Bruno de Andrade Rodrigues. Estudo Descritivo dos Usos do Clítico lhe na Variedade formal do Português DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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1 Bruno de Andrade Rodrigues Estudo Descritivo dos Usos do Clítico lhe na Variedade formal do Português DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DEPARTAMENTO DE LETRAS Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem Rio de Janeiro Março de 2007

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3 Bruno de Andrade Rodrigues Estudo Descritivo dos Usos do Clítico lhe na Variedade formal do Português Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Letras. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Orientadora: Eneida do Rego Monteiro Bomfim Rio de Janeiro Março de 2007

4 Bruno de Andrade Rodrigues Estudo Descritivo dos Usos do Clítico lhe na variedade formal do Português Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo programa de Pós-graduação em Letras do Departamento de Letras do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Profa. Eneida do Rego Monteiro Bomfim Orientadora Departamento de Letras PUC-Rio Prof. Ricardo Borges Alencar Departamento de Letras PUC-Rio Prof. José Carlos Santos de Azeredo Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade Coordenador Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas PUC-Rio Rio de Janeiro, de de

5 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade. Bruno de Andrade Rodrigues Graduou-se em Letras no Centro Universitário da Cidade, em 2004, onde foi monitor de Língua Portuguesa. Desenvolveu trabalhos nas áreas de Sintaxe e de Teoria Lexical, tendo apresentado trabalhos na área de Português L2 em congressos. Interessa-se por diversas áreas da ciência lingüística; especialmente, pelas áreas de Sintaxe, Morfologia e Semântica, no domínio da gramática; e pela área de Sociolingüística. Ficha Catalográfica Rodrigues, Bruno de Andrade Estudo descritivo dos usos do clítico lhe na variedade formal português / Bruno de Andrade ; orientadora: Eneida do Rego Monte Bomfim f. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Letras) Pontifícia Universidade Católica Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Inclui bibliografia 1. Letras Teses. 2. Sintaxe. 3. Discurso. 4. Valências. Funcionalismo. 6. Pronome. 7. Cliticização. 8. Objeto indireto. Gramática. I. Bomfim, Eneida do Rego Monteiro. II. Pontif Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Letras. Título. CDD: 400

6 Jesus Cristo pela minha vida. Aos meus pais amados pelas lições de humildade, respeito e perseverança.

7 Agradecimentos À professora Eneida do Rego Monteiro Bomfim pela preciosa e dedicada orientação. A todos os professores que contribuíram para a minha formação acadêmica. Ao professor e amigo Ricardo Borges Alencar pelo incentivo e inestimável ajuda. À Chiquinha pela solicitude e apoio durante todo o curso. Aos meus pais e irmão pela confiança e apoio nos momentos de desalento. À minha amada madrinha Dely, pela confiança e carinho. Aos amigos Pedro, Joelcio, Fátima, Aline e Larissa que me ajudaram a avivar meu espírito. Aos amigos Daniel e Antônia pelos inúmeros acessos à Internet. Ao CNPQ pela concessão da bolsa. Ao meu amado padrinho Manoel Augusto (in memorian) pela orientação espiritual constante. Muito obrigado.

8 Resumo Rodrigues, Bruno de Andrade; Bomfim, Eneida do Rego Monteiro. Estudo Descritivo dos Usos do Clítico Lhe na Variedade Formal do Português. Rio de Janeiro, p. Dissertação de Mestrado Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Este trabalho visou à descrição do comportamento sintático-discursivo do pronome clítico lhe na variedade formal da modalidade escrita do português. Preocupada com a investigação das propriedades sintáticas e semânticas da atualização do lhe, a análise assentou-se na devida separação entre os planos semântico e formal, os quais foram associados para efeito de determinação das funções sintático-discursivas desse pronome. A pesquisa, de cunho funcionalista, foi empreendida sob o pressuposto de que o chamado objeto indireto, variedade de dativo e função tipicamente exercida pelo pronome lhe, constitui uma função sintática heterogênea e não bem definida que recobre indevidamente, na gramática tradicional, outros usos de dativo. Assim, concluiu-se que o pronome lhe cumpre outras funções sintático-discursivas não contempladas na tradição e nos estudos mais recentes, que não podem ser reunidas sob o rótulo de objeto indireto. Palavras-chave Sintaxe; Discurso; Valências; Funcionalismo; Pronome; Cliticização Objeto indireto; Gramática; Semântica; Dativos.

9 Abstract Rodrigues, Bruno de Andrade; Bomfim, Eneida do Rego Monteiro. Estudy Descritive of the Uses of Clitic Lhe in Formal Variety Portuguese. Rio de Janeiro, p. Dissertation Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. This work aimed the description of the syntactic-discursive behavior of the clitic pronoun lhe in the formal variety of the written Portuguese modality. Concerned with the investigation of the semantic and syntactic properties of the lhe utilization, the analysis focus on the very separation between the semantic and formal plans, which have been associated in order to determine the syntactic-discursive functions of this pronoun. Our research, of a functionalist basis, was done after the presupposition that the so called indirect object, variety of dative and function typically performed by the lhe pronoun, constitute a heterogeneous and not well defined syntactic function that covers unduly, in the traditional grammar, other dative uses. Therefore, we concluded that the lhe pronoun has got other syntactic-discursive functions pondered neither by the grammar tradition nor by the more recent studies, that can not be assembled under the same label of indirect object. Keywords Syntax; Discourse; Grammar; Functionalism; Pronoun; Function; Dative Semantics; Indirect object; Valency.

10 Sumário 1. Introdução Metodologia O Funcionalismo: fundamentação teórico metodológica O modelo funcionalista de Michael A.K. Halliday O conceito de função 2.2. O modelo funcionalista Simon Dik A Gramática de valências O conceito de valência 3.2. Alguns tipos de actantes O objeto indireto na tradição gramatical Soares Barbosa 4.2. Maximino Maciel Said Ali Joaquim Mattoso Câmara Jr Carlos Henrique da Rocha Lima Adriano da Gama Kury Celso Cunha Evanildo Bechara Conclusão O caso dativo Os dativos livres O dativo de posse O dativo commodi et incommodi (ou de interesse) O dativo ético Considerações finais... 88

11 6. Análise do comportamento sintático-discursivo do pronome lhe Os corpora O verbo suporte e a expressão cristalizada Análise dos corpora Verbos que se constroem tradicionalmente com o chamado objeto indireto Outras considerações Verbos que se constroem com objeto indireto cujo núcleo é um substantivo [ - animado] Os dativos livres O chamado dativo de posse O chamado dativo de interesse Os casos dos verbos aparecer e marcar Verbos que selecionam complemento introduzido por preposição diferente de a e cliticizável em lhe O emprego de lhe em construções várias Construções formadas por verbo + SP Uma nota histórica Construções formadas por verbo ser + adjetivo Construções com verbo semanticamente esvaziado Os exemplos de lhe como substituto anafórico de substantivo [ - animado] na literatura lingüística Uma nota final: registro histórico Conclusão Bibliografia

12 1 Introdução Este trabalho visa à descrição dos usos do pronome clítico lhe na variedade formal escrita do português, à luz da teoria de valências, esposada nas obras Gramática de Valências (1986), de Winfried Busse e Mário Vilela, Gramática de Valências: teoria e aplicação (1992), de Vilela e Gramática da Língua Portuguesa (2001), de Vilela e Ingedore Villaça Koch. Intentamos levar a efeito um estudo cujo objetivo precípuo é corroborar a hipótese da multifuncionalidade do lhe e determinar suas funções sintático-discursivas 1 funções que não foram contempladas pelos estudos gramaticais tradicionais. A pertinência da gramática de valências à nossa pesquisa repousa na assunção de que o verbo é, por excelência, o elemento central da frase, responsável, pois, por determinar sintática e semanticamente a estrutura dessa construção. Em outras palavras, o verbo é a unidade lingüística que não só determina o número de lugares vazios ou de argumentos, como também determina as propriedades semânticas e morfossintáticas que devem apresentar esses argumentos. Com ser uma teoria que leva em conta a semântica, discriminando os níveis formal e significativo, não os confundindo na análise (prática trivial na tradição gramatical), a gramática de valências permite-nos sustentar a idéia de que se deve distinguir, na descrição lingüística, entre o plano formal e o plano semântico, para, posteriormente, associá-los, com vistas à realização de uma descrição que seja o mais clara e coerente possível. É consabido, nesse tocante, que, na tradição gramatical, muitas funções sintáticas e classes gramaticais são definidas mediante noções semânticas; os aspectos formais raramente são considerados, ou, quando o são, não constituem aspectos fundamentais à descrição; ao contrário, parecem ser propriedades acessórias, mais facilmente observáveis quando da análise dos dados. Em suma, os aspectos formais parecem ter menos importância descritiva. Por exemplo, o sujeito é definido em Cunha & Cintra (2001: 124) como o ser sobre o qual se faz uma declaração ; portanto, a definição apresentada pelos autores baseia-se

13 11 num aspecto semântico, que (sabemos bem) não recobre várias ocorrências do sujeito. Perini (2004: 77), a seu turno, apresenta-nos uma definição de sujeito assentada no aspecto formal, a saber, o sujeito é o termo da oração que está em relação de concordância com o NdP 2. Sua definição pode ser parafraseada como o sujeito é o termo da oração com o qual o verbo concorda. Evidentemente, essa definição, embora dê conta de uma grande maioria de casos e, portanto, seja mais precisa e coerente que a definição tradicional, não abriga, por exemplo, certos casos em que se acha o verbo ser. Escusando discussões irrelevantes, valemo-nos das definições supramencionadas, a fim de dar testemunho da necessidade de não definir fatos lingüísticos mediante noções semânticas, como também da necessidade de não assentar a análise apenas em aspectos formais; melhor será considerá-los separadamente e, depois, associá-los. 1. Preferimos a qualificação sintático-discursivas a sintático-semântica, já que é mais geral e coerente com a proposição de cunho funcionalista. Da qualificação sintático-discursivo depreende-se a semântica, já que toda função que serve a propósitos discursivos tem, necessariamente, valor significativo. Ademais, as funções de que nos ocupamos têm singular valor discursivo; nossa análise, evidentemente, extrapola os limites da sintaxe e toma o discurso como básico. 2. Lê-se núcleo do predicado.

14 12 Ora, sabe-se que toda teoria lingüística, independentemente dos pressupostos e metodologia adotados, tem por objetivo descrever a relação entre o significante e o significado; impõe-se distinguir, pois, esses planos na análise. Enxertar indiscriminadamente a semântica na descrição é uma prática que deve ser evitada. Na medida em que a gramática de valências reconhece o erro de considerar fatos semânticos sob um ponto de vista sintático e o erro de supor que os planos semântico e sintático são totalmente isomórficos (de fato, não o são), procura evitar a dissolução da semântica na descrição lingüística. Outra vantagem dessa gramática é o tratamento mais cuidadoso dispensado a casos de valência nominal, ou seja, a casos em que as unidades responsáveis por determinar a estrutura valencial da frase é um substantivo ou um adjetivo. Sabe-se que a tradição reconhece que certos nomes apresentam transitividade 3, mas não se nos oferece uma descrição satisfatória desses casos; deveras, não há, a rigor, uma tentativa de descrição, senão o arrolamento de um número relativamente grande e indefinido de nomes e as respectivas preposições por eles regidas. Ademais, vale dizer que o conceito de transitividade, que, na tradição gramatical, está estritamente relacionado à noção de regência e que é de natureza puramente semântica, repousa na propriedade de o verbo exigir determinados constituintes que, dispondo-se-lhe à direita, servem para completar-lhe o sentido. Na gramática de valências, a noção de transitividade, que é reinterpretada sob o rótulo valência, é a propriedade que tem o verbo de prever um determinado número de lugares vazios que estão implicados no seu significado. Vê-se, aí, pois, uma noção mais lúcida. Além disso, note-se que as relações de dependência entre os constituintes frasais não se baseiam tão só no aspecto semântico (deduzido do conceito de transitividade que nos foi legado pela tradição), mas também no aspecto sintático. Conclui-se considerar a noção de valência uma noção semântico-sintática. A explicitude do conceito de valência em face à noção de transitividade parece repousar na idéia de que há uma estrutura relacional latente no significado do verbo, que é atualizada na cadeia sintagmática. Essa estrutura é prevista pela semântica do verbo. O poder de explicitude da teoria acentua-se na postulação de formalizações como X dá Y a Z ou X entrega Y a Z. Essas formalizações concorrem para patentear o que se subentende na lição tradicional, a saber, a idéia

15 13 de que o significado do verbo é determinante da noção de transitividade. Há que ressaltar, contudo, que, não assentando na insuficiência semântica do verbo, a que se deve a manifestação de seus complementos (visão tradicional), a teoria de valências demonstra ser o significado do verbo o componente que seleciona os argumentos (e não que precisa ser completado ). A conseqüência dessa concepção, que está, como dissemos, implícita na análise tradicional, é a assunção de que existem argumentos facultativos, ou seja, que, em determinados contextos, podem não ser atualizados na estrutura relacional (sem que despoje a frase de seu caráter informativo). Numa frase com o verbo escrever, que apresenta a estrutura relacional X escreve Y a Z, pode-se calar o argumento Y, por exemplo. Veja-se o giro abaixo: (a) Pedro escreve todos os dias. Ora, esse fato permite-nos dizer que a gramática de valências, embora postule a existência de uma estrutura de relação no significado do verbo, admite que essa estrutura não é fixa, invariável, senão variável, ou, melhor seria, adaptável à situação discursiva. Disso se segue que há uma estrutura préestabelecida que se pode manifestar de tal ou qual modo, quando do uso da língua. Está clara, pois, a concepção funcionalista, segundo a qual o uso exerce influência sobre a forma da língua. Vale lembrar que a obliteração ou não manifestação de um dos argumentos do verbo pode implicar, de acordo com o contexto, um novo matiz significativo. De fato, Pedro escreve poemas não veicula a mesma idéia veiculada por Pedro escreve todos os dias. No primeiro caso, manifesta-se, por força das necessidades discursivas, entre as quais se inclui a intenção comunicativa do enunciador, o constituinte que representa, semanticamente, o resultado da ação de escrever, a fim de se revelar o pendor de Pedro pelo gênero poesia ; no segundo caso, quer-se dizer que Pedro tem por hábito compor textos, ou seja, que Pedro é um aspirante a escritor. Nesse último caso, a situação discursiva vem em socorro da correta interpretação da mensagem; ou seja, é o conhecimento partilhado entre os interlocutores que permitirá saber se Pedro se inclina mais à composição de crônicas ou de poemas.

16 14 Não se olvide de que a gramática de valências, ao contrário da análise tradicional, considera o sujeito como um argumento do verbo. Vale dizer que a tradição gramatical inclui entre os argumentos ou complementos do verbo certos constituintes que se dispõem à direita dele e que servem para completar-lhe o sentido; o sujeito, que se dispõem, via de regra, à esquerda, não se inclui entre os complementos dele. A vantagem da gramática de valências, nesse tocante, é clara: por um lado, reconhece o fato de certos verbos não admitirem sujeito, o que indica ser o sujeito um constituinte selecionado pelo verbo, tal como sucede com os complementos da análise tradicional; por outro lado, admitindo que o verbo determina semanticamente os seus argumentos, não ignora o fato de certos verbos selecionarem, para ocuparem a posição de sujeito, substantivos que apresentem determinados traços sêmicos e de rejeitarem outros (trata-se da vulgarmente chamada restrições de seleção ). Por exemplo, uma frase como O papel quebrou não é aceitável pelos falantes do português, porque o verbo quebrar exige que ocupe a posição de sujeito um substantivo que designe um objeto rijo (portanto, que possa ser quebrado). Do ponto de vista analítico, poder-se-ia dizer que o verbo quebrar seleciona, para ocupar a posição de sujeito, um substantivo cujo traço sêmico seja [+ quebrável]; disso se deduz a rejeição de substantivos como papel, toalha, almofada, etc. Casos há em que o verbo não admite um argumento na posição de sujeito, como em *A chuva chove muito hoje. Evidentemente, quando usado no sentido figurado, o verbo chover admite sujeito, como em Chovem notas de cem reais sobre a cidade. 3. Trataremos do conceito de transitividade no lugar adequado.

17 15 Dentre os trabalhos que fomentam nossa pesquisa, destaquem-se também a obra Gramática Funcional (2004), de Maria Helena de Moura Neves e a obra Introdução à Lingüística: fundamentos epistemológicos (2005), organizada por Fernanda Mussalim e Anna Christina Bentes. Desses trabalhos colhemos importantes contribuições sobre a teoria funcionalista, em que assenta nosso trabalho. Não menos relevantes são as gramáticas tradicionais de Evanildo Bechara (2002), de Rocha Lima (2001) e de Celso Cunha & Lindley Cintra (2001). Os trabalhos de José Carlos de Azeredo, intitulados de Iniciação à Sintaxe do Português (2003) e de Fundamentos de Gramática do Português (2004), representam, em face às gramáticas tradicionais supramencionadas, um considerável avanço teórico, visto que, neles, o autor não só assinala, com perspicácia, pontos incoerentes da sintaxe tradicional (e da teoria gramatical, de um modo geral), como também propõe novos enfoques, decerto mais elucidativos. Nesses trabalhos, aproveitaram-nos, para efeito de descrição, suas considerações sobre a noção de transitividade e sobre o conceito de objeto indireto. Também se inclui na bibliografia deste trabalho a Gramática Descritiva do Português (2004), de Mário Perini. Ainda que o autor se tenha proposto a descrever os fatos lingüísticos do ponto de vista estritamente formal, relegando a semântica a segundo plano (melhor seria, prescindindo da semântica), o que lhe acarretou o abandono de questões ao abrigo de pesquisas futuras, sua concepção sobre descrição lingüística e sobre a relação entre os planos semântico e sintático na análise fundamentam nossa proposição. Ademais, Perini faz importantes considerações acerca do conceito de transitividade e de regência, as quais são esposadas em nosso trabalho. Ao contrário do que fez Perini, em nossa análise, que não se pretende puramente formal (nem poderia sê-lo), procuramos harmonizar os aspectos sintáticos e os aspectos semânticos, cuidando ser necessária a devida separação entre eles. Não nos podemos olvidar de mencionar os trabalhos de Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva e de Maria de Fátima Duarte Henrique dos Santos, que constituem duas dissertações de mestrado e que se intitulam, respectivamente, de Complementos verbais regidos de A e transformáveis em LHE (1974, PUC-Rio) e de Tradição e Funcionalidade na análise de verbos de medida: um estudo de aspectos sintático-semânticos (2002, PUC-Rio). No primeiro desses trabalhos, é-

18 16 nos vantajoso o tratamento dispensado à cliticização em lhe ; no segundo trabalho, importam-nos as considerações sobre a teoria funcionalista, a teoria de valência e o conceito de transitividade. Finalmente, cite-se a obra clássica Sintaxis Histórica de la Lengua Latina, de M. Bassols de Climent (1945), na qual o autor trata da função dativa na sintaxe latina. Essa obra é assaz relevante à nossa análise, na medida em que dá testemunho histórico da função dativa e apresenta-nos um tratamento pormenorizado da questão. No que toca à motivação de nosso trabalho, durante as aulas de gramática na escola, o professor esforçava-se por ensinar a lição trivial, segundo a qual o pronome clítico lhe cumpre (sempre) a função sintática de objeto indireto. Os exemplos que se nos apresentavam eram quase todos estereotipados, isto é, constituíam frases prontas para análise. Em sua obra Gramática de Usos do Português (2003), Maria Helena de Moura Neves apresenta uma classificação semântica dos verbos em cuja estrutura relacional figura o objeto indireto. O objeto indireto, que, semanticamente, representa o destinatário ou beneficiário da ação verbal, entra a fazer parte de predicados 4 dos quais se deduzem as idéias de elocução, comunicação oral ou escrita, solicitação/ requerimento, instrução, indagação/resposta, venda/transferência/negociação, doação / oferecimento, oferta. Os exemplos típicos são, respectivamente, falar, dirigir ; dizer, contar, escrever ; pedir, solicitar, requerer ; ensinar, explicar ; indagar, perguntar, responder ; vender, transferir, comprar ; dar, doar, conceder, etc. Evidentemente, há outros verbos triviais, em cujo predicado se inclui, tradicionalmente, o objeto indireto, tais como custar, competir e obedecer, entre outros. 4. Predicado, aqui, é tomado na acepção tradicional, a saber, designa a parte da oração que encerra o verbo e seus complementos e eventuais adjuntos.

19 Em vista do exposto, habituamo-nos a classificar sintaticamente o pronome lhe na frase abaixo como objeto indireto: 17 (b) Pedro disse ao seu pai toda a verdade. Pedro lhe disse toda a verdade. O problema dessa prática tradicional repousa no fato de o rótulo objeto indireto estender-se a qualquer ocorrência do pronome lhe, quer se refira ele a uma estrutura a/para SN, que não é selecionada pela valência do verbo (como veremos), quer a uma estrutura encetada de uma preposição diferente de a e de para, tal como em em SN. Vejam-se os exemplos que seguem: (c) Meu avô construiu um balanço para meu irmão. Meu avô lhe construiu um balanço. (d) Júnior bateu em Pedro. Júnior lhe bateu. Ora, o constituinte para meu irmão, além de ser encetado pela preposição para (no português brasileiro, a alternância com a parece ter baixa aceitação), figura na frase por exigência do complexo verbal (que encerra o verbo e os seus argumentos). Em outras palavras, esse constituinte não é previsto pela valência do verbo construir (X constrói Y); sua atualização na estrutura sintática é motivada por necessidades discursivas. Por outro lado, embora em Pedro seja selecionado pelo verbo bater, tal constituinte é introduzido pela preposição em e representa o ser que é afetado pela ação verbal. Vale lembrar que a tradição gramatical sugere haver uma relação entre estruturas em a e pronome lhe, isto é, o lhe cliticiza estruturas nominais que se constroem com a preposição a (às vezes para ) e que funcionam como argumento de um verbo transitivo indireto, ou de certos nomes transitivos (aspecto formal). Ademais, o constituinte encetado por a a que se atribui o nome de objeto indireto cumpre o papel temático de destinatário ou beneficiário. Entendemos por papéis temáticos os papéis desempenhados por todo argumento de um predicado [verbo] e atribuídos a esses argumentos pelo próprio predicado que os seleciona. (Fiorin, 2003:100).

20 18 Levando-se em conta que alguns autores distinguem entre complementos introduzidos por a, cliticizáveis em lhe, a que chamam objeto indireto, e complementos encetados não só por a, mas também por outras preposições, os quais não são cliticizáveis em lhe, mas podem ser substituídos pelas formas tônicas (a)ele, (a)ela, (a)isso etc., não nos parece coerente entender o lhe em (d) como objeto indireto. Essa visão é esposada por Rocha Lima (1976; 2001). O autor distingue entre objeto indireto e complemento relativo, função sintático-semântica que completa o sentido de um verbo transitivo relativo, por intermédio de uma preposição obrigatória ( a, de, em, etc.). Essa função não é desempenhada pelo lhe, senão por formas como (a)ele, (a)ela, (a)isso, anteriormente mencionadas. Lembremos que, de acordo com certos autores, o rótulo objeto indireto recobre todo complemento preposicionado de um verbo transitivo indireto. Celso Cunha (2001: 143) é um representante desse ponto de vista. Destinamos uma seção para tratar do conceito de objeto indireto; por isso cingimo-nos a essa breve consideração. Entendemos que, uma vez cunhada a nomenclatura objeto indireto, para dar conta da função dativa na sintaxe portuguesa, estendeu-se esse rótulo aos demais casos de dativo. A função dativa se reveste de sub-variedades e sua manifestação na língua portuguesa não foi contemplada pela tradição gramatical. Dentre as três principais gramáticas tradicionais de nossa literatura, apenas a Moderna Gramática Portuguesa (2002), do professor Evanildo Bechara, faz referência à questão dos dativos. Nesse trabalho, o autor reserva uma pequena seção na qual define os chamados dativos livres, a saber, constituintes sintáticos que, remanescentes da sintaxe latina, apresentam-se com notável valor discursivo, embora, como se depreende da nomenclatura, não sejam selecionados pelo verbo. Ora, o fato de haver uma seção para tentar dar conta dos dativos indica que esses constituintes, embora se relacionem etimologicamente com a função a que se atribui o nome de objeto indireto (afinal, o objeto indireto é um dativo), se comportam de modo diferente e, portanto, não se incluem na classe dos tradicionalmente chamados objetos indiretos. Acrescente-se que a tradição, na medida em que considera o objeto indireto um complemento do verbo, isto é, um constituinte cuja função é completar o sentido do verbo, não deveria considerar o lhe em (c) como um objeto indireto, já que ele figura no lugar de uma estrutura ( para SN ) que não é exigida pelo

21 19 verbo. Note-se que a estrutura relacional do verbo construir prevê apenas dois lugares: X constrói Y. A entidade que representa o beneficiário não é prevista pela valência desse verbo. Em outro lugar, dispensaremos um tratamento acurado a esses casos e elucidaremos melhor nosso ponto de vista; por ora, bastam-nos essas palavras. 1.2 METODOLOGIA Como é um trabalho de base funcionalista, pretendemos empreender uma análise que tome a semântica como componente-base. Para tanto, intentando evitar a confusão entre o plano semântico e o plano sintático, distinguimos os aspectos semânticos e os aspectos sintáticos. A análise, portanto, tem como objetivo principal associar esses dois planos. Acreditamos que, assim, podemos dar conta de modo mais preciso dos usos do pronome lhe. Nossa análise estriba-se no princípio de que a língua funciona paradigmática e sintaticamente. O falante que usa um verbo como dar para construir seus enunciados sabe ( inconscientemente ) que esse verbo determina uma estrutura relacional, que pode ser formalizada como X dá Y a Z. Essa estrutura representa sintaticamente um estado-de-coisas 5, o qual constitui um mundo codificado na/pela língua. Nesse mundo, uma entidade X dá uma coisa Y a uma entidade Z. Essa concepção está relacionada à função ideacional, de Halliday (1970. apud. Neves, 2004: 12), pela qual o falante e o ouvinte incorporam na língua sua experiência dos fenômenos do mundo real (...) (Neves, 2004: 12). Note-se que aquela estrutura relacional está disponível ao falante quando da seleção desse verbo. No entanto, não queremos dizer que ela seja fixa, inalterável, senão adaptável à situação discursiva. Isso explica o fato de podermos calar um dos argumentos, de acordo com as necessidades discursivas. Advogamos que há uma estrutura relacional pré-estabelecida no significado do verbo. A escolha de um verbo como dar implica a determinação de uma estrutura relacional do tipo X dá Y a Z. Muitas vezes, pode-se calar o argumento Z, ou Y. O uso, portanto, influencia a forma dos enunciados; mas, ao escolhermos um determinado verbo, não escolhemos apenas uma unidade léxica, mas um

22 20 complexo sintático-semântico-categorial; portanto um conjunto de propriedades codificado nesse lexema. O verbo dar, portanto, encerra um componente semântico, um componente sintático e um componente categorial. A título de ilustração, tomemos a seguinte frase: (e) Pedro deu um cartão a sua namorada. DAR - Categoria: verbo TDI (ou trivalente) Entidade 1 Dador objeto Entidade 2 Recebedor (plano semântico) Pedro (deu) um cartão a sua namorada. A1 Predicador A2 A3 (cadeia sintagmática) 5. Um estado-de-coisas é concebido como algo que pode ocorrer em algum mundo (real ou mental) (...) Sendo algo que pode ocorrer em um determinado mundo, um estado-de-coisas está sujeito a determinadas operações, isto é, pode ser: localizado no espaço e no tempo; ter uma certa duração; ser visto, ouvido, ou, de algum modo, percebido. (Neves, 2004: 84)

23 21 Escusando-nos da simplicidade de nosso gráfico, intentamos demonstrar a separação e a associação dos planos semântico e sintático. Veja-se que, a seleção do verbo dar implica o reconhecimento de uma estrutura semântica que caracteriza o estado-de-coisas. Este constitui o primeiro nível. Essa estrutura semântica é atualizada numa construção, a qual se caracteriza por apresentar uma estrutura sintática. A construção, a seu turno, constitui o segundo nível. No terceiro nível, especifica-se a análise da estrutura sintática, a fim de compreender a interdependência entre os constituintes de que se compõe a frase. De acordo com o ponto de vista esposado aqui, pretende-se patentear certos aspectos da natureza da linguagem: em primeiro lugar, a linguagem é um veículo de significação; do ponto de vista psicológico, há em nossa mente/cérebro estruturas significativas cujo acesso só é possível mediante a linguagem. Em segundo lugar, conquanto o falante tenha um conhecimento (intuitivo) da sua língua, conhecimento graças ao qual ele pode não só construir sentenças em sua língua (conhecimento operacional), como também pode avaliar o grau de gramaticalidade dessas sentenças, ele não tem consciência do funcionamento do mecanismo gramatical de sua língua, ou seja, ele é incapaz de explicar as regras pelas quais constrói suas sentenças. Ora, o segundo nível de nossa análise, é o único acessível ao falante e constitui o nível das construções sintáticas, das frases de que se vale para efeito de comunicação. Finalmente, importa reconhecer a explicitação de um dos componentes de regras de que se vale o falante para a construção de suas frases: o componente sintático. No terceiro nível, procuramos tornar patente a relação de dependência entre os constituintes sintáticos. Cabe ressaltar que a associação entre os planos semântico e sintático não implica o entender que eles sejam isomórficos. Não rareiam casos em que há um descompasso entre o papel temático desempenhado por uma estrutura nominal e o uso do lhe. Ou seja, ensina-se que o lhe, enquanto forma típica da função de objeto indireto, refere-se a uma entidade [+ animado/ humano], que desempenha o papel temático de destinatário ou beneficiário ; casos há, porém, em que o pronome se refere a entidades [-animado], como também a uma estrutura nominal cujo núcleo é um substantivo que representa uma entidade afetada pela ação verbal. Veja-se que a tradição gramatical, embora estenda o rótulo objeto indireto a vários usos do lhe, descurou de uma descrição mais precisa dos aspectos semânticos dos constituintes sintáticos cliticizáveis em lhe. Ora, se

24 22 numa frase como custou-lhe fazer a prova, o lhe é um objeto indireto, então devemos reconhecer que o objeto indireto não representa só a entidade a que se destina a ação verbal. Escusando-se o fato de custar sequer veicular idéia de ação, a verdade é que o lhe refere-se a uma constituinte que não desempenha o papel temático de destinatário ; representa, ao contrário, a entidade em que se manifesta a situação 6 descrita pelo verbo custar. Portanto, ao dizermos que pretendemos associar na análise os planos semântico e sintático, não ignoramos o fato de que nem sempre há isomorfia entre eles. Visamos a uma análise que, não incorrendo no erro de tratar fatos sintáticos sob um ponto de vista estritamente semântico, procura integrar sintaxe e semântica numa teoria que encara a língua como um meio de interação social. A assunção de que há uma estrutura relacional implicada no significado do verbo e que está disponível ao falante quando da escolha de um determinado verbo implica a noção de previsibilidade valencial, que constitui uma noção fundamental à nossa análise. De acordo com essa noção, o significado do verbo encerra uma estrutura relacional que, embora possa ser adaptável ao contexto, codifica um estado-de-coisas acabado, suficiente para a comunicação do pensamento. Isso não quer dizer que essa estrutura não possa ser ampliada mediante o emprego de expressões adjuntas. Por exemplo, a escolha do verbo construir implica a determinação da seguinte estrutura relacional: X constrói Y. (cf. Meu avô construiu um balanço). O uso de uma expressão como para meu irmão não é previsto pela estrutura relacional ou valencial do verbo construir. Portanto, para meu irmão não é um argumento do verbo construir. O estadode-coisas instituído aí é o seguinte: uma entidade avô constrói uma coisa chamada balanço. Esse estado-de-coisas pode ser modificado mediante a inclusão de expressões circunstanciais, tais como hoje, no domingo, ás cinco horas da tarde, etc. Da mesma sorte, numa frase como Minha mãe fez um bolo de chocolate, pode-se ampliar a estrutura X faz Y para X faz Y (para Z), do que resulta a frase Minha mãe fez um bolo de chocolate para mim ; todavia, o constituinte para mim não é previsto pela estrutura relacional do verbo fazer. É claro que a estrutura valencial varia de acordo com a acepção do verbo. O verbo fazer, quando empregado com o sentido de causar algo (mau), apresenta em sua estrutura relacional um argumento introduzido por a : X faz Y a Z (cf. Pedro fez mal a um amigo). O constituinte a SN, nesse caso, é previsto

25 23 pela estrutura relacional do verbo fazer. Vale aí investigar a natureza da construção fazer mal a Z (e da construção análoga fazer bem a Z ), ou seja, é possível considerá-la intermediária entre as expressões cristalizadas e as construções com verbo suporte 7, já que, com relativo esvaziamento semântico, o verbo fazer forma com o advérbio mal um conjunto de significado unitário, que corresponde a um verbo simples, como prejudicar. Preferimos adiar a questão para o capítulo seis, no qual nos ocupamos com a discussão dos casos de verbo-suporte e construções cristalizadas. Não obstante, há que notar o alto grau de aderência entre fazer e o advérbio, o que nos leva a admitir formarem ambos uma unidade de algum tipo. Incluí-la entre os casos de verbo suporte requer um exame cuidadoso, já que, em Neves (2000: 54), a definição de verbo-suporte não prevê casos como esse. Intentando evitar comodismos descritivos, vamos dizer que o constituinte a SN serve de complemento ao conjunto fazer mal. Finalmente, vale dizer que, sendo o conceito de estado-de-coisas essencialmente semântico, a estrutura relacional, a seu turno, caracteriza-se por ser um conceito de cunho formal. É a estrutura relacional que formaliza o estadode-coisas instituído pelo verbo. 6. Intentando evitar o uso indiscriminado do conceito de ação e não encontrando uma alternativa adequada, lançamos mão do termo situação, consoante definido em Travaglia (1985: 51). Para o autor, situação é (...) um termo geral para processos, estados, fenômenos, eventos, fatos, etc. 7. Veja-se, à página 92, a definição de verbo suporte.

26 24 2 O Funcionalismo: fundamentação teórico-metodológica Reflitamos sobre a escola funcionalista neste capítulo, destacando seus pressupostos teóricos, seu histórico, suas vertentes e principais representantes. Outrossim, meditaremos sobre o conceito de função, de transitividade e de frase do ponto de vista funcionalista. Pertinentes são as palavras de Maria Helena de Moura Neves (2004: 1), que assim se expressou: Caracterizar o funcionalismo é uma tarefa difícil, já que os rótulos que se conferem aos estudos ditos funcionalistas mais representativos geralmente se ligam diretamente aos nomes dos estudiosos que os desenvolveram, não a características definidoras da corrente teórica em que eles se colocam. Prideaux (1994) afirma que provavelmente existem tantas versões do funcionalismo quantos lingüistas que se chamam funcionalistas, denominação que abrange desde os que simplesmente rejeitaram o formalismo até os que criam uma teoria. A verdade é que, dentro do que vem sendo denominado ou autodenominado funcionalismo, existem modelos muito diferentes. (grifo nosso) Nesse passo de Neves, atente-se não só ao fato de o rótulo funcionalismo recobrir muitas versões de trabalhos, cujas características não parecem justificar tal rotulação, mas também ao fato de existirem lingüistas que se dizem funcionalistas, em virtude de rejeitarem o formalismo. Nesse tocante, as palavras de Bates (apud. Newmeyer 2000: 13) sintetizam a situação teórica do funcionalismo: o funcionalismo é como o Protestantismo: um grupo de seitas antagônicas que concordam somente na rejeição à autoridade do Papa. Evidentemente, o pensamento de Bates ignora o desenvolvimento da teoria funcionalista e suas contribuições à compreensão do funcionamento da linguagem. Além disso, a investigação funcionalista surgiu muito antes da teoria gerativa. Não obstante a ironia do pensamento de Bates, com o qual procura responder à pergunta o que há de comum a todos os modelos teóricos?, pode-se dizer, seguramente, que os trabalhos funcionalistas assentam na concepção de que a língua é um instrumento de interação social, e ao lingüista compete a tarefa de investigar o modo como os falantes se comunicam pela língua. Consoante Martinet (1994: 14. apud. Neves, 2004: 2), a competência comunicativa deve

27 25 nortear a investigação lingüística, visto que toda língua se impõe (...), tanto em seu funcionamento como em sua evolução, como um instrumento de comunicação da experiência. Entende-se por experiência tudo o que [o homem] sente, o que ele percebe, o que ele compreende em todos os momentos de sua vida. Os trabalhos funcionalistas estribam-se na idéia de que a estrutura lingüística não pode ser descrita satisfatoriamente sem a consideração do evento comunicativo. Vale lembrar que uma das grandes contribuições dos modelos funcionalistas é a integração da pragmática na teoria gramatical. O funcionalista estuda a língua na interação social, fato que o leva a rejeitar a autonomia da língua em face ao discurso. Nesse tocante, diz-se comumente que a função comunicativa da língua exerce influência sobre sua forma, ou, mais radicalmente, a forma da língua deriva do uso que dela se faz. 8 No que toca à rejeição de uma autonomia da língua, os funcionalistas, entre os quais Givón (1995) e Nichols (1984: 97), citados por Neves, advogam a idéia de que a compreensão satisfatória do mecanismo gramatical depende da consideração de fatores como cognição, comunicação, processamento mental, interação social, cultura, mudança e variação, aquisição e evolução. 8. Essa concepção se acha no artigo de Votre & Naro, denominado de Mecanismos funcionais do uso da língua (D.E.L.T.A., vol. 5, nº 2, 1989).

28 26 A gramática funcional, entendida aqui como uma teoria da organização gramatical das línguas naturais que procura integrar-se em uma teoria global da interação social (Neves, 2004:15), segundo aqueles autores, não só se ocupa da análise da estrutura interna da língua, mas também, mormente, da análise da situação comunicativa, a qual encerra o propósito do evento de fala, os participantes desse evento e o contexto discursivo. A tarefa precípua de uma gramática funcional é, consoante enfatiza Beaugrande (1993, cap. III. apud. Neves, 2004: 3), fazer correlações ricas entre forma e significado dentro do contexto global do discurso. No que tange ao histórico do funcionalismo, pode-se afirmar que o modelo funcionalista é tão antigo quanto o paradigma formal, o qual encerra o estruturalismo saussuriano. O funcionalismo moderno remonta à concepção de lingüistas que precederam Saussure, entre os quais citem-se Whitney, Von der Gabelentz e Hermam Paul, representantes da escola neogramática no final do século XIX. Esses autores já levavam em conta em seus trabalhos fenômenos sincrônicos e diacrônicos, bem como reconheciam a importância de a descrição lingüística ser baseada em parâmetros psicológicos, cognitivos e funcionais. Poder-se-ia referir muitos outros trabalhos, em que se pode patentear a visão funcionalista; limitamo-nos a citar alguns. Na tradição antropológica americana, acha-se o ponto de vista funcionalista no trabalho de Sapir (1921, 1949) e de seus discípulos. Também podemos patentear o ponto de vista funcionalista na teoria tagmêmica de Pike (1967), no trabalho de base etnográfica de Hymes (1972) autor que cunhou o conceito de competência comunicativa -, na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday (1970, 1973, 1985), entre outros. Dentre todos os trabalhos orientados numa visão funcionalista da linguagem, os mais representativos, já que a eles se deve o desenvolvimento da teoria funcionalista, estão baseados nas concepções de um grupo de estudiosos a que se atribui a designação Escola Lingüística de Praga. Seus trabalhos datam de anos anteriores a Os estudiosos de Praga concordavam na rejeição da dicotomia Chomskiana entre competência e desempenho rejeição que pode ser contemplada também nos modelos de Halliday e Dik. Diz-se que a Escola de Praga caracteriza-se por ser um estruturalismo funcional. Destarte, a língua é entendida como um sistema funcional, o qual

29 27 encerra um componente sistêmico e um componente funcional. Vale dizer que, na Escola de Praga, a frase é considerada uma unidade comunicativa que veicula informação e que está relacionada à situação comunicativa. Portanto, importa aos estudiosos a análise das frases reais, a saber, efetivamente realizadas, a cuja interpretação vem em socorro o contexto, quer verbal, quer não-verbal. É no enunciado realizado na situação comunicativa que se podem verificar as regularidades de que se deve ocupar a análise. A frase é uma unidade lingüística que deve ser estudada não só internamente (isto é, levando-se em conta seus aspectos fonológico, morfológico e sintático), como também externamente, a saber, correlativamente ao contexto comunicativo. Destarte, a frase, do ponto de vista comunicativo, é bipartida em tema (elemento de baixa informatividade) e rema (elemento de maior informatividade). Nessa perspectiva, considera-se que a organização dos constituintes frasais está relacionada à organização da informação da frase. Por exemplo, os estudiosos de Praga demonstraram que, no theco, a ordem das palavras é determinante da organização da informação na frase. O termo funcionalismo pode recobrir qualquer abordagem que se assenta na concepção de que as expressões lingüísticas servem ao propósito comunicativo. Nesse tocante, Bechara (1991: 1 apud. Neves, 2004:55), observa que a denominação funcionalista tem sido aplicada a várias modalidades de descrição lingüística e de aplicação pedagógica no estudo e ensino de línguas. Segundo o autor, a isso se deve a difícil tarefa de definir esse campo de estudos. Consoante observa Nichols (1984, apud. Neves, 2004: 55), o rótulo funcionalismo, em geral, é aplicado a três vertentes: uma conservadora, uma radical e uma moderada. O funcionalismo conservador limita-se a enfatizar a inadequação do modelo formalista (o qual compreende tanto o estruturalismo quanto o gerativismo), sem propor uma análise própria e, supostamente, mais adequada. O funcionalismo moderado aponta a inadequação do modelo formalista (tendência comum no modelo funcionalista), mas suscita uma análise da estrutura lingüística. O funcionalismo extremado rejeita o conceito de estrutura 9 e defende que as regras assentam na função e não há restrições sintáticas. Esse último tipo de funcionalismo não valida a concepção saussuriana da língua, segundo a qual a língua é um sistema de signos que se relacionam reciprocamente ( a língua é uma sistema ) e defende que a gramática se reduz ao discurso.

30 28 Os modelos de Dik e Halliday podem ser incluídos entre os trabalhos funcionalistas moderados, segundo Van Valin (1990, apud. Neves, 2004: 56), uma vez que, embora considerem inadequado o modelo formalista, propõem uma análise funcionalista da estrutura lingüística, enfatizando a relevância do componente semântico e pragmático na descrição lingüística. Ademais, os autores, ainda que admitam a validade da noção de estrutura para a compreensão das línguas naturais, suscitam uma nova noção de estrutura, que difere da noção formalista. Vale lembrar que uma das críticas dos funcionalistas aos modelos formalistas repousa na prática de tomar como elemento básico para análise a sentença. Em Discourse Without Syntax (1979. apud. Neves, 2004: 57), Garcia observa que a sentença, enquanto elemento básico de análise, não satisfaz aos anseios daqueles que se interessam pela distribuição das unidades gramaticais no interior da própria sentença. Ademais, segundo a autora, a estrutura da língua não pode ser descrita satisfatoriamente sem a consideração do contexto, já lingüístico, já extralingüístico. A idéia trivial, que parece perpassar todos os modelos funcionalistas, é que, não ignorando o fato de competir ao lingüista a tarefa de registrar os fatos lingüísticos arbitrários, que se impõem aos falantes, é necessário reconhecer aspectos da linguagem que, embora óbvios, foram negligenciados pela comunidade lingüística, tais como o fato de a linguagem servir como um instrumento de comunicação entre os seres humanos. Garcia procurou explicar fatos considerados arbitrários do inglês levando em conta aspectos comunicativos. 9. Pode-se dizer que Votre e Naro (cf. nota 8) são representantes do funcionalismo extremado, uma vez que, para eles, o conceito de estrutura no abstrato, considerada independentemente das suas fontes geradoras entre elas a comunicação é uma espécie de ilusão de ótica criada pelo próprio lingüista ao observar as regularidades, sem observar suas causas. (p. 170)

31 29 Na subseção que se segue, delinearemos o modelo funcionalista de Michael A. K. Halliday e de Simon Dik, que constitui trabalhos funcionalistas moderados, segundo Van Valin (1990). Nessa subseção, verificar-se-ão algumas considerações sobre o conceito funcionalista de transitividade. Não nos olvidamos de refletir sobre o conceito de função, que é central na teoria funcionalista e cuja aplicação é um pouco confusa. Nesse tocante, muita vez, não se distinguem os termos função e uso. Vamos-nos deter a refletir especialmente sobre os tipos de função de Halliday. 2.1 O modelo funcionalista de Michael A. K. Halliday O conceito de função Em princípio, apresentamos como o termo função é empregado na teoria funcionalista. Mike Dillinger, em seu artigo Forma e Função na Lingüística 10, observa que a acepção na qual é empregado o termo função, em Lingüística, não se identifica com o sentido que esse termo tem em matemática; seu sentido, em Lingüística, se identifica com o sentido com que é empregado na álgebra: função é, pois, sinônimo de relação. O autor, citando Garvin (1978), distingue três tipos de relações designadas pelo termo função na teoria lingüística: função pode designar a) relações entre uma forma e outra (função interna), b) relações entre uma forma e seu significado (função semântica) e c) relações entre o sistema de formas e seu contexto (função externa). André Martinet ( apud. Neves, 2004: 5) atribui ao termo função a) o valor de papel, ou seja, o termo refere-se à utilidade de um objeto ou de um comportamento; b) o valor de papel de uma palavra em uma oração (acepção tradicional); c) o valor matemático de grandeza dependente de uma ou de diversas variáveis. Para Martinet (1994, p. 13. apud. Neves, 2004:5-6), fundador da Sociedade Internacional de Lingüística Funcional (SILF), o termo funcional, em Lingüística, refere-se (...) ao papel que a língua desempenha para os homens, na comunicação de sua experiência uns aos outros. Há outros sentidos atribuídos ao termo função. Nichols (1984. apud. Neves, 2004:6), distingue cinco sentidos com que é empregado esse termo: a) função

32 30 como sinônimo de interdependência; b) função como sinônimo de propósito; c) função como sinônimo de contexto; d) função como sinônimo de relação; e) função como sinônimo de significado. O autor nota que a maioria das obras funcionalistas usa função apenas nos sentidos de propósito e de contexto, e não distingue entre os dois (p apud. Neves, 2004:7). Ressalte-se que o estudo funcionalista não determina claramente quais funções ou relações constituem seu objeto. Conquanto seja muito corriqueiro o emprego dos termos função e funcional na Escola Lingüística de Praga, reconhecer a acepção na qual foram usados não é fácil. Dentre as razões apresentadas por Neves, pelas quais é difícil reconhecer os sentidos com que esses termos são usados, citem-se duas: por um lado, o termo funcional é empregado, muita vez, com um sentido muito vago, ou serve como um mero rótulo; em segundo lugar, uma abordagem funcionalista não se caracteriza tão-só pelo emprego dos termos função e funcional. A abordagem funcionalista toma à teleologia e à teleonomia, por exemplo, outros termos, tais como meios, fins, instrumento, etc. Não obstante a dificuldade de se reconhecer o sentido do termo função nos trabalhos da Escola de Praga, pode-se dizer que, em geral, esse termo é empregado na acepção de papel que uma entidade lingüística exerce no processo comunicativo. Dessa idéia infere-se a noção de código lingüístico. Grande parte dos autores da Escola Lingüística de Praga empregou o termo no sentido de tarefas ou de propósito. Destarte, a linguagem desempenha uma série de tarefas ou serve a uma série de propósitos aos seres humanos. De acordo com o quadro teórico da teleologia, ou teleonomia, pode-se dizer que um fenômeno x é um meio para a realização de um fim F (Neves, 2004: 8). Valendo-se da noção de função, pode-se alterar essa asserção para: um fenômeno x tem uma função f (ibid.id.). Quando se diz que uma entidade lingüística tem a função de, diz-se que ela serve como um meio para um fim F. A noção de função, portanto, encerra as idéias de propósito e de meio. Não se pode olvidar que função, na teoria funcionalista, não se aplica às relações de interdependência entre as palavras na oração (as ditas funções sintáticas : objeto direto, objeto indireto, etc.); refere-se ao papel que a linguagem desempenha na vida dos indivíduos (...) (Neves, 2004: 8). Para

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