TOMBAMENTO RELIGIOSO, HISTÓRICO, CULTURAL, PATRIMONIAL DE EURÍPEDES BARSANULFO, APÓSTO DA CARIDADE.

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1 TOMBAMENTO RELIGIOSO, HISTÓRICO, CULTURAL, PATRIMONIAL DE EURÍPEDES BARSANULFO, APÓSTO DA CARIDADE. PODEROSO É O SOL DA VERDADE EURIPEDES BARSANUFO Índices para catálogo sistemático: Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Abdala, Dirceu Dirceu Abdala 1

2 O apóstolo da caridade: tombamento religioso, histórico, cultural, patrimonial de Eurípedes Barsanulfo, apóstolo da caridade / Dirceu Abdala. Goiatuba, Go.:/2007 Bibliografia. 1 Barsanulfo, Eurípedes, Espíritas Biografia I. Título CDD Espíritas : Biografia e obra Nossa homenagem à Heigorina Cunha Com profundo carinho e amor oferecemos este trabalho à nossa querida HEIGORINA CUNHA e seus familiares, em homenagem e lembrança do seu querido tio, EURÍPEDES BARSANULFO. À nossa mãe,, AFONSINA, aos filhos, netas, irmãos, cunhados e cunhadas dedicamos a presente obra. À memória de nosso querido CHICO XAVIER, e ao meu saudoso pai, NAGIB ABDALLA, nossa eterna gratidão. Aos gentis amigos, ELZI NASCIMENTO, ELZITA M. QUINTA, TALHYS ANDREY NUNES RODRIGUES nosso carinho especial em forma de gratidão. 2

3 Nossa homenagem à Heigorina Cunha Dirceu Abdala Ataliba José da Cunha casa-se com Eurídice Miltan Cunha, Sinhazinha, em 08/03/1915. Da referida união, nasceram os filhos: 1.- Heigor Cunha, nascido em 22/12/ Heigorina Cunha, nascida em 18/12/ Ivonir Cunha, nascida em 11/09/ Ivomir Cunha, nascida em 28/02/ Vigilato José da Cunha, nascido em 24/09/ Heigorina Cunha, nossa homenageada, nasceu em 16/04/ Lenoir Cunha, nascido em 11/08/ Neonir Cunha, nascida em 24/01/ Roberto Cunha, faleceu após o nascimento, em 27/07/ Lineu Cunha, nascido em 17/07/ Adolfo Cunha, nascido em 10/10/ Ionete da Cunha, nascida em 11/11/1932 No estudo da genealogia de Eurípedes vimos que Eurídice Miltan era sua irmã. Casando-se com Ataliba José Cunha receberam 12 filhos, sendo que Heigorina, nossa homenageada recebeu o mesmo de sua irmã, falecida. Portanto, Heigorina Cunha é sobrinha legítima de Eurípedes Barsanulfo. Diversos familiares e amigos de Eurípedes deram continuidade ao trabalho dele. Vovó Meca, Mogico, Sinhô Mariano, Sinhazinha, Edirith, Edalides, Elith. D. Amália, Jerônimo Candinho, DR. Thomaz Novelino, Corina Novelino, Aristides, Jason, Frederico Peró e demais familiares. Não podendo esquecer do amor de jipe, o cãozinho de estimação do professor, pois quem ama presta um grande serviço ao ser amado. 3

4 Na mocidade, Heigorina, portadora de limitações físicas, toma o comando da obra, sem parar um só dia dá continuidade em primeira linha de trabalho, ao Culto do Evangelho, realizado todos os dias, às noves horas. Seguido de inúmeras atividades, conforme se apurou no processo de tombamento. Com a humildade que lhe caracteriza a personalidade, no comando de elevadíssima responsabilidade de dar continuidade ao trabalho implantando por Eurípedes Barsanulfo, alem de renomada escritora, inclusive obras em parceria com Médium de Jesus, Chico Xavier, que a consagrou em razão deste elo de profundo significado. Inclusive sua auto biografia, o Poder da mente, livro de cabeceira pelo exemplo de fé, renúncia e muito amor ao próximo. Não contente, locomovendo-se com penúria e imensa dificuldade, ainda assim funda em santa Maria, onde tudo começou, demonstrando assim que a continuação da obra deve ser completa e homenagear Santa Maria, com uma belíssima instituição em benefício de necessitados, é algo que vem comprovar ser Heigorina vulto de exemplos na história da Doutrina Espírita. Recebe a todos em sua casa, momento de extrema ternura e de profundo amor a todos nós, ali sentada em sua cadeira, sempre sorridente, abre os olhos que brilham como estrelas no firmamento da Colônia Eurípedes Barsanulfo, implantada pelo Plano Maior sobre a cidade de Sacramento. Torna-se canal único de ligação entre os visitantes e o Alto, sorriso bondoso, amor em exuberância, alegria incontida,,fala com o semblante sorrindo, inclusive com os próprios olhos, lembrando estrela fulgurante de amor e de dedicação á Doutrina Espírita. Relata-nos com facilidade o Plano Espiritual, as colônias, a vida no Alto, como se fizesse ali presente, e com alegria nos fala da Vida Maior. Com simplicidade conta-nos fatos, eventos, construções, edificações, jardins, rios, vida no Alto. O tempo passa e se escoa e nesta sintonia busca entrar na faixa vibratória do Professor, seu querido tio, venerado com emoção em lágrimas, pela representante que com mais de oitenta anos e toda dificuldade física é exemplo vivo de todas as virtudes. Parabéns Tio Eurípedes, pelo exemplo de nossa querida tia, Heigorina. Em nome da Doutrina Espírita, da gratidão, do exemplo, pedimos licença a Nosso Senhor Jesus Cristo para beijar seu generoso coração por tudo o que ela tem feito pela Doutrina Espírita e por todos nós. O APÓSTOLO DA CARIDADE 4

5 TOMBAMENTO RELIGIOSO, HISTÓRICO, CULTURAL E PATRIMONIAL DE EURÍPEDES BARSANULFO Vista parcial de Sacramento-MG Vista parcial de Sacramento partir do Bairro Alto Santa Cruz A pacata Sacramento, terra de suor, luta e de muito trabalho. Berço de familias tradicionais, como tronco de moralidade e alicerce de muitas genealogias brasileiras. Vista atual desta bela colina sacramentana, onde se situa a cidade, que a exemplo das colinas da Galiléia. Lá Nosso Senhor Jesus Cristo implantou o mais fecundo trabalho, trazendo até nós a lei de amor, na Boa Nova, rota segura de nossa libertação. O médium de Nosso Senhor Jesus Cristo, realizou a mais fecunda obra do Cristianismo no interior das Minas Gerais. A semente multiplicou com o trabalho do semeador, somatório de suas virtudes, como exemplo, testemunho da mais pura caridade, do amor sem limite, fez com que o País todo colhesse seus frutos, pois dificilmente se encontra no Brasil uma cidade que não tenha homenageado Eurípedes Barsanulfo com uma obra. PREFÁCIO 5

6 Tombamento religioso, histórico, cultural, patrimonial de Eurípedes Barsanulfo, apóstolo da caridade/dirceu Abdala Goiatuba Go. O Dr. Dirceu Abdala nos brinda com mais uma obra de inestimável valor para a Doutrina Espírita. Trata-se não apenas de mais uma biografia do valorosos Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo de Sacramento, mas de uma primorosa pesquisa que resgata a árvore genealógica das famílias Araújo e Pereira de Almeida em seus primórdios em terras luso-brasileiras. Organizado especialmente para o tombamento do patrimônio histórico, cultural, religioso, patrimonial e porque não dizer ecológico, preservação da mata e cerrado do imóvel, de Eurípedes Barsanulfo, este documento traz um rela fiel e extremamente importante sobre o insigne professor e médium sacramentano. Falar de Eurípedes Barsanulfo é referir-se ao discípulo de Cristo Jesus, a quem tanto se assemelha em sua incomensurável grandeza. Também não é possível desvincular o dileto discípulo do poverello de Assis do Cristianismo em sua mais pura acepção e nem vislumbrar sua obra magnânima distante dos postulados da Doutrina Espírita. A mediunidade do grande missionário retrata na prática toda a fundamentação teórica kardequiana no que se refere à propriedade dos dons mediúnicos em seu exercício com Jesus e Kardec: Caridade, Amor e Perdão. Prova-nos Eurípedes Barsanulfo que o verdadeiro espírita é aquele que se desdobra na vivência do tríplice aspecto doutrinário: Ciência, Filosofia e Religião. Em sua vivência filosóficocientifica, Eurípedes Barsanulfo é o mestre e pesquisador por excelência que não se calava e nem se escondia ante os ataques ao Espiritismo nascente no Brasil, despertando as almas para a verdade e a luz. Ao mesmo tempo, descortinava aos discípulos do Colégio Allan Kardec os segredos da natureza e as incomensuráveis grandezas das constelações universais. No aspecto religioso, o inesquecível missionário socorreu e atendeu, indiscriminadamente, a todos os que aportaram na segurança de sua destemida ação humanitária. Para Eurípedes não havia limitação, hora, nem de dia, nem de noite. Todo o seu tempo era dedicado no serviço de Jesus na pessoa de seus irmãos em humanidade. 6

7 O tombamento patrimonial da área da Chácara Triângulo, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, é ato de gratidão à pessoa e à obra benemérita de Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade. Nosso reconhecimento agradecido ao Dr. Dirceu Abdala pela honra que nos concedeu para apresentação de tão significativo trabalho. Elzi Nascimento MBAE em Gestão e Economia Empresarial, psicóloga e escritora. É membro ativo do GEAK - GRUPO ESPÍRITA ALLAN KARDEC DE GOIÂNIA GO. Ezita de Melo Quinta MBAE em Gestão e Economia Empresarial, pedagoga, especialista em educação e escritora. É membro ativo do GEAK Grupo Espírita Allan Kardec de Goiânia GO. ÍNDICE 1.- Homenagem à Heigorina Cunha 2.- Prefácio 3.- Vista da atual Sacramento 4.- Origens 5.- Infância 6.- Juventude 7.- Casa Mogico 8.- Colégio Miranda 9.- O Apóstolo e a Doutrina 10.- Santa Maria Cristianismo 11.- Eurípedes visita Nosso Senhor Jesus Cristo 12.- Centro Espírita Esperança e Caridade 13.- Faculdades mediúnicas 14.- Sofrimento de Eurípedes 15.- Colégio Allan Kardec 16.- Desdobramento de Eurípedes 17.- Pádua e Sacramento 18.- Espiritismo e cura 19.- Eurípedes, homem público Eurípedes chamado a desafio 21.- Perseguição contra Eurípedes 22.- A reserva moral de Eurípedes 7

8 23.- Obtenção de recursos do Alto 24.- Momentos finais nas vestes físicas 25.- Legado de Eurípedes 26.- Tombamento de Eurípedes 27.- Pedido de tombamento 28.- Dos trâmites legais 29.- Decreto de tombamento 30.- Sacramento e Eurípedes 31.- Eurípedes, intérprete dos Espíritos 32.- Eurípedes no Plano Espiritual 33.- Ataque à memória 34.- A semente de Eurípedes 35.- Proteção Espiritual 36.- Registros bibliográficos 37.- Anexos 38.- Exemplos para pedagogia 39.- Depoimento de educadora 40.- Tese de mestrado 41.- Pleito de gratidão 42.- Culto no lar 38.- Marcos, reencarnação de Eurípedes 39.- Chácara Triângulo Casa do Caminho Recanto da Prece - Culto do Amor Cristão e Mansão Do Amor Quarto de Eurípedes 41.- Mensagem de Esperança 42.- Caminhos que se bifurcam 43.- Centro Espírita 44.- Oficina da Sinhazinha 45.- Folha de Malva 46.- Evangelho de Meca 47.- Dicionário de termos evangélicos 48.- Recinto do centro 49.- Sinhazinha, Chico e Ataliba 50.- Casa Assistencial Meimei 51.- Integração Missionário e seu animal 52.- O Missionário e a família 53.- Homenagem a Eurípedes 54.- Último discípulo de Eurípedes ORIGENS Certa feita, no Santuário de Luz, sala de refeições onde nosso Apóstolo de todos os milênios, Chico Xavier, o mais evoluído 8

9 ser que pisou o solo terrestre, depois de Nosso Senhor. Isto dito por Ele, quando se referia a Chico, na condição de João Batista, ao dizer que João era o mais evoluído ser nascido de mulher. Perguntamos ao Anjo do Senhor, nosso querido Chico, quem era Eurípedes Barsanulfo, ele nos disse: A humanidade não conhece o Dicionário Divino para conceituar Eurípedes. Falar de Eurípedes é o mesmo que falar de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nossa contribuição é insignificante diante da gigantesca obra do nosso Apóstolo da Caridade. A vida de Eurípedes, contada em inúmeros livros, jornais, mídia de seu tempo, poderia pelo século todo ser divulgada e não teria dito a metade ou quase nada do seu valor e de seu significado apostolar para a humanidade, como um Farol da mais pura luz, a Luz de Jesus. Emissário Celeste, aceitou o compromisso de trazer até nós exemplos de renúncia, indulgência, caridade, muito amor ao próximo, implantando nas colinas de Sacramento a Luz do Evangelho, exemplo de Santo Antônio de Pádua, cuja oração retumbava pela cidade toda, aqui as orações do Apóstolo da Caridade multiplicavam não só as colinas, mas os bosques, os montes e montanhas, riachos e cascatas, fontes de água e a mansidão das relvas que derramavam lágrimas de agradecimento pela bela presença do emissário consolador do Senhor. Busquemos pela ampulheta do tempo, a família Araújo, berço genético de Eurípedes. Essa família, portuguesa na origem, descendia da Casa dos Távora, cujo chefe familiar era o Marquês de Távora, Vice-Rei de Portugal nas Índias. De volta das Índias, em Portugal o mencionado Marquês e seus correligionários buscaram uma política contrária aos interesses da Coroa e, portanto, aos interesses do Rei D.José. Um dia triste na história, D. José sai do palácio e é atingido por disparo de bacamarte, arma de fogo utilizado naqueles tempos, sendo a autoria do crime atribuída ao Marquês de Távora e seus aliados. Imediatamente, o Marquês de Pombal, então Primeiro Ministro de Portugal, determinou a prisão de todos os envolvidos e os entregou à fúria popular, foram linchados em praça pública, o Marquês de Távora, sua esposa, D. Leonor, o Conde Aveiro e mais alguns companheiros desse negro episódio. Não satisfeito, continuou o Marquês de Pombal com a perseguição contra essa família. Uma parte fugiu para a África, 9

10 originando em Marrocos a família Borges de Araújo, e o restante da família refugiou-se no Brasil, formando o berço da família Ferreira de Araújo. No Brasil, o Capitão Ferreira buscou o santuário das terras da Bahia formando imensa família.por sua vez, Manoel Ferreira de Araújo casou-se com uma baiana e dirigiu-se a Conceição do Mato Dentro, comarca da Serra de Minas Gerais, onde nasceram todos os seus filhos. O genro do Capitão Ferreira, de nome Luiz da Cunha Ferreira dirigiu-se para Sacramento, para onde, por volta de 1810, vieram os demais familiares, inclusive o próprio Capitão. Buscando a Biblioteca Pública de Belo Horizonte, patrimônio histórico cultural do belo povo mineiro, ali encontramos o seguinte registro: Cônego Hermógenes Casimiro de Araújo, o homem mais notável do antigo Sertão da Farinha Podre, ordenou-se em São Paulo, no ano de Após a ordenação passou a assinar Hermógenes Casimiro de Araújo Brunwish, vigário da Capela Imperial, Deputado da Corte de Lisboa, Deputado Provincial e Geral em diversas legislaturas e Comendador das Ordens da Rosa e do Cristo, Vigário do Desemboque para onde transferiu residência no ano de Tornou-se Comandante da Guarda Nacional e do Batalhão do Desemboque, professor de teologia e latim, tendo desencarnado em setembro de 1861, com 75 anos de idade. A genealogia desta família sacramentana assim ocorreu: o Capitão Manoel Ferreira de Araújo casou-se com Joaquina Rosa de Araújo, de cuja união nasceram os filhos: Cônego Hermógenes Casimiro de Araújo, Padre Antonio Domiense de Araújo, Miguel Eugênio Ferreira de Araújo, Clemente José de Araújo, Félix Ferreira de Araújo, Mauricio Ferreira de Araújo, Honório Amâncio de Araújo, Joaquina Silvânia de Araújo, Florinda de Araújo. Por sua vez, Clemente José de Araújo, um dos filhos do Capitão Manoel Ferreira de Araújo, casa-se com Escolástica de Araújo, gerando os filhos: Ana Petrolina de Araújo, Hermógenes Casimiro de Araújo Sobrinho, Manoel Gonçalves de Araújo, Escolástica das Dores Araújo, Cândido de Araújo, José Clemente de Araújo. Estes tornaram-se pela sucessão hereditária netos do Capitão Araújo. Padre Antonio Domiense de Araújo,irmão de Clemente José de Araújo, em razão de sua forte ligação com a Coroa 10

11 Imperial recebe, em sesmaria, oito mil alqueires das terras de Ibituruna e Santa Maria, englobando, assim, as belas serras dos citados lugares. Aproximamos agora da chegada no nosso querido Eurípedes. Em razão do casamento de Hermógenes Casimiro de Araújo Sobrinho com Honória de Araújo, nascem nove filhos: Clemente de Araújo, Guilhermina de Araújo, Hermógenes Ernesto de Araújo, Antônio de Araújo, João Nepomuceno de Araújo, Horácio de Araújo, Ovídio de Araújo, Virgilio de Araújo, Olimpio de Araújo.O Evangelho do Senhor noticia que a árvore boa dá bons frutos e como na Lei Divina não há exceção, Hermógenes Ernesto de Araújo, conhecido por Mogico, homem íntegro, puro, a exemplo de José de Nazaré, que em sua pequena oficina criou todos os seus filhos, com a maior lição de vida para a humanidade, assim também Mogico, o aliado do Senhor foi chamado para ser o genitor de Eurípedes. Nosso generoso Mogico casa-se com a pura, virtuosa, caridosa, a nossa querida Jerônima Pereira de Almeida, conhecida por vovó Meca. Portanto, Meca, em nosso dicionário da Doutrina Espírita passa a significar origem do amor e da renúncia. Casam-se e trazem à Terra quinze filhos: Maria Neomisia, Eulogio Natal, Wenefreda Dermecilia, Waltercides Willon, Aerísia Hermencilia, Odulfo Wardil, Eurídice Miltan, Eulice Diltan, Edalides Millan, Edirith Irany, Herodoto, Elith Irany, Homilton Wilson, Waterville Wilman e Eurípedes Barsanulfo, colocado em último lugar para destaque genealógico, embora tenha sido o terceiro filho do casal. INFÂNCIA Hermógenes Ernesto de Araújo, acompanhado de seu pai, Hermógenes Casimiro de Araújo pediu a mão de seu bom anjo, Jerônima Pereira de Almeida, com apenas 14 anos de idade, para fugir do recrutamento da guerra do Paraguai. A noiva teria comentando, à ocasião: É, o mogico casou comigo por causa do Reculuta ( Reculuta significava, então, recruta ). Jerônima, órfã, residindo com seu irmão mais velho, nem mesmo chegou a conhecer seu futuro marido naquele dia, pois era costume pedir a mão da moça sem conhecê-la Ela o viu somente no dia do casamento, pelo buraco da fechadura da sala.ali se encontravam seu irmão, José Pereira de Almeida e mais dois rapazes, alem do pai do noivo. Grande susto ela teve quando deparou que um deles portava um grande bócio. E, 11

12 agora, quem era o noivo?. O desespero fez o puro coração daquela santa menina bater mais forte. O grande dia chegara, o noivo se postava junto ao altar da igreja, à espera de sua prometida. O momento era de muita apreensão, de muita euforia e até mesmo de desespero, pois a sorte era lançada. O desespero, porém, cedeu lugar a uma suave e linda esperança, pois o noivo era o simpático Hermógenes, o Mogico. Os olhos de ambos brilharam, ante a simpatia do noivo e a doçura e meiguice da noiva. O Alto trabalhou para o feliz reencontro, o magnetismo salutar fez nascer fontes de esperanças, que iguais a cascatas de cachoeira em seu borbulhar, desciam sobre os futuros pais de nosso querido Eurípedes Barsanulfo, cobrindo-os com o manto da responsabilidade, do afeto, do carinho e da paternidade santificante. Tudo fazia lembrar o momento em que José recebia Maria, pais abençoados de Nosso Senhor. Hermógenes já não temia ser Voluntário da Pátria, sua sorte e de nós todos seria outra, conforme veremos. Mesmo porque, na falta do registro civil, o casamento religioso era válido e isentava o moço da condição de recruta. Pobres, de recursos quase nulos, vivendo na pequena cidade mineira de Sacramento, sem qualquer mercado de trabalho, a vida era quase um milagre. Aqui o milagre foi maior, vez que após o casamento, Jerônima portadora de desmaios mediúnicos, gastava todas as economias do casal, em razão dos cuidados a ela dispensados. Mas ambos lutaram como somente os bravos lutam, sem esmorecimento. E, mesmo assim, fruto de elevado amor, de respeito, da mais profunda ternura e responsabilidade, a cada dois anos nascia um filho. Assim, nasce o terceiro filho, Eurípedes Barsanulfo, no dia 1 de maio de 1880, o trabalhador de Jesus chega à Terra no dia do trabalho, recebido nas mãos primorosas da parteira, Ludovina. Chegava o lavrador na seara da Doutrina Espírita, exemplo de amor, renúncia, indulgência e portador de todas as virtudes, a caridade encarnada. Já os demais filhos nasceram sob os cuidados da vovó Meca. Para ajudar no trabalho da grande família vem a escrava Rufina, pertencente a Babota, irmã de Meca. Eurípedes foi registrado na própria paróquia, no livro n. 12, às fls. 23, do livro de batismos. A miséria, os sofrimentos aumentavam na proporção do nascimento de mais filhos do casal, vez que o salário de Mogico, continuava sempre o mesmo. 12

13 Quando criança, o maior sonho de Eurípedes era adquirir um doce de leite, vez que seus colegas tinham sempre uma moeda para tanto, até que um dia um amigo, por brincadeira, ensinou-lhe que passasse um caco de telha na pedra até ficar igual uma moeda e aí poderia comprar o tão sonhado doce, e, qual não foi surpresa sua que o comerciante o atendeu, recebendo a moeda de telha em troca do doce de leite em pedaço. Agora estava feliz, já sabia fazer dinheiro. Eram tempos difíceis, conta-se que, para matar a fome, usava-se naquela época, uma espécie de camisola com bolsos onde se colocavam um pedaço de rapadura e um naco de pele de porco, para ir iludindo a fome ao longo do dia. Ainda que pobre, a infância era feliz, pois habitava um lar santo. Mesmo assim, o menino Eurípedes não escondia sua tristeza diante dos constantes desmaios da mãe, permanecendo, naqueles momentos, sempre a seu lado. Um fato que chama a atenção já nos primeiros anos de Eurípedes era sua presença diante dos pobres, doentes, sofredores, (exemplos de Jesus) aos quais sempre tinha palavras de consolo. Tanto é verdade que ele teve a intuição da morte de Babota, permanecendo no seu leito de morte até seu desencarne. Inclusive, foi quem lhe deu o último alimento. Na escola, após a alfabetização nunca mais abandonou os livro. Seu pai,mogico, procurando melhorar sua condição de vida, já que a prole sempre aumentava, conseguiu emprego para gerenciar a casa comercial da estação do Cipó, fato ocorrido em 1895, quando a situação da família melhorou em razão dos melhores rendimentos de Mogico. E, em razão da ausência de escola na estação de Cipó, Eurípedes continuava seus estudos com o próprio pai. Em Cipó, Eurípedes registrou para sempre sua evolução moral, pois com pequena idade arrastava malas dos passageiros, tratava dos animais, em troca das moedas que as dava à mãe para tratar de sua doença. Nada guardava para si. Certa feita em que conseguira maior quantidade de dinheiro, entregou à sua mãe, dizendo-lhe para não deixar faltar pão em casa. Embora a situação melhorasse, mas Mogico e Vovó Meca tiveram quinze filhos, eles doentes, pai e filho e muito pobres, Vovó Meca lavava, passava roupas para fora e fazia doces salgados, que Eurípedes vendia na rua para manter os irmãos e os pais doentes. 13

14 Embora Cipó trouxesse à família melhores condições de recursos amoedados, não foram felizes, já que a proximidade do Rio Grande lhes faz mal à saúde. Mogico adoece, bem como Eurípedes, a ponto de serem obrigados a retornarem a Sacramento, após uma estada de três anos. Eurípedes passa a freqüentar o Colégio Miranda, que ministrava aos alunos o conhecimento do famoso Colégio Caraça, o mais famoso educandário das Minas Gerais. No Colégio Miranda, Eurípedes demonstrou sua cultura adquirida em Planos Superiores, pois era dotado de excelente formação moral, religiosa e cultural. Tão estudioso e dedicado que passou a auxiliar os professores, lecionando Língua Portuguesa, Francês, Matemática aos seus colegas, Em casa continuava sua condição de jovem professor, lecionando aos irmãos. Sua fama na escola o fazia portador da Bandeira Nacional nas festividades escolares, além da oratória oficial da escola. Ali permaneceu até a sua maioridade, que aconteceu aos 21 anos de idade. Nesta ocasião o diretor da Escola comunica ao pai de Eurípedes, que nada mais tinha a ensinar ao aluno e que ele deveria seguir seus estudos em cidade maior. Assim, em 1902 o pai leva Eurípedes ao Rio de Janeiro para prosseguir seus estudos, sendo matriculado na Escola de Medicina, permanecendo ali apenas 20 dias. Ei-lo de volta à Sacramento para buscar seu enxoval e voltar para a Capital do País. Com a doença de Mogico curada, nova oportunidade de trabalho melhorava a situação da família. Estava tudo pronto para a viagem de Eurípedes, mas, à medida que se aproximava a partida, a mãe, sensível, amorosa, adoecia com maiores ataques, fazendo com que Eurípedes renunciasse a carreira de médico para cuidar da mãe. Ainda adolescente, com cerca de 13 anos de idade fundara o Grêmio Sacramentano, núcleo cultural da cidade, entidade onde se cultivavam as artes de teatro, poesia, literatura, e cuja fama corria o mundo provinciano daquela época. Não satisfeito, em companhia de amigos, cria a Gazeta de Sacramento, veículo reconhecido pelos grandes periódicos da época como excelente divulgador da cultura sacramentana., e que veio a encerrar suas atividades em JUVENTUDE O mais puro jovem de Sacramento dedicava-se à cultura, aos pobres e à religião. Professor assistente, 14

15 conforme ficou dito, lecionava para os irmãos em casa. Participava ativamente da Igreja Católica, principalmente da Sociedade São Vicente de Paula, sempre pronto a servir a todos, amigo íntimo do padre, bem como da comunidade católica não só de Sacramento, bem como de toda região, inclusive do bispado de Uberaba. Segundo consta, não teve uma namorada, não dançava, indene de vício, não conhecia a palavra mentiura, nunca comentou a vida alheia, sempre encontrava uma boa palavra para a defesa de alguém, a exemplo de Jesus e seus Apóstolos. Conta-se que quando encontraram um cão morto, podre, os Apóstolos se retiraram da estrada e Jesus aproximou-se do cão e sem tapar o nariz, disse: que belos dentes tem este cão!. Eurípedes era rígido com a moral familiar e altamente disciplinado, determinava que se fechasse a porta da casa às 21 horas, encerrando as atividades do dia. A maior preocupação de Eurípedes, em sua mocidade, conduta obcecante, era a cura da pobre e doente mãe. Era capaz de passar a noite toda a seu lado, orando em seu benefício. Houve época em que ela passava o dia e a noite sofrendo ataques de desmaios. Eurípedes, juntamente com seu pai não se desligavam dela, com profundo amor e carinho.. Estava tão doente que um simples grito ou gargalhada já era motivo para um desmaio, até mesmo ao ler um jornal, os anúncios de morte, aqueles avisos que trazem cruzes indicando o falecimento era motivo para desmaios. Caía no quintal e era levada nos braços de Eurípedes para dentro de casa e colocada na cama. Era ele a sentinela, o enfermeiro, o soldado que vigiava dia e noite a pobre mãe. No colégio de Ana Borges, durante os saraus da mencionada professora, Eurípedes contribuía com versos belíssimos, declamados com profundo sentimento. Além de seu interesse pela cultura literária, mantém aceso o interesse pela medicina, carreira que deixou de seguir por amor à mãe. Seu interesse é despertado pela homeopatia. Toma emprestados os livros de Ormênio e os devora, tinha em mente um único objetivo, o seu prodigioso amor pela mãe o levava a buscar a sua cura. Para isso varava noites e noites estudando, pesquisando um medicamento para a cura. A seguir, com parcos recursos monta pequena farmácia homeopática para tratar dos pobres. Não se contentava em esperar o doente, saía pela periferia da cidade buscando-os, tornando-se pai da pobreza, recurso dos sofredores, esperança para os doentes do corpo e da alma, pois, além de remédios, era ele o consolo em pessoa. Assim 15

16 permaneceu, jovem, simples e humilde de coração, amoroso com todos e lenitivo dos pobres durante quatro anos. Por outro lado, o bondoso Mogico melhora sua condição financeira e melhores dias em seus negócios sopravam, procurando os melhores produtos, mercadorias, sempre com honestidade e o bom sorriso, tornara-se excelente comerciante. Duas preocupações o moviam: honestidade e bom atendimento. Eurípedes, por sua vez, alem de auxiliar no balcão, fazia a escrita da casa, ou seja, a movimentação comercial. Cresceu o comércio e houve necessidade de expansão, daí uma filial na vizinha cidade de Conquista foi criada. Com a idade e o progresso da doença, Meca piorava e tornara-se cega. Eurípedes, incansavelmente, dia e noite estudando, pesquisando, consegue a melhora da saúde da mãe. Por outro lado, Mogico crescera tanto que conseguiu adquirir a primeira máquina de costura para Vovó Meca, a primeira torradeira de café, bem como o primeiro automóvel da cidade de Sacramento. O crédito de Mogico e sua honra eram apregoados em todas as cidades e no seio rural, somatório de dignidade e de honestidade, aliados ao bom trabalho. CASA MOGICO Praticamente, Mogico torna-se grande comerciante para aquela época, honestíssimo em seus negócios, sua margem de lucro angariou-lhe enorme freguesia, que era disputada pelos demais comerciantes da região e com real desvantagem para todos, pela simples razão do enorme carisma humanitário e sua generosidade. Sempre pronto a ajudar seja lá quem for, nunca perguntou a raça, a religião, os costumes de 16

17 ninguém. Se São José realizou o trabalho do anonimato, nunca buscou sua condição de genitor de Nosso Senhor, por sua vez Mogico na condição de pai de Eurípedes Barsanulfo eclipsava sua conduta, para também viver no esquecimento dessa condição. Apenas ficava na retaguarda cobrindo e ajudando nas despesas da enorme fraternidade de Eurípedes, ajudando-o a manter suas obras. Portanto, a Doutrina Espírita deve muito a este herói anônimo, verdadeiro baluarte da história de Eurípedes e da Vivo Meca. Durante sua mocidade e maioridade a vida de Eurípedes foi dedicada ao ensino, fazendo de Sacramento o mais belo foco de luz no campo da educação do interior de Minas Gerais. Foram vinte anos dedicados a este excelente e prodigioso trabalho, iluminando a mente humana.conforme ficou registrado a primeira contribuição na área educacional foi o colégio Miranda, depois a criação do Liceu Sacramentano. A idéia partiu do próprio Eurípedes, com a colaboração de amigos e de admiradores conseguiu o sonho da criação do Liceu. COLÉGIO MIRANDA Sem dúvida alguma, inspirada por Kardec, Pestalozzi, Kant, Platão, Sócrates e Spencer, o Liceu torna-se o veículo de comunicação, como canal entre as maiores inteligências vinculadas ao Planeta e seu simples estudantes. Ali se difundia a mais alta cultura educacional, aliada as disciplinas mais difíceis da época. Mesmo com a falta de docentes à altura, tudo corria da melhor maneira possível, pois até mesmo a arte ali se tornava científica, como todas as demais disciplinas. Havia também preocupação com as atividades físicas, na célebre lição do mens sana in corpore sano. Com o salário de escriturário nas casas 17

18 comerciais de seu pai, ele se mantinha, pois necessitava de muito pouco para sua simples vida apostólica. A ponto de criar a sociedade dos amiguinhos pobres, destinando recursos a eles, juntamente com generosos corações voluntários. Guiada pelas correntes dos caridosos educadores do Alto, a pedagogia de Eurípedes era a da caridade, do profundo amor à profissão, aos alunos e principalmente aos carentes. Suas aulas eram mestrados do amor de Nosso Senhor, com a pedagogia dos Anjos. O APÓSTOLO E A DOUTRINA ESPÍRITA Os grandes missionários da Doutrina Espírita, na sua maioria, tiveram poucos anos de dedicação à Seara, tais como Allan Kardec, Dr. Bezerra de Menezes e o nosso Apóstolo, Eurípedes Barsanulfo, variando entre 12 a 14 anos de atividade, tempo mais que suficiente para servir de exemplo pela Eternidade afora, como alicerce de amor, responsabilidade e o somatório das virtudes que constituem a caridade na sua mais precisa conceituação. Com Eurípedes, a situação não foi outra, vez que, trabalhando ao mesmo tempo em Conquista e Sacramento, tomou conhecimento do gigantesco trabalho realizado no povoado de Santa Maria, surto da mais pura mediunidade, traduzida por homens simples, quase incultos, humildes operários do campo, a exemplo de Nosso Senhor, que formou seu colégio apostolar com pescadores e homens do povo. Mas as notícias vindas de Santa Maria, meio caminho entre Conquista e Sacramento eram belíssimas, ali trabalhavam no campo mediúnico Sinhô Mariano (Tio de Eurípedes), Aristides Gonçalves, Jason e tantos outros. Tudo lhe foi revelado pela madrinha Sana, residente em Conquista, que relatava as belas passagens mediúnicas, trazidas por espíritos de muita Luz. Já que Eurípedes realizava o serviço contábil da outra firma de seu pai em Conquista, ali comparecia e sempre as mesmas notícias da madrinha, dos acontecimentos de Santa Maria, uma nova Galiléia, um novo Pentecostes de novo em nossa Terra. 18

19 SANTA MARIA CRISTIANISMO REDIVIVO EM MINAS GERAIS Voltemos um pouco à mocidade de Eurípedes, católico fervoroso, amigo fiel dos padres e de toda a comunidade católica, exemplo do mais perfeito seguidor da Igreja. Sua situação era difícil, mas todos nós, mais cedo ou mais tarde, por amor ou pela dor, buscaremos o Consolador prometido. Aqui nosso jovem veio por muito amor, conforme relatos da época e registros fiéis de escritores, jornalistas e a notoriedade dos fatos. Certa feita, Sinhô Mariano deixa na casa de Eurípedes um exemplar da obra Depois da Morte, de Léon Denis. O Apóstolo da Caridade não perde tempo e vara a noite, segundo relatos citados neste pequeno trabalho, e no outro dia assimilara a bela obra do citado escritor espírita. Já não lhe restava dúvida e sim a certeza do Mundo dos Espíritos e de que a Vida no Plano Maior comanda nossa passagem no plano físico. Na sua tela mental surge a lembrança da madrinha e dos relatos sobre Santa Maria. Algo belo, profundo, busca-o para um convite, já não mais dos humanos encarnados, mas do Alto, como se dissesse: Vá, meu filho, vá buscar Nosso Senhor na simplicidade de uma nova Manjedoura, com o nome de Minha Mãe, Santa Maria Na Sexta Feira Santa do ano de 1904, em companhia de um amigo, apeia do cavalo e entra para uma das mais belas páginas do Cristianismo Redivivo, adentrando o Centro Espírita de Santa Maria, às duas horas da tarde, na máxima concentração da luz natural com a Luz da Natureza. Embora o Centro Espírita estivesse lotado e a sessão iniciada, dois lugares estavam esperando, por Ordem Superior, Eurípedes e seu amigo. Eurípedes nunca obtivera resposta sobre o Sermão das Bem Aventuranças de Nosso Senhor, pois pensava: Bem Aventurados os pobres, estes nasciam e morriam pobres! Bem aventurados os doentes, estes pela mesma forma seguiam o mesmo caminho! O mesmo acontecendo com os aflitos e com todos os chamados por Jesus naquele momento imorredouro do Cristianismo. Acreditamos mesmo que, se tudo o que Nosso Senhor disse e foi registrado pelos Evangelistas tivesse desaparecido e nada chegado até nós, bastaria o Sermão das Bem Aventuranças como instrumento de nossa libertação. Tamanha a profundidade, o significado e a nobreza de sentimentos de Nosso Senhor ao convidar todos os que querem uma nova vida, uma reforma íntima, no chamamento ocorrido naquele monte. Motivo de certa inquietação por parte de Eurípedes, que buscou as fontes disponíveis em Sacramento, 19

20 professores, religiosos, padres e não conseguiu a resposta de que necessitava seu espírito. Naquele momento ali em Santa Maria, observando a simplicidade de Aristides na explicação evangélica, em seu pensamento surgiu a seguinte indagação: se é verdade que existe o Mundo Espiritual, que os Espíritos se comunicam com os vivos na carne, que João Evangelista, então, explicasse a dúvida sobre as Bem Aventuranças. Fazemos, aqui, uso das palavras da narração de Corina Novelino, em Eurípedes o homem e a missão, que assim se expressou: Alguns minutos após, Eurípedes ouvia a mais extraordinária dissertação filosófico-doutrinária que jamais conhecera, em toda sua vida, sobre o luminescente discurso de Jesus, por intermédio de João Evangelista,então na mediunidade santificante de Aristides. Isto dito pelo próprio Eurípedes em inúmeras oportunidades. Ali, naquele momento, diante da condição de analfabeto de Aristides, do quadro de elevado valor e significado das palavras por ele recebidas e considerando que não há efeito sem causa, Eurípedes concluiu que, se a causa não era Aristides, se a profundidade das respostas veio esclarecer todas as suas dúvidas quanto às Bem Aventuranças, então o próprio João Evangelista se manifestou. O amoroso Apóstolo de Jesus, trouxe-lhe todas as explicações e dúvidas que até então não sabia, tem-nas sobre o processo reencarnatório, onde se opera a verdadeira Justiça Divina, de que recebemos o que plantamos, na lei de Causa e Efeito, plantio colheita, ontem plantio hoje colheita, riqueza inútil ontem pobreza hoje, os que choram no presente derramaram muitas lágrimas no passado, mas o convite do Senhor sempre no campo da Misericórdia, inclusive no chamamento de ordem Divina. No painel da vida, o que pensamos ser outras existências, agora a certeza de apenas única, que ocorre da nossa criação até a evolução total, passando por processos evolutivos em nosso beneficio, de viagem em viagem ao corpo físico, até a limpeza plena, do pagamento total de nossos débitos, já que céu e inferno são estados conscienciais. Ai, naquele momento de Luz, lembrou-se de Jesus: ninguém irá ao Reino dos Céus sem pagar ceitil por ceitil. Agora, sim, tudo estava claro, ao sair do Centro Espírita havia recebido um banho de luz, tendo a certeza do Plano Espiritual, das vidas sucessivas, da comunicação dos Espíritos, como fatos normais e naturais, portanto o código das consolações era tão simples, singelo, diante de sua grandeza. O Sermão do Monte nada mais era que a Boa Nova do Senhor, o Novo Testamento, a Nova Revelação do nosso Amado Mestre Jesus em seu Santo Evangelho, a Lei de Amor.Naquele momento, em sua tela mental, 20

21 lembra-se de Léon Denis, em Depois da morte, onde se lê: O Sermão do Monte condensa e resume o ensino de Jesus. O Centro Espírita banhado em luz, no mais profundo e belo magnetismo de Ordem Superior, enche os corações transbordando em lágrimas dos rudes e simples camponeses, que, a exemplo de Aristides, servem na Seara do Senhor com profundo amor.por outro lado, honesto, íntegro, saíra do Centro já na condição de espírita convicto. Mas e os laços com a Igreja Católica?, Sempre fora amigo e colaborador dos padres e do Bispado de Uberaba, do qual a paróquia de Sacramento fazia parte, da Sociedade São Vicente de Paula e tantos compromissos. Seus familiares, todos eram católicos, assim como seus alunos, colegas de magistério. Enfim, a comunidade toda teria que ser enfrentada. Quanto sofrimento, quanta dor na alma diante de seus pais, irmãos queridos! O tempo passa, com certa dificuldade para Eurípedes, que já não suportava aquela situação, era necessário tomar uma solução mais rápida possível. Eis que surge novo convite para Santa Maria, formulado por Sinhô Mariano, seu querido tio. Então, a convite do dirigente da sessão, Eurípedes participa da corrente mediúnica.convidado a fazer parte dela, recebe de imediato o Dr. Bezerra de Menezes, médico dos pobres, e que naquela oportunidade informa a Eurípedes sua mediunidade de cura. Ato continuo recebe Vicente de Paulo, que lhe comunica ser seu Mentor Espiritual e o aconselha a afastar-se da Sociedade São Vicente de Paulo e da própria Igreja Católica, para assumir sua nova missão. Informa-lhe a necessidade da criação de uma casa para o trabalho, o que representaria sua saída da Igreja. É como se uma parte do Ceu de Sacramento desabasse em cima de sua cabeça, o afastamento da comunidade católica, de seus colegas de magistério, pais de alunos e até mesmo dos familiares, fez com que Eurípedes se sentisse tão discriminado quanto um leproso forjado a viver em exclusão, longe de todos. Foi quando se lembrou do amigo Carlos, que se tornara portador do terrível mal e refugiara numa mata, e visita-o, Eurípedes beija o amigo e lhe pede perdão pelo abandono, fato ocorrido após tornar-se espírita. Mas tinha que enfrentar nova e grave situação. Volta à cidade e coloca sua vontade e seu coração a obedecer as ordens Superiores e o primeiro ato foi comunicar a Sociedade São Vicente de Paulo seu desligamento. Busca a Igreja e comunica seu afastamento. Pronto, a tempestade fora anunciada, um grito de desespero na comunidade católica retumbava montanhas e montanhas de indignação. Reúnem-se padres, membros do clero, da sociedade, inclusive 21

22 o Bispo de Uberaba e pedem um explicação ao moço. Ele relata com simplicidade emocionante os últimos acontecimentos, bem como o compromisso assumido com seu Mentor e sua nova vida. Estarrecidos diante do fato, disseram-lhe naquele momento que tudo não passava de uma loucura, de um momento de desequilíbrio. Ele repetia diante de todos que nunca tivera tanta certeza, tamanha lucidez, que era sua única vontade. Se aqueles fatos representavam para eles loucura, ele respondeu: Santa Loucura esta, que me esclarece todas as dúvidas, que me mostra o caminho certo da vida, que me ensina a verdade, a vida, o caminho! A notícia foi de tamanha contundência na população católica, que o Padre Rocha Maia, pensando ser o culpado da situação por ter dado a Eurípedes um exemplar da Bíblia, algo proibido na época, ficou totalmente insano. Os familiares revoltaram-se, a população o acreditava louco ou fraco da mente, não podia sair à rua que era hostilizado, os companheiros de magistério abandonaram a escola, bem como todo mobiliário da escola foi retirado. Sofrimento sem fim, fé total, aceitação máxima da certeza da Doutrina e de que estava cumprindo sua promessa feita no Centro Espírita em Santa Maria. Com tudo isso, sua fé redobrava. Triste, só, abandonado até mesmo pelos familiares, surge-lhe na mente o sofrimento dos cristãos, seu martírio em Roma e mesmo na Galiléia, soma tudo e busca Nosso Senhor com tamanha fé, que Hilário Silva, em obra psicografada por Chico Xavier, assim relata a visão de Eurípedes no livro A Vida escreve, ed. Feb, Rio, RJ, 2as. Ed. 1963, cap. 27: EURIPEDES VISITA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO A Visão de Eurípedes Começara Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da mediunidade em Sacramento, no Estado de Minas Gerais, a observar-se fora do corpo físico, em admirável desdobramento, quando, certa feita, à noite, viu a si próprio em prodigiosa volitação. Embora inquieto, como que arrastado pela vontade de alguém num torvelinho de amor, subia, subia...subia sempre. Queria parar, e descer, reavendo o veículo carnal, mas não conseguia. Braços intangíveis tutelavam-lhe a sublime excursão. Respirava outro ambiente. Envergava forma leve, respirando num oceano de ar mais leve ainda...viajou, viajou, à maneira de pássaro teleguiado, 22

23 até que se reconheceu em campina verdejante. Reparava na formosa paisagem, quando, não longe, avistou um homem que meditava, envolvido em doce luz...como que magnetizado pelo desconhecido, aproximou-se...houve, porém, um momento, em que estacou, trêmulo. Algo lhe dizia no íntimo para que não avançasse mais...e num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo. Baixou a cabeça, esmagado pela honra imprevista, e ficou em silêncio, sentindo-se como intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante. Recordou as lições do Cristianismo, os templos do mundo as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a mensagem d Ele a ecoar entre os homens, no curso de quase vinte séculos...ofuscado pela grandeza, começou a chorar...grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e ergueu os olhos, humilde. Viu, porém, que Jesus também chorava...traspassado de súbito sofrimento, por ver-lhe o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo Sublime...Afagar-lhe as mãos ou estirar-se à maneira de um cão leal aos seus pés...mas estava como que chumbado ao solo estranho...recordou, no entanto, os tormentos do Cristo, a se perpetuarem nas criaturas que até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo...nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou, suplicante:- Senhor, por que choras? O interpelado não respondeu. Mas desejando certificar-se de que era ouvido Eurípedes reiterou: - Choras pelos descrentes do mundo? Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima:- Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam... Diante deste belo acontecimento, talvez único na Terra em dois mil anos, damos razão a Chico Xavier, quando garantia: falar de Eurípedes é o mesmo que falar de Jesus! Mais fortalecido saiu do encontro de Jesus. Embora sabendo-se abandonado por todos os humanos da cidade natal, busca o campo, e ali, em voz alta comunica o Evangelho em face da Natureza, numa combinação dos cristãos que acompanharam Jesus em sua sublime Missão, agregados aos pássaros de Francisco de Assis, aliados à própria natureza. 23

24 Por outro lado os irmãos de Santa Maria, todos a postos, davam sustentação espiritual a Eurípedes, inclusive buscando-o, juntamente com sua mãe, Meca, que piorara muito com a notícia do filho espírita.. Agiganta-se o trabalho de Eurípedes, em razão de ser possuidor das mais belas qualidades mediúnicas de que se tem notícia, principalmente a de cura, raríssima em nosso meio. Procura o pai e compra-lhe terreno com casa, e a transforma em farmácia, centro espírita, por preço facilitado pelo genitor, tornando-se um verdadeiro pronto socorro material e espiritual para encarnados e desencarnados. Não satisfeito com a nova morada traz de Santa Maria dois velhos amigos pobres e os abriga no novo lar. E, assim, num somatório de novos companheiros com os já citados abnegados espíritas de Santa Maria, liderados pelo bondoso Sinhô Mariano, a base sólida dos novos apóstolos do amor estava pronta para atender e socorrer a todos. Numa base de troca, Eurípedes aceita ser orador do centro espírita de Santa Maria, interligando, assim os dois santuários. Certa feita recebia a bondosa mãe, Meca, que lhe pede em nome de Mogico, seu pai, que queime todos os livros espíritas pois aquilo era coisa de louco.o momento esperado, a estrada de Damasco de Meca ocorre neste momento em que o filho, banhando em lágrimas, abraça a mãe e conta-lhe na acústica d alma os motivos de sua conversão, o que significava a Doutrina dos Espíritos, a missão sua, numa entrega de coração a coração, vez que desde criança tudo fizera, inclusive abandonara os estudos de medicina, estudara homeopatia, tudo fizera para a cura da mãe, um amor pode ser comparável ao amor de Jesus pela Mãe Santíssima. E, ai, aos poucos,com a paciência dos santos, Eurípedes doutrina a mãezinha querida, que bebia no coração as mais santas lições do mais puro amor do Evangelho de Jesus. Cala-se, muda e magnetizada pelo sublime e doce amor do filho, retira-se...e, apressada, adentra a loja do marido e lhe diz de viva voz:- Mogico eu sou espírita! E ainda trago-lhe um recado, Eurípedes pede-lhe que estude o Espiritismo e venha conversar com ele!. Foi o suficiente para que toda família convertesse à Nova Revelação, todos tornaram-se espíritas. CENTRO ESPÍRITA ESPERANÇA E CARIDADE O centro Espírita Esperança e Caridade foi fundado na residência de Eurípedes, na presença dos irmãos de Santa Maria e dos novos confrades de Sacramento, no dia 27 de janeiro de Sua diretoria comprovava a conversão de seus familiares, pois vários faziam parte da primeira direção do grupo. 24

25 Passa a ser foco da mais alta freqüência dos Bons Espíritos, pronto socorro dos encarnados e desencarnados, fé via, amor puro, simplicidade do Cristianismo redivivo da Galiléia, caridade para com todos, amor fraterno entre os membros do grupo, base sólida para relevantes serviços na Seara de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eurípedes, dotado de disciplina angélica, autoridade moral exemplar, não permitia que novatos pudessem ministrar socorro mediúnico aos doentes, era necessário ter uma folha de serviço, um estudo doutrinário elevado, enfim, tornar-se seareiro de Jesus, como alicerce para o novo ministério apostolar, rigor acima de tudo, brandura para com todos. O Apóstolo de Sacramento não confiava um doente a qualquer um, procurava sempre a pessoa certa para o tratamento adequado. Amor acima de tudo, proteção, caridade para com os necessitados, compromisso digno conforme permitia a evolução de cada um.as atividades no Centro Espírita, segundo registram seus biógrafos, era a mais sublime expressão de pureza evangélica. Eurípedes, no centro da corrente fraterna, após a prece, mediunizava-se e recebia espíritos da mais alta evolução e ali discorria sobre as lições do Mestre da Cruz. Os presentes derramavam as mais cristalinas lágrimas de emoção, era Carfanaum, rediviva, bem como toda a Galiléia. Disciplina, didática do amor, responsabilidade, caridade materializavam-se no templo. A exemplo de Jesus, nada cobrava e exigia de todos muito amor ao próximo, segundo consta. Eurípedes nunca deixou de atender quem quer que fosse, o mesmo fez Jesus. Não só a Mãe Santíssima, mas todos os Apóstolos de Jesus se faziam presentes nas reuniões, inclusive os filósofos, tais como Sócrates, Platão, os pais da Igreja, bem como os Missionários da Luz de Jesus. Sem dúvida alguma, depois da Galiléia foi o período mais fecundo do amor do Senhor nas Terras da Santa Cruz.. Os trabalhos da farmácia, por outro lado, produziam as belas curas, paralíticos que se levantavam, cego que viam a luz, condenados à morte que adquiriam perspectiva de vida, a fama da cura correu o Brasil e até mesmo o exterior, e as caravanas se multiplicavam, os companheiros de Santa Maira, liderados por Mariano, subiram as ladeiras das estradas íngremes da renúncia e socorreram Eurípedes formando uma base sólida, que somavam à ajuda de Vovó Meca, já curada. FACULDADES MEDIÚNICAS DE EURÍPEDES Sem medo de errar, Eurípedes era portador de todas as mediunidades, tanto quanto Chico Xavier e o Dr. Bezerra de 25

26 Menezes, o trio de amor de Nosso Senhor. Por seu canal mediúnico, comunicaram-se Espíritos Superiores da mais alta envergadura. Apenas para citar alguns, de Maria Nazaré a Nosso Senhor Jesus Cristo: os apóstolos Pedro, João Evangelista, Paulo o convertido de Damasco, os luminares Joana D Arc, São Vicente de Paula, Dr. Bezerra de Menezes, Ismael o Guia Espiritual do Brasil, e tantos outros. O mandato mediúnico de Eurípedes não conheceu limites e nem fronteiras, pois exemplificou todas as catalogadas por Allan Kardec na codificação da Doutrina Espírita, sem faltar nenhuma por mais simples que fosse, e tudo cumpriu com a mais humildade. Na defesa do processo que lhe foi movida pelo movimento Católico de Uberaba, ele demonstra a responsabilidade de seu trabalho em assim se expressando: Conforme registra C.Novelino em Eurípedes, o homem e a missão. Servir-se-á o Médium sincero do Espiritismo para auferir outros proventos, além do prazer intenso e íntimo de restituir à família o seu chefe, aos filhos, a mãe, aos seus amigos o amigo? Poderá exigir-lhe paga, gratificação ou recompensa dos beneficiados pelos espíritos benévolos, outra que não o exemplo sublime da arte de exercer a caridade tão abnegadamente feita pelas inteligências que exercem o Amor? Ambicionará o Médium Cristão Espírita o império das Consciências? Pelo efêmero prazer da expansabilidade do egoísmo, do orgulho, da vaidade terrenos? Olvidou-se-lhe do quem se exalta se humilha e quem se humilha se exalta? Varreu-se-lhe da memória o culto do justo, do verdadeiro, do belo, que faz aceitável o Se alguém quiser seguir-me, a si mesmo renuncie, tome sua cruz e acompanhe-me? São lições de Eurípedes, em mensagem recebida por Chico Xavier, em 01/04/59, no Centro Espírita Casa do Cinza, em Uberaba-MG: - Saibamos entretanto, opor o bem ao mal, a brandura à violência, o amor ao ódio, o silêncio à balbúrdia, com o perdão incondicional aos ataques de qualquer natureza, rogando a bênção de Deus, nosso Pai de Infinita Bondade, para todos os cultivadores da injúria, que não vacilam em desrespeitar a fé alheia, atirando-lhe calhaus de ironia. Porque a Doutrina Espírita, longe de ser motivo para galhofa, é a Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, que esteve também, com a aprovação dos principais de seu tempo, entre perseguidores risonhos, nos braços frios da cruz. SOFRIMENTO DE EURIPEDES 26

27 Eurípedes, a exemplo de Jesus, vê-se totalmente só e abandonado, por ter-se convertido ao Espiritismo, mesmo pelos colegas de magistério no Liceu Sacramentano, o Liceu teve o mobiliário retirado e o prédio requisitado pelo proprietário. Eurípedes chora na despedida de seus alunos, lágrimas banhavam tanto o Apóstolo como os alunos. A cidade, por sua vez, não tinha outro educandário, portanto era desesperadora a situação do ilustre Médium de Sacramento. Da parte do Apóstolo não houve desespero, tinha mediunidade suficiente para saber-se protegido pelos Anjos do Senhor. Tanto é verdade que a situação perdurou por poucos dias, vez que a escola fechada pela professora Ana Borges, em 1.885, tornou-se o local alugado para a nova escola que se abria. Sem seus colegas, Eurípedes multiplicava-se em todas as atividades, inclusive no ensino de todas as matérias, algo impossível. Mas, para quem tem o amor que cobre a multidão dos pecados, isto tudo era pouco para um gigante da estatura moral de Eurípedes. Teve o amor, a fé, a coragem de assumir a Santa Doutrina Espírita ao ministrar o curso religioso. Os pais disseram-lhe que retirariam seus filhos se ele continuasse a lecionar a Doutrina dos Espíritos, tendo naquela ocasião respondido que a finalidade salvadora do aprendizado espírita seria mantida. Mesmo assim, por orgulho e outras mazelas morais, os pais retiram os filhos da escola, em sua maioria. Tristeza profunda apoderou-se de Eurípedes não motivada pela ausência de fé, mas pela irresponsabilidade dos pais, pela ignorância absoluta de preferir a retirada dos filhos a presenciar as palavras de Nosso Senhor na mais perfeita e sublime lição do Evangelho. Eurípedes pôs-se a orar e, na proporção de sua elevada posição mediúnica, embora as lágrimas banhassem seu rosto pálido, percebe a presença de uma Divindade, que se aproxima e na acústica de sua alma, percebe a presença da Mãe Santíssima e não acredita, tamanha sua humildade. Pensa que não poderia usar a mediunidade receptora da psicografia, mas não havia outra solução, a presença era total e marcante e assim utiliza-se de papel e caneta, para registrar.in Corina Novelino, ob citada- Não feche as portas da escola. Apague da tabuleta a denominação Liceu Sacramentano que é resquício do orgulho humano. Em substituição coloque o nome Colégio Allan Kardec. Ensine o Evangelho de meu filho às quarta-feiras e institua um curso de Astronomia. Acobertarei o Colégio Allan Kardec sob o manto de Meu Amor, assinando naquela mensagem Maria, Serva do Senhor. Assim, em janeiro de l907 nasce o Colégio Allan Kardec sob a proteção da Mãe Santíssima, seguindo Eurípedes todas as instruções recebidas na referida mensagem, como um 27

28 servo fiel que sempre foi e continua sendo, aplicando toda medotologia de Pestalozzi. Classes mistas, sem qualquer tipo de castigo, cooperação e trabalho de todos, participação da sala toda. Paciência para com os jovens mais difíceis, monitoramento integrado em beneficio deles, com maior participação nas atividades, em pouco tempo estava praticamente bem dentro da conjuntura harmônica da aula. Se tivesse de chamar a atenção de algum aluno, mesmo para corrigenda,isso era feito como um dialogo de amor na hora do recreio. Quando o aluno saía, tinha-se certeza de que banhado em lágrimas ele nunca mais repetia o ato.isto se chama amor, na sua mais pura e nobre expressão. Ademais, muitos cursos extra curriculares eram ali ministrados, alem da Doutrina Espírita, conforme recomendação de Nossa Senhora. Transferiu aos alunos todo o conhecimento de Camille Flammarion, da equipe de Kardec, mestre em Astronomia. Assim, Botânica, Zoologia, Astronomia somavam-se à grade curricular do ensino de Eurípedes. O respeito para com os alunos era modelo internacional, era como se ele fosse o aluno e os alunos seus professores. Não havia improvisação, tudo era minuciosamente planejado, estruturado dentro de uma consciência cristâ, Foi quem substituiu a palmatória pelo diálogo de amor, vez que Eurípedes detectava a evolução de cada aluno a nível de coração, nascia, portanto, a era do mútuo entendimento, isto porque para Eurípedes amai uns aos outros como eu vos amei, era e continua sendo a lei áurea do entendimento. Quando tudo se aproximava do fim, principalmente naquela época, mormente diante da autorização de Eurípedes no tocante às salas mistas, foi um deus-nos-acuda. Mas, a seu lado, o bom Cosme dava jeito em tudo. No novo ano letivo o colégio não comportava o número de matrículas. A Mãe Santíssima havia cumprido sua promessa, tudo se aquietara, fim do sofrimento e das provações, para um novo renascer em Cristo. Em Eurípedes não havia escola, mas sim universidade, tamanha sua dedicação. Além a Botânica ao vivo com as plantas; o mesmo acontecia na Zoologia com os animais; e na Astronomia, com os astros,. Ainda acumulava as peças teatrais, com elevado e puro sentimento de moral cristã. Na aula de patologia, havia dissecação de animais, demonstrando aos alunos a fisiologia de cada órgão. Alunos de faculdades das metrópoles do País eram convidados para debates com os alunos de Eurípedes Estes, apenas cursando o colégio Allan Kardec, saiam vencedores nos debates públicos realizados nas dependências do colégio, coisa nunca mais vista até a presente data, em qualquer parte da face da Terra. 28

29 O curso de religião, com a exemplificação da obra codificada por Allan Kardec, rendeu os mais belos frutos do Ide e plantai a luz, curai, levantai os caídos, alimentai os famintos, cujos frutos estão patenteados em todo o território nacional, pois não se sabe de uma cidade brasileira que não tenha uma simples casa espírita com o nome de Eurípedes Barsanulfo. Não se pode esquecer que Eurípedes era completo, pois até mesmo atividade física era ministrada, em aulas de ginástica. Durante 12 anos e sete meses foi presidente do Grupo Espírita "Esperança e Caridade", por ele fundado. Como dependência desse grupo, surgiu em 2 de abril de 1907 o magnífico e grande Colégio "Allan Kardec", cuja matrícula chegou a cerca de 200 alunos. Primeiro Colégio Espírita do Mundo, que tomou o nome "Allan Kardec". O prédio, onde funciona até hoje é um monumento da arte arquitetônica, feito com alvenaria de primeira qualidade e com muito gosto artístico. Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem-se as inscrições para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos, obrigando um colégio da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas atividades por falta de freqüentadores. Esse importante estabelecimento 29

30 funcionou sob sua direção, deixando-o apenas 8 dias antes de desencarnar. Milhares de pobres e órfãos, de ambos os sexos, ali receberam gratuitamente instrução intelectual e moral, obra esta continuada pelos A fonação espiritual de Eurípedes era potente, mercê de sua elevadíssima mediunidade de efeitos físicos. Quando orava, era como se houvesse milhares de alto-falantes dispersados pela cidade. Inclusive nos bairros mais pobres e, até mesmo no campo a sua oração era ouvida. Graças à sua grande folha mediúnica, em transes recebia espíritos de elevada estatura angélica, e, com a voz deles mesmos, no idêntico timbre, repetia as recomendações dos Amigos de Jesus. Na biografia de Eurípedes não se pode esquecer de um companheiro, amigo e fiel, o Jipe, o cãozinho preto de sua família, que era o seu relógio por excelência, pois precisava com exatidão o horário de todas as atividades, inclusive do início das aulas. Mas o momento feliz de Jipe era o do recreio, quando, além das festas com os alunos, ganhava guloseimas. Tão fiel que permanecia debaixo da cadeira do Prof. Eurípedes fato que também acontecia com Chico Xavier, de Francisco de Assis. O socorro aos alunos feridos, mesmo com fraturas, era feito no âmbito da escola, com o máximo de cuidado e amor, e segundo registros de seus biógrafos tudo era feito com ausência de dor. DESDOBRAMENTOS E MEDIUNIDADE DE EURÍPEDES Como ficou dito, Eurípedes, o Médium de Jesus por excelência,era portador de inúmeras mediunidades, para não dizer de todas, mas uma se destacava com vigor, a do desdobramento. Em o livro dos espíritos, Allan Kardec, nos explica o que realmente acontece:- É que o Espírito, preocupado com alguma coisa ou por outra, ser entrega a uma ação qualquer que necessita do uso do corpo, do qual se serve, então, de um modo análogo ao emprego que faz de uma mesa ou de outros objetos materiais nos fenômenos de manifestação física, ou mesmo de vossa mão naqueles de comunicação escrita, é o momento em que o Espírito pode deixar provisoriamente o corpo. Assim, em êxtase Eurípedes, os alunos, dentro das salas de aula, sabiam o momento exato das viagens do mestre, sua cabeça tombava, ele viajava e dentro de poucos minutos despertava para dar continuidade às suas aulas. Naquela viagem visitava doentes, fazia partos, encanava pernas, ocasião em que se se materializava diante dos doentes e os curava. A qualquer prece ou mesmo 30

31 evocação, Eurípedes prontamente se desdobrava e atendia ao chamado. O telefone com sua mediunidade era direto. Certa feita, quando ministrava aula, ali chegou um camponês que disse ao Professor: É necessário que o senhor vá até minha casa, minha mulher está passando mal para dar a luz. O Professor responde-lhe: Estive lá, fiz o parto é uma menina, e ambas passam bem. Isto não é possível senhor, pois venho de lá agora e não o vi pelo caminho, responde o camponês. Ambos se dirigem até à casa do amigo e lá ouviram da mulher: Professor, não havia necessidade de o senhor vir aqui outra vez, já que o senhor fez o parto e tudo está bem. Buscamos aqui a fonte sublime de Chico Xavier, que assim se manifesta: in Mensagem recebida psicofonicamente, em reunião na noite de 08/04/59, no Centro Espírita Casa do Cinza, em Uberaba-MG, sob o título Mediunidade e Jesus -Quem hoje ironiza a mediunidade, em nome de Cristo, esquece-se, naturalmente, de que Jesus foi quem mais a honrou neste mundo, erguendo-a ao mais alto nível de aprimoramento e revelação, para alicerçar-se a sua eterna doutrina entre os homens. É assim que começa o apostolado divino, santificando-lhe os valores na clariaudiência e na clarividência entre Maria e Isabel, José e Zacarias, Ana e Simeão, no estabelecimento da Boa Nova. E segue adiante, enaltecendo-a na inspiração junto aos doutores do Templo, exaltando-a nos fenômenos de efeitos físicos, ao transformar a água em vinho, nas bodas de Cana;honorificando-a, nas atividades de cura, em transmitindo passes de socorro aos cegos e paralíticos, desalentados e aflitos, reconstituindo-lhes a saúde: ilustrando-a na levitação, quando caminha sobre as águas; dignificando-as nas tarefas de desobsessão, ao instruir e consolar os desencarnados sofredores por intermédio dos alienados mentais que lhe seguiam à frente; glorificando-a na materialização, em transfigurando ao lado de Espíritos radiantes, no cimo do Tabor, e elevando-a sempre no magnetismo sublime, seja aliviando os enfermos com a simples presença, revitalizando corpos cadaverizados, multiplicando-se pães e peixes para a turba faminta ou apaziguando as forças da natureza. E, confirmando o intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Eternidade, reaparece. Ele mesmo, ante os discípulos espantados, traçando planos de redenção que culminam no dia de Pentecostes o momento inesquecível -, quando os seus mensageiros convertem os Apóstolos em médiuns falantes na praça pública para esclarecimentos do povo necessitado de luz. Como é fácil de observar, a Mediunidade, como recurso espiritual de sintonia, não é a Doutrina Espírita que expressa atualmente o Cristianismo Redivivo, mas, sempre enobrecida pela fé e pela honestidade, pela educação e pela virtude, é o veículo respeitável da convicção na sobrevivência. Assim, pois, não nos agastemos contra aqueles que a perseguem através do achincalhe tristes 31

32 negadores da realidade cristã, ainda mesmo quando se escondem sob os veneráveis distintivos da autoridade humana -, porquanto os talentos medianimicos estiveram, incessantemente, nas mãos de Jesus, o nosso Divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus. Se o maior de todos os médiuns desta Pátria do Evangelho considera Nosso Senhor Jesus Cristo Médium de Deus, o trabalho mediúnico de Eurípedes pode ser comparado como Médium de Nosso Senhor, pela extensão de seu trabalho, pela intensidade de seu amor enfim, de seu apostolado, pois cada ser que vem à Terra aqui chega como recado do Pai em forma de compromisso, e de Eurípedes, sem dúvida alguma, o compromisso dos compromissos com a santificação, com a pureza da alma, com o rigor e a disciplina, sempre sob a ótica do Cristianismo Redivivo. Eurípedes não era somente intérprete de Nosso Senhor Jesus Cristo, como já ficou aqui registrado, mas da Mãe Santíssima, dos Apóstolos e, ainda Sócrates, Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, Allan Kardec, Dr. Bezerra de Menezes, Pitágoras, Juvenal, Madalena, João Evangelista, Paulo, o Apóstolo do Evangelho ; Orígenes, Jerônimo, Giordano Bruno, Joana D Arc, Victor Hugo, Lamartine, Lamanais, Fénelon, Lacordaire, Lincoln, Benjamin Franklin, Tirandentes, D. Pedro I, José Bonifácio, Jaoquim Nabuco, José do Patrocínio, Saldanha da Gama, como assevera Corina Novelino, em o Homem e a Missão, à pág. 99. PÁDUA E SACRAMENTO Fidelidade total à Espiritualidade Maior, quando orava, sua voz se multiplicava, como se diversos, centenas de alto-falantes fossem colocados em toda cidade de Sacramento, até mesmo nas periferias, pois a voz era multiplicada. Principalmente quando entoava o nome de Deus, ali a energia do amor atingia seu clímax e sua voz aumentava de intensidade, a cidade inteira presenciava este belo fenômeno mediúnico, fato apenas visto na cidade de Pádua, onde Santo Antônio fazia suas orações e elas se multiplicavam a tal ponto que o comércio da pequena cidade era fechado para que todos participassem da oração. Hoje, sabemos que não eram instrumentos sonoros de multiplicação de sons, mas os Espíritos Superiores que ali se faziam presentes para instrumento do mais puro e elevado amor. 32

33 A preocupação mediúnica de Eurípedes não era somente com o corpo, mais ainda com a alma, pois, além de medicamentos receitava ato continuo as obras básicas da Doutrina Espírita para a cura espiritual que se fazia necessária, naquele exemplo de Nosso Senhor: Vá e não peques mais. Ou seja, se continuares pecando permanecerás sempre doente. Eurípedes, ali naquele momento da consulta, alcançava as condições da pessoa em seu campo cármico, o tratamento era do corpo e da alma. Eurípedes era um exemplo vivo de Francisco de Assis na proteção dos animais, principalmente de seu cão, Jipe, que adivinhava tudo o que professor queria, sempre no momento exato. A integração entre o professor e seu cão Jipe era algo inacreditável, pois no instante exato de qualquer atividade, tarefa e evento, eis Jipe comunicando a disciplina do horário. Este fenômeno foi estudado por Gabriel Delanne, ao discorrer sobre as elevadas experiências com os animais, com ilustrações e provas cientificas da conduta dos mesmos, em sua obra A Reencarnação, Cap. IV. ED. FEB, RIO, RJ, quando aborda a conduta de muitos animais, inclusive de cães e cavalos. Certa feita, Eurípedes dirige a palavra a um aluno seu e pergunta por que ele fez aquilo com o ninho do sabiá, fato que lhe entristecera muito. Basta um estudo na Doutrina Espírita em sua obra básica em O livro dos espíritos, Parte Segunda, Cap. XI. Hoje sabe-se muito bem que as cobras prevêem com exatidão os fenômenos graves da Natureza, bem como outros animais, inclusive a construção da casinha do João de Barro, que tem a porta virada ao contrário da direção das chuvas de cada ano, em proteção de sua prole. Onde Eurípedes colocava a mão, a cura era certa. Levantava os caídos, curava os loucos, mandava soltá-los quando vinham amarrados e nada acontecia, encanava braços, pernas, fazia pequenas cirurgias, enfim era o Médium de Jesus e médico dos pobres e Apóstolo da Caridade. Diga-se de passagem, a farmácia era gratuita, nada cobrava e atendia milhares de pessoas, mas sempre confiante que nunca faltaria medicamento, pois a Dama de Branco (Mãe Santíssima) cobria com seu manto sagrado o gigantesco trabalho do Servo de seu Filho, Jesus. Não se conhecia distância para o alcance da capacidade mediúnica de Eurípedes. Conta-se que certa vez, quando tombava sua cabeça e assim permanecia por alguns instantes, o silêncio era 33

34 total na sala de aula, a seguir o professor voltava à normalidade e relatava fatos e acontecimentos e este aqui a ser narrado talvez seja um dos momentos mais importantes de sua tarefa mediúnica no campo de sua famosas viagens, sendo que nessa ocasião ele comunicou aos alunos com antecedência o término da primeira Guerra Mundial, com assinatura do tratado de Paz no Palácio de Versalhes,em Paris, na França. Milhares de outros exemplos poderiam ser citados, pois o fato alem de comum, era diuturno. Até mesmo em nossa família tivemos um exemplo, quando o pai de um tio nosso procurou o Professor para buscar um remédio para Silvio, seu filho que tinha grave problema na visão. O Professor entregou-lhe o medicamento e disse-lhe voltasse em seis meses para a busca de outro. Mas, na volta para casa, olhando aquele líquido incolor (chovia bastante), não deu valor ao medicamento, jogandoo fora. Alguns dias depois a situação da criança piorara, e seu pai busca novo medicamento, ao chegar à farmácia não foi necessário dizer nada, vez que o medicamento estava pronto e o Professor disse-lhe: Desta vez não faça o que o senhor fez, não o jogue fora. Mas o mencionado senhor não voltou depois de seis meses e, quando o fez, o Professor já havia desencarnado, e Silvio enfrentou a cegueira total pelo resto de sua vida. Eurípedes regressa ao lar paterno, onde os familiares, irmãs e a própria mãe se desdobram para ajuda-lo na gigantesca missão que crescia todos os dias. O pai, por outro lado, tornou-se um escudo de apoio financeiro, dentro de suas possibilidades, com o nome de Farmácia Espírita Esperança e Caridade, o Apóstolo da Caridade, médico e médium dos pobres, utilizando-se de todas as suas mediunidades, numa combinação de valores mediúnicos, com o esgotamento de um outro tomava-lhe o lugar e assim por diante, sempre sob a proteção e orientação do Dr. Bezerra. Inclusive, além da intuição, mostrava-lhe o Grande Benfeitor a receita já pronta, para ajudá-lo diante de tantas dificuldades. Assim, com ajuda e proteção do Alto nosso Professor realizava partos, encanava braços, pernas, fazia cirurgias e tudo corria da melhor maneira possível, sem qualquer efeito colateral ou incidente. Eurípedes iniciava o trabalho às 4 horas da madrugada e concluía às 17,30 horas, daí das l9 até 21 hs. atendia no Grupo Espírita Esperança e Caridade, junto aos obsidiados. Atendia gratuitamente tanto na farmácia quanto nos atendimentos para parto, e outros tratamentos, vivia de seus serviços de guarda livros nas casas comerciais de seu pai. Alem do apoio do pai, recebia ajuda de Frederico Peiró e de outros amigos, mas mesmo assim faltavam recursos financeiros diante do volume de atendimento. E, quando os ajudantes da farmácia informavam que os medicamentos não davam para mais uma semana, Eurípedes dizia, - Não se preocupem, a Dama de Branco nada deixará 34

35 faltar. Dentro de algumas horas, a farmácia recebia recursos de corações generosos. Não podemos deixar de registrar as participações dos trabalhos de Sinhazinha, Edirith, Edalides, Elith, que não mediam esforços no socorro ao trabalho de Eurípedes, além do apoio incondicional e de elevada importância da Vovó Meca. ESPIRITISMO E CURA Evangelho segundo o espiritismo,ed329, Ide, pág. 122, temos relato sobre o processo de cura: Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se preciso for, para que minha alma se eleve até vós com a brancura que tinha quando a criastes. Depois desta prece, meus bons amigos, que o bom Deus ouvirá sempre, a força e a coragem vos serão dadas e talvez, também essa cura que não tereis pedido senão timidamente como recompensa da vossa abnegação. Ainda, obra citada, página 245, temos: 5. O poder da fé recebe uma aplicação direta e especial na ação magnética; por ela o homem age sobre o fluido, agente universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá uma impulsão, por assim dizer, irresistível. Por isso, aquele que, a um grande poder fluídico normal junta uma fé ardente, pode, apenas pela vontade dirigida para o bem, operar esses fenômenos estranhos de cura e outros que, outrora, passariam por prodígios e que não são, todavia, senão as conseqüências de uma lei natural. Tal o motivo pelo qual Jesus disse aos seus apóstolos: se não curastes é que não tínheis a fé. A cura espiritual operada por Jesus, pág.167: 2. Jesus tendo descido da montanha, uma grande multidão de povo o seguiu; e ao mesmo tempo um leproso veio a ele e o adorou dizendo-lhe: Senhor, se quiserdes, podereis me curar. Jesus estendendo a mão, tocou-o e lhe disse: Eu o quero, estais curado; e no mesmo instante a lepra foi curada. Então Jesus lhe disse: Guardai-vos de falar disto a alguém; mas ide vos mostrar aos sacerdotes e oferecei o dom prescrito por Moisés, a fim de que isso lhes sirva de testemunho(mateus, cap. VII, v. de 1 a 4). A cura e o poder da fé, pág.244: 35

36 1.- Quando veio até o povo, um homem se aproximou dele, lançou-se-lhe de joelhos aos pés, e lhe disse: Senhor, tem piedade de meu filho, que está lunático e sofre muito, porque ele cai freqüentemente na água. Eu o apresentei aos vossos discípulos mas não puderam curá-lo. Trazei-me aqui esta criança. E Jesus, tendo ameaçado o demônio, ele saiu da criança, que foi curada no mesmo instante. Então os discípulos vieram encontra Jesus em particular, e lhe disseram: Por que não pudemos, nós outros, expulsar esse demônio? Jesus lhes respondeu: É por causa da vossa incredulidade. Porque eu vô-lo digo em verdade: se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (Mateus, cap. XVII, v. de 14 a 20). Na lição de Eliseu Rigonati, em A Mediunidade sem lágrimas, ed. Pensamento, págs. 50/51, leciona ensinamentos sobre o tema: As leis que já conhecemos são as seguintes; 1. Uma moléstia é causada por fluidos impuros que foram assimilados pelo organismo, ou que se produziram nele. 2. Se retirarmos de um doente os fluidos impuros que o contaminam e em lugar deles colocarmos fluidos puros a cura se realizará. Este é o fundamento da cura pelo Espiritismo. 3. Um espírito conhecedor dos métodos da cura espiritual pode injetar em um corpo doente um remédio em forma fluídica. 4. Um espírito curador para tratar de uma doente precisa de um médium que possua a mediunidade curadora, do qual retira o fluido magnético que serve de veículo aos remédios fluídicos. 5. A força que movimenta os fluidos é a força magnética, tanto mais forte quanto maior for a vontade do médium e a do espírito em realizarem a cura. 6. A vontade do médium junto com a vontade do espírito curador não bastam se não houver a vontade do doente para auxiliar a cura. 7. A vontade do médium aliada à vontade do espírito curador condensam e dirigem o fluido curativo; o doente pela sua 36

37 vontade atrai para si a irradiação fluídico-magnética que o curará. No caso de estar o doente impossibilitado de agir por vontade própria por exemplo uma criança poderão substituí-lo na fé e nas orações os seus familiares. 8. O Espiritismo não cura todas as doenças. O êxito do tratamento espiritual depende da fé viva alimentada pelo doente ou seus familiares e pelo médium. 9. Os focos que produzem os fluidos impuros causadores das doenças estão localizados no perispirito. O mal, os vícios e as paixões inferiores produzem manchas em nosso perispirito; dessas manchas se originam os focos de infecção que arruinarão nosso corpo nesta encarnação ou nas futuras; por isso, qualquer um de nós pode estar com seu perispirito manchado pelo péssimo modo de viver em encarnações passadas ou pode manchá-lo agora, se não souber viver dignamente. Procurando-se a causa de uma moléstia e não a encontrando na vida presente, a origem estará em uma encarnação anterior. 10. A condição essencial para que um doente mereça a cura espiritual é que se moralize. Adotando hábitos de higiene física e mental; procurando viver de acordo com os ensinamentos do Evangelho, o doente extingue em seu perispirito os focos de impurezas que lhe arruinaram a saúde do corpo. 11. Todos os espíritos, encarnados e desencarnados, irradiam constantemente fluidos. Esses fluidos são tanto mais puros e poderosos quanto maior for o grau de adiantamento moral ea que o espírito chegou. 12. Todos os espíritos, encarnados e desencarnados, assimilam fluidos. Os fluidos que um espírito assimila guardam estreita relação com os pensamentos que habitualmente alimenta. A Revista espírita, criada por Allan Kardec,edição de 1867, ed. Edicel, pág. 190, traz luz ao assunto: O magnetismo e o espiritismo comparados. Ocupei-me em vida prática do magnetismo, do ponto de vista exclusivamente material. Ao menos assim o cria. Hoje sei que a elevação voluntária ou involuntária da alma que faz desejar a cura do doente é uma verdadeira magnetização espiritual. 37

38 A cura se deve a causas excessivamente variáveis: Tal moléstia, tratada de tal maneira, cede ante a força de ação material: tal outra, que é idêntica, mas menos acentuada, não experimenta qualquer melhora, posto que os meios curativos empregados talvez sejam ainda poderosos. A que se devem, então, essas variações de influências? A uma causa ignorada pela maioria dos magnetizadores, que não se atacam senão aos princípios mórbidos materiais; elas são conseqüência da situação moral do individuo. A doença material é um efeito. Para o destruir não basta atacá-lo, tomá-lo corpo a corpo e o aniquilar. Existindo sempre a causa, produzirá novos efeitos mórbidos quando estiver afastada a ação curativa. O fluido transmissor da saúde no magnetismo é um intermediário entre a matéria e a parte espiritual do ser, e que poderia comparar-se ao perispirito. Ele une dois corpos um ao outro; é um ponto sobre o qual passam os elementos que devem trazer a cura nos órgãos doentes. Sendo um intermediário entre o Espírito e a matéria, em conseqüência de sua composição molecular, esse fluido pode transmitir tão bem uma influência espiritual, quanto uma influência puramente animal. O espiritismo não é, pois, senão o magnetismo espiritual, e o magnetismo não é outra coisa senão o espiritismo humano. De tudo isto concluo que o magnetismo, desenvolvido pelo espiritismo, é a chave da abóbada da saúde moral e material da humanidade futura. EURÍPEDES, HOMEM PUBLICO Buscando informações do trabalho de Eurípedes como homem público, constatamos que foi eleito vereador pelo povo, sem qualquer gasto ou promessa, somente sua presença física foi mais que suficiente para a sua eleição. Conforme constam nos anais daquela Casa de Leis, Eurípedes, além de Secretário da Câmara Municipal, valorizou-a com projetos de elevado cunho social, de crescimento da economia, na realização de obras para benefício da população. Informado que fora da prorrogação do mandato de vereador para seis anos, ele se despediu daquela casa dizendo meu compromisso era de quatro anos e necessito de todo meu tempo para outros afazeres. Agradece e se despede com profundo pesar para os demais companheiros. Pertenceu às mais importantes comissões da Câmara e em todas teve papel digno dos votos que recebera. 38

39 EURÍPEDES CHAMADO A DESAFIO Onde há luz há trevas, sempre dizia nosso bondoso Chico Xavier, e aqui registro uma página triste do desafio para que fora convocado nosso querido Professor Eurípedes, um duelo em praça pública entre Doutrina Espírita e Igreja Católica. De um lado, o representante católico, Padre Feliciano Iague e de outro, nosso querido Eurípedes. Os dois, em ata formulada e assinada pelos presentes na casa de autoridade sacramentana, dentro dos princípios constitucionais da liberdade religiosa, formuladas as questões no registro da referida ata, em que o missionário da Igreja Católica teria que provar ser o Espiritismo ateísmo; os fatos da Doutrina Espírita são explicados como pactos diabólicos; o Espiritismo não é religião; o Espiritismo não é ciência; por sua vez, o Prof. Eurípedes teria que provar o contrário. Com horário e designação do local, com testemunhas indicadas e tudo. Trata-se de único duelo religioso de que se tem notícia, realizado na face da Terra, tendo a comunidade como testemunha. A ata lavrada, autoridades e pessoas de elevada responsabilidade moral e de bom conceito diante da sociedade local firmaram com suas respectivas assinaturas aquele ato. O mencionado padre procura em discurso infamante denegrir a Doutrina dos Espíritos. Orador que era, busca situarse em posição de crítico contumaz, e ataca, com toda liberdade o Espiritismo, bem como a conduta dos espíritas. A todo ataque com palavras e temas que a Igreja até a presente data usa contra a Doutrina, Eurípedes, com lógica, profundo amor e lições extraídas do Evangelho de Nosso Senhor, rebate uma por uma as acusações, com lógica aristoteana. Eurípedes, no fim da contenda, sagra-se esmagadoramente vencedor, a ponto de populares carregarem-no aos. Preocupado, pois sabia que a vitória traria mais perseguições, atravessa a distância entre ele e o padre e abraçao num gesto de comovedor carinho, banhado em lágrimas. Foi o suficiente para que o povo, aos gritos de vitória, buscasse Eurípedes e o levasse nos ombros amigos. A síntese do embate foi publicada em jornais e divulgada no mundo de então, dentro das limitações que a mídia permita. Eurípedes, como todos os verdadeiros apóstolos de Nosso Senhor, teve que dar seu testemunho de sofrimento. Assim Marcos, primeiro cristão martirizado na Galiléia: Paulo, degolado em Roma; João Batista degolado a mando de Herodes; John Russ, queimado vivo no Leste Europeu; Joana D Arc, pelas mesma forma; Pedro, crucificado de cabeça para baixo; Sócrates, condenado a morte em testemunho do amor e da verdade na grande preparação para a chegada de Nosso Senhor Jesus Cristo. 39

40 A PERSIGUIÇÃO CONTRA EURÍPEDES Eurípedes, após a esmagadora vitória sobre o Padre Iague, sofreu a mais cruel perseguição processual criminal daqueles tempos movida por um dos braços da Igreja Católica, que tão nobremente soube enfrentar, dentro da dignidade cristã. Porem o orgulho soberbo dos poderosos perdedores fez da vitória de Eurípedes seu martírio. Dr. Arnaldo Alencar, delegado de Uberaba-MG., especialmente designado para apuração do caso via inquérito policial, convoca Eurípedes para tomar-lhe o depoimento, designado para o dia 22/10/1.917, às 19 horas, processado pelo exercício ilegal da medicina. Na hora convocada, ali comparece Eurípedes, trazendo em punho a valise para demonstrar que já estava em serviço de atendimento e pronto socorro aos necessitados. Ou seja, traz a prova material contra si, naquele momento. Após a tomada de seu depoimento, como inquirido que fora, pede licença, com respeito, carinho e humildade, dizendo: Poderá Vossa Excelência conceder-me permissão para retirar-me Responde o representante da lei: O que o senhor vai fazer? - A humildade de seu puro coração responde: Ver meus doentes, senhor. Por um lado, o Delegado ouve as testemunhas arroladas, por outro, Eurípedes a caminho de sua missão. Já no meio da multidão que se aglomerara na porta da Câmara, onde fora realizada a inquirição, tranqüilizava os amigos, dizendo, voltem às suas casas, está tudo sob controle, nada a temer. 0s pais, amigos, confrades, todos choravam, temerosos das conseqüências advindas da odiosa perseguição. A todos Eurípedes consolava, com palavras de amor, compreensão, sem mágoa ou até mesmo tristeza, exemplo da fé viva, da coragem de defender um ideal nobre, puro, sacrossanto. As testemunhas, por outro lado, embora arroladas pelos inquisidores, foram unânimes em dizer dos favores recebidos, dos benefícios que seus familiares receberam das mãos do Santo Eurípedes, portanto não havia necessidade de se ouvirem testemunhas de defesa. Eurípedes, prosseguiu na sua tarefa. Saiu do inquérito policial e continuou sua missão, no outro dia, pela madrugada as portas da farmácia se abriam para receber os carentes, doentes de toda forma. Numa tarde, na farmácia, Eurípedes confortava os amigos de trabalho, dizendo que o Dr. Bezerra anunciava que artigos de defesa estavam sendo divulgados pela imprensa de todo o País. 40

41 Decorridos alguns dias a defesa de Eurípedes perde o controle e alguns amigos se oferecem para eliminar os acusadores. Eurípedes, derramando lágrimas, agora de profunda dor e tristeza, diz Por favor, meus irmãos! Os senhores fazem-me sofrer muito mais que meus acusadores. Serei a mais infeliz das criaturas, se um dos senhores tornar-se assassino por minha causa. Derrotados em todas as tentativas de destruir ou até mesmo desmoralizar Eurípedes, seus opositores agora já não se contentam com estas tristes façanhas, mas querem eliminar sua vida, assim obtendo uma vitória negra, produto da inferioridade moral dos que não sabem perder com dignidade. Pistoleiros, naquela época denominados jagunços, são contratados para tal mister, mas sempre Eurípedes era avisado, com avisos assim: - Cuidado, na próxima esquina dois jagunços esperam para eliminá-lo. Não abra a janela, pois do lado de foram um homem veio mata-lo. Uma noite, embora avisado de que dois assassinos espreitavam na esquina da Câmara Municipal para sua morte, ele roga a Deus uma prece, aproxima-se dos criminosos, retira o chapéu e os cumprimenta com muito amor e, sem olhar para trás, segue sua rota a caminho do bem, sem nada lhe acontecer. A cidade não suporta tamanha covardia, o mesmo acontecendo em centenas de comunidades das Minas Gerais, bem como de outros estados da federação, irmãos com artigos em jornais, telegramas às centenas se solidarizavam com o ilustre professor. Conta-se que o senhor João Modesto dos Santos, proprietário do Jornal do Triângulo, organizara com amigos a defesa de Eurípedes. Fato registrado na obra Subsídio para a história de Eurípedes Barsanulfo, de autoria de Dr. Inácio Ferreira, que assim se expressa: Um portador enviado a Sacramento de lá voltava com a resposta de Eurípedes: Não reagiria e nem tomaria qualquer atitude hostil. Recomendava calma e que se procurasse evitar qualquer atitude precipitada. Será que existe algo mais belo que a preocupação com os inimigos e perseguidores de sua própria pessoa? Pois em Eurípedes isto era fato comum, amai seus inimigos, orai por aqueles que o perseguem e o caluniam. Ao redigir o pequeno relato, emocionei-me a ponto de não suportar a carga emocional, eis que as lágrimas também não conseguiram permanecer em meu corpo insignificante, quando pesquisei o que segue, relatado aos ouvidos de Eurípedes o seguinte, Ismael (Mentor Espiritual do Brasil), disse-lhe: Não 41

42 temas, Eurípedes. Daqui serei o sustentáculo!. Isto, dito na cumeeira do Colégio Allan Kardec. Por sua vez, ao lado de Eurípedes, responde Dr. Bezerra: Daqui serei eu! Na madrugada do dia seguinte ao relato desses fatos, debaixo do caramanchão de jasmins brancos, perfumado pelo aroma do mais profundo perfume e da Luz de Jesus, pois exatamente o que aconteceu, o impacto emocional era tamanho que Eurípedes não conseguia absorver aquela luminosidade, a mais bela Estrela do Pai Celestial se fazia presente ali, coberto das neves brancas floridas do jasmim, ninguém mais que Nosso Senhor Jesus Cristo! Para lhe dizer meu filho não temas! Estamos com Deus A vitória é nossa! D. Amália ouvia o relato proferido por Eurípedes, e este, enquanto falava, ora buscava o Céu para dizer isto é impossível, ora abaixava a cabeça para afirmar Sou pequeno demais, menor que um átomo, para receber tanta Luz. O processo criminal contra Eurípedes passara nas mãos de cinco juízes e promotores e ninguém teve coragem para julgá-lo, era levado ao gabinete pelos serventuários da justiça e trazido as escrivanias sem despacho, até que no dia 8 de maio de 1918 o MM. Juiz Mello Vianna o deu por prescrito, arquivando-o. O mundo cristão explodiu em alegrias, aves, animais, plantas, o próprio céu, bem como os irmãos não suportavam a enorme emoção da liberdade, da vitória do bem sobre o mal, a carga emocional era tamanha, que de boca em boca o fato era comunicado, multidão afluía a Sacramento, caravanas e mais caravanas buscavam a comemoração. Mas ao se aproximarem de Eurípedes, dele recebem a seguinte orientação: vamos orar, meus amigos. A hora é de extrema delicadeza. É preciso rogar a interferência do Alto para que os infelizes instrumentos desse processo não sejam molestados. E lembra: Se alguém vos bate na face esquerda, apresentai a outra! Tamanha perseguição, que o digno amigo, Freitas Nobre, em A Perseguição policial contra Eurípedes Barsanulfo, Ed. Edicel, 2ª. Ed. Páginas 89 e seguintes, assim se expressa: Quem o verdadeiro impostor? Bem sublinhou o editorialista de o Estado de São Paulo ( ) quanda indagava: Entretanto, como punir-se o farmacêutico que dá consultas nas zonas pobres onde não há médicos? E prossegue: A ciência não conseguiu ainda marcar exatamente o limite onde termina a seriedade e começa a impostura 42

43 e daí, desse fato, a série de transtornos, e que em muitas ocasiões determina a prática de clamorosas injustiças. Nesse editorial sob o título O Impostor, o conceituado matutino paulista comentava a morte de um cidadão que foi duramente perseguido durante a sua vida tão-somente porque tinha uma força estranha, de ordem hipnótica que usava com o objetivo de curar alcoólatras. Mas não nos furtamos à transcrição de outros trechos especialmente porque o editorialista chama particularmente a atenção para as perseguições e os processos judiciais. Amador Joly prossegue o jornal fazia o que os especialistas, com seus processos modernos, com seus sanatórios e seus diplomas internacionais não logravam fazer: - apanhava casos perdidos, bêbados desamparados, doentes que se matavam no álcool e, com algumas sessões, punha-os outra vez em condições normais, propiciandolhes o ensejo, curados, com invencível repugnância pelas bebidas, de retomar o fio da vida que quase fora interrompida pela enfermidade. A figura desse médium que promovia sessões de cura no Arraial dos Souzas e depois em Moji Guaçu é o retrato de tantos outros com Eurípedes Barsanulfo que nestes rincões do interior do Brasil abrem o coração à assistência fraterna, sem diploma, é verdade, mas sem receber dinheiro algum, embora dêem o seu tempo, o tempo furtado ao seu trabalho ou ao seu descanso em favor dos necessitados. A figura do médium que o estado de S.Paulo retrata não poderia ficar sem a transcrição destes períodos finais: Centenas de criaturas, pobres indivíduos que eram mais vitimas do que culpados, ergueram-se com dignidade das sarjetas em que haviam caído, trabalhando hoje de cabeça erguida, como um doente que esteve às portas da morte e se restabeleceu. E não tinha diploma algum, nem instrução, nem habilitação profissional, vivendo pelo orgulho de fazer o que ninguém conseguia... Agora que Amador Joly morreu não há mais o problema de ciência penal sobre a apreciação do art. 282 do Código Penal. Delegados, promotores, e juizes, não mais precisarão discutir se o velho curandeiro, como o chamavam, estava ou não infringindo a norma penal. 43

44 Contudo, continuará a viver por muito tempo na memória dos que foram por ele redimidos. Passará talvez na consciência dos que o perseguiram. E manterá armada certamente, a pergunta que os cientistas, formados na Alemanha, na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos até agora não souberam responder com exatidão: quem o verdadeiro impostor?. A sociedade brasileira assistiu o procedimento penal contra Eurípedes traumatizada, porque reconhecia os méritos de sua atividade assistencial desinteressada, no sublime sacerdócio de dar sem procurar recompensa, de amar sem exigir reciprocidade, sacrificando-se sem aguardar o reconhecimento dos beneficiados. E a esse volume de serviço, a sociedade respondia com o processo, as audiências policiais, as publicações insultuosas, as ameaças de prisão. Mas o povo simples, os homens de bem, os pacientes curados, os filhos retornavam ao regaço dos pais; os pais que regressavam ao lar recuperados da doença física ou mental, ao ouvirem os gritos impostor, impostor! poderiam indagar como o fez o editorialista de O Estado de S.Paulo: quem o verdadeiro impostor?... Devemos rever nosso silêncio diante da mediunidade espinho de nossos abnegados servos de Nosso Senhor Jesus Cristo, na defesa do amor, da renúncia e do serviço na Seara de Jesus! A RESERVA MORAL DE EURÍPEDES A amplitude moral de Eurípedes é registrada nesta carta enviada ao senhor seu pai, por ocasião do aniversário deste: A meu querido pai. Mil felicidades através de sua existência, com o pedido a Deus de o inspirar e amparar em todas as fases de sua vida. Comemorando o seu aniversário, nada acho digno de traduzir-lhe meu afeto e profundo amor, ofereço-lhe, contudo, este pálido mimo a falta de melhor. Aos dignos Espíritos do Senhor suplico amparo e luzes para meu excelente e melhor amigo. Do f.o que o venera. E. Barsanulfo. 44

45 OBTENÇÃO DE RECURSOS DO ALTO Buscamos aqui, pela ausência de outra mais pura e digna biografia de Eurípedes, a generosidade de Corina Novelino, em sua citada obra, o relato abaixo, dada a magnitude de seu registro para a eternidade. Mas, em poucos minutos, dirigiu-se à secretária: - D. Amália, prepare-se para anotar o que vou descrever. São Vicente de Paulo está a meu lado e convida-me para um passeio muito longo, na companhia dele. Trata-se de uma excursão espiritual. Eurípedes continua: - São Vicente me toma pelas mãos e dizme:vamos, meu filho. Diga à D. Amália que não se preocupe, e tome nota de tudo. Eurípedes anuncia: Caminhamos por uma estrada clara, cheia de luminosidades intensas. As campinas floridas sucedem-se neste caminho de luz. Andamos ainda estrada afora. O vento leve perpassa pelos prados, estabelece-se um ondulado belíssimo, envolto em melodiosos sons. De quando em quando, Eurípedes reafirma: Estamos andando e a paisagem é a mesma. E continua, certa altura: Avistamos uma árvore muito frondosa, ao longe, e caminhamos na sua direção. Estamos nos aproximando...chegamos..após significativa pausa, Eurípedes prossegue: D. Amália, esta árvore é tão maravilhosamente bela que não encontro comparação para que a senhora possa ter uma idéia de seu esplendor. Na Terra nada existe que se assemelhe às fulgurâncias dela. Todavia, tentarei um recurso comparativo. Imagine a senhora que este vegetal seja constituído inteiramente de ouro lavrado, batido pelos raios solares e terá uma idéia remota da realidade. Em cada folha, há uma palavra escrita assinala Eurípedes como: Deus. Jesus. Amor. Justiça. Tolerância. Paz. Esperança. Luz. Renúncia. Devotamento. Beneficência. Trabalho. Compreensão. E novamente, à secretária: D. Amália, não é preciso que eu leia mais. A senhora compreendeu muito bem a significação desta árvore magnificente. Como a interpretaria a senhora? A árvore simboliza a meu ver, o Cristianismo puro porque consubstancia todos os princípios salvadores exarados por Jesus. Sua interpretação está boa, mas conversaremos a este respeito quando fizermos um estudo mais detalhado do assunto. Nessa altura, prossegue: São Vicente convida-me a prosseguir na viagem. Saímos. A estrada é a mesma. Andamos sempre sem parar. Avisto uma escada ao longe. Vai da Terra ao Infinito. Digo infinito, D. Amália, porque não diviso o seu fim. Diz Eurípedes: Chegamos à escada. Começamos a subir...estamos subindo...subindo muito levemente, com asas nos pés... Eurípedes declara: Atingimos o topo da escada. São Vicente afirma, quando colocamos o pé direito no último degrau: - Meu filho, está terminada a nossa missão na Terra. Estamos atingindo outra 45

46 esfera. D. Amália, - diz Eurípedes a estrutura deste mundo é desconhecida para mim. Não lhe conheço os elementos físicos. Mas, para que a senhora tenha uma idéia aproximada do embasamento cósmico deste Plano, imagine-o constituído de mármore ou de jaspe. Porém, de um mármore com reverberações fascinantes. A superfície esplende-se em luminosidades próprias, verdadeiramente estonteantes. Não consigo traduzir senão vagamente para que a senhora tenha um pálida visão da realidade. São Vicente, continua:-meu filho, este plano é uma mansão de Paz e bem Aventuranças. Aqui é a morada daqueles que souberam bem desempenhar a sua tarefa de Amor, na Terra. É aqui sua morada, meu filho.. Na casa de meu Pai há muitas moradas, disse Jesus. MOMENTOS FINAIS DE EURÍPEDES NA VESTE FÍSICA Surge na Europa, precisamente na Espanha, escabrosa epidemia de influenza, denominada gripe espanhola, mortal. Embora Sacramento não registrasse ainda nenhum caso, Eurípedes informa de sua chegada bem como de seu desenlace. E, foi mais longe ao preparar a comunidade, com avisos, orientações, medicações e tudo o mais necessário para a defesa dos sacramentanos. O primeiro caso surgiu com o hóspede do Hotel do Comércio. Pronto, a epidemia chegara a Sacramento. Daí os membros da família do hotel também foram contaminados, alastrando-se incontrolavelmente pela cidade. Eurípedes e sua equipe não medem esforços para o socorro, dia e noite, sem parar, buscam atender à comunidade. Até mesmo familiares seus foram contaminados. No dia 22 de outubro de 1918, Eurípedes diz a seus colaboradores: Vai desencarnar em Sacramento uma pessoa que terá um féretro concorridíssimo. Muitas flores e um número incalculável de coroas. Todas as pessoas, participantes do cortejo fúnebre levam flores. E como choram! Lágrimas...muitas lágrimas... E continua Eurípedes: O homem que vai desencarnar é pobre. O caixão é pobre, mas o morto é muito querido... Eurípedes contrai a doença, febril, pálido, muito fraco,mas não abandona seu posto, busca os enfermos e os trata com amor e profundo carinho... D. Amália lhe pede: Professor tome seu banho de imersão Ele responde,..não posso D.Amália, preciso cuidar de meus doentes...a doença se agrava a ponto de Eurípedes começar a cambalear, já quase caindo, mas mesmo assim não parava. A ponto de D.Amália, já restabelecida, buscar Vovó Meca, que lhe aconselha repouso, ao que ele 46

47 responde...não pode deitar, diante de tantos doentes. A mãe ordena-lhe que se deite um pouco, ao que ele obedece. E, ainda deitado continua atendendo ao receituário, nesse momento, ele anuncia seu desencarne para o dia seguinte às 6,00 horas da manhã. Exatamente como previra naquele dia e hora, Eurípedes deixa as vestes físicas e segue para a Morada Mansão da Paz. D. Meca, convocada, assiste aos últimos momentos do filho e ali, em corrente de orações, Eurípedes despede-se de seus companheiros de jornada, sob as bênçãos de Nosso Senhor e de sua Angélica Mãe Santíssima. Uma chuva fina penetrava o solo, como a dizer que a cidade, amparada pela Natureza chorava a perda do filho querido, o pássaros calaram-se, os animais domésticos silenciaram, as crianças ficaram mudas, os velhos pasmos e a população inteira chorava e caminhava, caminhava e chorava no último adeus a Eurípedes, o Apóstolo da Caridade. Fidelidade, amor incondicional e disciplina rígida fizeram de Eurípedes o exemplo máximo de dignidade e respeito à causa da Lei de Amor,. Ninguém mais do que ele amou tanto a Deus, Jesus, Mãe Santíssima, Espíritos Superiores, como intérprete seus. LEGADO DE EURÍPEDES O seguinte texto, vazado em prosa poética e dedicado a Deus é o mais belo depoimento de fidelidade e amor ao Pai, que aqui transcrevemos: DEUS Eurípedes Barsanulfo O universo é obra inteligentíssima, obra que transcende a mais genial inteligência humana. E, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência. É a inteligência das inteligências, a causa das causas, a lei das leis, o princípio dos princípios, a razão das razões, a consciência das consciências; é deus! Deus!...nome mil vezes santo, que Isaac Newton jamais pronunciava sem descobrir-se!... 47

48 É Deus! Deus, que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe. Reconheço-vos eu, senhor, na poesia da criação, na criança que sorri, no ancião que tropeça, no mendigo que implora, na mão que assiste, na mãe que vela, no pai que instrui, no apóstolo que evangeliza! Deus! Reconheço-vos eu, senhor, no amor da esposa, no afeto do filho, na estima da irmã, na justiça do justo, na misericórdia do indulgente, na fé do pio, na esperança dos povos, na caridade dos bons, na inteireza dos íntegros! Deus! Reconheço-vos eu, senhor, no estro no vate, na eloqüência do orador, na inspiração do artista, na santidade do moralista, na sabedoria do filósofo, nos fogos do gênio! Deus! Reconheço-vos eu, senhor, na flor dos vergéis, na relva dos vales, no matiz dos campos, na brisa dos prados, no perfume das campinas, no murmúrio das fontes, no rumorejo das franças, na música dos bosques, na placidez dos lagos, na altivez dos montes, na amplidão dos oceanos, na majestade do firmamento! Deus! Reconheço-vos eu, senhor, nos lindos antélios, no íris multicor, nas auroras polares, no argênteo da lua, no brilho do sol, na fulgência das estrelas, no fulgor das constelações. Deus! Reconheço-vos eu, senhor, na formação das nebulosas, na origem dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades; na maravilha, no esplendor, no sublime infinito! 48

49 Deus! Reconheço-vos eu, senhor, com Jesus, quando ora: pai nosso que estais nos céus... Ou com os anjos, quando cantam: glória a deus nas alturas... Aleluia! TOMBAMENTO HISTÓRICO, RELIGIOSO, CULTURAL DE ERUÍPEDES BARSANULFO No mês de agosto do ano de 2006 a chamado de Tia Heigorina dirigimo-nos a Sacramento-MG, ocasião em que nossa querida amiga, sobrinha de Eurípedes Barsanulfo, confidenciou-nos que gostaria que os trabalhos do Tio Eurípedes dessem continuidade após a partida sua para o Plano Espiritual. Naquele momento fizemos um breve relato das possibilidades jurídicas para tanto. E, que o tombamento com recursos da Municipalidade caberia desapropriação, bem como indenização por parte do Município, mas, por outro lado, o domínio pertenceria à Municipalidade e não era previsível a destinação, eis que poderia abranger apenas o aspecto cultural ou até mesmo histórico, e o religioso poderia ser deixado de lado, era uma situação imprevisível, mas que a legislação Pátria permitia o tombamento por parte dos interessados, que dariam a orientação certa e que os herdeiros dela não poderiam mudar a destinação e assim preservando a memória dos aposentos do Tio Eurípedes, do culto do Evangelho que já era centenário, bem como o aspecto religioso, cultural, histórico também ficariam preservados. Optou nossa gentil e generosa Tia Heigorina, como é conhecida pelo presente processamento, conforme requerimento que se apresenta no presente trabalho. Antes de mais, além do belíssimo amor pelo Tio Eurípedes, da preocupação em seguir seus passos, sua orientação, seu exemplo, queria a perpetuação dos trabalhos até quando Deus permitisse. 49

50 sua vontade era séria, obstinada, acima de qualquer dúvida, motivada por Espíritos Superiores, ali já não era a vontade soberana de um gesto belíssimo, mas intuída pelos Bons Espíritos para mais um trabalho que dignificasse e perpetuasse o trabalho do Apóstolo da Caridade. Assim, vamos buscar a árvore genealógica de nossa querida tia, para aqui ficar registrado seu parentesco de legitima sobrinha do adorado tio. Vimos, no inicio de nosso estudo a árvore genealógica de Eurípedes Barsanulfo, filho de Vovó Meca e do Sr. Mogico, ambos tiveram quinze filhos e dentre eles a Senhora Eurídice, portanto irmã de Eurípedes. Eurídice casa-se com Ataliba no ano de e tiveram os filhos: Heigor Cunha; Heigorina Cunha; Ivonir Cunha; Vigilato José Cunha; Heigorina Cunha; Lenoir Cunha; Neoni Cunha; Roberto Cunha; Lineu Cunha; Adolfo Cunha; Ionete Cunha, observando-se que a primeira Heigorina faleceu e a nossa querida Tia recebeu o mesmo nome, tendo nascido em , portadora da cédula de identidade n. M da SSP/MG e do CPF/MF n , portanto fica aqui o registro do parentesco e aprova de ser sobrinha direta do nosso querido Apóstolo Eurípedes. O sonho de Heigorina, continuadora da obra de seu querido tio Eurípedes materializou-se, com a edição do decreto de tombamento, registrado no seu inteiro teor pela presente obra. Convidados que fomos para atendê-la nesta atitude de samaritana, que renunciou a tudo de ordem material, no exemplo da viúva do gazofiláceo, aludida por Jesus, como uma das mais belas 50

51 obras de renúncia do ser humano, apenas com nossa pequena colaboração seu sonho realizou-se. Por ser da vontade do fiel povo sacramentano, que se registrasse nos anais da história da nossa querida doutrina espírita o pleito de gratidão pela gigantesca obra de apostolado. PEDIDO DE TOMBAMENTO Eurípedes Barsanulfo EXCELÊNCIA Certa feita perguntamos ao nosso querido Chico Xavier: Fale-nos um pouco sobre Eurípedes Barsanulfo!. Ele respondeu: - A humanidade não conhece o dicionário Divino para conceituar Eurípedes. Falar de Eurípedes é o mesmo que falar de Nosso senhor Jesus Cristo. Pois bem, Excelência, o Apóstolo da Caridade nasceu nesta cidade no dia 1 de maio de e aqui deixou seus restos mortais em 1 de novembro de Sendo ele o Apóstolo da Caridade, Sacramento surge como o berço, a Meca do amor, cujo Sol brilhou em todas as comunidades brasileiras, partindo deste foco inicial, propagou-se de tal forma que é quase impossível encontrar uma cidade brasileira que não tenha dado seu nome a um centro, fundação, escola, hospital, abrigo, creche, orfanato espíritas. 51

52 Nesta bela cidade, Eurípedes redimira a todos, estendeu o amor, a verdade, a paz, a luz do Evangelho e da educação, professor por excelência, era o justo e padecia a injustiça e contra ela não se abateu, relegado ao sofrimento, ao abandono ao declarar com respeito e honestidade sua nova rota religiosa, foi chafurdado na mais triste perseguição que alguém pudera suportar, foi quando a Mãe Santíssima, acompanhada de Celina lhe estende o Manto Sagrado do mais profundo amor e o apóia, ele banhado em lágrimas segue a orientação. Rodeado muitas vezes de ódio, de rancor e de sarcasmo, mas de coração içado ao amor. Não tropeçou no fácil triunfo e nem mesmo na auréola barata dos crucificadores, mudou o roteiro de sua vida, com o sacrifício dele mesmo, transformou a sua dor em bênçãos para milhares de pessoas, eis que sabia que todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobre o trilho da eterna ressurreição. A história do Cristianismo tem em Eurípedes uma das mais belas páginas, basta atentar que, desencarnado em 1918 sua memória é viva em nossos corações e no seu exemplo, pois a sua autolibertação já iniciara há milênios incontáveis, mas Sacramento testemunhou sua conduta, seu exemplo, sua fé, seu amor ao próximo, sua dedicação total a Nosso Senhor Jesus Cristo, como possuindo tudo e nada tendo, tudo em amor, fé, caridade e dedicação a todos e nada de ordem material. Fez todo o bem possível, emprestou sem exigir retribuição, desculpou incessantemente, amou os próprios adversários, ajudou aos caluniadores e aos maus. A luz deixada pelo seu exemplo, pode sintetizar no belo ensinamento por ele dito: poderoso é o sol da Verdade. O testemunho de seu imenso amor por esta Terra de Sacramento trouxe-lhe, a exemplo de Nosso Senhor, imensos e indescritíveis sofrimentos, lágrimas, dores, noites insones, perseguições, processos, calúnias, difamações, ameaças de morte, abandono. Do nascimento ao túmulo não houve atalho, apenas uma rota de sofrimento e abnegação a Jesus. Amou a todos e até mesmo seus verdugos; deu o testemunho da Lei Divina, do amai os seus inimigos. Nasceu no dia do trabalhador e desencarnou no dia de finados, para nos mostrar o valor que se dá ao trabalho e a vida espiritual. Deixou-nos, como Nosso Senhor e os maiores exemplos de missionários da Terra, seu exemplo, sua conduta, seu amor, sua dedicação, sua lealdade a Deus, sem deixar nada escrito. Como aos demais ninguém se esquece dele, embora 88 anos se passassem de sua partida do mundo físico. Nós, peregrinos deste imenso amor, desta gigantesca energia, de quem maior dedicação legou-nos de amor ao 52

53 próximo, da causa do amor e acima de tudo, da causa da caridade, mesmo diante de nossa insignificância temos por obrigação de registrar sua passagem, sua infância, mocidade renunciadora, sua história, seus conflitos, seus diálogos com Nossa Mãe Santíssima, com os Espíritos da Mais Elevada Luz e com o próprio Senhor Jesus Cristo, com os animais a exemplo de São Francisco de Assis, com os loucos de todos os gêneros, doentes, paralíticos, cegos que a exemplo de Jesus recebiam dele a orientação: vai e não peques mais ao orientar o estudo do Evangelho, do Livro dos Espíritos, das Obras de Kardec, da Vida Após a Morte e do Problema da Dor, de Leon Denis, dos medicamentos das ervas, da homeopatia e das curas espirituais nunca dantes vistas. Viveu a serviço do Senhor, serviu a serviço de nossa libertação, exemplificou e vivenciou o mais profundo amor, o amor de Deus, no seu poema Deus, obra prima de toda humanidade. Sua família, conforme estudo em anexo, aqui fecundou raízes há mais de duzentos anos, como alicerce de uma colonização do mais profundo respeito, trabalho, dedicação, serviço à causa desta cidade. Temos certeza absoluta de que Vossa Excelência, neste momento histórico estará ao lado de nossa luta de perpetuar e fazer com que a história saiba que houve alguém que reconheceu a necessidade de decretar o tombamento, sem ônus algum a esta Municipalidade, de um canto de luz, de uma chácara onde nosso São Francisco dos Animais, Nosso Senhor de todos nós, Evangelho vivo da Caridade, dedicou seu tempo, seu amor, suas orações, sua infância, sua mocidade, plantando no seio desta localidade todo foco da mais perfeita história de amor. A signatária do presente pedido, nos termos do Decreto n. 25/1.937, bem como nos incisos I,III,IV do art 23, VII do art. 24, I e IX do art 30, 3 do art. 31, e 1 do arts 129,III e 216, o inciso LXXIII, do art. 5 que consagra o direito ao patrimônio cultural, como fundamental a preservação da história da humanidade, previstos em nossa Constituição Federal, vem, respeitosamente, à ínclita presença de Vossa Excelência, alicerçada nos citados diplomas legais, bem como na mais bela história vivida por esta comunidade, requerer se digne decretar o tombamento do imóvel a ela pertencente, EM MEMÓRIA DE EURÍPEDES BARSANULFO, sem ônus para esta Municipalidade, apenas sendo registrado no Livro Tombo, como quer e manda a lei, bem como no Registro de Imóveis competente, para que produzam os necessários efeitos jurídicos. E, mais, após o decreto de tombamento se 53

54 digne mais de enviar cópia do mesmo decreto ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e ainda ao Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais, para conhecimento geral de terceiros, nos termos do item 2, do art. 4, do Decreto-Lei n. 25, de O imóvel pertencente à signatária, objeto do presente pedido de tombamento, tem as seguintes características: UMA CHÁCARA, DENOMINADA CHÁCARA TRIÂNGULO, COM SEDE RESIDENCIAL, CASA ASSISTENCIAL, CASA DO CAMINHO, CASA DE MEIMEI, QUARTO DE EURÍPEDES (CONSIDERADO CASA MATER DA DOUTRINA ESPÍRITA), CASA ASSISTENCIAL DR. BEZERRA DE MENEZES, CENTRO ESPÍRITA E DEMAIS BENFEITORIAS ANEXAS, CERCAS DE ARAME QUE DELIMITAM A PROPRIEDADE, COM AS ÁREAS, CONFRONTAÇÕES, DEMARCAÇÕES CONTIDAS NA MATRÍCULA NS , ÁREA REGISTRADA DE (DOIS HECATRES, VINTE E QUATRO ARES E SESSENTA E UM CENTIARES) DE CERRADO DE TESTADA, E 04 HÁ, 46 A, 74 CA( QUATRO HECTARES, QUARENTA E SEIS ARES E SETENTA E QUATRO CENTIARES) DE CERRADOS DE SEGUNDA CLASSE, COM A LINHA PERIMÉTRICA E CONFRONTAÇÕES CONTIDOS NA MENCIONADA MATRÍCULA EM NOME DE HEIGORINA CUNHA VERSANDO SOBRE AS MESMAS BENFEITORIAS DA CHÁCARA DENOMINADA TRIÂNGULO, AS QUAIS SE ENCONTRAM EM SUA POSSE, USO E GOZO HÁ MAIS DE OITENTA ANOS POR SI, SEUS ANTECESSORES EM USO CONTINUO, COM ÂNIMO DE DONA, EXERCENDO ESTAS FUNÇÕES EM NOME DA DOUTRINA ESPÍRITA, TUDO CONSTANTE DA JÁ REFERIDA MATRÍCULA DO CRI LOCAL. Certos de que Vossa Excelência envidará os costumeiros esforços diante de tão nobre causa, valemo-nos da oportunidade para renovar nossos protestos de elevada estima e de distinta consideração. Fraternalmente, HEIGORINA CUNHA Dirceu Abdala - OAB-GO n

55 EXCELENTISSIMO SENHOR JOAQUIM ROSA PINHEIRO. DD.PREFEITO MUNICIPAL SACRAMENTO - MG DO PEDIDO, SEUS TRÂMITES LEGAIS E DO SEU DEFERIMENTO POR SUA EXCELÊNCIA SENHOR PREFEITO MUNICIPAL DE SACRAMENTO MINAS GERAIS. SUA EXCELÊNCIA, VIRGINIA DOLABELA, PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL DE SACRAMENTO COMUNICA À SAR EHIGORINA CUNHA, VIA NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO N. 002/06, NO TERO SEGUINTE: A Sra. HEIRGORINA CUNHA Proprietária do bem cultural denominado Chácara Triângulo Venho comunicar a V.Sa., para fins estabelecidos na Lei Municipal n 536 de 1997, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural deste município em reunião datada de 21 de setembro de 2006, o Tombamento provisório da Chácara Triângulo, localizada junto à Rua Rui Barbosa e à Alameda Sinhazinha, nesta cidade de Sacramento, Minas Gerais por seu valor histórico, cultural, arquitetônico e natural, e em memória de Eurípedes Barsanulfo, conforme requerimento protocolizado junto à municipalidade sob n 1152 e neste Conselho sob n 007/2006, de vossa autoria. Solicito, pois, a V.Sa. o obséquio de acusar o recebimento da presente notificação assinando o recibo anexo e devolvendo-o a este Conselho, bem como anuir ao tombamento ou oferecer se o quiser, as razões de sua impugnação no prazo de 15 dias corridos a partir da data de recebimento desta correspondência. Sacramento, 26 de setembro de a) Virginia Dolabela. RECIBO DA NOTIFICAÇÃO RECIBO Recebi a Notificação n 002/06 do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de sacramento referente ao Tombamento do imóvel denominado CHÁCARA TRIÂNGULO, por seu valor histórico, cultural, arquitetônico e natural, assim como em memória 55

56 de Eurípedes Barsanulfo, localizado à Rua Rui Barbosa e à Alameda Sinhazinha, nesta cidade, Minas Gerais, ficando ciente do mesmo. Sacramento, 26 de setembro de a) Heigorina Cunha. COMUNICAÇÃO INTERNA DIRETORA DE CULTURA PARA SUPERINTENDÊNIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, TURÍSTICO E CULTURAL ASSUNTO: FAZ SOLICITAÇÃO PREZADA SENHORA SOLICITO DE V.Sa. a gentileza de providenciar junto aos setores competentes Decreto de Tombamento da Chácara Triângulo, conforme aprovação do Condepac. Sem mais para o momento, Atenciosamente, a) Viriginia Dolabela Diretora de Cultura. 02/02/2006. OFÍCIO OO3/06 SACRAMENTO, 21 de fevereiro de 2006 Assunto: Solicita atendimento. EXCELENTISSIMO SENHOR JOAQUIM ROSA RIBEIRO DD.PREFEITO MUNICIPAL Encaminhamos à Vossa Excelência, C.I. N 017/07, recebida da Diretora de Cultura, Virginia Dolabela, no qual solicita criação de Decreto de Tombamento da Chácara Triângulo, localizada à Rua Rui Barbosa e Alameda Sinhazinha, de propriedade da Senhora Heigorina Cunha. Entendemos que os documentos anexos atendem ao que foi solicitado pela Superintendência Municipal de Governo e sendo assim, que sejam analisados para que o referido Decreto seja editado. Sendo só para o momento, antecipadamente agradecemos. Atenciosamente. a) Hilma Terezinha Nascimento e Fonseca Superintendente de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Cultural. CONDEPAC SACRAMENTO MINAS GERAIS O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de sacramento em reunião realizada no dia 21 de setembro de 2006, aceitou o pedido de tombamento protocolizado junto à municipalidade sob n 1152 e neste Conselho sob n 007/2006, por HEIGORINA CUNHA, da CHÁCARA 56

57 TRIÃNGULO de sua propriedade, por suas características como patrimônio histórico-cultural, arquitetônico, natural, assim como pela memória de Eurípedes Barsanulfo, vulto tão importante para nossa cidade. Sendo assim, fica declarado o TOMBAMENTO PROVISÓRIO, sendo encaminhado para providências e estudos técnicos necessários, conforme Decreto-Lei Federal n 25/1937 e Lei Municipal n 536/1997. a) Virginia Dolabela-Presidente. ATA DE REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO MUNICIPAL DELIBERATIVO DE PATRIMÔNIO CULTURAL CONDEPAC Aos trinta e um dias do mês de janeiro de dois mil e sete, às dezenove e trinta horas, em segunda convocação, reuniu-se este Conselho no Arquivo Municipal Cônego Hermógenes C.A. Brunswick, sito à Praça Cônego Hermógenes, n 75, nesta. Constando quorum legal, pela presença dos conselheiros que assinam abaixo, a Presidente Virginia Dolabela abriu a reunião agradecendo a presença de todos, passando a pauta do dia. Leitura das atas dos dias vinte e seis de outubro e dezesseis de novembro, aprovadas por unanimidade. Leitura da correspondência enviada pelo Conselheiro Dr. Ney, comunicando seu afastamento do Conselho ficando a Conselheira Dra. Giovanna assumindo a vaga titular de representante da OAB e o cargo de secretário. A Presidente fez referência à provável mudança na data das reuniões e ficou mantida a primeira quinta do mês, exceto por motivos de férias e feriados. Após passou-se a leitura para Análise e discussão das diretrizes de intervenção e preservação da Chácara Triângulo. Sugerido pela Conselheira Giovanna as correções do quinto parágrafo, troca da expressão entorno da construção pela entorno do bem. Após a discussão e verificação da planta, foram as diretrizes aprovas por unanimidade pelos Conselheiros. Após passou-se a análise final do Tombamento, visto já ter sido notificada a requerente e aprovadas as diretrizes e documentações, ficando assim aprovado por unanimidade dos presentes o TOMBAMENTO DA CHÁCARA TRIÂNGULO. A Conselheira Giovanna deu seu voto favorável e falou da importância da preservação deste bem, que é uma referência nacional e para a cultura de Sacramento e que as diretrizes ficaram bem delimitadas. A Conselheira Maria Estelita deu seu voto favorável e falou da importância de se preservar a identidade religiosa e cultural. Virgínia deu seu voto favorável e falou que sacramento está valorizando a sua história e cultura, que já era reconhecida pelos milhares de 57

58 peregrinos que anualmente se dirigem aquele local e também sobre a preservação do cerrado em uma área que está inserida na zona urbana e que deve fazer esforço, para que o exemplo das aulas e estudos de Eurípedes Barsanulfo tenha continuidade. Após passou-se para o próximo assunto da pauta,, o tombamento do Casarão de Santa Maria. Foi apresentado o recibo assinado pela Representante do Instituto Cultural e tendo sido as diretrizes e documentações aprovadas anteriormente, passou-se à votação do tombamento, que foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros presentes. A Conselheira Giovanna deu seu voto favorável e afirmando a importância de preservarmos um bem que é referência para o patrimônio histórico e cultural de Sacramento. A Conselheira Maria Estelita deu seu voto favorável reafirmando o parecer da conselheira Giovanna e acrescentando que estamos preservando a história colonial do Triângulo Mineiro e das tradições religiosas. Virginia deu seu parecer favorável e falou que o reconhecimento de Santa Maria como referência da arquitetura colonial e como ela pode ser atual, pelo uso e conservação que estão sendo feitos pelo Instituo Cultural, e que a fazenda foi o local para a DIFUSÃO DO ESPIRITISMO NA REGIÃO. A seguir, passou-se para o próximo assunto em pauta, os 100 ANOS DO COLÉGIO ALLAN KARDEC E A PROPOSTA DE TOMBAMENTO DO PRÉDIO, de O Sr. Nélio, presente à reunião disse das dificuldades de conseguir a aprovação do meso junto aos responsáveis pela instituição, visto anteriormente já haver sido vinculado tal hipótese e negada, e que o estatuto prevê que todos do Conselho da Fundação, devem concordar com o fato. A Conselheira Giovanna falou que deve ser analisado o porquê e quais foram as argumentações na época. Adriana falou que é importante, mas que vê as dificuldades na aceitação dos responsáveis. Virginia falou que este é um pedido de inúmeras pessoas, inclusive de fora, e que o tombamento valorizará a obra, a história e os trabalhos do Colégio nestes 100 anos de existência. E que não podemos ignorar a importância de preservamos o prédio com suas características tão peculiares, inclusive, como citado pelo Sr. Nélio, que já consta em documentos da Instituição que não pode haver descaracterização do mesmo. Sugerido então que se façam estudos e seja novamente apresentada a proposta ao Conselho. Se mais nada a tratar, foi encerrada pela Presidente. 58

59 a.a.) Adriana G. Borges. Maria Estelita. Giovanna Oliveira. Nélio Tadeu Borges. Virginia Dolabela. PREFEITURA MUNICIPAL DE SACRAMENTO DECRETO N 058, DE 12 DE MARÇO DE TOMBA AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE SACRAMENTO IMÓVEL DENOMINADO CHÁCARA TRIÂNGULO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Joaquim Rosa Pinheiro, Prefeito Municipal de Sacramento, Estado de Minas Gerais, de acordo com a determinação explicitada no art. 216, 1 da Constituição Federal, e usando da atribuição que lhe confere o art. 8 da Lei Municipal n 536, de 31 de março de e, CONSIDERANDO a importância histórica da Chácara Triângulo localizada na Rua Rui Barbosa e Alameda Sinhazinha, por suas características como patrimônio histórico-cultural, arquitetônico, natural, assim como pela memória de Eurípedes Barsanulfo, vulto tão importante para nossa cidade. CONSIDERANDO a necessidade de uma ação de governo eficaz para a salvaguarda do patrimônio arquitetônico remanescente, conjugando desenvolvimento urbano com preservação histórica racional; CONSIDERANDO os estudos elaborados pelo Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, em conjunto com a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Cultural, através de sua Diretora de Cultura; CONSIDERANDO a anuência e solicitação do proprietário do bem a ser tombado; DECRETA: ART. 1 - Fica tombado ao Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural, a CHÁCARA TRIÂNGULO, localizada à Rua Rui Barbosa e Alameda Sinhazinha de propriedade de Heigorina Cunha, em Sacramento, Estado de Minas Gerais, considerando de relevante interesse para a comunidade local. 59

60 Parágrafo Único O Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural CONDEPAC elaborou Dossiê de Tombamento descrevendo e delimitando o perímetro de tombamento, o entorno e a vizinhança, da seguinte forma: I Descrição e Delimitação do Perímetro de Tombamento. A partir do P1 localizado junto ao alinhamento da Rua Rui Barbosa, localizado no mesmo ponto do marco 01 da escritura, junto à divisa com Ivonir Cunha. Seguindo em direção SO, pelo alinhamento da rua citada, percorrendo 121,60 metros até encontrarmos o P2, localizado no vértice de encontro das ruas Rui Barbosa e Alameda Sinhazinha, virando a esquerda, seguindo pelo alinhamento desta última, percorrendo a distância de 115,00 metros, até encontrarmos o P3. Após este, P3, virando à direita, seguindo em direção O, percorrendo a distancia de 61,00 metros até encontramos o P4, junto ao alinhamento da Av. Abr. Abdão Amui. Após etse, P4, virando à direita, em direção NO, percorrendo a distância de 109,00 metros até encontramos o P5, após este, seguindo na mesma direção NO, percorrendo a distância de 465,00 metros até encontrarmos o P6, localizado na margem esquerda do Ribeirão Borá. Virando à direita, e subindo a margem esquerda, percorrendo a distância de 235,00 metros até encontramos o P7. Após este P7, virando à direita, em direção SE, percorrendo a distância de 278,00 metros até encontrarmos o ponto inicial P1, fechando assim o perímetro da área tomada. II.- Descrição e Delimitação do Entorno ou Vizinhança do Bem Tombado. Partindo do P1 localizado no eixo do encontro da Rua Rui Barbosa com a Rua Diomedes de Melo, até encontrarmos o P2, localizado no eixo do encontro da Rua Rui Barbosa com a rua Nequinha Araújo. Virando à esquerda, seguindo pelo eixo da Rua Nequinha Araújo até encontrarmos o P3, localizado no eixo do encontro desta com a rua Silvio Crema. Virando à direita, seguindo pelo eixo da Rua Silvio Crema até encontrarmos o P4, localizado no eixo do encontro desta com a Alameda Sinhazinha, após, virando à esquerda por esta última via, até encontrarmos o P5, localizado no eixo do encontro com a Avenida Abrão Abdão Amui. Após, virando à direita, seguindo pelo eixo desta via, percorrendo a distância de 145,00 metros até encontrarmos o P6, após este, virando à direita, em direção NO, percorrendo a distancia de 625,00 metros, até encontrarmos o P7, após atravessarmos o Ribeirão Borá. Após este P7, virando a direita, seguindo a linha de divisa da APP do citado córrego, percorrendo a distância de 440,00 metros até encontrarmos o P8. Após este, P8, 60

61 virando à direita, percorrendo a distância de 47,00 metros, até encontrarmos o P9, localizado à margem esquerda do Ribeirão Borá. Após este, P9, seguindo à direita na direção SE, até encontrar o P1, fechando assim o perímetro de entorno. Art. 2 - Fica autorizada a inscrição no Livro Tombo, observados os requisitos inscritos no Decreto-Lei Federal n 25, de 30 de novembro de Art. 3 - Como procedimento inicial, qualquer obra de manutenção ou reforma devem ser encaminhada para análise e aprovação junto ao CONDEPAC e após, aos órgãos competentes da Prefeitura Municipal de Sacramento. 1 - As intervenções necessárias para consolidação ou modernização dos imóveis deverão ser analisadas dentro das recomendações do IPHAN e do IEPHA-MG. 2 - A proposta de tombamento do bem cultural por seu valor histórico, cultural, arquitetônico e natural, e em memória de EURIPEDES BARSANULFO, nos faz propor diretrizes que possibilitem a sustentabilidade deste patrimônio, e a preservação da história deste vulto de Sacramento. 3 - O bem cultural Chácara Triângulo constituída de conjunto de edificações e área de patrimônio natural de cerrado conforme planta, constituído pela residência principal, casa de caseiro, cocheira, Casa Assistencial/Meimei, Centro Espírita Casa do Caminho, QUARTO DE EURÍPEDES, Recanto da Prece, que se encontram em bom estado de conservação, devendo receber os cuidados necessários para a sua manutenção e uso. Devem-se ressaltar as áreas externas, pomar e jardim, que devem ser preservadas, pois a área verde e os vazios proporcionam um revestimento importante das construções. 4 - As diretrizes para intervenções futuras deverão levar em conta que o conjunto mantém uma harmonia e escala, apesar de serem construções de diferentes épocas e as suas características originais não podem ser perdidas ou deturpadas. 5 - A residência foi construída no primeiro quartel do século XX e modificada no início do 2 quartel, mantendo até hoje as características, inclusive de acabamento. As características externas deverão ser mantidas e recuperadas, assim como os processos construtivos, materiais utilizados e acabamentos, como cobertura, alvenaria, esquadrias, ferragens, embasamento, escadas, forros, beirais, etc. Na área externa, no afastamento de 10 metros no entorno do bem, não será permitido a construção de qualquer edificação,para que se possam manter as características originais e não haver interferência na volumetria, escala e aspectos visuais do imóvel. 6 - O QUARTO DE EURÍPEDES, denominado recanto da Prece, construção originalmente localizada na atual Avenida Benedito Valadares, transferida para este local em 1967 e considerada com grande valor cultural pelas referências da vida e obra de EURÍPEDES 61

62 BARSANULFO, deve ser preservado nas suas características atuais, externas e internas (processos construtivos, materiais utilizados e acabamentos, como cobertura, alvenaria, esquadrias, ferragens, embasamento, escadas, forros, beirais, etc..) 7 - As intervenções necessárias para consolidação ou modernização destas duas construções para uso deverão ser analisadas também, dentro das recomendações do IPHAN e IEPHA, e na parte interna as adequações deverão levar em conta a segurança e estabilidade, não se permitindo nenhuma intervenção que possa afetar os aspectos externos. O forro em madeira deverá ser mantido e recuperado, não se permitindo a construção de laje de qualquer espécie. Qualquer processo de restauração e uso futuro deverá resguardar a originalidade destas construções, preservando as modificações e adaptações já efetuadas, principalmente observar o Decreto-Lei Federal n 25/1937, sem que o conjunto e as edificações atuais percam as características originais. 8 - A cocheira que se encontra entre as duas construções históricas deve ser preservada, em suas características construtivas, em caso de modernização devem ser analisadas, criteriosamente, as intervenções a serem feitas, para que não haja a perda das características construtivas e da volumetria. 9 - As construções atuais, o Centro e a Casa Assistencial/Meimei/ podem sofrer reformas e alterações desde que não recebam acréscimo de áreas que interfiram nos aspectos do conjunto, principalmente nas fachadas e aspectos voltados para a Alameda Sinhazinha. O anexo dos sanitários merece um estudo para melhor solução, pois formam uma união entre a construção do QUARTO DE EURÍPEDES e o Centro tornando o ambiente externo conturbado esteticamente e no uso. A reformulação do pequeno corredor e do local dos atuais banheiros através de um projeto de paisagismo proporcionará uma valorização da construção histórica, QUARTO DE ERUÍPEDES A casa do caseiro localizada na extremidade da propriedade, na Rua Rui Barbosa, pode receber modificações e acréscimos de pequeno porte, devendo ser preservada a altura para que não interfiram na ambiência do patrimônio natural, lembrando a importância de não haver cortes de árvores características do cerrado em seu entorno. 10 O patrimônio natural constituído pela área de cerrado preservada e as margens do córrego Borá, deve receber estudo detalhado e projeto de preservação e recuperação, assim como toda extensão da mata ciliar do Ribeirão Borá, e será considerada a partir de então área non edificandi, conforme planta e documentações do Dossiê de Tombamento As diretrizes para ocupação e uso da área de entorno, conforme planta do dossiê de tombamento, deve ser mantida sem verticalização, com construções de no máximo cinco (05) metros de altura. Para a 62

63 conservação das construções tombadas e preservação do patrimônio natural, não poderão ser instaladas indústrias de qualquer porte ou natureza na área de entorno, podendo ser mantida a torrefação hoje existente por não ser de porte relevante e não emitir gases poluentes, assim como por serem os barracões de depósitos, construções históricas, da época em que os bondes ainda circulavam em Sacramento Nas áreas laterais, contíguas ao bem tombado, construções futuras devem manter afastamento mínimo de 5,000 metros, não podendo em hipótese nenhuma serem construídas junto às divisas, pois poderão afetar a vegetação. Assim como a recuperação e preservação da Área Permanente do Ribeirão Borá, margem direita, conforme Legislação Ambiental, proporcionará uma continuidade da área tombada como patrimônio natural, o que proporcionará às gerações futuras uma importante reserva ambiental Nas áreas incluídas no perímetro de entorno, as restrições impostas deverão ser também posteriormente adequadas no Plano Diretor podendo receber acréscimos, sem se retirar as aqui definidas. Art. 4 - O Município, através de seus órgãos competentes, tem por obrigação fiscalizar o bem tombado e, por sua vez, o proprietário o dever de suportar a fiscalização, sob pena de multa, caso oponha ou imponha obstáculos indevidos à vigilância. Art. 5 - Toda a área abrangida pelo presente tombamento fica declarada como sendo de valor histórico, cultural, arquitetônico e natural do Município, merecendo preservação permanente e especial atenção do Poder Público, ao qual compete ação fiscalizadora e de acompanhamento e controle. Art. 6 - Fica a cargo do Município de Sacramento, através da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Cultural, a responsabilidade pela fiscalização e preservação da originalidade do bem tombado. Art. 7 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário. Prefeitura Municipal de Sacramento, em 12 de março de a.) Joaquim Rosa Pinheiro. Prefeito Municipal Por sua vez, o Jornal Oficial, Órgão Oficial do Município de Sacramento-Lei n a 18 de março de n 320 transcreve em inteiro teor o Decreto n 058, de 12 de março de com o título TOMBA AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO MUNICPIO DE SACRAMENTO IMÓVEL DENOMINADO CHÁCARA TRIÂNGULO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Talvez, após o desencarne de Eurípedes Barsanulfo, Sacramento tenha vivido um dia de elevado valor espiritual, pelo reconhecimento do trabalho do Professor Eurípedes Barsanulfo, o 63

64 tombamento histórico-cultural, religioso registrando assim para a história não só da Doutrina Espírita, bem como exemplo para todas as religiões cristãs da luta, vida e obra de um humilde missionário da caridade, no apostolado do amor. Ainda, o tombamento histórico patrimonial, berço do Cristianismo redivivo da Galiléia nas terras das Minas Gerais, e o reconhecimento do 100 anos do Colégio Allan Kardec leva alegria aos nossos corações. Valendo aqui as lições: ESPIRITSMO COM JESUS É VIDA, ÂNIMO À LIDA, RECONFORTO À DOR, NOVO ROTEIRO À HUMANIDADE AFLITA LUZ INFINITA DE ESPERANÇA E AMOR. SACRAMENTO E EURÍPEDES BARSANULFO Eurípedes Barsanulfo Eurípedes Barsanulfo nasceu em 1o de maio de 1880, em Sacramento, Minas Gerais, terceiro filho de Hermógenes Ernesto de Araújo, também conhecido como Mogico, e de Jerônima Pereira de Almeida, também chamada de Meca. O casal Mogico e Meca tiveram treze filhos. 64

65 A infância de Eurípedes e seus irmãos foi difícil, sempre enfrentando grandes dificuldades financeiras. "Meca apegara-se muito ao caçula, talvez por ser franzino. Quantas vezes não teria ela ido aos extremos do sacrifício para garantir a sobrevivência do filho querido? "A situação financeira da família não progredira. As lutas continuavam. Eurípedes crescia mal nutrido e, conseqüentemente, enfermiço. A alimentação ordinária da família era deficiente. Houve um tempo em que Mariquinhas buscava no quintal folhas de "ora-pro-nobis", que cozia em água e sal para os irmãos". (Eurípedes, o homem e a missão - Corina novelino) anos. EURÍPEDES BARSANULFO, FIEL INTERPRETE DOS ESPÍRITOS DE LUZ. Mede-se a condição evolutiva de um médium pela capacidade em comunicar-se com os espíritos, assim quanto mais evoluído o medianeiro, maiores são as possibilidades de receber mensagens e comunicações. Aqui, diversos autores, Agnelo Morato, Corina Novelino, Jorge Rizzini, Heigorina Cunha, Zeus Wantuil, Freitas Nobre, Inácio Ferreira, Chico Xavier atestam a veracidade das comunicações a seguir transcritas, provando o elevado grau moral de nosso querido Professor, Eurípedes Barsanulfo. 65

66 ADORAM-ME ELES EM VÃO? - Apóstolo, Paulo, em 02/01/1909. Benditos! Benditos sejais pela paz e pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amor de Jesus e o cumprimento do belo e do sublime e a realização da completa perfeição espiritual, amor que Ele sintetizara nas simbólicas palavras: Discípulos amais-me, amais-me vós? Guardai meus mandamentos! Logo a tradução fiel deste alto conceito só bem poderia ser feita por homens que, de fato, amam ao Misericordioso Senhor, e não são os que dizem a cada momento: Jesus! Jesus! Jesus! Mas aqueles que não pronunciando as palavras Jesus, Jesus, hipocritamente, as pronuncia em todos os atos de seu viver. Eis o emblema do afeto da mansidão, da pura amizade, do amor entranhado! Ele, grande, fazendo-se pequeno. Ele recebendo os escárnios da humanidade, a que viera convidar à Pátria Celestial. Em largos feitos de caridade, Ele retribui destarte o desprezo e o ludibrio daqueles que, querendo ser grandes eram vis e miseráveis. Amar, portando o Cordeiro de Deus não é balbuciar seu nome, quando do coração ao cérebro sobem pensamentos de adultério, de ciúme, de inveja, de calúnia, cobiça e ódio. Não, porque contra o sentimento da vingança e do ódio, Ele, pusera o brilhante mandamento: Ama a teus inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Logo, ama a Jesus, quem ama seus inimigos, como ele os amou, adora o Divino Nazareno, que em sendo odiado, faz o bem, como Ele no Jardim das Oliveiras, quando o quadrilheiro Malco ia buscá-lo para entregá-lo à sanha farisaica. Recebe o do apóstolo fervoroso da cristandade, Pedro, o golpe da Espada que lhe decepou a orelha. Repito: o soldado ferido por Pedro que presenciou Jesus derramando torrentes de benefícios no seio da pobre humanidade sofredora e no dele próprio, encaminhase para buscar o Cordeiro que havia der ser sacrificado pela humanidade! É então, que neste instante, ouve-se a palavra do redentor:- faça o bem a quem te odeia; vai receber mais uma sanção, 66

67 um desenvolvimento pelo ato caritativo do Meigo Filho de Maria, baixando ao solo soergue o pavilhão, a orelha de Malco, e por intermédio das correntes fluídicas que partiam de seu coração a consolida, a restitui tão perfeita como antes. Era, e é então, que se oferece a Jesus a oportunidade para reavivar na memória de Pedro aquele conceito quando assim se exprime: Pedro, quem fere pela espada, ferido e morto é pela espada! Acaso foi isto que te ensinei a fazer, ó Pedro? Que é dos meus ensinamentos, que é da prática da minha doutrina formulada: Ao receberes em uma das faces uma bofetada, volve a outra para de novo receber? Eis, meus caros ouvintes, já naquela época, em nosso meio, os discípulos que diziam amar sinceramente a Jesus, como o Apóstolo da fé, já mesmo em presença do Divino Senhor pelos seus atos, davam um formal desmentido ao que seus lábios pronunciavam. A sociedade que constitui os habitantes desta cidade, o povo que nela reside, diz quase em sua totalidade adorar e venerar o puro espírito de Jesus! Examinai meus irmãos em Cristo, consultando a vossa consciência se de fato vós o amais pela prática de seus mandamentos, como Ele ordenara, ou se simplesmente de lábios desmentindo-vos o que fazeis! Amai a Jesus, porém, meu irmão, ame-o, tal como ele dissera e ordenara. É firme, leal e perfeita a vossa fé, estima e veneração, tributadas ao Grande Governador de vossa Terra? Se for sincero o que proferir, é para nós motivo de júbilo, porquanto a verdadeira família cristã é aquela que, a exemplo de seu Mestre e Senhor sabe amar, perdoar e ter fé em um Deus de bondade, como Ele, Jesus, o fazia. Abri as páginas que vos narram o grande amor que Ele tributara, tributa e tributará aos povos seus irmãos, aos povos sintetizados na mulher arrependida, Madalena, quando Ele pronunciara ao ressuscitar-se: Não me toques, porque eu não subi ainda a meu Deus e teu Deus! Se Madalena representa a humanidade e quando o Cristo pronuncia desta maneira: Eu não subi a meu Deus, e teu Deus, quer dizer que o Deus de Jesus é o mesmo Deus de toda a humanidade, por isso os povos são irmãos gêmeos de Jesus, com a diferença única que a humanidade terrena é maculada pela negríssima tinta das quedas, enquanto que Ele é a pureza e o Unigênito, o Cristo. Porém, voltando ao que ia dizendo, se a família cristã o é de fato cristã, ela passa na Terra derramando como Jesus derramou ao lado de Marta e Madalena junto ao sepulcro de Lázaro, torrentes de lágrimas! È por isso mesmo piedosa a família cristã, é o exemplo de seu guia que, passando pela Terra não reconhece hora 67

68 nem instante, nem sacrifícios quando tratava de dar a vida a uma filha de Jéthro ou quando era necessário restituir as pernas ao paralítico, ou quando para prodigalizar olhos da matéria e do espírito, ou ainda levar o vinho dos nubentes pobres das bodas de Canaã, ou ainda quando os cravos que lhe sustinham o corpo no infamante madeiro eram pregados em meio de um atmosfera de apupos, vaias, calúnias e ódios, ainda fazendo efetivo o mandamento: Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Ele, numa prece repassada da mais pronunciada misericórdia e no mais requintado amor diz: Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem. É este o procedimento da família cristã desta localidade? Ela tem por modelo em tudo que pensa, faz e diz a imagem sacrossanta de Jesus, sagrando a pureza de todas as suas ações? Se Jesus conta de fato, neste meio com um punhado de corações que o amam, é, pois, motivo de a estes discípulos reproduzir suas palavras aos discípulos de outrora: Eu irei para a casa de meu Pai preparar para vós um lugar, onde jamais nos separássemos, e se, vós de fato, amardes-me tal como ensinei- digo-vos em verdade: tudo que pedirdes a meu Pai ser-vos-á dado, e vós fareis coisas mais prodigiosas do que as que eu tenho feito, porquanto vou para o seio bendito de meu Deus! Se Jesus conta com estes adeptos, é motivo para que aqui venhamos dizer-lhes: Vossos nomes, por amor de Jesus, estão inscritos no céu; benditos serão por todos os séculos dos séculos! E que a augusta e santa paz do senhor seja a mimosa flor cultivada no prado de vossos corações!. PAZ SEJA CONVOSCO! VICENTE DE PAULO - 16 de fevereiro de Que na morada da paz, a paz se encontre! Cristo, símbolo do amor, símbolo da humildade, símbolo da abnegação, emblema do amor e do perdão; ao baixar neste 68

69 mundo pregando sapientíssimos preceitos da mais sagrada e sábia moral, que até então, viera ao mundo terreno, prescrevera aos portadores da boa nova a saudação: Paz seja convosco! Saudação, que dissera Ele, feita em uma casa, e quando esta não recebesse seus discípulos, sacudissem o pó dos sapatos. Ora, tendo dito na ceia pascoal ao proferir quase o adeus com que momentaneamente havia de visivelmente separar-se dos queridos discípulos, Ele preferira então o sinal pelo qual se deveria reconhecer aquele que diretamente aprendera sua palavra, assim se exprimindo: Ama-me aquele que faz ou segue o que ensino; amai-vos, pois, uns aos outros, e nisto conhecerão que sois meus discípulos! Orar recomendando, ou melhor, concedendo aos vossos adeptos a senha que deviam pronunciar ao penetrar em um lar, é claro que tal senha pronunciada só não deveria ser senão verdadeiramente sentida. Logo, o verdadeiro cristão incorre no alto dever, de fazer de sua alma a morada da paz, por isso quando a pouco falei: A paz se encontra nesta morada da paz, queria eu significar que falava a verdadeira cristandade, que tem por característica o cunho que o Senhor nela imprimiu: O amor a Jesus pela prática de seus ensinamentos e a manifestação fiel de seus exemplos. Se a palavra divina, palidamente não fosse por mim ensinada, eu quisera melhor ressaltar, os sinais do verdadeiro cristão; porém, não podendo hoje fazê-lo, fá-lo-ei na melhor oportunidade. Pedindo a meus irmãos, em Deus a continuação de vosso silêncio e intensa atenção, pedirei também a Deus, para vós, torrentes de abundância de seu infinito amor. Venha de vossos espíritos a santíssima fé em deus e em Nosso Senhor Jesus Cristo. Inicio com a bendita paz do Pastor das almas os nossos trabalhos. A paz, o amor e a caridade de Jesus, sejam entre vós. EXPULSAI OS VENDILHÕES DO TEMPLO! BITTENCOURT SAMPAIO -16 de fevereiro de

70 O império de Deus lance seus fundamentos na profundeza das almas bem intencionadas. E vós, bendito Cordeiro de Deus, como outrora, a portas fechadas reunidos os vossos apóstolos, trazendo-lhes a mais real alegria, pronunciastes a palavra amor; Paz seja entre vós. Daí-nos este grande prazer de ao vosso lado de novo as pronunciando e recebendo como máximo respeito vossas divinas ordens, tendo na luz de vosso espírito volvidos meus olhos espirituais, eu começo por desempenhar o encargo de que me incumbistes. E a vós protetora dos desvalidos, e a vós a quem o pensamento da aflita e casta donzela sobe implorando asilo. E a vós que na Terra dando e exemplificando o grande sentimento da resignação ao ver o vosso Bem Amado Filho, sob peso do infamante madeiro, e vós como para suavizar-lhes as amarguras, vos colocastes ao sopé da sua cruz, e sempre aos olhos fitos N Ele e com a alma em fervorosa prece voltada ao Deus de excelso carinho; vós que assim dareis demonstração de serdes a meiga companheira do pobre que chora, que padece o escárnio, sofre a injúria e liba o cálice da calúnia; vós para quem grande parte dos corações terrenos se dirige com veementes súplicas, servi também a minha Senhora, eu sou de há séculos seu adorador! Senhora, por mais de uma vez tenho recorrido a vossa valiosíssima proteção! Senhora conceda-me o mercê derramar a pura linfa do Evangelho, que é a tragédia memorável do Calvário, Evangelho, que é a chave com a qual os povos, abrindo a porta estreita do coração de Jesus, terão ingresso neste grandioso Templo da verdadeira caridade; valei-me, portanto no desempenho deste alto e sagrado dever! Almas que perlustras as veredas em cujas orlas perfumam o ambiente, exalando o trescalante odor que sabem possuir as mimosas violetas; que exornam quando colhidas por mãos de quem apreciá-las sabem para ornamentar o altar de seu peito, para então aí mergulhado em profunda meditação e empolgado do devido respeito, erguem-se os pensamentos da legitima adoração ao Pai de Infinita Clemência. São estas tão puras violetas da fé, da esperança e da caridade, tão singelas, profunda e sabiamente regadas ontem, pelos santificantes eflúvios dos arautos das sagradas verdades, entre estes o anjo que anunciara a mais estupenda vinda do Messias, o anjo Gabriel; motivo porque simplesmente de passagem me refiro a elas, porquanto nenhum cristão depreciará haurir tão grato perfume. Sim volverei, portanto, ao ponto cardeal; ao fim que parece o que me trouxe. Amante de amor entranhável até as raias do mais pronunciado fanatismo, se é que este vocábulo significar quer, o amor 70

71 intenso a uma coisa, fanático pela palavra evangélica, eu me sinto profundamente interessado, quando querem fazer dela um balcão onde se vendem as entradas da Casa Infinita de Meu Deus; onde se mercadeja o casamento, o batismo se vende, onde a cobiçada vaidade substituindo a abnegação, a caridade, assentou sua tenda para desvirtuar o Evangelho, esqueceram de que o Evangelho é a lâmpada de que falara Jesus de não se colocar debaixo do alqueire. Então me permite terçar a arma da razão contra o que na superfície terrena o humilde Filho de minha Senhora Maria Santíssima instituira! Então, tomando o médium em um Grupo do Rio de Janeiro, ou em qualquer Grupo, eu venho pugnando pela pureza da boa nova, que é o Evangelho; mas as mais das vezes, eu não deixo de entrar nas basílicas; não para haurir o viciado incenso e não para ouvir os segredos balbuciados pelos irmãos da Terra, tidos por puros e de respeito, mas aqueles que se julgam absolvidos de suas faltas, pois é neste lugar que se chama confessionário que se cometem os mais nefandos crimes. Dizia que nos penetrava nos pomposos, deslumbrantes e fastigiosos templos, não para contemplar-lhes o brilho, e sim para sondar o íntimo daqueles que os freqüentam, ainda mais para observar de perto os que fazem da palavra sagrada de Jesus, os mercadores dos templos! Custa-me a dizer-vos: a mais realizada ação em tais prédios que se diz a Igreja do Senhor é a mais freqüentemente acometida certamente, não por adoração do Ente do Amor, não porque como eu, aí vós tendes penetrado. É que vemos milhares de fiéis orando, enquanto que a maior parte se extasia na contemplação destes mesmos templos, outros se entregam aos namoros, não das donzelas que de fato almejam contrair o enlace matrimonial; queria referir-me aqueles que têm por fim levar a desordem em um lar, fazendo com que dele se ausente um pai desesperado, que corre vertiginosamente para os braços do crime, buscando na represália do tálamo marital, a represália pela bala; e vemos também que os tais que se dizem vigários de Cristo ser as vítimas destas mesmas balas, ou quando s escapam, ele e sua amante, nós vemos decerto o lar, onde as filhas choram as mães. Volvendo a contar-vos outros fatos de minha pessoal observação, tenho, e vós pelos jornais e por outros meios já tendes disto conhecimento. Castas e puras moças dirigem-se muitas vezes a desobrigar-se da imposição que lhes forçaram de narrar sua vida a um homem que, a mais das vezes não possui a milésima parte de pureza desta pobre, que se deixa iludir. 71

72 Sim, porque a habituaram a ver no diretor de um templo, o seu pai espiritual. Ela retira-se a um fechado confessionário, que raramente deixa de possuir a estátua do Nazareno e daí acaba de sair sem a palma da virgindade, se não puder agir! Eu, testemunha ocular e auricular destas cenas vergonhosas, não quero vos ofender o pudor, narrando-as; quero significar-vos que nestes confessionários tenho presenciado que buscam os intitulados ministros de Cristo dissuadir aos que por eles interrogados se já foram a uma sessão espírita, ou se já leram as obras do Espiritismo, e se recebem o desejado sim, dizem:olha meu caro irmão, quantas vezes por isto não tendes feito o vosso anjo de guarda derramar lágrimas, porque tais livros, tais sessões são presididos por Satanás; afastai de tais livros e desses adeptos, senão vos tereis encaminhado vossos pés para os antros do inferno! Oh ministros de Cristo! Como podeis abusar da ignorância, da inocência de vossos irmãos em Deus? Sim, abri o Evangelho de São João, capitulo XVI e vereis que Jesus prometera enviar aquele que não só consolidaria, mas daria também conhecimentos de novas verdades! Ei-lo o representado pelas benditas vozes que se não ecoam nas deslumbrantes catedrais, repercutem no magnífico templo da natureza, quero dizer elas se ouvem em todos os cantos da terrena superfície! Da hipocrisia e dos vícios; ela vem reerguer a Igreja do Bendito Pastor das Almas! Como Jesus taxado, qualificado pelo sacerdócio hebreu de príncipe de Belzebu, é o qualificativo que cabe ao Espírito Consolador! Jesus era a pureza, o amor e por isso mesmo, aos sacerdotes da Judéia vinha romper a máscara da hipocrisia com o esplendor de seu espírito, penetrando no templo de Salomão para enxotar os mercadores, também o Espírito da Verdade, vem como Jesus, realizar o milagre a propósito do sacerdócio romano! Eu quisera se não encontrasse o meu simpático auditório já cansado, pulverizar o tal satanás que é o maior insulto atirado. Aquele que é o amor e misericórdia infinitos! Soou a hora em que a mulher do Apocalipse deve ser julgada! Tremendo foi o seu crime, tremenda deve sua pena! Vós, a quem cansado tenho com os meus enunciados, prestai-me por caridade ainda a atenção, pois vos direi uma coisa para remate de minha defesa. A lâmpada que querem apagar recorde-vos daquele ensinamento que se assim reza a cada um, segundo suas obras. E ainda deste Ezequiel Deus não quer a morte dos ímpios, mas sim que eles se arrependam e vão ter ao seu Deus! E tereis, contudo, luminosos conceitos, desfechado uma espada mortal no tal inferno? 72

73 Agradecendo-vos, meus caros irmãos o me terdes ouvido, eu prometo continuar a defesa das sagradas páginas do Santo Evangelho de N.S.J.C.! - OS ANJOS DA GUARDA - VICENTE DE PAULO - 13 de fevereiro de A santa edificante e amorável paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, seja entre vós. Queridos estudantes da edificante verdade apostólica e cristã; para vós, as abundâncias do amor da Doce Maria! Lenta, vagarosamente se dirige a marcha ascensional, obedecendo à lei fatal da evolução da humanidade para a casa de meu Pai, que a viu partir de posse de seu livre arbítrio, e, dispondo de um tesouro de faculdades, cujo desabrochamento constituiria quais primorosas flores, seu mais esplendente odor, a mais estupenda e ambicionada glória! O Pai ansioso espera o momento em que todos deverão volver ao paterno lar, carregados de riquezas morais e intelectuais. Porém, caridoso, cheio de amor pelos seus, Ele não os poderia abandonar. Por isso é que de sua corte partem a cada instante seus filhos ilustres pela fé, pela caridade, pelo amor e pela ciência em demanda de seus irmãozinhos; para, lhes abrindo o livro deste mesmo amor, desta mesma caridade, desta mesma ciência em demanda de seus irmãozinhos; para, lhes abrindo o livro deste mesmo amor, desta mesma caridade, desta mesma ciência, ensiná-los que não devem empregar uma parcela deste mesmo amor, aos bens transitórios que encontram em sua passagem pelo caminho que vai ao seio de Deus. Ensinando-lhes a rota deslumbrante que nesta mesma Terra traçara o Doce Filho da Meiga Virgem de Nazareth, e explicando-lhes, que este Senhor de Misericórdia nenhuma necessidade tinha de vir a este mundo, além de mostrar aos seus sofredores a ignorantes filhos, o que deveriam fazer para entrar aos seus sofredores e ignorantes filhos, o mundo, além de mostrar aos seus sofredores e ignorantes filhos, o que deveriam fazer para entrar na posse da mais perfeita felicidade!. 73

74 É então que este mesmo Bondoso Deus não só entrega aos habitantes da Terra ao seu Unigênito Filho, como junto a cada um,ele colocou também, um anjo tutelar;um anjo guardião para recordar ao homem, a mulher, a criança, por intermédio dos bons pensamentos,a grandiosa lei do amor para que esta não fosse transgredida, senão por espontânea vontade daquele a quem as diligências celestiais são feitas. Tanto, meus filhos, é verdade que vós possuis um guarda que vos ampara e protege, é que vós, quando buscais quebrar esta grandiosa lei do: não faças a teu próximo o que não quererias que te fizessem; quando cometeis uma falta perante a lei de Deus, passa um instante, sentis contrariados até com remorsos e agora mais que nunca, diz-vos a consciência terdes errado! Se vós sabeis, queridos filhinhos, da doutrina de Jesus, que um ser de bondade e de amor foi colocado junto a vós para aconselhar-vos o bem, sabei também que inimigos vossos dão-vos conselhos contrários ao que vos é dado pelo anjo da guarda. Como me direis, posso eu saber quando é de meu anjo da guarda, ou de meu inimigo? Recordai-vos que os bons frutos são produzidos pela boa árvore e a má árvore, só ruins frutos dá. Agora meu filhinho, se for da vossa vontade, saborear o mau fruto, isto é, seguir o mau conselho, desprezando o que vos foi dado pela sentinela do amor, possa fazê-lo, todavia vos digo: nenhuma falta cometida pelo homem deixará de ser paga; ainda digo-vos mais: não acrediteis que vos fazendo Deus para bem vosso, pagar a ação má, Ele eternamente vos perderá, não, meus filhinhos, assim como vós tendes a liberdade de fazer o mal, mal que enquanto durar em vossos espíritos, vos fará sofrer, tendes a de fazer o bem. O bem feito é o prazer conquistado, porque o bem, meus filhinhos ele encontra um exemplo frisante em seu mais exímio Mestre: Nosso Senhor Jesus Cristo! Nosso Senhor Jesus Cristo, humilde. Ele procurava fazer a todos participantes desta mesma humildade, envidava esforços de destruir o orgulho,, semeava bênçãos, enxugava lágrimas e dava fé, amor e esperança em uma vida na qual a mesma lágrima, o orgulho e o egoísmo não têm entrada; porquanto, todos vivem como as verdes cepas da videira, encravados em seus troncos, isto é, todos se esforçam par dar profunda prova de amizade a Jesus, segui-lo em todas as suas sapientíssimas lições de luz e caridade. Ouçais meus filhinhos, a voz de vosso anjo da guarda, e dela que é necessário receberdes com as mimosas palmas, com que ides fincando o caminho do Salvador para com o puro rocio 74

75 de seu divino afeto, quando regardes as sementes que Ele profusamente lançará na Terra. Sementes que nos fornecerão as árvores cujos frutos, eu não canso de repetir, serão a fraternidade; unindo família a família, cidade a cidade, país a país, continente a continente, derramando em todos os corações, a suave harmonia que há de se encontrar no reinado da paz do amor e da luz renhida, cujo rei é o Senhor dos senhores, é o bendito e admirável Jesus! Preparai-vos, porque se com antecedência não se encontrarem em vossas mãos as palmas simbólicas, símbolos de tais e tão sublimados sentimentos, ai de vós, meus filhinhos, não vos será dada a residência neste reinado de luz, mas sim, vos será concedido por vossos vícios as moradas em mundos que na vossa Terra não têm comparação!... Quero-vos todos pela paz e amor de Jesus! Que a cristalina chuva de bênçãos que o Senhor faz cair sobre os justos venha refrescar-vos nas amarguras deste mundo. Paz!. EGOISMO/E/CARIDADE MARTINHO LUTERO - Em 10 de março de A eterna Clemência jorre por sobre vós torrentes de clemência, torrentes de bênçãos e torrentes de afeto! Há já alguns momentos, que busco tomar de meu irmão médium para dar-vos conhecimento de verdades que buscam o vosso interesse. Que as amenas aragens bafejadas pelo hálito divino desabrochem-se pelo seu impulso, o branco pavilhão da paz, do amor e da caridade. Caros ouvintes; permita que eu erga entre vós a voz mediúnica para dizer-vos: Abrindo a sagrada escritura, detenhamos-nos na análise daquela exuberante máxima que deve constituir o brilhante 75

76 lema que fulgura em toda mentalidade cristã. Esta máxima divina saída de um coração que baixava pelo ímpeto das harmonias que sabem gorjear as aves mimosas, que passando no teo, ou melhor, nas fibras de um coração, aves cujos gorjeios são gorjeios de ternuras, de mansuetude, de caridade, de afetos e carinhos!. Procuremos compreender em espírito e verdade a brilhante máxima que Jesus legara à turba popular, que aquecida pelo amor do Unigênito Filho de Deus, D Ele ouvia: Façais ao vosso semelhante o que desejais que ele vos faça! Ora, ali junto a Jesus, reunidos se achavam o orgulho, o egoísmo, a inveja, a concupiscência, a maledicência; e Jesus servindo-se de seu quase infinito poder necessitava pela palavra de luz dar uma lição ao egoísta, ao invejoso, ao ciumento, em um palavra, aquele que não sabia respeitar aquele preceito: Amar a teu semelhante da mesma maneira como tu amas a tua pessoa! Encaremos a alta sabedoria do conceito de Jesus, perante esta Assembléia: O egoísta, como a própria palavra o indica, tudo ambiciona para o seu eu, para sua pessoa; ele quer o dourado teto e o belo palácio; ele deseja as melhores iguarias que encontrar-se pode, na Terra; ele quer ter a última palavra sobre a ciência, quer ter enfeixado em suas mãos toda a fortuna terrena, quer ser o bem tratado em todas as rodas em que comparece, ele ambiciona ser o rei e o senhor de tudo quanto há na terra, nas águas e florestas! Mas meus caros irmãos, indaguemos-nos se ele, o egoísta, quer também que seu amigo, a pessoa de sua amizade, aquele com quem convive, seja possuidor dos mesmos bens que ele ambiciona, digamos se ele quer para seu semelhante aquilo que deseja para si. E esgueira-se a esfarrapada, gélida, cambaleante e faminta uma pobre mãe que implorar vai ao grande proprietário de tão belo palácio e de tão sólida fortuna, vai implorar pelo amor de Deus que lhe dê um esmola, com a qual possa ele matar a fome de seus moribundos filhinhos. Oh! O tu que vem quebrar a minha alegria neste momento com tuas importunações! Vil senhora que fazes ao bater a porta daquele que te não incomoda, porque tu com teus andrajos rotos e teu asqueroso corpo vem causar nojo e tédio? Tímida, soluçante cai a pobre mulher de joelhos: - Ó senhor, não é na casa daquele que tem que devemos procurar aquilo que falta em nossos lares? -Senhor, não é o senhor em cujas mãos, Deus depositou tesouros, para beneficiar as pobres mães? -Senhor, meus filhos estão morrendo de fome dê-me uma esmola que mate a fome deles, ao menos por hoje? 76

77 - E tu, o que fazes? Por que não podes trabalhar, para comprar o alimento para teus filhos, classe de preguiçosos, quem contou a ti que Deus me houvesse dado alguma coisa? - Olha toda essa riqueza foi conquistada pelo trabalho, vá mulher, vá trabalhar se é que queres tratar de teus filhos! Se tu és pobre, porque tens filhos? O pobre não pode alimentar o seu corpo, como procura outros corpos para alimentá-los? -Ah! Meu senhor, como vós também, eu tive fortunas, tive honras, tive amigos; mas como vós, perguntei um dia a um miserável como hoje sou: quem lhe contara que Deus, o grande Senhor, que eu dizia me houvesse dado algo para distribuir aos necessitados, como vós também, eu os expulsei de meus augustos paços! Desde aquele dia, eu tudo perdi por necessidade que não vos posso narrar. Só me faltavam duas coisas senhor, que geram as cordas sensíveis de meu coração:jazidas na superfície de um assoalho a estenderem-me suas mãozinhas, dizendo-me: Mãe, nós morremos de fome, ó mãezinha, que frio, ó mãezinha, dá para nós um pouco de leite e roupas, que nos aqueçam! E com o coração trespassado de dor saí, corri e vim até vós; mas foi aí, a última coisa que faltava para encontra-me na minha abastança, eu expulsei um mendigo, e sou ainda expulsa! Ó meu Deus, na pobreza eu reconheço a vossa justiça, cá paguei o meu egoísmo e saldei o meu débito! Ó Pai de Infinita Misericórdia; tomai conta de meus filhos, inspirai um anjo que lhe venha fazer ainda a caridade! Está cumpridas a última prova! Pai; olhai ainda vos suplico. Olhai meus filhinhos! Desata-se como um botão de rosa no jardim, aquela alma que estava presa ao corpo, dando uma sábia lição ao endurecido coração do senhor egoísta; desprende-se, recordando-lhe aquela máxima de Jesus: Não queira para o vosso próximo aquilo que não desejas para vós! Não é uma fábula que venha trazer a vós para justificação do grande dito do Senhor, é a expressão de um afto ocorrido neste mesmo país em que residis. E eu pergunto a meus caros circunstantes: Vós, quando pensais, falais ou fazeis qualquer ato, interrogais a vossa pessoa: o que estou fazendo neste mundo para fulano, eu quereria que ele fizesse para mim? Quando o maldizente põe-se em sala de visitas põe-se a falar amesquinhando, aviltando, rebaixando uma outra pessoa, se este maldizente penetrasse em um outro salão, e ai encontrasse de quem a pouco falava, dizendo coisas desagradáveis, de 77

78 certo ficaria contente, satisfeito e alegre. Ou ainda a pessoa dada ao vicio, ao roubo que penetre em seus domínios, e daí tudo carregue? Certo, que não! Meus caros ouvintes; a vós eu recomendo, ponha por prática essa bendita máxima de Jesus, quando vós deixardes pela morte a Terra, de par a par, para vos abrir-se ao mundo da paz, do amor e da pura felicidade! Exercei, portanto esse sublime mandamento e recebereis desde aqui o ósculo do amor do Divino Mestre! E vós, de posse do grande conhecimento que: é só com a prática da caridade, que se pode subir até Deus e por nenhum outro modo, façais,portanto, o bem que sempre desejastes que a vós fizesse; e perdoem-me, meus caros irmãos, se tão longamente abusei da vossa atenção, lembrando-vos o dever que tendes a cumprir como discípulo de Cristo! Por isso eu antes de retirar-me desfolharei as pétalas fluídicas da mimosa flor da gratidão sobre vós!que o infinito constelado chova bênçãos sobre todos os que me ouvem. Paz, Luz e Amor! JESUS É O VENCEDOR DR.ADOLFO BEZERRA DE MENEZES - Em 13 de março de Doze são as horas do dia solar! Aquele que anda com a luz não tropeça, dizia Nosso Senhor Jesus Cristo a seus apóstolos, não tenhais, pois medo, porquanto a luz está convosco, ainda repetia Jesus a seus discípulos! Eu, servindo-me dos ditos de Jesus, digo-vos que a luz convosco! Marchai íntegros na prática das virtudes cristãs, ainda que sobre vós recaiam as zombarias de vossos irmãos, porquanto, sevos estais de posse da luz, e eles permanecem em densas trevas e procuram embargar-vos a marcha, dizendo-vos que vós deveis com eles aproveitar os folguedos da matéria! Oh! Como se enganam estes que assim dizem porquanto assopram em vossos ouvidos a negação 78

79 para se libertar de suas faltas! Em verdade vos digo apesar de negarem Deus, Ele existe e impera sobre os bons e os maus. Meus filhos; não tresmalheis do caminho. É necessário, como vos falava o Pastor Espiritual, que não cessais de orar e vigiar! Esta recomendação é de Nosso Senho9r Jesus Cristo. Se vós estais de posse da luz, os lobos roubadores buscam perder-vos, quer os lobos roubadores da Terra, quer os do espaço! Meus irmãos, não nos cansemos de orar! Digo-vos que dia a dia crescem as discussões sobre a Nova Revelação; isto prova a grande conquista de prosélitos que se entusiasmam da verdade, que aprouve a Divina Bondade revelar! Eu também tive de suportar com discussões sobre a causa divina! Irmãos lembrem-vos daquela palavra do Espírito de Verdade: nada perece, Jesus é o vencedor. Ele, portanto, vencerá a todos aqueles que buscam lutar contra Deus. Digo-vos; doze são as horas do dia solar; não teima, Jesus é convosco! Porém tenhais vós, sempre por norma de conduta a mansidão, candura, humildade e caridade. Se vos ergues ao Bondoso Pai para agradecer os pequenos benefícios, eu vos digo, meus filhos, o meu desejo é de ser útil aos meus irmãos e prestar os socorros que posso, e que a minha sempre meiga Maria Santíssima, permite-me fazer. Desejo que todos se compenetrem das verdades que Jesus manda-nos ensinar. Não vos desapareceremos, porquanto o nosso chefe é Nosso Senhor Jesus Cristo. Meu Jesus vos ilumine por todo o sempre. ROGATIVAS BISPO DE ALGER - Em 5 de maio de Das profundezas do Universo, catadupas de bênçãos e amor rolem por vontade da Majestade Divina a banhar a todas as almas no oceano infinito do afeto e da caridade. 79

80 Jesus Divino Senhor, uma centelha de vosso amantíssimo coração pode abraçar a todos os seres? Enviai-a, enviai-a para que os homens, arrancando a máscara da hipocrisia, arrancando a daninha planta do orgulho e da vaidade sejam Senhor, reabilitados pela dor e pelas virtudes, juntos do vosso mais magnânimo seio! Bom Jesus estenda a caritativa mão, e daí, Pastor Divino, a luz bendita de vosso amor para que todos unidos pelos elos fortes do afeto a vós cheguem contritos, reverentes e humildes, pondo em vossos pés uma vida de devotamento e abnegação qual foi a vossa sagrada doutrina semeados pelas vossas mãos e regados pelo vosso sangue, daí que se desabrochem na flor da esperança e da caridade! Permitais Senhor, que a hodierna geração em largos haustos sorva o odor de tais e tão mimosas flores! Clemente Jesus, um oceano de bondade encerra a doutrina de luz e amor que por vontade de nosso Eterno Pai vós legastes a humanidade, daí que ela penetrada dos altos ensinamentos que lhe destes, despindo-se as vestes das torpes paixões da esfera do mundo que governais constitua ela um único, aonde ao lado do respeito, da harmonia, da ternura, se venha aliar uma forte convicção em nosso Amado Pai Celestial, para que então, escutas as lágrimas, varridas as vinganças, expurgadas os ódios, vinculados pela esta fé em uma única e só família que reconheça por Pai, Deus; venha estabelecer o vosso reino onde com todos residireis, porquanto não sois vós a árvore dos doze frutos, em cuja sombra abrigar-se-á todo o gênero humano? Jesus aqueça o gelo da descrença, ateai o sagrado lume da crença! Jesus Redentor que sois da humanidade ei-la, desviada do reto carreiro que a traçastes! Jesus, misericórdia e perdão para ela; vindo com a vossa penetrante luz e bondade abrir os olhos e ouvidos para que então ela compreenda que não serão os cegos que hão de conduzir os cegos; veja ela ciente que um grande Mestre dá-lhe Deus atualidade para esclarecê-lo e conduzi-lo a uma vida de paz e fraternidade! Permiti o Bom Jesus e Mestre que ela seja nesta mesma Terra o Espírito Consolador, que a prometestes, dando luzes e ensinamentos; prodigalizando consolos e alívios; despendendo bênçãos e caridade, em uma palavra, realizando o que D Ele dissestes. Ele relembraria os vossos ensinamentos e muitas outras coisas ensinariam! Que vós Bom Jesus, que presenciais a derrota de luz que o Consolador abre no seio dos homens, abençoeis os seus atos, coroais com o vosso influxo e amparo! Perdoai-me, bondoso e ingente Espírito, se por tanto tempo ousei falar convosco; porém sentia que o perispirito vibrava-se e irradiava-se ao calor do vosso; terminando, eu 80

81 redobro minha súplica: Jesus; abri os olhos aos homens e daí luz que lhes esclarecerá o santuário da razão e da consciência! E pra vós, meus queridos ouvintes que a serena paz deste mesmo Senhor, inocule em vossos espíritos. EURÍPEDES NO PLANO ESPIRITUAL SENHOR JESUS Senhor Jesus! CHICO XAVIER Esta é a casa que nos deste por tua bênção. Ajuda-nos a encontrar dentro dela, não apenas um abrigo de pedra e cal, mas acima de tudo, o teu próprio coração em forma de lar, pulsando de amor. Construíste-nos um santuário. Clareai-nos a fé. Ergueste-nos uma escola. Conduze-nos à lição. No trabalho, sê nosso Guia. Em nossa debilidade sê nossa força. Ante o esplendor desta hora que só a ti pode ser tributado, debalde procuro palavras para exprimir-te gratidão, porque apenas encontro as lágrimas de alegria que me vertem do peito. Ainda assim, Mestre, imploro engrandeças as mãos que se entrelaçaram, generosas, para que o nosso templo se levantasse, em teu nome! Na emoção que me comprime a alma toda, sinto-te a presença invisível no amor em que nos reúnes; nos amigos abnegados que nos sustentam a luta; nas irmãs valorosas que nos acalentam as esperanças, amparando-nos os sonhos que hoje se 81

82 realizam; no devotamento dos jovens que nos emprestam confiança e carinho; e na doçura das crianças que te refletem a divina simplicidade, acenando-nos o futuro! junto de nós!... Sinto te como quando passavas na Terra, E rogo, mais uma vez, ilumines a todos os corações que nos partilham os cânticos de louvor! E quanto a mim que sou, nesta Casa, o último dos últimos servo a quem tudo tens dado e que nada te deu ainda trazido pelos amigos para algo dizer-te, não tenho outro recurso senão lembrar o cego de Jericó e rojar-me diante de tua bondade e de tua glória, a fim de pedir-te em pranto: -Senhor, que eu veja! servir. Que eu veja a tua bondade para que eu saiba Eurípedes Barsanulfo Página recebida pelo médium, Chico Xavier, por ocasião da inauguração do Lar de Eurípedes, no dia 1 de novembro de 1959, na cidade de Sacramento, MG, em homenagem ao querido apóstolo à data de seu desencarne. ATAQUE DAS TREVAS À MEMÓRIA DE EURÍPEDES No ano de 1954, religiosos ligados a uma corrente católica, inicia campanha difamatória à memória de Eurípedes, com objetivo de apagar da memória do povo sacramentana a bela mensagem de amor, renúncia e de religiosidade do apóstolo de Sacramento. Em sua defesa, a Espiritualidade Maior, na santa psicografia de Chico Xavier, recebe belíssima e comovedora mensagem, a seguir transcrita. SERENIDADE E PACIÊNCIA Meus caros amigos: CHICO XAVIER 82

83 Em nossa tarefa espiritista é preciso não esquecer o imperativo da tolerância. Em muitas ocasiões somos surpreendidos pela tormenta das sombras, induzindo-nos a cair no espinheiro das reações descabidas, que não operaria, ao redor de nós, senão o desequilíbrio e a perturbação que nos cabe evitar. Em semelhantes momentos o golpe da perseguição e o brio ultrajado constrangem-nos à defesa aparentemente justa. No entanto, ainda ai é indispensável nossa acomodação com o silêncio e com a prece, para melhor discernir a atitude que nos compete. O Senhor, na oração, revelar-nos-á o impositivo da serenidade e da paciência. E a verdade cristalina ensinar-nos-á a enxergar o desespero onde prevalece a mentira, a loucura onde surgem o azedume e a condenação. No coração governado pelo amor de Jesus, não há lugar para a dignidade ferida, porque a dignidade do discípulo do Evangelho brilha, acima de tudo, no perdão incondicional das ofensas e no serviço incessante à extensão do bem. A língua acusadora ou ingrata é bastante infeliz por si mesma e as mãos que apedrejam e dilaceram trazem consigo o suficiente infortúnio. Abstenhamo-nos, pois, de julgar, não porque nos faleçam conhecimentos ou valor, mas porque somos servidores da causa do cristo e, somente ao Senhor, cabe a supervisão da obra redentora a que fomos chamados. Não vale precipitar ações e conclusões. Nem basta simplesmente convencer. A tolerância construtiva do bem que não repousa sernos-á infatigável guardiã no espaço e no tempo, favorecendo a outros, tanto quanto a nós mesmos, a visão clara da vida. 83

84 Exercê-la é preservar o sublime trabalho que nos foi confiado, aproveitando a dor e obstáculo como recursos preciosos de nossa união fraternal, junto ao tesouro da experiência evangélica. Saibamos, assim, desculpar as trevas em suas arremetidas inúteis, valorizando a luz que o Divino Mestre nos concedeu para o caminho de ascensão. Recordemos que a Ele próprio não se reservou, na Terra, senão a cruz do supremo sacrifício, da qual endereçou ao mundo inteiro a bênção do silêncio e da humildade, do perdão e da renúncia por mensagem maior. Atentos, desse modo, aos nossos compromissos com a verdadeira fraternidade, estejamos vigilantes, entre a riqueza do trabalho e a graça da oração em nossos santuários de serviço, na convicção de que o campo de nossas atividades pertence ao Mestre e Senhor. E, na certeza de que, agindo sob as normas do amor de que somos depositários, tê-lo-emos em toda a parte por Advogado infalível a pronunciar-se por nós no momento oportuno. A SEMENTE DE EURÍPEDES Em visita a Sacramento, no dia 21 de junho de 1956, em reunião pública no Grupo Espírita Esperança e Caridade, Chico Xavier recebe belíssimo poema de Eurípedes Barsanulfo: ORAÇÃO EM SACRAMENTO CHICO XAVIER Terra generosa de sacramento, que nos acalentas em tua luz, asilados em teus braços rogamos a Deus, ardentemente, nos ilumine e nos envolva! Em teu santuário de esperança, a erguer-se, bendito, sobre o amor de teus filhos, suplicamos aos Céus para que o Espiritismo seja conosco, em tudo, o ensino do Mestre em nossos passos! Inspirados pela paz do teu campo, no teu Sol claro e belo e em tuas noites estreladas, imploramos ao Cristo para que a nossa fé se exprima 84

85 sempre, no socorro aos necessitados, no remédio ao doente, no amparo às criancinhas, no reconforto aos tristes, no trabalho incessante para a glória do bem, na solidariedade, na renúncia incansável, na humildade e no amor, na caridade pura... Nós pedimos ainda ao Todo-Poderoso; Oh! Terra benfazeja, para que no teu seio acolhedor e amigo possamos viver todos, sem discórdia e sem mágoa em perene união! Solo florido em graças de harmonia e beleza, osculamos-te a relva, em júbilo crescente de ternura, alegria e doce gratidão! E, ante a palavra humana incapaz de plasmar-nos os constantes carinhos, ditosa, aqui se cala a nossa voz humilde a repetir em prece: Terra de Sacramento, que a bondade te inspire, que o progresso te guarde e que Deus te abençoe! PROTEÇÃO ESPIRITUAL Não se tem notícia de alguém que tenha recebido tamanha proteção do Plano Maior, vejamos: a) Nosso Senhor Jesus Cristo, nos dias do processo criminal recebe a visita do Mestre, que lhe diz: Meu filho, nada temas! Estamos com deus a vitória é nossa. b) Maria de Nazaré, filha de Joaquim e de Ana, esposa de José, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. c) Pitágoras, filósofo e matemático grego, considerado fundador da seita dos pitagóricos, fez grandes descobertas nos campos da geometria, da matemática e da astronomia, viveu nos séculos VI e V a.c. d) Sócrates, filósofo e expoente máximo da Grécia, lecionava a imortalidade da alma e a existência da vida no Plano Espiritual, razão de sua condenação à morte, tendo vivido entre 420 a 340 a.c. e) Platão, discípulo de Sócrates, quem trouxe até nós o legado do mencionado filósofo, divulgador de suas lições, portanto, das vidas sucessivas através das reencarnações. 85

86 f) Juvenal, o mais satírico dos poetas latinos, é dele a célebre frase que o imortalizou Mens sana in corpore sano, provalvemente tendo vivido entre os anos 50 a 130 d.c. g) Tales de Mileto, recebeu este sobre nome por ter nascido na cidade de Mileto, filósofo grego, considerado um dos sete sábios da Grégia, fundador de escola própria para divulgar sua filosofia na Turquia, viveu entre os séculos VII e VI a.c. h) Pedro, pescador da galiléia e apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, crucificado de cabeça para baixo, por não acreditar ter a mesma infeliz sorte do Mestre, falecido em 64 d.c. i) Lucas, apóstolo que registrou uma parcela significativa do Novo Testamento, e dos Atos dos Apóstolos, tendo falecido no ano 59 d.c. j) Tiago, também conhecido por filho de Alfeu e segundo consta mantinha grande afinidade com o Mestre. Desencarnou em Jerusalém, no ano 62 d.c. k) Paulo, de perseguidor dos cristãos, inclusive autorizou a morte de Estevão, considerado o apóstolo que teve maior integração com Nosso Senhor Jesus Cristo, a ponto de dizer já não sou eu quem vive em mim e sim o Cristo, também conhecido o Apóstolo dos Gentios, foi quem caiu do cavalo quando perseguia Ananias, na estrada de Damasco, ouvindo do Senhor: Saulo! Saulo, por que me persegues?. Foi degolado em Roma em 67.d.C. l) João Evangelista, o amor encarnado, bondade infinita, autor do quarto Evangelho, de Epistolas e do Apocalipse, seguiu e amparou a Mãe santíssima até o fim de seus dias, desencarnou em Éfeso, no ano 100. d.c. m) Maria Madalena, embora considerada prostituta por caluniadores, não conheceu sexo naquela encarnação. Ouvindo Jesus desceu ao vale dos imundos e cuidou dos leprosos e desencarnou nesta condição. Em Boa Nova, Chico Xavier, recebe do Irmão X, belíssima história desta digna figura do cristianismo redivivo. Esteve recentemente na Terra, na condição de Madre Tereza de Calcutá, na Índia. 86

87 n) Mateus, razão de Jesus ter dito os publicanos entrarão primeiro no reino dos céus, Mateus era publicano, autor do primeiro Evangelho. Desencarnou por volta do século I d.c. o) Marcos, patrono de Veneza, apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, desencarnou na Alexandria, um dos quatro evangelistas, segundo consta orientado por Paulo, quando lhe disse que faltava muita matéria a ser registrada na história de Jesus, daí ser um dos evangelistas. Desencarnou no século I d.c. p) Orígenes, teólogo por excelência, exegeta, com belas interpretações dos textos bíblicos, dada sua prodigiosa inteligência, nasceu na Alexandria e desencarnou em Tiro, Líbano, provalvemente entre os anos de 250 a 255 d.c. q) Jerônimo, autorizado pelo papa a traduzir a Bíblia do grego para o latim, com o nome de Vulgata, apologista, ficou triste em razão das modificações que se viu obrigado a fazer por ordem papal, razão das inúmeras interpretações dos textos bíblicos, a ponto de se pensar será que Jesus disse isto? Desencarnou em Belém, no ano 420 d.c. r) Agostinho, foi a quem Eurípedes recorreu, quando de sua visita pela primeira vez a Santa Maria, por telepatia, queria a interpretação das Bem Aventuranças e seu significado, dele obtendo através do médium Aristides todas as respostas de que necessitava. Filósofo, teólogo, considerado o mais celebre bispo da igreja de Roma, sua teologia é base dos ensinamentos da referida igreja. Nasceu em 354 e desencarnou em 430, d.c. s) Joana D Arc, considerada na Doutrina Espírita como reencarnação de Judas, e heroína da pátria francesa, brava guerreira, acusada de herege, foi queimada viva em t) Martinho Lutero, não concordando com as exigências da Igreja Católica, promoveu a separação da mencionada igreja quando queimou a bula papal, monge agostiniano e alemão, considerado o reformador, traduzindo a Bíblia para o alemão, criando o Protestantismo. Reencarnou em 1483 e desencarnou em u) Giordano Bruno, excelente inteligência e considerado o pai da filosofia na Itália, em razão de suas idéias, embora professor na 87

88 França, foi queimado na condição de herege, desencarnando em 1600, d.c. v) Vicente de Paulo, mentor e protetor de Eurípedes Barsanulfo, de origem francesa, fundador de inúmeras obras assistenciais, caridade em pessoa, amparo total às crianças pobres, fundador de instituições religiosas, belíssima figura do cristianismo, tendo desencarnado em 1660, d.c. w) La Fontaine, príncipe da poesia, sua fama conquistou a Terra quando publicou as belas fábulas, tendo desencarnado em 1695, d.c. x) Bossuet, vida sacra e nesta condição deixou exemplo de dignidade e de excelente trabalho na condição de escritor, poeta, orador, exerceu o bispado em duas cidades da França e desencarnou em 1715, d.c y) Fenelon, literato francês, prelado e chegou a condição de arcebispo de Cambrai, desencarnou em z) Lamennais, o apologista da liberdade religiosa, razão de seu rompimento com a Igreja Católica, considerado escritor e portador de vastíssima cultura literária e religiosa, tendo desencarnado em aa) Lamartine, fez da poesia expoência máxima, dado sua sensibilidade poética e pai do romantismo na França, desencarnado em 1869, d.c. bb) Michelet, célebre professor francês, além de historiador e literato, ilustre professor do Colégio da França, desencarnou em cc) Lacordaire, famoso pelo restabelecimento da ordem dominicana na França, desencarnou em dd) Victor Hugo, mestre da literatura francesa, o mais lido escritor daquele país, embora no início tornou-se famoso poeta clássico e depois na literatura, como expoente máximo da França, desencarnado em

89 ee) Lincoln, Presidente dos Estados Unidos, culto, corajoso, idealista, partidário da eliminação da segregação racial, foi quem emancipou os escravos, embora reeleito, dado seu elevado prestígio naquele país, foi assassinado em ff) Tiradentes, patriarca da independência do Brasil, seu nome era Joaquim José da Silva Xavier, promoveu na condição de chefe o primeiro movimento de emancipação do Brasil, para separar-se de Portugal, razão de seu enforcamento no Rio de Janeiro, em gg) José Bonifácio de Andrade e Silva, tendo reencarnado como Rui Barbosa, já que o País tanto necessitava de sua cultura e condição de estadista. Escritor, exemplo de oratória (Rui). Professor na Universidade de Coimbra (Rui), ministro do Império. Tanto o País necessitava de sua volta, que assim voltou para ser tutor do Imperador. hh) Pedro de Alcântara, o segundo imperador do Brasil filho de D. Pedro I, bondade em pessoa, filho da imperatriz Leopoldina, desencarnou em ii) Dr. Bezerra de Menezes, médico dos pobres, político do amor. Militar a serviço da Pátria, ocupou o cargo que corresponde ao de Prefeito do Rio de janeiro, presidente da Federação Espírita do Brasil, o bom amor e senso encarnados, assim considerado o Kardec do Brasil. Desencarnou em 1900, rogando a Celina que intercedesse junto a Mãe Santíssima para permanecer vinculado ao Orbe Terrestre. jj) Saldanha da Gama, almirante militar do País, bravo guerreiro contra o Paraguai, na frente de todas as batalhas como exemplo de sua bravura a serviço da Pátria. Desencarnou em kk) Joaquim Nabuco, abolicionista por excelência, dotado de belíssima cultura, na condição de político, diplomata e literato, destacou-se como uma dos mais fluentes oradores daquela época, membro da ABI. Participou bravamente pela abolição do cativeiro, sagrando-se vitorioso nesta batalha. Desencarnou em

90 ll) José do Patrocínio, jornalista, orador, literato brasileiro, considerado inventor e muito trabalhou pela libertação dos escravos, considerado abolicionista. Desencarnou em O que contem neste presente estudo representa uma parcela ínfima do trabalho, da grandiosa missão de Eurípedes Barsanulfo, o que vem provar a orientação de Chico Xavier, sobre a evolução do apóstolo de Sacramento, Minas Gerais. A própria região em si, saindo de Rifânia, SP, a caminho de Sacramento-MG, é como visitássemos as colinas da Galiléia, Carfanaum, Genesaré, Nazaré e demais localidades por ordem Jesus cumpriu sua missão. À medida que nos aproximamos da terra natal de nosso querido professor, sentimos a grande afinidade entre as duas regiões, comprovando-se, assim o magnetismo de cada região. Vimos isto também em Uberaba-MG, com mais de cem centros espíritas, modificando o carma da cidade, tornando-a leve, simples e sublime, com um povo bom e primorosa hospitalidade mineira. O mesmo acontece com o povo sacramentano, razão de a Espiritualidade Maior preparar o solo fecunda desta terra que viu o apóstolo nascer e seu desencarne, sepultado na mais simples e humilde cova do cemitério local. Tudo em Eurípedes é como já foi dito neste trabalho, o somatório de todas as virtudes. Finalmente, agradecemos com respeito e carinho o belo trabalho realizado por sua Excelência Senhor Prefeito Municipal e sua equipe, que não mediram esforços para que ficasse registrado oficialmente, em forma de tombamento, a história do mais belo exemplo de humanidade e caridade, de um jovem que deu tudo pela cidade, até a própria existência física, em renúncia, como Jesus no calvário de nossa redenção. Fazemos nossas as palavras de C.Novelino, ob.citada, : Uma vida marcantemente apostolar, como a de Eurípedes Barsanulfo, merece ser evocada nas suas linhas soberbas, em que o Missionário se impõe de maneira fulgurante. Trazer a lume episódios do dia-a-dia, iluminados pela constante do Bem, da Verdade, da Justiça, da Lógica e da Ordem eis o dever inadiável e imperioso dos que conheceram de perto a obra missionária de Eurípedes 90

91 REGISTROS BIBLIOGRÁFICOS 1. NOVELINO, Corina Eurípedes o homem e a missão 16 edição, ed. IDE, 2004 obra toda citada. 2. GODOY, Lauret Maravilhosos encontros com Eurípedes Barsanulfo. Ed. Meca, 2ª ed. Revisada, MONTEIRO, C. Eduardo Cem anos de evangelho com Eurípedes Barsanulfo, Ed. CCDPE, São Paulo-SP, MORATO, AGNELO DE Sacramento a Palmelo Ed. Correio Fraterno, RIZZINI, Jorge Eurípedes Barsanulfo, O apóstolo da caridade Ed. Correio Fraterno, CUNHA, Heigorina A força da mente IDE, NOBRE, A. Freitas Perseguição policial contra Eurípedes Barsanulfo, Edicel, KARDEC, Allan Evangelho segundo o espiritismo Revistas espíritas, Livro do espíritos Ed. Edicel. 9. FERREIRA, Inácio Subsídio para a história de Eurípedes Barsanulfo, edição própria, WANTUIL, Zeus Grandes espíritas do Brasil FEB, FEESP Grandes vultos do espiritismo FESP, DENIS, Léon Depois da morte ed. FEB RIGONATTI, Eliseu A mediunidade sem lágrimas Ed. Pensamento-São Paulo-SP. 14. ABREU, Canuto Bezerra de Menezes, Ed. FEESP XAVIER, F. Cândido mensagens diversas e fontes citadas no livro. 91

92 16. DELANNE, Gabriel A reencarnação. Cap. Iv. Ed. Feb, Rio-RJ. 17. ANAIS, Câmara Municipal de Sacramento período legislativo em que Eurípedes Barsanulfo foi vereador. 18. EDIÇÕES DOS JORNAIS- Lavoura e comércio Jornal do Triângulo edições de SILVA,Hilário C.Xavier A vida escreve FE RJ 2ª. Ed NOVELINO, Corina A Grande espera 1ª. Ed. IDE, 1991 ANEXOS: Desde seu desencarne, até os presentes dias, cada cidade ergue uma obra em nome do Apóstolo da Caridade, provalvemente nenhuma cidade brasileira ainda o não fez, demonstrando, com isso o apreço, o real valor para nós brasileiros termos recebido na terra sacramentana o enviado de Nosso Senhor Jesus Cristo, como exemplo para todos nós. Colocamos aqui apenas uma mensagem de um centro espírita fazendo referência ao nosso querido professor, Eurípedes Barsanulfo. Isto é feito apenas para comprovar que ninguém o esquece e que o livro ficaria cansativo com as inúmeras manifestações, infindáveis comemorações registrando a obra do grande missionário. Centro Espírita Ismael Eurípedes Barsanulfo 92

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