doméstica contra a mulher foi retirada da esfera privada e transferida para a esfera pública. A Lei Maria da penha seguiu recomendações da Convenção d
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1 MODULO II - INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS AULA 02: EMBATES E CONQUISTAS NO CENÁRIO DA POLÍTICA: OS DIREITOS DA MULHER TÓPICO 05: A LEI MARIA DA PENHA E SEUS IMPACTOS SOCIAIS O combate à violência contra a mulher vinha ganhando força nas últimas décadas do século XX para o século XXI. Várias ações e políticas específicas foram implementadas, visando diminuir os índices de violação dos direitos humanos das mulheres. Além das delegacias especializadas, dos programas de atenção à saúde da mulher, dos centros de referência em abortamento legal, das ações de combate à violência sexual, das políticas de HIV/Aids e outras doenças, passou-se a reconhecer múltiplas identidades de gênero, tomando como foco nessa luta a emergência de novos sujeitos de direitos. Um dos maiores avanços na legislação brasileira de proteção à mulher e à família é a Lei Maria da Penha ( Lei nº , de 07 de agosto de Esta tipificou os crimes contra a mulher na esfera doméstica. A lei equipara a violência doméstica contra a mulher a crimes contra os direitos humanos. Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contras as Mulheres criada pelo Centro Global para a Liderança da Mulher, em 1991, e divulgada em cerca de 135 países. ( OLHANDO DE PERTO A Lei nº , de 07 de agosto de 2006, foi nomeada "Maria da Penha" em homenagem à cearense de mesmo nome, vítima de duas tentativas de homicídio por parte do ex-companheiro. Com a sua aplicação, a violência
2 doméstica contra a mulher foi retirada da esfera privada e transferida para a esfera pública. A Lei Maria da penha seguiu recomendações da Convenção de Belém do Pará (Ou 'Convenção Interamericana'.), de 1994, voltada para a erradicação de toda forma de violência contra a mulher no mundo. A Convenção, além de definir termos como 'violência' e 'discriminação', recomendava aos Estados a adoção de medidas eficazes para erradicar violações aos direitos humanos, por meio de políticas públicas que dessem visibilidade ao problema da violência do gênero, considerando as relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres. Um ponto importante nesta Convenção é a possibilidade de responsabilização do Estado em razão da omissão em erradicar a violência contra a mulher, seja na esfera pública, seja na esfera privada. Importante destacar que a existência desses tratados tem possibilitado a responsabilização de governos quando da omissão e ou negligência frente a casos de violência e discriminação a sujeitos mais vulneráveis da sociedade. PARADA OBRIGATÓRIA OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA E DIREITOS HUMANOS Apesar da efetivação de mecanismos legais, as mulheres no Brasil enfrentam muitos obstáculos morais a sua cidadania plena. A despeito das atuais políticas de atenção à saúde da mulher, médicos negam-se a efetuar o abortamento previsto em Lei, alegando "objeção de consciência" recusa baseada em convicções religiosas, cuja legitimidade é reconhecida pela Norma Técnica de atenção humanizada, elaborada pelo Ministério da Saúde em Um vídeo interessante para refletir sobre o tema da "objeção de consciência" em situações de aborto legal é o documentário da antropóloga Débora Diniz, À Margem do Corpo ( docid= #docid= ) (ABA/Fundação Ford, DVD, 43 min, cor). Você pode também ler uma resenha sobre o documentário na revista Horizontes Antropológicos ( A Lei Maria da Penha foi um importante marco da legalização das uniões entre pessoas do mesmo sexo, ao afirmar que está sob o abrigo da lei a mulher que sofre violência e discriminação, sem distinção de sua orientação sexual, contemplando situações de violência que atingem mulheres lésbicas. Além disto, esta lei assegura proteção às mulheres transexuais, podendo ser aplicada também a travestis e transgêneros que vivenciem situação de violência doméstica em função de suas identidades de gênero. Há, inclusive, precedentes de jurisprudência em que a lei Maria da Penha a situações de violência doméstica em que a vítima é um homem homossexual. Em todos estes casos, compreende-se que situações de violência que reforçam
3 desigualdades estruturais associadas ao gênero (Incluindo aquelas que podem atingir pessoas LGBT.) justificam especial proteção. No Brasil, nos últimos anos, pressões políticas tem levado a conquista de novos direitos. A autonomia da mulher em decisões sobre os usos do corpo é matéria de disputas na esfera pública. ATUALIZANDO OS FATOS ATUALIZANDO OS DIREITOS... A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a interrupção da gravidez em casos de anencefalia é uma conquista recente do movimento social. Manifestantes de Movimento de Mulheres comemoram em frente ao STF. ( 12-DE-ABRIL-DE-2012.HTM#FOTONAV=75) O Supremo Tribunal Federal aprovou no dia 12 de abril de 2012, o direito à interrupção da gravidez de feto anencéfalo. A ação de Descumprimento de Preceito Fundamental ADPF 54 - foi proposta em 2004, pela Confederação dos Trabalhadores na Saúde, pedindo a interrupção da gravidez em casos de anencefalia, em atenção aos seguintes princípios constitucionais, artigos 1º, IV, da dignidade humana, artigo 5º, da legalidade, da liberdade e da autonomia da vontade e artigo 6º caput e artigo 196, da saúde. Além de reconhecer que a criminalização do aborto, nesses casos, ofende a dignidade humana e a autonomia do corpo das mulheres, o Supremo decidiu também que o caso não deve ser objeto de matéria penal, mas sim um problema de saúde pública. A decisão do STF reafirmou o princípio da laicidade do Estado, ali representado pelo órgão máximo do judiciário brasileiro. Importante destacar que cabe à mulher a decisão sobre a interrupção (ou não) da gravidez.
4 Manifestantes de movimentos religiosos pedem a manutenção da criminalização do aborto. ( 12-DE-ABRIL-DE-2012.HTM#FOTONAV=75) MULTIMÍDIA PARA CONTINUAR REFLETINDO... Assistam o filme Preciosa: uma história de esperança ( (Lee Daniels. EUA: 2009). O filme aborda temas como a violência sexual, o racismo, a inclusão social na escola, a obesidade e o HIV/AIDS. REFLEXÃO Agora que vocês já leram sobre os direitos da mulher convido-os a uma reflexão sobre o que essas discussões podem interessar na sua prática profissional. Você acha que os temas aqui colocados aparecem no seu cotidiano? Você acha que existe divisão entre os gêneros no espaço da escola? Se sim, como esta se apresenta? Você já tinha parado para pensar que historicamente as mulheres já foram objeto de exclusão do ensino e do direito de votar? Hoje, que populações, podemos pensar que estão excluídas da escola formal? Como a sociedade mais ampla lida com a diferença? Que políticas de inclusão necessitam ser implementadas? O acesso ao ambiente escolar hoje é facultado a todos/as pessoas do mesmo modo? Antes de partir para a próxima aula vamos refletir no fórum e no portfólio sobre temas que aqui discutimos. PORTIFÓLIO 2 Pesquise através de recursos do Google políticas do campo da educação voltadas para a promoção da equidade das identidades de gênero na escola. Faça um texto explicando seus objetivos e reflita, a partir de suas experiências, sobre que caminhos acha que a escola pode seguir para combater a violência de gênero. FÓRUM 2 A FORÇA DO SEXO FRÁGIL. Aprendemos nessa aula sobre a luta do movimento feminista e o combate à violência contra a mulher. Mas o que teria esse tema a ver com a escola? Discuta a partir de sua experiência como educador(a) como acha que o tema afeta nosso cotidiano. Leia a matéria e amplie o debate: Dez mulheres são mortas por dia no País
5 ( FÓRUM PERMANENTE DISCUSSÃO COLETIVA DOS CONCEITOS E DO CONTEÚDO DA AULA. Esse fórum é um espaço para discussão dos conteúdos, conceitos e noções que aprendeu lendo essa aula. Discuta o que lhe chamou atenção. Vamos fazer um debate coletivo aqui. Responsável: Professor Marcelo Natividade Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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