Capacidade de vôo de quatro espécies de Charadriiformes (Aves) capturadas em Pernambuco, Brasil
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- Laura Faro Gusmão
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1 Capacidade de vôo de quatro espécies de Charadriiformes (Aves) capturadas em Pernambuco, Brasil Severino Mendes de Azevedo-Júnior 1,3 Manoel Martins Dias Filho 2 Maria Eduarda Lacerda de Larrazábal 3 Clyton José Galamba Fernandes 3 ABSTRACT. Flight range of Charadriidae and Scolopacidae trapped in Pernambuco State, Brazil. The northern coast of Pernambuco State, Brazil, is an wintering area for shorebirds originauy from north America, especiauy from the east. The first fcks arrive in September, staying till April, when they molts, change plumage, and acquire enough biomass to migrate back to the northern hemisfere. ln order to calculate f1ight range mass and length ofthe wing of Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825, Calidrisfuscicollis Vieillot, 1819, C. pusilla Linnaeus, 1766 and C. alba Palas, 1764 was recorded. Traps were carried out in Coroa do Avião (7 ' S and 34 'W) in the northern coast of the State of Pernambuco, between May 1992 and April The length of the wing was registered with the wing spread (from the insertion of the bone till the extrernity ofthe longest primary remige). ndividuais which were changing the tenth primary were not included in this measuring. Mass was taken in grams, and f1ight range was calculated using the equations proposed for adult individuais. The individual with the highest f1ight range reached around 1831,87 km, and had been trapped and ringed in 14 th April 1994, when had 61,5 g and wing measuring 12,9 cm, with intermediate plumage. The highest f1ight range reached by C. fuscicollis was around 1906,43 km. t had been trapped and ringed in the 3 rd of May 1992, with weight of g, and wing of 12,9 cm, and had reproduction plumage. The individual with the highest f1ight range reached 3545,77 km, had been trapped and ringed in 15 th April 1994, weighted 44 g, wing measured cm, and presented intermediate plumage. The specimen of C. alba which presented the highest f1ight range, of 82 g, wing of,4 cm, and had intermediate plumage. KEY WORDS. Wing, mass, f1ight range, shorebids o litoral Norte de Pernambuco constitui área de invernada para maçaricos e batuíras originários, sobretudo, do Leste da América do Norte. Os primeiros bandos chegam em setembro, permanecendo até abril, onde realizam a troca de plumagem e adquirem massa suficiente para as migrações de retorno ao hemisfério Norte (AZEVEDO-JÚNOR & LARRAZÁBAL 1999; AZEVEDO-JÚNOR et ai. 01). Em diversas espécies de aves limícolas, os dados coletados no campo, a exemplo de massa corpórea (peso fresco) e do comprimento da asa, permitem calcular a capacidade teórica de vôo, informações essas utilizadas no conhecimento das migrações intercontinentais. 1) Departamento de Biologia, Área de Zoologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, Dois rmãos, Recife, Brasil. smaj@npd.ufpe.br 2) Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Universidade de São Carlos. Via Washington Luiz, Km 235, Caixa Postal 676, São Carlos, São Paulo, Brasil. Revta bras. Zool. 19 (Supl. 1): , 02
2 184 Azevedo-Júnior et a. No Brasil poucos trabalhos foram desenvolvidos com o objetivo de estimar a capacidade de vôo de aves migratórias, dentre eles destacam-se estudos realizados com Calidris pusilla Linnaeus, 1766 no Parque Nacional da Lagoa do Peixe no Rio Grande do Sul (LARA-REZENDE etai. 1989) e no litoral do Maranhão e Pernambuco (ANTAS & NASCMENTO 1990; AZEVEDO-JÚNOR & LARRAZÁBAL 1999). Com o objetivo de calcular a capacidade de vôo, foram coletados dados sobre a massa e o comprimento da asa de Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825, Calidris fuscicollis Vieillot, 1819, C. pusilla e C. alba Palias, MATERAL E MÉTODOS As capturas foram realizadas na Coroa do Avião (7 'S e 34 'W), parte integrante do canal de Santa Cruz, litoral Norte de Pernambuco. Foram utilizadas dez redes ornitológicas (redes de neblina) com malha de 36 mm e 12 m de comprimento, no período de maio de 1992 a abril de O comprimento da asa foi tomado com a asa esticada, desde o encontro dos ossos até a extremidade da rêmige primária mais longa (PRATER et ai. 1977). Não foram consideradas para esta medição os indivíduos que estavam mudando a décima primária. A massa corpórea (peso) foi obtida com a utilização de balanças (pesola de 0 e 300), com unidade grama. Os indivíduos foram colocados em sacos de tecido de algodão para aferição da massa, subtraindo-se o valor do saco. Para os cálculos da capacidade de vôo foram utilizadas as equações propostas por McNEL & CADEUX (1972b) para aves adultas. A capacidade de vôo em milhas/hora (FR) pode ser calculada através da equação: FR = F x S x 9,1 kcallfm; onde, F é o peso de gordura em gramas e S é a velocidade de vôo em milhas por hora, sendo de 35 milhas para Charadrius semipalmatus, de milhas para Calidris fuscicollis e Calidris pusilla, e de milhas para Calidris alba (MCNEL & CADEUX 1972b). O fator 9,1 de multiplicação na equação acima, advém do fato de que a gordura tem uma densidade calórica média de 9,1 kcal/g (JOHNSTON 1970). FM é o metabolismo de vôo em kcal/hora e pode ser estimado através da equação: log FM = log 37, ,744 x log W ± 0,074; onde: W é o peso fresco em quilogramas de acordo com RAVELNG & LEFERVRE (1967). Segundo a equação proposta por McNEL & ÇADEUX (1972b), o cálculo de FR exige o conhecimento do peso de gordura (F) em gramas que pode ser obtido indiretamente através da diferença dada por: F = FW - y; onde y é o peso sem gordura em gramas e que pode ser estimado através de equação do tipo y = a + b x onde x é o comprimento da asa em centímetros. McNEL & CADEUX (1972b) observaram existir uma correlação significativa entre o peso (y) e comprimento da asa (x) para as algumas espécies de aves migratórias, dentre as quais, C. semipalmatus, C. fuscicollis, C. pusilla, e C. alba. Para as espécies estudadas o estimador para y é dado pelas equações: y = 6,90 + 2,94 x para C. semipalmatus; y = 5,66 + 2,63 x para C. fuscicollis; y = -7,01 + 3,34 x para C. pusilla e; y = -42,49 + 7,81x para C. Alba. Desta forma, a equação original para FR pode ser transformada em: FR = [(FW - (a + bx)) S 9,Kcal] [Antilog (log 37, ,744 log (W ± 0,074)W ; fazendo com que a capacidade de vôo possa ser estimada a partir do peso fresco e do comprimento da asa aferidos em campo. Os valores das capacidades de vôo Revta bras. Zool. 19 (Supl. 1): ,02
3 Capacidade de vôo de quatro espécies de Charadriiformes apresentados, foram originalmente calculados em milhas, sendo convertidos em quilômetros no momento da sua apresentação (l milha = 1,60935 km). Quanto ao comprimento da asa os valores foram convertidos de milímetros para centímetros. Os resultados das estimativas de capacidade de vôo das espécies C. semipalmatus, C. fuscicollis, C. pusilla, e C. alba foram registrados utilizando-se gráficos de dispersão, onde cada ponto marcado representa um indivíduo capturado. sto é, cada ave está representada por duas coordenadas: o comprimento de sua asa em centímetros (x), e seu peso fresco em gramas (FW). Foram utilizados gráficos bidimensionais onde linhas de capacidade de vôo constantes foram traçadas. Os pontos de uma mesma linha de vôo constante, representam aves hipotéticas com diferentes comprimentos de asas e diferentes pesos. Estes pontos foram calculados a partir da equação anterior, que estima a capacidade de vôo (FR) de tal forma, que o comprimento da asa (x) possa ser estimado, dada a capacidade de vôo desejada (FR) e um peso fresco qualquer (FW), onde: x = [(FW - a) - FR (Antilog (log 37, ,744g W ± 0,074»] b- l. RESULTADOS Das quatro espécies de Charadriiformes capturadas na Coroa do A vião foram aferidas as massas, comprimento de asa, médias e desvio padrão, cujos resultados encontram-se na tabela. O exemplar de C. semipalmatus que apresentou a maior capacidade de vôo estimada poderia atingir cerca de 1831,87 km, foi capturado e anilhado em 14 de abril de 1994 com o peso de 61,5 g e a asa de 12,9 cm, apresentando a plumagem intermediária. O indivíduo de C. fuscicollis que apresentou a maior capacidade de vôo estimada poderia atingir cerca de 1906,43 km, foi capturado e anilhado em 3 de maio de 1992 com o peso de g e a asa de 12,9 cm, apresentando a plumagem de reprodução. O exemplar de C. pusilla que apresentou a maior capacidade de vôo estimada poderia atingir cerca de 3545,77 km, foi capturado e anilhado em 15 de abril-de 1994 com o peso de 44 g e a de asa de,0 cm, apresentando a plumagem intermediária. O indivíduo de C. alba que apresentou a maior capacidade de vôo, atingiu cerca de,70 km, foi capturado e anilhado em 28 de abril de 1995 com o peso de 82 g e a asa de,4 cm, apresentando a plumagem intermediária. As figuras de a 12 relacionam os pesos, os comprimentos das asas, e as capacidades de vôo de indivíduos de C. semipalmatus, C. fuscicollis, C. pusilla e C. alba capturados em Pernambuco. Tabela. Massa corpórea (peso) e comprimento de asa de Charadriiformes capturados na Coroa do Avião, Pernambuco, de maio de 1992 a abril de (n) Número de indivíduos analisados. Espécie Massa corpórea (g) Comprimento da asa (cm) Máxima Mínima Média Desvio padrão Máxima Mínima Média Desvio padrão Charadrius semipalmatus , ,05. 11,70 12,33 0, Calidris fuscicollis ,00,70 5,87,00 12,30 12,58 0,30 Calidris pusilla ,00 18,00 27,09 4,80 11,00 8,70 9,98 0,32 Calidris Alba 33 82,00 32,00 52,38,02,80 12, ,37 Revta bras. Zool. 19 (Supl. 1): , 02
4 186 Azevedo-Júnior et a i 860 ~!>O.....: :~:._.:_:~:.j.~.~~'~: : ~ "... "looocm UOOCJ )O.",.. ~OOKm.Km. Jane~. Alri OMaio 60 1Noventlro D"""""m - FRNula.. ""- 30 D FRPositiva.. ~ 8 30 o S 16 Asa (e:.) 2SOOKm 00 Km ''''''Km 00 Km ""'Km OKm i A.. (e:m) lo 2SOOKm 00 Km 11 Au(cm) Km 00 Km 11 As. (cm) Km i E.&30 o.. 1!0Km : 00Km i ~.Ji xmx... x x ~ ::.~.. :.i.~~.: ; : ( li. i. 11 Km OKm i E!3O 7 Aaa (cm) Figs 1-6. Capacidade de võo de Charadriiformes adultos, capturados na Coroa do Avião, Pernambuco, de agosto de 1993 a abril de (1) Charadrius semipalmatus (n = 21); (2) Calidris fuscicollis (n = 5); (3)Calidris pusija (n = 22); (4) Calidris pusilla (n = 42); (5) Calidris pusilla (n = 29); (6) Calidris pusija (n = 76). DSCUSSÃO o peso e o comprimento da asa são fatores fundamentais na migração de caradrídeos e escolopacídeos. A capacidade de vôo pode ser analisada a partir do conteúdo de gordura e peso seco para algumas espécies de maçaricos e batuíras, permitindo assim, levantar informações sobre seus movimentos sazonais (McNEL 1969; McNEL & CADEUX 1972a). O gasto de energia de aves imícolas pode estar mais baixo quando elas usam os ventos de cauda durante suas migrações. Um C. pusilla anilhado na costa de Revta bras. ZooL 19 (Supl. 1): ,02
5 Capacidade de vôo de quatro espécies de Charadriiformes Km '0 Km '000 Km 0 Km OKm ; \ (:"-: ~.:,::.--cc-'--""--'~ 00 Km Km.'.. ' o": 1CXlOKm Km 00Km 0.0':_ -:0' ~:: '. 0 Km, 0 OKm '.'.'... ~.~... :... ;~... : : ~ ~ x 11 A,,'cm) Km.. :. ':0': ~::,O '1 12 Aaa(em) Aaa(cm) 1 2<00 Km 0.' 2j)OOKm 90.. '. i SOO Km 00 Km. '.ioookm +Janeiro Fevcn::iro '0 Km 0 0 '000,,", 80 X Março.. 0 :::'... ~.. Km E A Abril 70 OKm!.!! O 60 ~...:... A Junho.Jubo o AgoslO... : + Setedro.. :o.'fa. DOutubro = ~ x ~ :«:Novermro ODettnDfO 30 -FRNula FRPosiliva \ Figs Capacidade de vôo de Calidris pusilla adultos, capturados na Coroa do Avião, Pernambuco, de agosto de 1993 a abril de (7) n = 2; (8) n = 17; (9) n = 16; () n = 12; (11) n = 14; (12) n =33. Maine (EUA), com 27 g foi recuperado na costa da Guiana dois dias depois (DUNN et a. 1988). B UTLER et a. (1997) conç;,luíram que os ventos de cauda são necessários para uma bem sucedida migração de primavera em Calidris mauri. O vento foi incorporado recentemente na teoria de uma migração mais favorável (WEBER et a. 1998). Todas as aves migratórias são beneficiadas pelo uso de ventos de cauda, no entanto, a migração ocorre também com ventos desfavoráveis (HEDENSTROM & WEBER 1999). LARA-REzENDE et a. (1989) aplicando a fórmula de capacidade de vôo de McNElL & CADEUX (l972b) em C. pusilla, com os maiores pesos na Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sul, obtiveram como estimativa de vôo km. Dados Revta bras. Zool. 19 (Supl. 1): , 02
6 188 Azevedo-Júnior et a. coletados em abril no litoral de Pernambuco indicam que C. pusilla pode voar até 3.545,77 km. O exemplar com este registro apresentava peso de 44 g, valor superior ao peso mínimo teórico para C. pusilla no Brasil, que é de 25 g, sugerido por ANTAS & NASCMENTO (1990). Os demais indivíduos, em abril, apresentaram capacidade de vôo variando de alguns quilômetros até 3.545,77 km (Fig. 6). A capacidade de vôo positiva para C. semipalmatus emjunho (Fig. 1), indica que alguns indivíduos dessa espécie, retornam mais tarde às áreas de reprodução. Condições positivas de vôo encontradas em novembro para C. semipalmatus, de setembro a novembro para C. pusilla e em agosto para C. alba, indicam que estes exemplares, ao passarem pelo litoral de Pernambuco, podem atingir outras áreas de invernadas ao sul do Estado (Figs 1,8,9, e 12). Calidrisfuscicollis realiza migrações entre o Ártico canadense e a Patagônia, utilizando estratégias de vôo de longa distância sem paradas e com vôos menores com várias paradas até chegar ao local de reprodução. Dados levantados sobre a capacidade de vôo de indivíduos marcados na Lagoa do Peixe, no litoral do Rio Grande do Sul confirmam esta forma de movimentação (HARRNGTON et a. 1991, 1996). As capturas e as observações de C. fuscicollis em abril e maio, na costa pernambucana, demonstraram que a espécie ocorre esporadicamente, quando em retorno para o norte da América. A maior capacidade de vôo atingida (1906,43 km) aproxima-se dos valores obtidos para o litoral do Rio Grande do Sul, no entanto, em períodos diferentes (LARA-REzENDE et a. 1989; HARRNGTON et a ). Os indivíduos de C. semipalmatus, C. pusilla e C. alba que apresentaram as maiores capacidades de vôo em Pernambuco, estavam com a plumagem intermediária faltando apenas a conclusão das mudas das penas de contorno para a plumagem de reprodução, que neste caso será provavelmente adquirida durante sua migração de retorno ao hemisfério Norte. Já o exemplar de C. fuscicollis que apresentava a maior capacidade de vôo, estava com a plumagem de reprodução, não necessitando portanto, concluir as mudas das penas de contorno, durante seu regresso às áreas reprodutivas. As maiores capacidades de vôo encontradas em abril e no início de maio, indicam estes meses como o período da migração de retorno das espécies que invernam no litoral de Pernambuco. AGRADECMENTOS. Às nstituições: Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal Rural de Pernambuco pelo apoio aos trabalhos de campo. Ao Prof. Dr. Antônio Rossano Mendes Pontes (UFPE) pela elaboração do Abstract. REFERÊNCAS BBLOGRÁFCAS ANTAS, P.T.Z. &.L.S. NASCMENTO Análise dos dados de anilhamento de Calidris pusilla no Brasil. An. Encontro Nac. Anilhadores Aves, Recife, 4: AZEVEDO-JÚNOR, S.M. DE & M.E. LARRAZÁBAL Captura e an ilhamento de Calidris pusilla (Scolopacidae) na costa de Pernambuco. Ararajuba 7 (2): AZEVEDO-JÚNOR, S.M. DE; M.M. DAS; M.E. LARRAZÁBAL; W.R.TELlNO-JÚNOR; R.M. LYRA-NEVES & C.J.G. FERNANDES. 0. Recapturas e recuperações de aves migratórias no litoral de Pernambuco, Brasil. Ararajuba 9 (): BUTLER, R.W.; T.D. WLLAMS; N. WARNOCK & M.A. BSHOP Wind assistance: A requirement for migration of shorebirds? Auk 114 (3): Revta bras. Zool. 19 (Supl. 1): , 02
7 Capacidade de vôo de quatro espécies de Charadriiformes DUNN, P.O. ; T.A. MAY & M.A. MCCOLLOUGH Length stay and fat content of migrant semipalmated sandpipers in eastern maine. Condor 90: HARRNGTON, B.A.; F.J. LEEUWENBERG; S. LARA-RESENDE; R. McNEL; B.T. THOMAS; 1.S. GREAR & F. MARTNEZ Migration and mass change of white-rumped sandpipers in North and South America. Wilson Buli 3 (4): ( 1996) Migration and mass change of Calidris fuscicollis in North and South America. nternational Wader Studies 8: 6. HEDENSTROM, A. & T.P. WEBER Gone with the wind? A comment on Butler et ai. ( 1997). Auk 116 (2): HNSTON, D.W Caloric density of avian adipose tissue. Comp. Biochem. Physiol. 34: LARA-REZENDE, S. DE M.; F. LEEUWEMBERG & B.A. HARRNGTON Biometrics of semipajmated sandpipers Calidris pusilla isouthern Brazil. Wader Study Group 55: McNEL, R La determination du contenu ipidique et de la capacité de vol chez quelques especes d'oiseaux de rivage (Charadriidae et Scolopacidae). Cano louro Zool. 47: McNEL, R. & F. CADEUX. 1972a. Fat content and flight-range capabilities of some adult spring and fali migrant North American shorebirds in relation to migration routes on the Atlantic coas!. Nat. Cano 99: b. Numerical formulae to estimate flight range of some North American shorebirds from fresh weigth and wi ng length. Bird Banding 43 (2): 7-1. PRATER, T. & 1. MARCHANT Guide to identification and ageing of Holarctic Waders. 17. Tring. British Trust for Ornithology, 168p. RAVELlNG, D.G. & E.A. LEFERVRE Energy metabolism and theoretical flight range ofbirds. Bird Banding 38: WEBER, T.P.; T. ALERSTAM & A. HEDENSTROM Stopover decisions under wi nd influence. louro Avian Biol. 29: Recebido em 19.X.01; aceito em 25.V.02. Revta bras. Zoo!. 19 (Sup!. 1): , 02
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