ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 2/4 RELATÓRIO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 2/4 RELATÓRIO"

Transcrição

1 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 2/4 RELATÓRIO NOVEMBRO, 2014

2 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO DE UMA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA BREJOS DA MOITA - MOITA VOLUME 2/4 - RELATÓRIO ÍNDICE PREÂMBULO INTRODUÇÃO Identificação do Projeto Proponente Entidade Licenciadora e Autoridade de AIA Equipa e Período de Laboração Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIA OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO Objetivo e justificação METODOLOGIA GERAL DESCRIÇÃO DA EXPLORAÇÃO Localização Geográfica e Administrativa Área de Implantação do Projeto Principais Características Físicas e Processos Tecnológicos Caracterização das Instalações Infraestruturas Gerais Abastecimento do sistema de alimentação Abastecimento de Água Drenagem de Águas Pluviais Gestão de Efluentes Resíduos Alternativas do Projeto Áreas Sensíveis Planos de Ordenamento do Território Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública Pág. 1

3 5 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFETADO PELO PROJETO Caracterização Climática Temperatura do Ar Precipitação Humidade Relativa do Ar Nebulosidade, Nevoeiro e Geada Insolação Regime de ventos e Classes de Estabilidade Atmosférica Classificação Climática Situação Futura sem Projeto Geomorfologia, Geologia e Sismicidade Considerações de análise Geomorfologia Litoestratografia Tectónica e Sismicidade Situação Futura sem Projeto Águas Superficiais e Subterrâneas Recursos Hídricos Superficiais Considerações de Análise Recursos Hídricos Subterrâneos Considerações de Análise Situação Futura sem Projeto Solos e Capacidade de Uso do Solo Caracterização Capacidade de Uso do Solo Uso Atual do Solo Situação Futura sem Projeto Qualidade do Ar Considerações Gerais Quadro Legal Aplicável Emissões Atmosféricas Condições de Dispersão de Poluentes Caracterização da Qualidade do Ar Situação Futura Sem Projeto Ruído Considerações de Análise Enquadramento Legal Pág. 2

4 5.6.3 Ambiente Sonoro Existente Situação Futura Sem Projeto Componente Ecológica Considerações de análise Análise Faunística Caracterização Faunística Flora e Vegetação Situação Futura Sem Projeto Paisagem Enquadramento Diagnose da Paisagem Evolução previsível sem projeto Componente Social e Económica Considerações Metodológicas Estruturas e Dinâmicas Demográficas Nível de Instrução da População Atividades Económicas e Estruturação Socio-Produtiva O Sector Agropecuário Equipamentos e Infraestruturas Básicas Drenagem de Águas Residuais Abastecimento de Água Resíduos Sólidos Urbanos Modos de Vida, Povoamento e Identidades Territoriais Acessibilidades Situação Futura Sem Projeto Planeamento e Ordenamento do Território Instrumentos de Gestão Territorial com Incidência na Área de Intervenção Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública Reserva Agrícola Nacional (RAN) Reserva Ecológica Nacional Domínio Hídrico Rede Viária Corredor de Proteção Acústica Medidas Preventivas RAVE Rede Elétrica Situação futura sem projeto Património Arquitetónico e Arqueológico Pág. 3

5 Considerações Metodológicas Trabalho de Campo Contextualização Histórica e Caracterização Arqueológica Inventariação Patrimonial Avaliação Patrimonial Situação Futura Sem Projeto IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTES Introdução Impactes Climatológicos Introdução Fase de exploração Fase de Desativação Impactes na Geomorfologia e Geologia Introdução Fase de Exploração Fase de Desativação Águas Superficiais e Subterrâneas Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes nos Solos e Uso do Solo Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes na Qualidade do Ar Introdução Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes Acústicos Introdução Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes Ecológicos Introdução Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes na Paisagem Fase de Exploração Fase de Desativação Pág. 4

6 6.10 Impactes Socioeconómicos Introdução Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes no Planeamento e Ordenamento do Território Fase de Exploração Fase de Desativação Impactes no Património Metodologia Fase de Exploração Fase de Desativação SÍNTESE DE IMPACTES IMPACTES CUMULATIVOS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E RECOMENDAÇÕES Fase de Exploração Águas Superficiais e Subterrâneas Solos e Uso do Solo Qualidade do Ar Ruído Ecologia Socioeconomia Ordenamento do Território Património MONITORIZAÇÃO E MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL Âmbito e Objetivos Diretrizes Prévias Recursos Hídricos Parâmetros a Monitorizar Locais e frequências de amostragem Técnicas e Métodos de Análise Métodos de Tratamento e Critérios de Avaliação de Dados Relatório de Monitorização Monitorização da Qualidade dos Solos Monitorização de Resíduos LACUNAS DE INFORMAÇÃO CONCLUSÕES GERAIS BIBLIOGRAFIA Pág. 5

7 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Situação existente - Quinta do Paraíso Figura 2: Enquadramento geográfico-administrativo - Quinta do Paraíso Lda Figura 3: Localização da propriedade Figura 4: Distribuição das Zonas A e B na propriedade Figura 5: Zona A (vista CM1020) e Zona B (vista a partir da Zona A) Figura 6: Caminho de acesso à exploração (interno e com ligação à CM1020) Figura 7: Zona A - aspeto geral - balança Figura 8: Aspeto da sala de ordenha Figura 9: Telheiros (abrigos fixos) - Zona A Figura 10: Aspeto geral dos abrigos fixos (Zona B) Figura 11: Silos de armazenagem de ração Figura 12: Furo vertical da Zona A Figura 13: Localização do furo vertical que abastece a Zona B Figura 14: Diagrama do Sistema de Tratamento Implantado Figura 15: Localização da estação meteorológica face à Quinta do Paraíso Figura 16: Temperaturas médias, máxima e mínimas mensais registadas na estação meteorológica de Setúbal para o periodo de Figura 17: Precipitação média total e quantidade máxima diária registada na estação meteorológica de Setúbal Figura 18: Enquadramento da zona em estudo face ao parâmetro Insolação Figura 19: Frequência e velocidade média dos ventos na estação meteorológica de Setúbal.. 42 Figura 20: Classificação Climática de Köppen Figura 21: Disposição das unidades geológicas em Portugal Continental Figura 22: Excerto da carta geológica 34-D Lisboa Figura 23: Mapa de zonamento sísmico de Portugal Continental e respetivo coeficiente de sismicidade Figura 24: Registo histórico da sismicidade em Portugal Continental Figura 25: Enquadramento da Quinta do Paraíso face ao mapa de intensidade sísmica em Portugal Continental Figura 26: Variação média anual dos níveis hidrométricos na estação hidrométrica Ponte CP Moita (22D/01H) Figura 27:Limite de propriedade da Exploração Bovina, sob extrato da carta militar nº Figura 28:Rio da Moita sob o IC32 (E90) Pág. 6

8 Figura 29:Bacia considerada na avaliação do índice WRASTIC Figura 30: Superfície piezométrica no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda. O círculo a laranja representa a localização da Exploração da Quinta do Paraíso (Fonte: SNIRH, 2014) Figura 31: Evolução dos níveis piezométricos nos cinco piezómetros mais próximos da Quinta do Paraíso, localizados no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda (Fonte: SNIRH, 2014) Figura 32: Evolução dos níveis piezométricos no ano hidrológico 2012/2013 e nível piezométrico médio do período 2002/ /14 (Fonte: SNIRH, 2014) Figura 33: Litologias atravessadas pelos piezómetros 443/924 e 432/855 (Fonte: SNIRH, 2014) Figura 34: Localização do furo Figura 35: Lagoa de armazenamento de efluentes, impermeabilizada Figura 36: Localização das estações de monitorização da qualidade do sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda. O círculo a rosa representa a localização da Quinta do Paraíso (Fonte: SNIRH, 2014) Figura 37: Distribuição e tipologia de solos na área de intervenção Figura 38: Capacidade de uso do solo (classificação SROA) Figura 39: Tipo de uso do solo (Corine Land Cover 2006) Figura 40: Uso atual do solo Figura 41: Fontes emissoras e potenciais recetores sensíveis à poluição atmosférica Figuras 42: Enquadramento das vias de acesso à exploração Figura 43: Recetor sensível Habitação exposta Figura 44: Frequência de ocorrência dos Índices de Qualidade do Ar (nº de dias/índice) para a zona em estudo Figura 45: Localização espacial do centróide mais próximo da área em estudo (170) Figura 46:Principais vias rodoviárias na envolvente da exploração Figura 47: Localização das explorações agropecuárias identificadas na envolvente Figura 48: Localização dos recetores sensíveis próximos da exploração (Habitações) Figura 49: Localização da área em estudo de acordo com a Carta Biogeográfica. Fonte: COSTA, J. C, C. AGUIAR, J. H. CAPELO, M. LOUSÃ & C. NETO (1998) Figura 50: Enquadramento das zonas ecológicas de Portugal Continental. Fonte: IGP, Atlas de Portugal Figura 51: Prado Figura 52: Campo agrícola Figura 53: Presença de pinheiros e eucaliptos Figura 54: Tipo de Paisagem Pág. 7

9 Figura 55: Presença de pinheiros e eucaliptos Figura 56: Distribuição da população residente por qualificação académica no concelho da Moita (2011) Figura 57: Sistema da SIMARSUL Figura 58: Freguesias do município da Moita Figura 59: Acesso da Quinta do Paraíso, Lda a partir do CM Figura 60: Extrato da Planta de Ordenamento do PDM da Moita Figura 61: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - RAN Figura 62: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - REN Figura 63: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - RAN Figura 64: Extrato da Carta Militar de Portugal, Folha 443 -Moita Figura 65: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita Figura 66:Carta de visibilidade de ocupação do solo ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Infraestruturas do sistema de retenção (Fonte: PGEP) Quadro 2: Tabela referentes aos valores de Temperatura do Ar Quadro 3: Tabela referente à média da quantidade de Precipitação Total Estação Meteorológica de Setúbal Quadro 4: Tabela referente à percentagem de Humidade Relativa do ar Estação Meteorológica de Setúbal Quadro 5: Percentagem de Humidade Relativa do ar registada na estação meteorológica de Setúbal Quadro 6: Nebulosidade média registada na estação meteorológica de Setúbal Quadro 7: Tabela referente à ocorrência de nevoeiro, orvalho e geada Estação Meteorológica de Setúbal Quadro 8: Ocorrência de nevoeiro, orvalho e geada registados na estação meteorológica de Setúbal Quadro 9: Frequência e velocidade média dos ventos na estação meteorológica de Setúbal.. 42 Quadro 10: Classificação dos ventos quanto à velocidade média Quadro 11: Escoamento anual no rio da Moita Quadro 12: Caudais de cheia, para diferentes períodos de retorno, estimados para o rio da Moita Quadro 13: Classificação do rio da Moita de acordo com a DQA Quadro 14: Produção anual de efluentes pecuários na Exploração Pág. 8

10 Quadro 15: Estimativa do índice WRASTIC para avaliação da vulnerabilidade à poluição acidental das águas de superfície na área da Exploração da Quinta do Paraíso Quadro 16: Captações públicas de água subterrânea com perímetros de proteção dentro de um raio de 10 km centrado na Quinta do Paraíso Quadro 17: Classes de vulnerabilidade do método EPPNA Quadro 18: Classificação da qualidade da água subterrânea no sistema aquífero T1 Bacia do Tejo-Sado/Margem Direita, nos anos 2010 a Quadro 19: Resultados dos ensaios bacteriológicos efetuados à água do furo, em janeiro de Quadro 20: Classes de Capacidade de Uso do Solo Quadro 21: Resumo da legislação em vigor Valores limite Quadro 22: Resumo da legislação Limiares Superiores de Avaliação Quadro 23: Emissões totais anuais, definidas para o concelho de Moita e para Portugal Quadro 24: Dados da estação de Paio Pires Quadro 25: Registos de dados de NO 2 na Estação de Paio Pires ( ) Quadro 26: Registos de dados de O 3 na Estação de Paio Pires ( ) Quadro 27: Registos de dados de SO 2 na Estação de Paio Pires ( ) Quadro 28: Registos de dados de PM 10 na Estação de Paio Pires ( ) Quadro 29: Avaliação da qualidade do ar em Portugal - NO 2, SO 2 Tubos de Difusão - Ponto Quadro 30:Listagem de possível presença de mamíferos na zona Quadro 31: Listagem de espécies potenciais na área em estudo Quadro 32: Listagem de espécies potenciais na área em estudo Quadro 33: Distribuição da População Residente por Grupo Etário (2011) Quadro 34: Variação da População Residente por Grupo Etário (2011) Quadro 35: Índice de Envelhecimento por local de Residência (2001;2011) Quadro 36: Taxa de Crescimento Efetivo (2012, 2001, 1992) Quadro 37: Indicadores Populacionais (2012, 2002 e 1992) Quadro 38: Taxa de Analfabetismo ( ) Quadro 39: População Residente por Local de Residência e Qualificação Académica (2011)115 Quadro 40: Taxa de Atividade e de Desemprego (2011) Quadro 41: População empregada por sector de atividade económica (2011) Quadro 42: População empregada por atividade económica (2011) (CAE Rev. 3) Quadro 43: Empresas, segundo a CAE-Rev.3 (2005;2011) Quadro 44: Indicadores de agricultura por município (2009) Quadro 45: Indicadores Ambientais (2009) Quadro 46: População servida por sistemas de abastecimento de água Pág. 9

11 Quadro 47: Proporção de edifícios servidos por recolha de resíduos sólidos urbanos Quadro 48: Tabela síntese dos contactos institucionais Quadro 49: Tabela síntese da Recolha de Informação Bibliográfica e Documental Quadro 50: Coberto vegetal e graus de visibilidade do terreno Quadro 51: Tabela síntese do património classificado do concelho da Moita Quadro 52: Tabela síntese do património arqueológico identificado em sede de pesquisa na área de estudo (Moita) Quadro 53: Tabela síntese do património construído identificado em sede de pesquisa na freguesia afeta ao projeto (Alhos Vedros) Quadro 54: Escalas qualitativa e quantitativa Quadro 55: Critérios de avaliação e valores de ponderação Quadro 56: Escala de Significância Quadro 57: Descritores do Grau de Intensidade de Impacte e respetivo valor numérico Quadro 58: Descritores do Grau de Área Afetada e respetivo valor numérico Quadro 59: Relação entre as Classes e o Valor de Impacte Patrimonial Pág. 10

12 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO DE UMA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA BREJOS DA MOITA - MOITA VOLUME 2/4 - RELATÓRIO PREÂMBULO A AMBIENTAR elaborou o presente Estudo de Impacte Ambiental, relativo ao licenciamento de uma exploração agrícola, destinada à produção bovina. Este estudo tem como proponente a SOCIEADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA, tendo sido desenvolvido em conformidade com a legislação em vigor, nomeadamente o Decreto-Lei nº 151-B/2013, de 31 de Outubro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de Março. O presente ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL apresenta a seguinte estrutura: VOLUME 1/4 - RESUMO NÃO TÉCNICO VOLUME 2/4 - RELATÓRIO VOLUME 3/4 ANEXOS VOLUME 4/4 - ANEXO CARTOGRÁFICO NOVEMBRO DE 2014 Pág. 11

13 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO DE UMA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA BREJOS DA MOITA - MOITA VOLUME 2/4 - RELATÓRIO 1 Introdução 1.1 Identificação do Projeto Refere-se o presente documento ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para o licenciamento de uma exploração agrícola, designadamente - Sociedade Agrícola da Quinta do Paraíso Lda, doravante designada Quinta do Paraíso Lda, em fase de licenciamento ambiental, localizada em Brejos da Moita, quase na totalidade na freguesia de Alhos Vedros e parcialmente na freguesia da Moita, concelho da Moita. A QUINTA DO PARAÍSO LDA pretende licenciar uma unidade com capacidade para produção de 1861 vacas de produção, 900 novilhas e 100 vitelos, e a propriedade onde se insere apresenta uma área de 53,44 ha, prendendo-se a sua atividade com a produção de bovina de leite. Pretende a QUINTA DO PARAÍSO LDA, exploração existente e em laboração, proceder ao licenciamento ambiental da sua exploração, no que se refere à produção de gado bovino sem, no entanto, proceder a quaisquer atividades construtivas ou de ampliação das suas instalações. Pág. 12

14 Figura 1: Situação existente - Quinta do Paraíso A exploração disponibiliza atualmente 578,87 hectares para espalhamento do efluente, com vista à valorização agrícola do efluente e tamisado da pecuária. Nos terrenos disponibilizados para espalhamento são praticadas atividades agrícolas de milho e aveia. O presente EIA vem dar cumprimento à obrigatoriedade prevista pela legislação em vigor, de elaboração de uma avaliação de impacte ambiental no decurso do licenciamento ambiental no âmbito do processo instrutório do REAP (Regime de Exercício da Atividade Pecuária), para instalações para criação intensiva para mais de 600 bovinos, em acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 151B/2013, de 31 de Outubro, que estabelece o regime jurídico da avaliação de impacte ambiental dos projetos públicos e privados suscetíveis de produzirem efeitos significativos no ambiente. 1.2 Proponente O proponente do projeto em avaliação é a Sociedade Agrícola da Quinta do Paraíso Lda Entidade Licenciadora e Autoridade de AIA Pág. 13

15 Como entidade licenciadora surge a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP-LVT), e como autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), nos termos do ponto 2 do artigo 8.º do Decreto-Lei nº 151-B/2013, de 31 de Outubro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de Março. 1.4 Equipa e Período de Laboração Apresenta-se a equipa responsável pela elaboração do presente EIA, tendo a sua elaboração decorrido entre Outubro e Novembro de EQUIPA TÉCNICA Miguel Castelão, Eng.º do Ambiente Clara Gonçalves, Geógrafa Margarida Elói, Eng.ª Agrónoma Pedro Albano, Eng.º do Ambiente Miguel Castelão, Eng.º do Ambiente Maria Antónia Figueiredo, Engª de Recursos Hídricos Luis Ferreira, Eng.º do Ambiente Ana Entradas, Bióloga Margarida Monteiro, Arqueóloga Direção Técnica Coordenação Geral, Elaboração do EIA; Socioeconomia, Ordenamento do Território Coordenação Adjunta Elaboração do EIA; Clima, Qualidade do Ar, Ruído Geomorfologia, Geologia e Sismicidade Águas Superficiais e Subterrâneas Solos Ecologia e Paisagem Património Arquitetónico e Arqueológico 1.5 Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIA O conteúdo estrutural considerado para apresentação do presente ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL, privilegiou a melhor forma de expor toda a informação recolhida e analisada ao longo da elaboração do estudo, tendo sido organizado em quatro volumes técnicos fundamentais e complementares. Volume 1/4 RESUMO NÃO TÉCNICO - Constitui um documento síntese, adaptado para divulgação do projeto e dos principais impactes ambientais associados, na fase de participação do público (consulta do público). Este documento é elaborado numa linguagem não técnica, fazendo uma síntese do Pág. 14

16 conteúdo do EIA, concretizando um documento de facilitação da participação pública, atendendo e adotando as regras dispostas no Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (RJAIA), bem como em consideração pela Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril, bem como ainda as orientações estabelecidas pelo ex-instituto de Promoção Ambiental (IPAMB), no que respeita aos "Critérios de Boas Práticas para a Elaboração e Avaliação de Resumos Não Técnicos. Volume 2/4 RELATÓRIO - Corresponde ao presente documento, e integra todas as informações recolhidas e sectoriais, bem como a análise global efetuada, caracterizando a proposta de implantação do projeto no território, seus efeitos, identificação e avaliação de impactes ambientais nos vários descritores analisados, apresentando a seguinte estrutura: 1. Introdução 2. Objetivos e Justificação do Projeto 3. Metodologia Geral 4. Descrição da Quinta do Paraíso Lda. 5. Caracterização do Ambiente Afetado pelo Projeto 6. Identificação e Avaliação dos Potenciais Impactes 7. Impactes na Fase de Desativação 8. Síntese de Impactes 9. Impactes Cumulativos 10. Medidas de Mitigação e Recomendações 11. Monitorização e Medidas de Gestão Ambiental 12. Lacunas de Informação 13. Conclusões 14. Bibliografia Neste âmbito serão ainda no seguimento do projeto as medidas de mitigação e potenciação dos impactes determinados, bem como propostas de monitorização e gestão ambiental. Volume 3/4 ANEXOS TÉCNICOS - Contém a informação complementar referente ao Estudo de Impacte Ambiental, de suporte a determinadas variáveis ambientais e socioeconómicas analisadas. Volume 4/4 ANEXO CARTOGRÁFICO Pág. 15

17 - Representa o conjunto de Peças Desenhadas que serviram de suporte à elaboração do presente estudo, contendo cartografia temática, a várias escalas, com vista à boa representação espacial e técnica da informação contida no EIA. 2 Objetivos e Justificação do Projeto 2.1 Objetivo e justificação O objetivos do presente projeto é o licenciamento ambiental de uma exploração pecuária, destinada à produção bovina, com capacidade para produção de 2813 Cabeças Normais (CN), distribuídas por 1861 vacas de produção, 900 novilhas e 100 vitelas. A atividade, a levar a cabo pela Quinta do Paraíso consistirá na exploração bovina de leite, destinado à indústria. O presente EIA pretende avaliar os impactes da exploração da pecuária, bem como a sugestão de medidas minimizadoras/mitigadoras de eventuais impactes decorrentes da sua implantação e laboração no território e sua envolvente. 3 Metodologia Geral A metodologia considerada baseia-se na concretização técnica pericial do atualmente definido no Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de Outubro e na Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril, relativamente ao processo de Avaliação de Impacte Ambiental, nomeadamente ao "conteúdo mínimo do EIA". Desta forma serão estabelecidas três fases de análise técnica, que se apresentam de seguida: A - FASE DE SCOPING (definição de abordagem), na qual se concretizam as necessidades técnicas do estudo/projeto, definindo previamente os vetores de análise (biofísicos e socioeconómicos), bem como as designadas ações de projeto. B - FASE DE SCREENING, que relativiza a escala de ocorrência das ações do projeto, definida em estrita inter-relação com o próprio projeto em estudo (escalas de impacte), selecionando aquelas ações que maiores efeitos ou alterações causam no ambiente de referência. Desta forma, é igualmente definida a área de intervenção do EIA. Pág. 16

18 C - FASE OPERACIONAL, onde se pretende especificar as várias componentes a incluir no Estudo e promover a sua execução. A metodologia definida permite identificar, definir e avaliar os impactes ambientais e respectivos riscos decorrentes da implementação do projeto, assim como propor as respetivas medidas de minimização de impactes e de segurança adequadas. A elaboração e estruturação do presente EIA elaboração tiveram em conta na estruturação e conteúdo do presente EIA, o estabelecido pela APA, como critérios técnicos e de observância de conteúdo da respetiva conformidade com a fase de Avaliação ( 4 Descrição da Exploração 4.1 Localização Geográfica e Administrativa A exploração pecuária da QUINTA DO PARAÍSO, LDA., localiza-se quase na totalidade na freguesia de Alhos Vedros, e parcialmente na freguesia da Moita, município da Moita. Na figura abaixo apresenta-se a inserção da exploração face ao concelho e território envolvente. Pág. 17

19 Figura 2: Enquadramento geográfico-administrativo - Quinta do Paraíso Lda Pág. 18

20 4.2 Área de Implantação do Projeto A exploração pecuária da Quinta do Paraíso encontra-se numa área marcadamente rural, atravessada diagonalmente pela Autoestrada 33 (Coina-Montijo), localizada entre a localidade de Arroteias (norte) e de Brejo da Moita (sudeste), localidades caracterizadas por povoamento de baixa densidade. De salientar que a propriedade onde se encontra a exploração é atravessada pelo Rio da Moita, linha de água de elevada importância no contexto da Bacia Hidrográfica do Tejo. Fonte : Google Earth Figura 3: Localização da propriedade A exploração pecuária em apreço ocupa uma área de 53,44 ha, cujo acesso ocorre pelo Caminho Municipal Estrada Municipal do Pinhal do Forno. O acesso ao interior da exploração é feito por estrada não pavimentada, de uso e acesso exclusivo a trabalhadores e outras entidades devidamente autorizadas para o efeito. A envolvente imediata onde decorre a atividade, dentro da Quinta do Paraíso corresponde a áreas cultivo, a oeste ocorre uma área predominantemente ocupada por pinhal, e a este áreas Pág. 19

21 de prados. Pontualmente surgem algumas explorações agrícolas na sua envolvente, onde poderão existir áreas habitacionais anexas. Trata-se de uma exploração em funcionamento, para 1861 vacas em produção, 900 novilhas, e 100 vitelos correspondendo a 2813 Cabeças Normais (CN), pertencente à Sociedade da Quinta do Paraíso, Lda (ver Plano de Produção - Anexo I) A área de implantação da exploração distribui-se por dois núcleos, Zona A e Zona B, localizando-se o primeiro junto à Estrada Municipal do Pinhal do Forno e A33 e o segundo do lado oposto. A Zona A corresponde ao núcleo central onde se localizam os edifícios principais, a grande maiorida dos telheiros, parques de bovinos, salas de máquinas de ordenha, silos, fábrica de rações e lagoas, enquanto na Zona B apenas se verificam telheiros e parque a céu aberto. Figura 4: Distribuição das Zonas A e B na propriedade A Zona A é composta por duas salas de ordenha, uma com capacidade para ordenhar 48 vacas e outra com a capacidade para ordenhar 32 vacas, cada uma com um parque de espera. Possui uma zona de armazenagem de leite com 4 tanques de refrigeração, permitindo armazenar litros. Pág. 20

22 As instalações são compostas por uma maternidade, parque de desmame, parques para vitelos em diferentes fases e parque para vacas secas. Tem um armazém para armazenamento de palha e para a ração. A alimentação é também composta por uma mistura de silagem de milho e erva. Dispõe de cinco zonas de armazenagem de silagem. Refere-se que a exploração assegura a produção da alimentação dos animais. As instalações possuem cais de carga e descarga de animais e a respetiva manga de encaminhamento, construídos em betão e com vedações de ferro galvanizado. A ventilação é natural, com aberturas laterais e/ou frontais. O pavimento das instalações é impermeabilizado em cimento betonado. O telhado das instalações é em chapa zincada, os parques encontramse em zona coberta e a sua separação é feita com cercas de ferro galvanizado. A Quinta do Paraíso apresenta uma área de construção total de de 1672,81 m 2, com uma área coberta de ,42 m 2. Apresentam-se discriminadas no quadro abaixo as áreas existentes em cada zona que constitui a exploração: IMPLANTAÇÃO CONSTRUÇÃO COBERTA IMPERMEABILIZAÇÃO Zona A 33618, , , ,68 Zona B 2779,00 54, , ,75 Total 36397, , , , Principais Características Físicas e Processos Tecnológicos Caracterização das Instalações Apresentam-se de seguida um conjunto de imagens que permitem a perceção das várias infraestruturas existentes na exploração. Pág. 21

23 Figura 5: Zona A (vista CM1020) e Zona B (vista a partir da Zona A) ZONA A Figura 6: Caminho de acesso à exploração (interno e com ligação à CM1020) Pág. 22

24 Figura 7: Zona A - aspeto geral - balança Figura 8: Aspeto da sala de ordenha Figura 9: Telheiros (abrigos fixos) - Zona A Pág. 23

25 Os abrigos fixos da Zona A têm diferentes áreas de implantação de 159,78m 2, 720,67m 2, 1 667,33 m 2, 3 635,77m 2 e 4 316,50 m 2, apresentando características construtivas adequadas para a usabilidade em causa. A estrutura de todos estes abrigos é metálica sendo constituído por perfis IPN ou tubulares. Quanto às estruturas inerentes à cobertura é constituída por soluções mistas entre perfis IPN e de treliça metálica. A cobertura é realizada por chapas metálicas normais ou de género industrial, sendo que todos os elementos metálicos encontram-se devidamente tratados e pintados. Para a adequada proteção dos animais é possível encontrar perfis em chapa galvanizada. De referir que nos beiras das coberturas é possível encontrar caleiras que permitem a recolha das águas pluviais. Constata-se que a ventilação é natural, com aberturas laterais e/ou frontais, sendo que o pavimento das instalações é impermeabilizado em cimento betonado. ZONA B Figura 10: Aspeto geral dos abrigos fixos (Zona B) Infraestruturas Gerais Abastecimento do sistema de alimentação No que diz respeito ao abastecimento de alimentação para os animais, o mesmo é providenciado por um armazém com capacidade para palha e ração, onde se encontra presente uma mistura de silagem de milho e erva. Na exploração, existem ainda cinco zonas de armazenagem de silagem. A exploração apresenta-se como autossuficiente em produção de silagem de milho e erva. Pág. 24

26 Figura 11: Silos de armazenagem de ração Abastecimento de Água O abastecimento de água é feito através de duas captações de água existentes na exploração, uma localizada na Zona A e uma localizada fora da propriedade e que abastece a Zona B (Anexo Cartográfico - Desenhos 6.1 e 6.2). A captação da Zona A dispõe de requerimento de captação de água (ver Anexo VI), a qual assegura o abastecimento de água aos bebedouros dos pavilhões, aos balneários e instalações sanitárias, e para lavagens e usos agrícolas na propriedade. O quadro abaixo apresenta as características do furo existente na propriedade. Identificação do furo Tipo Origem Coordenadas Long. Lat. Finalidade Profundidade (m) Furo Vertical Subterrânea Particular 116 Meio de extração Bomba submersível Consumo (m 3 /d) 51,4 Figura 12: Furo vertical da Zona A Pág. 25

27 O furo é de tipo vertical, apresentando um volume máximo anual de exploração de m 3, e um volume máximo mensal, para o mês de maior consumo de 1583,4 m 3. O furo que abastece a Zona B localiza-se fora da propriedade, em terreno para o qual existe contrato de arrendamento rural por parte da Quinta do Paraíso. Este furo localiza-se em Fazenda Nova, a cerca de 800 metros da Zona B, do outro lado da A33. O furo em questão e dispõe de título de utilização de recursos hídricos (ver Anexo VI) Figura 13: Localização do furo vertical que abastece a Zona B Identificação do furo Tipo Origem Coordenadas Long. Lat. Finalidade Profundidade (m) Furo Vertical Subterrânea Particular 160 Meio de extração Bomba submersível Consumo (m 3 /d) 98,6 Pág. 26

28 Drenagem de Águas Pluviais A exploração dispõe de uma rede de drenagem de águas pluviais que garante o encaminhamento das águas da chuva até valas de drenagem que estão ligadas à rede hidrográfica local. A rede de drenagem de águas pluviais conta com um conjunto de órgãos, como caleiras, coletores e sumidouros, que asseguram a drenagem adequada destas águas, de forma independente da drenagem das águas residuais e domésticas resultantes do funcionamento da vacaria. (ver Anexo IV e Desenhos 7.1 e 7.2) Gestão de Efluentes Os efluentes gerados na exploração são de cariz industrial e doméstico, sendo que os efluentes industriais caracterizam-se por dejetos produzidos pelos animais, provenientes das lavagens dos pavilhões e por efluentes resultantes da drenagem de zonas de silagem. No que diz respeito aos efluentes domésticos, estes correspondem a águas residuais provenientes dos balneários e instalações sanitárias. Os efluentes pecuários resultantes dos pavilhões na Zona A são encaminhados, por meio de valas existentes nos parques de espera e sala de ordenha, para fossa de retenção. Daqui são encaminhados para um sistema de três lagoas de retenção e tratamento, com uma capacidade total de m 3.O tempo de retenção total é de 129 dias. Nesta área da exploração, o estrume é armazenado numa nitreira impermeabilizada, com capacidade de 300 m 3. Na Zona B da propriedade os efluentes animais são encaminhados até fossa de retenção, a partir da qual são periodicamente transportados, por camião cisterna, para a fossa de retenção existente na Zona A da exploração, a fim de serem conduzidos ao sistema de tratamento por lagunagem existente nesta zona da propriedade. O estrume, por sua vez, é armazenado em local coberto e impermeabilizado, com volume de 1110 m 3. O quadro abaixo demonstra as características indicativas de cada uma das infraestruturas que fazem parte deste sistema. Pág. 27

29 Quadro 1: Infraestruturas do sistema de retenção (Fonte: PGEP) Infraestrutura Volume Útil (m 3 ) Tempo de retenção (dias) Fossas de Receção ,4 Armazenamento de estrume Separador Sólido/Líquido ,5 1ª Lagoa de Retenção ª Lagoa de Retenção ª Lagoa de Retenção A drenagem das zonas de silagem da propriedade é encaminhada até ao depósito de resíduos de silagem, a partir do qual se processa a ligação ao sistema de tratamento por lagunagem. O estrume, bem como o efluente tratado nas lagoas, são posteriormente valorizados mediante aplicação agrícola. A gestão de efluentes produzidos é feita de acordo com o Plano de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP) - ver Anexo II - para a exploração em estudo, tendo em conta o Regime de Exercício da Atividade Pecuária (REAP), segundo o Decreto-Lei nº 214/2008 de 10 de Novembro alterado pelo Decreto-Lei nº 81/2013 de 14 de Junho, a Portaria nº 631/2009 de 9 de Junho e o Código de Boas Práticas Agrícolas (Revisão de 2009). O espalhamento e valorização dos efluentes pecuários é feito essencialmente em terrenos ligados às atividades agrícolas da propriedade, mais propriamente em culturas de aveia e milho (ver localização das parcelas nos Desenhos 10.1, 10.2, 10.3 e 10.4). O efluente tratado é bombeado do sistema de lagunagem para uma pequena cisterna, sendo posteriormente distribuído homogeneamente pelas culturas. No que diz respeito ao estrume, este é transportado para o terreno onde é aplicado e distribuído através de um reboque espalhador, para melhor incorporação no solo. De mencionar que este espalhamento é executado de forma a respeitar as distâncias de segurança, tanto para linhas de água como para habitações e vias de acesso. O espalhamento é executado ao longo de todo ano nas parcelas abaixo mencionadas. Pág. 28

30 Pág. 29

31 A análise dos valores permite constatar que as quantidades máximas de efluente/estrume aconselháveis nunca são ultrapassadas em qualquer das parcelas, demonstrando-se assim que não existe inconformidade no espalhamento e incorporação do efluente/estrume no solo. Apresenta-se de seguida o diagrama do sistema de tratamento implantado na exploração: Figura 14: Diagrama do Sistema de Tratamento Implantado Pág. 30

32 Resíduos A gestão de resíduos é feita tendo em conta a presença de resíduos não perigosos e perigosos na exploração. Os resíduos não perigosos caracterizam-se pelo estrume e chorume tratado nas lagoas, que são espalhados nas culturas pertencentes ao proprietário, tal como refere o PGEP. No que diz respeito aos resíduos perigosos, como óleos, tintas e outros produtos usados e resíduos equiparados a hospitalares, estes são acondicionados localmente em condições adequadas e recolhidos por empresas acreditadas para o efeito. A recolha de cadáveres e resíduos de animais é estabelecida de acordo com o programa SIRCA/Bovinos, sendo que a empresa acreditada que procede à respetiva recolha e transporte é a ITS. No que toca aos resíduos hospitalares, correspondentes a material utilizado na inseminação artificial e provenientes das fases de recria e engorda, estes são transportados pelo operador Ambimed até destino final adequado. Os resíduos sólidos urbanos são encaminhados para os contentores municipais de recolha indiferenciada Recursos Humanos A exploração agropecuária Quinta do Paraíso emprega atualmente 7 trabalhadores de modo contínuo, sendo desta maneira, os responsáveis por todas as atividades respeitantes ao processo produtivo. O horário de trabalho é de 2ª a 6ª feira, das 8:30 até ao 12:30 e das 14:00 às 17:00, e fins-de-semana das 9:30 às 12: Alternativas do Projeto No âmbito da elaboração do presente Estudo de Impacte Ambiental não foram consideradas alternativas de localização para a exploração em análise, uma vez que não estão previstas quaisquer atividades de construção ou implantação de infraestruturas no território. 4.5 Áreas Sensíveis De acordo com a alínea a) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de Outubro, estabelece o regime jurídico de avaliação de impacte ambiental, são consideradas áreas sensíveis, as seguintes: Pág. 31

33 Áreas protegidas, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho; Sítios da Rede Natura 2000, zonas especiais de conservação e zonas de proteção especial), classificadas nos termos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, no âmbito das Diretivas n.ºs 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril de 1979, relativa à conservação das aves selvagens, e 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de Maio de 1992, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens; Zonas de proteção dos bens imóveis classificados ou em vias de classificação definidas nos termos da Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro; Considera-se que as áreas designadas por sensíveis obedecem a objetivos de natureza biológica e paisagística, considerando critérios de raridade, valor estético, científico, cultural e/ou social. No presente caso, verifica-se que a área de implantação da exploração não se encontra sobreposta a Áreas consideradas como Sensíveis. 4.6 Planos de Ordenamento do Território Os planos de ordenamento do território com maior relevância a analisar no âmbito da elaboração do presente estudo de impacte ambiental: Plano Diretor Municipal da Moita (PDMM); Plano Regional De Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT- AML); Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa (PROF- AML) Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que integram a Região Hidrográfica 5 (RH5) - PGBH do Tejo. 4.7 Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública Na análise da área envolvente à localização da exploração da QUINTA DO PARAÍSO LDA, foram identificadas servidões e condicionantes associadas a: Reserva Ecológica Nacional - Áreas de Máxima Infiltração Reserva Ecológica Nacional - Zonas Ameaçadas por Cheias Linhas de cursos de água (categoria incluída na Reserva Ecológica Nacional); Pág. 32

34 Domínio Hídrico; Rede Elétrica (6, 15, 30 KW) Faixa sujeita a Medidas Preventivas à Rede Ferroviária de Alta Velocidade; Rede Viária Estruturante -Itinerário Complementar Corredor de Proteção Acústica Estes condicionalismos serão analisados e avaliados em maior detalhe no descritor Planeamento e Ordenamento do Território. 5 Caracterização do Ambiente Afetado pelo Projeto 5.1 Caracterização Climática No que toca à caracterização climática da região em estudo, os dados utilizados foram consultados no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, com principal enfase para as Normais Climatológicas referentes ao período Não foram utilizados os valores referentes ao período , uma vez que se tratavam de valores provisórios. A estação climatológica utilizada para o efeito foi a Estação Meteorológica de Setúbal (Latitude: 38º32 N; Longitude: 08º53 W; Altura: 35m). A figura abaixo demonstra a localização da Estação Meteorológica face à zona de implantação do projeto. Pág. 33

35 Fonte: Google Earth Figura 15: Localização da estação meteorológica face à Quinta do Paraíso Temperatura do Ar De acordo com os dados obtidos nas Normais Climatológicas, para a zona em estudo, a temperatura média anual é de cerca de 16,2 C, sendo que nos meses de Julho e Agosto a temperatura média aumenta para valores dentro dos 22,7 C, registando-se assim os resultados mais altos. Em termos genéricos, e a partir da análise do gráfico, constata-se que os meses mais frios apresentam temperaturas abaixo de 0 C, sendo eles, Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Novembro e Dezembro. Verifica-se também, que os meses mais quentes são Junho, Julho, Agosto e Setembro, onde se registam temperaturas entre os 40 C e os 43,5 C. Pág. 34

36 Figura 16: Temperaturas médias, máxima e mínimas mensais registadas na estação meteorológica de Setúbal para o periodo de Relativamente a situações extremas de temperatura, verifica-se um número elevado de dias com temperaturas superiores a 25 C, situando-se assim nos 114 dias, correspondendo a cerca de 4 meses. Para temperaturas superiores a 30 C, registaram-se 42 dias com valores de temperatura muito altos. No decorrer do mês de julho constata-se o registo mais alto com 43,5 C sendo que o valor mais baixo de - 5,1 C no mês de janeiro. Quadro 2: Tabela referentes aos valores de Temperatura do Ar Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual Temperatura máxima diária (ºC) Maior Valor Menor Valor Temperatura mínima diária (ºC) Maior Valor Menor Valor Número médio de dias com: Temperatura máxima> 30 ºC Temperatura máxima> 25 ºC Temperatura mínima> 20 ºC Temperatura mínima <0 ºC Fonte: IPMA. I.P. Pág. 35

37 5.1.2 Precipitação Neste parâmetro, caracteriza-se a quantidade de água que é transferida da atmosfera para o solo sob as mais variadas formas, sendo conhecida como precipitação. É uma forte condicionante do desenvolvimento da vegetação dos ecossistemas, da erosão hídrica dos solos bem como do ciclo hidrológico. Através dos dados disponibilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera constatouse que precipitação média anual na área de estudo é de 715,9 mm, tendo sido registado um valor máximo mensal total no mês de Dezembro (128,90 mm) e um mínimo total no mês de Agosto (3,60mm). É possível verificar tal facto através da tabela abaixo. Quadro 3: Tabela referente à média da quantidade de Precipitação Total Estação Meteorológica de Setúbal Média da quantidade de Precipitação Total (09-09UTC), mm Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual Fonte: IPMA. I.P. A pluviosidade mensal de maior valor é registada nos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, onde se verificam valores entre os 80 mm e os 130 mm. No mês Abril, constata-se que a intensidade das chuvas diminui progressivamente até Setembro, voltando a registar aumento a partir desse mês. Através da figura abaixo indicada, comprova-se o sucedido. Figura 17: Precipitação média total e quantidade máxima diária registada na estação meteorológica de Setúbal Pág. 36

38 Os dias com chuvas mais intensas (com um valor de precipitação igual ou superior a 10 mm por dia) sucedem em média cerca de 23 dias por ano, ocorrendo nos meses de Novembro a Fevereiro Humidade Relativa do Ar A humidade relativa é um parâmetro que expressa o teor de vapor de água de uma massa de ar em relação ao valor máximo que pode conter. Os valores apresentam-se em percentagem, podendo oscilar entre 0 (zero) ao ar seco e o 100 ao ar saturado de vapor de água. Para análise da humidade relativa foram considerados valores medidos às 9h e às 18h, na estação de Setúbal. Através da observação dos dados tratados, verifica-se que os registos da manhã (9h) apresentam níveis de humidade relativa substancialmente mais elevados do que os registos da tarde (15h e 18h). A humidade relativa na estação de Setúbal atinge valores de 75% às 9h e 67% às 18h, anualmente. Os meses com níveis de humidade relativa mais elevados são Dezembro e Janeiro, na estação analisada. Quadro 4: Tabela referente à percentagem de Humidade Relativa do ar Estação Meteorológica de Setúbal Humidade Relativa JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANO do ar(%) 9H H Fonte: INMG, 1991 Pág. 37

39 Quadro 5: Percentagem de Humidade Relativa do ar registada na estação meteorológica de Setúbal Nebulosidade, Nevoeiro e Geada A nebulosidade define-se pela presença de nuvens no céu, visíveis a partir de um determinado local. O nível de nebulosidade expressa-se em décimos de céu encoberto, variando entre 0/10 (céu limpo) e 10/10 (céu totalmente encoberto). Em acordo com a informação apresentada no Quadro seguinte, os níveis de nebulosidade mais elevados correspondem ao mês de Janeiro. Pág. 38

40 Quadro 6: Nebulosidade média registada na estação meteorológica de Setúbal O Nevoeiro consiste na suspensão de pequenas gotículas de água na atmosfera, formando um véu esbranquiçado que cobre a paisagem. A presença de nevoeiro reduz, geralmente, a menos de 1 km a visibilidade horizontal à superfície. Quando misturado com poeira ou fumo, o nevoeiro pode tomar uma leve coloração (amarelada, na maior parte dos casos) sendo, nesta situação, mais persistente do que quando é apenas constituído por gotículas de água. O número médio de dias por ano em que se verificou a ocorrência de nevoeiro foi de 11,4 em Setúbal (maior incidência dos meses de Janeiro e Dezembro). A ocorrência de orvalho verificou-se em média em 64 dias em Setúbal, incidindo sobretudo no período de Outono e Inverno. A geada tem uma incidência menor, com médias anuais de 8,2 dias em Setúbal. Este fenómeno manifesta-se maioritariamente nos meses de Dezembro. Janeiro e Fevereiro. A informação referida pode ser consultada na tabela e quadro abaixo indicados. Pág. 39

41 Quadro 7: Tabela referente à ocorrência de nevoeiro, orvalho e geada Estação Meteorológica de Setúbal Nevoeiro Orvalho Geada Janeiro 2,6 10,8 2,9 Fevereiro 1,4 8,6 1,2 Março 1,2 9,2 0,3 Abril 0,4 5,8 0,2 Maio 0,1 1,4 0,0 Junho 0,2 0,0 0,0 Julho 0,2 0,0 0,0 Agosto 0,2 0,3 0,0 Setembro 0,6 1,2 0,0 Outubro 1,3 6,0 0,0 Novembro 1,0 9,7 0,9 Dezembro 2,2 11,0 2,7 Ano 11,4 64,0 8,2 Quadro 8: Ocorrência de nevoeiro, orvalho e geada registados na estação meteorológica de Setúbal Insolação No que toca ao parâmetro da insolação, é possível constatar que pelo território nacional existe uma grande variabilidade entre regiões, quando à radiação solar. Verifica-se que as zonas do interior sul apresentam um maior número de horas da exposição solar contrastando com as menores horas para as zonas mais a norte. Pág. 40

42 Na zona em estudo, a exposição solar varia entre as 2900 e as 3000 horas anuais, sendo assim uma região com um tempo considerável de exploração. Fonte: Atlas do Ambiente, APA. Figura 18: Enquadramento da zona em estudo face ao parâmetro Insolação Regime de ventos e Classes de Estabilidade Atmosférica No que toca aos regimes de vento, constata-se que mais comuns ao longo do ano são N e NW (com 24,8% e 31,3% de frequência respetivamente). A velocidade média é mais elevada para W e N (8,8 e 10,9 km/h). O quadro abaixo apresenta os vários valores já descritos acima. Pág. 41

43 Quadro 9: Frequência e velocidade média dos ventos na estação meteorológica de Frequência (%) Setúbal Velocidade média (km/h) N 24,8 10,9 NE 5,1 6,1 E 1,6 6,3 SE 3,7 6,5 S 9,3 7,9 SW 7,8 8,1 W 10,1 8,8 NW 31,3 10 Calma 6,4 - Fonte: INMG, 1991 Figura 19: Frequência e velocidade média dos ventos na estação meteorológica de Setúbal Fonte: INMG, 1991 A tabela abaixo, demonstra a classificação dos ventos quando à sua velocidade média. Verifica-se que as velocidades médias inserem-se na categoria de ventos fracos, devido ao valor máximo obtido de 10,9 km/h. Quadro 10: Classificação dos ventos quanto à velocidade média Velocidade do Vento (km/h) Classificação V < 15 Fraco 15 < V < 36 Moderado 36 < V < 55 Forte V > 55 Muito forte Pág. 42

44 5.1.7 Classificação Climática Segundo a classificação climática de Koppen, a Quinta do Paraíso, inserida na zona da Moira, próxima de Setúbal, insere-se na categoria Csa - Clima temperado com Inverno chuvoso e Verão seco e quente (Ilustração Y). Fonte: IPMA. I.P. Figura 20: Classificação Climática de Köppen O clima da região em estudo é do tipo C (Clima temperado) com temperatura média do ar dos 3 meses mais frios entre 10ºC e 14ºC (9,2ºC) e a temperatura média do mês mais quente foi superior a 10ºC em Agosto (22,6ºC). Assim é possível afirmar que existe uma diferenciação entre as estações do ano, Verão e Inverno. Em relação ao indicador Cs, caracteriza-se pela precipitação no mês mais seco ser inferior a 40 mm (3,6 mm em Agosto) e no mês mais chuvoso de Inverno precipita mais de 3 vezes (128,9 mm em Dezembro) aquilo que precipita no mês mais seco de Verão. Por ultimo, em relação ao sub-tipo Csa, verifica-se que a temperatura média do ar no mês mais quente 22 C (22,7ºC em Agosto). Pág. 43

45 5.1.8 Situação Futura sem Projeto Na ausência de projeto não se perspetivam alterações significativas neste descritor na zona de intervenção. 5.2 Geomorfologia, Geologia e Sismicidade Considerações de análise A caracterização deste fator ambiental é efetuada com base na análise de aspetos do meio geológico, tais como, geomorfologia, litoestratigrafia, tectónica/sismicidade e outros valores geológicos de interesse, suportados através das Cartas Geológica, Litológica, de Intensidade Sísmica bem como a Carta de Isossistas de Intensidades máxima de Portugal. No que diz respeito à componente geológica da região de implantação do projeto, a mesma foi auxiliada através da utilização da Carta Geológica de Portugal na escala 1/50 000, Folha 34-D (G. Zbyszewski) e respetiva notícia explicativa (IGM). De salientar, que o objeto do presente EIA, que respeita uma unidade agropecuária já implantada no terreno e em funcionamento há vários anos, pelo que o detalhe das formações geológicas apenas retrata o ambiente litológico qualitativo presente. Por outro lado, ainda, não são caracterizadas outras ações de projeto com incidência neste fator, dado que a unidade não será intervencionada estruturalmente Geomorfologia O território Continental Português é formado pelas seguintes unidades Tectono-Estratigráficas: o Maciço Hespérico ou Ibérico, a orla meso-cenozóica ocidental ou Lusitana, a orla mesocenozóica meridional ou Algarvia e a Bacia do Tejo-Sado (Figura 3). Pág. 44

46 Fonte: SNIRH. Figura 21: Disposição das unidades geológicas em Portugal Continental É possível constatar que o território nacional apresenta uma grande diferença em termos da componente hipsométrica A área em análise caracteriza-se com unidades litoestratigráficas integradas no período Neogénico, estando estas bem representadas. É possível verificar a alternância entre unidades marinhas, salobras e continentais, possibilitando assim a correlação e a aferição de escalas biostratigráficas fundamentadas em organismos marinhos e continentais. Quanto às formações predominantes passam pela Formação de Santa Marta (P SM ), aluviões (a) e a Formação de Marco Furado (Q MF ). A fotografia que se segue demonstra a morfologia da zona em estudo Litoestratografia No que toca ao zonamento litoestratigráfico estão representadas três séries de sedimentos, sendo representativas do Pliocénico, Plistocénico e Holocénico, que passam a ser descritos. (Noticia Explicativa, Carta Geológica de Portugal 34D). Pág. 45

47 Pliocénico P SM Formação de Santa Marta Este tipo de formação encontra-se representada maioritariamente na zona da Península de Setúbal. Na sua base encontram-se conglomerados pouco espessos descontínuos, seguidos por areias finas a grosseiras, quase sempre arcósicas, com estratificação entrecruzada e/ou estruturas convolutas, fluviais. A sua cor é variável desde o branco até vermelho e amarelo. No seio das areias ocorrem blocos isolados de arenitos cretácicos e nódulos de sílex. Estas Areias de Santa Marta atingem cerca de 320 m de espessura em Pinhal Novo, sendo que na faixa litoral não ultrapassam os 50 m. Verifica-se que entre 65 m e 73 m existem argilitos arenosos cinzentos com intercalações arenosas, cinzento esbranquiçadas. Os níveis argilosos surgem associados ao areeiro da Mesquita, junto à ribeira da Apostiça. Plistocénico Q MF Formação de Marco Furado Verifica-se que se trata de uma unidade conglomerática provida de uma matriz areno-argilosa, vermelha, com uma espessura entre 30 e 40 metros. A presença de clastos, angulosos, são predominantemente de quartzo, mas podem verificar-se quartzitos, jaspes, sílex e xistos. Constata-se também a existência de encouraçamentos ferruginosos, com prevalência no topo. No que toca à fração argilosa é predominante a ilite e/ou mica e caulinite normalmente com predomínio de mica. Verifica-se que para o quadrante Este da ribeira da Coina permanece sobre as areias de Santa Marta. Constata-se que nas zonas adjacentes às linhas de água, a unidade predominante é Aluviões (a), sendo que na zona de implantação da exploração não existe intersecção com a linha de água Rio da Moita. Verifica-se que na Península de Setúbal apresentam maior expressão, ocupando assim o fundo de vales largos e pouco profundos, tendo como característica uma espessura muito variável. A imagem seguinte, com base na Folha 34-D Lisboa, da Carta Geológica de Portugal na escala 1/50 000, do Instituto Geológico, demonstra a localização da exploração face às características geológicas. Pág. 46

48 Fonte: Instituto Geológico Figura 22: Excerto da carta geológica 34-D Lisboa Tectónica e Sismicidade No que diz respeito à tectónica da zona em estudo, encontra-se maioritariamente integrada na Bacia do Baixo Tejo, apresentando afloramentos de sedimentos cenozoicos de idade compreendida entre o Paleogénico e o Holocénico (sedimentos fluviais atuais do rio Tejo e areias eólicas de coberturas). A evolução geodinâmica permitiu o desenvolvimento de toda a estrutura geológica regional, controlada através da fase de inversão tectónica neogénica. Desta forma grande parte da zona da grande Lisboa e das colinas da Trafaria-Almada, apresentam formações miocénicas e paleogénicas bem como afloramentos de rochas do substrato mesozoico. As restantes estruturas presentes ocorrem na vasta área submersa correspondente ao Mar da Palha e ao Gargalo do Tejo, onde afloram sedimentos pliocénicos e quaternários que ocultam as rochas mais antigas, miocénicas, paleogénicas e do substrato mesozoico. Na Estrutura adjacente à carta geológica 34-D, é possível identificar de norte para sul macroestruturas de deformação dúctil. No que toca a macroestruturas de caracter frágil são evidenciadas a Falha do Gargalo do Tejo, a zona de falha de Pinhal Novo Alcochete, o Prolongamento meridional inerente à zona de Vila Franca de Xira e as Falhas aflorantes na área de Lisboa e colinas de Trafaria Almada. Pág. 47

49 Já no que diz respeito à sismicidade, relatada na Carta geológica, caracteriza-se como sendo de atividade sísmica importante, dada a ocorrência de sismos de magnitudes consideráveis. A análise destes eventos de maior magnitude permitiu aferir o traçado de curvas isossistas, verificando-se uma tendência para alongamento isossista de intensidade máxima (VIII). A sismicidade regional permite testemunhar a presença de falhas ativas sismogénicas, onde a localização e características são incertas, particularmente na Bacia do Baixo Tejo. No que toca ao zonamento sísmico para o território nacional, a atividade sísmica no local em estudo é elevada, inserindo-se na zona A de risco sísmico (RSAEEP, 1986) no qual, para efeitos de quantificação da ação dos sismos, considera o país dividido em quatro zonas: A, B, C, e D, por ordem decrescente de sismicidade. A influência dessa sismicidade é traduzida por um coeficiente de sismicidade ( ), que assume, para a zona A, o valor de 1. Na figura seguinte é possível verificar a classificação da distribuição feita em Portugal Continental bem como o coeficiente atribuído. Pág. 48

50 Zonas Sísmicas (Ordem decrescente de sismicidade) Fonte: INMG, 1988 Valores do Coeficiente de sismicidade, A 1.0 B 0.7 C 0.5 D 0.3 Figura 23: Mapa de zonamento sísmico de Portugal Continental e respetivo coeficiente de sismicidade Os valores característicos da ação dos sismos são quantificados em função da zona em que se posiciona a estrutura coeficiente de sismicidade ( ) e da natureza dos terrenos onde se encontra implantada. Tipo I (rochas e solos coerentes rijos), incluem-se neste tipo os terrenos do Mio-Pliocénico; Tipo II (solos coerentes muito duros e de consistência mediana; solos incoerentes muito compactos), deverão incluir-se os solos das Aluviões e Coluviões e Mio-Pliocénico; Tipo III (solos coerentes moles a muito moles; solos incoerentes soltos), para os solos das Aluviões e Coluviões. Por outro lado, com base nos dados dos sismos históricos e instrumentais registados, compilados pelo Atlas do Ambiente, APA, refere-se que as intensidades sísmicas máximas, na região em estudo, terão atingido um valor de grau VIII na escala de Mercalli modificada (carta de isossistas de intensidades sísmicas máximas, Atlas do Ambiente, APA). Fonte: Atlas do Ambiente, APA Figura 24: Registo histórico da sismicidade em Portugal Continental. Pág. 49

51 De acordo com as figuras seguintes, verifica-se que o município de Moita, e toda a área de intervenção da exploração pecuária Quinta do Paraíso, se localiza em áreas de intensidade sísmica de classificação 7. Fonte: Atlas do Ambiente, APA Figura 25: Enquadramento da Quinta do Paraíso face ao mapa de intensidade sísmica em Portugal Continental O risco sísmico na área de estudo, varia consoante a exposição do espaço a vulnerabilidades do ponto de vista da concentração populacional, infraestruturas e atividades económicas. O risco sísmico será tanto maior, quanto maior for essa concentração, aumentando dessa forma a probabilidade de serem afetados os sistemas de povoamento humano e respetivas atividades Situação Futura sem Projeto A componente geológica constitui uma das variáveis ambientais mais estáveis, cujas alterações são, na generalidade dos casos, impercetíveis à escala de vida humana. Assim, tendo em conta o local definido para implementação do projeto, bem como o horizonte temporal do mesmo, considera-se que este fator se manterá estável e imutável a menos que Pág. 50

52 sofra alterações induzidas diretamente pelo Homem ou seja alvo de processos naturais catastróficos, como, por exemplo, sismos. Em termos genéricos, na ausência do projeto, não se preveem para estes descritores alterações significativas, mantendo-se as características atuais da zona de intervenção. 5.3 Águas Superficiais e Subterrâneas Recursos Hídricos Superficiais Considerações de Análise A Exploração Bovina localiza-se na bacia hidrográfica do rio da Moita, que integra a Região Hidrográfica do rio Tejo, especificamente a sub-bacia Estuário. O rio da Moita atravessa a propriedade a W, é um afluente do rio Tejo na zona do estuário, junto à vila da Moita. Este rio tem um comprimento de 11,15 km e drena uma área de 44,8 km 2. Cerca de 3 km da Exploração Bovina, existe uma estação hidrométrica sob gestão da APA, Ponte CP Moita (22D/01H), com dados de monitorização de níveis hidrométricos para o período 2001 a Na Figura seguinte apresenta-se a variação média anual dos níveis de água no rio da Moita para o período 2004 a Como se pode verificar da leitura do gráfico, este rio apresenta pequenas variações no escoamento ao longo do ano sendo em média nos meses de setembro e outubro que se observam os maiores caudais. No período de registo, o menor nível de água medido foi de 0,41 m e o valor máximo de 1,96, em 20 de Novembro de 2001 e outubro de 2006, respetivamente. No troço que atravessa a Exploração Bovina, esta linha de água apresenta escoamento durante todo o ano. A precipitação anual ponderada no estuário do Tejo é, em ano médio, de 666 mm, em ano seco de 484 mm e em ano húmido de 848 mm (PGRH Tejo, 2012). A aplicação destes índices à bacia total do rio Moita permite estimar um escoamento em ano médio de 29,84 hm 3 - Quadro 11. Quadro 11: Escoamento anual no rio da Moita. LINHA DE ÁGUA Escoamento (hm 3 /ano) Ano médio Ano seco Ano húmido RIO DA MOITA 29,84 21,68 37,99 Pág. 51

53 Nivel hidrométrico (m) Figura 26: Variação média anual dos níveis hidrométricos na estação hidrométrica Ponte 0.9 CP Moita (22D/01H) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mês Na figura seguinte apresenta-se sob extrato da carta militar as linhas de água presentes na propriedade. Pág. 52

54 Figura 27:Limite de propriedade da Exploração Bovina, sob extrato da carta militar nº 443. Pág. 53

55 Figura 28:Rio da Moita sob o IC32, atual A33 (E90). A caracterização do regime hidrológico das cheias no rio da Moita junto à Quinta do Paraíso, efetuada para os períodos de retorno de 20, 50 e 100 anos (Anexo VII), permitiu estimar os caudais apresentados no Quadro 12. Quadro 12: Caudais de cheia, para diferentes períodos de retorno, estimados para o rio da Moita LINHA DE ÁGUA Caudal de cheia (m 3 /s) T100 T50 T20 RIO DA MOITA 121,4 107,1 87,29 De acordo com informação obtida junto do proprietário da Quinta do Paraíso, não há registo de ocorrência de inundações causadas por cheias na linha de água. A drenagem superficial na zona das construções está representada nos Desenhos 7.1 e 7.2, em anexo ao EIA. Nos edifícios a recolha das águas pluviais faz-se por caleiras ligadas à rede de coletores ou o escoamento faz-se naturalmente para o terreno onde existem caleiras no pavimento que conduzem as águas pluviais até às caixas da rede geral, com 5 pontos de descarga nas linhas de água da propriedade, 4 na zona A e 1 na zona B (no Anexo Cartográfico - Desenho 7.1 e 7.2). Pág. 54

56 Relativamente à qualidade da água superficial, no rio da Moita, a cerca de 1200 metros a jusante da Quinta do Paraíso, existe uma estação de qualidade com o código Ponte CP Moita (22D/01) com dados de qualidade desde 1998 a Aplicando a classificação dos cursos de água superficiais de acordo com as suas características de qualidade para usos múltiplos, do ex-inag, tem-se: O azoto amoniacal apresenta concentrações muito elevadas, recorrentemente muito superiores a 4 mg/l, tendo atingindo um valor máximo de 71,2 mg/l em 31 de janeiro de 2011; A CBO5 apresenta alguma oscilação entre concentrações baixas a concentrações muito elevadas (superiores a 20 m/l), prevalecendo estas últimas; Os coliformes fecais apresentam em 65% dos registos concentrações superiores a MPN/100 ml e os coliformes fecais registaram em 81% das análises concentrações superiores a 50000MPN/100 ml; A classificação para os nitratos é normalmente má, tendo agravado a partir de 2006 e até 2008, período em que foi registado um valor máximo de 290 mg/l. Dos 4 registos de 2011 em três a concentração é muito baixa classe excelente e boa - e no quarto, à concentração de 31,7 mg/l, corresponde uma classificação de razoável; Os fosfatos apresentam em 99% dos registos classificações superiores a 1 mg/l equivalente à classe muito má; O OD registou valores muito baixos, inferiores a 25% em 3 das 4 análises de 2011, a que corresponde a classe muito má; A oxidabilidade é normalmente muito elevada, acima dos 25 mg/l; Os metais apresentam concentrações baixas a medianas. Atendendo a estes resultados a água do rio da Moita apresenta na estação de monitorização 22D/01 uma qualidade em geral muito má, com evidências de contaminação orgânica e por nutrientes. Considerando a informação produzida no âmbito da Diretiva Quadro da Água (DQA), disponibilizada pela APA no site InterSIG, todo o troço em estudo do rio da Moita, está em risco de não cumprimento dos objetivos ambientais devido ao estado ecológico. Estes dados constam do Quadro 13. Quadro 13: Classificação do rio da Moita de acordo com a DQA. EU_cd MS_cd System Dist_cd Risk_asses Env_object Seg_cd Pág. 55

57 PT05TEJ TEJ1144 B PTRH5 AT RISK ESTADO ECOLÓGICO Q 3169 Os concelhos da Moita, Palmela e Montijo constituem um dos núcleos de ação prioritária ao nível da gestão de efluentes pecuários, correspondendo a uma região de grande pressão ambiental pelo setor agropecuário (ENEAPAI, 2007). Para o concelho da Moita foi estimada uma carga de azoto aplicada, na superfície agrícola utilizada (SAU) por culturas onde geralmente se procede à prática de espalhamento no solo de efluentes pecuários, superior a 350 ton N/ha.ano, valor muito superior ao valor recomendado de 170 kg N/ha.ano. Existe assim um forte risco de lixiviação e contaminação das águas, superficiais e subterrâneas. Localmente, no que se refere à produção de efluentes pecuários, tem-se uma produção média anual de chorume da ordem de m 3. Estes efluentes são encaminhados para 2 fossas de retenção (capacidade útil total 1800 m 3 ) e 3 lagoas de retenção (capacidade útil total m 3 ), permitindo um tempo de residência médio de 129 dias. Posteriormente são valorizados nos terrenos agrícolas da Exploração. Quanto ao estrume e tamisados, até à valorização agrícola, são armazenados temporariamente numa nitreira, impermeabilizada, com uma capacidade de 300 m 3, e numa área coberta e impermeabilizada com uma capacidade de 1110 m 3. Estas duas áreas de armazenagem de estrume, em conjunto, conferem uma capacidade de armazenamento correspondente a 123 dias. As produções anuais de efluentes pecuários constam do Quadro 14. Quadro 14: Produção anual de efluentes pecuários na Exploração. EFLUENTE Quantidade CHORUME m 3 ESTRUME 2651 ton Em termos qualitativos, estão presentes, na Exploração, efluentes com uma elevada carga orgânica. As águas residuais equiparadas a domésticas produzidas na Quinta são encaminhadas para uma fossa sética, do tipo estanque, e posteriormente descarregadas no sistema de drenagem e armazenamento de efluentes pecuários, mais precisamente na fossa a montante do sistema. Com o objetivo de avaliar o risco de poluição acidental nas linhas de água presentes na área da Exploração, foi delimitada a bacia de drenagem que integra toda a área de produção pecuária (Figura 29) e aplicado o índice WRASTIC. Pág. 56

58 Figura 29:Bacia considerada na avaliação do índice WRASTIC. Pág. 57

59 Os parâmetros constituintes do índice WRASTIC são W: presença de águas residuais; R: presença de atividades recreativas; A: presença de atividades agrícolas; D: dimensão da bacia hidrográfica; T: categoria das vias de transporte; I: presença de atividades industriais; C: cobertura vegetal do solo. O índice WRASTIC da bacia hidrográfica obtém-se através da expressão: WRASTIC = Σ (índice atribuído ao parâmetro peso) O peso de cada parâmetro varia de 1 a 4, da seguinte forma: Parâmetro: W R A S T I C Peso: Consideraram-se os seguintes critérios estabelecidos no PGRH Tejo para a classificação da vulnerabilidade: WRASTIC 50 vulnerabilidade elevada 26 WRASTIC > 50 vulnerabilidade moderada WRASTIC < 26 vulnerabilidade baixa Considerando os parâmetros constituintes do índice WRASTIC e considerando os intervalos de classe constantes do PGRH Tejo e do Drinking Water Bureau (2000), chegaram-se aos resultados apresentados no Quadro 15. Ou seja, a vulnerabilidade à poluição das águas superficiais na área de Exploração é Moderada. Quadro 15: Estimativa do índice WRASTIC para avaliação da vulnerabilidade à poluição acidental das águas de superfície na área da Exploração da Quinta do Paraíso. PARÂMETRO Índice atribuído Justificação W 4 Presença de efluentes provenientes da pecuária e indústria R 1 Inexistência de atividades recreativas A 1 Presença de atividade agrícola S 1 <39 km 2 de área T 5 Autoestradas I 4 Existência de indústrias na bacia hidrográfica C 5 > 50 % da área da bacia com coberto vegetal ÍNDICE WRASTIC 43 - Pág. 58

60 No que se refere aos usos da água superficial, não se identificaram, através de fotografia aérea, albufeiras na bacia que permitam a captação de água. Importa contudo referir que a atividade pecuária no concelho da Moita, predominantemente em regime intensivo, é muito representativa (PGRHTejo, 2012a) pelo que as necessidades de água deverão ser igualmente importantes. De acordo com PGRH Tejo (2012b) na sub-bacia Estuário as maiores necessidades de água são, no entanto, para uso urbano e agrícola Recursos Hídricos Subterrâneos Considerações de Análise A Exploração da Quinta do Paraíso localiza-se na unidade hidrogeológica Bacia Tejo-Sado. A Bacia do Tejo/Sado é constituída por três importantes sistemas aquíferos: Margem Direita, Margem Esquerda, Aluviões do Tejo e Bacia de Alvalade. A reserva destes sistemas é superior a hm 3 /ano e constitui uma das principais origens de água nacionais, suporte de inúmeras utilizações associadas à agricultura, indústria e abastecimento urbano. A área de estudo insere-se no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda. Trata-se de um sistema multicamada, do tipo poroso, fissurado e cársico. É constituído por formações do Pliocénico representadas por areias, com intercalações de argila, de espessura variável, pelos depósitos continentais designados de Arenitos da Ota, do Miocénico, e por uma série calco-gresosa marinha, também do Miocénico (Almeida et al, 2000). A recarga nos sistemas aquíferos, que integram a unidade hidrogeológica da Bacia do Tejo/Sado, é direta, a partir da precipitação, que ocorre predominantemente nas zonas periféricas, mais altas, e, no caso do sistema aquífero da Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda, ainda por drenância a partir das linhas de água (Almeida et al, 2000). O escoamento subterrâneo está orientado para o rio Tejo e ao longo do sistema aquífero até ao oceano (Almeida et al, 2000). Na área de estudo deverá ocorrer no Rio Tejo, nos aluviões da margem esquerda. Os vários modelos de balanço hídrico estabelecidos para o sistema aquífero com resultados apresentados em Almeida et al (2000), todos com mais de 20 anos, apontam para o equilíbrio Pág. 59

61 entre as entradas e saídas do sistema. Na Figura 30 apresenta-se a superfície piezométrica estimada para o sistema aquífero, para o ano hidrológico 2012/13. Figura 30: Superfície piezométrica no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda. O círculo a laranja representa a localização da Exploração da Quinta do Paraíso (Fonte: SNIRH, 2014). Considerando os dados do controlo piezométrico efetuado às estações da rede da APA mais próximas da Exploração, piezómetros 432/75, 432/855, 442/241, 442/523 e 443/924, apresentam-se nas próximas figuras a evolução da cota piezométrica em cada piezómetro. Pág. 60

62 Figura 31: Evolução dos níveis piezométricos nos cinco piezómetros mais próximos da Quinta do Paraíso, localizados no sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda (Fonte: SNIRH, 2014). Pág. 61

63 Figura 32: Evolução dos níveis piezométricos no ano hidrológico 2012/2013 e nível piezométrico médio do período 2002/ /14 (Fonte: SNIRH, 2014). Pág. 62

64 Figura 33: Litologias atravessadas pelos piezómetros 443/924 e 432/855 (Fonte: SNIRH, 2014). Atendendo à informação dos furos existentes no local, os níveis de água subterrânea na área da Quinta do Paraíso situar-se-ão relativamente próximo da superfície, a cerca de 8-10 m de profundidade, situação concordante com o previsto pela extrapolação da piezometria da região. Quanto aos usos da água, a água subterrânea é a principal origem para satisfação das necessidades de água dos setores urbano, agrícola, industrial e pecuário nesta região (PGRHTejo, 2012). Num raio de 10 km com centro na Exploração identificaram-se zonas de proteção alargada de perímetros de proteção de 36 captações públicas de água subterrânea Quadro 16. Importa referir que todas as captações, e respetivos perímetros de proteção, se localizam exteriormente ao limite da propriedade. Pág. 63

65 Quadro 16: Captações públicas de água subterrânea com perímetros de proteção dentro DESIGNAÇÃO de um raio de 10 km centrado na Quinta do Paraíso Área da zona de proteção alargada (ha) Coordenadas da captação M P Legislação DISTÂNCIA Pág. 64 DA PROPRIEDADE À CAPTAÇÃO (M) SETE PORTAIS AC PORTARIA Nº. 963/ MERCADO ABASTECEDOR FR PORTARIA Nº. 963/ PINHAL DE NEGREIROS JK PORTARIA Nº. 689/ PINHAL DE NEGREIROS PS PORTARIA Nº. 689/ PINHAL DE NEGREIROS JK PORTARIA Nº. 689/ PINHAL DE NEGREIROS JK PORTARIA Nº. 689/ VALE ROMAO FR PORTARIA Nº. 963/ VALE ROMAO AC PORTARIA Nº. 963/ COINA FR PORTARIA Nº. 963/ PENALVA FR PORTARIA Nº. 963/ SAMOUCO CBR PORTARIA Nº. 1188/2010 E ALTERACOES CONSTANTES NA 9966 PORTARIA Nº. 97/2011 ALTO DO PAIVA AC PORTARIA Nº. 963/ PARQUE DA CIDADE FR PORTARIA Nº. 963/ PARQUE DA CIDADE FR PORTARIA Nº. 963/ LOIOS FR PORTARIA Nº. 963/ LOIOS FR PORTARIA Nº. 963/ SAMOUCO FR PORTARIA Nº. 1188/2010 E ALTERACOES CONSTANTES NA 9875 PORTARIA Nº. 97/2011 VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ FONTE DA VACA F PORTARIA Nº. 187/ FONTE DA VACA F PORTARIA Nº. 187/ FONTE DA VACA PS PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS PORTARIA Nº. 187/ LAGOINHA PS PORTARIA Nº. 187/ CARRASCAS PS PORTARIA Nº. 187/ QUINTA DO ANJO PS PORTARIA Nº. 187/ VALE DE CRAVEIROS PS PORTARIA Nº. 187/

66 PALMELA AC PORTARIA Nº. 187/ FONTE DA VACA F PORTARIA Nº. 187/ FONTE DA VACA F PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM RA PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ VALE ALECRIM JK PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS4A PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS3B PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS PORTARIA Nº. 187/ PINHAL DAS FORMAS PS PORTARIA Nº. 187/ LAGOINHA JK PORTARIA Nº. 187/ QUINTA DO ANJO PS4A PORTARIA Nº. 187/ QUINTA DO ANJO PS PORTARIA Nº. 187/ QUINTA DO ANJO PS PORTARIA Nº. 187/ VALE DE CRAVEIROS FR PORTARIA Nº. 187/ PALMELA JK PORTARIA Nº. 187/ Na área de implantação do projeto, existe um furo, para o qual foi requerido o Titulo de Utilização dos Recursos Hídricos (Documento nº REQ_CPT_134848). Este furo tem uma profundidade de 110 metros e permite a captação de um volume de 19 dam 3 /ano. A água do furo é utilizada para abeberamento dos animais e lavagens das instalações. A localização deste furo é a indicada na Figura 34. Existe um segundo furo utilizado no abastecimento à atividade pecuária da Quinta do Paraíso, mais precisamente à zona B. Este furo, com 150 metros de profundidade, encontra-se exteriormente à propriedade, e foi construído para a captação de um caudal de 35 l/s. Pág. 65

67 Figura 34: Localização do furo. Quanto a potenciais focos de contaminação das águas subterrâneas, a região da Moita tem uma forte presença de explorações pecuárias, em particular de bovinos e suínos. De acordo com o ENEAPAI (2007), estima-se que as cargas de azoto aplicadas através da valorização agrícola de efluentes pecuários excedam em muito o valor de 170 kg/ha.ano, recomendado pelo Código de Boas Práticas Agrícolas, resultando um forte risco de lixiviação e contaminação das águas subterrâneas. Localmente, na zona do Projeto tem-se a produção de efluentes pecuários, cujo armazenamento é feito em áreas impermeabilizadas, e a valorização agrícola destes efluentes nos terrenos da Exploração. A fossa sética para esgotos domésticos é do tipo estanque e os efluentes encaminhados para o sistema de armazenamento de efluentes pecuários. Figura 35: Lagoa de armazenamento de efluentes, impermeabilizada. Pág. 66

68 Em seguida passa-se a apresentar a avaliação da vulnerabilidade à poluição das unidades geológicas presentes na área do projeto. Esta avaliação é efetuada por aplicação do método EPPNA e do índice DRASTIC. O método EPPNA é um método muito simples, qualitativo, que pressupõe a atribuição de uma classe de vulnerabilidade em função das características litológicas e hidrogeológicas das formações aquíferas. As classes de vulnerabilidade deste método apresentam-se no Quadro 17. Quadro 17: Classes de vulnerabilidade do método EPPNA. CLASSES Vulnerabilidade V1 - AQUÍFEROS EM ROCHAS CARBONATADAS DE ELEVADA CARSIFICAÇÃO V2 - AQUÍFEROS EM ROCHAS CARBONATADAS DE CARSIFICAÇÃO MÉDIA A ALTA V3 - AQUÍFEROS EM SEDIMENTOS NÃO CONSOLIDADOS COM LIGAÇÃO HIDRÁULICA COM A ÁGUA SUPERFICIAL V4 - AQUÍFEROS EM SEDIMENTOS NÃO CONSOLIDADOS SEM LIGAÇÃO HIDRÁULICA COM A ÁGUA SUPERFICIAL V5 - AQUÍFEROS EM ROCHAS CARBONATADAS V6 - AQUÍFEROS EM ROCHAS FISSURADAS V7 - AQUÍFEROS EM SEDIMENTOS CONSOLIDADOS V8 - INEXISTÊNCIA DE AQUÍFEROS ALTA MÉDIA A ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA A BAIXA BAIXA A VARIÁVEL BAIXA MUITO BAIXA Na área do Projeto tem-se formações detríticas e aluvionares, depósitos não consolidados, correspondentes às classes V3 e V4 aos quais se atribui uma vulnerabilidade alta a média. Considerando os parâmetros constituintes do índice de vulnerabilidade DRASTIC e considerando intervalos de classe de 1 a 10 para cada parâmetro, tem-se: D: Profundidade da zona não saturada do aquífero atribui-se a este parâmetro o índice 5; O nível de água situa-se a profundidades da ordem dos 10 metros; R: Recarga sobre o aquífero atribui-se a este parâmetro o índice 6. De acordo com Almeida et al (2000) a recarga no sistema aquífero é da ordem de 20% da precipitação média da bacia, devendo situar-se entre 120 e 140 mm; A: Material de constituição do aquífero atribui-se a este parâmetro o índice 6, correspondente a formações detríticas pouco consolidadas; Pág. 67

69 S: Tipo de solo atribui-se a este parâmetro o índice 8. Os solos presentes são do tipo podzois órticos associados a regossolos êutricos aos quais se associam baixos níveis de nutrientes e de humidade; T: Topografia atribui-se a este parâmetro o índice 10. As inclinações médias do terreno são < 2 %; I: Impacto da zona não saturada atribui-se a este parâmetro o índice 6. A zona não saturada está representada por formações detríticas; C: Condutividade hidráulica do aquífero atribui-se a este parâmetro o índice 6. Assume-se que a condutividade das formações presentes varie entre 28,5 e 40,7 m/dia. O potencial de poluição DRASTIC obtém-se através da expressão: DRASTIC = Σ (índice atribuído ao parâmetro peso) O peso de cada parâmetro varia de 1 a 5, da seguinte forma: Parâmetro: D R A S T I C Peso: Desta forma, o valor mínimo do índice DRASTIC é 23 e o valor máximo 226. Transformando estes valores em potencial de vulnerabilidade ou percentagem de vulnerabilidade, ao índice 23 corresponde 0% de vulnerabilidade e ao índice 226, 100% desta propriedade. Da aplicação do método DRASTIC resulta assim um índice DRASTIC global de 141 ao qual corresponde uma vulnerabilidade de aproximadamente 66%,vulnerabilidade moderada. Para a apreciação da qualidade da água subterrânea na área da Quinta do Paraíso recorreu-se aos dados da rede de qualidade disponíveis no SNIRH, para tal selecionaram-se as estações de monitorização mais próximas instaladas na Bacia Tejo-Sado/margem esquerda, estações 432/724, 432/740, 442/517, 443/263, 443/46 443/48, 443/920, 443/922, 453/372, 453/393, 454/525 e 455/252 cujas localizações se apresentam na Figura 36. Pág. 68

70 Figura 36: Localização das estações de monitorização da qualidade do sistema aquífero T3 Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda. O círculo a rosa representa a localização da Quinta do Paraíso (Fonte: SNIRH, 2014). A classificação da água destas estações, para os últimos anos, de acordo com o Anexo I - qualidade das águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano - do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto é apresentada no Quadro 18. Pág. 69

71 Os principais parâmetros responsáveis pelas más classificações são os fluoretos. A origem provável é natural. Quadro 18: Classificação da qualidade da água subterrânea no sistema aquífero T1 Bacia do Tejo-Sado/Margem Direita, nos anos 2010 a REFERÊNCIA CLASSE PARÂMETROS RESPONSÁVEIS CLASSE PARÂMETROS RESPONSÁVEIS CLASSE PARÂMETROS RESPONSÁVEIS 432/724 A1 >A3 Fluoretos 432/740 A2 Oxigénio dissolvido (sat) >A3 Fluoretos >A3 Fluoretos 442/517 >A3 Fluoretos e Chumbo 443/263 A1 >A3 Fluoretos 443/46 A1 >A3 Fluoretos 443/48 A1 >A3 Fluoretos 443/920 >A3 Fluoretos 443/922 A1 >A3 Fluoretos 453/372 >A3 Fluoretos 453/393 A1 >A3 Fluoretos >A3 Fluoretos 454/525 >A3 Fluoretos 455/252 A2 ph De acordo com os objetivos ambientais definidos para as massas de água subterrânea no âmbito da Diretiva Quadro da Água, o risco de não cumprimento da massa de água Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda ainda não foi determinado, permanecendo as incertezas quanto aos seus estados de qualidade e de quantidade. Localmente, dispõe-se de uma análise à qualidade bacteriológica da água do furo (água sem tratamento), cujos resultados - Quadro 19 - permitem concluir tratar-se de uma água: com um ph abaixo do valor aceitável para produção de água para consumo humano e que a enquadra na classe A2 (Anexo I do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto); pouco mineralizada, com uma condutividade reduzida, aceitável para consumo humano (Anexo I do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto); com uma concentração em nitratos de 26 mg/l, que excede o VMR da classe A1 (Anexo I do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto); com uma concentração em cloretos reduzida, aceitável para consumo humano (Anexo I do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto). Pág. 70

72 Os parâmetros microbiológicos demonstraram neste ensaio tratar-se de uma adequada ao consumo humano (Decreto-Lei nº 306/2007 de 27 de agosto). Quadro 19: Resultados dos ensaios bacteriológicos efetuados à água do furo, em janeiro de DESIGNAÇÃO Resultado PH 5.6 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA TURVAÇÃO 240 S/CM < 0.2 NTU OXIDABILIDADE < 1.5 M/L O 2 DUREZA TOTAL 52 CACO 3 CLORETOS 46 MG/L NITRATOS 26 MG/L NO 3 NITRITOS < 0.05 MG/L NO 2 FERRO COLIFORMES TOTAIS ENTEROCOCOS FECAIS < 10 G/L FE 0 UFC/100 ML 0 UFC/100 ML E. COLI 0 UFC/100 ML CLOSTRIDIUM PERFRINGENS MICRORGANISMOS VIÁVEIS 22ºC MICRORGANISMOS VIÁVEIS 37ºC 0 UFC/100 ML 27 UFC/100 ML 17 UFC/100 ML AZOTO AMONIACAL < 0.1 MG/L NH Situação Futura sem Projeto Considera-se que a evolução do clima e magnitude das alterações climáticas são o principal fator na evolução dos recursos hídricos na região. Do ponto de vista dos recursos hídricos superficiais, os cenários estudados no âmbito do projeto SIAM apontam para o aumento do risco e severidade de cheias e secas e, a deterioração da qualidade físico-química e ecológica das linhas de água em resultado das alterações causadas no regime hidrológico. É expectável que se venha a observar um maior aproveitamento da água pluvial em particular pela agricultura e indústria. A perda de capacidade de uso do solo (previsível em consequência de eventos de seca e aos incêndios) acarretará um maior risco de exposição à erosão hídrica. Relativamente aos recursos hídricos subterrâneos, as alterações climáticas preconizadas nos diversos cenários analisados pelo projeto SIAM influenciarão negativamente a disponibilidade de água subterrânea nesta região. Atendendo às elevadas produtividades das captações de Pág. 71

73 água instaladas nos aquíferos do sistema hidrogeológico T1 Bacia Tejo-Sado/Margem esquerda, prevê-se um aumento das extrações de água neste aquífero. O aumento do nível médio da água do mar, acompanhado por um previsível aumento das extrações de água subterrânea, contribuirão para o avanço da interface água do mar/água subterrânea e consequentemente salinização das águas subterrâneas. A evolução da qualidade da água subterrânea está ainda fortemente dependente das alterações no uso do solo. 5.4 Solos e Capacidade de Uso do Solo Caracterização O solo, enquanto recurso vital, constitui a camada superior da crosta terrestre e está sujeito a pressões crescentes, resultantes em grande parte das atividades humanas. Estas pressões podem ser tais que originam a degradação do solo ou, até, a sua desertificação. As suas principais funções reportam-se a armazenamento, filtragem, efeito-tampão, transformação e habitat, estando também sob as mais variadas ameaças: erosão, contaminação local e difusa, diminuição da matéria orgânica, impermeabilização, compactação, diminuição da biodiversidade e salinização. Estas ameaças podem acarretar consequências ao nível da estrutura do solo, da sua qualidade bem como da sua fertilidade quando se demonstram como efetivas. Para a caracterização dos solos na área em estudo, foi feito recurso a cartografia disponível, nomeadamente à Carta de Solos do Atlas do Ambiente disponibilizada pela APA, tendo sido adotada a nomenclatura presente nesta cartografia. A área de estudo insere-se na sua totalidade na Bacia Terciária do Tejo-Sado, a qual corresponde a uma bacia sedimentar preenchida por sedimentos terciários e quaternários, constituídos maioritariamente por areias com presença de grés argilosos, seixos, calhaus rolados e cascalheiras. Do ponto de vista pedológico, no concelho de Moita verifica-se o predomínio dos solos órticos associados a regossolos ocorrendo de forma pontual outros tipos de solos, tais como solonchaks gleizados e êutricos. Os tipos de solos, solonchaks, estão correlacionados com a proximidade a linhas de água, sendo caracterizados pelo alto teor de sais. Na figura seguinte pode observar-se que na área de intervenção os solos caracterizam-se pela presença de Podzóis órticos (Po). Pág. 72

74 Fonte: Atlas do Ambiente (APA) Figura 37: Distribuição e tipologia de solos na área de intervenção Capacidade de Uso do Solo Os solos apresentam uma caracterização diferenciada consoante a aptidão. Estes podem ser qualificados como pobres ou esqueléticos e naturalmente de baixa aptidão que através transformação pela ação do homem e em conjugação com fatores naturais adquirem uma produtividade agrológica favorável ao suporte de sistemas agrícolas rentáveis. No que diz respeito a um solo pouco arejado ou com fraca disponibilidade hídrica e baixo teor de matéria orgânica, pode ser transformado num solo consideravelmente fértil, sem que lhe seja alterada a sua estrutura ou o seu processo originário de formação a partir da rocha-mãe. A capacidade de uso do solo atribui a cada solo a respetiva potencialidade agrológica, por classes que pretendem classificar a sua aptidão, tendo sido consideradas as que se apresentam no quadro seguinte, segundo o SROA-CNROA (IDRHa Divisão de Solos): Pág. 73

75 CLASSES A B C D E Quadro 20: Classes de Capacidade de Uso do Solo CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS - poucas ou nenhumas limitações - sem riscos de erosão ou com riscos ligeiros - suscetível de utilização agrícola intensiva - limitações moderadas - riscos de erosão no máximo moderados - suscetível de utilização agrícola moderadamente intensiva - limitações acentuadas - riscos de erosão no máximo elevados - suscetível de utilização agrícola pouco intensiva - limitações severas - riscos de erosão no máximo elevados a muito elevados - não suscetível de utilização agrícola, salvo casos muito especiais - poucas ou moderadas limitações para pastagens, exploração de matos e exploração florestal - limitações muito severas - riscos de erosão muito elevados - não suscetível de utilização agrícola - severas a muito severas limitações para pastagens, matos e exploração florestal - ou servindo apenas para vegetação natural, floresta de proteção ou de recuperação - ou não suscetível de qualquer utilização (Fonte: IDRHa) Deste modo, os solos A, B e C são solos suscetíveis de utilização agrícola ou outra utilização, embora de A para C aumentem as limitações e diminuindo desta forma, a vocação agrológica. A atribuição de classe de capacidade de uso A e B é tida em conta com a classificação dos solos sob o regime da Reserva Agrícola Nacional (RAN), ressalvando-se contudo que, dada a escassez a nível nacional de solos agrícolas de classe A e B de capacidade de uso, frequentemente se consideram incluídos na RAN áreas que, não pertencendo à classe A, B e/ou C, tenham, no entanto, sido objeto de importantes investimentos com o intuito de aumentar a capacidade produtiva dos solos e sustentando explorações agrícolas de rentabilidade viável. Já os solos das classes D e E não são, normalmente, suscetíveis de utilização agrícola durante muitos anos, muito embora o possam ser por curtos períodos de tempo, frequentemente com recurso a melhoramentos pela ação do homem, não muito prolongados, dadas as naturais limitações dos solos. De qualquer forma, podem ser usados em pastagem, exploração de matos ou exploração florestal. Os solos de classe E são somente suscetíveis de exploração florestal, com muitas restrições, ou mais próprios para floresta de proteção e recuperação, ou vegetação natural. Pág. 74

76 No que respeita à capacidade de usos dos solos, e à semelhança do efetuado para a caracterização dos solos, utilizou-se a Carta de Capacidade de Uso disponibilizada pela APA. Na figura seguinte pode ser observado um extrato dessa carta com a zona de intervenção e a sua envolvente mais próxima. Fonte: Atlas do Ambiente (APA) Figura 38: Capacidade de uso do solo (classificação SROA) Constata-se a presença de diferentes tipos de classes de solos, sendo a dominância de solos das classes D, o que significa que apresentam limitações moderadas a severas, com riscos de erosão elevados. Os solos suscetíveis de utilização agrícola intensiva são praticamente nulos, registando-se a existência de solos de classe B, que providenciam uma utilização agrícola moderadamente intensiva. Na área onde não são tão apropriados para utilização agrícola, podem ocorrer pastagens, exploração de matos ou florestal, de forma limitada. Estes solos caracterizam-se, ainda, por riscos de erosão elevados a muito elevados. Desta forma, constata-se que a área em estudo se trata de uma zona cujos solos apresentam apetência moderadamente intensiva para utilização agrícola, apresentando limitações e riscos de erosão moderados, apresentando a classificação como RAN na envolvente. Pág. 75

77 5.4.3 Uso Atual do Solo No que respeita à caracterização do uso de solo no concelho da Moita, é possível constatar através da análise do PDMM que 62,1% do total do território municipal insere-se em espaços naturais ou agrícolas, ocupando o solo urbanizado 17,9% do concelho. De referir o peso das áreas incluídas em Reserva Ecológica Nacional que correspondem a 58,6% do total do território. áreas totais por classe de espaço Solo Urbano + Solo Rural hectares % total solo urbanizado 988,0 17,9% total solo programado 661,9 12,0% total de espaços habitacionais 1.041,8 18,9% total de espaços de usos múltiplos 192,6 3,5% total de espaços de equipamentos 137,7 2,5% total de espaços verdes urbanos + rede hídrica urb 292,4 5,3% total de espaços de infraestruturas 10,6 0,2% UOPG excluídas (1,2 e 3) 129,6 2,3% total de espaços naturais ou agrícolas 3.432,5 62,1% total de espaços canais 288,9 5,2% área total do concelho da Moita (CAOP) 5.526,0 100,0% área total abrangida por áreas-plano (P1, P2, UOPG) 558,4 10,1% área incluída na Rede Natura 443,3 8,0% área pertencente à Reserva Ecológica Nacional (REN) 3.238,7 58,6% área pertencente à Reserva Agrícola Nacional (RAN) 1.095,1 19,8% Fonte: PDM da Moita. De forma a caracterizar o uso atual de solo, recorreu-se a informação disponibilizada pelo Corine Land Cover 2006, que remete a zona em estudo para um tipo ocupação do solo agrícola e de cultivo, predominante na envolvente da exploração. Contígua, e a oeste da exploração discrimina-se uma mancha designada por floresta de coníferas. Pág. 76

78 Fonte: Natura 2000 Viewer Figura 39: Tipo de uso do solo (Corine Land Cover 2006) Da análise da fotografia aérea e trabalho de campo foi possível esboçar uma carta de uso atual do solo, e que se apresenta de seguida. A zona de intervenção está inserida numa área de espaços/campos agrícolas, onde predomina a agricultura de regadio. Pode ser identificada a oeste da exploração uma extensa mancha de pinhal, intercalado com pequenas parcelas de área de prado. De destacar a presença a norte de algumas áreas de concentração de empresas/indústrias, bem como a identificação de duas pecuárias (uma a norte e contígua à propriedade, e outra a sudeste). Refere-se ainda a existência de duas infraestruturas/equipamentos na envolvente, nomeadamente um cemitério a oeste e uma estação de distribuição elétrica a este. Pág. 77

79 Figura 40: Uso atual do solo Situação Futura sem Projeto Considerando a eventual inexistência do projeto estima-se que veríamos reduzida a área de impermeabilização do solo no local da exploração e a manutenção do tipo e capacidade de uso do solo no local. Em termos de ocupação do solo, seria reduzida a área destinada a funções sociais e de acordo com o uso atual do solo verificado na envolvente, estima-se que predominariam áreas agrícolas de cultivo. 5.5 Qualidade do Ar Considerações Gerais A qualidade do ar está diretamente relacionada com a proporção de poluição verificada no ar e com as atividades desenvolvidas na envolvente bem como da densidade populacional existente numa dada região. A poluição no ar pode ser despoletada por um conjunto de substâncias químicas lançadas para o ar ou resultantes de reações químicas, que alteram o Pág. 78

80 que seria a constituição natural da atmosfera. A existência de ventos fortes ou chuvas poderão dispersar os poluentes, enquanto a presença de luz poderá acentuar os seus efeitos negativos. No que toca ao espaço onde ocorrem as emissões pode afetar a dispersão dos poluentes. Por exemplo, as emissões dos veículos automóveis terão, provavelmente, um maior impacto imediato no ambiente circundante e ao nível do solo. No que respeita ao nível dos contaminantes emitidos para a atmosfera, é possível distinguir dois tipos, com base nas suas características e no modo como são gerados: poluentes primários e poluentes secundários. Os poluentes primários são emitidos diretamente pelas fontes para a atmosfera, de que são exemplo os gases provenientes do tubo de escape de um determinado transporte ou de uma chaminé de uma fábrica (monóxido de carbono (CO), óxidos de azoto (NO x ), dióxido de enxofre (SO 2 ) ou partículas em suspensão); os poluentes secundários são resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera e onde participam alguns poluentes primários. A libertação de grandes quantidades de gases com efeito de estufa, como o CO 2 induz efeitos essencialmente negativos sobre os ecossistemas, a saúde humana e animal, as atividades económicas, como a agricultura ou as pescas e os recursos hídricos. De realçar que a área de estudo apresenta características rurais pelo que as potenciais fontes de degradação da qualidade do ar são pontuais, com exceção da A33 como principal fonte fica existente Quadro Legal Aplicável O regime da avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente em Portugal é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Setembro, o qual transpõe a Diretiva n.º 2008/50/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Maio, e a Diretiva n.º 2004/107/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Dezembro. Este diploma estabelece medidas destinadas a definir e fixar objetivos relativos à qualidade do ar ambiente, com o fim de evitar, prevenir ou reduzir os efeitos nocivos para a saúde humana e para o ambiente. O Anexo XII do Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Setembro, estabelece os valores limite para proteção da saúde humana para os poluentes de enxofre, dióxido de azoto, benzeno, monóxido de carbono, chumbo e PM 10, sendo que os métodos de análise são estabelecidos no Anexo VII do mesmo diploma. Nos Quadros seguintes são apresentados os valores limite expressos em µg/m 3, de acordo com o Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Setembro. Pág. 79

81 NO 2 Quadro 21: Resumo da legislação em vigor Valores limite PARÂMETRO DESIGNAÇÃO PERÍODO VALOR LIMITE Valor limite horário para 200 g/m 3 NO Horário 2, a não exceder proteção da saúde humana mais de 18 vezes por ano civil SO 2 O 3 PM 10 PM 2,5 Valor limite anual para proteção da saúde humana Limiar de alerta Valor limite horário para proteção da saúde humana Valor limite diário para proteção da saúde humana Limiar de alerta Ano civil 40 g/m 3 NO 2 Três horas consecutivas Horário Diário Três horas consecutivas 400 g/m 3 NO g/m 3 SO 2, a não exceder mais de 24 vezes por ano civil 125 g/m 3 SO 2, a não exceder mais de 3 vezes por ano civil 500 g/m 3 SO 2 Valor limite para proteção da vegetação Ano civil e Inverno 20 g/m 3 SO 2 Limiar de informação Três horas 180 g/m 3 O 3 Limiar de alerta consecutivas 240 g/m 3 O 3 Valor limite diário para proteção da saúde humana Diário Valor limite anual para proteção da saúde humana Ano civil 40 g/m 3 Valor alvo Ano civil 25 g/m 3 Valor limite Até 1 de Janeiro de 2015 Até 1 de Janeiro de g/m 3, a não exceder mais de 35 vezes por ano civil 25 g/m 3 20 g/m 3 Quadro 22: Resumo da legislação Limiares Superiores de Avaliação PARÂMETRO DESIGNAÇÃO PERÍODO VALOR LIMITE NO 2 SO 2 PM 10/PM 2,5 Limiar superior de avaliação 70 % do valor limite horário Limiar superior de avaliação 80 % do valor limite anual Limiar superior de avaliação 60 % do valor limite diário Limiar superior de avaliação 60 % do nível crítico aplicável no Inverno Limiar superior de avaliação 70 % do valor limite diário Limiar superior de avaliação 70 % do valor limite anual Horário 140 g/m 3 NO 2, a não exceder mais de 18 vezes por ano civil Ano civil 32 g/m 3 NO 2 Diário 75 g/m 3 SO 2, a não exceder mais de 3 vezes por ano civil Inverno 12 g/m 3 SO 2 Diário 35 g/m 3, a não exceder mais de 35 vezes por ano civil Ano civil 28 g/m Emissões Atmosféricas Fatores como as atividades económicas, características do uso do solo bem como as condições meteorológicas da região afetam em grande parte a qualidade do ar de uma região. Pág. 80

82 O concelho em que se insere o projeto em causa (Moita) encontra-se na Região Lisboa e Vale do Tejo, mais especificamente na NUT III denominada Península de Setúbal. O concelho de Moita está interligado com o sector do comércio e o sector dos serviços, apresentado alguma atividade agrícola e pecuária. A área em estudo localiza-se numa área caracterizada por uma reduzida atividade agrícola, com pontual atividade agropecuária. Na zona em análise, constata-se a existência de manchas de pinhal. As principais vias de comunicação existentes são a A33, N11-2 e o CM 1020, sendo que a A33 se caracteriza pela existência de algum tráfego. As restantes vias de comunicação à exploração são em terra batida, isto é, não asfaltadas, criando através da passagem dos veículos, poeiras densas. No que toca à avaliação globalizada das principais emissões na região em estudo, recorreu-se ao relatório sobre emissões de poluentes atmosféricos por concelho no ano de 2009, relativo a gases acidificantes e eutrofizantes, precursores de ozono, partículas, metais pesados e gases com efeito de estufa. A consulta do Inventário Nacional de Emissões contribuiu para a análise da informação pormenorizada 2009 ao nível do concelho, sobre as emissões atmosféricas de gases acidificantes (GA), precursores de ozono, partículas em suspensão, metais pesados (MP) e gases com efeito de estufa (GEE), fornecendo também informação de carácter geral sobre o Inventário Nacional de Emissões de Poluentes Atmosféricos. Com base neste inventário apresenta-se no quadro seguinte, as emissões totais anuais relativas ao concelho de Moita. Quadro 23: Emissões totais anuais, definidas para o concelho de Moita e para Portugal SO x NO x PM 10 Emissões totais incluindo fontes naturais (t/km 2 ) Moita 0,574 9,490 6,063 Portugal* 2,296 5,206 2,535 Emissões totais excluindo fontes naturais (t/km 2 ) Moita 0,574 9,434 6,063 Portugal* 2,296 5,146 2,535 Fonte: Inventário Nacional de Emissões (APA, 2009) * Média dos valores totais por concelho Pág. 81

83 A partir da análise do Quadro anterior é possível verificar que para todos os contaminantes atmosféricos apresentados, os valores totais apresentados para o concelho de Moita encontram-se acima da média das emissões totais de todos os concelhos do País. Os valores apresentados mostram-se dependentes de muitos fatores (densidade populacional, tráfego, fontes naturais de emissão, tipo de indústrias, fatores meteorológicos, entre outros) - o que não permite uma conclusão concreta sobre o estado da qualidade do ar, permitindo apenas ter uma noção genérica das condições atmosféricas do concelho de Moita face aos demais concelhos do País Condições de Dispersão de Poluentes O regime geral dos ventos (direção e velocidade), as condições de estabilidade e a morfologia do terreno na envolvente do projeto são parâmetros fundamentais para os estudos de previsão de dispersão de poluentes no ar atmosférico, sendo a caracterização dos regimes do vento na região executada através do tratamento dos dados fornecidos pelo INMG, provenientes da estação climatológica de Setúbal. Verificou-se ainda que os ventos predominantes são do quadrante Norte/Nordeste. O conhecimento das condições meteorológicas aliado à caracterização morfológica da zona em estudo permite obter uma perceção acerca da maior ou menor tendência de dispersão de poluentes na atmosfera. A região em estudo não apresenta relevos acentuados, constituindo as áreas florestais (Pinheiro), a maior barreira à dispersão natural dos poluentes atmosféricos. Os ventos característicos da região em estudo, bem como os momentos de calma constituem os parâmetros meteorológicos com maior influência sobre a dispersão dos poluentes na atmosfera. Segundo os dados resultantes das medições efetuadas na estação climatológica considerada no presente estudo, pode referir-se que, na região em estudo, predominam os ventos de Noroeste (com uma frequência de 31,3%). Os ventos mais fortes são oriundos dos quadrantes Norte e Noroeste, com velocidades médias de 10,9 km/h e de 10 km/h, respetivamente. Os momentos de calma atmosférica ocorrem com uma frequência reduzida, expressando-se em 6,4%. (INMG, 1991) Pág. 82

84 De referir que os ventos predominantes do quadrante Noroeste facilitam a dispersão de poluentes atmosféricos gerados pela exploração bem como outras atividades predominantes na zona em estudo, dado a sua velocidade e a sua frequência Caracterização da Qualidade do Ar No presente capítulo pretende-se analisar quantitativamente e qualitativamente a qualidade do ar presente, na área em estudo, bem como a estação de monitorização de qualidade de ar escolhida para o propósito. Desta forma, a estação de monitorização escolhida foi a de Paio Pires, devido a relativa proximidade com a zona de estudo (7 Km). O quadro abaixo dá a conhecer os dados referentes à estação. Quadro 24: Dados da estação de Paio Pires Código 3063 Data de inicio Tipo de Ambiente Suburbana Tipo de Influência Fundo Zona Área Metropolitana de Lisboa Sul Rua Largo da Seixeira, Paio Pires, 2840 Seixal Freguesia Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires Concelho Seixal Coordenadas Gauss Latitude Militar (m) Longitude Coordenadas Latitude 38º37 10 Geográficas WGS84 Longitude -9º04 52 Altitude (m) 47 Rede Rede de Qualidade do Ar de Lisboa e Vale do Tejo Instituição Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Fonte: Na Figura seguinte (Fontes Emissoras e Potenciais Recetores Sensíveis à população atmosférica) apresenta-se a identificação das fontes emissoras e potenciais recetores existentes e previstos até cerca de 1 km de distância do ponto central da exploração. Pág. 83

85 Figura 41: Fontes emissoras e potenciais recetores sensíveis à poluição atmosférica As fontes emissoras identificadas correspondem essencialmente a vias existentes não pavimentadas, bem como as vias que ladeiam a exploração (como por exemplo A33 e CM 1020), enquanto os potenciais recetores se resumem a habitações isoladas. De salientar a presença de uma exploração pecuária a norte da exploração em estudo. É possível constatar que as estradas de acesso no interior da propriedade são em terra batida, tal como mencionado acima, pelo que a passagem dos veículos de transporte de gado vai gerar a dispersão de partículas compostas por monóxido de carbono, dióxido de carbono, compostos orgânicos voláteis, óxidos de azoto e dióxido de enxofre. Quanto aos dados descritos não é possível quantificar as emissões de tais poluentes. As figuras seguintes ilustram as vias de acesso à propriedade, no seu interior, caracterizadas por vias não pavimentadas. Pág. 84

86 Figuras 42: Enquadramento das vias de acesso à exploração Já no que respeita a recetores sensíveis, é possível verificar que na proximidade da exploração existem habitações, sendo desta forma as infraestruturas que estão expostas aos efeitos da poluição do ar. De salientar que as habitações presentes no quadrante a SE estarão sujeitas a uma maior poluição do ar, devido aos ventos que se registam a NW. A figura abaixo demonstra uma das habitações que está sujeita aos efeitos provocados pelo agravamento da qualidade do ar, dada a proximidade com a exploração. Figura 43: Recetor sensível Habitação exposta No que diz respeito à direção predominante do vento, é de quadrante NW e N fazendo com que os potenciais recetores sensíveis mais expostos a emissões para a atmosfera sejam aqueles que se situam a S e SE das referidas fontes. Uma vez que a estação fixa de monitorização da qualidade de ar mais próxima (Estação de Aldeia de Paio Pires) fica localizada a cerca de 7 km, optou-se ainda por recorrer aos resultados do estudo realizado pela ex-dga (Direção Geral do Ambiente) conjuntamente com o Pág. 85

87 Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa Avaliação da Qualidade do Ar em Portugal - NO 2, SO 2 Tubos de Difusão. Assim, a análise da informação de qualidade do ar disponível centrou-se numa comparação entre os valores registados na rede de monitorização da qualidade do ar, bem como do referido estudo e os valores limite definidos na legislação nacional sobre qualidade do ar. A estação de Paio Pires é uma estação de fundo da Rede de Qualidade do Ar de Lisboa e Vale do Tejo, localizada numa zona rural do concelho da Palmela, e regista os seguintes poluentes atmosféricos: Dióxido de Azoto (NO 2 ), Ozono (O 3 ), Dióxido de Enxofre (SO 2 ) e Partículas <10 µm (PM 10 ). Os dados estatísticos anuais disponibilizados para esta Estação no sítio de internet para o período (período em que os dados se encontram validados), permitiram verificar a evolução da concentração dos poluentes atmosféricos anteriormente referidos na região onde se insere a área de estudo, (ver Quadros seguintes). Quadro 25: Registos de dados de NO 2 na Estação de Paio Pires ( ) Eficiência - base horária (%) Média anual - base horária) (µg/m 3 ) Valor máximo horário (µg/m 3 ) Número de excedências do valor limite horário ,8 29,8 147, ,1 24,4 150, ,5 26,2 140, ,2 25,7 116, ,8 24,6 132,2 0 Quadro 26: Registos de dados de O 3 na Estação de Paio Pires ( ) Eficiência - base horária (%) Média anual - base 8 Horas) (µg/m 3 ) Valor máximo diário (µg/m 3 ) (8h) Número de excedências do valor limite diário (8h)* Número de excedências do valor limite diário ,5 51,0 196, ,1 45,8 128, ,2 53,3 165, ,3 57,9 159, ,3 55,6 151, *- Número de dias do ano em que se verificaram uma ou mais excedências ao valor de 120 µg/m3. A data limite para a sua observância é Sugestão: Consultar Decreto-Lei n.º 320/2003 para obter informações mais detalhadas relativas ao valor-alvo. Pág. 86

88 Quadro 27: Registos de dados de SO 2 na Estação de Paio Pires ( ) Eficiência - base horária (%) Valor máximo diário (µg/m 3 ) Valor máximo horário (µg/m 3 ) Número de excedências do valor limite horário ,9 54,3 422, ,8 30,6 282, ,7 12,3 49, ,9 7,4 26, ,6 7,2 30,6 0 Quadro 28: Registos de dados de PM 10 na Estação de Paio Pires ( ) Eficiência - base horária (%) Média anual - base horária) (µg/m 3 ) Valor máximo horário (µg/m 3 ) Número de excedências do valor limite horário ,5 39,0 243, ,3 36,5 255, ,6 35,9 198, ,9 36,5 179, ,7 38,8 232,6 74 Através da análise das tabelas apresentadas constata-se que, no período em análise, os valores dos poluentes NO 2 e SO 2 foram sempre inferiores aos limites legalmente estabelecidos para Proteção da Saúde Humana (seja em base horária ou anual). Relativamente aos valores de O 3 e PM 10, foram registadas algumas excedências dos limites legalmente estabelecidos, verificando-se que houve no parâmetro O 3 alguns valores superiores ao proposto no número de excedências registadas, para os anos de 2009, 2010 e Desta forma, considera-se que a qualidade do ar registada, tendo como referência os registos da estação de Paio Pires no período de , é de uma forma geral de qualidade boa, apresentando contudo, pontualmente, níveis elevados de Ozono e Partículas com dimensão inferior a 10 µm. O gráfico abaixo demonstra a qualidade de ar da zona em estudo. Pág. 87

89 Figura 44: Frequência de ocorrência dos Índices de Qualidade do Ar (nº de dias/índice) para a zona em estudo. No que diz respeito ao estudo realizado pela ex-dga âmbito do estudo em questão, foram elaboradas duas campanhas de amostragem, uma em Julho de 2000 e outra em Maio de 2001, sendo a primeira representativa do período de Verão e a segunda do período de Inverno. Foram colocados tubos de difusão em 236 pontos (ver o mapa da figura seguinte) percorrendo todo o território. As concentrações de SO 2 (dióxido de enxofre) e NO 2 (dióxido de azoto) medidas são relativas ao período de exposição dos tubos (1 semana). Uma vez que a área de estudo não se encontra abrangida pelas grelhas globais das campanhas de amostragem utilizou-se os dados referentes aos centróides mais próximos. Pág. 88

90 Fonte: DIRECÇÃO GERAL DO AMBIENTE e F.C.T./U.N.L. (2001). Campanha de avaliação das concentrações de dióxido de enxofre e dióxido de azoto no ar ambiente em Portugal, Janeiro de Figura 45: Localização espacial do centróide mais próximo da área em estudo (170) O Quadro seguinte apresenta os valores de interesse para a zona em estudo. Quadro 29: Avaliação da qualidade do ar em Portugal - NO 2, SO 2 Tubos de Difusão - N.º dos Tubos mais próximos da área de estudo Ponto 170 Coordenadas 1ª campanha 2ª campanha NO 2 SO 29S UTM 2 NO 2 SO 2 (μg/m 3 ) (μg/m 3 ) (μg/m 3 ) (μg/m 3 ) ,3 4,7 15,8 <1,3 Embora os valores sejam representativos para um período de 7 dias, ao compara-los com os valores limite fixados pela legislação portuguesa observa-se que estes são valores baixos. Pág. 89

91 Além dos dados e das conclusões retiradas verifica-se que a exploração de uma unidade agropecuária tem sempre efeitos nas alterações climáticas, ainda que na maioria das vezes, de pequena escala, existindo diversas fontes de poluição atmosférica. O principal gás responsável pelo efeito de estufa é o Dióxido de Carbono (CO 2 ), seguindo-selhe o metano (CH 4 ), o qual é 25 vezes mais prejudicial que o CO 2. No caso da exploração de gado bovino, os gases produzidos e libertados para a atmosfera são o CH 4, o Óxido Nitroso (N 2 O) e o CO 2. O CH 4 é produzido diariamente, uma vez que é libertado pelos animais sob a forma de arroto devido ao seu processo digestivo, o qual provoca uma fermentação metabólica. Além disso, ocorre também libertação de CH 4 e de N 2 O, na gestão dos efluentes e na aplicação de compostos no solo. Há que referir ainda a libertação de N 2 O diretamente do solo devido ao aumento do azoto mineral disponível no solo, resultante de aplicações de adubos minerais, efluentes ou resíduos da cultura anterior. A combustão do gasóleo nos motores dos equipamentos e veículos liberta gases, nomeadamente monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO 2 ), óxidos de azoto (NO) e hidrocarbonetos, sendo mais significativa na altura da preparação do terreno/sementeira, podendo considerar-se como uma fonte de poluição atmosférica pontual Situação Futura Sem Projeto Na ausência do projeto, estima-se uma redução das deslocações e da circulação de veículos pesados, de e para a exploração, o que poderia resultar numa redução de emissões de gases no local, mas que seriam pouco significativos, uma vez que na envolvente existem outras explorações agrícolas e/ou pecuárias e considerando a proximidade à A33, que atravessa a propriedade. 5.6 Ruído Considerações de Análise O ruído aparece como uma das principais causas de importunação das populações, podendo ser causador de várias perturbações fisiológicas, tais como hipertensão arterial, perturbações do sono e da capacidade de concentração, dificuldades na audição, permanente ou temporária, ou ainda provocar perturbações psicológicas associadas a situações de stress e cansaço. De Pág. 90

92 tal forma, a avaliação do ambiente sonoro surge da necessidade de se caracterizar o ambiente sonoro na área onde se localiza a Quinta do Paraíso Enquadramento Legal O Regulamento Geral do Ruído (R.G.R.), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, determina que são dois os tipos de zonas que deverão verificar requisitos relativamente à componente ruído Zona Sensível e Zona Mista, e que a distribuição no território nacional das zonas referidas é da competência das Câmaras Municipais (n.º 2 do artigo 6º do R.G.R.), e deve ser baseada no estabelecido nas alíneas v) e x) do Artigo 3º do R.G.R.. Os valores limite de exposição definidos no Artigo 11.º do R.G.R. são: Zonas Mistas: Lden 65 db (A) e Ln 55 db(a) Zonas Sensíveis: Lden 55 db(a) e Ln 45 db(a) Até à classificação das Zonas Sensíveis e Mistas: Lden 63 db(a) e Ln 53 db(a) Ambiente Sonoro Existente A exploração pecuária enquadra-se numa área maioritariamente rural localizada. A envolvente da área em estudo não está classificada nos termos do RGR relativo à prevenção e controlo da poluição sonora. Pode-se considerar esta área como calma, onde o ruído existente tem origem principalmente em fontes rodoviárias - Estrada CM1020, bem como no A33. Estas registam maior utilização nos períodos diurnos. No que diz respeito a fontes emissoras, para além do tráfego rodoviário e principalmente o da A33 - que atravessa a Quinta do Paraíso, é de referir a maquinaria e veículos que circulam na exploração. De realçar a circulação de veículos pesados de e para a exploração, a partir do CM 1020, com vista ao transporte de animais e do produto principal resultante da atividade - o leite. A figura abaixo indica o itinerário feito pelos veículos pesados. Pág. 91

93 Fonte: Google Earth Figura 46:Principais vias rodoviárias na envolvente da exploração Na envolvente foram identificadas algumas explorações agrícolas e agropecuárias que também contribuem para o fluxo rodoviário verificado nas vias envolventes. A figura seguinte demonstra a localização das explorações identificadas. Pág. 92

94 Fonte: Google Earth. Figura 47: Localização das explorações agropecuárias identificadas na envolvente Como principais recetores sensíveis foram identificadas habitações localizadas na envolvente da exploração, conforme figura seguinte. Em termos de proximidade, encontra-se outra habitação a cerca de 600 metros da Quinta do Paraíso, não sendo espectável qualquer interferência da exploração nesta infraestrutura. Não se deve descurar também os trabalhadores da exploração, sendo considerados como recetores sensíveis, uma vez que estão em contato tanto com a maquinaria que se encontra na exploração, como com os sons emitidos pelos animais. Pág. 93

95 Fonte: Google Earth Figura 48: Localização dos recetores sensíveis próximos da exploração (Habitações) Situação Futura Sem Projeto Na ausência do projeto da exploração é expectável a manutenção dos níveis de ruido atuais. 5.7 Componente Ecológica Considerações de análise O capítulo em análise efetua a classificação dos sistemas ecológicos da área de intervenção, nomeadamente nas componentes de fauna, flora e vegetação. Para a caracterização da situação de referência, em termos ecológicos, foram consultadas diversas fontes bibliográficas especializadas, nomeadamente o Atlas das Aves, Livro vermelho dos vertebrados. Deste modo, a caracterização foi executada sobre os grupos de vertebrados, Pág. 94

96 designadamente anfíbios, répteis, mamíferos e aves. Para uma maior aproximação à realidade, foi realizado o levantamento florístico e faunístico, com visita de campo Análise Faunística A análise da fauna presente na área de estudo foi efetuada, tal como já foi referido, através da bibliografia disponível, procedendo-se ao levantamento, organização e sistematização da listagem de espécies propícias de ocorrência. A caracterização faunística incidiu sobre os grupos de vertebrados, designadamente herpetofauna (anfíbios e répteis), mamofauna (mamíferos) e avifauna (aves), como mencionado anteriormente. A mobilidade da maioria das espécies torna difícil definir as fronteiras onde estas se podem encontrar e se estão ou não presentes na área de estudo. Assim, as espécies foram avaliadas pela sua ocorrência potencial (dado que nem todas se observaram no terreno), tendo em conta o tipo de biótopo existente e as exigências ecológicas das mesmas, através da informação bibliográfica. As espécies inventariadas foram classificadas tendo em conta o seu estatuto de conservação, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal 2006 que define as seguintes classes: Criticamente em Perigo (CR), Extinto (E), Em Perigo (EN), Informação Insuficiente (DD), Pouco Preocupante (LC), Não Avaliado (NA), Quase ameaçado (NT), Não Aplicável (NA) e Vulnerável (VU). Uma vez que, devido à sua raridade, estatuto de ameaça ou outros fatores, muitas espécies estão sujeitas a disposições legais, que visam a sua proteção e conservação dos habitats, por isso é também abordada a legislação nacional e comunitária que abrange as espécies existentes na área em estudo Caracterização Faunística Grupo mamofauna A área em estudo apresenta uma grande diversidade de espécies, embora a ocorrência de espécies com valor conservacionista seja pouco provável. De todas as espécies analisadas, verifica-se que compreendem uma taxa considerável distribuição ao nível territorial, sendo comuns mesmo em habitats com marcas de presença humana. Locais como campos agrícolas e áreas florestais apresentam boas condições de abrigo e de alimento, nomeadamente para herbívoros de pequeno e médio porte. Pág. 95

97 A tabela seguinte apresenta as espécies alocadas à área em estudo. Quadro 30:Listagem de possível presença de mamíferos na zona Família Estatuto de Nome vulgar Espécie conservação Legislação Erinaceidae Berna Bona Erinaceus europaeus Ouriço-cacheiro NT III Soricidae Crossidura russula Musaranho-comum NT III Talpidae Talpa occidentalis Toupeira-comum NT II Leporidae Oryctolagus cunniculus Coelho NT Muridae Apodemus sylvaticus Rato-do-campo NT Mus musculus Rato-das-casas NT Mus spretus Rato-do-campo NT Rattus rattus Ratazana-preta NT Rattus norvegicus Ratazana-cinzenta NT Canidae Vulpes vulpes Raposa NT Mustelidae Mustela nivalis Doninha NT III Meles meles Texugo NT III Martes foina Fuinha NT III Putorius putorius Toirão NT III Viverridae Herpestes icneumon Saca-rabos NT III Genetta genetta Geneta NT III Grupo avifauna De acordo com pesquisas bibliográficas efetuadas, das espécies que potencialmente podem se verificar na zona em estudo, apresentam o estatuto de Não Ameaçado em Portugal, existindo apenas uma espécie com o estatuto Vulnerável, a Rola. O número de espécies listadas e analisadas constitui uma riqueza específica baixa, uma vez que representa apenas 23% do total de espécies que caracterizam o território nacional. A tabela abaixo demonstra as espécies atribuídas à área em estudo e o seu estatuto de conservação em Portugal. Pág. 96

98 Quadro 31: Listagem de espécies potenciais na área em estudo Legislação Família Estatuto de Diretiva Nome vulgar Espécie conservação das Aves Berna Bona Podicipedidae Tachybaptus rufficollis Mergulhão-pequeno NT I II II Ardeidae Ixobrychus minutus Garça-pequena LC I II Ardea cinérea Garça-Real NT I III Ciconidae Ciconia ciconia Cegonha-branca LC I II II Falconidae Falco tinnunculus Peneireiro-comum NT I II II Anatidae Anas platyrhynchos Pato-Real NT II/1 III/1 III II Accipiteridae Hieraaetus pennatus Águia-calçada NT I II II Milvus migrans Milhafre-preto NT I II II Buteo buteo Águia-de-asa-redonda NT I II II Phasianidae Alectoris rufa Perdiz-comum NT II/1 III/1 III Rallidae Gallinula chloropus Galinha-d água NT II/2 III Fulica atra Galeirão-comum NT II/1 III/2 III Charadriidae Borrelho-pequeno-decoleira Charadrius dubius NT II II Columbidae Streptopelia turtur Rôla-comum Vulnerável II/2 III Columba palumbus Pombo-torcaz NT II/1 III/1 III Cucullidae Cuculus canorus Cuco-canoro NT III II Strigidae Strix aluco Coruja-do-mato NT II Athene noctua Mocho-galego NT II Utopidae Upopa epops Poupa (*) NT II Meropidae Merops apiaster Abelharouco NT II II Apodidae Apus apus Andorinhão-preto NT III Picidae Dendrocopus major Pica-pau-malhado-grande NT II Alaudidae Calandrella brachydactila Calhandrinha-comum NT I II Galerida cf. cristata Cotovia-de-poupa NT III Lulula arborea Cotovia-pequena NT I III Hirundinidae Riparia riparia Andorinha-das-barreiras NT II Hirundo rustica Andorinha-das-chaminés NT II Delichon urbica Andorinha-dos-beirais NT II Motacillidae Motacilla alba Alvéola-branca NT II Motacilla cinerea Alvéola-cinzenta NT II Troglodytidae Pág. 97

99 Troglodytes troglodytes Carriça NT II Silvidae Toutinegra-de-barretepreto Sylvia atricapilla NT II II Toutinegra-de-cabeçapreta Sylvia melanocephala NT II II Phylloscopus collybita Felosa-comum NT II II Hippolais polyglotta Felosa-poliglota NT II II Cettia cetti Rouxinol-bravo LC II Cisticolidae Cisticola juncidis Fuinha-dos-juncos LC II Acrocephalidae Rouxinol-grande-doscaniços Acrocephalus arundinaceus NT II II Sittidae Sitta europaea Trepadeira-azul NT II Certhiidae Certhia barchydactyla Trepadeira-comum NT II Oriolidae Oriolus oriolus Papa-figos NT II Lannidae Lanius excubitor Picanço-real NT III Lanius senator Picanço-barreteiro NT III Turdidae Phoenicurus ochrurus Rabirruivo-preto NT II II Luscinia megarhynchos Rouxinol-comum NT II II Saxicola torquata Cartaxo-comum NT II II Turdus merula Melro-preto NT III II Turdus iliacus Tordo-ruivo NT III II Turdus philomelus Tordo-músico NT III II Turdus viscivorus Tordoveia NT II/2 III II Corvidae Garrulus Glandarius Gaio-comum NT Corvus corone Gralha-preta NT III Cyanopica cyana Pega-azul NT II Sturnidaedae Sturnus unicolor Estorninho-preto NT II Paridae Parus cristatus Chapim-de-poupa NT II Parus caeruleus Chapim-azul NT II Parus ater Chapim-preto NT II Aegithalidae Aegithalus caudatus Chapim-rabilongo NT II Passeridae Passer domesticus Pardal-comum NT Estrilda astild Bico-de-lacre NT III Plocidae Passer montanus Pardal-montêz NT III Fringillidae Serinus serinus Chamariz NT II Carduelis carduelis Pintassilgo NT II Carduelis chloris Verdilhão NT II Achanthis cannabina Pintarroxo NT II Fringilla coelebs Tentilhão NT II Coccothraustes Bico-grossudo NT II coccothraustes Miliaria calandra Trigueirão NT III Emberizidae Escrevedeira-de-gargantapreta Emberiza cirlus NT II Pág. 98

100 Grupo herpetofauna É possível verificar grandes alterações de detetabilidade ao longo do ciclo anual em resultado de variações sazonais nas taxas de atividade para a fauna herpetológica sendo que muitas espécies apresentam mesmo um período anual de hibernação ou de estivação. Genericamente, os anfíbios apresentam maior atividade durante os meses de Inverno e Primavera. Pelo contrário, os répteis apresentam maior atividade durante os meses de Primavera e Verão. A Tabela abaixo demonstra as espécies atribuídas à área em estudo e o seu estatuto de conservação em Portugal. Família Espécie Quadro 32: Listagem de espécies potenciais na área em estudo Nome vulgar Estatuto de conservação Salamandridae Pleurodeles waltl Salamandra-de-costelassalientes NT III Triturus marmoratus Tritão-verde LC III Discoglossidae Discoglossus pictus Sapo-pintado-do-mediterrâneo LC III Pelobatidae Pelobates cultripes Sapo-de-unha-negra LC II Bufonidae Bufo bufo Sapo-comum NT III Bufo calamita Sapo-corredor LC II Ranidae Rana perezi Rã-verde NT III Scincidae Chalcides chalcides Cobra-de-pernas-tridáctila LC III Psammodromus algirus Lagartixa-do-mato NT III Lacertidae Acanthodactylus erythrurus Lagartixa-de-dedos denteados LC III Lacerta lepida Sardão NT II Psammodromus algirus Lagartixa-do-mato LC III Colubridae Elaphe scalaris Cobra-de-escada NT III Malpolon monspessulanus Cobra-rateira NT III Convenção de Berna Flora e Vegetação Neste capítulo é dada ênfase à caracterização da situação de referência, no que concerne à componente flora e vegetação. Deste modo é executado um enquadramento autofílico e fitogeográfico sucinto para melhor pormenorização da zona em estudo. De acordo com a taxonomia de Carlos et al. (1998), a área de estudo enquadra-se no Reino Holártico, na Região: Mediterrânica, na Sub-região: Mediterrânica Ocidental, na Superprovíncia: Mediterrânica-Iberoatlântica, na Província: Gaditano-Onubo-Algarviense, no Sector Ribatagano-sadense e no Superdistrito Sadense. Pág. 99

101 Face ao exposto, verifica-se que a área em estudo insere-se no Superdistrito Sadense. A seguinte imagem ilustra a localização da área em estudo em concordância com a Carta Biogeográfica de Portugal: Figura 49: Localização da área em estudo de acordo com a Carta Biogeográfica. Fonte: COSTA, J. C, C. AGUIAR, J. H. CAPELO, M. LOUSÃ & C. NETO (1998) O Superdistrito Sadense é caracterizado por solos aluvionares, que são essencialmente derivados de areias podzolizadas, de paleodunas wurmianas ou de cascalheiras duras e arenitos miocénicos (formação da Marateca) e engloba toda a Península de Setúbal e as areias do vale do Sado até Melides e Stª Margarida do Sado. Apresenta espécies endémicas como a Malcolmia lacera subsp. welwitschianus, o Helianthemum apenium subsp. stoechadifolium e a Myrica gale que apresenta uma distribuição elevada nesta zona. A série dos sobreirais psamofilicos termomediterrânicos (Oleo-Querceto suberis S.) ocupa maior parte do território e apresenta ainda comunidades endémicas: o matagal de carvalhiça junípero navicularis-quercetum lusitanicae, o zimbral de paleodunas wurmianas profundas, o urzal-tojal mesófilo Erico umbellatae-ulicetum welwitschiani, o prado psamofilico anual Anacortho macranthero-arenarietum algarbiensis e o mato camefitico de Pág. 100

102 areias sub-nitrofilizadas santolinetum impressae. No sapal Tejo é verificada a maioria das comunidades mediterrânicas que se distribuem pela Província, atingindo assim o seu limite setentrional. (Costa et. al, 1988). Relevância florística De acordo com a Carta Ecológica de Pina Manique e Albuquerque (1982), a zona em estudo insere-se no andar basal Sub-Mediterrânea (SM), onde predominam espécies como, Sobreiro (Quercus suber), Azinheira (Quercus rotundifólia), Casuariana (Casuariana equisetifolia), Cipreste (Cupressus sempervirens), Choupos híbridos, Pinheiros (Pinus spp.) e Pinheiros larício (Pinus nigra). A ilustração seguinte demonstra o enquadramento da zona em estudo com a respetiva zona litogeográfica: Figura 50: Enquadramento das zonas ecológicas de Portugal Continental. Fonte: IGP, Atlas de Portugal. Pág. 101

103 A zona em análise apresenta uma ocupação florestal com presença de pinheiros e eucaliptos, distribuídos pontualmente, alternados com campos agrícolas. Todo o restante zonamento apresenta-se com prados e alguma vegetação ripícola nas margens das linhas de água (silvas). Figura 51: Prado Figura 52: Campo agrícola Pág. 102

104 Figura 53: Presença de pinheiros e eucaliptos Situação Futura Sem Projeto Na ausência do projeto, seria expectável que se verificassem as condições ecológicas semelhantes à envolvente, onde predominam áreas de cultivo. De referir, da sua inexistência, que seria expectável uma redução de tráfego nas vias envolventes, e como consequência uma redução da perturbação dos habitats já existentes. Não se perspetivam, no entanto, alterações na componente ecológica na evolução do território, uma vez que não estão previstas ações de construção na exploração em apreço. 5.8 Paisagem Enquadramento A caracterização da paisagem na envolvente da Quinta do Paraíso teve por base o conhecimento biofísico do local e da região, de forma a permitir traçar o cenário paisagístico típico do local e a definição das diferentes unidades e/ou subunidades constituintes do território em análise. A fotointerpretação bem como as visitas à exploração e envolvente permitiram obter uma perceção visual da paisagem que contribui para a definição das unidades ao nível visual. Pág. 103

105 5.8.2 Diagnose da Paisagem A unidade de paisagem presente na zona em estudo enquadra-se regionalmente no Grupo N - Área Metropolitana de Lisboa Sul, no Arco Ribeirinho Almada-Montijo. No concelho da Moita, onde se localiza a Quinta do Paraíso, distinguem-se os seguintes tipos de paisagem: Espaço Ribeirinho - que apresenta uma ocupação urbana, usos portuários, industriais ou áreas abandonadas que outrora tiveram ligação ao rio Tejo; Espaço Rural, onde se distinguem áreas de atividades agrícolas e pecuárias e áreas de espaço rural residencial (ligado a atividades agrícolas), mas onde também ocorrem indústrias isoladas, instalações turísticas, equipamentos coletivos e outras infraestruturas; A área onde se localiza a Quinta do Paraíso - Alhos Vedros, é um território marcadamente rural, sendo marcada por um uso agroflorestal. Em termos ecológicos a área em estudo inserese numa zona fitogeográfica Centro-Sul Plistocénico e num tipo de paisagem de zona de Ribeira subatlântica (dominante em regadio). Figura 54: Tipo de Paisagem Pág. 104

106 A nível local, considera-se que a paisagem na envolvente da Quinta do Paraíso apresenta um relevo relativamente homogéneo, pouco acidentado, não se verificando propriamente pontos de vista dominantes para a paisagem. O tipo de paisagem verificado, do tipo plano e com usos do solo maioritariamente agrícolas permite de qualquer ponto um campo visual alargado. Destaca-se o facto de o campo de visão a partir do limite da propriedade em direção a oeste está mais condicionado pelo facto de existir um povoamento relativamente denso de pinhal, mas nas restantes direções a visibilidade estará livre e desimpedida. Limite Exploração CM Oeste - Norte Pág. 105

107 Vista Limite Exploração CM1020 Zona A- Oeste Vista Este-Oeste (Zona B - Zona A) Vista Sul - (a sul da A33) Pág. 106

108 A visibilidade na localização proposta para a exploração ocorre num espaço alargado, a partir do caminho municipal em direção a este, uma vez que a envolvente a oeste do caminho surge associada a povoamentos de pinheiros. Relativamente às linhas de água existentes mais próximas, destaca-se o Rio da Moita, que atravessa a propriedade no sentido sul/norte e que é acompanhado por vegetação de média dimensão, nomeadamente por canavial, conforme figura seguinte. * em cima - vista Zona B - Zona A (este-oeste) * em baixo - rio da moita - vegetação envolvente Evolução previsível sem projeto Não se perspetivam alterações na componente paisagística na evolução do território, uma vez que não estão previstas ações de construção na exploração em apreço. 5.9 Componente Social e Económica Considerações Metodológicas Neste descritor pretende-se analisar a estrutura e dinâmica populacional na área onde se localiza a exploração, bem como os principais aspetos de natureza económica que a Pág. 107

109 caracterizam. Serão analisadas as componentes sociais, demográficas, de povoamento, estrutura socioprodutiva, económica e das infraestruturas básicas de apoio à população. Esta caracterização foi efetuada com recurso a informação estatística recolhida em fontes oficiais (INE, Instituto do Ambiente, CCDR-LVT, Câmara Municipal da Moita), planos e regulamentos com incidência na área de intervenção e demais bibliografia para a caracterização da situação de referência. A nível estatístico recorreu-se a informação referente aos últimos censos (2011, 2001), ao Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011) e a dados estatísticos municipais, de forma a poder efetuar uma análise comparativa da evolução das condições socioeconómicas locais, e sempre que possível, com recurso a informação estatística mais recente, o que possibilita obter uma visão mais aproximada das atuais tendências evolutivas. A nível territorial foram obtidos dados referentes às várias unidades territoriais identificadas, mas a abordagem efetuada incidirá sobre o concelho e, sempre que exista informação disponível, sobre as condições sociais e económicas da freguesia onde se insere o projeto. No ponto relativo à Estrutura Económica Concelhia pretende-se fazer o balanço das principais atividades produtivas, tendo sido dada ênfase à população empregada por sector de atividade que permite ver quais os sectores de atividade mais preponderantes no território, população ativa e situação face ao emprego, empresas sedeadas por unidade territorial segundo a CAE, bem como por escalão de pessoal ao serviço permite perceber e caracterizar a estrutura empresarial da região. Será ainda analisado o sector agropecuário face aos dados disponíveis. A metodologia utilizada e análise subsequente tendem a determinar as principais características do território, que permitem a posterior avaliação de impactes ambientais suscetíveis de interferir na situação de referência. Por último será apresentada uma breve análise em termos de povoamento, infraestruturas, acessibilidades Estruturas e Dinâmicas Demográficas O projeto em avaliação localiza-se no município da Moita, quase na totalidade na freguesia de Alhos Vedros, intersectando uma pequena área a freguesia da Moita. Pág. 108

110 Figura 55: Presença de pinheiros e eucaliptos. A Quinta do Paraíso dista cerca de 1,5 km da vila da Moita e da localidade de Arroteias, e a acerca de 1 km do Brejo da Moita (sudeste da exploração). De acordo com o quadro seguinte verifica-se que à data dos censos de 2011 o município da Moita registava residentes, o que corresponde a 0,63% do total dos residentes nacionais. Internamente, ao nível de freguesia, como mais populosas nessa data surgem Baixa da Banheira, concentrando cerca de 32% do total do concelho, seguida das freguesias da Moita e de Alhos Vedros, com 26,7% e 22,8% respetivamente. em conjunto estas três freguesias concentram 81,4% do total da população do concelho. (ver quadro seguinte). Em termos de estrutura etária o concelho surge como um território maioritariamente adulto, com tendência a envelhecido, sendo que a população residente com mais de 65 anos é de Pág. 109

111 17% do total do concelho e a população ativa (entre os 25 e os 65 anos) é de 65,67% do total da população residente. Quadro 33: Distribuição da População Residente por Grupo Etário (2011) População residente (N.º) por Local de residência (2011) Grupo etário Total 0-14 anos anos anos 65 e mais anos N.º N.º N.º N.º N.º Portugal Moita (concelho) % % 7424 % % % Alhos Vedros , , , , ,6 Baixa da Banheira , , , , ,5 Moita , , , , ,1 Gaio-Rosário , , , , ,8 Sarilhos Pequenos , ,8 97 1, , ,3 Vale da Amoreira , , , , ,6 Da análise do Quadro seguinte verifica-se que o município da Moita apresenta uma evolução negativa, na ordem dos -2% da sua população residente, inversamente à tendência verificada a nível nacional (+2%), da região de Lisboa com ganhos de 6% e da Península de Setúbal com um ganho populacional de 9%. De destacar o facto de a maior perda ocorrer no grupo etário dos 15 aos 24 anos, ou seja da população jovem, registando uma perda de 28% em dez anos. Em contrapartida verifica-se um aumento de cerca de 30% no grupo de 65 e mais anos. Internamente, as suas freguesias identificam-se dois grupos de freguesias: Baixa da Banheira, Moita e Vale da Amoreira - com as maiores perdas de população residente, principalmente nas faixas etárias jovens e em idade ativa e com acréscimos de população no grupo etário de 65 e mais anos na ordem dos 30%, 46,8% e 20% respetivamente; Alhos Vedros, Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos - surgem como as freguesias com uma dinâmica populacional positiva, apresentando ganhos populacionais de 19,3%/ 24,3% e de 9,6% respetivamente. Os grupos etários mais jovens registam um forte crescimento que vai dos 31% aos 65%. Pág. 110

112 Na principal freguesia em que se insere a Quinta do Paraíso verifica-se, desta forma, um rejuvenescimento populacional ocorrido no ultimo período intercensitário, e com um acréscimo de cerca de 20% da sua população residente. Quadro 34: Variação da População Residente por Grupo Etário (2011) Taxa de variação da população residente ( ) (%) por Local de residência Grupo etário Total 0-14 anos anos anos 65 e mais anos % % % % % Portugal 1,99-5,09-22,46 5,54 18,69 Lisboa 6,01 10,51-19,56 5,80 25,31 Península de Setúbal 9,07 12,90-20,16 8,25 36,86 Moita (concelho) -2,11-6,07-28,02-1,18 29,80 Alhos Vedros 19,31 30,89-18,51 24,68 23,06 Baixa da Banheira -11,08-17,92-30,90-13,89 29,41 Moita 5,54 2,89-27,52 6,12 46,78 Gaio-Rosário 24,32 65,38-5,56 24,05 16,29 Sarilhos Pequenos 9,63 43, ,14-3 Vale da Amoreira -20,19-33,06-33,71-16,14 20,18 Fonte: INE, Indicadores Demográficos. O índice de envelhecimento constitui um indicador bastante relevante no estudo da estrutura etária da população. Este índice traduz a relação entre a população idosa (65 anos ou mais) e a população mais jovem (dos 0 aos 14 anos). No quadro seguinte observa-se a distribuição deste indicador nos vários níveis territoriais em análise, o que permite comparar unidades de análise e melhor compreender a estrutura da população local, onde se insere a presente exploração. Comparativamente ao concelho, verifica-se que a freguesia de Alhos Vedros e da Moita, onde se localiza a exploração da Quinta do Paraíso, registam evoluções inversas em termos de envelhecimento populacional. Enquanto Alhos Vedros regista um rejuvenescimento populacional entre 2001 e 2011, tendo passado de 100,7% para 95%, já a freguesia da Moita verifica um envelhecimento significativo, tendo passado de 76% para 109%. Pág. 111

113 Quadro 35: Índice de Envelhecimento por local de Residência (2001;2011) Índice de envelhecimento Portugal 102,2 129 Lisboa 103,4 118 Península de Setúbal 93,4 114 Moita 77,3 108 Alhos Vedros 100,7 95 Baixa da Banheira 85,5 136 Moita 76,2 109 Gaio-Rosário 136,9 98 Sarilhos Pequenos 205,3 141 Vale da Amoreira Fonte: INE, Indicadores Demográficos. Relativamente ao crescimento efetivo, que se reporta ao acréscimo populacional realmente verificado em determinado território, verifica-se uma ligeira perda a nível nacional em 2012 (- 0,52 %), tendo passado de positivo a negativo entre 1992 a A tendência para um crescimento efetivo negativo é comum à região e ao concelho, no entanto. Realça-se o facto de entre 1992 e 2002 se ter verificado um crescimento positivo em todas as unidades de análise. Quadro 36: Taxa de Crescimento Efetivo (2012, 2001, 1992) Evolução da Taxa de crescimento efetivo (%) Portugal -0,52 0,48 0,05 Região Lisboa -0,31 0,88 0,01 Península de Setúbal -0,06 1,17 0,62 Moita -0,45 0,03-0,09 Fonte: INE, Indicadores Demográficos. Os indicadores populacionais apresentados no quadro seguinte, indicam que a nível nacional temos vindo a registar uma regressão na taxa bruta de natalidade, tendo-se passado de 11,5 em 1992 para 8,5 em 2012, tendência também verificada na região e sub-região da Península de Setúbal. O concelho da Moita apresentava em 1992 cerca de 11,7 de taxa de natalidade, tendo registado uma subida em 2002 para 12,4 e de novo uma regressão em 2012 para 10,4. Pág. 112

114 Quadro 37: Indicadores Populacionais (2012, 2002 e 1992) Taxa bruta de natalidade ( ) Taxa bruta de mortalidade ( ) Portugal 8, ,5 10,2 10,2 10,1 Região de Lisboa 10, ,1 9,3 9,7 9,4 Península de Setúbal 10,1 12,2 10,9 9,6 9,5 8,8 Moita 10,4 12,4 11,7 10 9,7 8,2 Fonte: INE, Indicadores Demográficos. No que concerne à taxa bruta de mortalidade, desde 2002 que esta taxa a nível nacional se mantém inalterável, registando um valor de 10,2. Na Península de Setúbal e no concelho da Moita assiste-se no período apresentado um aumento da taxa de mortalidade, crescimento que foi na sub-região de 0,8 e no concelho de 1, Nível de Instrução da População O nível de instrução de uma população é um elemento determinante para o seu desenvolvimento, e as qualificações da população em idade ativa constituem um fator de competitividade territorial e económico. No que respeita à taxa de analfabetismo da população residente no continente, observa-se uma percentagem de analfabetos na ordem dos 5,2% de acordo com os censos de 2011, percentagem que era de 11% em 1991, o que revela o sucesso na redução do analfabetismo da população portuguesa nas últimas décadas. Na região de Lisboa e na sub-região da Península de Setúbal registam evoluções bastante favoráveis do analfabetismo, tendo passado de 6% e de 8% para 3,2% e 3,85% respetivamente. O concelho da Moita surge com uma taxa de analfabetismo intermédia entre o verificado a nível nacional e o regional, apresentando em 2011 uma taxa de 4,4% de analfabetismo, tendo reduzido para cerca de metade desde Relativamente às freguesias que integram o concelho da Moita, apenas Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos apresentam valores ainda elevados da taxa de analfabetismo, enquanto que as restantes freguesias, incluindo as freguesias onde se localiza a Quinta do Paraíso apresentam valores ligeiramente mais baixos que a média concelhia. Pág. 113

115 Quadro 38: Taxa de Analfabetismo ( ) Taxa de analfabetismo (%) Portugal 5,23 9,03 11,01 Região de Lisboa 3,23 5,73 6,19 Península de Setúbal 3,85 6,99 8,06 Moita 4,40 7,86 8,99 Alhos Vedros 3,94 8,71 11,11 Baixa da Banheira 4,16 7,63 9,23 Moita 4,28 7,02 9,13 Gaio-Rosário 6,18 15,57 17,96 Sarilhos Pequenos 9,84 21,01 22,33 Vale da Amoreira 4,98 6,74 4,50 Fonte: INE. No Quadro e Figura seguinte pode verificar-se a distribuição da população residente por unidade territorial e grau de instrução. No concelho da Moita, surge com maior preponderância na população do ensino básico 1º ciclo (56,8%), ensino secundário (20,5%) e ensino superior (10,7%). Constata-se que 9,1% da população residente no concelho não apresenta nenhum nível de escolaridade. Figura 56: Distribuição da população residente por qualificação académica no concelho da Moita (2011) Relativamente às freguesias de Alhos Vedros e da Moita, apresentam uma tendência em tusdo semelhante ao verificado no concelho registando cerca de 525 e 54% da população residente com o ensino básico, seguido do ensino secundário e ensino superior. Pág. 114

116 Quadro 39: População Residente por Local de Residência e Qualificação Académica (2011) Total Nenhum nível de escolaridade População residente (N.º) por Local de residência (2011) e Nível de escolaridade Ensino pré-escolar Ensino básico Ensino secundário Ensino póssecundário Ensino superior N.º N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % Portugal , , , , , ,4 Região de Lisboa , , , , , ,0 Península de Setúbal , , , , , ,0 Moita (concelho) , , , , , ,7 Alhos Vedros , , , , , ,3 Baixa da Banheira , , , , , ,6 Moita , , , , , ,4 Gaio-Rosário ,1 36 2, , ,2 6 0, ,3 Sarilhos Pequenos ,5 38 3, , ,7 2 0, ,2 Vale da Amoreira , , , ,2 88 0, ,9 Fonte: INE. Pág. 115

117 5.9.4 Atividades Económicas e Estruturação Socio-Produtiva Em termos da estrutura produtiva e económica, verifica-se que o concelho da Moita apresenta algumas debilidades em termos do seu posicionamento territorial face à área metropolitana bem como uma estrutura empresarial e produtiva débil, pouco diversificada, de pequena dimensão e pouco qualificada (de acordo com dados do relatório do PDM da Moita). Surgem como potencialidades um conjunto de infraestruturas de acessibilidades existentes no concelho e na sua proximidade como a ponte vasco da gama e a A33 que trouxe novas possibilidades de melhor posicionamento do concelho na região e sub-região. Analisando a taxa de atividade da população residente, verifica-se que a Moita registava 47,59% da sua população empregada em 2011, valor ligeiramente inferior à região de Lisboa e sub-região em que se insere, e muito aproximado da taxa nacional (47,56 %), sendo que na freguesia de Alhos Vedros esta é de 40,50% e na freguesia da Moita de 48,96%. Refere-se que estas freguesias apresentam a maior taxa de atividade de entre as freguesias do concelho. No que respeita à taxa de desemprego os valores registados no concelho (17,9%) são superiores à média nacional que em 2011 era de 13,2% e da Península de Setúbal (14,5%). Na freguesia de Alhos Vedros a taxa de desemprego rondava os 15,27% e na freguesia da Moita (15,46%). Quadro 40: Taxa de Atividade e de Desemprego (2011) Taxa de atividade (%) Taxa de Desemprego (%) 2011 Portugal 47,56 13,18 Lisboa (região) 49,79 12,94 Península de Setúbal 48,82 14,53 Moita (concelho) 47,59 17,87 Alhos Vedros 50,05 15,27 Baixa da Banheira 45,81 18,28 Moita 48,96 15,46 Gaio-Rosário 45,97 11,88 Sarilhos Pequenos 44,52 10,16 Vale da Amoreira 45,77 27,60 Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação (2011) Pág. 116

118 Quanto à população empregada por sector de atividade, de acordo com o quadro seguinte, verifica-se que o maior sector empregador no conjunto das unidades territoriais analisadas é o sector terciário, que emprega cerca de 70,5% da população nacional e 82,7% da população da região de Lisboa, em detrimento do setor primário, que apresenta um peso muito reduzido no contexto nacional e regional. Quadro 41: População empregada por sector de atividade económica (2011) População empregada (N.º) por Local de residência (2011) Sector de atividade económica Total Sector primário Sector secundário N.º N.º N.º Sector terciário Portugal , , ,0 70,5 Lisboa (região) , , ,0 82,7 Península de Setúbal , , ,0 78,8 Moita (concelho) , , ,0 76,2 Alhos Vedros , ,9 4787,0 75,0 Baixa da Banheira , ,9 6074,0 77,0 Moita , ,7 5553,0 76,0 Gaio-Rosário , ,3 383,0 77,1 Sarilhos Pequenos , ,2 355,0 77,2 Vale da Amoreira , ,6 2517,0 77,0 Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação (2011) No concelho da Moita, o setor terciário também surge como principal setor a empregar a população (76,2%). Embora este concelho surja maioritariamente terciário no seu conjunto, destaca-se o facto de o setor secundário se destacar em comparação à região de Lisboa (16,6%) e sub-região da Península de Setúbal (19,7%), que regista na Moita um peso de 23%. O setor primário tem uma representação diminuta no contexto global do concelho e das freguesias. Analisando a população empregada por freguesia, verificam-se que Alhos Vedros surge como a freguesia do concelho com maior percentagem de população empregada no setor secundário (23,9%), registando a freguesia da Moita uma percentagem de 22,7%. O setor terciário predomina nestas freguesia onde se localiza a Quinta do Paraíso, registando valores em tudo semelhantes ao concelho. Pág. 117

119 Quando analisada a população portuguesa empregada por sector de atividade económica (CAE Rev. 3) em 2011, verifica-se uma predominância nos sectores do Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos (17,3%) e do sector da indústria transformadora (16,4%), que em conjunto empregam cerca de 33,7% do total da população portuguesa do continente. Esta tendência de concentração do emprego é comum na Península de Setúbal, concelho da Moita e nas freguesias que o constituem. Da análise do quadro que se segue é possível fazer um retrato das atividades económicas que mais empregam no concelho da Moita e respetivas freguesias. O concelho da Moita apresenta como principais atividade empregadora o comércio (18,3%), seguindo-se as Indústrias Transformadoras (14,6%) e o setor da Administração Pública e Defesa (10,3%). Nas freguesias objeto de avaliação, Alhos Vedros e Moita, a estrutura dos setores de atividade que mais empregam é a mesma do concelho. Pág. 118

120 Quadro 42: População empregada por atividade económica (2011) (CAE Rev. 3) População empregada (N.º) por Local de residência (2011) Atividade económica (CAE Rev. 3) Total A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U N.º % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % Portugal ,1 0,3 16,4 0,6 0,7 8,5 17,3 3,7 6,7 2,3 2,4 0,6 4,1 4,4 7,2 8,6 8,2 1,0 2,0 1,9 0,0 Península de Setúbal ,5 0,1 11,6 0,7 0,8 6,5 17,0 4,7 7,0 3,7 3,4 0,7 4,4 5,9 9,9 8,3 8,5 1,2 2,4 1,6 0,0 Moita (concelho) ,8 0,0 14,6 0,6 0,8 6,9 18,3 5,2 6,9 2,9 2,2 0,6 2,8 6,7 10,3 7,2 8,2 0,9 2,4 1,7 0,0 Alhos Vedros ,1 0,0 15,4 0,6 1,0 6,8 18,3 6,0 5,8 3,1 2,6 0,7 3,1 5,7 10,0 7,1 8,1 1,1 2,4 1,0 0,0 Baixa da Banheira ,2 0,0 15,4 0,6 0,6 6,3 18,4 5,2 7,1 2,8 2,2 0,5 2,3 7,8 8,9 6,9 9,1 0,9 2,7 2,0 0,0 Moita ,3 0,0 14,6 0,8 0,8 6,5 19,2 4,5 5,5 3,2 2,3 0,6 3,5 5,2 12,2 7,9 7,3 0,7 2,2 1,5 0,0 Gaio-Rosário 497 1,6 0,0 14,7 0,6 1,0 5,0 20,1 7,6 5,2 2,8 1,4 0,6 3,0 3,8 11,5 10,1 6,2 1,0 2,6 1,0 0,0 Sarilhos Pequenos 460 0,7 0,0 15,4 0,9 1,5 4,3 19,8 10,9 5,7 2,2 2,2 0,7 2,6 6,1 8,3 6,7 10,2 0,7 0,7 0,7 0,0 Vale da Amoreira ,4 0,1 11,0 0,4 1,0 10,1 15,4 4,3 11,7 2,5 0,9 0,4 2,0 10,0 9,6 6,3 8,1 0,6 1,9 3,3 0,0 Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação (2011) Legenda: A Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca L Atividades imobiliárias B Indústrias extrativas M Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares C Indústrias transformadoras N Atividades administrativas e dos serviços de apoio D Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio O Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória E Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição P Educação F Construção Q Atividades de saúde humana e apoio social G Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos R Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas H Transportes e Armazenagem S Outras atividades de serviços I Alojamento, restauração e similares T Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio J Atividades de informação e de comunicação U Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais K Atividades financeiras e de seguros Atividades económicas que mais empregam Pág. 119

121 Ao analisar a distribuição das empresas por município, segundo a CAE Rev. 3, salienta-se o reduzido peso da concentração de empresas no município da Moita, no contexto da Península de Setúbal, concentrando apenas 6,4%% do total das empresas desta sub-região em A Península de Setúbal concentra cerca de 22% do total das empresas da região de Lisboa, detendo alguma relevância em termos de dinamismo económico regional. No contexto nacional, regional e concelhio verifica-se que entre 2005 e 2011 houve uma redução generalizada do número de empresas. Surgem como principais sectores de atividade com maior concentração de empresas no país em 2011, o comércio por grosso e a retalho, seguido de atividades administrativas, atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e construção. Refere-se que de 2005 para 2011 houve uma perda de relevância no setor agrícola na ordem dos 2,7%. Na região da Península de Setúbal em 2011, surgem como principais setores com maior número de empresas os mesmos que no país, à exceção do peso das Atividades de saúde humana e apoio social, que surgem no quarto lugar. De forma a perceber a estrutura empresarial do município da Moita, verifica-se que em 2011 surgem com maior peso os setores o comércio por grosso e a retalho, seguido de atividades administrativas, atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e ainda o setor do alojamento, restauração e similares. Em termos do setor agrícola, o seu peso apenas representava em 2011 cerca de 2,4% do total do concelho, tendo-se registado uma perda aproximada de 19,8% do total das empresas deste setor entre 2005 e Pág. 120

122 Quadro 43: Empresas, segundo a CAE-Rev.3 (2005;2011) Empresas (N.º) por Localização geográfica, Atividade económica (CAE Rev. 3) Total A B C D E F G H I J L M N P Q R S N.º Portugal Lisboa Península de Setúbal Moita Portugal Lisboa Península de Setúbal Moita Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011) Legenda: A Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca J Atividades de informação e de comunicação B Indústrias extrativas L Atividades imobiliárias C Indústrias transformadoras M Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares D Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio N Atividades administrativas e dos serviços de apoio E Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos de despoluição P Educação F Construção Q Atividades de saúde humana e apoio social G Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos H Transportes e armazenagem S Outras atividades de serviços I Alojamento, restauração e similares R Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e criativas Pág. 121

123 O Sector Agropecuário De modo a proceder à avaliação do setor agropecuário na região e concelho da Moita, e uma vez que se trata do setor de atividade afeto à exploração da Quinta do Paraíso, analisaram-se um conjunto de indicadores de agricultura por município. De acordo com o Quadro seguinte, verifica-se que a Superfície Agrícola Utilizada (SAU) no contexto da Península de Setúbal demonstra maior peso nos concelhos do Montijo, Alcochete, com cerca de 22,0 ha e 22,2 ha por exploração, respetivamente, sendo que para o município onde se encontra implantada a exploração, Moita, o valor representado é de apenas 4,2 ha. O indicador em questão permite aferir a importância da agricultura no conjunto das explorações, isto é, o conjunto de terras aproveitadas para exploração agrícola e de baldio (no caso de quando usadas na alimentação do efetivo pecuário da exploração). O concelho da Moita surge com uma SAU inferior à sub-região da Península de Setúbal e do verificado a nível nacional, detendo aqui a agricultura um peso pouco significativo na economia, uma vez que concentra apenas 2,4% do total das empresas concelhias e emprega 0,8% do total da população empregada. No que toca à produção de gado por exploração, verifica-se que a nível nacional surge com maior peso o gado suíno e ovino, enquanto na Península de Setúbal destaca-se o gado suíno com maior relevância, na ordem dos 672,4 suínos por exploração. Quanto à avaliação a nível do concelho, constata-se que dentro da sub-região, Alcochete e Montijo apresentam-se, entre os concelhos com maior número de bovinos por exploração, (respetivamente 265,8 e 202,2 por exploração), pelo contrário e contrastando com esses valores, Almada e Seixal apresentam os menores números de bovinos por exploração, 10,4 e 17,0 por exploração respetivamente. No concelho da Moita, da análise do Quadro seguinte, predomina a produção de vacas leiteiras por exploração (161,5 por exploração), seguido da produção de bovinos (149,4 por exploração) e do o gado suíno (69,7 por exploração). No que se refere à atividade tendo por base os gados ovino e caprino, considera-se existir uma fraca concentração de atividades do género, neste concelho. Pág. 122

124 Quadro 44: Indicadores de agricultura por município (2009) Superfície agrícola utilizada (SAU) por exploração Bovinos por exploração Vacas leiteiras por exploração Suínos por exploração Ovinos por exploração Caprinos por exploração Cabeças normais por SAU ha Nº. Portugal 12,0 28,6 26,7 38,2 42,9 12,9 0,60 Península de Setúbal 14,6 147,2 118,0 672,4 66,7 23,5 1,08 Alcochete 22,2 265,8-421,2 31,9 13,3 0,89 Almada 3,5 10,4 11,0 2,6 56,3 24,2 0,81 Barreiro 5,0 38,6-2,3 26,9 19,0 1,34 Moita 4,2 149,4 161,5 69,7 22,3 26,3 2,69 Montijo 22,0 162,7 201,0 3299,6 92,2 15,2 1,98 Palmela 14,8 202,2 132,3 325,4 82,8 23,9 0,73 Seixal 12,6 17,0 2,0 7,0 29,8 27,3 0,20 Sesimbra 9,2 35,2 3,0 4,1 33,3 20,0 0,22 Setúbal 9,8 47,3 1,5 2,9 64,6 29,0 0,50 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011) Pág. 123

125 5.9.5 Equipamentos e Infraestruturas Básicas Drenagem de Águas Residuais No concelho de Moita, a drenagem de águas residuais é efetuada por um conjunto de redes separativas e uma rede unitária, sendo os efluentes conduzidos, na sua grande maioria para órgãos de elevação e de tratamento, e após depuração são rejeitados em linhas de água. O sistema que serve a zona oeste, onde se encontra o concelho de Moita, é o Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal, S.A. e que engloba os municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, e abrange uma população de cerca de 381 mil residentes (2012). Figura 57: Sistema da SIMARSUL Fonte: Simarsul. Pág. 124

126 De acordo com dados do INE, verifica-se que Moita registava em 2009, cerca de 97% da sua população servida por sistemas de drenagem de águas residuais, sendo uma percentagem superior ao verificado a nível da região da Península de Setúbal (93%) bem como superior à percentagem nacional (84%). Em termos de população servia por estações de tratamento de águas residuais (ETAR), enquanto a nível nacional aproxima-se dos 74%, na Região da Península de Setúbal, segundo dados de 2009, esse valor ronda os 63%. O Município da Moita surge com resultados que rondam os 11% da sua população servida por este serviço. Quadro 45: Indicadores Ambientais (2009) Sistemas de drenagem de águas residuais População servida por Estações de tratamento de águas residuais (ETAR) % 2009 Continente Península de Setúbal Alcochete Almada Barreiro 96 - Moita Montijo Palmela Seixal Sesimbra Setúbal Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011) Abastecimento de Água O abastecimento público de água no concelho de Moita é efetuado através de uma rede de origem subterrânea, sendo provida de cerca de 11 furos. A capitação diária para o concelho é de cerca de 200 litros/habitante, sendo que o caudal captado anualmente ronda os 4,4 milhões de metros. Analisando os dados em termos de abastecimento de água, verifica-se que a população servida por sistemas de abastecimento de água era em 2009 de 97% no concelho da Moita, enquanto que a nível nacional registava-se o 96%. Pág. 125

127 Quadro 46: População servida por sistemas de abastecimento de água População servida por sistemas de abastecimento de água Continente 96 Lisboa (região) 99 Península de Setúbal 99 Alcochete 52 Almada 100 Barreiro 100 Moita 97 Montijo 97 Palmela 96 Seixal 100 Sesimbra 100 Setúbal 100 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011) Resíduos Sólidos Urbanos O concelho da Moita integra o sistema intermultimunicipal de valorização de resíduos sólidos AMARSUL, S.A., que é responsável pela gestão do sistema de valorização e tratamento de resíduos sólidos da margem sul do Tejo. A AMARSUL apresenta a concessão para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos nos nove municípios da Península de Setúbal. Serviços prestados pela empresa: Recolha de Resíduos; Lavagem e Manutenção de Ecopontos; Receção de Resíduos em Aterro; Receção de Resíduos em Ecocentros; Analisando o quadro seguinte constata-se que Moita apresentava no ano de 2011, 495 kg de resíduos urbanos recolhidos por habitante, sendo um valor abaixo do registado na Península de Setúbal. Quanto a resíduos recolhidos de forma seletiva, nesse ano na Moita apenas representava 6% do total dos resíduos recolhidos, valor muito baixo comparativamente com o país. Pág. 126

128 Quadro 47: Proporção de edifícios servidos por recolha de resíduos sólidos urbanos Resíduos urbanos recolhidos por habitante Proporção de resíduos urbanos recolhidos seletivamente Kg % 2011 Continente Península de Setúbal Alcochete Almada Barreiro Moita Montijo Palmela Seixal Sesimbra Setúbal Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região de Lisboa (2011). Na exploração da Quinta do Paraíso, os resíduos sólidos produzidos distribuem-se por resíduos domésticos, provenientes das instalações existentes e áreas habitacionais/escritórios existentes, os resíduos hospitalares e os resíduos resultantes da morte de animais na exploração. Os resíduos domésticos produzidos são encaminhados para contentores municipais e serão recolhidos pelas entidades responsáveis a nível municipal para esse fim. No que respeita aos resíduos farmacêuticos a exploração tem acordo com uma empresa para a recolha de resíduos hospitalares, assim como ocorre com a recolha de cadáveres, que também está acautelada por uma infraestrutura composta por câmara frigorífica e onde são depositados as carcaças e onde são recolhidos através da empresa ITS, reduzindo perigos de contaminação, quer ambiental, quer de pessoas e animais Modos de Vida, Povoamento e Identidades Territoriais Em termos de povoamento, o concelho da Moita constitui um território da margem sul do estuário do Tejo que apresentou ao longo das últimas décadas uma tendência de evolução populacional muito positiva, embora no último período intercensitário se tenha assistido a uma tendência inversa. Pág. 127

129 O crescimento verificado anteriormente prendeu-se em grande parte com o crescimento da oferta de trabalho, principalmente no setor industrial, sob a forma de grandes complexos industriais que se fixaram nesta margem do Tejo. O território municipal divide-se entre a frente ribeirinha, mais ocupada em termos urbanísticos e populacionais, e o interior mais rural. Em termos urbanos distinguem duas áreas principais, separadas pelo designado Vale do Grou: Baixa da Banheira, Alhos Vedros e Vale da Amoreira - estreitamente relacionados com a área urbana do Barreiro e com um desenvolvimento sustentado na construção da rede viária e na ocupação dos espaços intersticiais; Vila da Moita, Fonte da Prata e Arroteias - constitui um território mais central, onde se localizam os terrenos urbanizáveis e com condições para fixação de novas funções e construção de novos espaços urbanos. O espaço rural assume especial relevância no concelho em termos de ordenamento de estruturação de uma estrutura verde, onde se ficam atividades económicas com algum dinamismo como a horticultura, fruticultura ou a pecuária leiteira. Este território, onde se localiza a Quinta do Paraíso corresponde a um território onde predomina a ocupação residencial de baica densidade Figura 58: Freguesias do município da Moita Pág. 128

130 5.9.7 Acessibilidades No que respeita a acessibilidades, o concelho da Moita localiza-se num enquadramento favorável em termos de acessos de importância nacional, devido à proximidade com importantes eixos como: Autoestrada A33, que liga a autoestrada A12 à autoestrada A2, autoestradas estas, que garantem a ligação entre as duas margens do Estuário do Tejo; Ex-EN11-2, que permite a ligação entre a Ex-EN11 ao IC21 no Barreiro; EN379-2, que faz a ligação entre os concelhos da Moita, Palmela e Setúbal. No que toca a redes viárias secundárias, asseguram as funções distribuidoras e coletoras entre as vias da rede primária e os diversos tipos de polos de geração e atração de tráfego. Deste modo, é possível enumerar um conjunto de vias que se denominam como vias distribuidoras, tal como as: EM533-1, EM505 e EM506, bem como os caminhos municipais 1020, 1022 e Quanto à rede ferroviária, foi executada uma melhoria no ano de 2008, que permitiu a eletrificação, a substituição de material circulante e o desnivelamento com a rede rodoviária, permitindo assim um aumento na eficiência do transporte. No que diz respeito à exploração da Quinta do Paraíso é servida pelo Caminho Municipal 1020 que liga a Moita ao IC21. De salientar ainda, a proximidade da exploração com a autoestrada 33, que permite uma rápida ligação, tanto á A12 como à A2. Pág. 129

131 Figura 59: Acesso da Quinta do Paraíso, Lda a partir do CM Situação Futura Sem Projeto Considerando a ausência da exploração, pode-se considerar que na componente social e económica, não existiram grandes alterações. Refere-se apenas a inexistência da atividade bem como dos postos de trabalho que assegura. Relativamente a infraestruturas, considera-se que na ausência do projeto não se perspetivariam alterações nos elementos já existentes, nem nos acessos ou circulação das vias identificadas na análise deste descritor. Pág. 130

132 5.10 Planeamento e Ordenamento do Território Instrumentos de Gestão Territorial com Incidência na Área de Intervenção Para a caracterização da situação de referência no que se refere ao ordenamento do território, importa analisar um conjunto de instrumentos de gestão territorial, dos quais se destacam aqueles que apresentam especial relevância para o projeto em questão: Plano Regional De Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT- AML); Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa (PROF- AML) Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que integram a Região Hidrográfica 5 (RH5) - PGBH do Tejo. Plano Diretor Municipal da Moita (PDMM); Plano Regional De Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML); O PROT-AML é um instrumento de natureza estratégica e programática onde se definem as linhas de orientação para o ordenamento da Área Metropolitana de Lisboa, fazendo a transposição da política de ordenamento do território e urbanismo nacional para o plano regional. O PROT-AML encontra-se à presente data em processo de alteração/revisão, tendo por base algumas mudanças importantes ao nível da estruturação do território metropolitano, bem como da aprovação do PNPOT. Este documento destaca como prioridades fundamentais a sustentabilidade ambiental (tendo como base a preservação e valorização ambiental), a qualificação metropolitana (assente no ordenamento da AML em articulação com o Tejo, o desenvolvimento de novas centralidades metropolitanas e o ordenamento da atividade logística), a coesão socio-territorial (com a melhoria sustentada das condições de vida e da qualidade urbana) e a organização do sistema metropolitano de transportes (a nível de transportes coletivos e da consolidação da rede de acessibilidades). As premissas fundamentais que estiveram na elaboração do PROT-AML são: Pág. 131

133 A contenção da expansão urbanística da área metropolitana de Lisboa, sobretudo sobre o litoral e nas áreas de maior valor ambiental, bem como nas zonas consideradas críticas ou saturadas do ponto de vista urbanístico; A diversificação das centralidades na estruturação urbana englobando as duas margens do Tejo, com vista à salvaguarda paisagística e dos valores ambientais ribeirinhos, suportada numa reorganização do sistema metropolitano de transportes, no quadro de uma estratégia de mobilidade para a área metropolitana; A salvaguarda da estrutura ecológica metropolitana, cujos valores naturais desempenham uma função ecológica essencial ao funcionamento equilibrado do sistema urbano metropolitano; A promoção da qualificação urbana, nomeadamente das áreas urbanas degradadas ou socialmente deprimidas, bem como das áreas periféricas ou suburbanas e dos centros históricos. Este documento de cariz estratégico pretende assumir um compromisso com o ambiente, que juntamente com a competitividade económica e a coesão social vão-se tornar elementos de distinção regional ao nível da atratividade e competitividade territorial. A visão estratégica territorial para a AML, preconizada no PROT-AML, assenta no seguinte objetivo global: Dar dimensão e centralidade europeia e ibérica à Área Metropolitana de Lisboa, espaço privilegiado e qualificado de relações euroatlânticas, com recursos produtivos, científicos e tecnológicos avançados, um património natural, histórico, urbanístico e cultural singular, terra de intercâmbio e solidariedade, especialmente atrativa para residir, trabalhar e visitar. O Município da Moita surge face à estrutura do modelo territorial da AML inserido no primeiro anel envolvente do centro da AML, considerando-se que a conclusão do IC32, atual A33, servem como condição favorável para as relações transversais no interior do arco ribeirinho sul. Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana de Lisboa (PROF-AML) O PROF-AML é o instrumento que vai transpor os princípios orientadores da Política Nacional Florestal definida pela Lei n.º 33/96 de 17 de Agosto para o território regional. Este Plano insere os espaços florestais da região metropolitana em sub-regiões homogéneas, incluindo-se área de intervenção, corresponde à sub-região da Península de Setúbal. Pág. 132

134 A sub-região homogénea de Charneca surge como um território em que o sector florestal assume um papel relevante em termos económicos. Esta sub-região tem como objetivos específicos: Melhorar a estrutura produtiva dos espaços florestais existentes nas suas funções produtiva e silvopastoril; Aumentar a quantidade e qualidade de bens e serviços atualmente pouco valorizados; Otimizar a gestão das áreas cinegéticas; Diminuição do nº de incêndios e da área ardida; Minimizar os efeitos de pragas e doenças; Melhorar e racionalizar a oferta dos espaços florestais na área do turismo e do lazer; Relativamente a esta área do município da Moita, e de acordo com o mapa síntese do PROF- AML, constata-se que a exploração da Quinta do Paraíso não se encontra em zonas consideradas sensíveis do ponto de vista de conservação. Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que integram a Região Hidrográfica 5 (RH5) - PGBH do Tejo. O PGRH-Tejo é um plano sectorial que tem em vista estabelecer de forma estruturada e programática uma estratégia racional de gestão e utilização da bacia hidrográfica do Tejo, em articulação com o ordenamento do território e a conservação e proteção do ambiente. O PBH Tejo apresenta como objetivo fundamentar e orientar a proteção e gestão das águas e a compatibilização das suas utilizações com as suas disponibilidades de forma a: Garantir a sua utilização sustentável, assegurando a satisfação das necessidades das gerações atuais sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades; Proporcionar critérios de afetação aos vários tipos de usos pretendidos rendo em conta o valor económico de cada um deles, bem como assegurar a harmonização da gestão das águas com o desenvolvimento regional e as políticas sectoriais, os direitos individuais e os interesses locais; Fixar as normas de qualidade ambiental e os critérios relativos ao estado das massas de água; Plano Diretor Municipal da Moita (PDMM) De acordo com o PDM da Moita, e face à Planta de Ordenamento, verifica-se que a Quinta do Paraíso, onde se localiza a exploração em apreço, insere-se em Solo Rural, parcialmente em Pág. 133

135 Espaços Naturais de Proteção à Rede Hídrica e Áreas de Risco de Cheia e parcialmente em Espaços Agro-Pecuários, conforme figura seguinte. Fonte: C.M. da Moita Figura 60: Extrato da Planta de Ordenamento do PDM da Moita Nos Espaços Agro-Pecuários predomina o uso agrícola e as pecuárias leiteiras assumem uma presença significativa. De acordo com o artigo 10.º do Regulamento do PDM da Moita, nesta classe de espaço são interditas construções, com exceção de: Construção ou ampliação de instalações agrícolas e de pecuárias de bovinos; Ampliação de edifícios industriais e de armazenagem; Construção de instalações de carácter cultural ou científico relacionadas com a agricultura, pecuária, ambiente, aquacultura, designadamente centros de investigação, estações de monitorização, ensino e formação; Ampliação das habitações existentes; Construções para turismo constituindo a ampliação de edifícios ou núcleos edificados existentes; Pág. 134

136 São ainda permitidas obras de construção e ampliação, sem prejuízo do disposto nos regimes jurídicos da REN e da RAN, desde que obedeçam aos seguintes condicionamentos: A área coberta das instalações agrícolas e pecuárias de bovinos não poderá ser superior a 2000 m 2, nem ultrapassar 20% da superfície da parcela rústica em que se localiza; Não deve ser permitida a ampliação de instalações pecuárias que se localizem a menos de 250 metros de perímetros urbanos; No caso de novas instalações (...) não se poderão localizar a menos de 300 metros dos perímetros urbanos delimitados na planta geral de ordenamento; As ampliações, o acréscimo da SBE não poderá ultrapassar 50% da SBE existente, não podendo a área de implantação total ultrapassar 50% da área total da parcela; Para as novas instalações, a SBE máxima é de 2000 m 2 ; Para as ampliações, a SBE poderá ser ampliada para o dobro da superfície bruta existente à data da publicação do PDM, não podendo a área ampliada ser superior a 300 m 2 ; A altura da fachada é condicionada a: a) 1 piso para habitação e turismo, salvo quando os edifícios disponham já de 2 pisos; b) 10 metros para instalações agrícolas e pecuárias e para a ampliação de edifícios industriais e de armazenagem; No que respeita aos Espaços Naturais de Proteção à Rede Hídrica e Áreas de Risco de Cheia, de acordo com o artigo 12.º do regulamento do PDM da Moita, deve ser aplicado o disposto nos regimes da REN e do domínio hídrico. O artigo 22.º do PDMM refere que os espaços naturais de proteção à rede hídrica são constituídos por corredores com pelo menos 20 metros de largura, que têm como eixo o leito das linhas de água. Nos espaços abrangidos pela servidão do domínio hídrico, que corresponde a uma faixa de 10 metros de largura, as intervenções de modelação estão sujeitas a prévia análise para licenciamento de utilização do domínio hídrico pela entidade de tutela, sendo este procedimento extensível às zonas inundáveis. Relativamente às condicionantes identificadas pela análise do PDM da Moita, é possível verificar que a Quinta do Paraíso se localiza, quase na totalidade em Reserva Agrícola Nacional (RAN) e em Reserva Ecológica Nacional (REN), designadamente nas tipologias de REN de leitos e cursos de água, totalmente em áreas de máxima infiltração e parcialmente em zonas ameaçadas por cheias, conforme figuras seguintes. Pág. 135

137 Figura 61: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - RAN Figura 62: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - REN Pág. 136

138 Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública Reserva Agrícola Nacional (RAN) A RAN constitui o conjunto de áreas que em termos agroclimáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a atividade agrícola. As áreas de RAN devem ser afetas à atividade agrícola e são áreas non aedificandi. Nas áreas de RAN, face ao regime jurídico previsto pelo Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de Março, são interditas as seguintes ações: operações de loteamento e obras de urbanização, construção ou ampliação, com exceção das utilizações previstas no art.º 22.º do RJRAN; lançamento ou depósito de resíduos radioativos, resíduos sólidos urbanos, resíduos industriais ou outros produtos que contenham substâncias ou microrganismos que possam alterar ou deteriorar as características do solo; aplicação de volumes excessivos de lamas nos termos da legislação aplicável, designadamente resultantes da utilização indiscriminada de processos de tratamento de efluentes; intervenções ou utilizações que provoquem a degradação do solo, nomeadamente erosão, compactação, desprendimento de terras, encharcamento, inundações, excesso de salinidade, poluição e outros efeitos perniciosos; utilização indevida de técnicas ou produtos fertilizantes e fitofarmacêuticos; deposição, abandono ou depósito de entulhos, sucatas ou quaisquer outros resíduos; A exploração da Quinta do Paraíso insere-se quase na totalidade em áreas de RAN, referindose que a Zona A, núcleo central da exploração apresenta uma área de pavilhões que não intersecta a RAN, e a Zona B não interseta esta condicionante, conforme figura seguinte. Pág. 137

139 Figura 63: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita - RAN Reserva Ecológica Nacional Da análise da Planta de Condicionantes do PDM da Moita, verifica-se a total intersecção da exploração com áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional (REN). De acordo com o Decreto-Lei nº 166/2008, de 22 de Agosto, que estabelece o regime jurídico da reserva ecológica nacional (REN), esta constitui uma estrutura biofísica que integra o conjunto de áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial. Esta constitui uma restrição de utilidade pública e tem por objetivos: proteger os recursos naturais água e solo, bem como salvaguardar sistemas e processos biofísicos associados ao litoral e ao ciclo hidrológico terrestre, que asseguram bens e serviços ambientais indispensáveis ao desenvolvimento das atividades humanas; Pág. 138

140 prevenir e reduzir os efeitos da degradação da recarga de aquíferos, dos riscos de inundação marítima, de cheias, de erosão hídrica do solo e de movimentos de massa em vertentes, contribuindo para a adaptação aos efeitos das alterações climáticas e acautelando a sustentabilidade ambiental e segurança de pessoas e bens; contribuir para a conectividade e a coerência ecológica da rede fundamental de conservação da natureza; contribuir para a concretização, a nível nacional, das prioridades da Agenda Territorial da União Europeia nos domínios ecológico e da gestão transeuropeia de riscos naturais; As áreas inseridas em REN ficam sujeitas à legislação geral, sendo nestes solos interditas: as ações que se traduzam na destruição do revestimento vegetal, do relevo natural e das camadas de solo arável, a menos que se justifiquem para uma adequada exploração agrícola ou aquícola; O derrube de árvores não integrado em práticas normais de exploração florestal; A instalação de depósitos de sucata, de resíduos sólidos, de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos e de veículos; Devem privilegiar-se todos os usos afetos às atividades agrícola e florestal com carácter de proteção ao solo e aos recursos hídricos; As ações de plantação ou replantação de espécies de proteção, entendidas como os estratos arbóreos ou arbustivos formados por espécies indígenas de uso exclusivo de proteção. As linhas de cursos de água integram o regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN), consistindo esta numa estrutura biofísica que integra o conjunto de áreas que, pelo seu valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial. Face ao Regime Jurídico da REN, as linhas de água integram o n.º 3 do artigo 4.º áreas relevantes para a sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre, inserindo-se na tipologia cursos de água e respetivos leitos e margens. Esta tipologia corresponde ao terreno coberto pelas águas ( ) e a uma faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que limita o leito das águas, com largura legalmente estabelecida. A margem tem a largura de 10 m, em consonância com o artigo 10.º da Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro. A Figura seguinte apresenta as principais linhas de água existentes na envolvente da Quinta do Paraíso e que integram o regime jurídico da REN. Pág. 139

141 Fonte: Carta Militar de Portugal, Folha 443, 1:25000 Figura 64: Extrato da Carta Militar de Portugal, Folha 443 -Moita Considera o Regime Jurídico da REN que nos leitos e margens dos cursos de água podem ser realizados os usos e ações que não coloquem em causa a continuidade do ciclo da água, a funcionalidade hidráulica e hidrológica, a drenagem dos terrenos confinantes, o controlo dos processos de erosão fluvial, a prevenção das situações de risco de cheias, conservação de habitats naturais, e as interações hidrológico-biológicas entre águas superficiais e subterrâneas. Toda a exploração se insere em manchas de REN, localizando-se a Zona A em áreas de máxima infiltração e a Zona B em áreas de máxima infiltração sobrepostas a zonas ameaçadas por cheias. Pág. 140

142 As áreas de máxima infiltração, que constituem áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos são as áreas geográficas que, devido à natureza do solo, às formações geológicas aflorantes e subjacentes e à morfologia do terreno, apresentam condições favoráveis à ocorrência de infiltração e recarga natural dos aquíferos e se revestem de interesse para a salvaguarda da quantidade e qualidade da água a fim de prevenir ou evitar a sua escassez ou deterioração. As zonas ameaçadas por cheias são áreas suscetíveis de inundação por transbordo de água do leito dos cursos de água devido à ocorrência de caudais elevados. Nestas áreas podem ser realizados os usos e ações que não coloquem em causa, cumulativamente, as seguintes funções: i. Prevenção e redução do risco, garantindo a segurança de pessoas e bens; ii. iii. Garantia das condições de infiltração e retenção hídricas; Regulação do ciclo hidrológico pela ocorrência dos movimentos de transbordo e de retorno das águas, iv. Estabilidade topográfica e geomorfológica dos terrenos em causa; v. Manutenção da fertilidade e capacidade produtiva dos solos inundáveis; Domínio Hídrico De acordo com a Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, com a Lei nº 58/2005, de 29 de Dezembro e com o Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, é estabelecida a servidão do Domínio Público Hídrico. Esta servidão abrange, entre outros, as parcelas dos leitos ou margens dos cursos de água não navegáveis nem flutuáveis. No caso das linhas de água que atravessam a propriedade, a margem tem a largura de 10 metros. Como consequência, nestas parcelas não é permitida a execução de quaisquer obras, permanentes ou temporárias, sem autorização da entidade a quem couber a jurisdição sobre a utilização das águas. Devem os proprietários mantê-las em bom estado de conservação e sujeitando-se a todas as obrigações que a lei estabelecer no que respeita à execução de obras hidráulicas necessárias à gestão adequada das águas públicas em causa, nomeadamente de correção, regularização, conservação, desobstrução e limpeza. Pág. 141

143 Rede Viária Rede viária estruturante - Itinerário complementar - tem por objetivo garantir adequadas condições de funcionamento ou de execução da rede - integra espaços canais e no caso do ex: IC32, atual A33 essa faixa corresponde a 70 metros para cada lado da plataforma. Dentro destes espaços canais são interditas novas construções, com exceção de vias de serviço local, estacionamento e instalações do sistema de transportes, bem como redes de infraestruturas compatíveis com as funções da rede viária; Corredor de Proteção Acústica De acordo com o artigo 7.º do regulamento do PDM da Moita surge uma faixa paralela à plataforma da via do IC32 - atual A33, com a largura de 280 m para cada lado do eixo da via, e para a qual deverá ser elaborado plano de monitorização e plano de redução do ruído, em conformidade com a lei geral do ruído. Ao momento da elaboração do presente EIA não obtivemos informação relativamente à existência de um plano de redução de ruído para a A Medidas Preventivas RAVE De acordo com a planta de condicionantes do PDM da Moita existe uma faixa sujeita a medidas preventivas referentes à rede ferroviária de alta velocidade, estabelecida pela RCM n.º 11/2009, de 27 de Janeiro. Esta faixa atravessa a Zona A e a Zona B da exploração. Pág. 142

144 Figura 65: Extrato da Planta de Condicionantes do PDM da Moita Rede Elétrica O PDM da Moita remete as servidões estabelecidas pela rede elétrica para a legislação geral. A servidão estabelece que devem ser garantidos os afastamentos mínimos de modo a eliminar todo o perigo previsível para as pessoas e a evitar danos em bens materiais, não devendo perturbar a livre e regular circulação nas vias públicas ou particulares, nem perturbar outras linhas de energia ou telecomunicação, ou causar dano às canalizações de água, gás ou outras. A Quinta do Paraíso é atravessada por várias linhas de rede elétrica, referindo-se a existência de uma sub-estação a este da exploração. Não se identificam interferências da atividade da exploração com as linhas elétricas existentes. Pág. 143

145 Situação futura sem projeto Na ausência do projeto, não são expectáveis alterações em termos de ordenamento do território nem de afetação de eventuais condicionalismos existentes. Refere-se apenas que na inexistência da exploração apenas não seriam intersectadas áreas integrantes da Reserva Ecológica Nacional Património Arquitetónico e Arqueológico O Estudo de Impacte Ambiental da Vacaria Quinta do Paraíso (freguesia e concelho da Moita) tem por objetivo identificar os elementos com interesse patrimonial passíveis de serem afetados pelo projeto, procedendo à avaliação de eventuais impactes e à preconização de medidas mitigadoras dos mesmos Considerações Metodológicas Na execução do descritor património cultural será seguida a metodologia preconizada pelo IGESPAR (Circular Termos de Referência para o Descritor Património Arqueológico em Estudos de Impacte Ambiental). Para a elaboração da caracterização da situação de referência foi realizado um levantamento exaustivo de toda a informação patrimonial disponível, em publicações, documentos de arquivo e da responsabilidade dos organismos competentes. Foi contactada prioritariamente a câmara municipal do concelho abrangido pela área de estudo (Moita) e o organismo de tutela do património cultural (DGPC). Paralelamente foi efetuada uma pesquisa referente a outras instituições que operem na área patrimonial e abordadas todas aquelas que pudessem fornecer informações pertinentes ao presente estudo. A informação bibliográfica e documental foi consultada nas bibliotecas e arquivos da especialidade, nomeadamente na Biblioteca Nacional, na DGPC e na DGOTDU. Contudo, após esta pesquisa, não foram identificados elementos patrimoniais para a área de estudo. As bases de dados em linha forneceram igualmente informações imprescindíveis à análise patrimonial realizada. Pág. 144

146 Quadro 48: Tabela síntese dos contactos institucionais Entidade contactada Câmara Municipal da Moita Direção Geral do Património Cultural Tipo de contacto Telefone e Resposta Atualmente não dispõem de mais informação, além daquela que se encontra inserida no Retrato em Movimento do Concelho da Moita, a mesma que foi colocada no site da Câmara. Da consulta à base de dados e ao SIG a ela associado, verificaram que existe a referência a um sítio arqueológico localizados na freguesia solicitada (sítio Pinhal do Forno CNS-30430, fora da área de estudo). Esta informação não invalida a existência de mais vestígios arqueológicos ainda não identificados. Quadro 49: Tabela síntese da Recolha de Informação Bibliográfica e Documental Fonte de informação Resultados Pesquisa na Internet Site da Câmara Municipal da Moita: Site do IGESPAR - incluindo o Portal do Arqueólogo Foram consultadas monografias, publicações locais e artigos de Recolha Bibliográfica especialidade na Biblioteca Nacional e Biblioteca de Arqueologia do IGESPAR Portal do Arqueólogo - Endóvélico (património arqueológico), Bases de Dados IGESPAR - Pesquisa Geral (património arquitetónico classificado) ex-dgemn (património classificado ou não classificado mas com valor patrimonial). Cartografia Carta Militar de Portugal nº433 à Esc Instrumentos de Planeamento Plano Diretor Municipal (PDM) da Moita disponível no Sítio da CM Moita ( Trabalho de Campo Na fase de trabalho de campo foi posta em prática a metodologia proposta, ou seja, foi efetuada a prospeção sistemática de todas as áreas do terreno incluídas na exploração existente. Da análise da visibilidade do terreno, é possível distinguir diferentes tipos de coberto vegetal. Estes permitem uma prospeção arqueológica mais ou menos eficaz. No presente caso a visibilidade do solo na área de estudo apresentou-se maioritariamente parcial, não permitindo a visualização de eventuais materiais arqueológicos de pequenas dimensões. Pág. 145

147 Quadro 50: Coberto vegetal e graus de visibilidade do terreno. Coberto Vegetal Visibilidade do Solo Eficácia da prospeção Ilustração Pasto e Vegetação rasteira Parcial Facilita o percurso pedestre, a visibilidade de construções e de materiais arqueológicos de dimensões médias a grandes Envolvente aos edifícios da Vacaria Boa Facilita o percurso pedestre, a visibilidade de construções, mas impossibilita a visualização de materiais arqueológicos No decorrer do trabalho de campo efetuado não foram identificados quaisquer tipos de vestígios arqueológicos. Pág. 146

148 Figura 66:Carta de visibilidade de ocupação do solo Contextualização Histórica e Caracterização Arqueológica O presente capítulo tem como objetivo proceder a uma descrição do património arqueológico, arquitetónico e etnográfico conservado no concelho da área de estudo e na sua envolvente, assim como a uma análise da dinâmica ocupacional da região. O concelho da Moita, território integrante da Área Metropolitana de Lisboa, situa-se na Margem Esquerda do Estuário do Tejo, com uma frente ribeirinha superior a 20 km. Com exceção do Vale da Amoreira, todas as outras freguesias (Alhos Vedros, Baixa da Banheira, Gaio/Rosário, Moita e Sarilhos Pequenos) estão em contacto com o rio As origens da ocupação humana no Concelho da Moita remontam aos inícios do Neolítico e correspondem a uma ocupação de carácter habitacional com cerca de seis mil anos, como atestam os achados arqueológicos da jazida do Gaio. A localização deste povoado junto à Pág. 147

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 1/4 RESUMO NÃO TÉCNICO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 1/4 RESUMO NÃO TÉCNICO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DO PARAÍSO LDA. VOLUME 1/4 RESUMO NÃO TÉCNICO JULHO, 2015 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PARA O LICENCIAMENTO DE UMA

Leia mais

Apresentação dos Documentos de Referência para Entidades Acreditadas (EA) no Domínio do Ambiente

Apresentação dos Documentos de Referência para Entidades Acreditadas (EA) no Domínio do Ambiente Apresentação dos Documentos de Referência para Entidades Acreditadas (EA) no Domínio do Ambiente EA.G.02.01.00 - Guia Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) Cecília Simões APA, 22 de janeiro de 2013 GUIA

Leia mais

Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, S.A.

Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, S.A. INSTALAÇÃO EXISTENTE DE PRODUÇÃO AVÍCOLA AVIÁRIO DA QUINTA NOVA DE SÃO JOSÉ SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DA FREIRIA, S.A. LOCALIZADA NA FREGUESIA DE ALFEIZERÃO CONCELHO DE ALCOBAÇA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

Leia mais

Ordenamento do Espaço Rural

Ordenamento do Espaço Rural Ordenamento do Espaço Rural Ano lectivo 2005/2006 Capítulo 4 Ordenamento do Espaço Rural 1 4.1 A Política Nacional de Ordenamento do Território 2 Ordenamento do Território Assenta no sistema de gestão

Leia mais

ADITAMENTO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL LOTEAMENTO DA QUINTA DE SANTA MARIA

ADITAMENTO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL LOTEAMENTO DA QUINTA DE SANTA MARIA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL LOTEAMENTO DA QUINTA DE SANTA MARIA FASE DO PROJETO: PROJETO DE EXECUÇÃO DONO DE OBRA: IMOLONDRINA, SOCIEDADE IMOBILIÁRIA, S.A. ENTIDADE RESPOSNSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO ESTUDO

Leia mais

CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO RIBATEJO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO

CENTRAL TERMOELÉCTRICA DO RIBATEJO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A TER Termoeléctrica do Ribatejo, S.A., detida a 100% pela EDP Electricidade de Portugal, S.A., pretende licenciar a Central Termoeléctrica do Ribatejo (CRJ), constituída por 3 grupos de

Leia mais

ÍNDICE ÍNDICE DE FIGURAS

ÍNDICE ÍNDICE DE FIGURAS CENTRAL TERMOELÉCTRICA DE SINES ATERRO CONTROLADO DE CINZAS DE FUEL-ÓLEO E OUTROS RESÍDUOS CARACTERÍSTICOS DA PRODUÇÃO TERMOELÉCTRICA RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO VOLUME

Leia mais

LAVAGEM AUTOMOTIVA. Bairro: Município: CEP: CNPJ/CPF: Telefone: Fax:

LAVAGEM AUTOMOTIVA. Bairro: Município: CEP: CNPJ/CPF: Telefone: Fax: LAVAGEM AUTOMOTIVA 1. Identificação Empresa/Interessado: Endereço: Bairro: Município: CEP: CNPJ/CPF: Telefone: Fax: E-mail: Atividade: Localização do empreendimento (Endereço): Bairro: CEP: Contato: Cargo/Função:

Leia mais

ANEXO I - Organização dos objetos nas plantas dos planos territoriais A - Planta de Ordenamento ou Planta de Zonamento

ANEXO I - Organização dos objetos nas plantas dos planos territoriais A - Planta de Ordenamento ou Planta de Zonamento SUB Área de Intervenção do Plano Área de Intervenção do Plano Área de Intervenção do Plano 1 Classificação e Qualificação do Solo Solo Urbano Espaço Central 2 Classificação e Qualificação do Solo Solo

Leia mais

Zulmira Lopes Divisão de Leite e Lacticínios 2006

Zulmira Lopes Divisão de Leite e Lacticínios 2006 Zulmira Lopes Divisão de Leite e Lacticínios 2006 Cabe a cada estado membro preservar o seu ecossistema, de modo a promover a sua sustentabilidade e o bem-estar da população. Promover a implementação

Leia mais

ADAPTAÇÃO DO MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE FORNOS DE ALGODRES AOS NOVOS INDICADORES DE RUÍDO 1

ADAPTAÇÃO DO MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE FORNOS DE ALGODRES AOS NOVOS INDICADORES DE RUÍDO 1 CÂMARA MUNICIPAL DE FORNOS DE ALGODRES ADAPTAÇÃO DO MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO DE FORNOS DE ALGODRES AOS NOVOS INDICADORES DE RUÍDO RESUMO NÃO TÉCNICO DATA: 2015-05-14 ADAPTAÇÃO DO MAPA DE RUÍDO DO CONCELHO

Leia mais

Plano de Pormenor da Praia Grande. Direção Municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território

Plano de Pormenor da Praia Grande. Direção Municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território Direção Municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território Índice 1. Localização e Termos de referência 2. Eixos Estratégicos e Objetivos 3. Enquadramento legal 4. Diagnóstico 5. Proposta 6. Concertação

Leia mais

Cliente: Infraestruturas de Portugal, S.A

Cliente: Infraestruturas de Portugal, S.A Infraestruturas de Portugal, S.A Plano de Ação Resumo não Técnico EN10 Fogueteiro/Nó de Coina EN10 Porto Alto/Vila Franca de Xira EN10 Vila Franca de Xira/Alverca Relatório nº AG/08/0424-9RNT Página 1

Leia mais

EÓLICA DOS CANDEEIROS PARQUES EÓLICOS, LDA. PARQUE EÓLICO DA SERRA DOS CANDEEIROS/ALCOBAÇA RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO

EÓLICA DOS CANDEEIROS PARQUES EÓLICOS, LDA. PARQUE EÓLICO DA SERRA DOS CANDEEIROS/ALCOBAÇA RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO EÓLICA DOS CANDEEIROS PARQUES EÓLICOS, LDA. RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO T362.1.4 DEZEMBRO, 2004 T36214-SUMARIOEXECUTIVO-R0.DOC EÓLICA DOS CANDEEIROS PARQUES EÓLICOS, LDA.

Leia mais

Estudo de Impacte Ambiental da Ampliação da Exploração Pecuária de Bovinos de Leite

Estudo de Impacte Ambiental da Ampliação da Exploração Pecuária de Bovinos de Leite RESUMO NÃO TÉCNICO Promilker Pecuária de Leite Unipessoal Lda. Estudo de Impacte Ambiental da Ampliação da Exploração Pecuária de Bovinos de Leite Projeto de Execução Abril de 2014 SERVIÇOS E CONSULTADORIA

Leia mais

Clima de Passo Fundo

Clima de Passo Fundo Clima de Passo Fundo Clima de Passo Fundo - Normais Climatológicas Pela classificação de Köppen, Passo Fundo (28º15 S, 52º 24 W e 687 m de altitude) está localizada na Zona Climática fundamental temperada

Leia mais

NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE

NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE NOTA EXPLICATIVA DOS DADOS RECOLHIDOS NO ÂMBITO DOS TRABALHOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA A informação disponibilizada na página do Instituto da Água, I.P. (INAG) refere-se aos dados recolhidos

Leia mais

Cliente: Infraestruturas de Portugal, S.A.

Cliente: Infraestruturas de Portugal, S.A. Infraestruturas de Portugal, S.A Plano de Ação Resumo Não Técnico IC10 Santarém / Almeirim (N118) Relatório nº AG/08/0424-5RNT Página 1 de 11 IC10 Santarém / Almeirim (N118) PLANO DE AÇÃO Resumo Não Técnico

Leia mais

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE Página 1 de 5 SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE A Secretaria Municipal da Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, através do Departamento de

Leia mais

1 5 ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº 93/2012 (S10463-201209) Nos termos do artigo 33º.do Decreto-Lei nº. 178/2006, de 5 de Setembro, com as alterações introduzidas

Leia mais

ESTRATÉGIA DE REGULARIZAÇÃO DAS INDUSTRIAS DE EXTRAÇÃO MINERAL NA REGIÃO DO ALGARVE. Maria José Nunes Diretora de Serviços de Ambiente da CCDR Algarve

ESTRATÉGIA DE REGULARIZAÇÃO DAS INDUSTRIAS DE EXTRAÇÃO MINERAL NA REGIÃO DO ALGARVE. Maria José Nunes Diretora de Serviços de Ambiente da CCDR Algarve ESTRATÉGIA DE REGULARIZAÇÃO DAS INDUSTRIAS DE EXTRAÇÃO MINERAL NA REGIÃO DO ALGARVE SINTESE DA SITUAÇÃO E CONSTRANGIMENTOS DOS PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO DE PEDREIRAS NO TERRITÓRIO DO ALGARVE Maria José

Leia mais

VOLUME II Introdução e enquadramento

VOLUME II Introdução e enquadramento #$ VOLUME I RELATÓRIO SÍNTESE VOLUME II Introdução e enquadramento Capítulo 1 Introdução Capítulo 2 - Enquadramento das Políticas e Instrumentos de Ordenamento Territorial VOLUME III PATRIMÓNIO NATURAL

Leia mais

Perfil de Água Balnear de Aldeia do Mato

Perfil de Água Balnear de Aldeia do Mato Perfil de Água Balnear de Aldeia do Mato Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear ALDEIA DO MATO Código da Água Balnear PTCT9H Ano de Identificação 2004 Categoria/Tipo Água balnear interior em

Leia mais

UNIDADE DE EXECUÇÃO DE S. BARTOLOMEU. Proposta de Delimitação e Fundamentação. 1. Introdução. Fundamentação

UNIDADE DE EXECUÇÃO DE S. BARTOLOMEU. Proposta de Delimitação e Fundamentação. 1. Introdução. Fundamentação UNIDADE DE EXECUÇÃO DE S. BARTOLOMEU Proposta de Delimitação e Fundamentação 1. Introdução Fundamentação Com a revisão efetuada ao Plano Diretor Municipal de Proença a Nova, cuja aprovação foi publicada

Leia mais

PLANO DE PORMENOR INFRAESTRUTURAS DE APOIO DE ATIVIDADES ECONÓMICAS DE ERVIDEL TERMOS DE REFERÊNCIA ACOLHIMENTO PARA EMPRESAS, LOCALIZADO NO ESPAÇO DE

PLANO DE PORMENOR INFRAESTRUTURAS DE APOIO DE ATIVIDADES ECONÓMICAS DE ERVIDEL TERMOS DE REFERÊNCIA ACOLHIMENTO PARA EMPRESAS, LOCALIZADO NO ESPAÇO DE PLANO DE PORMENOR INFRAESTRUTURAS DE APOIO DE ACOLHIMENTO PARA EMPRESAS, LOCALIZADO NO ESPAÇO DE ATIVIDADES ECONÓMICAS DE ERVIDEL TERMOS DE REFERÊNCIA 1. Introdução 2. Oportunidade da elaboração do Plano

Leia mais

V E R E A Ç Ã O D E P L A N E A M E N T O, O R D E N A M E N T O E U R B A N I S M O D I V I S Ã O D E P L A N E A M E N T O, R E V I T A L I Z A Ç Ã

V E R E A Ç Ã O D E P L A N E A M E N T O, O R D E N A M E N T O E U R B A N I S M O D I V I S Ã O D E P L A N E A M E N T O, R E V I T A L I Z A Ç Ã 1 I PREÂMBULO O regime de coordenação dos âmbitos nacional, regional e municipal do sistema de planeamento territorial, assim como a revisão dos Planos Diretores Municipais, obedecem ao Decreto-Lei n.º

Leia mais

Praia fluvial de Fernandaires

Praia fluvial de Fernandaires Praia fluvial de Fernandaires Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear FERNANDAIRES Código da Água Balnear PTCE2L Ano de Designação 2006 Categoria/Tipo Água balnear interior em albufeira/ Albufeira

Leia mais

ALTERAÇÃO AO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES JUSTIFICAÇÃO PARA NÃO SUJEIÇÃO A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

ALTERAÇÃO AO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES JUSTIFICAÇÃO PARA NÃO SUJEIÇÃO A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO ALTERAÇÃO FEVEREIRO DE 2016 Assunto: Alteração ao Plano de Pormenor da Zona de Expansão Sul-Nascente da Cidade de Sines Justificação para não sujeição a avaliação

Leia mais

Situação de Seca Meteorológica 30 Novembro 2016

Situação de Seca Meteorológica 30 Novembro 2016 Situação de Seca Meteorológica 30 Novembro 2016 1. TEMPERATURA O mês de novembro de 2016, em Portugal Continental, classificou-se como normal quer em relação à quantidade de precipitação, quer em relação

Leia mais

Perfil de Água Balnear da Foz do Lizandro - Rio

Perfil de Água Balnear da Foz do Lizandro - Rio Perfil de Água Balnear da Foz do Lizandro - Rio Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear FOZ DO LIZANDRO - RIO Código da Água Balnear PTCW3M Ano de Identificação 2013 Categoria/Tipo Água balnear

Leia mais

Ordenamento do Território Nível Municipal Ano lectivo 2013/2014

Ordenamento do Território Nível Municipal Ano lectivo 2013/2014 Ordenamento do Território Nível Municipal Ano lectivo 2013/2014 10ª Aula Prática Continuum naturale e Estrutura Ecológica Urbana Integração do ciclo da água no planeamento urbano Integração da protecção

Leia mais

A Ocupação Dispersa no Quadro dos PROT e dos PDM. O PROT - Norte. Universidade de Évora, 12 de Novembro de 2009

A Ocupação Dispersa no Quadro dos PROT e dos PDM. O PROT - Norte. Universidade de Évora, 12 de Novembro de 2009 A Ocupação Dispersa no Quadro dos PROT e dos PDM O PROT - Norte Universidade de Évora, 12 de Novembro de 2009 1 ENQUADRAMENTO PNPOT: directivas gerais Resolução do Conselho de Ministros 29/2006, de 23

Leia mais

ANEXO III MODELO TIPO DE REQUERIMENTO DE DESCARGA

ANEXO III MODELO TIPO DE REQUERIMENTO DE DESCARGA ANEXO III MODELO TIPO DE REQUERIMENTO DE DESCARGA N.º Requerimento: 1. IDENTIFICAÇÃO DO UTENTE INDUSTRIAL 1.1. Designação: 1.2. Morada da Sede: 1.3. Telefone: 1.4. Telefax: 1.5. Página Electrónica: 1.6.

Leia mais

UNIDADE DE EXECUÇÃO BORRAGEIROS

UNIDADE DE EXECUÇÃO BORRAGEIROS UNIDADE DE EXECUÇÃO BORRAGEIROS [ESTUDO TERRITORIAL] NOVEMBRO 2016 DGOU- DPUPE SPDM DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ORDENAMENTO URBANÍSTICO DIVISÃO DE PLANEAMENTO URBANÍSTICO E PROJETOS ESTRUTURANTES SECTOR DO

Leia mais

Perfil de Água Balnear da Foz do Arelho Lagoa

Perfil de Água Balnear da Foz do Arelho Lagoa Perfil de Água Balnear da Foz do Arelho Lagoa Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear FOZ DO ARELHO-LAGOA Código da Água Balnear PTCE7K Ano de Identificação 1993 Categoria/Tipo Água balnear

Leia mais

Câmara Municipal MUNICÍPIO DE MATOSINHOS

Câmara Municipal MUNICÍPIO DE MATOSINHOS MUNICÍPIO DE MATOSINHOS Câmara Municipal PLANO DE PORMENOR PARA O TERRENO ENTRE A AV. DOS COMBATENTES DA GRANDE GUERRA E A RUA NOGUEIRA PINTO - LEÇA DA PALMEIRA R E G U L A M E N TO NOGUEIRA PINTO LEÇA

Leia mais

ANEXO AO REQUERIMENTO DE PEDIDO UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS

ANEXO AO REQUERIMENTO DE PEDIDO UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS ANEXO AO REQUERIMENTO DE PEDIDO UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS I. IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE Nome/Denominação social identificação fiscal nº, residência/sede em, código postal

Leia mais

O Planeamento do. Gestão e ordenamento do território

O Planeamento do. Gestão e ordenamento do território O Planeamento do Território em Portugal Gestão e ordenamento do território Henrique Miguel Pereira Enquadramento jurídico Constituição da República Lei de Bases do Ambiente (Lei 11/1987) Lei de Bases de

Leia mais

PERFIL DE APRENDIZAGENS 7ºANO

PERFIL DE APRENDIZAGENS 7ºANO 7ºANO No final do 7º ano, o aluno deverá ser capaz de: Compreender o objeto e o método da Geografia. Conhecer diferentes formas de representação da superfície terrestre. Compreender diferentes tipos de

Leia mais

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31de julho e em 15 de agosto de 2012.

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31de julho e em 15 de agosto de 2012. Situação de Seca Meteorológica em 15 agosto Contributo do Instituto de Meteorologia, I.P. para o Acompanhamento e Avaliação dos Efeitos da Seca 1. Situação Atual de Seca Meteorológica A situação de seca

Leia mais

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE TÍTULO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE TÍTULO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE TÍTULO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS I. IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE Nome/Denominação social, identificação fiscal n.º, com

Leia mais

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO ALENTEJO LITORAL. Objectivos específicos comuns

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO ALENTEJO LITORAL. Objectivos específicos comuns PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO ALENTEJO LITORAL a) Diminuir o número de ignições de incêndios florestais. b) Diminuir a área queimada. c) Controlar e erradicar o nemátodo da madeira do pinheiro

Leia mais

Dário Antunes Correia

Dário Antunes Correia 1 5 ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº 82/2012 (S09084-201207) Nos termos do Artigo 33º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, com a redação conferida pelo

Leia mais

O ano 2015 em Portugal Continental, foi extremamente seco e muito quente (Figura 1). Figura 1 - Temperatura e precipitação anual (período )

O ano 2015 em Portugal Continental, foi extremamente seco e muito quente (Figura 1). Figura 1 - Temperatura e precipitação anual (período ) Resumo Boletim Climatológico Anual 2015 Portugal Continental O ano 2015 em Portugal Continental, foi extremamente seco e muito quente (Figura 1). O valor médio anual da temperatura média do ar no ano de

Leia mais

Sistema Electroprodutor do Tâmega. Vila Pouca de Aguiar, 10 de Novembro de 2014

Sistema Electroprodutor do Tâmega. Vila Pouca de Aguiar, 10 de Novembro de 2014 Sistema Electroprodutor do Tâmega Vila Pouca de Aguiar, 10 de Novembro de 2014 Sistema Eletroprodutor do Tâmega Índice 1. O projeto 2. A obra e as intervenções em Vila Pouca de Aguiar 3. A Avaliação Ambiental

Leia mais

Verificação do Relatório de Conformidade do Projecto de Execução com a DIA (RECAPE)

Verificação do Relatório de Conformidade do Projecto de Execução com a DIA (RECAPE) NORMA DE PROCEDIMENTOS Julho de 2008 06 / AM Tramitação dos processos de Verificação do Relatório de Conformidade do Projecto de Execução com a DIA (RECAPE) 1. Apresentação 2. Legislação de enquadramento

Leia mais

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Diário da República, 1.ª série N.º 43 3 de março de 2014

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Diário da República, 1.ª série N.º 43 3 de março de 2014 1680 Diário da República, 1.ª série N.º 43 3 de março de 2014 ANEXO IV (a que se refere o artigo 4.º) Planta de localização com representação das zonas de proteção Extrato da Carta Militar de Portugal

Leia mais

ISABEL ROSMANINHO. Diretiva SEVESO III: enquadramento legal

ISABEL ROSMANINHO. Diretiva SEVESO III: enquadramento legal ISABEL ROSMANINHO Diretiva SEVESO III: enquadramento legal Diretiva SEVESO III Introdução Objetivos Enquadramento legal Âmbito de aplicação Filosofia e instrumentos 2 Introdução Seveso (Itália, 1976) (libertação

Leia mais

Situação de Seca Meteorológica 30 Setembro 2016

Situação de Seca Meteorológica 30 Setembro 2016 Situação de Seca Meteorológica 30 Setembro 2016 1. TEMPERATURA EM SETEMBRO O mês de setembro 2016, em Portugal Continental foi muito quente e seco. O valor médio da temperatura média do ar foi de 21.51

Leia mais

Turismo de Habitação Portaria nº 937/2008, de 20 de Agosto

Turismo de Habitação Portaria nº 937/2008, de 20 de Agosto Turismo de Habitação Portaria nº 937/2008, de 20 de Agosto (atualizada em Outubrol 2016) Turismo de habitação 1. Imóvel antigo particular Imóvel que pelo seu valor arquitetónico, histórico ou artístico,

Leia mais

Perfil de Água Balnear da Foz do Sizandro - Mar

Perfil de Água Balnear da Foz do Sizandro - Mar Perfil de Água Balnear da Foz do Sizandro - Mar Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear Foz do Sizandro - Mar Código da Água Balnear PTCH9C Ano de Identificação 2013 Categoria/Tipo Água balnear

Leia mais

A D A P T A Ç Ã O D O S M A P A S D E R U Í D O A O R E G U L A M E N T O G E R A L D E R U Í D O ( D E C. - L E I 9 / )

A D A P T A Ç Ã O D O S M A P A S D E R U Í D O A O R E G U L A M E N T O G E R A L D E R U Í D O ( D E C. - L E I 9 / ) A D A P T A Ç Ã O D O S M A P A S D E R U Í D O A O R E G U L A M E N T O G E R A L D E R U Í D O ( D E C. - L E I 9 / 2 0 0 7 ) P L A N O D I R E C T O R M U N I C I P A L D E S Ã O P E D R O D O S U

Leia mais

REGULAMENTO DO PLANO DE PORMENOR SOBRE A OCUPAÇÃO DE PARCELAS NO SÍTIO DENOMINADO ESTACAL, EM BREJOS DE AZEITÃO, CASAS DE AZEITÃO.

REGULAMENTO DO PLANO DE PORMENOR SOBRE A OCUPAÇÃO DE PARCELAS NO SÍTIO DENOMINADO ESTACAL, EM BREJOS DE AZEITÃO, CASAS DE AZEITÃO. REGULAMENTO DO PLANO DE PORMENOR SOBRE A OCUPAÇÃO DE PARCELAS NO SÍTIO DENOMINADO ESTACAL, EM BREJOS DE AZEITÃO, CASAS DE AZEITÃO. Artigo 1º Aplicação 1. O presente Plano de Pormenor, adiante designado

Leia mais

DESPACHO. O Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle. Por delegação Desp. N.º 431/2010 DR 2ª série n.º 4 de 7/01/10

DESPACHO. O Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle. Por delegação Desp. N.º 431/2010 DR 2ª série n.º 4 de 7/01/10 DESPACHO Em consonância com as novas competências orgânicas decorrentes do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), veio o Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro, clarificar

Leia mais

PROCESSO DE CANDIDATURA PARA INSTALAÇÃO NO ECO PARQUE EMPRESARIAL DE ESTARREJA

PROCESSO DE CANDIDATURA PARA INSTALAÇÃO NO ECO PARQUE EMPRESARIAL DE ESTARREJA PROCESSO DE CANDIDATURA PARA INSTALAÇÃO NO ECO PARQUE EMPRESARIAL DE ESTARREJA Candidatura de Data / / Processo nº / MUNICIPIO DE ESTARREJA 2017 ÍNDICE Pág. A - TERMO DE CANDIDATURA. 3 B - FORMULÁRIOS

Leia mais

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PALMAS DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTAL GERÊNCIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PALMAS DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTAL GERÊNCIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL TERMO DE REFÊRENCIA PARA ELABORACÃO DE PROJETO AMBIENTAL DE MATADOUROS, ABATEDOUROS, FRIGORÍFICOS, CHARQUEADOS E DERIVADOS DE ORIGEM ANIMAL Este Termo de Referência visa orientar na elaboração de PROJETO

Leia mais

Escola Básica do 2º e 3ºCiclo Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior

Escola Básica do 2º e 3ºCiclo Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior Escola Básica do 2º e 3ºCiclo Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior Informação - Prova de Equivalência à Frequência de 3º ciclo - Geografia Disciplina (código: 18) Prova 2014/ 2015 9º Ano de Escolaridade

Leia mais

Perfil de Água Balnear Azul

Perfil de Água Balnear Azul Perfil de Água Balnear Azul Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear Código da Água Balnear PONTA DOS CORVOS PTCQ9N Ano de Identificação 2013 Categoria/Tipo Nome da Zona Costeira Fotografia Água

Leia mais

Praia da Areia Sul. Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste. Identificação da Água Balnear. Fotografia

Praia da Areia Sul. Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste. Identificação da Água Balnear. Fotografia Praia da Areia Sul Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear AREIA SUL Código da Água Balnear PTCK7H Ano de Identificação 1995 Categoria/Tipo Água balnear costeira/costa Atlântica Mesotidal Moderadamente

Leia mais

SECRETÁRIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE PORTARIA Nº. 015, DE 21 DE OUTUBBRO DE 2004.

SECRETÁRIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE PORTARIA Nº. 015, DE 21 DE OUTUBBRO DE 2004. SECRETÁRIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE PORTARIA Nº. 015, DE 21 DE OUTUBBRO DE 2004. O SECRETÁRIO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas atribuições legais e regulamentares, conforme art. 27º, do Decreto

Leia mais

V Jornadas de Recursos Hídricos O Ciclo Urbano da água

V Jornadas de Recursos Hídricos O Ciclo Urbano da água V Jornadas de Recursos Hídricos O Ciclo Urbano da água Tema: Realidades Comparativas de Gestão 22 de outubro de 2015 2 1. Missão do Serviço A existência deste serviço, prende-se com a necessidade de servir

Leia mais

Boletim Climatológico Anual - Ano 2009

Boletim Climatológico Anual - Ano 2009 Boletim Climatológico Anual - Ano 2009 CONTEÚDOS IM 01 Resumo Anual 04 Caracterização Climática Anual 04 Temperatura do Ar 07 Precipitação 09 Factos e Fenómenos Relevantes RESUMO ANUAL Temperatura em 2009

Leia mais

Boletim climatológico mensal dezembro 2011

Boletim climatológico mensal dezembro 2011 Boletim climatológico mensal dezembro 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo Mensal 04 Resumo das Condições Meteorológicas 05 Caracterização Climática Mensal 05Temperatura do Ar 06 Precipitação Total 08 Insolação

Leia mais

Porquê ler este documento? Por quem é elaborada a informação?

Porquê ler este documento? Por quem é elaborada a informação? Informação a comunicar ao público sobre estabelecimento abrangido pelo regime de prevenção de acidentes graves que envolvem substâncias perigosas Ecoslops Portugal S.A. Porquê ler este documento? Este

Leia mais

Município de Leiria Câmara Municipal

Município de Leiria Câmara Municipal Município de Leiria Câmara Municipal Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística Divisão de Planeamento, Ordenamento e Estratégia Territorial Caracterização da Atividade Pecuária no Concelho de Leiria

Leia mais

O papel da Protecção Civil na Defesa contra as Cheias

O papel da Protecção Civil na Defesa contra as Cheias O papel da Protecção Civil na Defesa contra as Cheias Núcleo de Riscos e Alerta Autoridade Nacional de Protecção Civil1 Lei de Bases da Protecção Civil (Lei 27/2006, de 3 de Julho): A protecção civil é

Leia mais

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARTIM DE FREITAS ESCOLA BÁSICA 2/3 MARTIM DE FREITAS Ano letivo 2016/2017

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARTIM DE FREITAS ESCOLA BÁSICA 2/3 MARTIM DE FREITAS Ano letivo 2016/2017 ESCOLA BÁSICA / MARTIM DE FREITAS Ano letivo 06/0 º Ano de Escolaridade I Período (6 aulas) (6 aulas) I ( aulas) DOMÍNIO: A TERRA, ESTUDOS E REPRESENTAÇÕES Unidade A Geografia e o Território -O objeto

Leia mais

ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº 058/2012 (S )

ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº 058/2012 (S ) 1 6 ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº 058/2012 (S07477-201206) Nos termos do artigo 33º do Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro com a redação conferida pelo

Leia mais

MODELAÇÃO MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS DA REGIÃO DE MOURA

MODELAÇÃO MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS DA REGIÃO DE MOURA 7 CLIMA 7.1 Introdução Para a caracterização do clima de uma região, no que respeita à água, uma das técnicas correntemente utilizadas consiste na realização do balanço sequencial mensal da água no solo.

Leia mais

Relatório Técnico Campanha MOLINES Drenagem Urbana

Relatório Técnico Campanha MOLINES Drenagem Urbana Relatório Técnico Campanha MOLINES Drenagem Urbana Trabalho de campo no Seixal janeiro a março de 2014 Maria Adriana Cardoso, Maria do Céu Almeida MOLINES Modelação da inundação em estuários. Da perigosidade

Leia mais

Perfil de Água Balnear do Rei do Cortiço

Perfil de Água Balnear do Rei do Cortiço Perfil de Água Balnear do Rei do Cortiço Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear REI DO CORTIÇO Código da Água Balnear PTCV8M Ano de Identificação 2010 Categoria/Tipo Água balnear costeira/costa

Leia mais

Aquisição de dados Geográficos. Soluções para Gestão do Território. Planeamento e Análise Espacial

Aquisição de dados Geográficos. Soluções para Gestão do Território. Planeamento e Análise Espacial Aquisição de dados Geográficos Soluções para Gestão do Território 1999 Constituição com 60 Municípios 2001 1º Voo fotografia aérea 2004 Cartografia Cabo Verde 2004 153 Municípios como acionistas 2008 2ª

Leia mais

Dr. Mário Jorge de Souza Gonçalves

Dr. Mário Jorge de Souza Gonçalves Avaliação Qualitativa da Porosidade /Permeabilidade de Aquíferos em Função da Dinâmica Sazonal das Precipitações e das Vazões na Bacia Hidrográfica do Rio Verde-BA. Dr. Mário Jorge de Souza Gonçalves Novembro

Leia mais

Recuperação da Paisagem Mestrado 1º ano 2º semestre. Thomas Panagopoulos Prof. Auxiliar

Recuperação da Paisagem Mestrado 1º ano 2º semestre. Thomas Panagopoulos Prof. Auxiliar Recuperação da Paisagem Mestrado 1º ano 2º semestre Thomas Panagopoulos Prof. Auxiliar Encerramento e recuperação de lixeiras aterros sanitários Um dos passos importantes para a recuperação do passivo

Leia mais

CONFORTO AMBIENTAL Aula 2

CONFORTO AMBIENTAL Aula 2 TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS CONFORTO AMBIENTAL Aula 2 M.Sc. Arq. Elena M. D. Oliveira Diferença entre Tempo e Clima TEMPO: Variações diárias das condições atmosféricas. CLIMA: É a condição média

Leia mais

Nota Introdutória. Artigo 1.º Instrução dos Pedidos de Emissão de Certidão de Destaque

Nota Introdutória. Artigo 1.º Instrução dos Pedidos de Emissão de Certidão de Destaque NORMAS PARA INSTRUÇÃO DE PEDIDOS PARA A Nota Introdutória Os elementos instrutórios dos procedimentos previstos no Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE) estão definidos na Portaria nº 113/2015,

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ANO Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P.

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ANO Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ANO 2007 Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C Aeroporto de Lisboa Tel.: (+351) 21 844 7000 e-mail:informacoes@meteo.pt 1749-077

Leia mais

Tópicos da apresentação

Tópicos da apresentação Tópicos da apresentação Metodologia utilizada; Resultados de Vulnerabilidade e Potencialidade; Classificação final das Zonas; Classificação das bacias do perímetro urbano de Campo Grande; Carta de gestão

Leia mais

ALTERAÇÃO AO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES RELATÓRIO

ALTERAÇÃO AO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES RELATÓRIO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES ALTERAÇÃO ABRIL DE 2016 Assunto: Alteração ao Plano de Pormenor da Zona de Expansão Sul-Nascente da Cidade de Sines Relatório Data:

Leia mais

Atlas das Cidades Portuguesas

Atlas das Cidades Portuguesas Informação à Comunicação Social 7 de Junho de 2002 Atlas das Cidades Portuguesas Pela primeira vez o INE edita um Atlas das Cidades de Portugal, publicação que reúne um conjunto de indicadores sobre as

Leia mais

Licenciamento de Obras de Edificação Alterações ao projecto licenciado durante a execução da obra que envolvam alterações da implantação ou ampliação

Licenciamento de Obras de Edificação Alterações ao projecto licenciado durante a execução da obra que envolvam alterações da implantação ou ampliação Requerimento Licenciamento de Obras de Edificação Alterações ao projecto licenciado durante a execução da obra que envolvam alterações da implantação ou ampliação Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal

Leia mais

Perfil de Água Balnear da Nazaré

Perfil de Água Balnear da Nazaré Perfil de Água Balnear da Nazaré Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear NAZARE Código da Água Balnear PTCX9F Ano de Identificação 1991 Categoria/Tipo Água balnear costeira/costa Atlântica Mesotidal

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO As florestas e demais formas de vegetação são reconhecidas no Brasil como bens de interesse comum a todos os habitantes do país, sendo que algumas destas áreas, legalmente determinadas

Leia mais

PLANIFICAÇÃO DE GEOGRAFIA 10º. ANO LECIONAÇÃO DOS

PLANIFICAÇÃO DE GEOGRAFIA 10º. ANO LECIONAÇÃO DOS Direção Regional de Educação do Centro Agrupamento de Escolas Figueira Mar Código 161366 Contribuinte nº 600 074 978 Escola Secundária Dr. Bernardino Machado PLANIFICAÇÃO DE GEOGRAFIA 10º. ANO 2012 2013

Leia mais

Prova Escrita de Geografia A

Prova Escrita de Geografia A EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março Prova Escrita de Geografia A 0.º e.º Anos de Escolaridade Prova 79/Época Especial Critérios de Classificação 9 Páginas 202 COTAÇÕES

Leia mais

O PNSAC e a. Extractiva. Maria Jesus Fernandes. 24.Fevreiro 2010 Porto de Mós

O PNSAC e a. Extractiva. Maria Jesus Fernandes. 24.Fevreiro 2010 Porto de Mós O PNSAC e a Indústria Extractiva Maria Jesus Fernandes 24.Fevreiro 2010 Porto de Mós As competências do ICNB no sector da pesquisa e exploração de massas minerais restringe se às explorações situadas no

Leia mais

QUEIJARIAS TRADICIONAIS ATIVIDADE PRODUTIVA LOCAL OU SIMILAR CAE REV_3: INDÚSTRIAS DO LEITE E SEUS DERIVADOS ÂMBITO

QUEIJARIAS TRADICIONAIS ATIVIDADE PRODUTIVA LOCAL OU SIMILAR CAE REV_3: INDÚSTRIAS DO LEITE E SEUS DERIVADOS ÂMBITO QUEIJARIAS TRADICIONAIS ATIVIDADE PRODUTIVA LOCAL OU SIMILAR CAE REV_3: 10510 - INDÚSTRIAS DO LEITE E SEUS DERIVADOS ÂMBITO Estabelece o regime a que está sujeita a instalação e modificação dos estabelecimentos

Leia mais

Avaliação Ambiental Estratégica: Âmbito e Alcance

Avaliação Ambiental Estratégica: Âmbito e Alcance Revisão do PDM de Vila Real de Santo António Avaliação Ambiental Estratégica: Âmbito e Alcance Pedro Bettencourt 1 1 Geólogo, Director-Geral NEMUS, Gestão e Requalificação Ambiental Vila Real de Santo

Leia mais

Universidade dos Açores

Universidade dos Açores Universidade dos Açores Licenciatura em Engenharia e Gestão do Ambiente: Duração: 3 anos Grau: Licenciatura Responsável: Professor Doutor Rui Bento Elias Objectivos: Na sequência da adequação dos cursos

Leia mais

Perfil de Água Balnear das Pedras Negras Marinha Grande

Perfil de Água Balnear das Pedras Negras Marinha Grande Perfil de Água Balnear das Pedras Negras Marinha Grande Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear PEDRAS NEGRAS - MARINHA GRANDE Código da Água Balnear PTCH2J Ano de Identificação 2003 Categoria/Tipo

Leia mais

PLANO DE MONITORIZAÇÃO

PLANO DE MONITORIZAÇÃO PM 01 Fuga de SF 6 Contribuição para o efeito de estufa Detecção e quantificação de fugas Todos os equipamentos com SF 6 Monitorização em contínuo Monitorização pontual --- Registo no SAP (módulo PM) Relatório

Leia mais

Perfil de Água Balnear de Peniche de Cima

Perfil de Água Balnear de Peniche de Cima Perfil de Água Balnear de Peniche de Cima Identificação da Água Balnear Nome da Água Balnear PENICHE DE CIMA Código da Água Balnear PTCN3U Ano de Identificação 2008 Categoria/Tipo Água balnear costeira/costa

Leia mais

Disciplina: Geografia Perfil de Aprendizagens Específicas O aluno é capaz de:

Disciplina: Geografia Perfil de Aprendizagens Específicas O aluno é capaz de: O meio natural A Terra: estudos e representações CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO Disciplina: Geografia Perfil de Aprendizagens Específicas O aluno é capaz de: Ensino Básico Ano letivo: 2016/2017

Leia mais

LICENCIAMENTO AGROSSILVIPASTORIL

LICENCIAMENTO AGROSSILVIPASTORIL LICENCIAMENTO AGROSSILVIPASTORIL 2º ENCONTRO PARA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 288/2014 DIVISÃO DE LICENCIAMENTO DE CRIAÇÕES DILC/FEPAM OBJETIVO: Auxiliar a gestão ambiental

Leia mais

QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO

QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO 1º TRABALHO PRÁTICO PLANEAMENTO REGIONAL DE SISTEMAS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO (1º SEMESTRE DO ANO LECTIVO 2006/2007) LISBOA, OUTUBRO DE 2006 QUALIDADE DA ÁGUA E

Leia mais

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO

INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO ANO LECTIVO 2008/2009 (2º SEMESTRE) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA PROFª ANA AMBRÓSIO DE SOUSA LISBOA, MARÇO DE 2009 INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO ANO LECTIVO 2008/2009 2º SEMESTRE APRESENTAÇÃO

Leia mais

ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº00017/2013 (S )

ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº00017/2013 (S ) 1 5 ALVARÁ DE LICENÇA PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE GESTÃO DE RESÍDUOS Nº00017/2013 (S01678-201302) Nos termos do Artigo 35º do Decreto-Lei n.º 178/2006, com a redação conferida pelo Decreto- Lei n.º

Leia mais

Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos

Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos NORMA DE PROCEDIMENTOS Outubro de 2012 11 / AM Tramitação dos processos de Licenciamento Simplificado de Operações de Gestão de Resíduos 1. Apresentação 2. Legislação de enquadramento 3. Tramitação dos

Leia mais

A RAA em números. Geografia

A RAA em números. Geografia 09 Foto: Espectro A RAA em números Geografia O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas dispersas no Atlântico Norte ao longo de 600 km, segundo uma orientação noroeste-sudeste e enquadrado

Leia mais