Direito Penal para Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA. Aula 0. Direito Penal Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA. Da Aplicação da Lei Penal.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Direito Penal para Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA. Aula 0. Direito Penal Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA. Da Aplicação da Lei Penal."

Transcrição

1 Aula 0 Direito Penal Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA Da Aplicação da Lei Penal. Professores Julio Ponte e Lorena Nascimento 1 de 87

2 Aula Conteúdo Programático Data 00 Aplicação da Lei Penal 30/07 01 Crime e Ação Penal 31/07 02 Concurso de Pessoas 01/ Crimes contra a Fé Pública e crimes contra a Administração Pública Legislação Penal Especial: Lei n o 4729/65 e Lei n o 8137/90 08/08 25/05 05 Questões comentadas 22/08 2 de 87

3 Tópicos da Aula 1. Apresentação A Lei Penal: a natureza descritiva da lei penal e sua estrutura Classificação da Lei Penal Características da Lei Penal Interpretação da Lei Penal Princípios do Direito Penal afetos à aplicaçãoo da Lei Penal Aplicação da Lei Penal no Tempo Aplicação da Lei Penal no Espaço Aplicabilidade da Lei Penal em relação às pessoas (imunidades) Lista das Questões Apresentadas Gabarito Apresentação Caros alunos do Ponto dos Concursos! O edital da SEFAZ/MA saiu! Temos que ligar as turbinas dos estudos e nos preparar para acertar as 5 questões de Direito Penal da prova, afora as outras 65!!! Vamos iniciar curso de Direito Penal para o cargo de Técnico da Receita Estadual SEFAZ/MA 2016, com a presente aula demonstrativa, cujo tema será a Aplicação da Lei Penal. Antes de mais nada, permitam-nos fazer uma breve apresentação. Meu nome é Lorena Lima Nascimento, sou Delegada de Polícia Federal, desde o ano de Antes de assumir o concurso da PF, fui advogada e Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, onde lá trabalhei junto à Vara da Infância e da Juventude. 3 de 87

4 E eu sou o Julio Ponte, Policial do Senado Federal, aprovado no concurso de Fui Oficial da Marinha do Brasil, formado pela Escola Naval. Mas após sair do meio militar, ainda passei pelo cargo de Analista de Gestão e Trânsito do DETRAN/RJ e pela Polícia Rodoviária Federal antes de chegar à Polícia Legislativa. A remuneração inicial do seu futuro cargo é de pouco mais de R$ 4.715,00 estando previstas 13 vagas para a área de Arreadação e Fiscalização de Mercadorias em Trânsito e 07 vagas para a área de Tecnologia da Informação. Vale dizer tratar-se de um cargo bastante cobiçado por muitos concurseiros, haja vista ser necessário ter apenas nível superior, o que implica a possibilidade de uma bom salário para os formados em quaisquer áreas. Bem interessante, não acham? J Vamos aos estudos! 2. A Lei Penal: a natureza descritiva da lei penal e sua estrutura Lei penal não se confunde com norma penal. Enquanto a lei é descritiva, a norma é impositiva de um comportamento e valorativa. A lei penal é fonte formal imediata de Direito Penal, de natureza descritiva, já que não contém mandamentos proibitivos, mas apenas descritivos das condutas ilícitas. É a partir da sua leitura que se interpreta a norma. Essa técnica legislativa da proibição indireta dos mandamentos foi desenvolvida pela teoria das normas de Karl Binding, que distinguia norma de lei penal, da seguinte forma: a norma cria o ilícito e a lei cria o delito; a 4 de 87

5 conduta criminosa viola a norma, mas não a lei, já que o agente realiza exatamente a ação que a lei descreve. Então, as expressões norma e lei NÃO SÃO SINÔNIMAS. A lei penal é estruturada da seguinte forma: a) Preceito primário Descreve a conduta criminosa. Ex: Matar alguém: (art. 121, do CP). b) Preceito secundário Pena cominada em abstrato. Ex: Pena: reclusão de 6 a 20 anos. 3. Classificação da Lei Penal As leis penais podem ser assim classificadas: a) Normas incriminadoras: criam crimes e cominam penas; b) Normas não-incriminadoras: não criam crimes nem cominam penas. Subdividem-se em: Permissivas são causas excludentes da ilicitude por autorizarem a prática de condutas típicas; Exculpantes são causas excludentes de culpabilidade; Interpretativas esclarecem o conteúdo ou o significado de outras normas penais; 5 de 87

6 De aplicação, finais ou complementares delimitam o campo de validade das normas incriminadoras. Ex: art. 2 o e 5 o do CP; Integrativas ou de extensão complementam a tipicidade (descrição fática contida no preceito primário entendida como contrária à norma) no tocante ao nexo causal (situação que conecta o fato ocorrido ao tipo penal descrito como crime) nos seguintes casos: crimes omissivos impróprios (art. 13, 2o), tentativa (art. 14, II) e participação (art. 29, caput do CP); Normas completas ou perfeitas: apresentam todos os elementos da conduta delituosa; Normas Incompletas ou Imperfeitas: necessitam de complementação da definição da conduta criminosa; Normas penais em branco: reservam a complementação a outra lei ou ato da Administração Pública; Tipos Penais Abertos: reservam a complementação ao julgador. 4. Características da Lei Penal A lei penal possui as seguintes características: Exclusividade: só lei pode criar delitos e penas. Imperatividade: seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou medida de segurança, tornando seu respeito obrigatório. Generalidade: dirige-se a todas as pessoas indistintamente, inclusive aos inimputáveis; 6 de 87

7 Impessoalidade: projeta seus efeitos abstratamente a fatos futuros para qualquer pessoa que venha a praticar os crimes. Exceções: anistia e abolitio criminis (que alcançam fatos concretos). Anterioridade: as leis penais incriminadoras só podem ser aplicadas se já estavam em vigor quando da prática da infração, salvo nos casos de retroatividade da lei penal. 5. Interpretação da Lei Penal Interpretar significa explicar, explanar ou aclarar o significado de palavra, expressão ou texto. O sujeito que interpreta algo de um modo chega a um determinado resultado. Podemos elencar seguintes os prismas de análise da interpretação da lei penal: quanto ao sujeito, quanto ao modo e quanto ao resultado. Vejamos Interpretação quanto ao sujeito que a elabora ( interpretação quanto à origem). Divide-se em: Autêntica ou legislativa: É a interpretação realizada pela própria lei. A interpretação autêntica pode ser contextual ou posterior. a) Contextual: é a interpretação realizada no mesmo momento em que é editado o diploma legal que se procura interpretar. Ex: conceito de funcionário público, presente no art. 327 do CP. Art. 327: considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. b) Posterior é a interpretação realizada pela lei depois da edição de um diploma legal anterior. 7 de 87

8 A exposição de motivos do Código Penal, em que pese sirva de auxílio para o operador do Direito interpretar o texto legal, não foi votada pelo Congresso Nacional nem sancionada pelo Presidente da República. Foi elaborada por estudiosos da lei, mas não faz parte da lei (trata-se apenas de uma apresentação dada pelos estudiosos que trabalharam no projeto de lei). Embora a exposição de motivos do CP seja doutrinária, a exposição de motivos do Código de Processo Penal é legislativa (pois se encontra na lei) Doutrinária: É a interpretação dada pelos estudiosos, sendo chamada de communis opinio doctorum. Ela não é de observância obrigatória. Ex: exposição de motivos do CP Jurisprudencial: É fruto das decisões reiteradas de nossos tribunais. Ela pode ser vinculante ou não (art. 103-A da CF). Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n o 45/2004) (Vide Lei no , de 2006). 8 de 87

9 A assertiva abaixo é falsa ou verdadeira? A interpretação jurisprudencial não vincula o julgado. Resposta: FALSA. Em regra, ela não vincula, mas pode vincular Interpretação quanto ao modo: Literal, Filológica ou Gramatical: leva em conta o sentido literal/real das palavras. Teleológica: indaga-se a vontade ou intenção objetivada na lei. Histórica: procura-se a origem da lei, buscando os fundamentos de sua criação. Ex: Art. 41, da Lei n o 11340/2006 (Lei Maria da Penha). Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n o 9.099, de 26 de setembro de Interpretando-se historicamente esse artigo, a intenção da lei seria a de que nos crimes da Lei Maria da Penha a ação penal é pública incondicionada, tendo nascido justamente para evitar a representação. Todavia, em 2009 o Superior Tribunal de Justiça, nos autos do HC MG (Rel. originário Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Celso Limongi - Desembargador convocado do TJ-SP, julgado em 5/3/2009), decidiu que nos crimes de lesões corporais leves a ação penal sera públicada condicionada à representação, sob o argumento de que, se não houvesse tal possibilidade, a dispensa de representação significaria o prosseguimento involuntário da ação penal, fato que impediria a reconciliação de muitos casais. Sistemática: a lei é interpretada com o conjunto da legislação, bem como com o conjunto dos princípios gerais de direito. Progressiva: a lei é interpretada de acordo com o progresso da ciência. Ex: o ato sexual forçado realizado com a Roberta Close pode ser 9 de 87

10 juridicamente classificado como estupro? Pela interpretação literal da legislação do passado (quando o homem não era estuprado, mas apenas sofria atentado violento ao pudor), não poderia, porque ela não é mulher. Pela interpretação progressiva, a resposta seria afirmativa. OBS: há quem classifique a interpretação progressiva como se fosse interpretação quanto ao resultado Interpretação quanto ao resultado. Divide-se em: Declarativa ou declaratória: quando a letra da lei corresponde exatamente à intenção do legislador (aquilo que o legislador quis dizer) Restritiva: reduz-se o alcance das palavras para corresponder à vontade do texto (intenção do legislador). Neste caso, considera-se que o legislador se exprimiu de forma ampliativa, ou seja, lex plus dixit quam voluit Extensiva: amplia-se o alcance das palavras para corresponder à vontade do texto (intenção do legislador). Lex minus dixit quam voluit. A exposição de motivos do CP é doutrinária e a do CPP é legislativa. Interpretação quanto ao sujeito Autêntica ou Legislativa Doutrinária Jurisprudencial Interpretação quanto ao modo Literal Teleológica Histórica Sistemática Progressiva Interpretação quanto ao resultado Declarativa ou declaratória Restritiva Extensiva 10 de 87

11 É possível interpretação extensiva no Brasil? Corrente Majoritária: diferentemente de outros países (ex: Equador), o Brasil permite a interpretação extensiva, seja esta FAVORÁVEL OU NÃO ao réu. Essa corrente prevalece. OBSERVAÇÃO: A interpretação extensiva contra o réu somente é permitida em casos excepcionalíssimos. EXEMPLO: A expressão arma gera controvérsia: Art. 157, 2 o do CP - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 1 a Corrente: Realiza uma interpretação restritiva, tomando a expressão em sentido PRÓPRIO. Arma seria o instrumento fabricado com finalidade bélica. Ex: revólver. OBSERVAÇÃO: só em concurso de defensoria se deve seguir esse entendimento, o que não é o nosso caso. 2 a Corrente: Realiza uma interpretação ampliativa, tomando a expressão em sentido IMPRÓPRIO. Arma seria o instrumento fabricado com ou sem finalidade bélica capaz de servir ao ataque ou defesa. Ex: caco de vidro, faca de cozinha. Corrente Minoritária: afirma que a interpretação extensiva é possível, mas somente quando FAVORÁVEL ao réu, visando impor a aplicação do princípio do in dubio pro reu no caso. Ocorre que o princípio do in dubio pro reu, na realidade, serve somente para resolver dúvidas probatórias, e não interpretativas. É um princípio do campo das provas que, portanto, não deve ser aplicado em casos de interpretação. 11 de 87

12 Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica: na interpretação analógica, ou intra legem, a lei contém em seu bojo uma fórmula causuística seguida de uma fórmula genérica. Vale dizer, o Código, primeiramente, atendendo ao princípio da legalidade, detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas seja semelhante possa também ser abrangido no artigo. Assim, o significado que se busca é extraído do próprio dispositivo, levando-se em conta as expressões abertas e genéricas utilizadas pelo legislador. Ou seja, existe norma a ser aplicada ao caso concreto. Depois de exemplos, o legislador encerra de forma genérica, permitindo ao aplicador encontrar outras hipóteses que se encaixem naquela fórmula genérica. A interpretação extensiva não se confunde com a interpretação analógica. A interpretação extensiva é um gênero do qual são espécies a interpretação analógica e a interpretação extensiva em sentido estrito. Para diferenciá-las, é necessário analisar a lei penal: Interpretação analógica: quando o legislador nos fornecer uma fórmula causuística, seguindo a ela uma fórmula genérica. Exemplos (art. 121 do CP e art. 306 do CTB): Art. 121, 2 do CPC. Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; ( ) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Art. 306 do CTB. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei no , de 2008) Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou 12 de 87

13 proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Interpretação extensiva estrito senso: quando o legislador não fornece um padrão a ser seguido. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia: a interpretação extensiva em sentido estrito e a interpretação analógica não se confundem com a analogia, porque a analogia é uma regra de integração do ordenamento, e não de interpretação, ou seja, na analogia não há norma para interpretar, mas lacuna para integrar. A analogia, por não ser uma regra de interpretação, também é chamada de regra de integração analógica ou suplemento analógico. No caso da analogia, ao contrário dos anteriores, partimos do pressuposto de que não há uma lei a ser aplicada no caso concreto, motivo pelo qual o juiz se socorre daquilo que o legislador previu para outro caso similar, atuando como legislador positivo. A analogia somente pode ser utilizada em relação às leis penais não incriminadoras, em respeito ao princípio da legalidade estrita. A analogia pode ser legal/legis (aplica ao caso omisso lei que trate de caso semelhante) ou jurídica/juris (aplica um princípio geral do direito). O ordenamento brasileiro só admite a analogia in bonam partem, sendo vedada a utilização da analogia in malam partem, para prejudicar o réu (seja ampliando o rol de circunstâncias agravantes, seja ampliando o conteúdo dos tipos penais incriminadores), em razão do princípio da legalidade diferentemente do que ocorre com a interpretação extensiva (em que se permite in malam partem), pois nesse caso, há lei, enquanto na analogia há lacuna. A interpretação extensiva (em sentido estrito), a interpretação analógica e a analogia podem ser assim diferenciadas: 13 de 87

14 Interpretação Extensiva (sentido estrito) 1) Existe norma para o caso concreto; 2) Amplia-se o alcance da palavra; 3) É possível a aplicação no direito penal (in malam ou in bonam partem); 4) É forma de interpretação. Interpretação Analógica 1) Existe norma para o caso concreto; 2) O legislador, depois de enunciar exemplos, encerra de maneira genérica, permitindo ao juiz encontrar outros exemplos que com aqueles se assemelhem. É o legislador assumindo que não tem como prever tudo; 3) É possível a aplicação no direito penal (in malam ou in bonam partem); 4) É forma de interpretação. Analogia 1) NÃO existe norma para o caso. 2) O legislador, para suprir a lacuna do ordenamento, aplica em um caso, a norma de outro. 3) É possível a analogia no Direito Penal, somente em bonam partem, pro reu. 4) É forma de integração de lacunas. ü É possível interpretação extensiva no Direito Penal, mesmo contra o réu. ü É possível interpretação analógica no Direito Penal, mesmo contra o réu. ü É possível analogia no direito penal, deste que não-incriminadora Interpretação conforme à Constituição É o método de interpretação através do qual o intérprete, de acordo com uma concepção penal garantista, procura aferir a validade das normas mediante seu confronto com a Constituição. Penal 6. Princípios do Direito Penal afetos à aplicação da Lei 14 de 87

15 Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, interessante a familiarização de vocês com alguns princípios do Direito Penal atinentes à matéria. Vejamos. Art. 1º, Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. O art.1º consagra o princípio da legalidade. Esse princípio (como está no art.1º) nasce da soma de 2 princípios: princípio da reserva legal (...não há crime sem lei... ) e princípio da anterioridade (...sem lei anterior... ). Conceito de Princípio da Legalidade constitui uma real limitação ao poder estatal, de interferir na esfera de liberdades individuais. Destarte, por isso ocorre a inclusão do princípio retrocitado no artigo 5º da Constituição Federal, bem como nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Este princípio é uma conquista do indivíduo contra o poder de polícia do Estado, valendo também para as contravenções penais e (de acordo com a maioria) medidas de segurança. CONCLUSÃO: não há infração penal (crime + contravenção) ou sanção penal (pena + medida de segurança) sem lei anterior. Art. 5º, II, Constituição Federal 1988 ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Art. 5º, XXXIX, Constituição Federal 1988 não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; São, portanto, desdobramentos do Princípio da Legalidade: 15 de 87

16 a) Princípio da reserva legal (não há crime ou pena sem lei). A expressão lei significa que as normas penais incriminadoras somente poderão derivar de lei ordinária e, excepcionalmente, lei complementar. Trata-se de observação à lei em seu stricto sensu (sentido estrito). Decorre de tal afirmação que o Direito Penal não admite o costume incriminador. Mas cuidado, porque o costume interpretativo, segundo a lei, é permitido no Direito Penal. O princípio da legalidade diz que não há crime ou pena sem lei ESTRITA. Proíbese, como já visto nesta aula, a utilização da analogia incriminadora (tipo incriminador). A analogia in bonan partem (não incriminadora), no entanto, é permitida no ordenamento jurídico. b) Princípio da anterioridade, que proíbe a retroatividade maléfica da lei penal. A retroatividade benéfica é uma garantia constitucional do cidadão. Feitas tais considerações, passaremos ao estudo da aplicação da lei penal no tempo e no espaço. 7. Aplicação da Lei Penal no Tempo Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso (tempus regit actum). Não pode, em tese, alcançar fatos ocorridos em período anterior ao início de sua vigência nem ser aplicada àqueles ocorridos após a sua revogação. Excepcionalmente, no entanto, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados, desde que benéfica ao réu. Diante disso, podemos afirmar que a incidência da lei penal poderá se movimentar no tempo (extra-atividade da Lei Penal). Por extra-atividade entende-se a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a fim de regular 16 de 87

17 situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéficas ao agente. Tem como espécies a retroatividade e da ultratividade. Denomina-se retroatividade o fenômeno pelo qual uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigência e ultratividade à aplicação dela após a sua revogação. No que tange ao surgimento de conflitos entre duas ou mais leis penais (a da data do fato e a da sentença, por exemplo), são estabelecidos vários princípios para solucionar os problemas de direito intertemporal. EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL ULTRA-ATIVIDADE RETROATIVIDADE A Lei revogada por outra mais gravosa continua aplicando-se para os fatos cometidos na sua vigência (mais benéfica). A Lei posterior mais benéfica retroage para alcançar fatos anteriores quando ainda não existia (mais benéfica). Existem três teorias sobre a eficácia da lei penal no tempo (tempo do Crime, o momento em que o crime se considera praticado). Vejamos. I - Teoria da atividade por esta teoria, considera-se praticado o crime no momento da conduta (no momento da ação ou da omissão). II - Teoria do resultado (ou Teoria do Evento) considera-se praticado o crime no momento do resultado. III - Teoria da Ubiquidade ou mista Considera-se praticado o crime no momento da conduta ou do resultado. O CP adotou a teoria da atividade, conforme artigo 4º, CP: 17 de 87

18 Tempo do crime Art. 4º, CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. O artigo 4º, do CP tem inteira aplicação não somente na fixação da lei que vai reger o caso, mas também para fixar a imputabilidade do agente, por exemplo. OBSERVAÇÃO 1: PRINCÍPIO DA COINCIDÊNCIA /CONGRUÊNCIA / SIMULTANEIDADE: todos os elementos do crime (fato típico, ilicitude e culpabilidade), devem estar presentes no momento da conduta. OBSERVAÇÃO 2: Art.4º, do CP x Imputabilidade do agente. Há dois momentos quando do cometimento do crime: o momento da conduta e do resultado, os quais poderão, ou não, ocorrer ato contínuo um ao outro; ou seja, o resultado poderá ocorrer ser logo após a realização da conduta, ou demandar razoável lapso de tempo para tanto. Exemplo: crime de lesão corporal grave cometido por menor de idade, denominada simplesmente de infração penal pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Conduta Se no momento da conduta o agente era menor de 18 anos. Resultado O agente era maior de 18 anos. 18 de 87

19 Pergunta de Concurso: Aplica-se o ECA ou o CP nesse caso? O artigo 4º, CP diz que o crime considera-se praticado no momento da conduta. Então, não importa a idade do agente no momento do resultado. Logo, aplica-se o ECA. OBSERVAÇÃO 3: O momento do crime é também o marco inicial para saber a lei que, em regra, vai reger o caso concreto (sucessão de leis penais no Tempo). A regra geral é a irretroatividade da lei penal, excetuada somente quando lei posterior for mais benéfica (retroatividade). Tempo da Conduta Aplicação da Lei Posterior 1ª Situação: Fato Atípico Lei Posterior torna o fato Típico Essa lei posterior NÃO RETROAGE. Só alcança os fatos futuros. É irretroativa. Art.1º, do CP. ( Novatio Legis Incriminadora) Exemplo: Crime de Cola Eletrônica, nos termos da Lei /2011 (Neocriminalização) 2ª Situação: Fato Típico Lei Posterior Torna a pena mais rigorosa Essa lei posterior NÃO RETROAGE. Só alcança os fatos futuros. É irretroativa. Art.1º, do CP. ( Novatio Legis In Pejus / Lex Gravior ) Então, há ultratividade da lei mais benéfica. Exemplo: Lei /2010 (aumento do prazo prescricional p/ 03 anos). ATENÇÃO: Sucessão de lei mais grave no crime continuado o ou permanente (aplicação da lei vigente no momento em que cessar a continuidade ou a permanência, ainda que mais grave Súmula 711 do STF). 3ª Situação: Fato Típico Essa lei posterior RETROAGE., alcançando Lei Posterior torna o fato Atípico fatos passados. É RETROATIVA. Art.2º, CAPUT, CP. ( Abolitio Criminis ) Supressão da figura criminosa, ou seja, é a revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora. Exemplo: Lei /2005 (crime de adultério). 19 de 87

20 4ª Situação: Fato Típico Lei Posterior Torna a pena menos rigorosa Essa lei posterior RETROAGE, alcançando fatos passados. É RETROATIVA. Art.2º, P. ÚNICO CP. ( Novatio Legis in Mellius / Lex Mitior ) Lei de qualquer modo favorece o réu, sendo assim esta lei retroage alcançando fatos decididos por sentença condenatória definitiva (não respeita coisa julgada). Exemplo: Lei /2009 (art. 229 do CP: manutenção de caso de exploração sexual). Art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. O artigo 2º, caput, CP estabelece a abolitio criminis, ou seja, a supressão da figura criminosa; abolir do ordenamento a figura de um tipo penal incriminador. Ø Pergunta de Concurso: Qual a natureza jurídica da abolitio criminis? Trata-se de causa de extinção da punibilidade (vide art. 107, CP). Art. 107: Extingue-se a punibilidade: ( ) III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; Quando o art.2º, CP diz Cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória faz cessar somente os efeitos penais, isso significa que os efeitos extrapenais permanecem. Ex. Abolitio criminis impede que a pessoa seja considerada reincidente, mas não impede que essa condenação sirva como título executivo judicial. 20 de 87

21 O que é abolitio criminis temporária? Uma situação interessante surgiu com o Estatuto do Desarmamento, estabelecendo um prazo para que proprietários de arma de fogo entregassem ou regularizassem o registro da arma. Durante esse prazo, não incidiu o tipo penal respectivo (estabeleceu-se que o crime de posse irregular de arma de fogo ficaria suspenso por algum tempo). Esse prazo foi chamado de abolitio criminis temporária. Qual a diferença entre abolitio criminis e o princípio da continuidade normativo-típica? Na abolitio criminis há supressão da figura criminosa, pois a intenção do legislador é não mais considerar o fato criminoso. Já no princípio da continuidade normativo-típica há a migração do conteúdo criminoso para outro tipo penal incriminador, pois a intenção é manter a natureza criminosa do fato. Exemplo: Antes da Lei /05 Existiam os crimes de: - rapto violento (art.219, CP); - rapto consensual (art.220, CP) Depois da Lei /05 - O rapto violento se tornou o artigo 148, 1º, V, do CP. Neste caso, incidiu o PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA. - O rapto consensual foi abolido. Com relação ao rapto consensual, ocorreu a abolitio criminis. Outro exemplo do princípio da continuidade normativo-típica: Antes da Lei /09 Depois da Lei /09 Havia estupro (art.213) e atentado violento ao pudor (art.214); O estupro passou a englobar as condutas do estupro e do atentado violento ao pudor. Então, podemos resumir do seguinte modo: 21 de 87

22 Abolitio Criminis Supressão da figura criminosa (formal e material). A intenção é não mais considerar o fato criminoso. A conduta não será mais punida (o fato deixa de ser punível). Princípio da continuidade Normativotípica Supressão formal do tipo. Migração do conteúdo criminoso para outro tipo penal incriminador. A intenção do legislador é manter a natureza criminosa do fato, mas com outra roupagem. Art.2º, Parágrafo único, CP A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Essa é a chamada lex mitior, ou seja, lei posterior que de qualquer modo favorece o réu. Ela também não respeita coisa julgada, incidindo a sua retroatividade. Ø Pergunta de Concurso: Depois do trânsito em julgado, quem aplica a lei mais benéfica? Súmula 611, STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna. Ø Pergunta de Concurso: Lei posterior mais benéfica pode retroagir quando ainda na vacatio legis? A vacatio legis tem como finalidade principal dar o conhecimento da lei promulgada. Lei na vacatio não possui eficácia jurídica ou social, não podendo ser aplicada. Crime Continuado e sucessão de leis penais. Agente pratica 05 furtos, nas mesmas circunstâncias de tempo, local e modo de execução. Suponha-se 22 de 87

23 que quando começou a cadeia criminosa, o furto era punido pela lei A, com pena de 1 a 4 anos. No meio da cadeia criminosa, veio a lei B, que previa a pena de 1 a 5 anos. No crime continuado, por uma ficção jurídica trabalha-se como se houvesse um crime só. Qual lei deve ser aplicada? No exemplo, é a lei B, mesmo que mais gravosa, pois é a última vigente (Súmula 711, STF). Aplica-se sempre a última lei vigente, mesmo que mais grave. Súmula 711, STF A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Combinação de leis penais. É possível a combinação de leis para favorecer o réu, também chamada de lex tertia? Vejamos o exemplo a seguir. Tempo da Conduta: o crime X tem uma pena de 1 a 4 anos e 100 dias multa. Lei posterior muda a pena e diz que o crime X deve ter uma pena de 2 a 8 anos e 10 dias multa. Momento da Sentença: o crime X já está regulado pela lei posterior, tendo uma pena de 2 a 8 anos e 10 dias multa. O juiz pode trabalhar com a pena de 1 a 4 anos e a multa de 10 dias-multa, combinando o que as duas leis têm de melhor para o réu? Não é possível, pois o juiz, assim agindo, transforma-se em legislador, criando uma terceira lei. (Nelson Hungria). 23 de 87

24 O STF, no entanto, ainda não consolidou essa questão, mas se o tema cair na sua prova de vocês, a resposta será a de que não é possível a combinação de leis, muito embora para no STF como no STJ existem julgados contra a favor da combinação de leis. Exemplo: STF (a favor da combinação de leis: RE ; contra a combinação de leis: HC103833); STJ (a favor da combinação de leis: HC111306; contra a combinação de leis: HC179915). Lei excepcional ou temporária (análise do artigo 3º do CP): Art. 3º, CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência (ultra atividade). Conceito de Lei Temporária (ou temporária em sentido estrito): é aquela que tem prefixado no seu texto o tempo de sua vigência (prazo determinado). Ex. Lei A com vigência do dia 1º de janeiro de 2012 até o dia 1º de junho de Conceito de Lei Excepcional (ou temporária em sentido amplo): é a que atende a transitórias necessidades estatais, tais como guerra, epidemias, calamidades, etc. Perdura por todo o tempo excepcional (edita em função de algum evento transitório, sendo que perdura enquanto persistir o estado de emergência). Ex. Lei A que vai do dia 1º de janeiro de 2012 até o fim da epidemia. Segundo o art.3º, do CP, os fatos praticados durante a vigência da lei temporária e da lei excepcional continuam sendo punidos mesmo após a perda da sua vigência. Então, estas são leis ultrativas, pois são leis de curtíssima duração. Se elas não fossem ultrativas, os fatos praticados durante sua vigência estariam fadados à impunidade. 24 de 87

25 Em outras palavras, as leis temporárias e excepcionais são ultrativas, pois se assim não fossem, haveria uma ineficácia preventiva em relação aos fatos cometidos na iminência do seu vencimento. (ninguém iria obedecer esse tipo de lei). Tem por características: a) autorrevogabilidade: são leis autorrevogáveis (leis intermitentes), ou seja, consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado (lei temporária) ou cessada a situação de anormalidade (lei excepcional). b) ultra-atividade: são leis ultrativas, ou seja, os fatos praticados durante sua vigência continuam sendo punidos ainda que revogadas as leis temporária ou excepcional. Recentemente ocorreu uma hipótese excepcional de ultra-atividade maléfica! Ex.: Lei /12 (Lei da Copa): traz um rol de crimes que a FIFA exigiu tipificação durante a Copa do Mundo no Brasil (Arts. 30 ao 36). Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de Em 01/01/2015, os tipos penais desta lei estarão revogados - mas os fatos praticados durante a sua vigência serão regidos por ela. A doutrina observa que, por serem de curta duração, se não fossem ultrativas, não teriam força intimidativa. Estas leis (temporária/excepcional) não se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis, salvo se lei posterior for expressa nesse sentido. Tempo do Crime X Sucessão de Complementos de Norma Penal em Branco. Como fica a sucessão de complementos das normas penais em branco 25 de 87

26 no tempo? Esse tema, confessamos, é bem complexo, mas leiam as anotações abaixo com cautela para um melhor entendimento do tópico abordado. Ex. Uma portaria que traz substâncias consideradas drogas é alterada. Ex. Suponha-se que a lei A é uma norma penal em branco, complementada pela norma y, que é alterada pela norma z. Se a norma z é mais benéfica, ela é retroativa ou irretroativa? Sobre o tema, existem 4 correntes: 1ª Corrente: A alteração do complemento da norma penal em branco deve sempre retroagir, desde que mais benéfica para o acusado. (Para essa corrente, se a alteração é mais benéfica, retroage sempre). Quem adota essa corrente é Paulo José da Costa Júnior. (Retroage, pois mais benéfica). 2ª Corrente: É exatamente oposta à primeira: A alteração do complemento da norma penal em branco, mesmo que mais benéfica, não retroage. Isto porque, segundo essa corrente, se se quisesse que a norma retroagisse, seria alterada a norma principal. Não retroage, pois se alterou o complemento, e não a norma principal. É adotada por Frederico Marques. (Não retroage, mesmo que mais benéfica). 3ª Corrente: Só tem importância a variação do complemento da norma penal em branco quando provoca uma real modificação da figura típica, da conduta criminosa (quando se altera o complemento provocando uma modificação do próprio crime). Adota essa corrente Mirabete. (Retroage, pois alterou o próprio crime provoca real modificação na figura criminosa abstrata). 4ª Corrente: Diz que na NPB homogênea (lei complementada por lei) a alteração mais benéfica retroage. Mas a NPB heterogênea só vai retroagir se ela (norma complementar) não ocorrer em estado excepcional ou de emergência, pois nestes casos, há ultratividade. Essa corrente é adotada por Alberto Silva 26 de 87

27 Franco e STF. Então, para este doutrinador, a alteração de um complemento de uma norma penal em branco homogênea (lei complementada por lei), se benéfica, retroage. Quando se tratar de norma penal em branco heterogênea e seu complemento não se revestir de excepcionalidade, retroage quando mais benéfica. Vejamos alguns exemplos, com as respectivas soluções apontadas pela doutrina: Casos de Sucessão de Complementos de Norma Penal em Branco Art.237, CP Art.237, CP - Contrair casa-mento com impedimentos. Norma Penal em Branco homogênea complementada pelo CC (os impedimentos estão no CC). Ex. de alteração benéfica da norma complementadora: Legislador retira do CC um impedimento para o casamento. Antes da reforma da lei complementadora, a pessoa havia se casado sem saber do impedimento e respondia por crime. Art. 33, da Lei /06 Art. 33, Lei /06 - Tráfico de drogas. Norma Penal em branco heterogênea (as drogas estão em uma portaria). Ex. Retiram da portaria uma substância considerada entor-pecente (ex. lança perfume). Uma pessoa estava respondendo por tráfico de lança per-fume quando a lei complemen-tadora é alterada. Art.2º, da Lei 1.521/51 Art.2º, da Lei 1.521/51 - Trans-gredir tabelas oficiais de preço. Norma penal em branco heterogênea (o complemento está em portarias também). Ex. Imagina-se que não se possa vender o kg da carne acima de R$20,00. A pessoa vende por R$25,00. Em razão da inflação, há uma alteração na tabela e a proibição da venda do kg da carne vai para R$30,00. Essa alteração retroage? Respostas da Doutrina: 1ª C Sim. A alteração do complemento é benéfica, e, portanto, retroage. 2ª C A alteração, mesmo que benéfica, não retroage. 3ª C Se a pessoa se casou com um impedimento e esse impedimento deixou Essa alteração retroage? Respostas da Doutrina: 1ª C Sim. A alteração do complemento é benéfica, e, portanto, retroage. 2ª C - A alteração, mesmo que benéfica, não retroage. 3ª C Se o lança perfume não é mais considerado Essa alteração retroage? Respostas da Doutrina: 1ª C Sim. A alteração do complemento é benéfica, e, portanto, retroage. 2ª C - A alteração, mesmo que benéfica, não retroage. 3ª C CUIDADO! Nesse caso, quando a tabela mudou, em nenhum momento se quis 27 de 87

28 de existir, houve real modificação da figura abstrata. Então, a norma complementadora retroage. 4ª C Tratando-se de alteração benéfica de norma penal em branco homogênea, retroage. droga (o legislador não quer mais que o lança perfume se torne crime), houve real modificação da figura abstrata. Então, a norma complementadora retroage. 4ª C Como a lei de drogas é NPB heterogênea, ela retroage. Só não iria retroagir se a portaria (norma complementadora) ocorresse em estado excepcional ou de emergência. modificar a figura abstrata do crime. A atualização da tabela não foi para deixar de ser crime aquela venda fora da tabela (foi só por causa da inflação). Então, não havendo modificação da figura abstrata não retroage. 4ª C Revestindo-se o tabelamento de preço de excepcio-nalidade, a norma complemen-tadora não retroage, pois há ultratividade da primeira norma complementadora. O que se entende por lei intermediária? Vejamos o quadro abaixo. LEI INTERMEDIÁRIA Lei A Lei B Lei C (Pena 1-4 anos) (Pena 6m-2a) (Pena 2-5 anos) Data do fato Retroativa Ultra-ativa A lei intermediária mais benéfica possui duplo efeito: a) quando a Lei B revoga a Lei A, é retroativa (mais benéfica); quando a Lei B é revogada pela Lei C, é ultrativa. Pode ocorrer retroatividade de jurisprudência mais benéfica. Vejamos o exemplo a seguir: OUTUBRO 2001 ANTES DEPOIS Súmula 174 do STJ: no crime Foi cancelada a súmula 174 do de roubo, a intimidação feita STJ (arma de brinquedo não com arma de fogo autoriza o majora a pena do roubo mas aumento de pena. 28 de 87

29 serve para configurar o roubo). A CF/88 menciona, apenas, a retroatividade da lei, bem como código penal somente disciplina a retroatividade da lei penal. Essa questão tem muito interesse em país que adota o sistema de precedentes judiciais. No Brasil, a doutrina vem admitindo a retroatividade de jurisprudência mais benéfica em casos de súmula vinculante e controle concentrado de constitucionalidade. 8. Aplicação da Lei Penal no Espaço Introdução O mesmo fato pode percorrer territórios de países distintos. O que buscamos saber aqui é quais as fronteiras da lei penal brasileira. Sabendo que um fato punível pode, eventualmente, atingir os interesses de dois ou mais Estados igualmente soberanos, o estudo da lei penal no espaço visa a descobrir qual é o âmbito territorial de aplicação da lei penal brasileira, bem como de que forma o Brasil se relaciona com outros países em matéria penal. Busca-se saber as fronteiras de atuação da lei penal brasileira. Quando um fato punível atinge dois ou mais interesses de dois ou mais estados igualmente soberanos, incidem alguns princípios para resolver o possível conflito (são seis princípios). Princípios aplicáveis na solução do aparente conflito (Direito Penal no espaço) Princípio da Territorialidade. Por esse princípio, aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a nacionalidade do agente ou da vítima. 29 de 87

30 Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade. Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, pouco importando o local em que o crime foi praticado Princípio da Nacionalidade Ativa ou da Personalidade Ativa. Por ele, aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, não importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico (art. 7º, II, b, do CPB); Personalidade Passiva. Nesta hipótese importa somente se a vítima do delito é nacional (art. 7º, 3º, do CPB). Princípio da Defesa (ou Real). Por esse princípio, aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico lesado, não importando a nacionalidade dos envolvidos ou o local do crime. Princípio da Justiça Penal Universal ou Cosmopolita. O agente fica sujeito à lei penal do país onde for encontrado, não importando a nacionalidade dos envolvidos, do bem jurídico ou o local do crime. Esse princípio acaba norteando os crimes que países se obrigam a reprimir em Tratados Internacionais de Cooperação de (repressão de determinados delitos de alcance transnacional). Princípio da Representação (do Pavilhão, da Bandeira, da Substituição ou da Subsidiariedade). A lei penal nacional aplica-se aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações privadas quando no estrangeiro e aí não sejam julgados, não importando a nacionalidade do agente, do bem jurídico (inércia do país estrangeiro). Princípio da Territorialidade: REGRA NO BRASIL; Princípio da Nacionalidade Ativa ou da Personalidade Ativa; Aplicação dos Princípios no Direito Penal no espaço Princípio da Nacionalidade Passiva; 30 de 87

31 Princípio da Defesa (ou Real); Princípio da Justiça Penal Universal ou Cosmopolita; Princípio da Representação; O Brasil adotou o princípio da territorialidade como regra, e os demais princípios aplicados nas hipóteses de extraterritorialidade da lei penal nacional. Acerca do Princípio da Territorialidade faz-se necessário tecermos algumas considerações. Art.5º, CP: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. à Pergunta de concurso. O art. 5º, do CP adotou territorialidade absoluta ou relativa/ temperada? Se o artigo 5º fosse composto apenas do que está em verde, ele seria uma territorialidade absoluta. Mas existem exceções, admitindo aplicação de leis internacionais em alguns casos em que o crime é cometido no território nacional. Então, o art.5º do CP adotou territorialidade temperada, pois convenções, tratados e regras internacionais podem impedir a aplicação da lei brasileira ao crime cometido em território nacional (isso se chama intraterritorialidade - o que está entre aspas). Vejamos uma comparação entre as regras: Territorialidade Extraterritorialidade Intraterritorialidade Local do Brasil Estrangeiro Brasil Crime Lei aplicada Brasileira Brasileira Estrangeira 31 de 87

32 * Crime Lei * Crime Lei * Crime Lei os: Exempl Obs*: Imunidade diplomática Tribunal Penal Internacional** Obs*: Na intraterritorialidade é o juiz brasileiro quem aplica lei estrangeira? Não. Diversamente do que ocorre no direito civil, em nenhuma hipótese o juiz criminal pode aplicar a legislação penal estrangeira. Então, quem aplica a lei é o próprio país da lei a ser aplicada. O Tribunal Penal Internacional** viola o monopólio do direito de punir do Estado? Para responder essa questão, devemos lembrar do art.1º do Estatuto de Roma. Art.1º, Estatuto de Roma - É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional ("o Tribunal"). O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto. O art.1º do Estatuto de Roma consagrou o princípio da complementariedade, isto é, o TPI não pode intervir indevidamente nos sistemas judiciais nacionais, que continuam tendo a responsabilidade de investigar e processar os crimes cometidos no seu território, salvo nos casos em que os Estados se mostrem incapazes ou não demonstrem efetiva vontade de punir os seus criminosos. 32 de 87

33 CONCLUSÃO: A lei brasileira, em regra, deve respeitar as fronteiras do território nacional. O que se entende por território nacional? Território nacional é o espaço físico (geográfico) e o espaço jurídico (espaço por ficção ou equiparação ou extensão), sendo este previsto no art.5º, 1º e 2º, do CP. Art.5º, 1º CP - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Art.5º, 2º CP - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil (Princípio da Reciprocidade). Se o Brasil está dizendo para o mundo que sua aeronave ou embarcação é pública, e, que, portanto são consideradas como extensão do território nacional onde quer que se encontrem, é claro que ele tem que respeitar as embarcações e aeronaves de outro Estado em nosso país. Esse é o Princípio da Reciprocidade. Diante do exposto, podemos chegar às seguintes CONCLUSÕES acerca do conceito de território e a aplicação da lei penal: 33 de 87

34 1ª Conclusão: Quando os navios ou aeronaves forem públicos ou estiverem a serviço do governo brasileiro, são considerados partes do nosso território. Então aplica a lei brasileira, onde quer que se encontrem. 2ª Conclusão: Se os navios ou aeronaves forem privados, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da bandeira que ostenta. Em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente nenhum país exerce soberania. Ex. avião da LATAM. Só é extensão do governo brasileiro se estiver em alto-mar. Se estiver em espaço aéreo de outro país, não é território brasileiro. Apenas a título de curiosidade, o conceito de liberdade em alto-mar está no art.87, da Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar (1982). Artigo 87.º, CONUMAR - Liberdade do alto mar: 1 - O alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral. A liberdade do alto mar é exercida nas condições estabelecidas na presente Convenção e nas demais normas de direito internacional. Compreende, inter alia, para os Estados quer costeiros quer sem litoral: a) Liberdade de navegação; b) Liberdade de sobrevoo; c) Liberdade de colocar cabos e ductos submarinos nos termos da parte VI; d) Liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo direito internacional, nos termos da parte VI; e) Liberdade de pesca nos termos das condições enunciadas na secção 2; f) Liberdade de investigação científica, nos termos das partes VI e XIII. 2 - Tais liberdades devem ser exercidas por todos os Estados, tendo em devida conta os interesses de outros Estados no seu exercício da liberdade 34 de 87

35 do alto mar, bem como os direitos relativos às actividades na área previstos na presente Convenção. 3ª Conclusão: Quando houver navios e aeronaves estrangeiros em território brasileiro, desde que públicos, não serão considerados partes do nosso território (princípio da reciprocidade). No mais, quando estrangeiros, em território brasileiro, desde que privados, são considerados parte de nosso território. Ø Pergunta de concurso: Embaixada é extensão do território que representa? Quanto à territorialidade das embaixadas, mesmo havendo divergências entre alguns doutrinadores, prevalece que não fazem parte do território do país que representam, apesar de invioláveis. Exemplos: I - um crime ocorrido na embaixada brasileira em Portugal, em regra, é cometido em Portugal. Mas a embaixada é inviolável. Para Portugal entrar e investigar este crime, ele tem que vencer obstáculos impostos pelos Tratados de Direito Internacional. II - crime cometido em embaixada Chilena no Brasil; considera-se ocorrido em território brasileiro. Mas, para ser investigado pelo Brasil, tem que se vencer obstáculos impostos por tratados internacionais. 1º Problema: Ex. Há uma embarcação privada brasileira em alto-mar e ela naufraga. Sobre os destroços desta embarcação, um italiano mata um holandês. Qual lei se aplica? 35 de 87

36 a) Brasileira (é a lei brasileira os destroços continuam ostentando a bandeira). b) Italiana c) Holandesa 2º Problema: Ex. Há duas embarcações em alto-mar: uma privada, brasileira; e uma privada, portuguesa. Elas colidem. Dois sobreviventes constroem uma jangada, com destroços dos 2 navios. Um norte-americano mata um argentino na jangada. Qual lei se aplica no caso? a) Brasileira b) Portuguesa c) Norte-americana. (O CP não explica essa situação, pois foram misturados territórios. Então, na dúvida, deve-se aplicar a lei da nacionalidade do agente). (Aplicação da Lei da Nacionalidade Ativa para não surpreender o agente). d) Argentina 3º Problema: Na costa brasileira, há um navio público da Colômbia atracado. No crime ocorrido nessa embarcação, aplica-se a lei da Colômbia, pois o navio é público. Mas, imagine-se que um marinheiro da Colômbia pratique um crime no solo brasileiro. Se este marinheiro estiver a serviço do seu governo - aplica-se a lei da Colômbia; brasileira. Se este marinheiro NÃO estiver a serviço do seu governo - aplica-se a lei 4º Problema: Ex. Navio privado holandês pratica abortos fora do mar territorial brasileiro. Uma brasileira sai do território, vai ao navio, pratica o aborto e volta. A brasileira não pode ser responsabilizada, pois em alto-mar prevalece a lei da bandeira (no caso, a holandesa). Territorialidade 36 de 87

37 Art. 5º, CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Como visto acima, nos termos do art.5º, CP aplica-se a lei brasileira quando um crime é praticado no território nacional. Mas quando um crime é praticado em sua totalidade no território nacional? É necessário verificar quando, em concreto, se pode afirmar que um crime foi realizado no território brasileiro. Existem 03 teorias na discussão do assunto. 1ª) Teoria da Atividade Considera-se o lugar do crime aquele em que houve a conduta. 2ª) Teoria do Resultado/Evento Considera-se o lugar do crime aquele em que ocorreu o resultado. 3ª) Teoria da Ubiquidade ou Mista Considera-se o lugar do crime aquele em que ocorreu a conduta, bem como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. O CP adotou a Teoria da Ubiquidade ou Mista, conforme art.6º, do CP: Lugar do crime Art. 6º, CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 37 de 87

38 LEMBRE-SE DESTE MNEUMÔNICO: LUTA TEMPO DO CRIME TEORIA DA ATIVIDADE LUGAR DO CRIME TEORIA DA UBIQÜIDADE Então: Se a conduta ocorrer no Brasil e o resultado fora à crime praticado no Brasil Se a conduta ocorrer fora do Brasil e o resultado no Brasil à crime praticado no Brasil Se a conduta ocorrer fora do Brasil e o resultado deveria ocorrer no Brasil (o destino era o Brasil) à crime praticado no Brasil Se em território brasileiro ocorre unicamente o PLANEJAMENTO ou PREPARAÇAO do crime, não se aplica a lei brasileira (salvo quando a lei brasileira pune alguns atos preparatórios, isto é, quando a preparação por si só, caracterizar crime, por exemplo, associação para o tráfico). Direito de passagem e a Lei 8.617/93 (Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências). Suponha-se que um navio privado de Portugal saia deste país com destino ao Uruguai. Porém, quando este navio está de passagem no mar territorial brasileiro, ocorre um homicídio. Aplica-se a lei brasileira nesse caso? Art.5º, 2º CP - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no 38 de 87

39 espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. De acordo com o art.5º, 2º, do CP, aplica-se a lei brasileira, pois este navio está no mar territorial brasileiro. PORÉM, ESSA REDAÇÃO É DE A LEI 8.617/93 MUDOU ESSE ENTENDIMENTO, criando o direito de passagem, prevendo hipóteses que excepcionam o artigo 5º, 2º, CP. Segundo o art.3º desta lei: Art. 3º, Lei 8.617/93 - É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro. Esse é o princípio da passagem inocente. Então, se o navio estiver de passagem no mar territorial brasileiro, não se aplica o CP, mas lei especial. Assim, o princípio da passagem inocente (art.3º da Lei 8.617/93) diz que quando um navio atravessa o território nacional apenas como passagem necessária para chegar ao seu destino, não se aplica o art.5º, 2º, do CP (não se aplica a lei brasileira). 39 de 87

40 Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido a bordo de embarcação privada estrangeira de passagem pelo mar territorial brasileiro? Exemplo. Navio sai de Portugal com destino ao Uruguai, quando está passando pelo mar territorial brasileiro, um holandês mata um chinês. Resposta: Ø Pela leitura do Art. 5º, 2º, C.P aplica-se a lei brasileira. Ø Lei posterior (Lei 8.617/93), nesses casos, prevê a passagem inocente; Para que seja reconhecida a passagem inocente (não se aplica a lei brasileira), o navio privado deve utilizar o mar territorial brasileiro, somente como caminho necessário para seu destino (outro país), sem pretensão de atracar no nosso território. O direito de passagem inocente é só para embarcação ou também abrange aeronaves? Apesar de não haver previsão expressa, a doutrina entende abranger as aeronaves, pois não há motivo justo para restringir. Quadro esquemático CRIME À DISTÂNCIA (espaço máximo) O delito percorre territórios de DOIS países soberanos. Ex: Brasil e Argentina. Gera conflito internacional de jurisdição. Esse conflito é resolvido no Brasil pelo art.6º, do CP (teoria da ubiquidade se a execução ou resultado foi no Brasil, aplica a lei brasileira). CRIME EM TRÂNSITO O crime percorre territórios de MAIS DE DOIS países soberanos. Ex: Brasil, Argentina e Uruguai. Gera conflito internacional de jurisdição. Esse conflito é resolvido no Brasil pelo art.6º, do CP (teoria da ubiquidade se a execução ou resultado foi no Brasil, aplica a lei brasileira). CRIME PLURILOCAL O delito percorre territórios do mesmo país (UM SÓ país). Ex: SP, BH e RJ Gera um conflito interno de competência. Esse conflito é resolvido no Brasil pelo art.70, do CPP (competência do juiz do local da consumação ou no caso de tentativa no último ato de execução). Princípio da Extraterritorialidade (art.7º, CP) 40 de 87

41 Extraterritorialidade (art. 7 o, do CP) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (SÃO HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA a nossa lei alcança esse fato, pouco importando se a pessoa foi condenada ou absolvida no estrangeiro) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Princípio da Defesa preocupação com o bem jurídico) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 41 de 87

42 economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Princípio da Defesa preocupação com o bem jurídico) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Princípio da Defesa preocupação com o bem jurídico) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Aqui, duas correntes divergem. A primeira corrente entende que é o princípio da justiça universal Nucci, sendo a que prevalece - e a segunda corrente entendendo que é o princípio da defesa defendida por Capez e não mais prevalece). II - os crimes: (SÃO HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA para a nossa lei alcançar esse fato, a lei exige algumas condições). a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Princípio da Justiça Universal) b) praticados por brasileiro; (Princípio da Nacionalidade Ativa) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Princípio da Representação) 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional (não precisa permanecer no território brasileiro); b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 42 de 87

43 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Aqui, duas correntes divergem. A primeira corrente entende que é o princípio da Nacionalidade passiva. A segunda entendendo que é o princípio da defesa). (SÃO HIPÓTESES DE EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA para a nossa lei alcançar esse fato, a lei exige outras condições além das condições previstas no 2º). a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Crimes praticados por brasileiro no estrangeiro. Trata-se de contrapartida necessária à vedação de extradição do cidadão brasileiro. Caso não existisse essa hipótese de extraterritorialidade, o cidadão que cometesse delito no estrangeiro e regressasse ao território nacional, teria sacramentada a sua impunidade. (Por isso existe essa punição e isso cai muito em concurso). Exemplo prático n o 01. Brasileiro em Portugal mata dolosamente cidadão português. O agente foge e retorna ao território brasileiro antes do fim das investigações. A lei brasileira alcança este fato? Esse é o caso do art.7º, II, b, c/c 2º, letra a, CP. 43 de 87

44 Ø Perguntas de Concurso: Pergunta 1. É caso de extraterritorialidade da lei penal brasileira? Sim. Art.7º, II, d, do CP. Pergunta 2. Qual espécie de extraterritorialidade? Extraterritorialidade condicionada, pois têm que estar presentes as condições do art.7º, 2º, CP. Não basta uma condição! Todas as condições devem estar presentes. Quais são as condições cumulativas? Vejamos o parágrafo 2º: art.7º, 2º, CP - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; Atenção! Entrar não significa permanecer. Então, mesmo que a pessoa entra e saia imediatamente do território nacional, estará preenchida essa condição. Prevalece que território nacional abrange o território jurídico (art.5º, 1º, CP). b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; O fato também deve ser crime no estrangeiro, senão a lei brasileira não alcançará esse fato. No caso, homicídio também é punido no estrangeiro. O crime deve estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição. Os crimes que o Brasil autoriza extradição de estrangeiro são os mesmos crimes que o Brasil vai alcançar quando praticados por brasileiros fora do Brasil. d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 44 de 87

45 Cuidado! A extraterritorialidade aqui é condicionada! Logo, se o agente foi absolvido ou tiver cumprido pena no estrangeiro, não se alcança o fato novamente. e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Se já estiver extinta a punibilidade, não se alcança o fato. Pergunta 3. De quem é a competência para o processo e julgamento Justiça Estadual ou Federal? Em regra, justiça Estadual. Só será Justiça Federal quando presentes as hipóteses do art.109, IV, da CF. Pergunta 4. De quem é a competência territorial para o processo e julgamento? É a capital do Estado em que o agente mora ou morou no Brasil. Se ele nunca morou no Brasil, é a capital da República (Justiça do Distrito Federal). A resposta está no art.88, do CPP, que diz: Art. 88, CPP - No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. Exemplo prático nº 02. Brasileiro, residente em Uberlândia/MG, encontrava-se de férias no Uruguai quando atropelou um uruguaio naquele país, matando-o. Logo em seguida, voltou para a sua cidade no Brasil. O problema é que o Uruguai mandou os autos de investigação para a cidade do rapaz, e não para a capital do Estado em que ele reside Belo Horizonte/MG. Esse foi o erro. Deve-se enviar os autos para a capital do Estado, e não para a cidade em que a pessoa reside. Extraterritorialidade Incondicionada 45 de 87

46 Quando se fala em extraterritorialidade incondicionada, pouco importa se o agente foi ou não condenado no estrangeiro. Vejamos. Art.7º, 1º, CP - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Isso significa que a pessoa pode sofrer um processo no Brasil e no estrangeiro pelo mesmo fato, podendo ser condenado nos dois países pelo mesmo fato. Outrossim poderá o agente cumprir pena no Brasil e no estrangeiro pelo mesmo fato. Mas isso não é uma hipótese de bis in idem? Para responder essa questão, deve-se observar o artigo 8º, do CP ) Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Art. 8º, CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 46 de 87

47 Francisco de Assis Toledo diz que esse artigo impede o bis in idem. Mas, na realidade esse artigo apenas atenua o bis in idem. É uma hipótese excepcional em que se admite o bis in idem. Então, apesar de Assis Toledo ensinar que o art.8º, do CP impede a dupla punição (bis in idem), prevalece que apenas atenua (compensação de penas). Trata-se de hipótese excepcional, em que o bis in idem serve para reforçar a soberania do nosso país. Logo, conclui-se que a vedação do bis in idem admite exceções. Isso é dito no próprio Estatuto de Roma. 9. Aplicabilidade da Lei Penal em relação às pessoas (imunidades) De acordo com o art. 5º da Constituição Federal: Art. 5 o : Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; O artigo trata do princípio da isonomia. Tal princípio, porémdeverá ser analisado da seguinte forma: a isonomia garantida constitucionalmente é substancial, permitindo tratar os desiguais de forma desigual, na medida de sua desigualdade. Além disso, a imunidade leva em conta dados objetivos e não subjetivos do agente. A imunidade é uma prerrogativa funcional, e não um privilégio da pessoa. Então, a lei penal se aplica a todos, nacionais ou estrangeiros, por igual, não existindo privilégios pessoais. Há, no entanto, pessoas que, em virtude de suas funções, ou em razão de regras internacionais, desfrutam de imunidades. Logo, longe de ser uma garantia pessoal, trata-se de 47 de 87

48 necessária prerrogativa funcional, proteção ao cargo ou função desempenhada pelo seu titular. Quais as diferenças entre privilégio e prerrogativa? Privilégio É uma exceção da lei comum deduzida da situação de superioridade das pessoas que a desfrutam. O privilégio trabalha com a ideia de que há pessoas superiores a outras. É subjetivo e anterior à lei. Tem uma essência pessoal. É poder frente à lei. É próprio da aristocracia das ordens sociais (nobreza, clero). Prerrogativa É o conjunto de precauções que rodeiam a função. Servem para o exercício da função. É objetiva e deriva da lei. É um anexo à qualidade do órgão. É conduto para que a lei se cumpra. É próprio das aristocracias das instituições governamentais. Por isso, não se pode falar em foro privilegiado. Deve-se falar em foro por prerrogativa de função. Imunidades Diplomáticas São imunidades de direito público internacional de que desfrutam: Ø Chefes de governo ou de Estado estrangeiro, sua família e membros de sua comitiva; Ø Embaixador e sua família; Ø Funcionários do corpo diplomático e suas respectivas famílias; Ø Funcionários das organizações internacionais, quando em serviço (ex. funcionários da ONU). O que, de fato, é garantido pela imunidade diplomática? O diplomata deve obediência à nossa lei? 48 de 87

49 Por força da característica da generalidade da lei penal, os agentes diplomáticos devem obediência ao preceito primário do país em que se encontram. Escapam, no entanto, da sua competência jurídica (punição preceito secundário), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem (intraterritorialidade). Primeiramente, é importante observar que a lei penal é formada pelo preceito primário (que possui o conteúdo criminoso) e pelo preceito secundário (que traz a consequência jurídica a sanção penal). O diplomata deve sim obedecer ao preceito primário. O que a imunidade lhe garante é exatamente escapar das consequências jurídicas, ficando sujeito às consequências do seu país de origem. Então, o diplomata que mata alguém comete crime sim. O que fica diferente é a consequência jurídica. Apesar de todos deverem obediência ao preceito primário da lei penal do país em que se encontram (generalidade da lei penal), os diplomatas escapam à sua consequência jurídica (punição), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem. E se no país de origem do diplomata não houver punição? Haverá, então, um conflito de direito internacional, que, ao ser resolvido pelas imunidades, pode levar ao fato de o diplomata não ser punido. O agente diplomativo, por disposiçãoo expressa, não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. É o que dispõe o Decreto no /65 (regulamenta a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas). Artigo 29. A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade. 49 de 87

50 Artigo 30. A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão. 2. Seus documentos, sua correspondência e, sob reserva do disposto no parágrafo 3 do artigo 31, seus bens gozarão igualmente de inviolabilidade. A presente imunidade não impede a investigação policial. Ø Pergunta de Concurso: Qual a natureza jurídica da imunidade diplomática? Trata-se uma causa pessoal de isenção de pena. O diplomata pode renunciar à sua imunidade? Não, pois se o agente pudesse abrir mão da imunidade, ele estaria agindo como se ela fosse um privilégio, e não uma prerrogativa. A imunidade diplomática não pode ser renunciada pelo diplomata, pois é uma prerrogativa do cargo. Mas, atenção! O país de origem pode renunciar a imunidade do seu diplomata (ex. caso nos EUA em que um diplomata da Georgia dirigindo embriagado atropelou uma brasileira. O país renunciou a imunidade do diplomata e ele respondeu de acordo com uma lei americana). É vedado ao seu destinatário abdicar da prerrogativa (pois esta é do cargo e não da pessoa). Poderá haver renúncia por parte do Estado de origem, ficando o diplomata sujeito à lei do país em que ocorreu o crime Art. 32, Dec /65: 50 de 87

51 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo A renuncia será sempre expressa. 3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de imunidade de jurisdição nos termos do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe será permitido invocar a imunidade de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação principal. 4. A renuncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou administrativas não implica renúncia a imunidade quanto as medidas de execução da sentença para as quais nova renúncia é necessária. Ø Pergunta de Concurso: Os agentes consulares desfrutam de imunidade? O agente consular possui imunidade somente nos delitos praticados em razão da função, não abrangendo os crimes praticados fora da função. Possui imunidade: Nos crimes comuns; Embaixador a) Nos crimes praticados em razão da função. Possui imunidade: Agente Consular Somente nos delitos praticados em razão da função. Conforme já discorremos na presente aula, quanto à territorialidade das embaixadas, mesmo havendo divergências entre alguns doutrinadores, decidiu o STF que as mesmas NÃO FAZEM parte do território do país que representam, tendo em vista que as sedes diplomáticas, de acordo com a Convenção de Viena, possuem apenas inviolabilidade. Então, a embaixada não é extensão do território, mas é inviolável (inviolabilidade = para se cumprir a lei do país no interior da embaixada, deve primeiro se passar pelas regras de direito internacional, não se podendo cumprir a lei do país nem mesmo se 51 de 87

52 houver mandado judicial, ou flagrante delito) Imunidades Parlamentares Dispõe o art. 53, caput, da CF, sobre a Imunidade Parlamentar absoluta ou material ou real ou substancial ou inviolabilidade ou indenidade: Art. 53, caput, CF - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela ECnº 35, de 2001) De acordo com o STF, a inviolabilidade exime o seu titular de qualquer tipo de responsabilidade (criminal, civil, administrativa e política). (Atenção porque essa não é a letra da lei). Ø Pergunta de Concurso: Qual é a natureza jurídica da imunidade parlamentar absoluta? R: Existem várias correntes: 1ª Corrente É causa excludente de crime (Pontes de Miranda). 2ª Corrente É causa que se opõe à formação do crime (Basileu Garcia). 3ª Corrente É causa pessoal de exclusão de pena (Aníbal Bruno). 4ª Corrente É causa de irresponsabilidade (Magalhães Noronha). 5ª Corrente É incapacidade pessoal penal por razões políticas (Frederico Marques). 6ª Corrente É causa de atipicidade (Luis Flávio Gomes e STF). 52 de 87

53 Sabendo que a punição do partícipe pressupõe fato principal (fato praticado pelo autor) típico e ilícito, adotada a sexta corrente (atipicidade), o partícipe também não poderá ser punido. Caso prático. Senador e seu assessor praticaram uma calúnia em relação a outro senador. Ocorre que o senador não pode ser punido, pois, segundo a sexta corrente, o fato é atípico. Por conseguinte, no exemplo, o assessor também não poderá ser punido pela calúnia, pois o fato praticado pelo autor não era típico e ilícito (era atípico). Ø Pergunta de Concurso: Quais os limites da imunidade material (imunidade parlamentar absoluta)? Para que a imunidade incida, deve haver nexo causal com o exercício da função parlamentar. Nas dependências do parlamento, o nexo causal é presumido. Fora das dependências do parlamento, o nexo deve ser comprovado. Logo, os deputados e senadores não são imunes somente nas dependências do parlamento. São imunes dentro e fora do parlamento. Ocorre que, dentro do parlamento, o nexo causal entre a prática do delito e o exercício da função é presumido (facilitando a incidência da imunidade) e fora do parlamento, esse nexo deve ser comprovado. Obs: Voto do Ministro Marco Aurélio de Melo explicando o nexo causal Segundo esse Ministro, aplicar essa imunidade a fatos estranhos à função é criar uma blindagem totalmente absurda confundindo prerrogativa com privilégio. Segundo Marco Aurélio, o instituto da imunidade parlamentar absoluta não permite ações estranhas ao mandato, sem que haja consequências. A não se entender assim, estarão os parlamentares acima do bem e do mal, blindados, como se o mandato fosse um escuso polivalente (STF, INQ 2.813). EMENTA INQ 2.813: PROCESSO-CRIME PARLAMENTAR HONRA DE TERCEIRO IMUNIDADE ALCANCE. A imunidade prevista no artigo 53 da 53 de 87

54 Constituição Federal pressupõe elo entre o mandato parlamentar e o que veiculado. Imunidade Parlamentar relativa ou formal ao foro de julgamento (art.53, 1º, da CF): Art.53, 1º, CF - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação pela EC nº 35, de 2001) O foro natural para julgar Deputados e Senadores é o STF. Mas, cuidado! O foro especial é somente para ações penais. Não abrange ações extrapenais, nem mesmo as de improbidade administrativa. da posse. O termo inicial do foro especial é a expedição do diploma, que ocorre antes Ø à Pergunta de Concurso: Esse foro permanece depois de terminado o mandato? Terminado o mandato, o processo volta para o primeiro grau. Se assim não fosse, o foro especial estaria sendo um privilégio da pessoa, e não uma prerrogativa do cargo. Por isso, o STF cancelou a súmula 394, que dizia: Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício. (É o caso do ex-senador Delcídio do Amaral, investigado e posteriormente réu da ação penal resultante da Operação Lava Jato). Houve um caso em que um deputado estava sendo processado no STF e quando seu processo foi para pauta de julgamento, ele renunciou ao mandato, para que o processo fosse para o primeiro grau e ocorresse prescrição do fato. Nesse caso, o STF não devolveu o processo para o primeiro grau e julgou o 54 de 87

55 caso, pois entendeu que o parlamentar estaria utilizando da sua prerrogativa de foro para burlar a lei e o judiciário. Então, o STF, no julgamento da ação penal 396 decidiu que a renúncia do parlamentar para evitar decisão da Corte de processo colocado em pauta, constitui manobra, inaceitável fraude processual, permanecendo o STF competente para a análise do mérito. EMENTA AP 396: QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE DIREITO: RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO STF PARA CONTINUIDADE DO JULGAMENTO DA PRESENTE AÇÃO PENAL. DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR ÓRGÃO DO MP DE 1º GRAU, DE OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. CONFIGURAÇÃO DOS CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO PENAL JULGADA PROCEDENTE. 1. Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 2. No caso, a renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010, véspera do julgamento da presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. 3. (...) 9. Questão de ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste Supremo Tribunal Federal para continuidade do julgamento. 10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada procedente. Observação: O Ministro Marco Aurélio discordou da maioria, entendendo a renúncia dentro do direito de ampla defesa do réu. 55 de 87

56 Imunidade relativa à prisão (art.53, 2º, da CF): Art.53, 2º, CF - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela EC nº 35, de 2001) O termo inicial dessa imunidade é desde a expedição do diploma. A garantia por ela prevista é a de que o parlamentar só pode ser preso em flagrante delito de crime inafiançável. Nas seguintes modalidades de prisões, somente é possível a prisão para o parlamentar no caso de crime inafiançável (em verde no esquema). Em todos os demais casos, não é cabível a prisão, pois incide a imunidade! Prisão Pena Prisão Provisória Prisão em flagrante Por crime inafiançável Por crime afiançável (Obs: Com a lei /11 questiona-se se a prisão em flagrante é espécie de prisão provisória). Prisão Temporária Prisão Preventiva julgado. Admite-se prisão decorrente de sentença condenatória transitada em A jurisprudência estende a imunidade também para o caso de prisão civil (parlamentar não sofre prisão civil se devedor de alimentos). 56 de 87

57 No caso de flagrante em crime inafiançável, a casa legislativa faz um juízo político da clausura. O juízo não é jurídico, mas político (conveniência e oportunidade de se manter o parlamentar preso). Ø Pergunta de Concurso: Parlamentar que, fora da função, ofende terceiro, fazendo referências a sua cor, pode ser preso em flagrante? R: Cuidado! Nesse caso, deve-se distinguir: Injúria qualificada pelo preconceito Racismo Prevista no art.140, 3º, CP Lei 7.716/89 O agente atribui à vítima qualidade negativa, fazendo referências a sua cor, O agente segrega ou incentiva a segregação raça, religião, origem, etc. Prescritível. Imprescritível. Afiançável Inafiançável Na pergunta do concurso, o parlamentar não podia ser preso, pois ele praticou crime de injúria racial, e não racismo. O crime de injúria qualificada pelo preconceito é afiançável. Súmula 245, STF - A imunidade parlamentar não se estende ao coréu sem essa prerrogativa. ATENÇÃO!! ESSA SÚMULA SÓ SE APLICA NO CASO DE IMUNIDADE PARLAMENTAR RELATIVA (não se aplica para a imunidade parlamentar absoluta). Imunidade relativa ao processo (art.53, 3º, 4º e 5º, da CF): Art.53, CF: (...) 3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e 57 de 87

58 pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação pela EC nº 35, de 2001) 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação pela EC nº 35, de 2001) 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação pela EC nº 35, de 2001) Esta imunidade só alcança os crimes praticados após a diplomação. Crime antes da Diplomação Tem foro especial no STF Diplomação Crime após a diplomação Tem foro especial no STF Além disso, o processo pode ser suspenso A garantia funcional consiste no fato de a Casa Legislativa respectiva (Câmara ou Senado) poder sustar o andamento do processo, suspendendo também a prescrição. CUIDADO!! A imunidade não impede a instauração de Inquérito Policial e nem a realização de investigação penal (STF). Essa investigação depende de autorização do STF, mas uma vez autorizada a investigação pelo STF, não é possível suspendê-la. Imunidade relativa à condição de testemunha (art.53, 6º, da CF) Art.53 da CF: (...) 6º - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela EC nº 35, de 2001) 58 de 87

59 Os deputados e senadores, quando arrolados, são obrigados a servir como testemunha. Eles prestam o compromisso de dizer a verdade. Contudo, não estão obrigados a testemunhar sobre as informações recebidas ou prestadas em razão do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam as informações. Os Congressistas serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz, nos termos do art.221, do CPP. Art. 221, CPP - O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. O parlamentar indiciado (sujeito à investigação policial) não tem a prerrogativa a que se refere o artigo 221, do CPP. Essa prerrogativa é apenas para testemunha. O STF, na AP 421, retirou do parlamentar a prerrogativa do art.221, do CPP, pois utilizada para procrastinar intencionalmente o regular andamento e desfecho do processo (o parlamentar ficou marcando e desmarcando o horário e 59 de 87

60 data da inquirição. Então, o juiz designou dia e horário e determinou a inquirição no dia e horário e local determinados pelo juiz). EMENTA AP 421: QUESTÃO DE ORDEM. AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL ARROLADO COMO TESTEMUNHA. NÃO INDICAÇÃO DE DIA, HORA E LOCAL PARA A OITIVA OU NÃO COMPARECIMENTO NA DATA JÁ INDICADA. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O NÃO ATENDIMENTO AO CHAMADO JUDICIAL. DECURSO DE MAIS DE TRINTA DIAS. PERDA DA PRERROGATIVA PREVISTA NO ART. 221, CAPUT, DO CPP. Passados mais de trinta dias sem que a autoridade que goza da prerrogativa prevista no caput do art. 221 do CPP tenha indicado dia, hora e local para a sua inquirição ou, simplesmente, não tenha comparecido na data, hora e local por ela mesma indicados, como se dá na hipótese, impõe-se a perda dessa especial prerrogativa, sob pena de admitirse que a autoridade arrolada como testemunha possa, na prática, frustrar a sua oitiva, indefinidamente e sem justa causa. Questão de ordem resolvida no sentido de declarar a perda da prerrogativa prevista no caput do art. 221 do CPP, em relação ao parlamentar arrolado como testemunha que, sem justa causa, não atendeu ao chamado da justiça, por mais de trinta dias. Ø Pergunta de Concurso: As imunidades permanecem no Estado de Sítio? As imunidades subsistirão no Estado de Sítio, salvo art.53, 8º, da CF: Art.53, da CF: (...) 8º - As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio (regra), só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida (exceção). (Incluído pela EC nº 35, de 2001) Ø Pergunta de Concurso: Parlamentar que se licencia para exercer cargo no executivo, mantém a imunidade? A imunidade é uma prerrogativa da função. 60 de 87

61 Então, em regra, não se mantém a imunidade, pois a imunidade é do cargo (e não da pessoa). Mas, CUIDADO!!! O STF entende que o parlamentar licenciado mantém o foro por prerrogativa de foro (ele continua sendo julgado no STF). Vide HC /AL. DECISÃO HC : (...) Em princípio, não se justificaria a competência dos Juízes de Direito Integrantes da 17ª Vara Criminal da Capital de Alagoas para o decreto de prisão temporária de Deputado Estadual, tendo em vista o disposto no 4º do art. 74 da Constituição daquele Estado, que assim dispõe: Art. 74. (...). 4º. Os Deputados Estaduais serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça. O dispositivo transcrito guarda total simetria com a Constituição Federal, que, em seu art. 53, 1º, estabelece: Art. 53. (...). 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Nessa mesma linha, tenho que o eventual afastamento do cargo por determinação do Tribunal de Justiça não suspende o foro por prerrogativa de função, que, no caso, permanecerá no Tribunal de Justiça local até o término do mandato ou até que, no caso, seja decretada a perda do cargo por decisão transitada em julgado. Embora tratando da matéria sob o enfoque do afastamento do parlamentar para assumir outro cargo permitido pelo Constituição Federal, porém indicando a extensão que merece a prerrogativa de foro, já decidiu o Plenário do STF: EMENTA: I. STF: competência originária para o processo penal contra membros do Congresso Nacional firmada com a diplomação, ocorrida no caso quando pendia de decisão do Superior Tribunal de Justiça recurso especial contra a rejeição de denúncia pelo Tribunal local: conseqüente transferência para o STF da competência para julgar o recurso especial, anulado - mediante habeas corpus de ofício - o acórdão do STJ que o provera, após a investidura parlamentar do acusado. II. Imunidade parlamentar formal e foro por prerrogativa de função: o afastamento do Deputado ou Senador do exercício do mandato, para investir-se nos cargos permitidos pela Constituição (art. 56, I) suspende-lhes a imunidade formal (cf. Inq. 104, , RTJ 99/477, que cancelou a Súmula 4), mas não o foro por 61 de 87

62 prerrogativa de função (Inq. 780, , RTJ 153/503). (Inq-QO 1070/TO, REl. Min. Sepúlveda Pertence, DJ ). Por isso, a Súmula 4 do STF foi cancelada, pois dizia que Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro (CANCELADA). Imunidades dos Parlamentares dos Estados (deputados estaduais) Art. 27, da CF: (...) 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicandosê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Os parlamentares dos Estados possuem as mesmas imunidades dos deputados federais, em razão do princípio da simetria. No caso de prerrogativa de foro, os deputados estaduais são julgados no TJ, ou TRF ou TRE, dependendo se o crime é estadual, federal ou eleitoral. Os deputados federais são sempre julgados no STF. Imunidades dos Parlamentares dos Municípios (vereadores) Eles só possuem imunidade material, mesmo assim limitada aos atos praticados no exercício do mandato, dentro da circunscrição do município. Então, essa é uma imunidade material limitada. Em regra, os vereadores não possuem imunidade formal ou relativa. Deputados Federais Simetria Deputados Estaduais Vereadores 62 de 87

63 e Senadores Possuem: 1 - Imunidade absoluta; 2 Imunidade relativa: a) Qto ao foro (STF) b) Qto à prisão; c) Qto ao processo; d) Qto à testemunha; Possuem: 1 - Imunidade absoluta; 2 Imunidade relativa: a) Qto ao foro (TJ, TRF, TRE) b) Qto à prisão; c) Qto ao processo; d) Qto à testemunha; Possuem: 1 Imunidade absoluta (na circuns-crição do município em que exercem a vereança); EM REGRA NÃO TÊM IMUNIDADE RELATIVA. Mas, cuidado! A constituição estadual pode prever foro por prerrogativa de função para os vereadores (Caso dos Estados do RJ, PI). Ø Pergunta de Concurso: Em caso de crime doloso contra a vida qual o foro competente? Deve-se lembrar que a competência para o processo e julgamento de crime doloso contra a vida é do Júri, contando com previsão constitucional. Mas, o foro por prerrogativa de função também tem competência constitucional em alguns casos. Vejamos: Dep. Federais e Senadores É a própria CF que faz essa exceção do foro especial no STF, de modo que prevalecerá, então, o foro especial sobre a competência do Júri (a CF excepciona a si mesma). Prevalece o Foro especial. Deputados Estaduais É a própria CF que faz essa exceção do foro especial no TJ/ TRE/ TRF, de modo que prevalecerá, então, o foro especial sobre a competência do Júri (a CF excepciona a si mesma). Há previsão tanto na CF quanto na C. Estadual. Prevalece o Foro especial. Vereadores Eles não têm foro especial. Excepcionalmente, podem ter foro especial no TJ ou TRF. Mas esse foro especial dos vereadores é previsto somente na Constituição Estadual não tendo previsão na CF (a CF não se excepciona nesse caso). Então, a competência especial não prevalece sobre a competência do Júri. Prevalece o Júri. 63 de 87

64 Súmula 721, do STF A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro de prerrogativa de função estabelecido exclusivamente na constituição estadual. Vamos agora testar os conhecimentos adquiridos na Aula 00. 1) (CESPE TJDFT Analista Judiciário / Oficial de Justiça Avaliador Federal 2015) Em relação à aplicação, à interpretação e à integração da lei penal, julgue o item seguinte. No Código Penal, a exposição de motivos é exemplo de interpretação autêntica, pois é realizada no próprio texto legal. Gabarito: ERRADO. A exposição de motivos do Código Penal é espécie de interpretação doutrinária, portanto, não se trata de lei. Já a exposição de motivos do Código de Processo Penal é espécie de interpretação autêntica ou legislativa. 2) (CESPE TJDFT Juiz 2016) Com relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta. a) As frações de dia são computadas como um dia integral de pena nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos. b) O direito penal, quanto ao tempo do crime, considera praticado o crime no momento do seu resultado. 64 de 87

65 c) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz as mesmas consequências, poderá ser homologada no Brasil para todos os efeitos, exceto para obrigar o condenado à reparação do dano. d) Ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra o patrimônio ou a fé pública do DF, de estado, de município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público, embora cometidos no estrangeiro, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro. e) Não é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, ainda que achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Gabarito: D. Considera-se a extraterritorialidade incondicionada os crimes praticados no exterior, independentes de qualquer condição, ou seja, o fato de ter ocorrido o delito, independentemente do local onde fora cometido, irá ser julgado pelas leis brasileiras, pouco importando de foi julgado ou não no exterior. São crimes que possuem extraterritorialidade incondicionada: 1- crimes contra a vida e liberdade do presidente da republica; 2- crimes contra a fé publica e patrimônio da união, estados, municipios, autarquias, fundações publicas, empresas públicas e sociedades de economia mista (com efeito, o fato da questão não ter mencionado a união na alternativa não a torna incorreta pelo simples fato de não ter sido mencionado nenhum adverbios de exclusão); 3- crimes contra a adminitração pública por quem está a seu service; 4- de genocídio quando praticado por brasileiro ou domiciliado no brasil. Quanto aos demais itens: Item a. ERRADO. Art. 11, CP - frações de dia são desprezadas; 65 de 87

66 Item b. ERRADO. Art. 4º, CP - quanto ao tempo do crime, observa-se a teoria da ação; Item c. ERRADO. Art. 9º, CP - exatamente o oposto à assertiva; Item c. ERRADO. Art. 5º, 2º. 3) (CAIP/IMES Câmara Municipal de Atibaia/SP Advogado 2016) São características das normas penais: a) imperatividade, generalidade, abstração e pessoalidade. b) exclusividade, generalidade, abstração e impessoalidade. c) exclusividade, imperatividade, generalidade, abstração e impessoalidade. d) exclusividade, imperatividade, generalidade, e pessoalidade. Gabarito: C. São características das Normas Penais: Exclusividade - A norma penal é exclusiva porque somente ela define infrações e impõe penas. Imperatividade - Em relação à imperatividade, a norma penal é autoritária por sujeitar quem descumprir o seu mandamento. Ela separa e define o lícito do ilícito penal. Quem incorrer no ilícito penal receberá as consequências jurídico-criminais conhecidas como penas. Todos devem obedecer as leis penais. Todas as leis e as normas penais são imperativas. A prática do fato típico faz surgir a relação jurídica punitiva que significa o aparecimento do direito concreto de punir do Estado e a obrigação do indivíduo de não obstar a aplicação da pena. Nos casos de normas penais permissivas como o caso da legítima defesa, acontece inversão nos polos da relação jurídica entre o sujeito e o Estado, cabendo a este último reconhecer os efeitos da excludente da antijuridicidade. Generalidade - A norma penal tem eficácia erga omnes, ou seja, para todas as pessoas. 66 de 87

67 Explica Damásio que mesmo os considerados inimputáveis devem obedecer ao mandado proibitivo da norma penal incriminadora. Abstração e Impessoalidade - A norma penal dirige-se a fatos futuros, vez que não existe crime sem lei anterior que o defina como tal. A norma penal não é feita para indivíduos determinados. 4) (CESPE TJDFT Analista Judiciário / Oficial de Justiça Avaliador Federal 2015) Em relação à aplicação, à interpretação e à integração da lei penal, julgue o item seguinte. Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo de analogia a aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na constância da sociedade conjugal. Gabarito: CERTO. Interpretação extensiva a) -É forma de interpretação; b) Existe norma para o caso concreto; c) Amplia-se o alcance da palavra ( nao importa no surgimento de uma nova norma); d) Prevalece ser possivel sua aplicação no direito penal in bonam ou in malam partem. Interpretação analógica a) É forma de interpretação; b) Existe norma para o caso concreto; c) Utilizam-se exemplos seguidos de uma formula generica para alcançar outras hipoteses; d) É possivel sua aplicação no direito penal in bonam ou in malam partem Analogia 67 de 87

68 a) É forma de integração do direito; b) Não existe norma para o caso concreto (existe uma lacuna); c) Cria-se nova norma a partir de outra (analogia legis) ou do ordenamento juridico (analogia iuris); d) É possivel sua aplicação no direito penal soemente in bonam partem. A interpretação analógica não se confunde com analogia! Na analogia, ao contrário da interpretação extensiva e interpretação analógica, partimos do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual, socorre-se daquilo que o legislador previu para outro caso similar. Então, a analogia não é forma de interpretação, porque não há lei para se interpretar. A analogia é forma de integração do direito, tampando-se uma lacuna em um caso concreto. 5) (FMP DPE/PA Defensor Público Substituto 2015) Assinale a alternativa CORRETA. a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento. b) A lei penal em branco é revogada em conseqüência da revogação de sua norma de complementação. c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas incriminadoras para especificação da pena. 68 de 87

69 e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária. Gabarito: D. Conforme lição do professor Luiz Flávio Gomes, fala-se em norma penal em branco ao revés ou invertida quando o complemento normativo diz respeito à sanção, não ao conteúdo da proibição. A lei penal incriminadora remete para outra a descrição do conteúdo sancionatório. Note-se que o complemento normativo, nesse caso, deve emanar necessariamente do legislador, porque somente ele é que pode cuidar da sanção penal (nenhum órgão do Executivo pode se encarregar dessa tarefa). A Lei /56, que cuida do genocídio, constitui claro exemplo de lei penal em branco ao revés ou invertida porque ela mesma não cuidou diretamente da pena, mas fez expressa referência a outras leis no que diz respeito a esse ponto. Tem-se, pois que a lei penal em branco invertida remete a revelação da sanção para outra lei, mas isso não se confunde com o chamado crime remetido que significa a menção feita por um tipo legal a outro tipo legal, como por exemplo o art. 304 do CP (uso de documento falso), que faz expressa referência a outro delito. Veja-se Art Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 6) (FUNIVERSA SAPeJUS Agente de Segurança Prisional 2015) Acerca do emprego da analogia no âmbito do Direito Penal brasileiro, assinale a alternativa correta. a) A regra é a proibição do emprego da analogia no âmbito penal, por força do princípio da reserva legal, todavia a doutrina é remansosa em admitir esse recurso quando se apresentar in bonam partem. b) A analogia in malam partem ocorre quando se aplica, ao caso omisso, uma lei considerada prejudicial ao réu que, segundo o Código 69 de 87

70 Penal, excepcionalmente, poderá ser admitida, uma vez que deverá ser salvaguardado o direito da coletividade em face do direito do agressor. c) O Direito Penal brasileiro não admite aplicação da analogia. d) Segundo a doutrina, analogia legal, ou legis, é aquela em que se aplica ao caso omisso um princípio geral do Direito. e) Estabelece o Código Penal que a analogia somente poderá ser aplicada aos réus que não sejam reincidentes. Gabarito: A. Analogia é a aplicação da lei utilizando fatos semelhantes, não há previsão legal para aquela situação fática. Trata-se de forma de integração do ordenamento jurídico. A Analogia é admitida no Direito Penal sempre que tiver como objetivo favorecer o réu, mas não é possível se criar crime por analogia, para prejudicar o réu a Analogia não é admitida. 7) (CESPE TRE/GO Analista Judiciário / Área Judiciária 2015) No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir. A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. Gabarito: ERRADO. Trata-se de exemplo de continuidade normativotípica. O princípio da continuidade normativo-típica ocorre quando uma norma penal é revogada, porém, a mesma conduta continua sendo incriminada pelo tipo penal revogador. Este não se confunde com o instituto jurídico da abolitio criminis. Exemplo de aplicação do Princípio da Continuidade Normativo-Típica é o antigo crime de "atentado violento ao pudor", cuja conduta não deixou de ser considerada crime, mas apenas migrou para o tipo penal do crime de estupro. 70 de 87

71 8) (FCC Câmara Municipal de São Paulo/SP Procurador Legislativo 2015) Pode caracterizar situação de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira sua aplicação aos crimes a) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em alto-mar. b) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em território estrangeiro. c) cometidos contra o patrimônio da Marinha do Brasil, quando navegando em alto-mar. d) de genocídio, cometidos em quaisquer embarcações, navegando em alto-mar ou em território estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil. e) cometidos em embarcações públicas brasileiras, quando navegando em território estrangeiro. Gabarito: B. Trata-se do principio da Representação/ Pavilhão/ Bandeira. Demais itens: Item a. ERRADO. Território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade). Item c. ERRADO. Território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade); Item d. ERRADO. Incondicionada (o que exclui a condicionada); Item e. ERRADO. Território nacional por extensão (ou seja, não é caso de extraterritorialidade). 9) (FCC MPE/AL Promotor de Justiça 2012) No que se refere à aplicação da lei penal, correto afirmar que a) a lei excepcional ou temporária, quando já decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante sua vigência. b) o Código Penal adota a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. 71 de 87

72 c) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo penal. d) para a determinação do lugar do crime vigora o princípio da ubiquidade. e) as regras gerais do Código Penal não se aplicam aos fatos incriminados por lei especial, ainda que esta não disponha de modo diverso. Gabarito: D. Art. 6º do CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Item a. ERRADO. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Item b. ERRADO. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Item c. ERRADO. Art O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Item e. ERRADO. Art. 12 do CP- As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso 10) (FCC TJ/PE Analista Judiciário / Área Judiciária 2012) A respeito da aplicação da lei processual no espaço, considere: I. embarcações brasileiras de natureza pública, onde quer que se encontrarem. II. aeronaves brasileiras a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. III. embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se acharem em alto mar. IV. aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se acharem no espaço aéreo brasileiro. 72 de 87

73 V. embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se acharem no espaço aéreo de outro país. Considera-se território brasileiro por extensão as indicadas APENAS em a) I e V. b) III e IV. c) II e III. d) I, II, IV e V. e) I, II, III e IV. Gabarito: E. Território por extensão: 1. Aeronave / embarcação brasileira ou a serviço do governo brasileiro = onde quer que se encontre => aplica-se a lei brasileira 2. Aeronave / embarcação privada ou mercante = em espaço aéreo brasileiro / em espaço aéreo correspondente a alto mar / em alto-mar = aplicase a lei brasileira 3. Aeronave / embarcação estrangeira de propriedade privada = dentro do território brasileiro (espaço aéreo brasileiro e mar territorial brasileiro, respectivamente) = aplica-se a lei brasileira. 11) (FCC TRE/RS Analista Judiciário / Área Judiciária 2010) Dentre os casos de extraterritorialidade incondicionada da lei penal, previstos no Código Penal, NÃO se incluem os crimes cometidos: a) contra a fé pública da União. b) contra o patrimônio de autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. d) em aeronaves ou embarcações brasileiras. e) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 73 de 87

74 Gabarito: D. Por outra ótica, que não a leitura do artigo 7º em sua literalidade, é preciso entender que as aeronaves e embarcações comerciais que não estejam a serviço do governo, somente serão território brasileiro na hipótese de não estarem sob território estrangeiro. Do contrário, entende-se que estão em território estrangeiro, estando sujeitos a legislação daquele país. Vejam o que o artigo 5º do CP fala:"art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (...) 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar". Logo, a assertiva "d" está errada, justamente por ser muito genérica. 12) (FCC TRF/4A Região Analista Judiciário / Área Judiciária / Execução de Mandados 2010) No que se refere à aplicação da lei penal, de acordo com o Código Penal, é certo que a) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente ou do Vice- Presidente da República. b) a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é atenuada, quando idênticas. c) a homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano, quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, depende de pedido da parte interessada. d) a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante sua vigência. 74 de 87

75 e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Gabarito: C. Vamos, analisar assertiva por assertiva: Item a. ERRADO. O equívoco aqui, está em inserir os crimes contra a vida e a liberdade do VICE-PRESIDENTE como sendo uma situação de extraterritorialidade incondicionada. vale a pena fazer a transcrição do art. 7º, I, do CP: "Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República" Item b. ERRADO. O examinador trocou de lugar os termos "computada" por "atenuada". Item c. CORRETO. A homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano, quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, depende de pedido da parte interessada. Já para outros efeitos, dependerá da existência de tratado de extradição com o país de onde foi emanada a sentença ou, na falta do tratado, requisição do Ministro da Justiça. Item d. ERRADO. O candidato, para que elimine essa alternativa, deve ter conhecimento do teor da súmula 711 do STF, que diz: "A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência." (Súmula STF). Item e. ERRADO. O que mata essa alternativa, é a expressão "salvo sentença condenatória transitada em julgado", porquanto o abolitio crimnis apaga todos os efeitos penais, antes, ou após o trânsito em julgado. 75 de 87

76 13) (FCC TJ/AP Técnico Judiciário / Área Judiciária e Administrativa 2014) Com relação à aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar: a) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. b) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência. c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar crime, se já houver sentença penal definitiva. d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento de seu resultado. Gabarito: C. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Os efeitos abolitio criminis alcança as senteças transitadas e julgadas. Análise dos demais itens: Item a. CORRETO. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Item b. CORRETO. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 76 de 87

77 Item d. CORRETO. Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Item e. CORRETO. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado 14) (FCC TCE/SP Auditor do Tribunal de Contas 2013) José foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente à época do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à condenação imposta a José, se a sentença já tiver transitado em julgado, a) as duas leis novas retroagem. b) apenas a lei que aboliu o delito retroage. c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage. d) as duas leis novas não retroagem. e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicação a casos pretéritos. Gabarito: A. Independentemente do momento em que cada lei entra em vigor, tendo duas leis que favorecem o réu, ambas retroagem, porém aplica-se aquela que mais o beneficia. 15) (FCC MPE/PE Analista Ministerial / Área Jurídica 2012) NÃO se aplica, em regra, a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de a) barco mercante estrangeiro de propriedade privada em águas territoriais brasileiras. b) navio de cruzeiro de propriedade de empresa estrangeira em águas territoriais brasileiras. c) aeronave brasileira a serviço do governo brasileiro em espaço aéreo estrangeiro. 77 de 87

78 d) barco pesqueiro brasileiro de propriedade particular em águas territoriais estrangeiras. brasileiro. e) aeronave comercial estrangeira em voo no espaço aéreo Gabarito: D. CP: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí NÃO sejam julgados. No caso da letra D, a lei brasileira não é a regra, salvo se os crimes não forem julgados pelo país em que ocorreram. Se a embarcação/aeronave é pública ou a serviço do governo, é território do seu país, onde estiver. Aplicase a lei penal do país ou da aeronave. Se a embarcação/aeronave é privada, é território do país onde está. Aplica-se a lei penal do país onde está. De acordo com o princípio da territorialidade, considera-se somente extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. Assim sendo, embarcações de propriedade particular em águas estrangeiras estão submetidas à legislação estrangeira. 10. Lista das Questões Apresentadas 1) (CESPE TJDFT Analista Judiciário / Oficial de Justiça Avaliador Federal 2015) Em relação à aplicação, à interpretação e à integração da lei penal, julgue o item seguinte. No Código Penal, a exposição de motivos é exemplo de interpretação autêntica, pois é realizada no próprio texto legal. 2) (CESPE TJDFT Juiz 2016) Com relação à aplicação da lei 78 de 87

79 penal, assinale a opção correta. Direito Penal para Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA a) As frações de dia são computadas como um dia integral de pena nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos. b) O direito penal, quanto ao tempo do crime, considera praticado o crime no momento do seu resultado. c) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz as mesmas consequências, poderá ser homologada no Brasil para todos os efeitos, exceto para obrigar o condenado à reparação do dano. d) Ficam sujeitos à lei brasileira os crimes contra o patrimônio ou a fé pública do DF, de estado, de município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público, embora cometidos no estrangeiro, sendo o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro. e) Não é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, ainda que achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 3) (CAIP/IMES Câmara Municipal de Atibaia/SP Advogado 2016) São características das normas penais: a) imperatividade, generalidade, abstração e pessoalidade. b) exclusividade, generalidade, abstração e impessoalidade. c) exclusividade, imperatividade, generalidade, abstração e impessoalidade. d) exclusividade, imperatividade, generalidade, e pessoalidade. 4) (CESPE TJDFT Analista Judiciário / Oficial de Justiça Avaliador Federal 2015) Em relação à aplicação, à interpretação e à integração da lei penal, julgue o item seguinte. 79 de 87

80 Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo de analogia a aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na constância da sociedade conjugal. 5) (FMP DPE/PA Defensor Público Substituto 2015) Assinale a alternativa CORRETA. a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento. b) A lei penal em branco é revogada em conseqüência da revogação de sua norma de complementação. c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas incriminadoras para especificação da pena. e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária. 6) (FUNIVERSA SAPeJUS Agente de Segurança Prisional 2015) Acerca do emprego da analogia no âmbito do Direito Penal brasileiro, assinale a alternativa correta. a) A regra é a proibição do emprego da analogia no âmbito penal, por força do princípio da reserva legal, todavia a doutrina é remansosa em admitir esse recurso quando se apresentar in bonam partem. b) A analogia in malam partem ocorre quando se aplica, ao caso omisso, uma lei considerada prejudicial ao réu que, segundo o Código 80 de 87

81 Penal, excepcionalmente, poderá ser admitida, uma vez que deverá ser salvaguardado o direito da coletividade em face do direito do agressor. c) O Direito Penal brasileiro não admite aplicação da analogia. d) Segundo a doutrina, analogia legal, ou legis, é aquela em que se aplica ao caso omisso um princípio geral do Direito. e) Estabelece o Código Penal que a analogia somente poderá ser aplicada aos réus que não sejam reincidentes. 7) (CESPE TRE/GO Analista Judiciário / Área Judiciária 2015) No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir. A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. 8) (FCC Câmara Municipal de São Paulo/SP Procurador Legislativo 2015) Pode caracterizar situação de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira sua aplicação aos crimes a) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em alto-mar. b) cometidos em embarcações privadas brasileiras, quando navegando em território estrangeiro. c) cometidos contra o patrimônio da Marinha do Brasil, quando navegando em alto-mar. d) de genocídio, cometidos em quaisquer embarcações, navegando em alto-mar ou em território estrangeiro, desde que o agente seja brasileiro ou domiciliado no Brasil. e) cometidos em embarcações públicas brasileiras, quando navegando em território estrangeiro. 81 de 87

82 9) (FCC MPE/AL Promotor de Justiça 2012) No que se refere à aplicação da lei penal, correto afirmar que a) a lei excepcional ou temporária, quando já decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante sua vigência. crime. b) o Código Penal adota a teoria do resultado quanto ao tempo do c) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo penal. d) para a determinação do lugar do crime vigora o princípio da ubiquidade. e) as regras gerais do Código Penal não se aplicam aos fatos incriminados por lei especial, ainda que esta não disponha de modo diverso. 10) (FCC TJ/PE Analista Judiciário / Área Judiciária 2012) A respeito da aplicação da lei processual no espaço, considere: I. embarcações brasileiras de natureza pública, onde quer que se encontrarem. II. aeronaves brasileiras a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem. III. embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se acharem em alto mar. IV. aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se acharem no espaço aéreo brasileiro. V. embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se acharem no espaço aéreo de outro país. Considera-se território brasileiro por extensão as indicadas APENAS em a) I e V. b) III e IV. c) II e III. d) I, II, IV e V. 82 de 87

83 e) I, II, III e IV. Direito Penal para Técnico da Receita Estadual - SEFAZ/MA 11) (FCC TRE/RS Analista Judiciário / Área Judiciária 2010) Dentre os casos de extraterritorialidade incondicionada da lei penal, previstos no Código Penal, NÃO se incluem os crimes cometidos: a) contra a fé pública da União. b) contra o patrimônio de autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. d) em aeronaves ou embarcações brasileiras. e) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 12) (FCC TRF/4A Região Analista Judiciário / Área Judiciária / Execução de Mandados 2010) No que se refere à aplicação da lei penal, de acordo com o Código Penal, é certo que a) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente ou do Vice- Presidente da República. b) a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é atenuada, quando idênticas. c) a homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano, quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, depende de pedido da parte interessada. d) a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante sua vigência. e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 83 de 87

84 13) (FCC TJ/AP Técnico Judiciário / Área Judiciária e Administrativa 2014) Com relação à aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar: a) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. b) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência. c) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar crime, se já houver sentença penal definitiva. d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento de seu resultado. 14) (FCC TCE/SP Auditor do Tribunal de Contas 2013) José foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente à época do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à condenação imposta a José, se a sentença já tiver transitado em julgado, a) as duas leis novas retroagem. b) apenas a lei que aboliu o delito retroage. c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage. d) as duas leis novas não retroagem. e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicação a casos pretéritos. 15) (FCC MPE/PE Analista Ministerial / Área Jurídica 2012) NÃO se aplica, em regra, a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 84 de 87

85 a) barco mercante estrangeiro de propriedade privada em águas territoriais brasileiras. b) navio de cruzeiro de propriedade de empresa estrangeira em águas territoriais brasileiras. c) aeronave brasileira a serviço do governo brasileiro em espaço aéreo estrangeiro. d) barco pesqueiro brasileiro de propriedade particular em águas territoriais estrangeiras. brasileiro. e) aeronave comercial estrangeira em voo no espaço aéreo 11. Gabarito 85 de 87

86 01 ERRADO 09 D 02 D 10 E 03 C 11 D 04 CERTO 12 C 05 D 13 C 06 A 14 A 07 - ERRADO 15 - D 08 B 86 de 87

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA POLÍCIA FEDERAL 2012 AGENTE/ESCRIVÃO PROF. EMERSON CASTELO BRANCO DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 1.1 PRINCÍPIO DA

Leia mais

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES. É a atividade do intérprete de extrair da lei o seu significado e alcance.

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES. É a atividade do intérprete de extrair da lei o seu significado e alcance. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Introdução É a atividade do intérprete de extrair da lei o seu significado e alcance. A natureza jurídica da intepretação é a busca

Leia mais

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal POLÍCIA FEDERAL Agente da Polícia Federal Noções de Dto. Penal Prof. Guilherme Rittel EMENTA NOÇÕES DE DIREITO PENAL: 1 Princípios básicos. 2 Aplicação da lei penal. 2.1 A lei penal no tempo e no espaço.

Leia mais

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase Período 2010-2016 1) VUNESP Analista de Promotoria MPE/SP - 2010 Com relação à aplicação da lei penal no tempo e ao princípio

Leia mais

I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; * Princípios* I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Código Penal: Art. 1º - Não há crime sem

Leia mais

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL Decreto-Lei n. 2.848, de 07/12/1940 Código Penal - Parte Geral (arts. 1º ao

Leia mais

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 1º ao 12 do CP LEI PENAL NO TEMPO Princípio da Legalidade ou Reserva Legal Art. 5º, inciso XXXIX da CR/88: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

Leia mais

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 01

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 01 LEI PENAL NO TEMPO Várias teorias tentam explicar o Tempo do Crime: TEORIA Teoria da Atividade Teoria do Resultado Teoria Mista Ou Teoria da Ubiquidade TEMPO DO CRIME Momento da ação ou da omissão (conduta)

Leia mais

Direito Penal 1 (Material de apoio)

Direito Penal 1 (Material de apoio) APLICAÇÃO DA LEI PENAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP e Art 5º, XXXIX, CF) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (cláusula pétrea da Constituição Federal

Leia mais

Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes

Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes LEGALE Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes Proporcionalidade: A criação de tipos penais gera um ônus para os cidadãos e, por isso deve conter na essência

Leia mais

Direito Penal. Aplicação da Lei Penal. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Aplicação da Lei Penal. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Aplicação da Lei Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal CÓDIGO PENAL PARTE GERAL TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal (Redação dada pela Lei nº 7.209,

Leia mais

índice Teoria da Norma Penal

índice Teoria da Norma Penal Teoria da Norma Penal índice CAPíTULO I - O DIREITO PENAL 1. Conceito do Direito Penal....... 17 2. Direito Penal objetivo e subjetivo.. 18 3. Direito Penal material e formal 19 4. Caracteristicas do Direito

Leia mais

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLÍCIA FEDERAL focada no cespe/unb SUMÁRIO UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 1.2 Lei penal no tempo e no espaço

Leia mais

PRINCÍPIOS. (continuação)

PRINCÍPIOS. (continuação) LEGALE PRINCÍPIOS (continuação) Ofensividade (ou Lesividade) : Não há infração penal quando a conduta não tiver oferecido ao menos perigo de lesão ao bem jurídico Intranscendência (ou da Personalidade):

Leia mais

PRÉ-AULA/PÓS-AULA. - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais).

PRÉ-AULA/PÓS-AULA. - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais). PRÉ-AULA/PÓS-AULA CONTEÚDO: - Validade temporal da lei penal, sucessividade no tempo e lei excepcional (intermitentes, temporárias e excepcionais). - Tempo do crime. FERNANDO CAPEZ CAPÍTULOS 7 e 8. GUILHERME

Leia mais

SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal DA APLICAÇÃO PENAL CÓDIGO PENAL PARTE GERAL TÍTULO I Da Aplicação Da Lei Penal Anterioridade da

Leia mais

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado.

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. 01) No Código Penal brasileiro, adota se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. ( ) CERTO

Leia mais

Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de )... 7 TÍTULO II DO CRIME...

Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de )... 7 TÍTULO II DO CRIME... Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)... 7 TÍTULO II DO CRIME... 13 TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL... 20 TÍTULO IV DO CONCURSO DE

Leia mais

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES MONITOR LUCIANA FREITAS AULA: 02 LEI PENAL NO ESPAÇO Ementa Na aula de

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Lei Penal no tempo: "novatio Legis" incriminadora, "abolitio criminis", "novatio legis in pejus" e a "novatio legis in mellius" Trata da lei penal no tempo, e das regras, institutos

Leia mais

Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal:

Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal: QUESTÃO 1 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de Justiça Substituto (+ provas) Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal: I Após a realização das operações previstas em lei para o cálculo

Leia mais

Direito Penal Militar

Direito Penal Militar Direito Penal Militar Aplicação da Lei Penal Militar Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal Militar DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 Código Penal Militar Os

Leia mais

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO No rol de princípios constitucionais aplicáveis ao direito penal encontram-se: 1. Princípio da presunção de inocência ; 2. Princípio da responsabilidade pessoal

Leia mais

Direito Penal. Eficácia Espacial

Direito Penal. Eficácia Espacial Direito Penal Eficácia Espacial Lugar do Crime Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

Leia mais

IUS RESUMOS. Norma Penal. Organizado por: Samille Lima Alves

IUS RESUMOS. Norma Penal. Organizado por: Samille Lima Alves Norma Penal Organizado por: Samille Lima Alves SUMÁRIO I. NORMA PENAL... 3 1. Caracterizando a norma penal... 3 1.1 A Teoria de Binding e a norma penal... 3 1.2 Classificação das normas penais... 4 1.3

Leia mais

tempo do crime lugar do crime LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º do CP

tempo do crime lugar do crime LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º do CP TEORIA GERAL DA NORMA tempo do crime Art. 4º, CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. lugar do crime Art. 6º, CP - Considera-se praticado

Leia mais

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28.

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. 24 ART.1 - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. XXXIX-CF/88 Para Delmanto o enunciado do art. 1º

Leia mais

IUS RESUMOS. Interpretação e Integração da Lei Penal. Organizado por: Samille Lima Alves

IUS RESUMOS. Interpretação e Integração da Lei Penal. Organizado por: Samille Lima Alves Interpretação e Integração da Lei Penal Organizado por: Samille Lima Alves SUMÁRIO I. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL... 3 1. Entendo o que é a interpretação... 3 1.1 Espécies de interpretação...

Leia mais

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Reserva legal - Art. 1.º do CP

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS

CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS LEGALE CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS Incriminadoras : Não-incriminadoras: (permissivas, exculpantes, interpretativas, complementares, diretivas, integrativas) Completas (ou perfeitas) : Incompletas (ou

Leia mais

Aula 1 DIREITO PENAL

Aula 1 DIREITO PENAL Professor: 1 Aula 1 DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL: 1) ART. 1 : PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: ARTIGO 5º,XXXIX C.F. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Origem

Leia mais

1 LEI PENAL NO TEMPO RESUMO DA AULA LEI PENAL NO TEMPO TODAVIA, PODE OCORRER CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO, POIS... ART.5, INC.XL, DA C.F.

1 LEI PENAL NO TEMPO RESUMO DA AULA LEI PENAL NO TEMPO TODAVIA, PODE OCORRER CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO, POIS... ART.5, INC.XL, DA C.F. DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL PARTE 02 RESUMO DA AULA 1 LEI PENAL NO TEMPO; 2 LEI PENAL NO ESPAÇO; 3 CONTAGEM DE PRAZO EM DIREITO PENAL; 4 QUSTÕES COMENTADAS. 1 2 LEI PENAL NO TEMPO 1 LEI PENAL

Leia mais

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR Princípio da Legalidade / Princípio Legalidade / Princípio da Anterioridade Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Lei

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 1) (Polícia Civil - Delegado\2013 Maranhão) Tem efeito retroativo a lei que: a) Elimina a circunstância atenuante

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Conceito de Direito Penal Considerando-se o aspecto formal, o direito penal é um conjunto de normas que considera determinados comportamentos humanos como infrações penais, determina quem são seus agentes

Leia mais

1 CONCEITO DE DIREITO PENAL

1 CONCEITO DE DIREITO PENAL RESUMO DA AULA DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL PARTE 01 1 CONCEITO DE DIREITO PENAL; 2 FONTES DO DIREITO PENAL; 3 LEI PENAL; 4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL; 5 APLICAÇÃO DA LEI PENAL; 6 QUESTÕES COMENTADAS.

Leia mais

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo UD I DIREITO PENAL MILITAR Assunto 01 A Lei Penal Militar e a Justiça Militar 1. Distinguir Direito Penal de Direito Penal Militar A ordem jurídica militar, que se encontra inserida na ordem jurídica geral

Leia mais

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Anterioridade da Lei (Princípio Reserva Legal/Princípio Anterioridade) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Qual quer lei pode definir crimes? Não,

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 1) (Polícia Civil - Delegado\2013 Maranhão) Tem efeito retroativo a lei que: a) Elimina a circunstância atenuante

Leia mais

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP Rogério Greco Curso de Direito Penal Parte Geral Volume I Arts. 1 o a 120 do CP Atualização OBS: As páginas citadas são referentes à 14 a edição. A t u a l i z a ç ã o Página 187 Nota de rodapé n o 13

Leia mais

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço Prof.ª Maria Cristina Em que local o crime é praticado? Art. 6º do CP Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a

Leia mais

PROVA DE DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO PIAUÍ (PC PI) NUCEPE DIREITO PENAL QUESTÕES 11 A 14

PROVA DE DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO PIAUÍ (PC PI) NUCEPE DIREITO PENAL QUESTÕES 11 A 14 PROVA DE DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO PIAUÍ (PC PI) NUCEPE DIREITO PENAL QUESTÕES 11 A 14 QUESTÃO NÚMERO 11 GABARITO: letra A LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA Art. 3º - A lei excepcional ou, embora decorrido

Leia mais

Professor: Lúcio Valente

Professor: Lúcio Valente DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Professor: Lúcio Valente (luciovalente@pontodosconcursos.com.br) 1. Princípio da legalidade (art. 5º XXXIX, CF e art. 1º do CP): não há crime (ou contravenção) sem lei anterior

Leia mais

DIREITO PENAL PREPARATÓRIO

DIREITO PENAL PREPARATÓRIO DIREITO PENAL PREPARATÓRIO WWW.EDUARDOFERNANDESADV.JUR.ADV.BR A INFRAÇÃO PENAL (CRIME EM SENTIDO AMPLO) NO BRASIL A INFRAÇÃO PENAL É DIV IDIDA EM CRIME OU CONTRAVENÇÃO. A DEFINIÇÃO LEGAL DE CRIME E CONTRAVENÇÃO

Leia mais

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS SISTEMAS PROC PENAIS e LEI PROC PENAL. Profª. Karem Ferreira Facebook: Karem Ferreira OAB

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS SISTEMAS PROC PENAIS e LEI PROC PENAL. Profª. Karem Ferreira Facebook: Karem Ferreira OAB PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS SISTEMAS PROC PENAIS e LEI PROC PENAL Profª. Karem Ferreira Facebook: Karem Ferreira OAB Twitter: @Prof_KaFerreira 1. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS 1.1. Devido Processo Legal

Leia mais

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1.1. Princípios da legalidade e da anterioridade Princípio da legalidade - é aquele segundo o qual não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.

Leia mais

DIREITO PENAL PARA OS CONCURSOS DE TÉCNICO E ANALISTA. 5.ª edição revista, atualizada e ampliada. Coleção TRIBUNAIS e MPU

DIREITO PENAL PARA OS CONCURSOS DE TÉCNICO E ANALISTA. 5.ª edição revista, atualizada e ampliada. Coleção TRIBUNAIS e MPU ALEXANDRE SALIM MARCELO ANDRÉ DE AZEVEDO Coleção TRIBUNAIS e MPU Coordenador HENRIQUE CORREIA DIREITO PENAL PARA OS CONCURSOS DE TÉCNICO E ANALISTA 5.ª edição revista, atualizada e ampliada 2016 Tribunais

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/ :35:43

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/ :35:43 Ana Cristina Mendonça 13 Processo Penal 2016 Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/2016 10:35:43 capítulo 1 DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Leia a lei: Arts. 1º e 2º, do CPP e

Leia mais

AULA 02 PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL QUESTÕES COMENTADAS. 1) Prova: FCC MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica

AULA 02 PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL QUESTÕES COMENTADAS. 1) Prova: FCC MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DE PERNAMBUCO AULA 02 PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL QUESTÕES COMENTADAS 1) Prova: FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica NÃO se aplica, em regra, a lei

Leia mais

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL... 13 1. Noções preliminares...13 2. Peculiaridades dos princípios do Direito Penal...13 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal...14 3.1 Abrangência do princípio

Leia mais

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. 2ª edição revista e atualizada

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. 2ª edição revista e atualizada Ana Cristina Mendonça 13 Processo Penal 2ª edição revista e atualizada 2017 capítulo 1 DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Leia a lei: Arts. 1º e 2º, do CPP e arts. 1º, 2º e 6º do Decreto-Lei 4.657/42.

Leia mais

1 Direito Administrativo Aula 01

1 Direito Administrativo Aula 01 1 Direito Administrativo Aula 01 2 Direito Administrativo Aula 01 Direito Penal Crime x Contravenção Penal. Princípios do direito penal Sumário Ilícito... 4 Lei de introdução ao código Penal... 4 Princípios

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

CEM. Magistratura Federal. Direito Penal. Lei Penal

CEM. Magistratura Federal. Direito Penal. Lei Penal CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Período 2010 2016 1) CESPE - JF TRF2/TRF 2/2013 Assinale a opção correta acerca da interpretação da lei penal. a) A interpretação extensiva é admitida em direito penal

Leia mais

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Interpretação da Lei Penal; Conflito Aparente de normas; Tempo e lugar do crime; Lei penal no

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Interpretação da Lei Penal; Conflito Aparente de normas; Tempo e lugar do crime; Lei penal no Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Interpretação da Lei Penal; Conflito Aparente de normas; Tempo e lugar do crime; Lei penal no Espaço:Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal; Pena

Leia mais

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL Princípio da legalidade Art. 5.º, XXXIX, da CF e art. 1.º do CP. nullum crimen, nulla poena sine lege: ninguém pode ser punido se não existir uma lei que considere o

Leia mais

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª MariaCristina

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª MariaCristina Direito Penal Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço Prof.ª MariaCristina Em que local o crime é praticado? Art. 6º do CP Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a

Leia mais

Direito Civil Patrícia Dreyer Teoria

Direito Civil Patrícia Dreyer Teoria Decreto-Lei n.º 4.657, de 1942 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro - normas sobre normas - sobredireito; - disciplina as próprias normas

Leia mais

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1.1 Sanções penais: 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL * Penas: a) Pena Privativa de Liberdade b) Pena Restritiva

Leia mais

Direito Penal Prof. Kleber Pinho - Direito Penal

Direito Penal Prof. Kleber Pinho - Direito Penal Prof. Kleber Pinho - 2 Sujeitos do Crime 2.1.Sujeito ativo É a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa. Crime comum (homicídio,art.121); Crime próprio (peculato, art. 312); Crime

Leia mais

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA Princípios Devido Processo Legal Juiz Natural PRINCÍPIOS IMPORTANTES Ampla Defesa Presunção de Inocência Aplicação da lei processual Art. 2º,

Leia mais

LINDB. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é uma lex legum, ou seja, lei das leis.

LINDB. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é uma lex legum, ou seja, lei das leis. LINDB A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é uma lex legum, ou seja, lei das leis. Isso significa que a LINDB será aplicada a todos os ramos do direito, salvo lei específica em contrário.

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA. Aulas 03 e 04

DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA. Aulas 03 e 04 MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA Aulas 03 e 04 APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR Art. 2 Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de consider crime, cessando, em virtude dela,

Leia mais

UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter

UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto Direito Penal Geraldo Domingos Cossalter Ribeirão Preto Outubro 2012... 1 Geraldo Domingos Cossalter RA B35759-2 Direito Penal Trabalho apresentado ao

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 SUMÁRIO Apresentação da Coleção... 5 Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva

Leia mais

DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 002 II. A Lei Penal... 004 III. Teoria Geral do Crime... 019 IV. Concurso de Crime... 026 V. Teoria do Tipo... 033 VI. Ilicitude... 043

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Tempo do crime (art. 4º, CP) Muitas são as perguntas referentes ao tempo do crime. Para solucionar tal questão, a doutrina elaborou três teorias: a da atividade, a do resultado e a mista ou da ubiqüidade.

Leia mais

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15

CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 CURSO DE FORMAÇÃO DE GUARDAS 2014/15 DIREITO PENAL Sessão n.º 3 2 DIREITO PENAL OBJETIVOS GERAIS Identificar o âmbito de aplicação do Direito Penal 3 DIREITO PENAL

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Teoria do Crime Promotor de Justiça Período 2010 2016 1) COMISSÃO EXAMINADORA PROMOTOR DE JUSTIÇA MPE SP (2015) Após a leitura dos enunciados abaixo, assinale a alternativa

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. AULAS 1 e 2:

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. AULAS 1 e 2: 1 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO AULAS 1 e 2: DIREITO PENAL O Direito Penal tem como principal objetivo, reprimir determinadas condutas, denominadas infrações penais, as quais

Leia mais

14) Na forma do Art. 7º, I, do Código Penal, não configura caso de extraterritorialidade incondicionada o crime:

14) Na forma do Art. 7º, I, do Código Penal, não configura caso de extraterritorialidade incondicionada o crime: 13) Em uma embarcação pública estrangeira, em mar localizado no território do Uruguai, o presidente do Brasil sofre um atentado contra sua vida pela conduta de João, argentino residente no Brasil, que

Leia mais

26/08/2012 PROCESSO PENAL I. PROCESSO PENAL I Relação com os outros ramos do direito

26/08/2012 PROCESSO PENAL I. PROCESSO PENAL I Relação com os outros ramos do direito I 5ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 I Relação com os outros ramos do direito 2 1 Relação do direito Processual Penal com outros ramos do Direito e ciências auxiliares Direito Constitucional.

Leia mais

PROVA Delegado ES (2019)

PROVA Delegado ES (2019) QUESTÃO NUMERO: 01 O Código Penal Brasileiro adotou como fins da pena tanto a visão retributiva quanto a preventiva, assumindo um perfil eclético ou misto. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade,

Leia mais

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade Sumário NDICE SISTEMÁTICO EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO PENAL MILITAR 1. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR 1.1 O princípio da legalidade e suas funções de garantia 1.2 Abolitio criminis e novatio legis

Leia mais

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL ÍNDICE 1. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO NO DIREITO PENAL...4 Interpretação versus integração...4 Interpretação quanto ao Sujeito...4 Interpretação quanto ao modo ou

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores DIREITO PENAL SUMÁRIO UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 1.2 Lei penal no tempo e no espaço 1.3 Tempo e lugar do crime 1.4 Lei penal excepcional, especial

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA DIA 06/03/2015. Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA

DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA DIA 06/03/2015. Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA DIA 06/03/2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com 7.2 Integração - Enquanto as formas de interpretação partem de textos legais para alcançar,

Leia mais

CURSO PRF 2017 DIREITO PENAL. diferencialensino.com.br AULA 003 DIREITO PENAL

CURSO PRF 2017 DIREITO PENAL. diferencialensino.com.br AULA 003 DIREITO PENAL AULA 003 DIREITO PENAL 1 PROFESSOR MÁRCIO TADEU 2 AULA 03 APLICAÇÃO DA LEI PENAL TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena

Leia mais

COLEÇÃO DESCOMPLICANDO

COLEÇÃO DESCOMPLICANDO Coordenação Sabrina Dourado COLEÇÃO DESCOMPLICANDO Processo Penal Ana Cristina Mendonça 1ª edição Recife PE 2016 Descomp Proc Penal - miolo.indb 3 30/08/2016 13:52:29 . DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

Leia mais

Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula Direito Previdenciário para o Concurso do INSS

Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula Direito Previdenciário para o Concurso do INSS Hugo Goes Direito Previdenciário Módulo 02 Aula 001-005 Direito Previdenciário para o Concurso do INSS Fontes Hierarquia (ordem de graduação) Autonomia (entre os diversos ramos) Aplicação (conflitos entre

Leia mais

APRESENTAÇÃO. Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão.

APRESENTAÇÃO. Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão. APRESENTAÇÃO Caro(a) Aluno(a), A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada

Leia mais

Direito Penal para o cargo de Analista Judiciário Área Judiciária TRF2

Direito Penal para o cargo de Analista Judiciário Área Judiciária TRF2 Aula-0 Direito Penal para o cargo de Analista Judiciário Área Judiciária TRF2 Da Aplicação da Lei Penal. Professores Julio Ponte e Lorena Nascimento 1 de 91 Aula 0 Aula Demonstrativa Aula Conteúdo Programático

Leia mais

UNIDADE = LEI CONCEITO

UNIDADE = LEI CONCEITO UNIDADE = LEI CONCEITO Preceito jurídico (norma) escrito, emanado (que nasce) de um poder estatal competente (legislativo federal, estadual ou municipal ou poder constituinte) com características (ou caracteres)

Leia mais

Professor Wisley Aula 10

Professor Wisley Aula 10 - Professor Wisley www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 7 COMPETÊNCIA: MATÉRIA 1. JUSTIÇA FEDERAL: A Justiça Federal NÃO JULGA CONTRAVENÇÕES

Leia mais

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA ULTIMA RATIO OU DA SUBSIDIARIEDADE) O Direito Penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA ULTIMA RATIO OU DA SUBSIDIARIEDADE) O Direito Penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA ULTIMA RATIO OU DA SUBSIDIARIEDADE) O Direito Penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos mais importantes e necessários à vida em sociedade. Só

Leia mais

20/11/2014. Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ

20/11/2014. Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ 1 01. A Constituição Federal de 1988 consagra diversos princípios, os quais exercem papel extremamente importante no ordenamento

Leia mais

RICARDO S. PEREIRA DIREITO PENAL

RICARDO S. PEREIRA DIREITO PENAL RICARDO S. PEREIRA DIREITO PENAL 26 QUESTÕES DE PROVAS DA BANCA ORGANIZADORA DO CONCURSO SEFAZ/MS E DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE MS GABARITADAS. Seleção das Questões: Prof. Ricardo Souza Pereira Coordenação

Leia mais

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 11

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 11 CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 11 DATA 17/08/15 DISCIPLINA DIREITO PENAL (NOITE) PROFESSOR CHRISTIANO GONZAGA MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 02/08 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes

Leia mais

PLANO DE ESTUDO SEMESTRAL PARA PMGO

PLANO DE ESTUDO SEMESTRAL PARA PMGO PLANO DE ESTUDO SEMESTRAL PARA PMGO - 2017 DIAS DE ESTUDOS MATÉRIAS BÁSICAS LÍNGUA PORTUGUESA 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 0,5 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.

Leia mais

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO.

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO. 1 DIREITO PENAL PONTO 1: REVISÃO PONTO 2: a) CRIME CONTINUADO PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME CONTINUADO ART. 71 CP 1 é aquele no qual o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois

Leia mais

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES São hipóteses em que a lei brasileira é aplicada aos crimes ocorridos fora do Brasil. Exportação da Lei Brasileira. Obs: intraterritorialidade

Leia mais

Direito Penal Carreiras Jurídicas Professor: Christiano Gonzaga Aulas: 01 a 10

Direito Penal Carreiras Jurídicas Professor: Christiano Gonzaga Aulas: 01 a 10 Direito Penal Carreiras Jurídicas Professor: Christiano Gonzaga Aulas: 01 a 10 Página 1 de 7 Apresentação Promotor de Justiça na área criminal no Estado de Minas Gerais; Mestre em Direito; Professor em

Leia mais

Pena de Multa. A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual?

Pena de Multa. A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual? LEGALE Pena de Multa Pena de Multa A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual? Pena de Multa O réu tem dez dias para pagar a multa espontaneamente no juízo criminal mesmo (não

Leia mais