PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/rfm

Transcrição

1 A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/rfm RECURSO DE REVISTA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ADICIONAL COMPENSATÓRIO PREVISTO EM REGULAMENTO EMPRESARIAL. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR PERÍODO SUPERIOR A DEZ ANOS. INCORPORAÇÃO DA PARCELA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 372, I, DO TST. A jurisprudência desta Corte Superior tem firme entendimento de que o adicional compensatório por perda de função de confiança, previsto no regulamento da CEF, não afasta a incidência da Súmula nº 372, I, do TST, que prevê a incorporação integral da gratificação de função percebida pelo empregado por mais de dez anos, em observância ao princípio da estabilidade financeira. Precedentes. Recurso de revista de que não se conhece. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR , em que é Recorrente CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF e Recorrida AMÉLIA CAMILO THOMÉ ROCHA. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, mediante o acórdão prolatado às fls , negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada, Caixa Econômica Federal CEF. Inconformada, a reclamada interpõe o presente recurso de revista, às fls , com amparo no art. 896, a, b e c, da CLT. Admitido o recurso de revista (fls ), a reclamante apresentou as contrarrazões (fls ). Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, em face do disposto no art. 83, 2, II, do Regimento Interno do. É o relatório.

2 fls.2 V O T O CONHECIMENTO O recurso é tempestivo (fls. 315 e 317), tem representação regular (procuração às fls ) e encontra-se devidamente preparado (fls. 283, 285 e 353). Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de recorribilidade, analisam-se os específicos de admissibilidade do recurso de revista. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ADICIONAL COMPENSATÓRIO PREVISTO EM REGULAMENTO EMPRESARIAL. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR PERÍODO SUPERIOR A DEZ ANOS. INCORPORAÇÃO DA PARCELA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 372, I, DO TST A Corte Regional, quanto à incorporação da gratificação de função, negou provimento ao recurso ordinário interposto pela CEF, proferindo, às fls , o seguinte entendimento, verbis: Gratificação de função de Caixa Executivo. Incorporação. Insurge-se a recorrente contra a condenação correspondente à incorporação da gratificação da função de Caixa Executivo e pagamento de diferenças salariais decorrentes, afirmando que conforme normas regulamentares, as incorporações de funções são consubstanciadas no adicional compensatório de perda de função de confiança - MN RH 073, que somente é devido a quem o requereu até e nesta data possuía, dentre outros requisitos, pelo menos 10 anos de exercício da função de confiança, o que não seria o caso da reclamante. Sucessivamente, invoca com a incorporação da gratificação de função de caixa executivo no percentual de 50%, nos termos do MN RH 073. Resta incontroverso que a autora exerceu a função de caixa executivo de a , tendo recebido a gratificação por mais 60 dias após a dispensa da função. O Plano de Cargos Comissionados (PCC) de 1998 previu que a função comissionada Caixa Executivo passou para a condição de função em

3 fls.3 extinção, como se vê do item do PCC (doc. nº 33 do volume em apartado da ré) e do item 2.3 da CI GEARU 055/98 (doc. nº 32 do volume em apartado), que assim dispõe: Caixa Executivo: os empregados titulares da função de confiança de Caixa Executivo permanecerão com a situação funcional inalterada, sendo que esta função será extinta na medida em que for ficando vaga. Os demais empregados, quando no desempenho das atividades típicas de Caixa Executivo (Caixa Flutuante), receberão uma gratificação correspondente a R$ 460,00 a título de Quebra de Caixa. Esse valor será proporcional ao período de exercício na atividade, ficando assegurado o pagamento do repouso semanal remunerado e do 13º salário correspondente. Portanto, com a dispensa da recorrida de tal função em , foi-lhe suprimida a gratificação, que passou a ser paga proporcionalmente ao período de exercício na atividade. Sustenta a recorrente que a incorporação de gratificação se dá através do adicional compensatório por perda de função de confiança, que observo não estar previsto no PCC 98, mas sim no MN RH (vigência: doc. nº 20 do volume em apartado da ré), que assim dispõe nos itens 1 e 3.3: 1. Objetivo 1.1. Disciplinar o pagamento de parcela mensal devido ao empregado dispensado do exercício efetivo de função de confiança ou cargo em comissão, por iniciativa da Administração Requisitos Faz jus ao adicional compensatório o empregado que contar, em , com o tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício de função de confiança (RH 060)... Nos termos supra transcritos, constata-se que a reclamante não faz jus à percepção de tal adicional, uma vez que somente os empregados que contassem com pelo menos 10 anos de exercício de função de confiança em poderiam fazer jus a tal pagamento. Porém, ressalto que a regulamentação do referido adicional pela reclamada não atende ao princípio da estabilidade financeira, cujos

4 fls.4 parâmetros foram fixados pela atual jurisprudência através da Súmula 372, I do C. TST. Isto porque o adicional compensatório somente contempla os funcionários que o requereram até , excluindo os que continuaram a exercer funções de confiança a partir desta data, somando longo período nesta função, como é o caso da reclamante. No mais, impõe a regulamentação interna um percentual de incorporação de acordo com o tempo exercido na função, o qual foi descrito nas razões recursais, à fl Aliás, relativamente a este percentual aventado na pretensão recursal sucessiva, observo que não foi suscitado especificamente em defesa, representando inovação recursal. Tais fatos são suficientes para se concluir que tal adicional configura um benefício fornecido pela ré a determinados empregados que exerceram função de confiança. E por se tratar de benefício, que nos termos do art. 114 do CC deve ser interpretado restritivamente, não corresponde à garantia de manutenção da estabilidade econômico-financeira a que faz jus a recorrida, como pretende fazer crer a apelante. Por esses motivos, não há falar-se em adicional compensatório por perda de função de confiança, restando prejudicada a alegação relativa à compensação de valores, uma vez que vinculada à percepção do adicional compensatório (RH 073, itens 3.7, e ), que não foi pleiteado pela trabalhadora. A condenação refere-se a incorporação de gratificação (Súmula 372, I do C. TST), de modo que futuro exercício de função de confiança pela autora não implicará em enriquecimento sem causa, como alegado, e sim em remuneração de função de maior responsabilidade e complexidade. Rejeito. Inconformada, a reclamada interpõe recurso de revista insurgindo-se contra o deferimento da incorporação da gratificação de função. Argumenta que o entendimento cristalizado na Súmula nº 372 do TST é inaplicável aos empregados da CEF, em face de previsão normativa que estabelece o adicional compensatório. Ressalta que não há nenhuma norma expressa que assegure a manutenção do pagamento da gratificação

5 fls.5 de função após a destituição do empregado do cargo comissionado, mesmo que o tenha exercido por mais de anos, não havendo falar em redução salarial. Aduz que a norma interna da CEF contempla o fundamento basilar da Súmula nº 372 do TST, qual seja a estabilidade economia do empregado, não podendo ser desprezada com base em precedente jurisprudencial e uso da analogia. Aponta violação dos arts. 8º, 444 e 468, parágrafo único, da CLT, 114 do Código Civil e 5º, II, da Constituição Federal e transcreve arestos para o cotejo de teses. O recurso não alcança admissão. A Corte Regional manteve a decisão de origem que deferiu a incorporação da gratificação de função percebida por mais de dez anos, por concluir que o adicional compensatório, previsto do regulamento da CEF, não atendia ao princípio da estabilidade financeira, cujos parâmetros foram fixados na Súmula nº 372, I, do TST. A decisão proferida pelo Tribunal Regional traduz consonância com a reiterada jurisprudência desta Corte Superior, segundo a qual o percebimento do adicional compensatório por perda de função de confiança, previsto no regulamento empresarial da CEF, não afasta a incidência da Súmula nº 372, I, do TST, que prevê a incorporação integral da gratificação de função percebida pelo empregado por mais de dez anos, em observância ao princípio da estabilidade financeira. Nesse sentido, destacam-se os seguintes precedentes da SBDI-1 e de cada uma das Turmas do TST: RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI /2007. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. SUPRESSÃO DE GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. NORMA REGULAMENTAR. ADICIONAL COMPENSATÓRIO. Cinge-se a controvérsia em definir sobre a incidência da Súmula n.º 372 deste Tribunal Superior, quando o empregador edita norma própria regendo critérios de incorporação da função gratificada exercida por período igual ou superior a dez anos. É certo que o referido verbete sumular não busca situar a melhor interpretação de preceito de lei que rege especificamente determinado assunto, como costuma ocorrer. Seu substrato, entretanto, encontra amparo em âmbito maior, consubstanciado no princípio tutelar do equilíbrio financeiro do obreiro,

6 fls.6 albergado pelo art. 7.º, VI, da Constituição Federal. Entende-se, nessa perspectiva, que não há como prevalecer a norma regulamentar que, de forma menos favorável ao obreiro, discipline sobre a matéria contemplada na referida diretriz jurisprudencial. Embargos conhecidos e desprovidos. (TST-E-ED-RR , Relatora Ministra Maria de Assis Calsing, SBDI-1, DEJT 09/12/2011). GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR MAIS DE DEZ ANOS. SUPRESSÃO. INCORPORAÇÃO. ADICIONAL COMPENSATÓRIO PREVISTO EM REGULAMENTO EMPRESARIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA 372 DO TST. A circunstância de o Regulamento Empresarial prever o pagamento de adicional compensatório por perda da função proporcional ao tempo de percepção da respectiva gratificação não afasta a incidência da Súmula 372, item I, do TST, que prevê a incorporação integral da gratificação de função percebida pelo empregado por mais de dez anos. Recurso de Embargos de que se conhece e a que se nega provimento. (TST-E-RR , Relator Ministro João Batista Brito Pereira, SBDI-1, DEJT 04/11/2011). GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. CTVA. PERCEPÇÃO POR TEMPO SUPERIOR A DEZ ANOS. INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. 1. Conforme a Súmula nº 372, I, deste, assegura-se ao empregado a estabilidade financeira quando ocorre a perda da função de confiança exercida por mais de dez anos, como no caso. Sendo assim, a previsão normativa referente ao Adicional Compensatório de Perda de Função de Confiança, por admitir perda parcial do valor, é lesiva aos direitos do empregado, sendo aplicável o princípio da estabilidade econômico-financeira constante no artigo 7º, VI, da Constituição da República. Precedentes. 2. Agravo a que se nega provimento. (TST-AIRR , Relator Ministro Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, DEJT 07/02/2014). GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR MAIS DE DEZ ANOS. SUPRESSÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. PAGAMENTO DE ADICIONAL COMPENSATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. Discute-se, nos autos, a possibilidade de a Caixa Econômica Federal pagar Adicional compensatório, previsto em sua norma interna, à reclamante, que deixou de receber a gratificação de função por ter exercido função de

7 fls.7 confiança por mais de dez anos. Ficou registrado no acórdão recorrido que a autora exerceu, desde 1985, funções comissionadas durante um período de dez a dezenove anos e que, após o aludido período, a reclamada deixou de pagar a gratificação de função e passou a pagar adicional compensatório. Com efeito, estabelece a Súmula nº 372, item I, do TST, in verbis: - GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. (ex-oj nº 45 da SBDI-1 - inserida em )-. O verbete sumular é expresso ao consignar que a gratificação de função percebida por mais de dez anos não poderá ser retirada do trabalhador, em face do princípio da estabilidade financeira. O direito à continuidade do recebimento da gratificação de função, mesmo tendo o empregado sido revertido ao cargo efetivo, não encontra nenhuma limitação nem está condicionado ao preenchimento de algum outro requisito, a não ser o exercício da função por dez ou mais anos. Diante do exposto, considero que a reclamada não poderia ter suprimido a gratificação de função paga à reclamante. Cumpre esclarecer que o exercício de diferentes cargos de confiança não constitui óbice à incorporação da gratificação de função, conforme precedentes desta Corte. Além disso, destaca-se que, nas hipóteses como a dos autos, em que a reclamante exerceu diversos cargos de confiança, a incorporação dar-se-á pela média dos valores recebidos nos últimos dez anos. Ante o exposto, verifica-se que o Regional, ao manter a sentença em que se julgou improcedente a pretensão de incorporação de 100% da média das gratificações recebidas ao longo do contrato de emprego decidiu contrariamente ao disposto no item I da Súmula nº 372 do TST. Recurso de revista conhecido e provido. [...] (TST-RR , Redator Ministro José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT 04/10/2013). [...] GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR MAIS DE DEZ ANOS. INCORPORAÇÃO PARCIAL. A diretriz da Súmula 372, I, do TST se refere à incorporação da totalidade da gratificação percebida por mais de dez anos. Inviável a incorporação de apenas parte da gratificação, a título de adicional compensatório, ainda que prevista em norma interna da

8 fls.8 empregadora. [...] (TST-RR , Relatora Ministra: Rosa Maria Weber, 3ª Turma, DEJT 30/04/2010). I - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. 1. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. TEMPO DE EXERCÍCIO SUPERIOR A DEZ ANOS. SUPRESSÃO. EFEITOS. Inferido do acórdão regional que o Reclamante exerceu função gratificada por mais de dez anos e que sua destituição ocorreu sem justo motivo, sua pretensão à incorporação integral da função encontra fundamento na Súmula nº 372, I, deste Tribunal. Esta Corte Superior tem decidido que o referido precedente jurisprudencial aplica-se mesmo aos casos em que há previsão, em norma regulamentar interna, de pagamento de adicional compensatório proporcional, uma vez que, por não ser integral, o referido adicional comporta uma perda salarial não admitida à luz do princípio da estabilidade financeira. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá parcial provimento. [...] (TST-RR , Relator Ministro Fernando Eizo Ono, 4ª Turma, DEJT 15/04/2014). [...] 2. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO. ADICIONAL COMPENSATÓRIO. NÃO PROVIMENTO. Esta Corte firmou o entendimento de que o empregado que exerce função de confiança por mais de dez anos não pode perder a respectiva gratificação em razão do recebimento do adicional compensatório, porquanto configurado manifesto prejuízo ao trabalhador, aplicando-se, portanto, o entendimento consubstanciado na Súmula nº 372, I. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento. [...] (TST-AIRR , Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma, DEJT 28/03/2014). GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO RECEBIDA POR MAIS DE 10 ANOS. ADICIONAL COMPENSATÓRIO POR PERDA DA FUNÇÃO. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 372 DO TST. A incorporação da função exercida por mais de dez anos decorre do princípio da estabilidade financeira, previsto no artigo 7º, VI, da Constituição Federal, também consagrado na Súmula nº 372 deste c. TST. Comprovado o implemento do requisito temporal a que alude a referida Súmula, não há que se alegar a sua inaplicabilidade em face da existência de norma interna prevendo adicional compensatório pela dispensa de função gratificada. Recurso de revista conhecido e desprovido. [...] (TST-RR , Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT 25/10/2013).

9 fls.9 RECURSO DE REVISTA. EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO POR MAIS DE 10 ANOS. RETORNO AO CARGO EFETIVO. INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. ADICIONAL COMPENSATÓRIO PREVISTO EM REGULAMENTO EMPRESARIAL. PREVALÊNCIA DA SÚMULA 372 DO TST. A incorporação da função exercida por mais de dez anos decorre do princípio da estabilidade financeira, previsto no art. 7.º, VI, da Constituição Federal, consoante o entendimento consubstanciado na Súmula 372 do TST. É de se registrar que esta Corte, analisando processos envolvendo a mesma reclamada destes autos e o adicional compensatório por ela instituído em regulamento interno, concluiu pela aplicabilidade da Súmula 372 do TST, posto que prevista a incorporação proporcional, a mesma atenta contra o princípio da estabilidade financeira, pois retira do reclamante parte do sustento com o qual já havia se estabilizado ao longo de mais de dez anos. Precedentes da SBDI-1 e de Turmas desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido. (TST-RR , Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes, 7ª Turma, DEJT 14/11/2013). [...] 5. SUPRESSÃO DA FUNÇÃO GRATIFICADA RECEBIDA POR MAIS DE DEZ ANOS. PAGAMENTO DE ADICIONAL COMPENSATÓRIO. NORMA INTERNA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. O Regional consigna que o reclamante percebeu a gratificação de função por mais de dez anos contínuos. Verifica-se que a decisão recorrida, quanto aos efeitos pecuniários, está em consonância com a Súmula nº 372, I, desta Corte. Esta Corte, em casos análogos, tem decidido pela impossibilidade de concessão de adicional compensatório, pela Caixa Econômica Federal, em detrimento da gratificação de função percebida pelo empregado por mais de dez anos. Precedentes. [...] (TST-AIRR , Relatora Ministra Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT 05/11/2013). Dessarte, não se configura a indicada violação do art. 5º, II, da Constituição Federal, ante o entendimento da Súmula 636 do STF, tampouco dos arts. 8º, 444 e 468, parágrafo único, da CLT e 114 do Código Civil, em face do entendimento da Súmula nº 372, I, do TST decorrer da interpretação do alcance dos aludidos dispositivos legais à luz do princípio da estabilidade econômica, adquirida pelo fato de a reclamante

10 fls.10 ter percebido a gratificação de função, por mais de dez anos e, por isso, tê-la integrado no seu patrimônio jurídico, não mais podendo ser suprimida pelo empregador com prejuízo à empregada. Ademais, a teor do art. 896, 4º, da CLT, estando a decisão recorrida em consonância com a iterativa, atual e notória jurisprudência desta Corte Superior, torna-se inviável a análise da divergência jurisprudencial indicada. Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do recurso de revista. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do recurso de revista. Brasília, 03 de setembro de Firmado por assinatura digital (Lei nº /2006) WALMIR OLIVEIRA DA COSTA Ministro Relator