Roteiro Prático de Procedimentos Disciplinares
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- Francisco Quintão Soares
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1 Roteiro Prático de Procedimentos Disciplinares Coordenação-Geral de Procedimentos Administrativos Disciplinares (COOPAD) Junho/2015
2 Sumário 1 INTRODUÇÃO DOS OBJETIVOS DA COOPAD APRESENTAÇÃO DO PODER DISCIPLINAR DEVER DE APURAR JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DEVIDO PROCESSO LEGAL, CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA SINDICÂNCIA E PROCESSO Tipos de Sindicância ILÍCITO PENAL E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA INSTAURAÇÃO DA COMISSÃO Competência Composição Impedimento e Suspeição Obrigação de Participar Dos Requisitos Exigidos Aos Membros De Comissão Das Atribuições dos Membros PROVIDÊNCIAS INICIAIS Local Materiais e Instrumentos Estudo do Caso AFASTAMENTO PREVENTIVO A AUDIÊNCIA Caráter reservado Qualificação Compromisso Redução a Termo Reinquirição Interrogatório PRAZO PARA A CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA...20 ANEXOS...23
3 1 INTRODUÇÃO Sabedores da importância do trabalho a ser desenvolvido por esta Coordenação-Geral de Procedimentos Administrativos Disciplinares, uma vez que o sistema disciplinar é a garantia do bom funcionamento e da regularidade dos serviços públicos - sendo necessário em todos os campos de atividade humana, inclusive nos grupos familiares -, e, calcados em nossa experiência ao longo de mais de vinte e cinco anos de trabalho na Comissão Permanente de Sindicância e Inquérito Administrativo da Universidade Federal de Santa Maria COPSIA/UFSM, estamos trazendo, aos colegas do Instituto Federal Catarinense IFC, um reduzidíssimo Roteiro Prático de Procedimentos Disciplinares, contendo orientações sobre a questão disciplinar. Nossa intenção, ao apresentamos o presente roteiro, é de que as Comissões Disciplinares, instauradas nos diversos Campi do IFC e nesta Reitoria, não encontrem aquelas dificuldades iniciais a todos que não têm por rotina o trabalho em Comissões Sindicantes ou Processantes, mas da qual nenhum Servidor Público, sob a égide do RJU, pode se furtar, isto é, ninguém pode descumprir o Artigo 149 da Lei 8.112/90, que, no dizer do Mestre Palhares Moreira Reis, em seu Manual do Servidor Público, página 208, (...) por se entender ser encargo obrigatório fazer parte de comissão de inquérito ( ), as escusas que assumem cunho pessoal (...) revelam falta de noção do cumprimento do dever e ausência de espírito público. Para este despretensioso trabalho, além de nossa experiência prática adquirida, fomos buscar informações entre alguns trabalhos, tais como: Sindicância e Inquérito Administrativo Normas, Procedimentos e Orientações, dos Ass. Jur. Carlos Augusto Cunha e Sidney J. O. Lima; Manual de Orientação SINDICÂNCIAS, da Procuradora Federal Rosane de Fátima B. Minuzzi; o polígrafo do Prof. Luciano Viveiros da ESAD, Atualização em base legal aplicável a Sindicâncias e Inquéritos Administrativos ; o polígrafo da Profª. Sônia Cerqueira do CEAP, Técnicas de Entrevista no Inquérito Administrativo ; o Fluxograma de Processo Administrativo do Prof. Carlos Magno disponível na internet, no endereço eletrônico: 3
4 e manuais de PAD da CGU, fornecidos em cursos ministrados pela referida Controladoria. Sabedores de que este assunto não se esgota, colocamo-nos à inteira disposição da comunidade do Instituto Federal Catarinense, para que juntos possamos buscar as informações complementares e mais aprofundadas na sede da COOPAD, localizada no Mezanino do Prédio da Administração Central - Reitoria do IFC em Blumenau/SC, ou através do telefone (47) DOS OBJETIVOS DA COOPAD A COORDENAÇÃO GERAL DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES (COOPAD), vinculada diretamente ao Gabinete do Reitor do Instituto Federal Catarinense IFC, começou a ser implantada no mês de junho de 2012, tendo sido efetivada a sua implantação através da Resolução n.º 065 CONSUPER/2014, de 30 de outubro de 2014, conforme consta do Processo / Nessa mesma data, através da Resolução n.º 066 CONSUPER/2014, foi aprovado o Regimento Interno da COOPAD, conforme consta do Processo / Trata-se de um órgão suplementar de assessoramento, acompanhamento e execução de procedimentos administrativos disciplinares oriundos dos campi e das unidades administrativas. Além disso, realiza sindicâncias no âmbito da Reitoria. A COOPAD visa coordenar, implementar, orientar e acompanhar as ações desenvolvidas no âmbito do Instituto Federal Catarinense (IFC), no sentido do atendimento aos princípios constitucionais - legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência -, assim como profissionalizar a atividade processual administrativa disciplinar. Justifica-se pela necessidade de evitar a dispersão de COMISSÕES sem o mínimo preparo, mais preocupadas com atividades corriqueiras da instituição, despreocupando, assim, a alta Administração em função da confiança que a instituiu, evitando que procedimentos sejam falhos ou nulos, pois, se isso acontecesse, beneficiaria o infrator, com o desvirtuamento do objetivo JUSTIÇA. 4
5 3 APRESENTAÇÃO É inquestionável que a base de toda organização humana é a hierarquia, cuja salvaguarda é a disciplina. O primado legal existe para ser cumprido e observado e, quando o mesmo é violado, cumpre ao Estado o poder-dever de punir o infrator e fazer retornar a ordem natural das coisas. O direito de punir da administração pública deve primar pela LEGALIDADE, a qual garante o necessário equilíbrio entre as partes, para que a ânsia punitiva estatal não viole o mandamus do Estado de Direito, o qual não consegue conviver com o arbítrio. É desnecessário que discorramos aqui sobre o inarredável poder-dever da administração pública na apuração de qualquer irregularidade que venha a permear o cenário da res publicae, já que a lei não deixa nenhuma dúvida quanto a este dever do administrador ao preconizar, no artigo 143 da Lei 8.112/90 (RJU), que: A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. (grifo nosso). Convém lembrar que a autoridade que descurar de semelhante mandamento é passível de responder a outra irregularidade - a de condescendência criminosa, tipificada no artigo 320 do Código Penal brasileiro. Logo, é com o objetivo de cumprir a lei que se começa a vislumbrar a importância dos procedimentos disciplinares, ferramentas jurídicas por excelência, para a execução deste jus peniendi estatal. Portanto, para o perfeito desenvolvimento de uma administração pública, é inadmissível que qualquer servidor público, mormente os detentores de mando, não tenha uma convicção clara e lúcida da importância capital de um procedimento administrativo e de sua realização prioritária sobre quaisquer outras atividades administrativas. A par de qualquer outra razão que se possa deduzir, é de no mínimo bom senso creditar uma importância real a tal mister, quando se imagina que através deste se estará decidindo a vida funcional de um servidor, podendo chegar até a sua exclusão da vida pública, com todas as repercussões, negativas ou positivas, advindas de tal decisão. 5
6 É inegável então que, se importante é o procedimento administrativo para o correto desenvolvimento da administração pública, TÃO OU MAIS IMPORTANTE É A FORMAÇÃO DA COMISSÃO que executará elevado mister, pois é mediante o correto desenvolvimento de suas funções, com imparcialidade, conhecimento de causa e eficiência, que o servidor investido de tão importante missão poderá colaborar no sentido de SOLUCIONAR as irregularidades ou problemas apresentados, trazendo tranquilidade e segurança jurídica, tanto para a administração quanto para o administrado. É inegável também que uma escolha apressada, com servidores inadequados ou malpreparados, para tão importante missão, poderá, além de não resolver o problema proposto, ainda dar azo a muitos outros, como a um prejuízo moral e econômico à administração. É de vital importância que os servidores públicos, em especial os administradores, saibam com bastante clareza QUANTO CUSTA AOS COFRES PÚBLICOS A REALIZAÇÃO DE UM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E/OU UMA SINDICÂNCIA. Em uma pesquisa desenvolvida pelo Centro Ibero-Americano de Administração e Direito, publicada no jornal Correio Braziliense no ano de 2000, concluiu-se que uma sindicância, simplificada, GERAVA UMA DESPESA DE R$ 6.374,30, enquanto que um processo administrativo, de rito mais sofisticado e maior extensão temporal, CUSTAVA AO ERÁRIO R$ ,33. Ressalta-se o ano da pesquisa acima, pois esses valores ainda não foram devidamente corrigidos e atualizados. Segundo os pesquisadores, esses resultados decorrem de um levantamento de todos os elementos geradores de custo no desenvolvimento de um processo disciplinar, como custo/dia dos membros, do investigado, do defensor e do consultor jurídico; os serviços administrativos de vários departamentos envolvidos; materiais de consumo; o custo/hora das testemunhas, do protocolo, da autoridade julgadora; entre outros. E mais, a pesquisa mencionava um dado que deveria aterrar qualquer servidor público, máxime quando detentor de um cargo - 86% DOS PROCESSOS LEVADOS À APRECIAÇÃO JUDICIAL RESTAVAM ANULADOS POR VÍCIOS FORMAIS -, ou seja, eram processos malfeitos, por falta de preparo dos membros ou por descuido na sua dinâmica. 6
7 Em suma, o descuido, a falta de preparo e a ineficiência de servidores públicos estavam dissipando dinheiro público. Contudo, a lei, ao consignar que os procedimentos administrativos são regidos pelo princípio do formalismo moderado, é evidente, ao encararmos as consequências que advêm destes atos administrativos, pois eles obedecem a alguns ritos formais, os quais, quando desobedecidos, dão azo a nulidades que, além de tornarem o ato inútil, ainda causam graves PREJUÍZOS ECONÔMICOS E MORAIS à administração pública. Neste desiderato, é unânime a doutrina (e o bom senso) quando enfatiza as características das quais devem se revestir os membros de uma Comissão, processante ou sindicante, no sentido de que, mesmo que a lei não o diga, para o eficiente andamento do procedimento, não são servidores despreparados que deverão integrá-la. Por isso, para compor uma Comissão, o servidor deve: - Ser servidor estável, portanto nem bolsista nem contratado; - ter disposição para abraçar tal mister; - ter uma escolaridade que lhe dê uma boa base de conhecimento; - ter experiência para desenvolver as funções sem que venha a cometer erros que importem em nulidade do procedimento. Pode-se, então, perceber o quão diminuto se torna o universo de possibilidades de escolha. Muito mais diminuto quando verificamos que SÃO POUQUÍSSIMOS OS SERVIDORES QUE SE DISPÕEM A FAZER PARTE DE UMA COMISSÃO, sob as alegações (verdadeiras) de que: a) a função não é remunerada; b) o serviço executado na Comissão é um acréscimo às suas funções habituais, pois têm de cumprir com suas atividades normais, nas suas respectivas repartições, mais a atividade cumulativa na Comissão; c) ao fazerem parte de uma Comissão disciplinar (processante ou sindicante), serão malvistos pelos outros colegas, já que a grande maioria desconhece o caráter da mesma; d) terão de executar intimações e notificações que, além do aspecto de inconveniência da missão, ainda, nas mais das vezes, terão de ser levadas a efeito em horários fora do expediente e/ou finais de semana; e) na maioria das vezes, com raríssimas exceções, são hostilizados e pressionados pela chefia e colegas que imaginam que o mesmo estará folgando, pois o Servidor participante de Comissões ficará dispensado de registrar o ponto, conforme preceitua o Art. 152, 1º da Lei 8.112/90. 7
8 Portanto, é no estrito observar dos procedimentos administrativos disciplinares, levados a um regular e profissional bom termo por competentes e abalizadas Comissões processantes, que reside a SEGURANÇA JURÍDICA da administração, no gerenciamento eficiente de sua força de trabalho, uma vez que é no sistema disciplinar, tão necessário em todos os campos da atividade humana, inclusive nos grupos familiares, que reside a garantia do bom funcionamento e da regularidade dos serviços públicos, tão almejados e preconizados pelo Estado Democrático e de Direito. O presente trabalho está sendo levado a efeito em face da necessidade crescente de orientação quanto aos procedimentos indispensáveis em virtude da imposição, moral e legal, de se efetuarem com eficiência e profissionalismo as investigações das irregularidades verificadas no decorrer do labor administrativo. Além disso, demonstra o esforço da administração do IFC de dotar de meios e conhecimentos os servidores encarregados desta tão importante quão espinhosa tarefa administrativa. Este despretensioso trabalho objetiva buscar a sistematização, mais simplificada possível, do trabalho das subcomissões encarregadas de proceder à investigação das mais diversas formas de irregularidades administrativas, desde as mais simples até as mais complexas, que infelizmente permeiam o cenário da vida funcional dos segmentos de docentes, técnico-administrativos e eventualmente discentes da comunidade do IFC, de um modo geral. Os procedimentos disciplinares, único meio legal de investigação das irregularidades administrativas, apesar da previsão de informalidade, necessitam, tanto quanto qualquer outro procedimento público, de uma série de medidas legais imprescindíveis para a defesa dos princípios constitucionais de eficiência, legalidade, impessoalidade, contraditório e ampla defesa, entre outros. Dessa forma, urge que sejam apropriados os meios e as formas que levem ao desenvolvimento eficiente e regular do labor investigativo das Comissões de Sindicância, pois qualquer erro, mais ou menos grave, poderá manchar de nulidade todo o procedimento, levando, além do prejuízo econômico, ao descrédito da comunidade e à sensação de impunidade. Assim, sem a pretensão de esgotar a matéria ou dirimir todas as dúvidas, o presente trabalho atingirá seu objetivo se, de algum modo, contribuir para a eficiência e a normalização da atuação das Subcomissões Sindicantes e/ou Processantes nos vários campi ou setores do Instituto Federal Catarinense. 8
9 4 DO PODER DISCIPLINAR O poder disciplinar encontra sua legitimidade no sistema de apuração de responsabilidades, através da busca da verdade com as técnicas empregadas no mundo jurídico, e objetiva assegurar a regularidade do serviço público. A sua atuação produz a certeza jurídica nas relações administrativas internas e externas. O poder disciplinar do Estado é exercido através da aplicação do sistema legal punitivo, que tem sua previsão no Estatuto do Servidor da União, Lei 8.112/90, o qual também prescreve os deveres e as proibições inerentes ao exercício do cargo. O uso desse poder deve ser exercido de forma a propiciar ao servidor acusado a justeza da decisão e à sociedade a segurança e a legalidade. Por isso, seu exercício possui certos limites e formas legais, chamados ritos processuais, para afastar a possibilidade de servir de instrumento de perseguições ou favoritismos. Tem como seus princípios primordiais o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, cujo respeito atesta a justiça das decisões, pois proporciona o equilíbrio do processo. 5 DEVER DE APURAR Para o dirigente público, a investigação do ilícito e a aplicação de pena ao servidor faltoso constitui indeclinável dever com a sociedade, pois a legislação considera crime de condescendência criminosa a falha na apuração imediata. Este dever de apurar é irrenunciável, pois o dirigente público, legalmente investido, é administrador de coisa alheia. Mais ainda, é administrador de bem público cuja tutela recebeu da sociedade, logo ele não pode cometer liberalidade com os bens alheios, sob pena de ser responsabilizado por seus atos. Tal dever está também claro e impositivamente enunciado no artigo 143 da Lei 8.112/90, portanto a falta de cumprimento desse dever funcional de apurar a denúncia implica grave omissão, e seu agente fica sujeito à responsabilização administrativa e penal, podendo ser tipificado nos crimes de prevaricação (art. 319 CP) ou de condescendência criminosa (art. 320 CP). 9
10 6 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Embora o dever de apurar seja impositivo e expresso claramente na lei, o apuratório deve sujeitar-se à prescrição inscrita no artigo 144 e seu parágrafo único da Lei 8.112/90, a qual determina a forma da denúncia, que deve conter a identificação clara do denunciante e, principalmente, razoabilidade e consistência. Dessa forma, certifica-se a lei de que o administrador, ao tomar conhecimento da denúncia, tenha o cuidado de examinar a veracidade da mesma e se realmente configura evidente ilícito administrativo ou penal. Este mandamento da lei tem o propósito de buscar impedir que denúncias falsas ou inconsistentes possam vir a causar danos à honra de qualquer servidor ou danos ao perfeito andamento do trabalho, deixando assim, ao arbítrio fundamentado do administrador público, o poder de aceitar ou rejeitar a denúncia. 7 DEVIDO PROCESSO LEGAL, CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA O princípio do Devido Processo Legal é um princípio previsto na Constituição Federal e significa que ninguém poderá ser punido sem antes ter respondido a um processo legal, devidamente instrumentado, no qual tenha sido concedida ao acusado a oportunidade de livre contraditório e a possibilidade de efetuar a mais ampla defesa, que são também dois outros princípios constitucionais. Todos estão previstos nos incisos LIV e LV do artigo 5º da Constituição Federal. Por contraditório, entende a lei a mais completa liberdade do acusado poder apresentar as provas de que dispõe, para contraditar as acusações. Por ampla defesa, entende-se a faculdade do acusado de conhecer a acusação e de possuir a absoluta liberdade de acesso aos autos e a qualquer tipo de prova de que dispuser a comissão. O propósito da lei, ao enunciar tais princípios, é o de evitar que o processo seja uma luta desigual, no qual a administração disponha de meios de acusação e de provas superiores aos do acusado, e este não tenha a possibilidade de se defender convenientemente, frustrando a busca da justiça e da verdade real. 10
11 8 SINDICÂNCIA E PROCESSO Os dois únicos tipos de meios previstos para se apurarem denúncias de infração disciplinar são o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e a Sindicância, sem os quais nenhum servidor poderá receber qualquer tipo de penalização. O Processo Administrativo Disciplinar é o meio próprio para se investigar aprofundadamente denúncias de ilícitos que possuam uma maior gravidade e que possam ensejar penalizações maiores que trinta dias de suspensão. Para que possa ser instaurado o PAD, é necessário que, no corpo da denúncia, existam indícios claros de autoria e materialidade, ou seja, a suspeita clara do autor do ilícito e a demonstração clara de que esse ilícito existe. Sindicância é o meio mais simplificado, rápido e abreviado de investigação, entretanto essa simplicidade e rapidez não devem significar a superficialidade e o atropelo na condução das investigações. A sindicância é usada quando não existe clareza indiciária da denúncia na indicação da autoria e/ou materialidade e/ou quando existe a ocorrência de ilícito de menor potencial, o qual poderá ensejar uma penalização menor que trinta dias de suspensão. Tanto o PAD quanto a sindicância apresentam a necessidade de que sejam desenvolvidas com regularidade todas as suas fases, de acordo com a sequência ordenada de atos legalmente previstos nas normas procedimentais administrativas, formando um todo que possa informar com segurança o que se propõe a ser apurado. 8.1 Tipos de Sindicância Quando a sindicância for baseada em denúncia que não contenha a autoria, ela terá caráter apenas INVESTIGATÓRIO. Dessa forma, será muito mais simplificada, pois não necessitará prover a ampla defesa e o contraditório. Além disso, poderá apenas resultar no arquivamento, se nada for provado, ou a remessa para PAD, quando houverem sido constatadas a autoria e a materialidade. 11
12 Entretanto, quando a infração tiver menor potencial ofensivo, que não enseje penalização maior que suspensão por trinta dias, e houver indícios de autoria e materialidade, a Sindicância terá caráter PUNITIVO e deverá seguir o mesmo rito do PAD, especialmente no que diz respeito à ampla defesa e ao contraditório. 9 ILÍCITO PENAL E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O servidor público responde penalmente por suas ações quando as mesmas decorrem de crime ou contravenção praticada por ele no exercício do cargo ou em razão do mesmo. Quando da sindicância resultar indícios de ilícito penal e/ou improbidade administrativa, a Comissão deverá enviar ao Ministério Público cópia do procedimento para a devida apuração penal, a qual não se confunde com a apuração administrativa. 10 INSTAURAÇÃO DA COMISSÃO O procedimento de instauração da Comissão se consolida com o ato da emissão da Portaria Inaugural, com a devida publicação, a qual, como o próprio nome já diz, dá início a todo o processo. Há que se tomar cuidado com os requisitos formais para a sua edição, pois, como a mesma é preliminar a todo e qualquer ato processual, eventuais erros poderão redundar em nulidade absoluta do pleito apuratório Competência A lei é que determina qual autoridade é competente para instaurar o procedimento. Competência é a prerrogativa legal conferida à autoridade instauradora/julgadora para atuar no limite do poder conferido pelo diploma legal aplicável ao caso. No caso particular das sindicâncias no âmbito do IFC, o Regimento Geral desta Instituição, em seu artigo 173, determina como competência das direções dos campi a instauração de sindicâncias em sua abrangência. 12
13 10.2 Composição A Comissão deverá ser composta por até três membros, sendo um deles o Presidente, devendo estes serem servidores estáveis, preferencialmente de categoria ou nível de escolaridade igual ou superior ao acusado. Estes servidores deverão reunir, dentro do possível, as qualidades e os requisitos necessários para atuar com eficiência, desembaraço, conhecimento de causa, fácil manejo da linguagem e pronto discernimento das situações Impedimento e Suspeição O impedimento e a suspeição podem comprometer a isenção necessária para a imparcialidade e a independência no cumprimento do dever legal. O parágrafo 2º do artigo 149 da Lei 8.112/90 relata os casos de IMPEDIMENTO, quais sejam: cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. A SUSPEIÇÃO decorre de amizade íntima, inimizade notória, relações de interesse mútuo, como credor/devedor, ou qualquer tipo de relações processuais entre sindicante e acusado. A suspeição e o impedimento também devem ser observados em relação aos peritos e às testemunhas do processo sindicante Obrigação de Participar Integrar e participar de Comissão disciplinar são encargos inerentes à atividade pública e preponderantes sobre qualquer outra atividade. Integrar comissão disciplinar é uma obrigação funcional inescusável e, portanto, não admite qualquer tipo de escusa face ao seu caráter de múnus público, salvo as razões de impedimento e suspeição e justificadas razões de foro íntimo que impeçam o servidor de tratar o caso com isenção e imparcialidade. 13
14 10.5 Dos Requisitos Exigidos Aos Membros De Comissão a) Honestidade; b) inteligência; c) bom senso; d) isenção de animus ; e) desembaraço; f) afabilidade; g) espírito de justiça; h) pertinácia; i) capacidade de agir sob pressão; j) habilidade para interagir com pessoas de meios socioculturais distintos Das Atribuições dos Membros Cada membro da Comissão terá funções próprias a desempenhar no decurso das averiguações, as quais deverá conhecer para desempenhar com eficiência e exatidão. a) Atribuições do Presidente: 1 Instalar a comissão sindicante ou processante; 2 designar servidores para funções auxiliares; 3 determinar e distribuir serviços em geral; 14
15 4 emitir o Mandado de Notificação para o(s) denunciante(s) prestar(em) depoimento(s); 5 emitir o Mandado de Notificação para o(s) denunciado(s) acompanhar(em) o(s) depoimento(s) do(s) denunciante(s) e testemunhas; 6 emitir o Mandado de Intimação para as testemunhas prestarem depoimento; 7 emitir o Mandado de Intimação para o(s) denunciado(s) prestar(em) depoimento; 8 emitir, juntamente com os demais membros da comissão sindicante ou processante, o devido Termo de Indiciação para o INDICIADO, com cópia ao advogado constituído ou dativo; 9 emitir o Mandado de Citação para apresentação de defesa escrita ao INDICIADO e ao advogado constituído ou dativo; 10 fixar prazos e horários, obedecida a tempestividade legal; 11 oficiar atos praticados pela Comissão; 12 assinar documentos; 13 instruir os trabalhos sindicantes ou processantes; 14 assegurar ao denunciado/indiciado todos os direitos regrados em Lei; 15 qualificar e inquirir os Depoentes, reduzindo a termo suas declarações; 16 determinar a juntada e a expedição de documentos em geral; 17 determinar e/ou autorizar diligências, solicitar perícias, vistorias e demais atos de interesse do procedimento; 18 informar à autoridade superior sobre o curso do procedimento, observando o que preceitua o artigo 150 da Lei 8.112/90; 19 representar a Comissão Sindicante ou Processante; 15
16 20 tomar decisões de EMERGÊNCIA, justificando-as por escrito; 21 encerrar os trabalhos da Comissão e encaminhar os autos com o relatório final. b) Atribuições do Secretário: 1 Cumprir as determinações do Presidente, no interesse do trabalho da Comissão Sindicante ou Processante; 2 organizar o material necessário; 3 lavrar os mandados de Notificação, Intimação e Citação; 4 lavrar os termos e a competente juntada aos autos; 5 ter sob sua guarda os documentos e papéis próprios dos procedimentos; 6 numerar e rubricar todas as folhas dos autos (podendo também ser feito pelos demais membros); 7 subscrever, juntamente com o Presidente, os documentos necessários; 8 expedir e encaminhar expedientes; 9 participar de diligências e vistorias, juntamente com os demais membros; 10 organizar auto-complementar do procedimento; 11 substituir o Presidente quando designado. c) Atribuições do Membro Auxiliar: 1 Preparar o local dos trabalhos; 2 assessorar os trabalhos gerais da Comissão Sindicante ou Processante; 16
17 3 sugerir medidas de interesse da Comissão; 4 receber e conduzir a local próprio todas as pessoas participantes da Sindicância ou Processo Administrativo; 5 velar pela incomunicabilidade das testemunhas; 6 velar pelo sigilo das declarações, juntamente com os demais membros; 7 assinar, com os demais componentes da Comissão, os documentos necessários; 8 substituir o Presidente e/ou Secretário quando designado. 11 PROVIDÊNCIAS INICIAIS Emitida a portaria inaugural, a Comissão está legalmente instaurada e, portanto, necessita começar os trabalhos. Para tanto, cabe-lhe envidar algumas ações práticas imprescindíveis para o bom termo da importante tarefa Local A primeira providência é decidir o local que servirá de base à Comissão, o qual deverá conter todos os instrumentos e materiais necessários ao desempenho da tarefa, assim como possuir dimensões suficientes para acomodar a comissão, os acusados, os defensores e as testemunhas, além de apresentar condições de isolamento acústico, a fim de ser preservado o devido sigilo dos trabalhos. A decisão da escolha do local deve levar em consideração fatores como a distância das testemunhas e dos acusados, o próprio local do acontecimento do fato, entre outros Materiais e Instrumentos Imprescindível é que a Comissão tenha acesso a computador confiável e com certa rapidez de resposta, impressora, papel, carimbo para paginação, canetas etc. 17
18 11.3 Estudo do Caso Depois de devidamente instalada, a Comissão deve se reunir e, antes de qualquer ação a ser levada a efeito, fazer um profundo estudo do caso, com todas as suas possíveis nuances, e efetuar um acurado planejamento com a previsão de todos os passos a serem seguidos. 12 AFASTAMENTO PREVENTIVO Quando pairar forte indício de culpabilidade do acusado e sua presença no local de trabalho ensejar constrangimento às testemunhas, quer por seu grau de amizade, quer por sua influência, a Lei 8.112/90, em seu artigo 147, autoriza que se proceda ao afastamento preventivo do acusado de seu local de trabalho. Esse afastamento tem o intuito de prevenir o bom andamento do pleito e deverá ser adotado sempre que existirem fortes suspeitas de que a presença do acusado possa de alguma forma influir, interferir, dificultar ou prejudicar a regularidade e o perfeito andamento do feito. O afastamento será determinado por portaria da autoridade instauradora e deverá conter a justificação do fato, sendo que o tempo poderá ser fixado em até 60 dias, prorrogáveis por igual período. Entretanto, a tarefa de analisar a situação e a necessidade do ato caberá à Comissão, que deverá oficiar a autoridade, peticionando tal ação. O afastamento poderá ser pedido a qualquer momento e em qualquer fase do processo. 13 A AUDIÊNCIA Na maioria das vezes, a investigação tem o seu momento de maior importância quando da realização da audiência, na qual devem ser ouvidos os denunciantes, as testemunhas e os acusados, cabendo parte importante à Comissão, e principalmente à presidência, qual seja, a condução daquela e a inquirição acerca dos fatos que forem julgados importantes. 18
19 13.1 Caráter reservado A Sindicância, como um todo, geralmente é considerada de caráter sigiloso, do interesse da administração, no intuito de não deixar que fatos venham a público e que prejudiquem a investigação ou causem danos à imagem das pessoas ou da Instituição. Quanto à audiência, a Lei 8.112/90, em seu artigo 150, parágrafo único, é clara ao determinar que as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. Logo, somente as partes envolvidas poderão ter acesso às mesmas Qualificação A primeira e não menos importante parte da oitiva diz respeito à qualificação do depoente, ou seja, ele deverá ser identificado, inclusive com a informação se comparece como testemunha, informante, denunciante etc Compromisso Logo após, a testemunha deverá prestar o necessário compromisso, ou seja, deverá manifestar de forma inequívoca se se compromete a dizer a verdade e se não possui nenhum impedimento Redução a Termo O artigo 158 da Lei 8.112/90 é impositivo ao declarar que o depoimento deverá ser reduzido a termo, na hora e na presença das partes. Deve-se levar em consideração que os depoimentos obrigatoriamente devem ser conduzidos com tranquilidade e rapidez, não podem sofrer solução de continuidade e têm de ser impressos e assinados logo após a oitiva. Cabe à presidência, na condução dos trabalhos, ouvir as declarações e reduzir a termo com a fidelidade exigida no caso. 19
20 13.5 Reinquirição Reinquirição é o direito do acusado ou de seu defensor de fazer perguntas às testemunhas através do presidente da Comissão, no intuito de promover a ampla defesa e a possibilidade do contraditório. Contudo, ao Presidente cabe o direito de indeferir perguntas que entenda ofensivas ou impertinentes Interrogatório Em tese, é o depoimento mais importante da fase instrutória, pois é por meio dele que são ouvidos os esclarecimentos do investigado sobre as acusações que lhe são imputadas. Dessa forma, é uma fase importante da defesa, na qual o investigado buscará esclarecer e convencer a comissão dos fatos a seu favor. É importante destacar que o interrogado não será compromissado, pois não está obrigado a dizer a verdade, uma vez que, segundo o direito constitucional, ninguém é obrigado a se auto acusar. Deve-se citar também que, havendo outros acusados, eles estarão impedidos de assistir ao interrogatório. 14 PRAZO PARA A CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA No artigo 145, parágrafo único da Lei 8.112/90, encontra-se expresso o prazo para a conclusão da Sindicância - 30 dias, prorrogável por igual período. Em relação ao rito, quando a Sindicância é punitiva, a única diferença entre esta e um PAD é o prazo mais curto da primeira. 15 CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA Após toda a fase instrutória e a análise dos autos e da defesa escrita, nas quais será procedido o exame das irregularidades apresentadas e de suas causas, sugerindo as medidas saneadoras e as punições (que têm caráter pedagógico), a Comissão deverá proceder ao relatório conclusivo, que é uma peça escrita com início, meio e fim, fazendo menção expressa às irregularidades constatadas, às provas que 20
21 basearam as conclusões da Comissão, indicando o seu lugar nos autos, e às conclusões, as quais devem OBRIGATORIAMENTE obedecer a um dos mandamentos do artigo 145 da Lei 8.112/90, quais sejam: 30 dias; I arquivamento do processo; II aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até III instauração de processo administrativo disciplinar.. 21
22 22
23 ANEXOS ANEXO A - MINUTAS (MINUTA DE PORTARIA DE INSTAURAÇÃO) PORTARIA Nº XXX, de XXX. O DIRETOR - GERAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CAMPUS DE XXX, no uso de suas atribuições legais e estatutárias e tendo em vista o que consta do Processo nº XXXX. R E S O L V E : DESIGNAR, o Professor Assistente JOÃO DA SILVA (SIAPE XXXX), o Ass. Adm. PEDRO PAULO (SIAPE XXX) e a TAE JOANA DARC (SIAPE XXX), para, sob a Presidência do primeiro, constituírem COMISSÃO DE SINDICÂNCIA, para apurar os fatos ocorridos no XXX. trabalhos. II A Comissão tem o prazo de 30 (trinta) dias para a conclusão dos DIRETOR OBS: 1) Se for Processo Administrativo Disciplinar, o prazo é de 60 (dias), consoante o Art. 152 da Lei 8.112/90. 23
24 (MINUTA DE TERMO DE INSTALAÇÃO) TERMO DE INSTALAÇÃO Aos xxx dias do mês de xxx do ano de xxx, reuniram-se os membros da COMISSÃO SINDICANTE, nomeada através da Portaria nº xxx do DIRETOR - GERAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CAMPUS DE xxx, com a finalidade de INSTALAR os trabalhos da Comissão que investiga as denúncias de xxx. O Sr. Presidente, conforme com os demais Membros da C.S., deu por instalados os trabalhos da sobredita COMISSÃO. E, para constar, foi lavrado o presente TERMO que vai assinado por mim, xxx, Membro/Secretário da C.S., bem como pelos demais membros da sobredita Comissão. Presidente Membro Membro/Secretário Obs: Não é errado usar uma Ata de Instalação em vez de Termo. Tanto um quanto o outro estão corretos. Também, na própria ata de instalação, já poderão ser colocadas todas as deliberações iniciais como nome do secretário, ofícios a expedir etc. 24
25 (MINUTA DE PORTARIA NOMEANDO SECRETÁRIO) PORTARIA Nº 001/C.S de xxx O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA instituída pela Portaria nº xxx, de xxx de xxx DO DIETOR - GERAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CAMPUS DE xxx, no uso de suas atribuições legais e na forma do disposto no art. 149, 1º, da Lei 8.112/90, resolve, DESIGNAR o Ass. Adm. FULANO DE TAL (SIAPE nº xxx), para exercer as funções de SECRETÁRIO da Comissão Processante. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. Presidente da CS 25
26 (MINUTA DE TERMO DE COMPROMISSO DE SECRETÁRIO) TERMO DE COMPROMISSO Aos xxx dias do mês de xxx do ano de xxx, na sala nº xxx do Centro de xxx, sede da Comissão Sindicante, compareceu o Ass. Adm. FULANO DE TAL, designado para SECRETARIAR os trabalhos Sindicantes, a fim de prestar compromisso do cargo. Tomando ciência dos deveres e das atribuições a ele inerentes, e advertido pelo Presidente do dever de sigilo e das implicações legais advindas de tal exercício, declarou aceitá-los, não havendo impedimento ou suspeição que o impeça de bem e fielmente cumprir as atribuições a si deferidas. E, para constar, lavrou-se o presente termo que vai assinado pelo Presidente e pelo compromissado. Presidente Secretário 26
27 (MINUTA DE ATA) ATA Nº 001/2012-C.S Aos xxx dias do mês de xxx do ano de xxx, na sede da Comissão sindicante, situada na sala xxx, reuniram-se os membros da COMISSÃO SINDICANTE, instituída pela Portaria nº do DIRETOR - GERAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CAMPUS de xxx, os quais deliberaram pelo que segue: xxx. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ATA, a qual, após lida e achada conforme, vai assinada por mim, xxx, Secretário da Comissão Sindicante, bem como pelos demais membros da sobredita COMISSÃO. Presidente Membro Membro/Secretário 27
28 (MANDADO DE NOTIFICAÇÃO, AO DENUNCIADO, DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO) MANDADO DE NOTIFICAÇÃO PROCESSO: XXXX.XXX/XXX Portaria: XXX NOTIFICADO: Serv. Fulano de Tal O Presidente da Comissão Sindicante instituída pela Portaria supracitada NOTIFICA Vossa Senhoria de que, no dia xxx, foram instalados os trabalhos de apuração referentes ao Processo nº xxx, com a finalidade de apurar denúncia de irregularidade ocorrida no xxx, no qual vossa senhoria figura na condição de Denunciado. Vossa Senhoria poderá, querendo, se fazer acompanhar de advogado, legalmente habilitado e com poderes expressos para tanto, ter vistas do processo, acompanhar os atos e as diligências a serem praticados pela Comissão, juntar provas e indicar elementos de provas de que dispuser, formular quesitos quando se tratar de prova pericial, bem como OFERECER ROL DE TESTEMUNHAS, EM 05(CINCO) DIAS, que deporão para esclarecimento do fato probando, na conformidade do disposto no artigo 156 da Lei 8.112/90. Fica igualmente NOTIFICADO de que a Comissão promoverá audiência de inquirição de testemunhas conforme pauta abaixo. Comunica ainda que os atos da Comissão serão realizados na sala xxx, do Prédio xxx, onde lhe será facultada vista dos autos. PAUTA DAS AUDIÊNCIAS DIA / / 08h30min Serv. Cicrano de Tal 09h30min Serv. Fulgênio das Tantas 14h Serv. Emerenciana da Silva 15h Serv. Maria Silveira da S. e Silva 28
29 Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. Presidente da CS Em / de 2012 Recebi: Anexo cópia da denúncia 29
30 (MINUTA DO MANDADO DE INTIMAÇÃO AO DENUNCIANTE) MANDADO DE INTIMAÇÃO PROCESSO: nº XXXXXX.XXXXX/XXXX-XX PORTARIA: nº XXX NOTIFICADO: Prof. Fulano de Tal O PRESIDENTE DA COMISSÃO SINDICANTE, instituída pela Portaria nº xxx de xxx, em que é denunciado o prof. Fulano de Tal, (ou para investigar fato xxxxxxx), NOTIFICA Vossa Senhoria para prestar DEPOIMENTO como DENUNCIANTE no suprarreferido processo. A AUDIÊNCIA terá lugar no dia xxx às xxxh e xxxmin, na sala da aludida Comissão, instalada na xxx. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. Presidente Recebi: Em / / 2015 HORA: 30
31 (MINUTA DO MANDADO DE NOTIFICAÇÃO AO DEFENSOR) MANDADO DE NOTIFICAÇÃO PROCESSO: nº XXX PORTARIA: XXX NOTIFICADO: XXX O Presidente da Comissão Sindicante, instituída pela Portaria supramencionada, NOTIFICA Vossa Senhoria de que, no dia xxx, foram instalados os trabalhos de apuração referentes ao Processo nº xxx, com a finalidade de apurar denúncia de irregularidade ocorrida no xxx, no qual vossa senhoria figura na condição de Defensor do acusado FULANO DE TAL. Vossa Senhoria poderá, querendo, ter vistas do processo, acompanhar os atos e diligências a serem praticados pela Comissão, juntar provas e indicar elementos de provas de que dispuser, na conformidade do disposto no artigo 156 da Lei 8.112/90. COMUNICA, ainda, que os atos da Comissão serão realizados na sala xxx, do Prédio xxx, onde lhe será facultada vista dos autos. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. Recebi: - Presidente C.S. Em / de
32 (MINUTA DE MANDADO DE INTIMAÇÃO PARA TESTEMUNHA) MANDADO DE INTIMAÇÃO PROCESSO: nº XXX PORTARIA: XXX INTIMADO: XXX O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA instituída pela Portaria nº xxx, de xxx, em que é DENUNCIADO o servidor Fulano de Tal (ou para investigar o fato tal), INTIMA Vossa Senhoria para prestar DEPOIMENTO como TESTEMUNHA no Processo suprarreferido. A audiência terá lugar no dia xxx, às xxxh xxxmin, na sede da aludida COMISSÃO, instalada na sala xxx, do xxx. Blumenau/SC xxx, de xxx de xxx. - Presidente - Recebi: Em / / 2015 HORA: 32
33 (MINUTA PARA TERMO DE AUDIÊNCIAS) TERMO DE AUDIÊNCIAS Aos xxx dias do mês de xxx do ano de xxx, perante a COMISSÃO SINDICANTE (ou processante) designada pela Portaria nº xxx, na sala xxx, na presença do(os) defensor(res) Doutor(es) Fulano, Cicrano e Beltrano, compareceu o(a) Sr.(a) xxx, brasileiro, maior, casado, portador da C.I. nº xxx, residente e domiciliado à rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, nesta cidade, o(a) qual, na condição de Testemunha, passou a ser inquirido(a) pelos membros da C.S., dando-se o ato na forma que segue. Compromissado(a) sob as penas da Lei. PR. Que. Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e achado conforme o presente TERMO, vai assinado por mim, xxx, Secretário da COMISSÃO SINDICANTE, pelo depoente, pelo(os) Defensor(es), bem como pelos demais Membros da sobredita COMISSÃO. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. - Depoente - - Presidente - Membro - Membro Secretário - Advogado - 33
34 (MINUTA DO TERMO DE INDICIAÇÃO) TERMO DE INDICIAÇÃO A COMISSÃO SINDICANTE nomeada através da Portaria nº xxx do Diretor do Campus de xxx, reunida para analisar os documentos constantes do Processo nº xxx, cumprindo o que dispõe o art. 161, 1º e 2º, da Lei 8.112/90, deliberou, de acordo com as provas constantes nos autos, por INDICIAR o Servidor Denunciando como segue: Serv.: FULANO DE TAL por, no exercício de suas funções de, ter infringido ao(s) art(s). xxx., da Lei xxx; quando executou os fatos xxx, conforme provas constantes nas páginas tais e tais. Em face do exposto, sejam tomadas, pelo Secretário da C.S., nos termos do 1º, do Art. 161 da Lei 8.112/90, as providências para imediata Citação do INDICIADO. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. - Presidente - - Membro - - Membro/Secretário - 34
35 (MINUTA DE MANDADO DE CITAÇÃO AO ACUSADO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA ESCRITA) MANDADO DE CITAÇÃO Ilmº Sr. Serv. XXX. (Endereço) Cumprindo determinação dos Membros da Comissão Sindicante, instituída pela Portaria nº xxx, de xxx, incumbida de apurar os fatos relacionados no Processo nº xxx, CITO V. Sª. para apresentar DEFESA ESCRITA, em 02 (duas) vias, no prazo de 10 (dez) dias (ou vinte) no processo a que responde, do qual lhe será facultada vista dos autos nos dias úteis, das xxx às xxx horas na xxx. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. - Presidente - Recebi: Em / / 2015 HORA: OBS: Havendo somente UM denunciado, o prazo é de DEZ dias; se houver MAIS DE UM, o prazo é comum e de VINTE dias. 35
36 (MINUTA DE MANDADO DE CITAÇÃO AO DEFENSOR PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA ESCRITA) MANDADO DE CITAÇÃO Ilmº Sr. Dr. XXX. (Endereço) Cumprindo determinação dos Membros da Comissão Sindicante, instituída pela Portaria nº xxx, de xxx, incumbida de apurar os fatos relacionados no Processo nº xxx, CITO V. Sª. para apresentar DEFESA ESCRITA, em 02 (duas) vias, no prazo de 10 (dez) dias (ou vinte) no processo a que responde o servidor FULANO DE TAL, no qual Vossa Senhoria figura como defensor e do qual lhe será facultada vista dos autos nos dias úteis, das xxx às xxx horas na xxx. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. - Presidente - Recebi: Em / / 2015 HORA: 36
37 (MINUTA DE TERMO DE ENCERRAMENTO E REMESSA) TERMO DE ENCERRAMENTO E REMESSA Aos dias xxx do mês de xxx, a COMISSÃO SINDICANTE, designada pela Portaria nº xxx, de xxx, reunida na sala nº xxx, do xxx, presentes os seus membros, encerraram-se os trabalhos da sobredita Comissão relativos ao Processo nº xxx. De ordem do Sr. Presidente da Comissão, faço remessa destes autos para o competente julgamento do XXX. Para constar, eu, xxx, Secretário da Comissão Sindicante, lavrei o presente Termo, o qual vai assinado por mim, bem como pelos demais membros da sobredita COMISSÃO. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. - Presidente - - Membro - - Membro/Secretário - 37
38 (MINUTA DE JULGAMENTO) PROCESSO Nº XXX: JULGAMENTO Vistos, relatados e examinados os autos do Processo nº xxx, verifiquei que o denunciado, Servidor FULANO DE TAL, devidamente qualificado, foi ouvido e teve oportunizada a ampla defesa. Ante o que consta, acolho o Parecer da Comissão Processante (ou Sindicante) e julgo o Servidor, acima identificado, culpado (ou inocente de culpa) na instância administrativa, aplicando-lhe a pena de xxx, conforme o preceitua(m) o(s) Artigo(s) da Lei 8.112/90 (...). Assim, determino: a) que seja dado conhecimento ao Denunciado e ao seu Defensor, oportunizando, se assim desejarem, manifestação por escrito num prazo de 10 (dez) dias; b) que seja encaminhada cópia deste Processo ao Ministério Público Federal, para averiguar a possibilidade de ocorrência dos ilícitos previstos nos artigos xxx e xxx do Código Penal, ou seja, os de xxx e de xxx. Cumpra-se. Blumenau/SC, xxx de xxx de xxx. AUTORIDADE JULGADORA 38
39 ANEXO B - ROTEIRO TEÓRICO 1) COMUNICAÇÃO DA IRREGULARIDADE: esta deverá ser comunicada à autoridade superior ou à chefia imediata, conforme o contido nos Artigos 143 e 144 da Lei 8.112/90, e devidamente protocolada; 2) DESPACHO DA AUTORIDADE COMPETENTE DETERMINANDO A ABERTURA DO PROCEDIMENTO: no caso da Reitoria, quando a irregularidade ocorrer num Campus, deverá, sempre, ser determinada a abertura de Sindicância pelo Diretor do respectivo Campus ou seu substituto legal. Caso a Comissão Sindicante chegar à conclusão de que deva ser instaurado Processo Disciplinar (Art. 145, III), os autos devem ser remetidos, com o competente julgamento da Autoridade acima referida, ao Magnífico Reitor, o qual detém a competência legal para determinar a abertura do respectivo Processo Administrativo Disciplinar, procedimento este que deverá ser instruído pela COPPAD. Nas Sub-Unidades subordinadas diretamente à Reitoria, as Sindicâncias também deverão ser instruídas pela COPPAD; 3) AUTUAÇÃO: pode-se autuar através de um TERMO DE AUTUÇÃO, da seguinte maneira: Aos xxx dias do mês de xxx, do ano de xxx, neste Campus, recebi a Portaria nº xxx, do (Autoridade Instauradora), os documentos (relacionar os documentos) que instruem a denúncia, os quais autuo e numero na ordem.. Na UFSM/COPSIA, o usual era o próprio Secretário da COPSIA autuar junto ao DAG (Departamento de Arquivo Geral) daquela Instituição. 4) PORTARIA DE INSTAURAÇÃO: deverá ser emitida pela autoridade máxima do Campus ou por autoridade delegada. Nos procedimentos instaurados pela Reitoria, sua Magnificência poderá delegar ao seu Substituto, quando de sua ausência, ou ao Coordenador da COPPAD. Na portaria deverá constar o número do Processo e, sucintamente, os fatos a serem investigados, a designação dos membros que comporão a Comissão, seus cargos e respectivos números do SIAPE, o nome de quem a presidirá e o prazo para conclusão dos trabalhos; 5) PORTARIA NOMEANDO SECRETÁRIO: esta levará o nº 001/C.S. (ou C.P.), porque é interna da Comissão Sindicante (ou Processante) e será emitida pelo Presidente da Comissão. A designação do Secretário poderá recair sobre um dos membros; 39
40 6) TERMO DE COMPROMISSO DO SECRETÁRIO: documento pelo qual o Secretário designado firma compromisso, toma ciência dos deveres e atribuições a ele inerentes e é advertido pelo Presidente do dever de sigilo e das implicações legais advindas de tal exercício; 7) TERMO DE INSTALAÇÃO DOS TRABALHOS: é o documento que assinala a instalação dos trabalhos da Comissão. Deve ser lavrado pelo Secretário e devidamente assinado pelos membros da C.S. Uma cópia deve ser enviada à Autoridade instauradora, comunicando a instalação dos trabalhos da Comissão; 8) ATA: de acordo com 2º do Art. 152 da Lei 8.112/90, as reuniões da comissão deverão ser registradas em atas, nas quais precisam ser detalhadas as deliberações a serem adotadas durante toda instrução do procedimento. Também levará uma numeração interna da Comissão, ou seja, ATA Nº 001/C.S(ou C.P), ATA Nº 002/C.S. (ou CP), e assim sucessivamente; 9) MANDADO DE NOTIFICAÇÃO AO (s) DENUNCIANTE (s): através deste documento, o(s) Denunciante(s) é(são) NOTIFICADO(s) para prestar Depoimento. Deve constar, sucintamente, o fato denunciado, o número do Processo, o local, a data e o horário da audiência. O recebimento desse documento deve ser assinado somente pelo NOTIFICADO com data e horário; pois é um DOCUMENTO PERSONALÍSSIMO. 10) MANDADO DE NOTIFICAÇÃO AO(s) DENUNCIADO(s): notificação ao(s) Denunciado(s) nos moldes do item anterior, devendo constar, ainda, o seguinte enunciado: (...) (NOTIFICA V. Sa. para, querendo acompanhar depoimentos na condição de DENUNCIADO no Processo supracitado ( ), podendo Vossa Senhoria comparecer ou se fazer assistir de procurador legalmente constituído. 11) **Deve constar também a data, local e horário das audiências, bem como o nome das pessoas que irão depor e sua condição no processo; O recebimento desse documento deve ser assinado somente pelo NOTIFICADO, com data e horário, pois é um DOCUMENTO PERSONALÍSSIMO. 40
41 ** Chamamos a atenção para este destaque, uma vez que, em alguns procedimentos, isso não foi observado, tendo sido motivo de nulidades, com alegação, pelos defensores, de cerceamento de defesa. 12) MANDADO DE INTIMAÇÃO ÀS TESTEMUNHAS: aqui, tanto as Testemunhas da Administração (ou de acusação) como as Testemunhas da Defesa devem ser Intimadas para prestarem depoimento, sendo que, após os depoimentos das Testemunhas da Administração (ou acusação), depõem as Testemunhas da Defesa; 13) MANDADO DE INTIMAÇÃO AO(s) DENUNCIADO(s): após os depoimentos do(s) Denunciante(s), das Testemunhas de Acusação e de Defesa, a(s) última(s) pessoa(s) a prestar(em) depoimento é(são) o(s) Denunciado(s). Tal procedimento objetiva cumprir o que preceituam o Artigo 5º, LV da Constituição Federal, o Artigo 153 da Lei 8.112/90 e o parágrafo único do Artigo 27 da Lei 9.784/99; Obs.: A Legislação institui que as notificações devem ser entregues com, no mínimo, 48 horas de antecedência. 14) TERMO DE INDICIAÇÃO: se a Comissão Sindicante ou Processante, diante das provas constantes nos autos, entender por INDICIAR o Servidor Denunciado, deverá emitir o competente Termo de Indiciação, no qual constará, COM CLAREZA: a) A descrição minuciosa dos fatos reputados ao(s) indiciado(s); b) o devido enquadramento legal, especificando as leis e os artigos infringidos pelo(s) mesmo(s); c) as provas existentes com a especificação das páginas do processo onde se encontram; d) tudo conforme preceitua o caput do Artigo 161, da Lei 8.112/90. 15) MANDADO DE CITAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA ESCRITA: de acordo com o 1º do Art. 161, da Lei 8.112/90, o indiciado deverá ser citado para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum de 20 (vinte) dias ( 2º do mesmo diploma legal); 41
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