CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00-8 RECORRENTE- SANTA CLAUS COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA.

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1 CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00-8 RECORRENTE- SANTA CLAUS COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. RECORRIDA- FAZENDA PUBLICA ESTADUAL RECURSO- RECURSO VOLUNTARIO - ACÓRDAO 2ª JJF Nº 0316/01 ORIGEM- IFMT-DAT/NORTE DOE ª CAMARA DE JULGAMENTO FISCAL ACORDAO CJF Nº 0840/01 EMENTA: ICMS. EMBARAÇO A AÇAO FISCAL. FALTA DE PARADA DO VEICULO TRANSPORTADOR NO POSTO FISCAL. COMPROVADA A FALTA DE PARADA DO VEÍCULO NO POSTO FISCAL, PELO MOTORISTA, PORÉM, O CONTRIBUINTE COMPROVOU QUE AS MERCADORIAS ESTAVAM ACOMPANHADAS DE NOTA FISCAL IDÔNEA. COMPROVADO QUE NAO HOUVE PREJUÍZO AO FISCO, SENDO PORTANTO, REDUZIDA A MULTA APLICADA DE 10 UPFS-BA PARA 1 UPF-BA, POIS A INFRAÇAO FOI PRATICADA SEM DOLO OU FRAUDE. RECURSO NAO PROVIDO. DECISAO NAO UNÂNIME. RELATORIO Trata-se de Recurso Voluntário, no qual a Recorrente pretende reformar o Acórdao nº 0316/01, da 2ª Junta de Julgamento Fiscal que julgou PROCEDENTE a açao fiscal. O Auto de Infraçao, lavrado no trânsito de mercadorias e em 11/12/00, reclama multa acessória de 10 UPFs-BA pela falta de parada do veículo transportador de mercadorias no Posto Fiscal. O Recorrente apresentou defesa tempestiva, (fls. 24 a 31), na qual confirma que o motorista, efetivamente, nao parou no Posto Fiscal Eufrosino Almeida, só o fazendo quando convidado, pela fiscalizaçao, a retornar ao Posto Fiscal. Naquele, foi apresentada a nota fiscal das mercadorias transportadas, bem como, realizada a sua contagem, nada sendo constatado de irregular. Diante do exposto e já que nao existiu dolo ou má fé, apenas imprudência do motorista do veículo, requer o cancelamento do Auto de Infraçao, uma vez que a multa aplicada representa 10% do valor das mercadorias transportadas.

2 Nas razoes do Recurso Voluntário apresentado, o recorrente diz in verbis que: "...em momento algum dificultou a fiscalizaçao das mercadorias em transito, uma vez que, assim que solicitada a Autuada colocou à disposiçao do Fiscal, as mercadorias para aferiçao e a Nota Fiscal que a acompanhava. Aduz mais ainda que, "Nao foi dada outra alternativa à Autuada visto que foi obrigada a assinar um Termo de Embaraço à Açao Fiscal, após 7 horas de negociaçoes para liberaçao das mercadorias perecíveis (leite fermentado) e para que pudesse seguir viagem. - Assinado o termo, pergunta, alegar mais o que? Alega que nao precisava ter sido lavrado o auto por Embaraço à Açao Fiscal, por que na verdade a mesma nao houve. Entende que bastava um repreensao e orientaçao do fiscal para que tal fato jamais se repetisse. Diante do excesso de rigor da pena aplicada de 10 UPFs-BA, que representa 10% do valor das mercadorias, e também a "rentabilidade" de uma semana de trabalho, por ser microempresa, é que pede o cancelamento da multa aplicada. Submetido o presente PAF à análise da PROFAZ, esta embora entenda estar correta a autuaçao, faz a seguinte ressalva: "Entrementes, diante da situaçao fática dos autos, especialmente tendo em vista que nao foi constatada qualquer irregularidade no transporte de mercadorias, entendemos que pode ser analisado pelo E. CONSEF a possibilidade de reduçao ou mesmo cancelamento da multa aplicada, nos termos do art. 42, 7º, da Lei nº 7.014/96." Em conclusao, opina pelo provimento do Recurso apresentado, observando-se apenas a possibilidade de reduçao ou mesmo cancelamento da multa aplicada, nos termos do artigo da Lei supracitada. VOTO Infere-se da análise dos documentos acostados aos autos que, provavelmente, houve excesso de rigor na aplicaçao da pena verificada. O contribuinte, este sim, ficou comprovado nao deu causa à infraçao, mas foi vítima da inconseqüência do motorista transportador das mercadorias.

3 Restou comprovado que nao houve prejuízo para o fisco, uma vez que as mercadorias estavam acompanhadas de notas fiscais idôneas. Considerando que o contribuinte já sofrera a puniçao de passar "7 horas de negociaçoes" para liberar as mercadorias perecíveis apreendidas (leite fermentado), que nao houve prejuízo ao fisco, e que a multa se aplicada representa um pesado para a condiçao da recorrente, uma microempresa, acolhemos a sugestao da ilustre PROFAZ, no sentido de aplicar, no presente caso, o disposto no 7º, do art. 42, da Lei nº 7.014/96. Art.7º - As multas por descumprimento de obrigaçoes acessórias poderao ser reduzidas ou canceladas pelo órgao julgador administrativo, desde que fique comprovado que as infraçoes tenham sido praticadas sem dolo, fraude ou simulaçao e nao implique em falta de recolhimento do imposto." E, foi exatamente o que ocorreu, neste caso. Ante as provas apresentadas, entendemos que a empresa comprovou que Nao teve a intençao deliberada de causar embaraço à açao fiscal, mesmo porque nada ganharia como isso, uma vez que o imposto tinha sido recolhido, razao porque nosso voto pelo NAO PROVIMENTO para homologar a Decisao Recorrida, entretanto tendo comprovado que nao houve dolo ou fraude, fica reduzida a aplicaçao da multa para 1 UPF-BA, por descumprimento de obrigaçao acessória, por se tratar de valor circunstancial. VOTO DISCORDANTE Discordo do Relator do processo, pois ficou patente, conforme Termo de Embaraço à Açao Fiscal lavrado, fl. 8, que o veículo do recorrente, modelo Kombi, placa policial JNA 9523, conduzido pelo Sr. José Burian Miguel, que transportava mercadorias de sua propriedade, deixou de fazer a parada obrigatória no Posto Fiscal Eufrosino Almeida, proximidade de Santo Antônio de Jesus, para exibiçao da documentaçao das mercadorias que transportava, conforme determina o art. 632, IV, do RICMS/97. Tal procedimento, obrigou ao preposto fiscal que o perseguisse e, após interceptaçao, o conduzisse àquela Unidade Fazendária, a fim de proceder à fiscalizaçao das mercadorias, em confronto com a documentaçao fiscal que acobertavam o seu trânsito.

4 Reza o 8º, II, "a", do art. 915, do RICMS/97, que quando o contribuinte, de forma deliberada, por atos violentos ou dolosos, impedir, dificultar ou embaraçar a açao fiscal, caso em que será lavrado o respectivo Termo de Embaraço, de Dificultaçao ou de Impedimento à Açao Fiscal, conforme o caso, com descriçao circunstanciada dos atos e fatos verificados, sendo, porém, dispensada a lavratura do referido termo quando o embaraço for caracterizado pela falta de parada nos postos fiscais do percurso de veículo transportando mercadoria, em conformidade com o art. 42, XV, "e", da Lei nº 7.014/96, estará sujeito à multa de 10 UPFs-BA. Da leitura do texto legal acima, depreende-se que o legislador considerou a alta gravidade da presente infraçao, a ponto de dispensar a lavratura do Termo de Embaraço, quando este for caracterizado pela falta de parada nos postos fiscais do percurso de veículo transportando mercadoria, termo este que, por zelo, foi expedido e apensado aos autos. Além do mais, nao vislumbro, em nenhum momento, qualquer tipo de justificativa que pudesse eximir o autuado da responsabilidade pela irregularidade que cometeu, e, também, que desse sustentáculo à reduçao da multa, ora aprovada, por decisao nao unânime. Pelo que expus, o meu voto é pelo NAO PROVIMENTO do Recurso Voluntário apresentado, para homologar a Decisao Recorrida, pois o Auto de Infraçao é Procedente. RESOLUÇAO ACORDAM os membros da 2ª Câmara de Julgamento Fiscal do Conselho de Fazenda Estadual, em decisao nao unânime, NAO PROVER o Recurso Voluntário apresentado e homologar a Decisao Recorrida que julgou PROCEDENTE o Auto de Infraçao nº /00-8, lavrado contra SANTA CLAUS COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA., devendo ser intimado o recorrente para efetuar o pagamento da multa de 1 UPF-BA, prevista no art. 42, XV, "e", da Lei nº 7.014/96, c/c o 7º do mesmo diploma legal. Sala das Sessoes do CONSEF, 07 de junho de HELCONIO DE SOUZA ALMEIDA PRESIDENTE

5 JOSÉ RAIMUNDO FERREIRA DOS SANTOS RELATOR CIRO ROBERTO SEIFERT VOTO DISCORDANTE MARIA HELENA CRUZ BULCAO REPR. DA PROFAZ