RIQUEZA E EXCLUSÃO SOCIAL: O PARADOXO DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO E GÁS

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1 5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN RIQUEZA E EXCLUSÃO SOCIAL: O PARADOXO DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO E GÁS ROSA AMELIA PIZZOL (UFF) rosamelia.pizzol@bol.com.br FERNANDO TOLEDO FERRAZ (UFF) fernando@latec.uff.br Este artigo analisa o impacto dos royalties do petróleo e Gás nos indicadores sociais em municípios beneficiários desses recursos. Utilizou-se da pesquisa exploratória, analisando-se dados dos cinco municípios que mais recebem royalties do petróleo no Brasil. Constatou-se nesses municípios evolução extraordinária no montante dos royalties recebidos, porém, não se evidenciou crescimento nos indicadores sociais (IDH-M), de 1991 a 2000, na mesma proporção. Houve nos cinco municípios queda em Longevidade, em dois deles houve queda em Educação e em um houve queda em Renda. Comparando-se o IDH-M desses municípios com o IDH-M dos dez municípios últimos colocados no ranking nacional do IDH-M, notou-se que o crescimento foi mais significativo nestes que naqueles. A relação inversa entre a arrecadação dos royalties e o baixo desempenho nos indicadores sociais nos municípios pesquisados leva à conclusão de que esses recursos parecem não estar proporcionando melhorias das condições de vida da população, apesar de o conceito de compensação financeira à sociedade, implícito pela Lei aos royalties. Também foi constatado que reduzido percentual das receitas é investido nos municípios pesquisados, sendo gasta grande parte dos recursos no custeio da máquina administrativa. Estes municípios apresentam elevada dependência dos royalties, como fonte de receitas, uma ameaça à sustentabilidade, considerando-se o petróleo um recurso finito e não-renovável. Palavras-chaves: Sustentabilidade, Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Social

2 1. INTRODUÇÃO Em todo o mundo, o petróleo influencia fortemente a economia nos países que o produzem, como parte expressiva do Produto Interno Bruto e fator importante de alavancagem econômico-financeira (YERGIN, 1992). No Brasil não é diferente: os royalties do petróleo são importante fonte de receita para estados e municípios beneficiários, especialmente após a edição da Lei do Petróleo (nº 9.478/97). Entretanto, apesar do enorme potencial de investimento proporcionado pelos royalties, nota-se nesses municípios inúmeros problemas: crescimento populacional acelerado, imigração desordenada, falta de planejamento urbano, favelização, elevação do custo de vida e condições precárias de educação, saúde, moradia, saneamento e pavimentação. Dependentes dos royalties, como principal fonte de receitas (TCE/RJ, 2006), estes municípios apresentam baixo índice de arrecadação própria, uma ameaça à sustentabilidade, considerando-se o petróleo um recurso finito que, segundo estimativas, tende a esgotar-se, com risco destes municípios irem ao colapso. 2 OBJETIVO DA PESQUISA Diante do cenário exposto, este trabalho investiga os impactos dos royalties do petróleo nos indicadores sociais dos municípios pesquisados. Busca-se verificar se os recursos vêm sendo aplicados de modo sustentável e se estão gerando crescimento no IDH-M desses municípios. Constituem as principais questões deste trabalho: a) investigar os impactos dos royalties nas condições socioeconômicas dos municípios; b) verificar a evolução do montante dos royalties recebidos pelos municípios pesquisados entre 1991 a 2007; c) verificar a evolução do IDH-M dos municípios pesquisados entre 1991 e 2000; c) analisar se há grandes variações no IDH-M dos municípios pesquisados em comparação com os dez municípios últimos colocados no ranking nacional do IDH-M (1991) e com outros municípios localizados na mesma região dos municípios pesquisados; verificar como a Legislação Brasileira trata a questão da destinação dos royalties e a quem compete fiscalizar a gestão dessas receitas. 2

3 3 METODOLOGIA Para alcançar os objetivos deste trabalho, adotou-se a pesquisa exploratória, bibliográfica e documental, com dados coletados em fontes secundárias, órgãos oficiais e instituições públicas. Realizou-se o tratamento estatístico dos dados, com auxílio de softwares e aplicativos de informática, elaborando-se gráficos que auxiliassem na análise das informações. Buscou-se verificar a existência de correlação entre a evolução no recebimento dos royalties e o IDH-M dos municípios pesquisados, no período delimitado para a pesquisa. Fez-se a análise comparativa no que tange ao IDH-M e as variáveis que o compõem (educação, renda e longevidade): entre os cinco municípios pesquisados; entre os municípios pesquisados e os outros municípios da mesma região; e entre os municípios pesquisados e os dez municípios últimos colocados no ranking nacional do IDH-M. Compõem o universo da pesquisa os cinco municípios que mais recebem royalties do petróleo e Gás no Brasil: Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio e Quissamã, localizados no estado do Rio de Janeiro (BR). Considerou-se somente os royalties destinados aos municípios, excluídas as parcelas destinadas aos estados e à União e outros impostos associados ao petróleo. Escolheu-se utilizar o IDH, por ser um método que permite medir o desenvolvimento, além do crescimento econômico, por outros fatores inerentes à vida humana. Porém, há fragilidades no IDH para refletir o desenvolvimento sustentável, conforme aponta Martins (2006): faz-se necessário incorporar ao IDH um indicador que reflita a dimensão ambiental. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 CONTRADIÇÕES NO MUNDO DO PETRÓLEO As rendas oriundas do petróleo constituem parte expressiva do Produto Interno Bruto (PIB) nos países produtores em todo o mundo. No Brasil, além da influência sobre o conjunto da economia, gerando efeitos sobre a balança comercial e as finanças públicas (NEVES, 2001), a importância do setor, em termos fiscais, deve-se aos impostos a ele associados e aos royalties, importante fonte de recursos para estados e municípios (PACHECO, 2003). 3

4 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, entre 1999 e 2003, capitais brasileiras perderam participação no PIB do País para cidades de pequeno porte, cujas economias ganharam força no cenário nacional. Em 2003, motivados pelos royalties, dez municípios (seis deles da Região Sudeste) respondiam por 25% do PIB do País. O pagamento de royalties passou de R$ 284 milhões, em 1998, para RS 7,4 bilhões, em 2007, beneficiando, principalmente, o estado do Rio de Janeiro. Todavia, se em todo o mundo o petróleo traz desenvolvimento aos locais onde é produzido, os resultados positivos são afetados quando as economias se tornam dependentes deste recurso, finito e não-renovável (GARY e KARL, 2003). Parece haver consenso ente os especialistas sobre a finitude do petróleo. Consumido mais rapidamente que a natureza pode prover, poucos ousariam negar que o petróleo é um recurso finito e que fontes de energia alternativa devem ser encontradas para sustentar o futuro. O debate científico, agora, não é mais sobre se o petróleo vai ou não acabar. É sobre quanto tempo ele vai durar, quando ocorrerá o ápice da sua produção e se os efeitos após o pico serão severos ou moderados. O tema é controverso e acirra a discussão entre escolas de pensamento, umas otimistas, outras pessimistas. Mesmo estudos mais generosos estimam que as reservas de petróleo não duram mais que 100 anos. A maioria dos especialistas aponta para cenários intermediários, ainda dificeis de prever, porque os efeitos exatos dependem de numerosas variáveis, dentre as quais as ligadas a opções presentes e futuras em nível de políticas e dos comportamentos individuais das pessoas. Nota-se, então, que a disponibilidade das rendas do petróleo se apresenta tanto uma oportunidade quanto um problema. Para Stiglitz (2005), as questões mais preocupantes relacionadas ao petróleo no mundo, conforme também aponta o Banco Mundial (2001c), são: a que ritmo o petróleo deve ser extraído; como as receitas devem ser utilizadas; e que reformas institucionais devem ser adotadas para assegurar que decisões macroeconômicas apropriadas sejam implementadas. O Banco Mundial (2001c) destaca a emergência em se encontrar soluções para estes problemas. Aponta para a necessidade de revisão da legislação e a regulação sobre o petróleo e gás; a fiscalização no que tange ao cumprimento das Leis e à correta gestão pública das rendas oriundas do petróleo. 4

5 3.2 OS ROYALTIES NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Os royalties são uma das formas mais antigas de arrecadação do mundo e de pagamento à sociedade pela utilização de recursos naturais finitos e não-renováveis. No Brasil, os royalties do petróleo têm referência no artigo 20, 1º, da Constituição Federal (BRASIL, 1998). O pagamento dos royalties foi estabelecido pela Lei 2.004/53, apenas sobre a produção terrestre. Na década de 80, a Lei n 7.453/85 (BRASIL, 1985) determinou o pagamento de royalties sobre a produção marítima (5%), e a Lei 7.990/89 (BRASIL, 1998) alterou a forma de distribuição até então. A Lei nº 9.478/97 (BRASIL, 1997) revogou a Lei 2.004/53 (BRASIL, 1953) e aumentou a alíquota de 5% para até 10%. Com a Lei n /1997 (BRASIL, 1997), apenas a parcela paga à União teve a destinação definida. Essa Lei não faz referência ao destino que estados e municípios devem dar aos royalties. E o silêncio da Lei do Petróleo acaba por deixar ao livre-arbítrio do gestor a decisão de escolher o destino a ser dado aos recursos (SANTOS, 2004, p. 9). Compete ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar a aplicação dos royalties, por meio de inspeções e auditorias, que podem se dar com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 1995); (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2004), podendo ser aplicadas sanções aos gestores, nos casos de irregularidade. 4 IMPACTOS DO PETRÓLEO NOS MUNICÍPIOS PETROLÍFEROS 4.1 IMPACTOS DEMOGRÁFICOS NOS MUNICÍPIOS Nota-se que os municípios pesquisados vem passando, nas últimas décadas, por um acelerado crescimento demográfico, com alta concentração da população no meio urbano e o esvaziamento populacional na zona rural. Conforme o IBGE, Campos do Goytacazes tinha habitantes em 1970: (urbana) e (rural). Em 1980, tinha habitantes: (urbana) e (rural). Em 1991, eram habitantes: (urbana) e (rural). Em 2000, habitantes: (urbana) e (rural). 5

6 Macaé, em 1970, tinha uma população de habitantes: (urbana) e (rural). Em 1980, eram habitantes: (urbana) e (rural). Em 1991, tinha habitantes: (urbana) e (rural). Em 2000, tinha habitantes: (urbana) e (rural). Cabo Frio, em 1970, tinha habitantes: (urbana) e (rural). Em 1980, sua população era de habitantes: (urbana) e (rural). Em 1991, possuía habitantes: (urbana) e (rural). Em 2000, tinha habitantes: (urbana) e (rural). Quissamã tinha, em 1991, habitantes: (urbana) e (rural). Em 2000, eram habitantes: (urbana) e (rural). Rio das Ostras, ex-distrito de Casimiro de Abreu, foi emancipado em Pela ausência de dados, não se estabeleceu a comparação. Entretanto, nota-se, em 2000, concentração da população urbana: dos habitantes, (urbana) e (rural). Pires Neto (2005) explica que houve nas últimas décadas na região um processo de êxodo rural, motivado pelo desemprego no campo, que levou o trabalhador a procurar oportunidades nos centros urbanos, nas décadas mais recentes, nas atividades petrolíferas. Salienta Monié (2003) que, ao contrário do crescimento na indústria petrolífera nas últimas décadas, houve em alguns setores da economia regional declínio ou estagnação, especialmente produção de açúcar e alimentos, pecuária e olarias. Dentre os fatores motivadores desta crise, segundo Barbosa (2003), estão o crescente declínio na oferta de matéria-prima, ocorrido em paralelo ao aumento do parque agroindustrial, em virtude do Proalcool, na década de 1970, e o fim do subvencionismo estatal, com a liberação de preços da cana-de-açúcar e do álcool, no início da década de Esses fatores acirraram a concorrência, o que levou ao fechamento de usinas e, conseqüentemente, ao aumento do desemprego, agravando o processo de exclusão social e o êxodo rural. Privados dos postos de trabalho na área rural, muitos trabalhadores migraram em busca de oportunidade de trabalho no setor petrolífero, mas dificilmente conseguiram se inserir, devido à baixa qualificação. Como conseqüência, nota-se na região altos índices de indigência e pobreza. Em Campos dos Goytacazes, em 1970, esses índices eram de 30,80%, passando a 38,13% em 1980, elevando-se para 52,34% em 1991 e diminuindo para 28,88% em Para efeitos de 6

7 comparação, em 2000, a região alcançou o valor de 23,93%, o mais elevado índice regional no estado do Rio de Janeiro, cujo índice foi de 14,68% (CRUZ, 2003). Em 1980, Campos possuía 13 favelas (PESSANHA, 2004). Em 1991, havia no município 32 favelas, número que se manteve em 2000 (IBGE, 1991; 2000). Conforme IBGE (1991; 2000), nota-se em Macaé um aumento significativo do número de moradores e de domicílios nas áreas de favelas de 1991 para Em 1991, o município apresentava 10,50% de domicílios em favelas. Em 2000, esse número elevou-se para 16,79. Dentre os fatores que podem explicar este fenômeno, segundo Souza (2004), pode-se apontar uma maior procura da população de menor faixa de renda por oportunidades em Macaé, devido à intensificação de sua economia gerada pela atividade petrolífera. Com o início das atividades petrolíferas e o conseqüente desenvolvimento das atividades de turismo, Rio das Ostras também tem apresentado elevado índice de favelização: em 2000, eram moradores em favelas para habitantes (IBGE, 2000). Com base no exposto acima, fica patente que a atividade petrolífera tem contribuído para alterar a dinâmica de crescimento dos municípios pesquisados, sem deixar de considerar outros fatores, como o desaquecimento de atividades que historicamente constituíram a base econômica da região (agricultura, olaria etc), além do capital privado ali investido. O deslocamento da população rural para as cidades e a alta concentração de pessoas no meio urbano foram em grande parte responsáveis por agravar nos locais os problemas (típicos das metrópoles): infraestrutura insuficiente, falta de áreas adequadas para serem ocupadas e pouca oferta de emprego para pessoas com baixa qualificação, propiciando o processo de favelização e a marginalização dessa população. As desigualdades são visíveis e se refletem na heterogeneidade da paisagem urbana, onde sofisticadas construções contrastam com favelas e domicílios desprovidos de qualquer tipo de estrutura. Por além do petróleo e utilizando-se do capital fornecido por este, é necessário e possível que sejam incentivadas e desenvolvidas novas atividades que absorvam o contingente populacional de excluídos do mercado de trabalho, além de se oferecer programas de qualificação para elevar a competitividade dos trabalhadores. 7

8 VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 4.2 IMPACTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS NOS MUNICÍPIOS Observa-se na figura 1 que todos os municípios pesquisados vêm recebendo extraordinárias somas em royalties, especialmente após 1998, em função da Lei do Petróleo (9.478/97), que elevou a alíquota de cálculo desses valores de 5% para até 10%. Evolução Pagamento Royalties aos municípios (R$ mil) Campos Macaé Rio das Ostras Cabo Frio Quissamã Figura 1 - Evolução pagamento dos royalties para os municípios Fonte: Formulado a partir dos dados da Petrobras e da ANP Nota-se nos cinco municípios predominância das transferências correntes, especialmente dos royalties, na composição das receitas, de 2000 para Há correlação inversa entre royalties e receita tributária: enquanto cresce a participação dos royalties na composição das receitas municipais, diminui participação da receita tributária (Figuras 2 a 6). Evolução Composição Receitas Correntes Campos dos Goytacazes (%) Outras Receitas 100% % 80% 60% 40% 20% 0% Transferências Correntes do Estado Transrências Correntes da União Receita de Serviços Receita Patrimonial Receita Tributária Royalties Figura 2 - Evolução Composição Receitas Correntes - Campos Goytacazes Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) 8

9 Evolução Composição Receitas Correntes Macaé (%) 100% 80% 60% 40% 20% 0% Outras Receitas Transferências Correntes do Estado Transferências Correntes da União Receita de Serviços Receita Patrimonial Receita Tributária Royalties Figura 3 - Evolução Composição receitas correntes - Macaé Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) 100% 80% 60% 40% Evolução Composição Receitas Correntes Rio das Ostras (% ) Outras Receitas Transferências Correntes do Estado Transferências Correntes da União Receita de Serviços Receita Patrimonial 20% 0% Receita Tributária Royalties Figura 4 - Evolução Composição Receitas Correntes Rio das Ostras Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) 9

10 Evolução Composição Receitas Correntes Cabo Frio 100% 80% 60% Outras Receitas Transferências Correntes do Estado Transferências Correntes da União Receita de Serviços 40% 20% 0% Receita Patrimonial Receita Tributária Royalties Figura 5 - Evolução Composição Receitas Correntes Cabo Frio Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) Evolução Composição Receitas Correntes Quissamã (%) 100% 80% 60% 40% Outras Receitas Transferências Correntes do Estado Transferências Correntes da União Receita de Serviços Receita Patrimonial 20% 0% Receita Tributária Royalties Figura 6 - Evolução Composição Receitas Correntes - Quissamã Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) Dividindo-se as transferências correntes pela receita realizada (sem royalties), percebese relação na dependência de transferências governamentais (Fig.7). Mas, somando-se os royalties, a dependência de recursos transferidos chega a superar os 90% (Fig.8). 10

11 Dependência de transferências de recursos (não incluindo royalties) - menor melhor 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Campos Macaé Rio das Ostras Cabo Frio Quissamã Figura 7 Dependência de transferências de recursos - sem royalties Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) 100% Dependência de transferências de recursos (incluindo royalties) - menor melhor 95% 90% 85% 80% 75% 70% Campos Macaé Rio das Ostras Cabo Frio Quissamã Figura 8 Dependência de transferências de recursos - com royalties Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) Dividindo-se as despesas de custeio pelas receitas correntes, nota-se que os municípios vêm comprometendo grande percentual de suas receitas para manter a máquina administrativa (Fig. 9). Percebe-se que Rio das Ostras é o município com o menor nível de comprometimento de suas receitas com a manutenção da máquina administrativa. 11

12 Comprometimento da receita corrente com a máquina administrativa 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Campos Macaé Rio das Ostras Cabo Frio Quissamã Figura 9 - Comprometimento receita corrente com a máquina Administrativa Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) Dividindo-se os investimentos pela receita total, nota-se que (Fig.10) os investimentos públicos correspondem a cerca de 17% da receita total dos municípios em 2005, com exceção de Rio das Ostras, cujo grau de investimento foi de cerca de 40%. Observa-se que todos os municípios apresentaram queda neste indicador de 2004 para % 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Grau de Investimento (maior melhor) Campos Macaé Rio das Ostras Cabo Frio Quissamã Figura 10 - Grau de investimento dos municípios Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2006) Analisando-se os dados acima, percebe-se que, apesar das extraordinárias somas em royalties recebidas pelos municípios pesquisados, fica claro que especialmente quatro fatores merecem atenção nos municípios pesquisados: a elevada dependência das transferências correntes e dos royalties; o baixo percentual de arrecadação de receitas próprias; o elevado percentual de receitas correntes gasto com o custeio da máquina administrativa, o que deixa 12

13 pequena parcela dos recursos para investimento. Juntos, esses fatores constituem uma grave ameaça à sustentabilidade, considerando que o petróleo é um recurso finito, podendo se esgotar no futuro. 4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DO IDH-M DOS CINCO MUNICÍPIOS QUE MAIS RECEBEM ROYALTIES DO PETRÓLEO NO BRASIL Analisando-se a evolução do IDH-M (de 1991 para 2000) dos cinco municípios pesquisados, nota-se (tabela 1) que Campos caiu 221 posições; Macaé perdeu 200 posições; Rio das Ostras evoluiu 453 posições, Cabo Frio evoluiu 126 posições e Quissamã evoluiu 130 posições no ranking nacional. Tabela 1 - IDH-M Cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil Município IDH-M 1991 IDH-M 2000 Posição Ranking Nacional 1991 Posição Ranking Nacional 2000 Campos 0,684 0, Macaé 0,730 0, Rio das Ostras 0,681 0, Cabo Frio 0,716 0, Quissamã 0,641 0, Fonte: formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil Campos caiu 184 posições no ranking nacional do IDH-M Educação e Cabo Frio caiu 857. Macaé subiu 282; Rio das Ostras subiu 888; e Quissamã subiu 324, conforme tabela 2. Tabela 2 - IDH-M Educação Cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil Município IDH-M Educação 1991 IDH-M Educação 2000 Posição Ranking Nacional 1991 Posição Ranking Nacional 2000 Campos 0,778 0, Macaé 0,806 0, Rio das Ostras 0,709 0, Cabo Frio 0,788 0, Quissamã 0,694 0, Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil 13

14 Campos caiu 172 posições no ranking nacional do IDH-M Renda. Os outros ganharam posição: Macaé (30); Rio das Ostras (912); Cabo Frio (320) e Quissamã (193) (tabela 3). Tabela 3 - IDH-M Renda Cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil Município IDH-M Renda 1991 IDH-M Renda 2000 Posição Ranking Nacional 1991 Posição Ranking Nacional 2000 Campos 0,649 0, Macaé 0,722 0, Rio das Ostras 0,631 0, Cabo Frio 0,659 0, Quissamã 0,566 0, Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil Conforme tabela 4, os cinco municípios tiveram queda no ranking nacional do IDH-M Longevidade: Rio das Ostras (1.394 posições); Macaé (665); Campos (102); Quissamã (669) e Cabo Frio (26). Tabela 4 - IDH-M Longevidade Cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil Município IDH-M Longevidade 1991 IDH-M Longevidade 2000 Posição Ranking Nacional 1991 Posição Ranking Nacional 2000 Campos 0,625 0, Macaé 0,663 0, Rio das Ostras 0,702 0, Cabo Frio 0,700 0, Quissamã 0,663 0, Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil Na variável Educação: percentualmente, Macaé teve a menor evolução no IDH-M (8,22%), Campos 9,94%, e Cabo Frio 10,61. Duas maiores evoluções: Rio das Ostras (13,8%) e Quissamã (14,2%). Macaé foi o que menos evoluiu no IDH-M Educação (10,30%); Campos dos Goytacazes 11,44%; Cabo Frio 11,80%; Quissamã 21,76% e Rio das Ostras 22,57%. Na variável Renda: Macaé foi o que menos evoluiu (6,65%); Campos dos Goytacazes evoluiu 6,78%; Cabo Frio evoluiu 10,93%; Quissamã evoluiu 13,25%. Rio das Ostras teve a maior evolução no IDH-M Renda (17,59%). 14

15 Na variável Longevidade: Rio das Ostras foi o que menos evoluiu (1,71%). Macaé e Quissamã tiveram igual percentual de evolução (7,09%). Cabo Frio evoluiu 9,14%, e Campos dos Goytacazes teve o maior percentual de evolução (11,5%). Percebe-se que os cinco municípios pesquisados continuam na categoria de municípios com médio desenvolvimento humano. Todos eles apresentaram, no período pesquisado, queda em Longevidade. Dois deles tiveram queda em Educação e um teve queda em Renda. Campos dos Goytacazes, o município que mais recebe royalties do petróleo no País, teve o pior desempenho, com queda de 221 posições no ranking nacional do IDH-M, caindo, também, em todas as variáveis que o compõem: Educação, Renda e Longevidade. Os dados acima levam à constatação de que, apesar da enorme potencialidade em financiar a geração de benefícios à sociedade, de maneira grandiosa e inclusiva, os royalties não estão contribuindo substancialmente para elevar os indicadores sociais nos municípios pesquisados. 4.4 ANÁLISE COMPARATIVA IDH-M - MUNICÍPIOS DO NORTE FLUMINENSE Dentre os municípios da Região Norte Fluminense, observa-se (tabela 5), que Macaé e Campos tiveram os menores percentuais de evoluções no IDH-M, maior apenas que São João da Barra. Quissamã ficou na terceira posição, empatando com Carapebus. Tabela 5: Evolução do IDH-M municípios da Região Norte Fluminense Municípios IDH-M 1991 IDH-M 2000 Evolução (%) Classificação Cardoso Moreira 0,584 0,706 20,9 1º São Francisco Itabapoana 0,584 0,688 17,8 2º Carapebus 0,649 0,740 14,2 3º Quissamã 0,641 0,732 14,2 3º São Fidelis 0,671 0,741 10,4 4º Conceição de Macabu 0,670 0,738 10,1 5º Campos 0,684 0,752 9,9 6º Macaé 0,730 0,790 8,2 7º São João da Barra 0,684 0,723 5,7 8º Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil 15

16 Na variável Educação, Macaé evoluiu 10,3%, menos que a maioria dos municípios desta Região: Campos evoluiu 11,4%, São Fidelis 13,4%, Carapebus 20,7%, Quissamã 21,8%, Cardoso Moreira 32,7% e São Francisco de Itabapoana 25%. Macaé evoluiu mais que Conceição de Macabu (9,9%) e São João da Barra (9,1%). Campos evoluiu 11,4%, menos que a maioria dos municípios da Região Norte Fluminense. Campos evoluiu mais que São João da Barra (9,1%), Macaé (10,3%) e Conceição de Macabu (9,9%). Já Quissamã teve a 3ª maior evolução da Região Norte Fluminense, perdendo para Cardoso Moreira e São Francisco de Itabapoana. Na variável Renda, Macaé e Campos tiveram os menores percentuais de evolução (respectivamente 6,6% e 6,8%), maiores somente que São João da Barra (6,3%). Outros municípios da Região Norte Fluminense tiveram percentuais de evolução superiores: São Fidelis (9,3%); Conceição de Macabu (11%); Quissamã (13,3%); Carapebus (13,8%); São Francisco de Itabapoana (23,9%) e Cardoso Moreira (23,2%). Quissamã perde para Carapebus, São Francisco de Itabapoana e Cardoso Moreira. Em Longevidade: Campos teve o maior percentual de evolução dentre os municípios da Região Norte Fluminense (11,5%). Macaé empatou com Carapebus e Quissamã (7,1% cada), percentual menor que o de São Franscisco do Itabapoana (7,6%), Cardoso Moreira (8,2%), São Fidélis (8,4%) e Conceição de Macabu (9,8%). Macaé e Quissamã tiveram percentuais de evolução maiores que São João da Barra, município que teve o menor percentual de evolução na Região Norte Fluminense (1,5%). 4.5 ANÁLISE COMPARATIVA IDH-M - MUNICÍPIOS DA REGIÃO DAS BAIXADAS LITORÂNEAS Comparando-se a evolução do IDH-M dos municípios das Baixadas Litorâneas, de 1991 a 2000, nota-se (tabela 6) que Cabo Frio perde para a maioria dos municípios da região, tendo percentual de evolução maior apenas que Arraial do Cabo e Maricá. Rio das Ostras teve o 3º maior percentual de evolução da Região, menor que Búzios e Silva Jardim. Tabela 6: Evolução do IDH-M municípios da Região das Baixadas Litorâneas 16

17 Municípios IDH-M IDH-M Evolução (%) Classificação Silva Jardim 0,628 0,731 16,40 1º Armação de Búzios 0,691 0,791 14,47 2º Rio das Ostras 0,681 0,775 13,80 3º Cachoeiras de Macacu 0,664 0,752 13,25 4º Casimiro de Abreu 0,693 0,781 12,70 5º Araruama 0,672 0,756 12,50 6º Iguaba Grande 0,708 0,796 12,43 7º Saquarema 0,678 0,762 12,39 8º São Pedro da Aldeia 0,695 0,780 12,23 9º Rio Bonito 0,694 0,772 11,24 10º Cabo Frio 0,716 0,792 10,61 11º Arraial do Cabo 0,723 0,790 9,27 12º Maricá 0,721 0,786 9,02 13º Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil Na variável Educação, Cabo Frio evoluiu 11,8%, mais que Iguaba Grande (10,41%) e menos que: Arraial do Cabo (12,45%), São Pedro da Aldeia (13,47%), Rio Bonito (13,49%), Maricá (13,97%), Casimiro de Abreu (15,46%), Cachoeiras de Macacu (16,13%), Saquarema (16,48%), Búzios (17,85%), Araruama (17,92%), Rio das Ostras (22,57%) e Silva Jardim (26,62%). Já Rio das Ostras teve a 2ª maior evolução, menor que Silva Jardim. Na variável Renda, Cabo Frio teve o 3º menor percentual de evolução (10,93%), maior que Maricá (10,84%) e Arraial do Cabo (10,49%) e menor que: Búzios (13,04%), Araruama (13,06%), Casimiro de Abreu (13,09%), Saquarema (13,16%), Cachoeiras de Macacu (13,30%), Rio Bonito (13,58%), São Pedro da Aldeia (14,17%), Silva Jardim (17,06%), Rio das Ostras (17,59%) e Iguaba Grande (18,34%). Novamente, Rio das Ostras teve a 2ª maior evolução, perdendo para Iguaba Grande. Na variável Longevidade, Cabo Frio empatou com São Pedro da Aldeia (9,14 %) e teve maior percentual de evolução que: Rio das Ostras (1,71%), Maricá (2,06%), Arraial do Cabo (4,43%), Araruama (6,36), Silva Jardim (6,91%), Rio Bonito (7,06%) e Saquarema (7,16). Evoluiu menos que: Casimiro de Abreu (9,40%); Iguaba Grande (9,43%); Cachoeiras de Macacu (10,36%) e Armação dos Búzios (12,27%). Já Rio das Ostras teve o menor percentual de evolução (1,71%) dentre todos os municípios das Baixadas Litorâneas. Vê-se que as altas somas em royalties recebidas pelos municípios pesquisados não significou desempenho mais expressivo nos seus indicadores sociais em relação aos outros 17

18 municípios da região onde estão inseridos. Se, por um lado, o petróleo trouxe progresso econômico para os municípios, os indicadores sociais mostram que mais de três décadas de atividade do petróleo não conseguiram reduzir as desigualdades sociais da região. Pelo contrário, o imenso fluxo de pessoas que foram atrás da prosperidade do petróleo fez as cidades da região, sobretudo Macaé, explodir demograficamente, trazendo como consequências favelas, desemprego, marginalização, violência e outros tantos danos sociais e ambientais. Reverter esses dados, mais que uma necessidade, é um desafio a ser encarado, tanto pelos gestores públicos e legisladores quanto pela sociedade. 4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS CINCO MUNICÍPIOS QUE MAIS RECEBEM ROYALTIES DO PETRÓLEO NO BRASIL E OS DEZ MUNICÍPIOS ÚLTIMOS COLOCADOS NO RANKING NACIONAL DO IDH-M Nota-se, conforme tabela 7, que os dez municípios últimos colocados no ranking nacional do IDH-M (1991) tiveram percentuais de evolução no IDH-M maiores que os cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil. Tabela 7: comparativo evolução do IDH-M dos dez municípios últimos colocados no ranking nacional do IDH-M e dos cinco municípios que mais recebem royalties no Brasil Municípios IDH-M 1991 IDHM-2000 Evolução (%) Classificação Curral Novo do Piauí 0,323 0,538 83,9 1º Manari 0,359 0,467 74,1 2º Guaribas 0,355 0,479 67,0 3º Cocal dos Alves 0,358 0,509 62,6 4º Jordão 0,362 0,475 57,5 5º Damião 0,363 0,527 56,7 6º Carrasco Bonito 0,355 0,562 54,1 7º Murici dos Portelas 0,364 0,494 54,1 7º São José da Tapera 0,366 0,529 46,4 8º São Félix do Tocantins 0,365 0,611 39,7 9º Quissamã 0,641 0,732 14,2 10º Rio das Ostras 0,681 0,775 13,8 11º Cabo Frio 0,716 0,792 10,6 12º Campos dos Goytacazes 0,684 0,752 9,9 13º 18

19 Macaé 0,730 0,790 8,2 14º Fonte: Formulado com dados do PNUD Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil Na variável Educação, nove dos dez municípios com os piores IDH-M do País tiveram percentuais de evolução maiores que os cinco municípios pesquisados: Macaé (10,3%), Campos (11,4%), Cabo Frio (11,8%), Quissamã (21,8%), Rio Ostras (22,6%), Damião (26,1%), São José da Tapera (35,9%), Manari (43,1%), Curral Novo (50,8%), Murici dos Portelas (56,4%), Cocal dos Alves (60,9%), Carrasco Bonito (61,8%), São Félix do Tocantins (69,2%) e Jordão (76,9%). Guaribas evoluiu 21,4%, percentual maior que o de Macaé, Campos e Cabo Frio e menor que o de Quissamã e o de Rio das Ostras. Na variável Renda, os cinco municípios pesquisados tiveram percentuais de evolução menores que os 10 municípios com os piores IDH-M do Brasil: Macaé (6,65%), Campos (6,78%), Cabo Frio (10,93%), Quissamã (13,25%), Rio das Ostras (17,59%), São Félix (21,79%), Jordão (25,91%), Cocal dos Alves (32,20%), Murici (33,63%), Guaribas (36,08%), São José da Tapera (37,98%), Damião (38,48%), Curral Novo (41,29%), Carrasco Bonito (43,40%) e Manari (48,93%). Na variável Longevidade, Rio das Ostras evoluiu menos que os dez municípios. Macaé e Quissamã evoluíram menos que sete dos dez municípios. Cabo Frio evoluiu menos que seis dos dez municípios e Campos evoluiu menos que quatro dos dez municípios: Rio das Ostras (1,71%), Guaribas (2,37%), Murici (5,09%), Damião (7,07%), Macaé e Quissamã (7,09%), São Félix do Tocantins (8,92%), Cabo Frio (9,14%), Jordão (9,8%), Curral Novo (10,77%), Campos (11,52%), Cocal dos Alves (11,53%), São José da Tapera (12,58%), Carrasco Bonito (16,4%) e Manari (26,42%). Ao comparar-se a evolução do IDH-M dos municípios pesquisados com o IDH-M dos dez municípios últimos colocados no ranking nacional, nota-se que os municípios mais pobres do Brasil cresceram mais que os cinco municípios que dispõem das grandes somas dos royalties. Diante desses resultados, faz-se necessário que os gestores públicos reavaliem as políticas adotadas nesses municípios, visando a aplicar na prática o que é preconizado na Lei do Petróleo: compensar a sociedade, transformando as altas somas dos royalties em reais benefícios para a população. 19

20 5 CONCLUSÃO Após analisar dados dos cinco municípios que mais recebem royalties do petróleo no Brasil Campos dos Goytacazes, Macaé, Cabo Frio, Rio das Ostras e Quissamã -, confirma-se a existência de um paradoxo: houve nesses municípios evolução extraordinária no recebimento dos royalties. Entretanto, os indicadores sociais nem de longe espelham a pujança econômica desses locais, ainda que o conceito implícito aos royalties, pela Lei, seja compensar financeiramente a sociedade. Continuando na categoria de municípios com médio desenvolvimento humano, todos os cinco municípios apresentaram, de 1991 para 2000, queda em Longevidade. Dois deles tiveram queda em Educação e um teve queda em Renda. Campos dos Goytacazes, o município que mais recebe royalties do petróleo no País, teve o pior desempenho, com queda de 221 posições no ranking nacional do IDH-M, caindo, também, em todas as variáveis que o compõem: Educação, Renda e Longevidade. Ao comparar-se a evolução do IDH-M destes municípios com o IDH-M dos dez municípios últimos colocados no ranking nacional, nota-se que os municípios mais pobres do Brasil cresceram mais que os cinco municípios que dispõem das grandes somas dos royalties. No que tange aos IDH-M, também não se observa desempenho mais expressivo dos municípios pesquisados em relação aos outros municípios da região onde estão inseridos. A relação inversa entre a arrecadação de royalties e o baixo desempenho nos indicadores sociais, especialmente em Longevidade, leva à conclusão de que esses recursos parecem não estar contribuindo para a melhoria da qualidade de vida nos municípios beneficiados pelas rendas do petróleo. Constata-se que alguns municípios apresentaram crescimento na geração de postos de trabalho, mas estes parecem estar sendo influenciados menos pela intervenção pública e mais em conseqüência dos investimentos privados, especialmente na área de petróleo. A dependência dos municípios para com as transferências governamentais e os royalties é preocupante, considerando-se que o petróleo, segundo estimativas, poderá se esgotar num futuro breve. Visando à sustentabilidade, é prudente a busca de alternativas de sustentabilidade econômica, promovendo-se o desenvolvimento de outras áreas de produção, para as quais os locais possuem vocação, e o aumento da arrecadação própria. Assim, os 20

21 municípios poderão tornar-se menos dependentes dos recursos do petróleo no futuro, uma atitude responsável, tendo em vista a imprevisibilidade do setor petrolífero, uma diminuição abrupta dos royalties poderá ser para eles motivo de falência. A Lei do Petróleo não especifica em que setores devem ser aplicados os royalties. Também, na partição dos recursos, não é levada em conta a população de cada município beneficiado, o que acarreta distorções, quando se compara a receita orçamentária per capita dos mesmos. Assim, recomenda-se mudanças na Lei, especificando-se o campo de aplicação dos recursos e adotando-se medidas mais efetivas de fiscalização sobre a aplicação desses recursos. O momento atual, quando está em ampla discussão o novo marco regulatório do petróleo em decorrência do pré-sal, é uma oportunidade propícia para isso. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Tabelas contendo dados de pagamento dos royalties aos municípios. Disponível em: < Acesso em: 13 jun BANCO MUNDIAL. Mejores prácticas para hacer frente a los impactos sociales de las operaciones de petróleo y gás. Washington, D.C: The World Bank Group, Disponível em: < Acesso em 28 jun BARBOSA, Pedro Paulo Biazzo de Castro. A Constituição de uma Periferia em Face da Modernização: a produção de açúcar e álcool no Brasil e a transformações na Região Norte Fluminense. In: MARAFON, Gláucio José; Ribeiro, Miguel Ângelo. Revisitando o território Fluminense. Rio de Janeiro: NEGEF, BRASIL. Constituição Federal São Paulo: Revista dos Tribunais, BRASIL. Lei nº 2.004, de 3 de outubro de Dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo e define as atribuições do Conselho Nacional do Petróleo, institui a Sociedade Anônima, e dá outras providências. Revogada pela Lei nº 9.478, de Diário Oficial [da] República 21

22 Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 out Disponível em: < Acesso em: 20 out BRASIL. Lei nº 7.453, de 27 de dezembro de Modifica o artigo 27 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, alterada pela Lei nº 3.257, de 2 de setembro de 1957, que dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo e define atribuições do Conselho Nacional do Petróleo, institui a Sociedade por Ações Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 dez Disponível em: < Acesso em: 20 out BRASIL. Lei nº 9.478, de 06 de agosto de Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 07 jul Disponível em: < Acesso em: 20 out BRUNDTLAND, Gro Harlem (Org.). Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, GARY, I; KARL, T. L. O fundo do barril: o boom do petróleo em África e os Pobres: CRS Disponível em: < Acesso em: 10 set INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: < Acesso em 13 jun MARTINS, A. R. P. Desenvolvimento sustentável: uma análise das limitações do Índice de Desenvolvimento Humano para refletir a sustentabilidade ambiental (Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, Niterói) MONIÉ, F. Petróleo, industrialização e organização do espaço regional. In:PIQUET, R. (Org.). Petróleo, royalties e região. Rio de Janeiro: Garamond, 2003, parte 3, p

23 NEVES, M. A. S. (Coord). Panorama da indústria de óleo e gás no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Tecnologia, Nota Técnica. PACHECO, C. A. G. A aplicação e os impactos dos royalties do petróleo no desenvolvimento econômico dos municípios confrontantes da Bacia de Campos Trabalho de conclusão de curso - UFRJ, Rio de Janeiro, PESSANHA, R. M. Favelas e comunidades de baixa renda no município de Campos dos Goytacazes. In: PESSANHA, R. M.; NETO, R. S.(Org.). Economia e desenvolvimento no Norte Fluminense: da cana-de-açúcar aos royalties do petróleo. Campos dos Goytacazes, RJ: WTC Editora, 2004, p ] PIRES NETO, A. F. Transformações socioespaciais no Norte Fluminense: da cana-deaçúcar aos hidrocarbonetos. 2º semestre 2005, 117p. Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais). ENCE/IBGE, Rio de Janeiro. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano. Disponível em: < Acesso em: 3 mar SANTOS, S. H. Royalties do petróleo: legislação atual apresenta deficiências quanto à aplicação: royalties & região. Boletim do Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Candido Mendes. Rio de Janeiro: UCAM, v. 2, n. 6, dez STIGLITZ, J. E. Companhias petrolíferas e o mercado internacional do petróleo. In: TSALIK, S., SCHIFFRIN, A. (Org.). Reportando o petróleo: um guia jornalístico sobre energia e desenvolvimento. New York: Open Society Institute, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Instrução normativa nº 9: dispõe sobre inspeções, auditorias e acompanhamentos. Brasília: [s.n],

24 . Instrução normativa nº 47: estabelece normas de organização e apresentação de Tomadas e Prestações de Contas e dá outras providências. Brasília: [s.n], TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Estudo Econômico Disponível em: < Acesso em: 20 set Desempenho econômico e financeiro do Estado do Rio de Janeiro e de seus municípios a Disponível em: < Acesso em: 5 jun YERGIN, D. O petróleo: uma história de ganância, dinheiro e poder. Tradução de Leila M. Di Natale, Maria Cristina Guimarães e Maria Cristina L. de Góes. São Paulo: Scritta,

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