UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS EPIDEMIOLOGIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL, PB, BRASIL. HAVANE ESTEFANE DE ALMEIDA FELIX PATOS PB 2016

2 HAVANE ESTEFANE DE ALMEIDA FELIX EPIDEMIOLOGIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL, PB, BRASIL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos PB, como requisito para obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas. ORIENTADOR: PROF. DR. EDNALDO QUEIROGA DE LIMA PATOS, PB 2016

3 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR F316e Felix, Havane Estefane de Almeida Epidemiologia de parasitoses intestinais na população humana do município de Princesa Isabel, PB, Brasil / Havane Estefane de Almeida Felix. Patos, f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Orientação: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima Referências. 1. Aspectos epidemiológicos. 2. Helmintos e protozoários. I. Título. CDU 576.8

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5 AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho aos meus avós maternos, Isaura e José Felix, pela existência da minha mãe, pois sem ela não teria alcançado os meus objetivos. A ela, Marluce Gonzaga, a quem eu devo minha vida. Essa mulher, guerreira, batalhadora, que mesmo me criando sozinha, nunca desistiu de mim, nunca me deixou faltar amor, educação, incentivo, que me ensinou a ter caráter, valores, respeito ao próximo, me ensinou a ser forte e me ensinou principalmente a agradecer a vida por tudo àquilo que ela coloca em meu caminho e seguir em frente sem medos dos obstáculos. Obrigada por ter esse coração tão generoso, por cada batalha para me ver chegar até aqui, por cada lágrima derramada de preocupação, por cada conselho, cada sorriso, por todo amor e apoio, você me deu todo suporte nesta vida, e hoje o que eu sou só devo a você; Agradeço a minha mãezinha do coração, Marlene, pelo apoio e estimulo para enfrentar as barreiras da vida; Agradeço a meu querido e amável orientador Ednaldo Queiroga, pela sua disponibilidade e pelo acompanhamento exercido durante a execução do trabalho, e por ser um excelente professor e profissional, no qual me espelha; Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial a Jair Moisés, pela marca tão positiva e permanente que ele deixou, sendo um exemplo de pessoa e professor; A minha família, em especial a minha tia Lia, minha prima Anna Karolina e seu marido Janduí Sabino, pelo carinho, agrado e toda confiança que depositaram em mim; Aos meus irmãos, Heyglisson e Gabriel que mesmo na distância contribuíram com alguns puxões de orelha, ao meu irmão Handerson, que mesmo não estando presente hoje, me deixou uma lição de vida, que devemos almejar sempre a felicidade e ter vontade de viver ; Agradeço a minha prima Adriana Felix, pela paciência e auxilio ao meu projeto; A meu namorado Felipe Medeiros, por todo amor, paciência e compreensão inefável; Não poderia deixar de agradecer, pelo companheirismo, dignidade, carinho, amizade, irmã que a vida me deu, que sempre esteve do meu lado em todos os momentos, nas tardes de café, com pão e batata, nos desesperos dos estágios e das notas ruins. Desejo todo sucesso e tudo de bom em sua vida, Natalia Fernandes; Agradeço às minhas companheiras de convívio, Jéssica, Juliana e Paulinha, por terem suportado toda minha chatice durante esses anos; As pessoas que ao longo do tempo, desde a infância fazem parte da minha trajetória de vida e aos amigos que fiz durante essa caminhada;

6 Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si, para que a conclusão desse trabalho se tornasse possível; E por ultimo, quero agradecer a Deus, por ter me dado à família que eu precisava. a melhor do mundo, e amigos sinceros, tornando minha vida mais cheia de amor e afetuosa. Deus, por ter me dado coragem e determinação para batalhar e vencer meus desafios, por sempre ser maior que meus problemas, minhas lagrimas, o medo de não conseguir e por ser o centro e o fundamento de tudo em minha vida.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização do município de Princesa Isabel, PB...14 Figura 2 - Unidade de saúde Hospital São Vicente de Paulo...14 Figura 3 - Comparação entre amostras parasitadas e não parasitadas...16 Figura 4 - Comparação entre casos de monoparasitose e poliparasitose...16 Figura 5 - Distribuição de protozoozes e helmintoses encontradas em pacientes infectados e associação parasitária nestes indivíduos...19 Figura 6- Protozoários que prevaleceram na população estudada...20 Figura 7- Helmintos que prevaleceram na população estudada...21

8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Prevalência de parasitos intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes realizados no laboratório do Hospital São Vicente em Princesa Isabel, durante o ano de TABELA 2 - Prevalência de parasitos intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes realizados no laboratório Pré-Analise, em Princesa Isabel, durante o ano de TABELA 3. Percentagens obtidas através das respostas das perguntas mais significativas do questionário...22

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10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS NORMAS DA REVISTA...28

11 EPIDEMIOLOGIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL, PB, BRASIL. HAVANE ESTEFANE DE ALMEIDA FELIX¹, EDNALDO QUEIROGA DE LIMA². 1. Graduanda em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. 2. Professor da Disciplina de Parasitologia da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. Farmacêutico- Bioquímico. RESUMO Atualmente às infecções intestinais parasitárias constituem um dos principais fatores que afetam a saúde pública, que têm relação direta com a precariedade no sistema de saneamento básico e nos maus hábitos de higiene da população. Neste trabalho, estabeleceu-se a ocorrência de parasitas intestinais no município de Princesa Isabel, PB, referente a todo ano de Foram analisados os mapas mensais, concedido pelo hospital São Vicente de Paulo e pelo o laboratório Pré-Analise, cujos quais continham registrados os resultados dos exames parasitológicos, ambos classificados em positivo e negativo. Foi aplicado em duas escolas estaduais, um questionário educativo e informativo, com questões relativas às condições socioeconômicas nas quais vive a população estudada. No laboratório Pré-Analise totalizou- se 81 resultados analisados, onde (32,10%) são positivos, sendo Endolimax nana o protozoário mais frequente, com 8 casos (9,88%) e não apresentando helmintos, apenas o quadro de políparasitose, porém o hospital São Vicente totalizou 875 resultados analisados, onde (54,40%) são positivos, tendo como protozoário frequente também Endolimax nana com 151 casos (31,72%) e entre os helmintos o Strongyloides stercoralis com 6 casos (1,27%). Dentre os resultados positivos para parasitoses foram apresentados um quadro de 24,90% de políparasitose e 75,10% de monoparasitose. Este trabalho permitiu concluir que 52,51% dos pacientes apresentaram alguma espécie de parasita, evidenciando a falta de informação e melhoria nas condições de saneamento básico. Palavras Chave: Aspectos epidemiológicos, helmintos e protozoários.

12 10 Abstract Currently parasitic intestinal infections are one of the main factors that affect public health, which is directly related to the precariousness of basic sanitation and bad hygiene habits of the population. In this work, we established the occurrence of intestinal parasites in the municipality of Princesa Isabel, PB, for the period from 2015 monthly maps were analyzed granted by the hospital São Vincente de Paulo and the Pre-analise laboratory, which contained the results, recorded the parasitological examinations, both classified into positive and negative. It was applied in two state schools, an educational and informative questionnaire with questions related to socioeconomic conditions in which lives the population studied. In the laboratory pre-analise results analyzed totaled 81, wherein (32.10%) are positive, Endolimax nana being the most common protozoan, 8 patients (9.88%) and showing no helminths, showing only the frame but poliparasitose St. Vincente hospital totaled 875 results analyzed where (54.40%) are positive, with the frequent protozoan also Endolimax nails with 151 cases (31.72%) and among the helminths Strongyloides stercoralis with 6 cases (1.27%). Among the positive for parasites were shown a picture of 24.90% of poliparasitose and 75.10% of monoparasitose. This study revealed that 52.51% of patients had some kind of parasite, highlighting the lack of information and improvement of sanitation conditions. Keywords: Epidemiological aspects, helminths and protozoa.

13 11 1. Introdução O estudo epidemiológico dos parasitas intestinais tem por objetivo determinar as principais doenças e seus respectivos agentes etiológicos que se encontram distribuídos por todo o mundo, de forma endêmica ou epidêmica. As infecções por helmintos e protozoários estão entre os mais frequentes agravos do mundo. Quando o parasita está presente no seu hospedeiro, ele busca benefícios que garantam sua sobrevivência. De um modo geral, essa associação tende a um equilíbrio, pois a morte do hospedeiro é prejudicial para o parasito (1). No Brasil, as enteroparasitoses constituem um sério problema de saúde pública ocupando lugar de destaque no cenário das doenças tropicais, sendo enfermidade de origem multicausal e multifatorial, decorrente da interação de múltiplos fatores. A sua prevalência multiplica o risco de morbimortalidade tornando imprescindíveis investigações para que se possa traçar medida de controle direcionada à população suscetível (2). Embora o parasitismo intestinal seja relevante na epidemiologia e na saúde pública, são insuficientes as referências sobre o tema, principalmente no Brasil. Tal situação, aliada à dificuldade de realização de exames coproparasitológicos em maior escala, pouco contribui para o conhecimento das consequências na população geral (3). É evidente que a falta de informação, a má-nutrição, condições educacionais, condições da água e dos alimentos são fatores para a propagação de doenças, sobretudo nas populações carentes e de baixa renda, mantendo assim a prevalência elevada dessas infecções. A elevada prevalência das enteroparasitoses provoca o desenvolvimento das patogenias que são quase sempre negligenciadas e esquecidas, já que os sintomas clínicos são inespecíficos ou confundidos com os de outras doenças (4). Além disso, pode se ressaltar que os principais alvos dessas parasitoses são as crianças, ou seja, elas são vulneráveis, por terem inadequadas praticas de higiene e por terem contato direto com o solo, reservatório natural de contaminação. A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água e alimentos contaminados com cistos e ovos de parasitos e pela penetração de larvas de helmintos na pele e mucosas (5). As parasitoses são diagnosticadas de forma clássica através do exame de fezes clínico laboratorial, o exame microscópico que pode ser qualitativo ou quantitativo e o exame macroscópico, aplicando assim os métodos apropriados.

14 12 Medidas simples como, por exemplo, hábitos de higiene pessoal, principalmente lavar bem as mãos após o uso do banheiro, utilizando o sabão, lavar os alimentos antes de ingerir, manter os pés calçados e sempre procurar o médico, contribuem para a diminuição de contaminação desses parasitos. Apesar de o Brasil ter passado por inúmeras modificações que melhoraram a qualidade de vida de sua população nas últimas décadas, as enteroparasitoses ainda são endêmicas em diversas áreas do país. As informações sobre a prevalência de parasitoses intestinais ainda são escassas ou mesmo nulas para certas regiões (6). Com base no contexto apresentado, que no Brasil, apesar das diferenças regionais, a contaminação do meio ambiente é intensa, com elevada prevalência de parasitoses intestinais, ou seja, o problema envolvendo essas parasitoses é mais sério do que se apresenta, uma vez que ainda não existe uma politica de educação sanitária séria e consolidada. Com isso o trabalho vem a contribuir com a divulgação do levantamento de dados e conhecer as condições de saneamento básico que dispõe a população da cidade de Princesa Isabel, PB, Brasil, além de orientar quanto aos cuidados higiênicos, para a redução da incidência dessas parasitoses e enfatiza a importância da coleta de dados e da pesquisa para soluções e conscientização das pessoas.

15 13 2. Material e Métodos 2.1 Coletas de dados O presente trabalho foi realizado através de coleta de dados de resultados de exames parasitológicos, a partir dos resultados registrados nos mapas mensais do laboratório de Análises Clínicas do Hospital Municipal São Vicente de Paulo e do laboratório particular da cidade de Princesa Isabel PB. Os dados foram registrados por escrito e classificados na forma de pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, onde se realizou a análise, com intuito de traçar um perfil epidemiológico parasitário do município. Os resultados analisados foram referentes ao ano de 2015, onde estes foram distinguidos em positivos e negativos para os exames parasitológicos, sendo, então, analisados os parasitas encontrados e sua frequência nos resultados positivos. Essas frequências de casos foram analisadas segundo o gênero e a idade do paciente, sendo observados também os índices de poliparasitismo e monoparasitismo. Os dados foram analisados utilizando o software Microsoft Excel, versão 2010, onde os resultados foram demonstrados em gráficos e tabelas, comparando-os com a literatura especifica. 2.2 Área de estudo O projeto será desenvolvido no município de Princesa Isabel que possui habitantes, e está localizada a 430 km da Capital João Pessoa na zona fisiográfica do Sertão Paraibano. Está incluída na área geográfica do semiárido brasileiro no Estado da Paraíba, situada na mesorregião do Sertão Paraibano, microrregião da Serra de Teixeira. A temperatura média anual fica em torno de 25 e 33 C. Localiza se a uma latitude Sul e uma longitude Oeste, estando a uma altitude de 683 metros acima do nível do mar. Possui uma área de 3680,67 Km². A cidade limita se ao Norte com Pedra Branca, Nova Olinda e Boa Ventura, ao Leste com Tavares, ao Oeste com São José de Princesa e Manaíra (PB), ao Sul com as cidades do Pernambuco, Triunfo, Flores e Quixaba (7).

16 14 Figura 1. Localização, Princesa Isabel, Paraíba. Fonte: IBGE, localização, O município possui dezoito estabelecimentos de saúde SUS (7), dentre eles o Laboratório de análises clinicas do Hospital São Vicente de Paula que atende a toda população princesense, onde foram colhidos os resultados desse estudo, visto em destaque na Figura 2. Figura 2. Unidade de saúde Hospital São Vicente de Paulo Fonte: Havane.E.Almeida Felix O saneamento do município, gestão conjunta de tratamento de água, esgoto, manejo e limpeza de águas pluviais, são formados pelo sistema de abastecimento de água que atendem especificamente a moradores urbanos com água tratada, e para a população rural faz se programas de acompanhamento familiar e de distribuição de cloro, assim como a rede de esgoto também só é existente no meio urbano (7), facilitando a ocorrência de infecções parasitarias.

17 15 3. Resultados e Discussão Foram registrados, durante o ano de 2015, no laboratório Pré-Analise, de 81 resultados analisados, onde 26 (32,10%) são positivos e 55 (67,90%) negativos, Enquanto, no laboratório do Hospital São Vicente, totalizou-se 875 resultados analisados, dos quais 476 (54,40%) são positivos e 399 (45,60%) negativos. Desta forma, o percentual de casos positivos, de modo geral, foram referentes ao período de tempo citado acima foi equivalente a 502 (52,51%) e 454 (47,49%) dados de negativos como mostra a Figura 3. Esse percentual de casos positivos encontrado no presente estudo é semelhante aos resultados de um trabalho realizado em Campo Florido, Minas Gerais, Brasil (8), onde das 72 amostras avaliadas 59,7% apresentaram resultados positivos ao exame parasitológico e 40,3% negativos, como também nos dados obtidos em populações escolares no município Caxias do Sul, RS (9), de 9.787, (58%) dos quais apresentaram resultados positivos. Em uma pesquisa de prevalência de enteroparasitos no município de Ariquemes Rondônia, Brasil (10), de 288 exames analisados, 23,61%, foram positivos, mostrando que os dados obtidos no município de Princesa Isabel, PB, de 52,51% positivos, encontram-se em um nível alarmante, o que evidencia a carência de informação na população, os hábitos de higiene não consolidado, e a falta de interesse das autoridades desse município. E para que ocorra o controle das endemias é preciso um compromisso não apenas da parte do governo, mas também um compromisso da parte do ministério da saúde, com iniciativas de ambas as partes, aumentando a expectativa e melhoria de vida da população. Com isso, o número de focos para a criação de vetores causadores das endemias diminuição, reduzindo-se o número de incidência e prevalência das mesmas.

18 16 47,49% 52,51% Positivos Negativos Figura 3. Comparação entre amostras parasitadas e não parasitadas (N = 956) Na Figura 4, dos 502 resultados positivos, 377 (75,10%) apresentam quadros de monoparasitose e 125 (24,90%) poliparasitose, ou seja, em sua maioria possuem apenas parasita intestinal. Correlacionando os dados da Figura 4 com um perfil epidemiológico com a prevalência de parasitoses intestinais na população humana do município de São Mamede, PB, Brasil (11), onde, a análise em 1099 prontuários, 87,25% foram evidenciadas casos de monoparasitose. 24,90% 75,10% Poliparasitoses Monoparasitose Figura 4. Comparação entre casos de monoparasitose e poliparasitose (N = 502) O perfil sociodemográfico foi descrito em domínios distintos: masculino e feminino, e foi encontrado dentre os resultados para o gênero a presença de parasitoses, em 65,58% feminino e 34,42% masculino.

19 17 Em um trabalho realizado em crianças, na Escola Estadual Imaculada Conceição, localizada no município de Jacarezinho, PR (12), a relação com a variável de gênero determinou que, 76,92% dos diagnósticos foram em casos femininos. Entre homens e mulheres além das diferenças anatômicas e fisiológicas, intrínsecas e comportamentais, cada um vive experiências especificas que implicam disparidades quanto à exposição a riscos (13). Portanto, vale salientar que as parasitoses são menos frequentes no sexo masculino com relação ao sexo feminino que, na maioria das vezes, aparecem com maior percentual. Isto pode estar associado ao comportamento reverso por parte dos homens em relação ao autocuidado nas questões de saúde. De acordo com a faixa etária, não foi possível analisá-las em virtude não estarem presentes naqueles gêneros, dificultando assim, ter um resultado da faixa etária com maior prevalência. Para as avaliações dos parasitas encontrados no trabalho, destacou-se a Endolimax nana como o protozoário mais frequente e Strongyloides stercoralis entre os helmintos. Endolimax nana é um gênero de ameba encontrada no intestino do ser humano. Tem maior significado na medicina porque pode fornecer falsos positivos para outros exames, nomeadamente às espécies semelhantes como a Entamoeba hystolitica, responsável pela amebíase desinteriana, que consiste em um quadro de diarreia com fezes muco-sanguinolentas, dor abdominal, fraqueza e febre de pequena intensidade. Na fase crônica, há perda do apetite, surtos de diarreia alternados com prisão de ventre, náuseas e vômitos, com formas de infecção, acometendo principalmente o fígado (14). A contaminação se da-se por meio de água contaminada por fezes humanas (15). O Strongyloides stercoralis é um helminto comum do intestino humano, considerado um parasito oportunista, com um ciclo biológico envolvendo apenas uma fêmea partogenética para a produção dos ovos. Geralmente, caracteriza-se como uma infecção assintomática ou oligossintomática em pacientes imunocompetentes e imunossuprimidos. Assume caráter grave por exarcebação dos mecanismos de autoinfecção e disseminação de larvas por vários órgãos além do trato gastrointestinal (16).

20 TABELA 1 Prevalência de parasitos intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes realizados no laboratório do Hospital São Vicente em Princesa Isabel, durante o ano todo. 18 Parasito Quantitativo Frequência de casos Endolimax nana ,72% Entamoeba histolytica ,25% Entamoeba coli ,69% Giárdia lamblia 40 8,40% Iodomoeba butschlii 22 4,62% Strongyloides stercoralis 6 1,27% Hymenolepis nana 3 0,63% Ancylostoma duodenale 2 0,42% TABELA 2 Prevalência de parasitos intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes realizados no laboratório Pré-Analise, em Princesa Isabel, durante o ano de Parasito Quantitativos Frequência de casos Endolimax nana 8 30,76% Entamoeba coli 7 26,92% Giárdia lamblia 6 23,07% Entamoeba histolytica 4 15,39% Iodomoeba butschlii 1 3,84% Separando em protozoozes e helmintoses, verifica-se a relação de incidência da amostra, onde 92,96% foram de pacientes com protozoários, e um pequeno percentual de 2,35% de helmintos. 4,69% apresenta associação dos dois parasitas intestinais. Correlacionando com o trabalho realizado no município de Ariquemes, Rondônia, Brasil (10), onde as amostras dos resultados positivos, 91,18% foram de protozoários e 8,82% de helmintos.

21 19 4,69% 2,35% Pacientes com Helmintos Pacientes com protozoários Helmintos e protozoários 92,96% Figura 5. Distribuição de protozoozes e helmintoses encontradas em pacientes infectados e associação parasitária nestes indivíduos. Os parasitos intestinais, principalmente helmintíoses e protozoose estão entre os patógenos mais frequentemente encontrados no Brasil, constituindo agravo importante à saúde por ocasionarem severos danos ao indivíduo que, inclusive, podem determinar incapacidade funcional e provocar retardo no desenvolvimento físico e mental (17). As prevalências das parasitoses intestinais dependem essencialmente do grau de exposição da criança as formas infectantes dos parasitos (cistos, ovos e larvas), (18). As praticas educativas, quando bem aplicadas, levam as pessoas a adquirirem os conhecimentos para a prevenção e a redução de enteroparasitoses (19)

22 20 Figura 6. Protozoários que prevaleceram na população estudada Cisto - Endolimax nana Cisto - Entamoeba coli Cisto - Entamoeba histolytica Cisto - Giárdia lamblia Cisto - Iodomoeba butschli Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia- UFRGS

23 21 Figura 7. Helmintos que prevaleceram na população estudada Larva - Strongyloides stercoralis Ovo - Hymenolepis nana Larva - Ancylostoma duodenale Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia- UFRGS

24 22 O questionário educativo foi aplicado com intuito de conhecer em que condições higiênicas sanitárias se encontram a população do município de Princesa Isabel, em conformidade com as diretrizes e normas recomendadas pela Resolução n.º 422/12 que substituiu a 196/6, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, que impõe revisões periódicas a ela, conforme necessidades nas áreas tecnocientífica e ética. TABELA 3. Percentagens obtidas através das respostas das perguntas mais significativas do questionário. PERGUNTAS SIM NÃO NÃO RESPONDERAM Já fez tratamento de parasitoses alguma vez? 22% 76% 2% Faz exames de fezes, com frequência? 11% 87% 2% Na sua rua encontra-se esgoto a céu aberto? 14% 78% 8% Na sua rua existe saneamento básico? 69% 18% 13% Sua casa possui fossa? 82% 14% 4% A água da sua casa é filtrada? 26% 69% 5% Os alimentos da sua casa são lavados com água filtrada? 87% 8% 5% Identifica se que ainda existe um número significativo de alunos que não realizam exames periódicos de fezes. Isso dificulta bastante à descoberta do parasito. Além da falta de informação sobre a importância da realização desse exame. Seriam interessantes as realizações de palestras nas escolas, nas quais abordassem as formas de transmissões, prevenções e diagnostico dessas parasitoses, sugerindo trabalhos futuros que envolvessem as famílias das crianças.

25 23 4. Conclusão Portanto, medidas preventivas devem ser intensificadas, para proporcionar o bem estar da população para que a mesma possa se conscientizar sobre os riscos que ela corre, pois, a transmissão desses patógenos é fácil e na maioria das vezes, assintomática, e que os meios responsáveis promovessem campanhas sócio educativas, buscando informar a importância da prevenção e controle dessas parasitoses. Para concluir vale ressaltar o descaso dos governantes para com o setor de saúde publica do município o qual este se se encontra em estado de calamidade, o que prejudicou o presente estudo uma vez que, dificultou a coleta dos dados interferindo no sucesso, dos resultados. Implicando na modificação do período estabelecido para pesquisa, pois o acesso aos dados completos foi impossível por que as atas onde os exames estariam registrados foram extraviadas.

26 24 5. Referências Bibliográficas 1- COSTA-MACEDO, L. M. da; COSTA, M. do C. E. da; ALMEIDA, L. M. de. Parasitismo por Ascaris lumbricoides em crianças menores de dois anos: estudo populacional em comunidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p , COURA, J. R. Dinâmica das doenças parasitárias. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, v ANDRADE, E.C.; LEITE, C.G.; RODREIGUES, V.O.; CESCA, M.G.; et al. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Revista APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p , abr./jun FIGUEIREDO, Maria Isabel de Oliveira et al. Parasitoses Intestinais em Crianças com idade de 24 a 58 meses das Escolas Municipais de Educação Infantil, relacionando alguns aspectos socioeconômicos. Revista Newslab, SEIXAS, M.T.; SOUZA, J.N.; SOUZA, R.P.; TEIXEIRA, M.A.; SOARES, N.M.; et al. Avaliação da frequência de Parasitos Intestinais e do estado nutricional em escolares de uma área periurbana de Salvador, Bahia, BRASIL. Revista de patologia tropical, Vol. 40 (4): , out./dez MARQUES, S. M. T.; BANDEIRA, C.; QUADROS, R. M. Prevalência de enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil. Parasitol Latinoam 2005; 60: IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico, Censo Demográfico Disponível < princesaisabel> em: 8- FERREIRA, P.; LIMA, M.R.; OLIVEIRA, F.B.; PEREIRA, L.M.; RAMOS, L.B.; MARÇAL, F.B.; CRUZ, J.C.; et al. Ocorrência de parasitas e comensais intestinais em crianças de escola localizada em assentamento de sem-terras em Campo Florido, Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36: , jan./fev BASSO, R.C.; RIBEIRO, R.T.; SOLIGO, D.S.; RIBAKI, S.I.; CALLEGARI-JACQUES, S.M.; ANTONI ZOPPAS, B.C.; et al. Evolução da prevalência de parasitoses intestinais em escolares em Caxias do Sul, RS. Revista da sociedade brasileira de Medicina Tropical, vol. 41, n 3, p , mai./jun DAVID, T.G,; MACEDO, L.C.; PEREIRA DE SÁ, F.M.; SILVA JUNIOR, N.P.; et al. Prevalência de enteroparasitos no município de Ariquemes, Rondônia, Brasil. Revista Cientifica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. 4(2): 39-48, jul./dez, 2013.

27 11- ARAÚJO, A.C.C. Perfil epidemiológico e prevalência de parasitoses intestinais na população humana do município de São Mamede, PB, Brasil f. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, ORLANDINI, M.R.; MATSUMOTO, L.S.; Prevalência de parasitoses intestinais em Escolares, Jacarezinho, PR, Brasil. Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus Luiz Meneghel (UENP/CLM). 13 ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e Saúde. 6. Ed. Rio de Janeiro: MEDSE, 780p., CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia humana e seus fundamentos gerais. São Paulo: Editora Atheneu, NEVES, D. P. Parasitologia humana. 9 ed. São Paulo: Atheneu, CAMPOS, D. M. B.; FERREIRA, M. S. Estrongiloidíase. In: CIMERMAN, B.; CIMERMAN; S. Parasitologia Humana e seus fundamentos gerais. 2 ed. São Paulo: Atheneu, p , LUDWIG, K. M. et al. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitose intestinais na população de Assis, Estado do São Paulo. In: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, São Paulo, v. 32, p , De Carli GA. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. Editora Atheneu, São Paulo, Ferreira UM, Ferreira CS, Monteiro CA. Tendência secular das parasitoses intestinais na cidade de São Paulo ( ). Revista de Saúde Pública 34: 73-82, Atlas Eletrônico de Parasitologia- UFRGS. Disponível em: < 25

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30 28 Normas para publicação- Revista NEWSLAB Informações aos Autores O objetivo da Newslab é publicar bimestralmente editoriais, artigos originais, relatos de casos, revisões, casos educacionais, resumos de teses etc. Os editores levarão em consideração para publicação toda e qualquer contribuição que possua correlação com as análises clínicas, a patologia clínica e a hematologia. Todas as contribuições serão revisadas e analisadas pelos revisores. Os autores deverão informar todo e qualquer conflito de interesse existente, em particular àqueles de natureza financeira relativo a companhias interessadas ou envolvidas em produtos ou processos que estejam relacionados com a contribuição e o manuscrito apresentado. Todas as contribuições deverão ser enviadas ao editor, no seguinte endereço eletrônico: redacao@newslab.com.br aos cuidados de Andrea Manograsso. Os manuscritos deverão ser escritos em português com Abstract em inglês. A fonte utilizada é Times New Roman, corpo 12, entrelinha 1,5. As fotos e ilustrações devem ter uma resolução do escaneamento de 300 dpi's. A NewsLab publica fotos coloridas sem ônus algum. Os manuscritos deverão estar ordenados em título, nome e sobrenomes completos dos autores e nome da instituição onde o estudo foi realizado. Além disso, o nome do autor correspondente, com endereço completo fone/fax e também deverão constar. Seguindo por resumo, palavras-chave, abstract, key words, texto, agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas e legendas. Os artigos deverão conter resumo, abstract detalhado, introdução, casuística ou material e métodos, resultados, discussão e referências bibliográficas. As revisões deverão estar divididas em resumo, abstract detalhado, introdução, texto, discussão e referências bibliográficas. Relatos de casos e casos educativos, após breve resumo, deverão conter abstract, texto introdutório, descrição do caso, comentários e referências bibliográficas. As referências deverão ser enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto, a partir de sua menção (estilo Vancouver). Elas deverão ser identificadas por números arábicos entre parênteses. Evite utilizar abstracts como referências. Referências de contribuições ainda não publicadas deverão ser designadas como: "no prelo" ou "in press.