é o mesmo descrito acima, quando da resposta ao item 1, onde se indagou acerca da existência de contexto jurídico que regule os casos e condições em que se deve negar acolhida a "funcionário corrupto". 4. Caso exista o contexto jurídico a que se refere a pergunta acima, queira, por favor, responder às perguntas que se seguem em conformidade com o disposto no mesmo e juntar a legislação, a regulamentação ou as normas de outra natureza que sejam pertinentes:

6 a) Para a negação de acolhida em seu Estado, quando se entende que se está diante de uma pessoa que corrompeu um funcionário público? As considerações pertinentes à resposta a essa indagação, mutatis mutandis, podem ser encontradas na resposta dada à alínea "a" do item 2, supra, com a advertência de que, ao invés do crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal Brasileiro, aquele que corrompe funcionário público, pratica corrupção ativa, previsto no art. 333 do mesmo Código, no Capítulo correspondente aos Crimes praticados por particular contra a Administração em Geral. Acrescente-se que, no ordenamento jurídico brasileiro, tipifica-se, ainda, a conduta daquele que corrompe funcionário público estrangeiro em sede de transação comercial internacional. Trata-se do crime de corrupção ativa em transação comercial internacional, previsto no art. 337-B do Código Penal, no Capítulo referente aos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração Pública Estrangeira. b) Para a negação de acolhida em seu Estado de uma pessoa que corrompeu um funcionário público, exige-se uma solicitação expressa do Estado vítima do respectivo ato de corrupção? Sim Não Veja, a esse respeito, as considerações em resposta à correspondente alínea "b" do item 2, supra. c) Se tal solicitação for necessária, que requisitos específicos deve a mesma cumprir? (Por exemplo: é necessária a existência de sentença definitiva de um juiz ou tribunal?). Por favor, enumere a seguir os requisitos específicos: Veja, a esse respeito, as considerações em resposta à correspondente alínea "c" do item 2, supra. 5. Lições aprendidas: a) Numa folha separada, queira participar qualquer lição ou experiência que possa, a seu ver, beneficiar outros Estados no que respeita aos esforços para negar acolhida a funcionários corruptos ou àqueles que os corrompem.

7 Acreditamos que essas lições ou experiências a respeito dos esforços para negar acolhida a funcionários corruptos ou àqueles que os corrompem poderão ser melhor detectadas a partir do momento em que os Estados Partes passarem a agir com foco voltado para a repressão da corrupção nos moldes pactuados. b) Numa folha separada, queira citar, com o nível de detalhamento que lhe seja possível, qualquer impedimento que seu Estado tenha para negar acolhida a funcionários corruptos ou àqueles que os corrompem. Não temos nenhum impedimento a listar. No entanto, cabe mencionar a situação em que, sendo o crime de corrupção (ativa ou passiva) punido a título de culpa, configurando-se, pois, crime culposo, este dado impediria, a princípio, a que o Brasil negasse visto ao funcionário que, em seu país de origem, fosse condenado ou figurar como réu em processo judicial por crime culposo, pois a Lei nº 6.815/80 (art. 7º, IV) exige, para negativa do visto, que o crime em questão seja doloso (e não culposo). 6. No âmbito da Reunião de Peritos, seu Estado poderia apresentar casos ou experiências concretas, positivas ou negativas, e com o nível de informação que seja possível, em conexão com a negação de acolhida a funcionários corruptos e/ou àqueles que os corrompem? Sim Não Verificar pesquisa na Jurisprudência do Supremo. 7. Com relação ao conteúdo e alcance das recomendações passíveis de emanarem da Reunião de Peritos relativamente às ações que poderiam ser realizadas no âmbito da OEA a fim de fortalecer a cooperação hemisférica no tocante à negação de acolhida aos funcionários corruptos e àqueles que os corrompem, queira, por favor, indicar a seguir os desenvolvimentos com os quais seu Estado estaria de acordo: a) A elaboração de um guia com medidas ou práticas que se recomendam como eficazes na matéria: Não (X). Sem o conhecimento efetivo da realidade interna de cada Estado Parte, uma Reunião pode não ser o bastante ao que se propõe. Ademais, pode resultar disso alguma decisão com caráter vinculativo, o que, nas circunstâncias, pode se mostrar, ao final, contraproducente. b) A utilização de redes de intercâmbio de informações para facilitar a cooperação entre as autoridades nacionais competentes: Sim (X).

8 É preciso que os Estados Partes estejam interligados para se munirem das informações e elementos indispensáveis para agirem com eficiência na matéria, cujo resultado se mostrará tanto mais profícuo quanto maior for o intercâmbio entre os signatários da Convenção. c) A elaboração de legislação modelo na matéria: Sim (X). Sim, desde que se trate de elaboração de modelo paradigmático, sem caráter vinculativo. d) Outros desenvolvimentos: Não (X). Se sua resposta à letra d, acima, for afirmativa, queira especificar os outros desenvolvimentos que seu Estado proporia: II. COOPERAÇÃO NO TOCANTE À EXTRADIÇÃO DE PESSOAS ACUSADAS DE ATOS DE CORRUPÇÃO OU POR ELES CONDENADAS 1. Existe algum impedimento em seu ordenamento jurídico à extradição de nacionais? Resposta: Sim, existe. Em caso afirmativo, queira explicar o alcance do impedimento e informar se, para estes efeitos, seu Estado faz distinção entre cidadãos naturais e naturalizados: Explicações: No ordenamento jurídico brasileiro, as hipóteses materiais que autorizam a extradição estão definidas na Lei Fundamental e os requisitos de ordem formal na legislação infraconstitucional. Na Constituição Federal, a matéria está disciplinada nos incisos LI e LII do art. 5º, que prescrevem, textualmente: Art. 5º, LI: "nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei". Art. 5º, LII: "não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião".

9 Claro está, portanto, que, para fins de extradição, a Lei Fundamental do Brasil faz distinção entre cidadãos naturais (nacionalidade originária), naturalizados (nacionalidade adquirida) e estrangeiros, de modo que: (1) o brasileiro nato nunca será extraditado; (2) o brasileiro naturalizado somente será extraditado em dois casos: (2.1) por crime comum, praticado antes da naturalização, e (2.2) quando da participação comprovada em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, independentemente do momento do fato, se foi antes ou depois da naturalização. (3) o estrangeiro poderá, em regra, ser extraditado, havendo vedação apenas nos crimes políticos ou de opinião. No entanto, cumpre ressaltar, em acordos bilaterais sobre extradição firmados pelo Brasil há previsão de que, ante à impossibilidade de se conceder a extradição de nacional brasileiro, este será processado e julgado Justiça brasileira pelo fato em que se fundou o pedido de extradição. Da mesma forma, instrumento multilateral recentemente assinado pelo Brasil (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, celebrado em 15 de dezembro de 2000) prevê tal possibilidade, pois estabelece que, no caso de indeferimento da solicitação de extradição, o Estado requerente deverá submeter o caso às autoridades competentes para efeitos do devido procedimento judicial, fornecendo cópias das peças do inquérito ou processo necessárias à instrução da Justiça brasileira. Nesse mesmo sentido, aliás, dispõe a Convenção Interamericana Contra a Corrupção, em seu Artigo XIII, parágrafo 6, verbis: Se a extradição solicitada em razão de um delito a que se aplique este Artigo foi recusada baseando-se exclusivamente na nacionalidade da pessoa reclamada, ou por o Estado Parte requerido considerar-se competente, o Estado Parte requerido submeterá o caso a suas autoridades competentes para julgá-lo, a menos que tenha sido acordado em contrário com o Estado Parte requerente, e o informará oportunamente do seu resultado final. (grifos nossos) Ademais, o ordenamento jurídico brasileiro prevê que ficam sujeitos à lei brasileira os crimes praticados por brasileiros no estrangeiro, conforme disposições do art. 7º do Código Penal. 2. Com relação à resposta a um pedido de extradição formulado por outro Estado, informe, por favor, se há impedimentos em seu Estado em conexão com os seguintes aspectos:

10 a) A capacidade para fazer cumprir as sentenças ou decisões estrangeiras: Resposta: Não., porém existem critérios e requisitos que devem ser respeitados e observados No Brasil, a extradição não será concedida se ocorrer uma das hipóteses do art. 77 da Lei 6.815/1980, a saber: "Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII - o fato constituir crime político; e VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção." 1 A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal. 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração. 3 O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social. Além dessas limitações, cabe ressaltar as condições para a concessão da extradição, quais sejam (art. 78 da Lei 6.815): I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente. b) A suspensão da imunidade de funcionários governamentais: Resposta: A princípio, não haveria impedimentos. No entanto, é preciso tecer algumas considerações. O tema "imunidades" somente vem à tona quando o Brasil, pelo fato de o crime ter sido cometido em seu território e nele ser passível de punição (CP, art. 5º), pretender processar e julgar funcionário pertencente a alguma Missão diplomática ou consular de país estrangeiro, caso em que incidiriam as disposições das Convenções de

11 Viena Sobre Relações Diplomáticas (1961) e a Sobre Relações Consulares (1963), as quais estabelecem as regras de imunidade à jurisdição local. Todavia, em tal situação sequer haveria cabimento para a extradição, pois, segundo a legislação brasileira, havendo concorrência de Jurisdição do Brasil com a do Estado requerente, a extradição não será deferida (cf. art. 77, III, do Estatuto do Estrangeiro). Em tal hipótese, note-se, influirá na extradição não a suspensão ou a manutenção da imunidade de funcionários governamentais, mas, sim, o fato de a Justiça brasileira ser competente para o processo e julgamento do delito, circunstância bastante a obstar seguimento ao pedido extradicional. Por outro lado, nada obstante o fato imputado ao extraditando ter sido cometido no Brasil, a Jurisdição local pode ser incompetente, caso, então, que poderia haver pedido de extradição do Estado vítima da ação, com jurisdição sobre o caso (em razão de regras que excepcionem o princípio da territorialidade). Diante desse quadro, se o extraditando for membro de Missão diplomática ou consular, prevalecerá as imunidades previstas nas Convenções de Viena, conforme o caso. Todavia, não sendo o extraditando funcionário de outros setores do governo estrangeiro, não haverá impedimento para a extradição, desde que os requisitos de sua concessão sejam satisfeitos, nos termos da lei. 3. Levando em conta que, no âmbito das Reuniões de Ministros da Justiça ou de Ministros ou Procuradores-Gerais das Américas (REMJA), funciona um Grupo integrado pelas autoridades centrais e por outros peritos governamentais em assistência judicial mútua em matéria penal e extradição, seu Estado estaria de acordo em que o mencionado Grupo se encarregasse do seguimento dos desenvolvimentos hemisféricos em matéria de cooperação relacionados com a extradição de funcionários corruptos e daqueles que os corrompem?: Sim 4. Enumere, por favor, a seguir as recomendações que seu Estado teria a formular sobre possíveis desenvolvimentos, no âmbito da OEA, para fortalecer a cooperação no tocante à extradição de funcionários corruptos e daqueles que os corrompem : Para o Brasil, o principal parâmetro seria a observância da Constituição Federal. 5. No âmbito da Reunião de Peritos, seu Estado poderia apresentar casos ou experiências concretas, positivas ou negativas, e com o nível de informação que seja possível, em conexão com a extradição de funcionários corruptos e/ou daqueles que os corrompem? Sim Não

12 LEGISLAÇÃO CITADA Lei nº de 19 de agosto de 1980 Estatuto do Estrangeiro Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido visto: I - de trânsito; II - de turista; III - temporário; IV - permanente; V - de cortesia; VI - oficial; e VII - diplomático. Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa; II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada; IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII - o fato constituir crime político; e

13 VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. 1 A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal. 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração. 3 O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social. Art. 78. São condições para concessão da extradição: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82. Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente: I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira; II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos forem simultâneos. 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro. 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso, identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua prescrição. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 1º O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos documentos.

14 2º Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado requerente. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado. 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em noventa dias, na conformidade do artigo 80. 3º A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no parágrafo anterior, nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido formalmente requerida. Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue. Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório do extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos documentos apresentados ou ilegalidade da extradição. 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento do Procurador-Geral da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será julgado independentemente da diligência. 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente. Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da

15 comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o motivo da extradição o recomendar. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial. Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou esteja condenado por contravenção. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido; II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição; III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação; IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena. Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu poder. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser entregues independentemente da entrega do extraditando. Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respectiva guarda, mediante apresentação de documentos comprobatórios de concessão da medida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

16 Código Penal Brasileiro Decreto-Lei n o 2.848, de 1940 Corrupção passiva Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº , de ) 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Corrupção ativa Art Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determinálo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº , de ) Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. Corrupção ativa em transação comercial internacional

17 Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de ) Pena reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de ) Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de ) Constituição Federal Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; III - COOPERAÇÃO PARA O NÃO INGRESSO E A RECUPERAÇÃO DE ATIVOS E BENS ORIUNDOS DE ATOS DE CORRUPÇÃO E SUA RESTITUIÇÃO AOS LEGÍTIMOS PROPRIETÁRIOS. a) Sim b) Sim Valor elevado corresponde a um valor acima de R$ 100 mil. C1) Sim Obs: Não existe regra específica para o escrutínio de pessoas que desempenham aquelas funções. O escrutínio se estende a todos os clientes dos bancos. C2) Sim, até o primeiro grau de parentesco C3) Não d) Sim e) Sim Sim. Resolução 3040 do Conselho Monetário Nacional. O texto está disponível no site do Banco bcb.gov.br 3- Sim O Brasil firmou tratados bilaterais de cooperação jurídica internacional em matéria penal com a Colômbia, Estados Unidos e Peru. [Os textos podem ser obtidos no endereço

18 4- Sim 5- a) Sim b) Sim c) Sim 6- Por meio de ação judicial (constructive trust) proposta diretamente nos Estados Unidos, o Estado brasileiro conseguiu investir-se na titularidade de um apartamento em Miami, adquirido por ex-juiz que desviara verbas destinadas à construção do TRT/SP. 7.a) Sim b) Sim Sim Sim Sim Não é possível confiscar bens sem que haja sentença penal condenatória do titular dos ativos. Todavia, há espaço para a propositura de ações civis com fins indenizatórios, inclusive mediante pedido de cooperação judiciária internacional. Neste caso não poderia haver confisco de bens, entretanto eles poderiam ser arrestados (separados) para ao final do processo serem devolvidos aos legítimos proprietários. 8. Sim Pergunta não está clara a) Sim b) Sim c) Sim d) Responsáveis pela resposta: Dra. Ivete Lund Viegas Secretária de Assuntos Legislativos Ministério da Justiça Denise Caldas Figueira dfigueira@planalto.gov.br Presidência da República - Casa Civil Assessora da Subchefia para Assuntos Jurídicos Fax Palácio do Planalto 4º andar Sala 3

19 Bernardo Mota Assessor COAF Raquel Palmeira Departamento de Recuperação de Ativos Milton Toledo Advocacia Geral da União

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