Cotidiano e Espiritualidade Ef 5:15-6:9

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "Cotidiano e Espiritualidade Ef 5:15-6:9"

Malu Diegues César
6 Há anos
Visualizações:

1 1 Cotidiano e Espiritualidade Ef 5:15-6:9 15 Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, 16 aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. 17 Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Introdução: Todos nós cristãos, estamos sujeitos às mesmas coisas que as demais pessoas: As epidemias atingem cristãos e não cristãos. A cultura influencia cristãos e não cristãos. Se a economia do país vai mal, a taxa de juros afetará as finanças de cristãos e não cristãos. Quem disser o contrário estará mentindo. Então, como podemos vivenciar os valores cristãos e compreender Seu coração e Sua sabedoria para viver nesse mundo? O que Deus nos concedeu para que pudéssemos enxergar seu caminho, inspirar nosso coração e clarear nossa mente? Ele nos deu seu Espírito Santo. I - Paulo nos convida para a sabedoria nas mais diversas esferas da vida É verdade que estamos diante da mesma realidade que todas as pessoas. No entanto, a maneira como agimos é que fará diferença.

2 2 15Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, 16aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. 17Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. A compreensão da vontade de Deus fará toda a diferença em nossa vida. O que é compreender a vontade de Deus? Muitas pessoas pensam que tentar entender a vontade de Deus é o mesmo que deixar de ter vontade própria. Deus não quer fazer de nós robozinhos, mas pessoas sábias Compreender a vontade de Deus é aprender a pensar segundo Deus. Compreender a vontade de Deus é deixar que Ele desenvolva sabedoria em nós, a fim de que aprendamos a enxergar e escolher Sua vontade. II Neste texto Paulo nos explica como a presença e a sabedoria de Deus podem encher nosso cotidiano. 1. É interessante como ao invés de espiritualizar a vida, Paulo humaniza a espiritualidade. Sua primeira orientação é que desejamos ser cheios da sabedoria de Deus, precisamos ser cheios do espírito. Ser cheio significa estar sob a influencia. 18 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem- se encher pelo Espírito,

3 3 Assim como um bêbado está sob a influência do álcool e reproduz os efeitos do álcool, tais como linguagem trôpega, desequilíbrio, reflexos lentos, assim também o homem cheio do Espírito está sob a influência do Espírito Santo para viver sua vida comum. 2 - Tornamo- nos cheios do espírito quando associamos vida prática com espiritualidade. Muita gente confunde ser cheio com ser batizado no Espírito. Uma pessoa pode ser cheia e não ser batizada no Espírito. Uma pessoa pode ser batizada no espírito e não estar cheia d Ele no presente momento. Ser batizado no Espírito é receber do seu poder para falar em outras línguas, profetizar, realizar sinais de Deus. Ser cheio do Espírito é desfrutar Sua presença. Em geral as pessoas enfatizam mais o batismo que o ser cheio. Mas ser cheio é uma experiência tão rica quanto. Ser batizado fala sobre o poder. Ser cheio fala sobre a qualidade o amor Paulo faz uma comparação em entre amor e poder, ou, dito de outro modo, entre ser cheio do Espírito (cujo resultado é o amor) e o batismo no Espírito Santo, em 1ª Cor 13: DONS DO ESPÍRITO (Ser batizado) 1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, X FRUTO DO ESPÍRITO (Ser cheio) se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba se não tiver amor, nada serei.

4 4 todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, 3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado se não tiver amor, nada disso me valerá. O Poder de Deus em nós, é uma experiência de ação: Cura, discernimento, falar em línguas, liderança, etc. Todavia, o amor de Deus em nós é uma experiência de plenitude. 3 - Muitas pessoas em nome dessa espiritualidade fogem da vida e de seus dilemas Dizem: Precisamos ir para o monte porque Deus não se manifesta no lugar comum do dia a dia. Essa é uma leitura equivocada da tradição antiga que cria que Deus estava nos montes. Por isso, falando a linguagem de sua época, Deus revelava- se no monte. Entretanto, a maior revelação de Deus, que é Jesus, viveu nas cidades enão nos montes. Não foi um recluso eremita, mas um ativo cidadão. O convite de Deus não é que fujamos da vida, e que vivamos com bom senso. 4 - Então, como ser cheio do Espírito? Trazendo os valores de Deus e principalmente sua companhia para o pé do fogão, onde estamos fazendo café, ou o mercado ou onde quer que você esteja.

5 5 Não existe um método para isso. Existe uma atitude: o desejo de estar com Ele e desfrutar sua influência sobre nossa vida. Veja como as palavras de Paulo referem- se à experiência comum da vida: 19 falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando elouvandode coração ao Senhor, 20 dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. A espiritualidade cristã é uma experiência para a vida e seus dilemas e não para a morte 5 - Estamos sob o efeito do Espírito quando nosso orgulho vai para o lugar certo e damos lugar ao outro em nossa vida O que isso significa? 21Sujeitem- se uns aos outros, por temor a Cristo Que precisamos considerar mais uns aos outros. Que precisamos ouvir mais uns aos outros e entender suas razões. Que precisamos deixar de olhar somente para nosso próprio umbigo e entender definitivamente que não somos nada sem a participação do outro. O verso 21 é a chave para compreensão dessa segunda parte do capítulo. A partir dele entendemos que: III Espiritualidade não é somente uma devoção. É um estilo de vida. 21Sujeitem- se uns aos outros, por temor a Cristo.

6 6 Em outras palavras ele está nos orientando a nos tornarmos pessoas melhores na: Relação conjugal Relação pais e filhos Relação escravos e senhores A base desta orientação é que em Cristo não existem maiores. Lembre- se de que o verso- chave desta passagem está em Ef5:21 21Sujeitem- se uns aos outros, por temor a Cristo Por isso tal compreensão da vida deveria afetar positivamente todas as nossas relações. Essa é a sabedoria de Deus para as relações: A sujeição mútua. Nesse mesmo espírito da sujeição mútua Paulo propõe aquilo que hoje é conhecido como Casamento Igualitário. 22Mulheres, sujeite- se cada uma a seu marido, como ao Senhor, 23pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. 25Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou- se por ela 26para santificá- la, tendo- a purificado pelo lavar da água mediante a palavra,

7 7 27e para apresentá- la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. 28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. O que Paulo nos mostra de forma tão didática é que a verdadeira espiritualidade volta- se para a vida. 2 - Pai e filhos: Honra, respeito e amor como retrato da espiritualidade. Ainda estamos na confluência de Ef5:21 que diz: 21Sujeitem- se uns aos outros, por temor a Cristo Nesta sujeição mútua ou seja, nessa vitória sobre o orgulho e o egoísmo é que as relações se estabelecem curadas: 1Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. 2"Honra teu pai e tua mãe" - este é o primeiro mandamento com promessa - 3"para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra" 4Pais, não irritem seus filhos; antes criem- nos segundo a instrução e o conselho do Senhor. 3 A terceira relação é a de Escravos e senhores: Igualdade e justiça Ainda estamos na confluência de Ef5:21 que diz: Esse verso é o cabeçalho deste texto. 21Sujeitem- se uns aos outros, por temor a Cristo

8 8 Politicamente Paulo não poderia subverter a ordem das coisas. Mas explica que na igreja tudo funciona de maneira bem diferente. Se por um lado, ele não pode arbitrar sobre a política romana para com a escravidão, por outro ele pode conscientizar sobre o aspecto da dignidade humana de cada um e desta forma, a orientação continua a mesma: sujeitai- vos uns aos outros no temos de Cristo 5Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. 6Obedeçam- lhes, não apenas para agradá- los quando eles os observam, mas como escravos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. 7Sirvam aos seus senhores de boa vontade, como servindo ao Senhor, e não aos homens, 8porque vocês sabem que o Senhor recompensará cada um pelo bem que praticar, seja escravo, seja livre. 9Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas. IV - Conclusão: Toda espiritualidade tem que nos tornar seres humanos melhores. Essa carta está em perfeita harmonia com o conceito que Paulo trabalhou anteriormente sobre o reino de Deus.

9 9 Para os judeus que estavam lutando a fim de manter suas tradições alimentares e chamando isso de Reino de Deus, Paulo rompe ao dizer em Rm14:17: 17Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;

Documentos relacionados

recapitulando: A importância da família O desafio da permanência na cultura do descartável As tentações que nos levam a ferir aqueles que mais amamos

recapitulando: A importância da família O desafio da permanência na cultura do descartável As tentações que nos levam a ferir aqueles que mais amamos desafios da família nos dias de hoje: 1) Novas configurações