A fonte de energia das estrelas. Estrelas, fusão e nucleo-síntese. A cadeia PP

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A fonte de energia das estrelas. Estrelas, fusão e nucleo-síntese. A cadeia PP"

Transcrição

1 A fonte de energia das estrelas - fusão e nucleo-síntese Com base num trabalho da Swinburne University of Technology 2 A cadeia PP A maior parte da energia nuclear das estrelas resulta da fusão de hidrogénio para dar núcleos de He, numa série de reacções chamada cadeia PP (de protão-protão). Globalmente, as reacções de toda a cadeia produzem, a partir de seis protões, um núcleo de He nucleus, dois positrões, dois neutrinos e dois gammas, deixando para trás dois protões. Há três caminhos para esta reacção. 1

2 3 Caminhos da cadeia PP A importância relativa dos diferentes ramos depende das condições no interior da estrela, que vão condicionar as razões de mistura (a vermelho indicam-se valores típicos para o Sol). 69% 31% PP I 99.7% 0.3% PP II PP III 4 Energia libertada na cadeia PP Independentemente do caminho seguido, verifica-se sempre: Energia libertada Diferença de massa entre os núcleos iniciais e os produtos de reacção 2

3 5 O que varia, sim, entre os diferentes caminhos é a energia transmitida aos meutrinos. P. ex.: E(ν) = 0.26 MeV. E(ν) = 7.2MeV. OBS.: Na cadeia PP dos 26,72 MeV disponíveis, apenas ~0,52 MeV são levados pelos neutrinos É a detecção destes neutrinos, em detectores como o Super- Kamiokande (no Japão), permite investigar o que se passa dentro das estrelas. 6 Super-Kamiokande (Japão) Cilindro: h=41.4 m Φ =39.3 m Água pura t Sensores ópticos: PMTs 3

4 7 Outras reacções de fusão importantes CNO cycle Conjunto de reacções cíclicas envolvendo carbono, azoto e oxigénio possibilita a conversão de 4 protões num núcleo de He Helium burning Fusão de três núcleos de He para dar um de C, chamada triple-alpha reaction. Carbon burning Desintegração do Si Fusão de núcleos de C em núcleos mais pesados; estes processos permitem atingir o Fe. Ao absorverem raios gama de energia elevada, os núcleos de Si libertam núcleos leves que, por sua vez, podem ser absorvidos por outros de Si, formando elementos mais pesados 8 Dependência em ordem à temperatura A importância relativa dos diversos processos de fusão depende sobretudo da temperatura do núcleo das estrelas. Atente-se nos seguintes limiares de reacção: Nuclear Fuel Process Threshold Temperature Products H p-p chain ~ 4 x 10 6 K He H CNO cycle 15 x 10 6 K He He 3α 100 x 10 6 K C, O C C + C 600 x 10 6 K O, Ne, Na, Mg O Si O + O Disintegration 1000 x 10 6 K 3000 x 10 6 K Mg, S, P, Si Co, Fe, Ni Reacções c/ elementos mais pesados exigem temperaturas maiores (para a energia cinética poder contrariar a repulsão de Coulomb). Ora as estrelas mais massivas têm temperaturas mais elevadas! Qual será o processo mais importante no Sol (T core ~1,5x10 7 K)? 4

5 9 O ciclo CNO CNO, outro processo de queimar hidrogénio. ciclo CNO 4 protões sujeitos a pressão e temperatura eneormes He + 2 raios gama + 2 positrões + 2 neutrinos Resultado equivalente ao da cadeia PP OBS.: Contudo os neutrinos no ciclo CNO retiram 1,71 MeV Globalmente o Sol perde ~3% da energia nos neutrinos 10 Passos do ciclo CNO (i) (f) ou 5

6 11 Em resumo T threshold T threshold T threshold A temperaturas de core superiores, a maior parte da energia é gerada nos processos 3α ε T 41 3α log [ (ε / ρx 2) / m 3 W kg 2 ] A temperaturas baixas, a energia é produzida essencialmente pela cadeia PP ε T 19.9 ε T 4 CNO PP A temperaturas de core intermédias (estrelas com 50 massa 60 maior 70 que 80 o Sol) domina o ciclo T CNO (10 6 K) 12 O problema da incineração do He À medida que a cadeia PP e o ciclo CNO transformam protões em núcleos de 4 He, torna-se provável que dois 4 He se fundam em 8 Be. Porém a vida média do 8 Be é de apenas 2.6 x s, pelo que se desintegrará antes de participar em novas reacções de fusão. Este estrangulamento do berílio, devido à instabilidade do 8 Be impede a formação de núcleos mais pesados após a criação do 4 He via PP ou ciclo CNO. Em 1952, E. Salpeter(*) mostrou que apesar da transitoriedade do 8 Be o tempo médio de colisões entre núcleos de 4 He acima de 10 8 K é ainda mais curto. Assim, acima de 10 8 K, a probabilidade de o 8 Be reagir com 4 He para produzir 12 C não é desprezável, permitindo a série de reacções chamado triplo processo alfa. (*) Posteriormente, Fred Hoyle mostrou que a probabilidade de reacção tem valor superior ao estimado por Salpeter, dado que o 12 C tem um nível energético próximo do da soma das energias dos núcleos de 8 Be e 4 He. 6

7 13 O triplo processo alfa Só se atinge a temperatura limiar do triplo processo alfa depois de consumida e transformada em He uma larga quantidade de protões; nessa altura o núcleo da estrela começa a colapsar, crescendo a densidade e a temperature. Acima dos 10 8 K, os núcleos de 8 Be reagem com os de 4 He produzindo 12 C. À medida que o He aumenta, sobe a densidade Quando média O núcleo se atinge do gás. inicial, uma A lei dos gases sobretudo densidade perfeitos muito elevada diz-nos que isso diminui a protões, e temperatures forma He acima pressão de 10da 8 Kregião inicia-se central o triplo e isso processo faz subir a temperature e aumentar alfa. a densidade do core. triple alpha! 14 Energia da incineração do He A energia libertada no triplo processo alfa é ~7.3 MeV: Os núcleos de 12 C assim criados podem capturar mais um 4 He, produzindo 16 O. Nessa reacção liberta-se uma energia de ~7.2 MeV. 7

8 15 Estádio avançados de incineração Continuando a temperatura a subir, podem ocorrer novos processos de fusão. Por exemplo, quando existirem quantidades razoáveis de carbono e/ou oxigénio estes núcleos poderão fundir-se com núcleos de He dando lugar a elementos ainda mais pesados. O limiar de temperatura para a incineração do carbono é ~5x10 8 K e o do oxigénio é ~10 9 K. Trata-se de temperaturas que praticamente só ocorrem nos núcleos de estrelas de grande massa e em estágios avançados da sua evolução. Em ambos os casos (C e O) forma-se um núcleo pesado que, depois, decai emitindo raios gama e uma partícula leve. Em média a incineração do C liberta ~13 MeV e a do O ~16 MeV. 16 8

9 17 Os produtos destes processos (Ne, Na e Mg no caso do C; S, P e Si para o O) conduzem a uma composição do núcleo rica em 28 Si. A partir de T ~ 3x10 9 K pode também ocorrer a incinaração do silício. Os produtos deste tipo de processos (Fe, Co, Ni) constituem o chamado grupo do ferro. Como é de esperar, a formação de núcleos mais pesados que o 56 Fe é endotérmica. Consequentemente: OS ELEMENTOS MAIS PESADOS QUE O Fe NÃO RESULTAM DE MECANISMOS DE FUSÃO COMO OS ACIMA DESCRITOS, NÃO SENDO PORTANTO FORMADOS NOS NÚCLEOS DAS ESTRELAS. A nucleosíntese dos elementes pesados occurre durante a explosão de supernovas, no fim da vida das estrelas de grande massa. 18 Taxa de reacção e Luminosidade A taxa total de emissão de energia por uma estrela traduz-se na sua LUMINOSIDADE. Ora a fracção de luminosidade (dl) associada a um incremento de massa (dm) é: Equação da produção de energia. є = energia total libertada por unidade de massa da estrela e por unidade de tempo devido às reacções nucleares e à gravidade. Como já vimos 9

10 19 Continuação da nucleo-síntese A existência da barreira de Coulomb sugere que o aumento de A se dê, preferencialmente, por (sucessiva) incorporação de neutrões (A,Z) + n (A+1,Z) + γ (...+γ) (A+1,Z) + n (A+1,Z+1) + e - + ν Se designarmos por w n a taxa (média) de captura de neutrões e por w β a taxa (média) de decaimento beta percebemos que podem ocorrer dois regimes diferentes: i) w n << w β processo s (de slow) ii) w n >> w β processo r (de rapid) No processo s logo que há captura de um neutrão dá-se um decaimento beta e o núcleo evoluirá próximo da região de estabilidade. No processo r o núcleo pode enriquecer em neutrões antes de ocorrer um efeito significativo de reajuste da relação p/n; os nuclídeos podem aproximar-se da chamada neutron drip line, onde não absrvem mais neutrões; a estabilidade é encontrada através de decaimento beta. 20 Continuação da nucleo-síntese Este resumo é obviamente incompleto: -Nada diz sobre o acesso ao lado do vale de estabilidade pobre em neutrões... Para tal são necessários processos que envolvam a captura de protões através de reacções (p,n) ou (p,γ) o chamado processo p Mais: é impossível atingir a região A>209 através do processo s, pois o decaimento alfa rapidamente destrói os núcleos criados... A fonte de neutrões necessária ao processo r deve ser especialmente abundante, com fluxos da ordem de n cm -2 s -1 embora não precise de subsistir durante um período longo. Os modelos mais aceites apontam para que a camada exterior das supe-novas contenha núceos de Fe (e vizinhos) à mistura com muitos neutrões. 10

11 21 Resumo Nós somos feitos de pó das estrelas e não existiríamos sem antes terem ocorrido as mais violentas explosões que o Universo conhece. Fim 11

18/Maio/2016 Aula 21. Introdução à Física Nuclear. Estrutura e propriedades do núcleo. 20/Maio/2016 Aula 22

18/Maio/2016 Aula 21. Introdução à Física Nuclear. Estrutura e propriedades do núcleo. 20/Maio/2016 Aula 22 18/Maio/2016 Aula 21 Introdução à Física Nuclear Estrutura e propriedades do núcleo 20/Maio/2016 Aula 22 Radioactividade: Poder de penetração. Regras de conservação. Actividade radioactiva. Tempo de meia

Leia mais

FORMAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO UNIVERSO

FORMAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO UNIVERSO FORMAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO UNIVERSO Eder Cassola Molina Universidade de São Paulo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas Departamento de Geofísica Elementos Químicos número atômico

Leia mais

ÁTOMOS E NÚCLEOS. núcleo carga elétrica positiva (+) eléctron carga elétrica negativa (-) mantido coeso por forças elétricas

ÁTOMOS E NÚCLEOS. núcleo carga elétrica positiva (+) eléctron carga elétrica negativa (-) mantido coeso por forças elétricas ÁTOMOS E NÚCLEOS Átomo = o núcleo envolto numa nuvem de eléctrons núcleo carga elétrica positiva (+) eléctron carga elétrica negativa (-) mantido coeso por forças elétricas Núcleo = sistema coeso de núcleons

Leia mais

Origem, evolução e morte das estrelas

Origem, evolução e morte das estrelas 1 Origem, evolução e morte das estrelas (c) da 2012/2014 2 As estrelas formam-se a partir de nuvens de gás e poeiras... http://www.physics.unc.edu/ evans/pub/a31/lecture17-stellar-birth/... em particular

Leia mais

EVOLUÇÃO ESTELAR I. Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M. Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M

EVOLUÇÃO ESTELAR I. Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M. Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M EVOLUÇÃO ESTELAR I Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M Maior parte da vida das estrelas sequência principal (SP) Característica da fase de sequência principal

Leia mais

SUPERNOVAS E NUCLEOSSÍNTESE

SUPERNOVAS E NUCLEOSSÍNTESE SUPERNOVAS E NUCLEOSSÍNTESE UMA SUPERNOVA ATINGE UM BRILHO DE CERCA DE CERCA DE 10 9-10 10 L POR ALGUMAS HORAS DEPOIS DA EXPLOSÃO Existem dois tipos básicos de supernova : 1. Tipo II 2. Tipo Ia TIPO II

Leia mais

PROCESSOS DE DECAIMENTO

PROCESSOS DE DECAIMENTO PROCESSOS DE DECAIMENTO (Transformações Radioactivas) M Filomena Botelho Objectivos Compreender o que são transformações radioactivas Saber distinguir os diversos tipos de transformações radioactivas Transformações

Leia mais

Massa: fator determinante para o Fim

Massa: fator determinante para o Fim Massa: fator determinante para o Fim Vimos que estrelas na SP: L * M * 3,3 L * / L = (M * / M ) 3,3 Tempo de vida da estrela (t * ): depende da E que tem armazenada (massa. c 2 ) e da taxa com que despende

Leia mais

FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS. Walter J. Maciel Departamento de Astronomia - IAG/USP

FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS. Walter J. Maciel Departamento de Astronomia - IAG/USP 1 FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS Walter J. Maciel Departamento de Astronomia - IAG/USP Introdução: A distribuição dos elementos químicos As abundâncias dos principais elementos químicos têm uma distribuição

Leia mais

Origem, evolução e morte das estrelas

Origem, evolução e morte das estrelas Origem, evolução e morte das estrelas Laurindo Sobrinho 24 de novembro de 2012 1 As estrelas formam-se a partir de nuvens de gás e poeiras... 2 ... Em particular no interior de nebulosas escuras. http://www.physics.unc.edu/

Leia mais

Desintegração Nuclear. Paulo R. Costa

Desintegração Nuclear. Paulo R. Costa Desintegração Nuclear Paulo R. Costa Sumário Introdução Massas atômicas e nucleares Razões para a desintegração nuclear Decaimento nuclear Introdução Unidades e SI Introdução Comprimento metro Tempo segundo

Leia mais

Descoberta do núcleo. Forças nucleares. Nuclídeos experimento de Rutherford Núcleo pequeno e positivo

Descoberta do núcleo. Forças nucleares. Nuclídeos experimento de Rutherford Núcleo pequeno e positivo Descoberta do núcleo 1911- experimento de Rutherford Núcleo pequeno e positivo Raio nuclear: fentometro (1 fm = 10-15 m) Razão entre os raios (r): r núcleo / r átomo = 10-4 Forças nucleares Prótons muito

Leia mais

EVOLUÇÃO ESTELAR I. Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M

EVOLUÇÃO ESTELAR I. Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M EVOLUÇÃO ESTELAR I Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M Maior parte da vida das estrelas sequência principal (SP) Característica da fase de sequência principal : 1) Fusão do H transformando-se em He

Leia mais

Evolução Estelar I. Prof. Jorge Meléndez Departamento de Astronomia, IAG/USP. AGA 0205 Elementos de Astronomia 2013-B

Evolução Estelar I. Prof. Jorge Meléndez Departamento de Astronomia, IAG/USP. AGA 0205 Elementos de Astronomia 2013-B Evolução Estelar I Prof. Jorge Meléndez Departamento de Astronomia, IAG/USP AGA 0205 Elementos de Astronomia 2013-B O que é uma estrela? É um corpo gasoso no interior do qual ocorrem reações de fusão nuclear

Leia mais

A descoberta da radioatividade

A descoberta da radioatividade 10. Radioatividade Sumário Histórico da radioatividade Lei do decaimento radioativo Decaimentos alfa, beta e gama Séries radioativas Datação pelo Carbono-14 Fissão nuclear Fusão nuclear A descoberta da

Leia mais

!"#$%&'()*+,-'#&*'!-./0+-+*'11! '728'9/:/*.0/;!

!#$%&'()*+,-'#&*'!-./0+-+*'11! '728'9/:/*.0/;! !"#$%&'()*+,-'#&*'!-./0+-+*'11! 234252346'728'9/:/*.0/;! A'CD9'!AEBF1A19'11! Programa! "#!$%&'(%)*+'&%&,!-%./%!01!23!!!!!!! 4,5)(6,78%!&%!$%&'(%)*+'&%&,! 97(:7',&%&,5!&(!;5?8(:(5=!

Leia mais

Capítulo 43: Energia Nuclear

Capítulo 43: Energia Nuclear Cap. 43: Sumário A Fissão do Urânio: O Processo Básico; Um Modelo para a Fissão Nuclear; O Reator Nuclear; Fusão Termonuclear: O Processo Básico A Fusão termonuclear no Sol; Fusão Termonuclear Controlada.

Leia mais

Tópicos Especiais em Física. Vídeo-aula 5: astrofísica estelar 09/07/2011

Tópicos Especiais em Física. Vídeo-aula 5: astrofísica estelar 09/07/2011 Tópicos Especiais em Física Vídeo-aula 5: astrofísica estelar 09/07/2011 Propriedades fundamentais das estrelas Formação estelar Evolução estelar Estágios finais das estrelas Estrelas: o que são? Enormes

Leia mais

Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal

Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal Fundamentos de Astronomia e Astrofísica Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal Rogério Riffel Veja mais em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node14.htm Evolução Final das Estrelas O destino final das

Leia mais

Física Nuclear: Radioatividade

Física Nuclear: Radioatividade Física Nuclear: Radioatividade Descoberta da Radioatividade Becquerel, estudando fenômenos de fluorescência e raios-x Observava fluorescência no Urânio quando exposto ao Sol. Becquerel protegia uma chapa

Leia mais

Física Nuclear: Radioatividade

Física Nuclear: Radioatividade Física Nuclear: Radioatividade Descoberta da Radioatividade Becquerel, estudando fenômenos de fluorescência e raios-x Observava fluorescência no Urânio quando exposto ao Sol. Becquerel protegia uma chapa

Leia mais

Formação dos elementos químicos

Formação dos elementos químicos Formação dos elementos químicos 66 REVISTA USP, São Paulo, n.62, p. 66-7, junho/agosto 2004 A INTRODUÇÃO: A DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS s abundâncias dos principais elementos químicos têm uma distribuição

Leia mais

1. DAS ESTRELAS AO ÁTOMO

1. DAS ESTRELAS AO ÁTOMO 1. DAS ESTRELAS AO ÁTOMO 1.1 A arquitectura do Universo 1.1.4. Organização do Universo 1.1.5. Reacções nucleares e a sua aplicação 1.1.4. Organização do Universo PARTE 1 COMO ESTÁ ORGANIZADO O UNIVERSO?

Leia mais

Origem, evolução e morte das estrelas

Origem, evolução e morte das estrelas Origem, evolução e morte das estrelas As estrelas formam-se a partir de nuvens de gás e poeiras, Instabilidades de diversa ordem podem levar ao colapso gravitacional de zonas mais densas... http://www.physics.unc.edu/

Leia mais

Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal

Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal Fundamentos de Astronomia e Astrofísica Evolução Estelar: Pós-Seqüência Principal Tibério B. Vale Veja mais em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node14.htm Evolução Final das Estrelas O destino final

Leia mais

26/Maio/2017 Aula 22. Reacções nucleares Fissão (ou cisão); reactores de fissão; constante de reprodução. Fusão; reactores de fusão.

26/Maio/2017 Aula 22. Reacções nucleares Fissão (ou cisão); reactores de fissão; constante de reprodução. Fusão; reactores de fusão. 19 e 24/Maio/2017 Aula 21 Radioactividade Poder de penetração. Regras de conservação. Actividade radioactiva. Tempo de meia vida. Datação por carbono. Decaimento alfa (energia de desintegração e efeito

Leia mais

Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M. Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M

Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M. Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M EVOLUÇÃO ESTELAR Estrelas de baixa massa 0,25 M M 2,5 M Estrelas de massa intermediária 2,5 M < M 12 M Maior parte da vida das estrelas sequência principal (SP) Característica da fase de sequência principal

Leia mais

20/Maio/2013 Aula 24. Reacções nucleares Fissão (ou cisão); reactores de fissão; constante de reprodução. Fusão; reactores de fusão.

20/Maio/2013 Aula 24. Reacções nucleares Fissão (ou cisão); reactores de fissão; constante de reprodução. Fusão; reactores de fusão. 15/Maio/2013 Aula 23 Radioactividade Poder de penetração. Regras de conservação. Actividade radioactiva. Tempo de meia vida. Datação por carbono. Decaimento alfa (energia de desintegração e efeito de túnel)

Leia mais

Evolução Final das Estrelas

Evolução Final das Estrelas Introdução à Astrofísica Evolução Final das Estrelas Rogemar A. Riffel Destino das estrelas O destino final das estrelas, depois de consumir todo o seu combustível nuclear, depende de duas coisas: 1) Se

Leia mais

Revisão de Conceitos e Fundamentos de Física das Radiações (B)

Revisão de Conceitos e Fundamentos de Física das Radiações (B) Revisão de Conceitos e Fundamentos de Física das Radiações (B) Augusto Oliveira adoliv@ctn.ist.utl.pt PSR WP4 ARIAS 2014 Resumo 1. A radiação 2. Energia 3. O jogo do lego da natureza 4. O átomo 5. Níveis

Leia mais

Evolução de Estrelas em Sistemas Binários

Evolução de Estrelas em Sistemas Binários Evolução de Estrelas em Sistemas Binários Binárias: novas, novas recorrentes Supernova tipo Ia Nucleossíntese Sandra dos Anjos IAG/USP www.astro.iag.usp.br/~aga210/ Agradecimentos: Prof. Gastão B. Lima

Leia mais

Dosimetria e Proteção Radiológica

Dosimetria e Proteção Radiológica Dosimetria e Proteção Radiológica Prof. Dr. André L. C. Conceição Departamento Acadêmico de Física (DAFIS) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial (CPGEI) Universidade

Leia mais

Cap. 10. Interiores Estelares. Fontes de energia. Transporte de energia: radiação. AGA 0293, Astro?sica Estelar Jorge Meléndez

Cap. 10. Interiores Estelares. Fontes de energia. Transporte de energia: radiação. AGA 0293, Astro?sica Estelar Jorge Meléndez Cap. 10. Interiores Estelares. Fontes de energia. Transporte de energia: radiação AGA 0293, Astro?sica Estelar Jorge Meléndez Equação de Conservação de Massa dm r = ρ dv dr Equilíbrio hidrostálco P+dP

Leia mais

Capítulo 6 Astrofísica estelar: estrutura e evolução das estrelas

Capítulo 6 Astrofísica estelar: estrutura e evolução das estrelas UFABC NHZ3043 NOÇÕES DE ASTRONOMIA E COSMOLOGIA Curso 2016.2 Prof. Germán Lugones Capítulo 6 Astrofísica estelar: estrutura e evolução das estrelas Equilíbrio hidrostático A primeira condição que precisa

Leia mais

Leonnardo Cruvinel Furquim PROCESSOS NUCLEARES

Leonnardo Cruvinel Furquim PROCESSOS NUCLEARES Leonnardo Cruvinel Furquim PROCESSOS NUCLEARES Radioatividade Três espécies de emissões radioativas naturais foram identificadas e caracterizadas e foi demonstrado que todas são emitidas pelo núcleo atomico,

Leia mais

SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA

SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA SOLUÇÃO PC. C] De acordo com esse esquema, pode-se concluir que essa transformação, que liberaria muita energia, é uma fusão nuclear: 3 2He 3 2He 2 4 He 2 p. SOLUÇÃO PC2. A partir

Leia mais

Como definir a estabilidade de um átomo? Depende. Eletrosfera. Núcleo. Radioatividade

Como definir a estabilidade de um átomo? Depende. Eletrosfera. Núcleo. Radioatividade Como definir a estabilidade de um átomo? Depende Eletrosfera Ligações Núcleo Radioatividade O que é radioatividade? Tem alguma ver com radiação? Modelos atômicos Átomo grego Átomo de Thomson Átomo de

Leia mais

AS RADIAÇÕES NUCLEARES 4 AULA

AS RADIAÇÕES NUCLEARES 4 AULA AS RADIAÇÕES NUCLEARES 4 AULA Nesta Aula: Caracterização das radiações Nucleares Caracterização das radiações Nucleares UM POUCO DE HISTÓRIA... O físico francês Henri Becquerel (1852-1908), em 1896, acidentalmente

Leia mais

Como definir a estabilidade de um átomo? Depende. Eletrosfera. Núcleo. Radioatividade

Como definir a estabilidade de um átomo? Depende. Eletrosfera. Núcleo. Radioatividade Como definir a estabilidade de um átomo? Depende Eletrosfera Ligações Núcleo Radioatividade O que é radioatividade? Tem alguma ver com radiação? Radiação eletromagnética Ampla faixa de frequência Modelos

Leia mais

As transformações de Lorenz fazem com que certas expressões percam validade. -Uma massa efectiva que depende da velocidade (via factor γ)

As transformações de Lorenz fazem com que certas expressões percam validade. -Uma massa efectiva que depende da velocidade (via factor γ) Relatividade: Relações a reter As transformações de Lorenz fazem com que certas expressões percam validade. Ex.: Energia cinética: num contexto relativista, E k ½ mv 2 embora tenda para ½ mv 2 se for v

Leia mais

Arquitetura do Universo Origem dos elementos químicos

Arquitetura do Universo Origem dos elementos químicos Unidade 1 Arquitetura do Universo Origem dos elementos químicos Física e Química A 10º ano Nebulosas Difusas Maternidade de estrelas Águia Nuvens gigantescas e escuras de poeiras e gases. Essencialmente

Leia mais

Física IV para Engenharia Elétrica. 2º Semestre de Instituto de Física - Universidade de São Paulo

Física IV para Engenharia Elétrica. 2º Semestre de Instituto de Física - Universidade de São Paulo 1 Física IV para Engenharia Elétrica 2º Semestre de 2014 Instituto de Física - Universidade de São Paulo Professor: Valdir Guimarães E-mail: valdirg@if.usp.br Aula 8 Física Nuclear - Aplicações 2 3 Aplicações

Leia mais

Evolução Estelar. Introdução à Astronomia Prof. Alessandro Moisés Colegiado Acadêmico de Ciências da Natureza SBF

Evolução Estelar. Introdução à Astronomia Prof. Alessandro Moisés Colegiado Acadêmico de Ciências da Natureza SBF Evolução Estelar Introdução à Astronomia 2015.2 Prof. Alessandro Moisés Colegiado Acadêmico de Ciências da Natureza SBF http://www.univasf.edu.br/~ccinat.bonfim http://www.univasf.edu.br/~alessandro.moises

Leia mais

Universidade da Madeira. Estrelas. Grupo de Astronomia. Laurindo Sobrinho. 05 janeiro 2015 NASA

Universidade da Madeira. Estrelas. Grupo de Astronomia. Laurindo Sobrinho. 05 janeiro 2015 NASA Estrelas Laurindo Sobrinho 05 janeiro 2015 NASA 1 Luminosidade e brilho aparente Luminosidade (L) - energia emitida por uma estrela por unidade de tempo. Brilho aparente (b) fluxo de energia por unidade

Leia mais

PRINCÍPIO BÁSICO: Isótopo Estável + Partícula incidente (n, p, a, g ) Isótopo Radioativo + Partículas emitidas. Medida das radiações emitidas

PRINCÍPIO BÁSICO: Isótopo Estável + Partícula incidente (n, p, a, g ) Isótopo Radioativo + Partículas emitidas. Medida das radiações emitidas Radioquímica PRINCÍPIO BÁSICO: Isótopo Estável + Partícula incidente (n, p, a, g ) Isótopo Radioativo + Partículas emitidas (n, p, a, g ) Medida das radiações emitidas O Núcleo Atómico Importância de A

Leia mais

Evoluçao e Estrutura Estelar II (cap. 11)

Evoluçao e Estrutura Estelar II (cap. 11) Evoluçao e Estrutura Estelar II (cap. 11) AGA15 Elisabete M. de Gouveia Dal Pino Astronomy: A Beginner s Guide to the Universe, E. Chaisson & S. McMillan (Caps. 11) Introductory Astronomy & Astrophysics,

Leia mais

ESTRELAS ANÃS SUAS ORIGENS

ESTRELAS ANÃS SUAS ORIGENS ESTRELAS ANÃS SUAS ORIGENS 1 PALAVRAS CHAVES ANÃS CASTANHAS ANÃS VERMELHAS ANÃS BRANCAS ANÃS PRETAS 2 ESTRELAS ORIGEM As estrelas formam-se no interior de nuvens de gás g s e poeiras por ação a gravitacional

Leia mais

Física das Radiações & Radioatividade. Tecnologia em Medicina Nuclear Prof. Leonardo

Física das Radiações & Radioatividade. Tecnologia em Medicina Nuclear Prof. Leonardo Física das Radiações & Radioatividade Tecnologia em Medicina Nuclear Prof. Leonardo ÁTOMO Menor porção da matéria que mantém as propriedades químicas do elemento químico correspondente. Possui um núcleo,

Leia mais

Definições de Estabilidade

Definições de Estabilidade Radioquímica Definições de Estabilidade 1. Não se deteta radioatividade. Não há transformação em outro nuclídeo.. Sistema nuclear é estável em relação a outro quando a diferença de energia é negativa:

Leia mais

Mas, se tem uma meia vida tão curta, de onde vem o 99 Tc usado nos hospitais?

Mas, se tem uma meia vida tão curta, de onde vem o 99 Tc usado nos hospitais? 99 Tc : o radionuclídeo mais usado em medicina nuclear RADIAÇÃO γ NA IMAGIOLOGIA MÉDICA SPECT (Single Photon Emission Computed Tomography) - Com raios gama emitidos de dentro do corpo humano pode obter-se

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 16 PROCESSOS E REAÇÕES NUCLEARES Edição Agosto de 2007 CAPÍTULO 08 PROCESSOS E REAÇÕES NUCLEARES ÍNDICE 16.1- Introdução 16.2- Radioatividade

Leia mais

Arquitectura do Universo. Espectros, radiações e energia

Arquitectura do Universo. Espectros, radiações e energia Arquitectura do Universo. Espectros, radiações e energia Nascimento e estrutura do Universo A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar (formado pela estrela Sol e planetas à sua volta), que está integrado

Leia mais

O Sol e o seu interior

O Sol e o seu interior O Sol e o seu interior Laurindo Sobrinho 08 de fevereiro de 2014 SOHO, NASA, ESA 1 1 O interior do Sol Composição do Sol Elemento Numero % Massa % Hydrogen 92.0 73.4 Helium 7.8 25.0 Carbon 0.02 0.20 Nitrogen

Leia mais

Descoberta do Núcleo

Descoberta do Núcleo Unidade 2: Aula 4 (1a. Parte) Núcleo Atômico Descoberta do Núcleo Propriedades dos Núcleos Forças Nucleares Estabilidade Nuclear Ressonância Magnética Nuclear Consultas http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/nuccon.html#nuccon

Leia mais

Universidade da Madeira. O Sol. (c) 2009/2014 Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira. 1Grupo de Astronomia SOHO, NASA, ESA

Universidade da Madeira. O Sol. (c) 2009/2014 Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira. 1Grupo de Astronomia SOHO, NASA, ESA 1 O Sol (c) 2009/2014 da Universidade da Madeira SOHO, NASA, ESA 2 1 O interior do Sol Composição do Sol Elemento Numero % Massa % Hydrogen 92.0 73.4 Helium 7.8 25.0 Carbon 0.02 0.20 Nitrogen 0.008 0.09

Leia mais

Átomos. Retrospectiva do átomo de hidrogênio Estrutura eletrônica do átomo neutro Estrutura nuclear do átomo RMN

Átomos. Retrospectiva do átomo de hidrogênio Estrutura eletrônica do átomo neutro Estrutura nuclear do átomo RMN Átomos Retrospectiva do átomo de hidrogênio Estrutura eletrônica do átomo neutro Estrutura nuclear do átomo RMN Átomo neutro O átomo é constituido de um núcleo positivo com Z próton que definem o confinamento

Leia mais

GAUMa Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira. O Sol. O Sol. Laurindo Sobrinho. 01 de março de 2017 SOHO, NASA, ESA

GAUMa Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira. O Sol. O Sol. Laurindo Sobrinho. 01 de março de 2017 SOHO, NASA, ESA Laurindo Sobrinho 01 de março de 2017 SOHO, NASA, ESA Composição do Sol é essencialmente composto por hidrogénio e hélio que são os dois elementos mais abundantes no nosso Universo e também os dois elementos

Leia mais

RADIOATIVIDADE DEFINIÇÃO

RADIOATIVIDADE DEFINIÇÃO RADIOATIVIDADE DEFINIÇÃO ATIVIDADE QUE CERTOS ÁTOMOS POSSUEM DE EMITIR RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS E PARTÍCULAS DE SEUS NÚCLEOS INSTÁVEIS COM O PROPÓSITO DE ADQUIRIR ESTABILIDADE ESTABILIDADE NUCLEAR ADMITE-SE

Leia mais

8/Maio/2015 Aula 19. Aplicações: - nanotecnologias; - microscópio por efeito de túnel. Equação de Schrödinger a 3 dimensões. 6/Maio/2015 Aula 18

8/Maio/2015 Aula 19. Aplicações: - nanotecnologias; - microscópio por efeito de túnel. Equação de Schrödinger a 3 dimensões. 6/Maio/2015 Aula 18 6/Maio/2015 Aula 18 Conclusão da aula anterior 3º oscilador harmónico simples 4º barreira de potencial, probabilidade de transmissão. Efeito de túnel quântico: decaimento alfa. 8/Maio/2015 Aula 19 Aplicações:

Leia mais

Decaimento radioativo

Decaimento radioativo Decaimento radioativo Processo pelo qual um nuclídeo instável transforma-se em outro, tendendo a uma configuração energeticamente mais favorável. Tipos de decaimento: (Z, A) * (Z, A) (Z, A) (Z, A)! γ!

Leia mais

Radioatividade. Prof. Fred

Radioatividade. Prof. Fred Radioatividade Prof. Fred Radioatividade, uma introdução Radioatividade O homem sempre conviveu com a radioatividade. Raios cósmicos Fótons, elétrons, múons,... Radioatividade natural: Primordiais urânio,

Leia mais

Os fundamentos da Física Volume 3 1. Resumo do capítulo

Os fundamentos da Física Volume 3 1. Resumo do capítulo Os fundamentos da Física Volume 1 Capítulo 0 Física Nuclear AS FORÇAS FUNDAMENTAIS DA NATUREZA Força nuclear forte Mantém a coesão do núcleo atômico. Intensidade 10 8 vezes maior do que a força gravitacional.

Leia mais

Aula 21 Física Nuclear

Aula 21 Física Nuclear Aula 21 Física 4 Ref. Halliday Volume4 Sumário Descobrindo o Núcleo; Algumas Propriedades Nucleares; Decaimento Radioativo; Decaimento Alfa; Decaimento Beta; Radiação Ionizante; Analisando os dados, Rutherford

Leia mais

Sua Conexão Cósmica com os Elementos

Sua Conexão Cósmica com os Elementos Sua Conexão Cósmica com os Elementos James Lochner (USRA) & Suzanne Pleau Kinnison (AESP), NASA/GSFC Traduzido por Paulo Marcelo Pontes, pmarcelopontes@gmail.com Conexões Elementares O Big Bang A Cosmologia

Leia mais

18/Maio/2016 Aula 21. Introdução à Física Nuclear. Estrutura e propriedades do núcleo. 13Maio/2016 Aula 20

18/Maio/2016 Aula 21. Introdução à Física Nuclear. Estrutura e propriedades do núcleo. 13Maio/2016 Aula 20 13Maio/2016 Aula 20 Átomo de hidrogénio Modelo de Bohr Modelo quântico. Números quânticos. 18/Maio/2016 Aula 21 Introdução à Física Nuclear Estrutura e propriedades do núcleo 1 Aula anterior Átomos modelo

Leia mais

LOGO. Radioatividade. Profa. Núria Galacini

LOGO. Radioatividade. Profa. Núria Galacini LOGO Radioatividade Profa. Núria Galacini Radioatividade Breve Histórico: 1896: Antoine-Henri Becquerel percebeu que um sal de urânio sensibilizava o negativo de um filme fotográfico, recoberto por papel

Leia mais

Lista 1 - Radioatividade

Lista 1 - Radioatividade 1. Para cada um dos radionuclídeos mostrados a seguir, escreva a equação que representa a emissão radioativa. Consulte a tabela periódica. a) b) c) d) e) 222 86 Rn, um alfa emissor presente no ar. 235

Leia mais

Obj b ecti t vos FAMÍLIAS NUCLEARES

Obj b ecti t vos FAMÍLIAS NUCLEARES Objectivos Reconhecer as diversas famílias nucleares Enquadrar a estabilidade nuclear com a composição do núcleo Compreender o conceito do defeito de massa Saber caracterizar os diversos tipos de radiação

Leia mais

Outro exemplo de fissão acontece quando um próton, com uma energia cinética de 0,15 MeV, penetra e é absorvido por um núcleo de lítio 7 (Fig.

Outro exemplo de fissão acontece quando um próton, com uma energia cinética de 0,15 MeV, penetra e é absorvido por um núcleo de lítio 7 (Fig. Fissão Nuclear Fissão nuclear é o processo pelo qual um núcleo de número de massa grande se divide em dois fragmentos de números de massa comparáveis. Os núcleos com número de massa grande estão sujeitos

Leia mais

Química A Extensivo V. 8

Química A Extensivo V. 8 Química A Extensivo V. Exercícios 0) A α 90 Th3 Ra 9 Ac 90 Th α Ra Número de massa: Prótons: Neutons: 36 0) 90 Th 3 α Ra α 6 Rn α Po 0 5 At 0 03) B 0) C Prótons: 5 Elétons: 5 Neutons: 00 5 = 35 6X O elemento

Leia mais

CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME. Rui Jorge Agostinho.

CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME. Rui Jorge Agostinho. CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA NO OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME Rui Jorge Agostinho Outubro de 2017 Conteúdo Este curso destina-se a qualquer pessoa interessada

Leia mais

Decaimento Radioativo

Decaimento Radioativo Unidade 3 Radioatividade Decaimento Radioativo Decaimentos Alfa, Beta, e Gama Nuclídeos Radioativos Datação Radioativa 14 C Medidas de Dose de Radiação Modelos Nucleares Marie e Pierre Curie Marie Curie

Leia mais

SÓ EU SEI O QUE VAI CAIR NA PROVA! RADIOATIVIDADE. Prof. Gabriel P. Machado

SÓ EU SEI O QUE VAI CAIR NA PROVA! RADIOATIVIDADE. Prof. Gabriel P. Machado RADIOATIVIDADE Prof. Gabriel P. Machado DEFINIÇÃO Propriedade de núcleos instáveis, que emitem partículas e radiação de modo a atingir estabilidade. HISTÓRICO 1895: Wilhelm Konrad Roentgen conseguiu produzir

Leia mais

TERMODINÂMICA. Encontro 08 Estrelas: Fábricas de elementos químicos?

TERMODINÂMICA. Encontro 08 Estrelas: Fábricas de elementos químicos? TERMODINÂMICA Encontro 08 Estrelas: Fábricas de elementos químicos? ESTRELAS: FÁBRICAS DE ELEMENTOS QUÍMICOS? Uma grande dúvida da astronomia moderna foi a origem dos elementos químicos. ESTRELAS: FÁBRICAS

Leia mais

CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME. Rui Jorge Agostinho.

CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME. Rui Jorge Agostinho. CURSO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA NO OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA VIDA E MORTE DAS ESTRELAS MÓDULO: CA VME Rui Jorge Agostinho Outubro de 2016 Conteúdo Objectivos e Estrutura do Curso..............................

Leia mais

O ÂTOMO TIPOS DE RADIAÇÕES. TIPOS DE RADIAÇÕES As radiações podem ser classificadas da seguinte forma: Quanto à composição

O ÂTOMO TIPOS DE RADIAÇÕES. TIPOS DE RADIAÇÕES As radiações podem ser classificadas da seguinte forma: Quanto à composição O ÂTOMO Prof. André L. C. Conceição DAFIS Curitiba, 27 de março de 2015 TIPOS DE RADIAÇÕES Radiação é energia em trânsito (emitida e transferida por um espaço). Do mesmo jeito que o calor (energia térmica

Leia mais

Nascimento, vida e morte das estrelas. Alan Alves Brito Professor Adjunto

Nascimento, vida e morte das estrelas. Alan Alves Brito Professor Adjunto Nascimento, vida e morte das estrelas Alan Alves Brito Professor Adjunto O que é uma estrela? Berçários Estelares Manchas brancas na nuvem escura: regiões de formação estelar recente A nuvem é escura

Leia mais

O Surgimento e Desenvolvimento De Uma Anã Branca

O Surgimento e Desenvolvimento De Uma Anã Branca UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FÍSICA Mestrado Profissional em Ensino de Física Vitor Cossich O Surgimento e Desenvolvimento De Uma Anã Branca IMAGEM: Concepção artística do sistema

Leia mais

Evolução de Estrelas em Sistemas Binários

Evolução de Estrelas em Sistemas Binários Evolução de Estrelas em Sistemas Binários Binárias: novas, novas recorrentes Supernova tipo Ia Nucleossíntese Sandra dos Anjos IAG/USP www.astro.iag.usp.br/~aga210/ Agradecimentos: Prof. Gastão B. Lima

Leia mais

ACÇÃO DA RADIAÇÃO. Transformações radioactivas Decaimento radioactivo

ACÇÃO DA RADIAÇÃO. Transformações radioactivas Decaimento radioactivo ACÇÃO DA RADIAÇÃO M Filomena Botelho Transformações radioactivas Decaimento radioactivo Becquerel Saint Victor películas fotográficas ficavam impressionadas quando expostas a sais de urânio, mesmo protegidas

Leia mais

Lista elaborado por coletânea de exercícios, traduzida e organizado por Emerson Itikawa sob supervisão do Prof. Eder R. Moraes

Lista elaborado por coletânea de exercícios, traduzida e organizado por Emerson Itikawa sob supervisão do Prof. Eder R. Moraes Física Nuclear e Decaimento 1) (HOBBIE, R.K.; Interm Phys Med Bio) Calcular a energia de ligação, e a energia de ligação por núcleon, a partir das massas dadas, para os nuclídeos (a) 6 Li, (b) 12 C, (c)

Leia mais

Evolução Estelar. Profa. Jane Gregorio-Hetem IAG/USP

Evolução Estelar. Profa. Jane Gregorio-Hetem IAG/USP Evolução Estelar Profa. Jane Gregorio-Hetem IAG/USP Ciclo de vida do Sol colapso colapso colapso nuvem glóbulo protoestrela Sol estável por 10 bilhões de anos anã negra esfriamento anã branca colapso gigante

Leia mais

Figura 1: Fotos dos cogumelos formados após a explosão das bombas nucleares Little Boy (à esquerda Hiroshima) e Fat Man (à direita Nagasaki).

Figura 1: Fotos dos cogumelos formados após a explosão das bombas nucleares Little Boy (à esquerda Hiroshima) e Fat Man (à direita Nagasaki). O Núcleo Atômico É do conhecimento de todos o enorme poder energético contido no núcleo dos átomos! Quem nunca ouviu falar sobre as bombas nucleares que foram lançadas, no final da II Guerra Mundial, nas

Leia mais

Applications of Nuclear Physics. Slides Based on Atoms, Radiation and Radiation Protection,James E. Turner

Applications of Nuclear Physics. Slides Based on Atoms, Radiation and Radiation Protection,James E. Turner Applications of Nuclear Physics Slides Based on Atoms, Radiation and Radiation Protection,James E. Turner Fusion ) Energetic balance? 2) Transfered energy to the neutron in a) and b)? %? n He H H 0 4 2

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Física Departamento de Física. FIS01184 Física IV-C Área 3 Lista 2

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Física Departamento de Física. FIS01184 Física IV-C Área 3 Lista 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01184 Física IV-C Área 3 Lista 2 1.Calcule a distância máxima de aproximação para uma colisão frontal entre uma partícula

Leia mais

Evolução Estelar. Vimos anteriormente que a formação do sistema solar se dá no momento da formação da própria estrela do sistema:

Evolução Estelar. Vimos anteriormente que a formação do sistema solar se dá no momento da formação da própria estrela do sistema: Evolução Estelar Vimos anteriormente que a formação do sistema solar se dá no momento da formação da própria estrela do sistema: nebulosas gasosas (H e He) comprimidas por turbulências, como explosões

Leia mais

1 Estrutura do átomo. c Leonor Cruzeiro

1 Estrutura do átomo. c Leonor Cruzeiro 1 Radiações c Leonor Cruzeiro 1 Estrutura do átomo Um físico famoso, chamado Richard Feynman, disse que se tivesse de condensar os conhecimentos que tinha da física numa frase diria que a matéria é constituída

Leia mais

Geração de Energia Elétrica

Geração de Energia Elétrica Geração de Energia Elétrica Geração Termoelétrica a Vapor Unidades Nucleares Joinville, 25 de Abril de 2012 Escopo dos Tópicos Abordados Fissão versus Fusão Nuclear; Tokamak: Controle magnético de plasma

Leia mais

FQA Química 1 - Reações químicas e estequiometria. Reagente

FQA Química 1 - Reações químicas e estequiometria. Reagente ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS FQA Química 1 - Reações químicas e estequiometria. Reagente limitante, em excesso, com impurezas. Rendimento de uma reação química. 11.º Ano Turma A e B 2016/01/26 NOME

Leia mais

Física da Radiação - Radiação Cósmica

Física da Radiação - Radiação Cósmica Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica N o : 58484 E-mail: miguel.amador@ist.utl.pt Instituto Superior Técnico 6 de Janeiro de 2011 Outline Introdução 1 Introdução 2 História da dos Raios Cósmicos

Leia mais

Luminosidade (L) perda de energia não são estáticas evoluem à medida que perdem energia para o espaço

Luminosidade (L) perda de energia não são estáticas evoluem à medida que perdem energia para o espaço Estrelas A estrutura das estrelas e a geração de energia Propriedades das estrelas. A evolução das estrelas Morte estelar estrelas anãs, estrelas de neutrões e buracos negros 1_1 Fontes de energia das

Leia mais

Questões de Exame Resolvidas. Física e Química A. 11. ano. Química

Questões de Exame Resolvidas. Física e Química A. 11. ano. Química Questões de Exame Resolvidas Física e Química A 11. ano Química Índice Apresentação 3 Questões de Exame e de Testes Intermédios Química 10.º ano Domínio 1 Elementos químicos e sua organização 7 Subdomínio

Leia mais

Nascimento, vida e morte das estrelas. Alan Alves Brito Professor Adjunto

Nascimento, vida e morte das estrelas. Alan Alves Brito Professor Adjunto Nascimento, vida e morte das estrelas Alan Alves Brito Professor Adjunto Referências Andery, M. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 16a edição. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

Leia mais

1. Imagem de uma carga num objecto metálico

1. Imagem de uma carga num objecto metálico 41ª Olimpíada Internacional de Física, Croácia Prova Teórica, 19 de Julho de 2010 1/3 1. Imagem de uma carga num objecto metálico Introdução Método das imagens Uma carga pontual q é colocada na vizinhança

Leia mais

Física Moderna II Aula 10

Física Moderna II Aula 10 Física Moderna II Aula 10 Marcelo G. Munhoz munhoz@if.usp.br Lab. Pelletron, sala 245 ramal 6940 Como podemos descrever o núcleo de maneira mais detalhada? n Propriedades estáticas: q Tamanho, q Massa,

Leia mais

Noções básicas sobre o núcleo e o declínio radioactivo

Noções básicas sobre o núcleo e o declínio radioactivo Noções básicas sobre o núcleo e o declínio radioactivo 20 de Abril de 2005 1 Constituição do núcleo O átomo é uma nuvem de Z electrões que rodeia um núcleo constituído por Z protões e N neutrões. Figura

Leia mais

Estrelas Parte I. Victoria Rodrigues 10/05/14

Estrelas Parte I. Victoria Rodrigues 10/05/14 Estrelas Parte I Victoria Rodrigues victoria_souzarodrigues@hotmail.com 10/05/14 Sumário Parte I O que são? Nascimento estelar; Evolução Parte II Evolução: Estrelas maiores que o Sol; Aglomerados estelares;

Leia mais

O Decaimento Radioativo (6 aula)

O Decaimento Radioativo (6 aula) O Decaimento Radioativo (6 aula) O decaimento Radioativo Famílias Radioativas Formação do Material Radioativo O Decaimento Radioativo Quando um átomo instável emite partículas a, b, ou radiação g, ele

Leia mais