A graça de conviver. Convivendo com graça

Transcrição

1 CONVIVENDO COM GRAÇA Efésios Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, 23 pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24 Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. 25 Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela 26 para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27 e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. 28 Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. 29 Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, 30 pois somos membros do seu corpo. 31 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. 32 Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. 33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito. A graça de conviver Deus criou o casamento para ser vitrine de sua graça. Isso significa que a família tem o propósito de revelar o amor, a paciência e a tolerância do Senhor pelo seu povo - a igreja. Logo, as intenções e as ações de Deus por nós devem ser refletidas nos relacionamentos familiares. É disso que Paulo está tratando em Efésios 5 e 6. No último encontro que tivemos com Paulo, aprendemos que conviver é graça de Deus, não apenas pelos prazeres que a convivência nos proporciona, mas principalmente pela transformação que ela produz. Estudamos esse tema na última mensagem em Efésios, quando discorremos sobre A graça de conviver. Convivendo com graça Hoje, daremos um passo adiante e falaremos pouco mais sobre como conviver com graça; isto é: como marido e mulher, casados pela graça e vivendo pela graça, devem conviver com graça. -! - 1

2 Marido santificando a esposa No relacionamento de Cristo com a Igreja, o Senhor busca intencionalmente a transformação de sua noiva em algo moral e espiritualmente belo, o que ele faz à custa de sua própria vida. Ef Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela 26 para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27 e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Quais são as implicações dessa passagem para a forma como o marido pensa e age para santificar a sua esposa? Há três observações que podemos fazer 1. O marido é como Cristo, ele não é Cristo Ef 5.23 ( ) pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Veja que a analogia não pode ser levada ao pé da letra, pois o marido jamais será o Salvador da esposa. Ele não é Deus. Então, o que podemos concluir disso é que nós, os maridos, ao buscarmos a transformação ou o crescimento da esposa, jamais poderemos nos atrever a pensar que somos infalíveis. Isso significa que podemos, sim, errar ao identificar algo que gostaríamos de ver mudado na esposa. Essa é a primeira observação. Nós, os maridos, somos falíveis. Somos como Cristo. Não somos Cristo. 2. Conformidade a Cristo, não ao marido O desejo do marido de ver mudança na esposa deve ser para a conformidade da esposa a Cristo e não a ele mesmo (nem à mãe dele nem ao sonho de mulher ideal que ele tem na cabeça, etc.). Ef para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27 e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Essas palavras significam que os nossos desejos para nossas esposas são medidos pelo padrão de santidade de Deus, pelo caráter de Cristo, -! - 2

3 pelo fruto do Espírito, não pelo nosso padrão de preferências pessoais. A conformidade é a Cristo, não ao marido. E vice versa! 3. Sacrificando-se pela esposa A terceira observação é a mais importante. Paulo chama a atenção para o mais surpreendente, que é a forma como Cristo busca a transformação de sua noiva, ou seja: morrendo por ela. Ef 5.25 Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela ( ) Maridos buscam a transformação de suas esposas não pela autoexaltação, não pela imposição, não pela agressão (física, verbal ou psicológica), muito menos humilhação, mas pela abnegação, pela entrega, fazendo morrer sua vontade para prevalecer a de Jesus Cristo. Marido santificando a esposa Se o marido é amoroso e sábio como Cristo, se ele é paciente e tolerante como o Senhor (Rm 2.4) em todos esses aspectos, a sua vontade de ver mudança na esposa vai ser sentida (na esposa humilde, é claro!) como se ela estivesse sendo servida, não humilhada. Que Deus nos dê (aos maridos) a humildade e a coragem para medirmos os nossos métodos pelos sofrimentos de Cristo. Tt 2.14 Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras. Esposa santificando o marido Assim como o marido deve buscar a santificação da esposa, ela também deve buscar a dele. Mas, como fazer isso sem ser insubmissa? Na próxima mensagem nós veremos o que significa o marido ser o cabeça da mulher e ela ser submissa ao esposo. Hoje, porém, nós nos concentraremos na esposa que busca a santidade do marido sem desonrá-lo (da mesma forma que ele busca a transformação dela sem humilhá-la). -! - 3

4 1. Restaurando como irmãs em Cristo Esposas são também irmãs em Cristo. Isso significa que o princípio bíblico de restauração de um irmão que tropeçou no pecado se aplica perfeitamente ao relacionamento da esposa com o marido. Observe o ensino de Paulo: Gl 6.1 Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Já que eles são como Cristo e não Cristo, no processo de santificação, os maridos também precisam da ação de suas esposas na vida deles, assim como elas precisam da intervenção deles. Em ambos os casos, três princípios devem ser observados, conforme o texto de Paulo: Espiritualidade (fruto do Espírito na vida de quem atua) Restauração (o objetivo é recuperar e não reprovar) Mansidão (o espírito deve ser de brandura e de amor) Agora, nem sempre as mudanças acontecem. Quando elas não ocorrem, mulher ou marido, com toda graça, compaixão e verdade, precisam seguir as orientações de Jesus: Mt Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. 16 Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. 17 Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano. Importante! É importante que se tenha isso em mente, pois muitas mulheres, em nome da graça e do amor, acabam se submetendo a um jugo que não lhes é requerido. Sempre que a integridade física, emocional, moral e espiritual dela e dos filhos estão em xeque, e se todos os passos expostos por Jesus já foram seguidos, tal esposa (ou esposo) está livre dessa servidão. Veja o que Paulo disse: 1Co Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido. Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são santos. 15 Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo -! - 4

5 de servidão; Deus nos chamou para vivermos em paz. 16 Você, mulher, como sabe se salvará seu marido? Ou você, marido, como sabe se salvará sua mulher? O que pensar desse texto, senão que o que Deus espera das esposas é que elas permaneçam lutando enquanto for possível ver a busca do marido pela santificação dentro dos vínculos da paz. A falta do desejo e da busca pela santificação sempre causará turbulência no relacionamento, faltará paz e a família será exposta a riscos para os quais Deus não nos chamou no contexto do casamento. Sempre que isso ocorre (à luz de Mateus e de 1Coríntios ), devemos ser propensos a agir como se o cônjuge fosse descrente. Mais sobre o tema trataremos quando nós formos estudar sobre o divórcio e o recasamento. Por ora, destacamos que mulher e marido são chamados para restaurar um ao outro com graça, amor e verdade. 2. Restaurando como irmãs cheias de graça Tudo o que dissemos até aqui precisa ser feito pela esposa sem que ela irrite ou provoque o marido. É muito triste quando uma esposa anseia que seu marido tome as responsabilidades de cabeça e de líder do lar, mas isso não acontece. Falaremos mais sobre isso nas próximas mensagens. Quando os papeis não são vividos no lar, o que naturalmente começa a surgir é irritação e pressão. Nessas horas, a palavra de Pedro às esposas é de suprema importância: 1Pe Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, 2 observando a conduta honesta e respeitosa de vocês. Não é que Pedro esteja dizendo que a mulher nunca deve falar. Elas precisam falar com graça e com verdade. Vimos isso em Mateus 18 e 1Coríntios 7. O que o apóstolo está dizendo é que a mulher não deve irritar, importunar, ralhar, pirraçar, ficar indiferente, etc. Ela deve saber dosar as suas conversas com a sua conduta. -! - 5

6 Convivendo com graça Conviver é graça de Deus, e nesse contexto somos chamados a conviver com graça. Depois de tudo o que falamos sobre santificação através do relacionamento, penso que podemos, agora, falar dos papéis. Faremos isso na semana que vem, Deus permitindo. Encerrando, desejo deixar uma palavra de esperança e de encorajamento. 1Pe Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas. 11 Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém. A graça de conviver, no convívio cheio de graça, nos levará a caminhos de alegria e de satisfação. Gosto muito da profecia de Isaías sobre o ministério de sofrimento de Jesus Cristo. Entendo que ele se aplica perfeitamente às lutas e aos labores da vida familiar. Observe: Is Depois do sofrimento de sua alma, ele verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento meu servo justo justificará a muitos, e levará a iniquidade deles. Que Deus nos abençoe, ajudando-nos a conviver com graça! -! - 6