Estudo dirigido da Palavra de Deus. Gênesis e Êxodo

Transcrição

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2 Estudo dirigido da Palavra de Deus Introdução Gênesis e Êxodo Um meio para compreender melhor a Bíblia é ver como ela nasceu. Por isso, importa conhecer a história do povo que a deu à luz. A Bíblia é uma história de amor: a história da lealdade de Deus para com o povo que ele escolheu para testemunhar seu amor.

3 Os Patriarcas: O povo da Bíblia chama-se a si mesmo de filhos de Israel ; os outros chamam de hebreus. Israel é neto de Abraão, o patriarca por excelência. Ligado a cultura da mesopotâmia, Abraão migra para a terra de Canaã. Tem dois filhos: Ismael, do qual descendem os ismaelitas (os árabes), e Isaac, o pai de Jacó, que é chamado Israel. No tempo de Jacó-Israel, o pais dominante é o Egito. Para lá se dirigem os doze filhos de Jacó José e seus irmãos. É lá também que, depois da morte de José, vão conhecer a escravidão.

4 Israel antigo, Moisés e o Êxodo: A história de Israel começa com Moisés e o Êxodo. Graças ao líder Moisés os filhos de Israel são libertados da escravidão, atravessando o mar Vermelho, no qual o faraó e suas tropas afundam. Moisés estabelece uma aliança entre o Senhor e o povo. Ele dá a Lei (Torá)

5 Josué e os Juízes : Depois da morte de Moisés, Josué introduz o povo na terra prometida e lidera a tomada de posse dessa herança, renovando a Aliança com o Senhor. As doze tribos (conforme o número de filhos de Jacó-Israel) se estabelecem em ambas as margens do rio Jordão. São governadas por líderes locais, chamados juízes, que presidem os conselhos dos anciãos.

6 Os primeiros reis: Quando esse método de defesa se mostra fraco, sobretudo contra os fortemente armados filisteus, o povo pede ao juiz e profeta Samuel um rei. O primeiro rei é Saul. Depois dele vem Davi. Seu sucessor Salomão constrói o templo de Jerusalém.

7 O reino dividido. O reino do Norte: O primeiro reino do norte é o rebelde Jeroboão. Um dos seus sucessores, Amri, constrói Samaria como nova capital. No tempo deles atuam os profetas Elias, Eliseu e Miquéias. Assim, como depois, Oséias e Amós. Em 722 ac, os assírios, novos donos do mundo invadem a Samaria e deportam os samaritanos para outras regiões.

8 O reino do Sul (Judá): No sul perpetua-se a linhagem de Davi. O sucessor de Salomão é Roboão. Quando o norte é submetido pelos assírios, vemos surgir os profetas no sul: Miquéias, Isaías. Após Ezequias. O rei Josias (620 ac) realizará uma reforma significativa. Por esse tempo atuam os profetas Jeremias e Sofonias para que não façam pactos com os egípcios.

9 Os babilônios. O Exílio: Em 597 ac, o rei da Babilônia, Nabucodonosor, faz uma expedição punitiva contra Jerusalém e leva o rei Joconias e seus partidários para a Babilônia. Destruição do templo de Jerusalém. Os profetas exilados são Ezequiel e um longínquo discípulo de Isaías. O exílio dura até 538 ac, quando Ciro, rei da Pérsia, depois de vencer os babilônios, se torna o novo dono do mundo e decreta a liberdade aos exilados.

10 O período Persa. O Judaísmo: Depois da volta, os exilados restauram Jerusalém. Os profetas desse tempo: discípulo de Isaías, Ageu e Sacarias. Zorobabel é descendente de Davi, mas não pode ser rei, pois a autoridade real é exercida pelo rei da Pérsia: o povo não é totalmente livre. Sua referência de unidade está em Judá (Jerusalém); por isso esse período é chamado o Judaísmo. Nos séculos 5 4 o governador Neemias e Esdras consolidam a organização do povo em Jerusalém.

11 Judaísmo no helenismo: Por volta de 330 ac, Alexandre Magno, o grego, conquista o império Persa, inclusive Judá. Assim começa o helenismo (heleno = grego). Depois da morte de Alexandre seu reino é dividido. Os samaritanos que no tempo dos persas obedeciam a Jerusalém, agora separam-se dos judeus. Por outro lado, muitos judeus se instalam na magnífica metrópole Alexandria no Egito, onde por volta de 250 ac, começam a traduzir a Bíblia para o grego. Em 167 ac, o Rei Antíoco Epífanes profana o templo. Isso provoca a resistência armada de Judas Macabeu e seus irmãos. Estes chegam a constituir uma dinastia (hasmoneus).

12 Os romanos. Inícios do cristianismo: Quando as brigas internas dos hasmoneus tornam o país ingovernável, os anciãos de Judá apelam para os romanos, os novos donos do mundo. Em 63 ac eles vêm para ficar. Tempo do nascimento de Jesus. Enquanto a Judéia é administrada pelos governadores romanos e os vice-reis descendentes de Herodes, nasce e cresce a comunidade dos seguidores de Jesus, com Pedro e Tiago. E depois um convertido, Saulo de Tarso.

13 Fim do Judaísmo antigo: Em 66 dc, o movimento nacionalista dos zelotes inicia uma guerra contra os romanos. Depois de lento sufoco, o general Tito toma a cidade de Jerusalém e destrói o tempo, em 70. Os escribas fariseus refundam o judaísmo com base no estudo da Lei (sem templo nem sacrifícios): o judaísmo formativo, presidido pelos rabinos, do que se deriva o judaísmo que conhecemos hoje.

14 Nascimento da Bíblia A bíblia foi gestada a partir do êxodo do Egito e dada à luz no tempo do Exílio Babilônico, por volta do ano 500 ac. Nesse tempo os judeus, exilados, consignaram em forma de livro sua memória de povo eleito por Deus.

15 Livros da Bíblia: A Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt) Os Profetas anteriores (Js, Jz, 1-2 Sm, 1-2 Rs) Os Profetas posteriores (Is, Jr, Ez e os 12 profetas menores) Os Escritos (Sl, Jó, Pr, Rt, Ct, Ecl, Lm, Est, Dn, Esd-Ne, 1-2 Cr)

16 Os 7 livros que a Bíblia Protestante não têm: 1-2 Macabeus; Judite; Tobias; Eclesiástico; Sabedoria; Baruc; Deuterocanônicos.

17 Para a leitura da Bíblia na assembleia litúrgica e para a oração e estudo pessoal, os livros foram subdivididos em perícopes, que se identificavam pelas primeiras palavras de cada trecho. Na idade Média, foram acrescentados números de capítulos e versículos.

18 Pentateuco: Os cinco primeiros livros da Bíblia formam um conjunto que os judeus denominam Lei ou Torá. Essa divisão em cinco livros é atestada antes de nossa era pela versão grega dos Setenta.

19 Esta intitulada nos volumes segundo o seu conteúdo: Gênesis Êxodo (porque começa pelas origens do mundo), (porque começa com a saída do Egito), Levítico (porque começa com a lei dos sacerdotes da tribo de Levi), Números (por causa dos recenseamentos dos caps. 1-4) Deuteronômio (ou a segunda Lei ).

20 Mas, os judeus designavam e ainda designam, cada livro pela primeira palavra importante de seu texto.

21 O Gênesis divide-se em duas partes desiguais: 1 11: a história primitiva : a história patriarcal.

22 1 11: a história primitiva. Ela remonta às origens do mundo e estende sua perspectiva à humanidade inteira. Relata a criação do universo e do homem, a queda original e suas consequências, e a perversidade crescente, castigada pelo dilúvio. A partir de Noé, a terra se repovoa, mas listas genealógicas cada vez mais restritas concentram finalmente o interesse em Abraão, pai do povo eleito.

23 12 50: a história patriarcal. Evoca a figura dos grandes antepassados: Abraão, o homem de fé; Jacó, o homem da astúcia, que suplanta seu irmão Esaú. Entre Abraão e Jacó, Isaac é uma figura bastante apagada. Os 12 filhos de Jacó são os antepassados das 12 tribos de Israel. A um deles é consagrado todo o final do Gênesis (José) 37 50: menos o 38 e 49 são uma biografia de José, o home da sabedoria.

24 O Gênesis forma um todo completo: é a história dos antepassados. Os três livros seguintes formam outro bloco, no qual, dentro do contexto da vida de Moisés, narram-se a formação do povo eleito e o estabelecimento de sua lei social e religiosa : Os Patriarcas As origens 12,1 25,18 Abrão-Abraão 25,19 36,43 Isaac e Jacó 37,1 50,26 José e seus irmãos

25 O Êxodo desenvolve dois temas principais: 1,1 15,21: A libertação do Egito 19,1 40,38: Aliança no Sinai.

26 Esses temas são interligados pelo tema: 15,22 18,27: marcha no deserto 1,1 15,21 Libertação do povo para a Aliança e a Instrução 19,1 24,11 A Aliança do Sinai: manifestação de Deus, Instrução e Sacrifício de aliança 24,12 31,18 Prescrições para a construção do santuário Ruptura e renovação da Aliança Exortação da organização do santuário

27 Sobre a composição\autor: Era atribuída a Moisés pelo menos desde o começo de nossa era, e Cristo e os apóstolos conformaram-se com essa opinião. Mas as tradições mais antigas jamais haviam afirmado explicitamente que Moisés fosse o redator de todo o Pentateuco. Quando o próprio Pentateuco diz o que é muito raro, que Moisés escreveu, aplica essa fórmula a alguma passagem particular.

28 Depois do fim do século XIX impôs-se uma teoria dizendo que o Pentateuco seria a compilação de quatro documentos, diferentes quanto à idade e ao ambiente de origem, mas todos posteriores à Moisés. Teria havido primeiramente duas obras narrativas: o Javista (J), que desde o relato da criação usa o nome de Iahweh; o Eloísta (E), que designa Deus pelo nome comum de Elohim.

29 O primeiro teria sido escrito no século IX em Judá; O eloísta um pouco mais tarde em Israel. Depois da ruína do Reino do Norte; Os dois documentos teriam sido reunidos num só (JE); depois de Josias, o Deuteronômio (D) lhe teria sido acrescentado (JED); e, depois do Exílio, o código Sacerdotal (P).

30 Que haja um problema literário é fato inegável para quem se inclina atentamente sobre os textos. Desde as primeiras páginas encontram-se duplicatas, repetições e discordâncias: Dois relatos das origens: 1,1 2,4a e 2,4b 3,24 Duas genealogias de Caim: 4,17s e 5,12-17 Dois relatos combinados do dilúvio: 6 8

31 Na história patriarcal: Há duas apresentações da aliança com Abraão: Gn 15 e 17 Duas expulsões de Agar: 16 e Dois relatos da vocação de Moisés: Ex 3,1 4,17 e 6,2 7,7

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