Em meio à crise da zika, Rio-16 põe repelente oficial à venda

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUARTA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2016 NÚMERO DO DIA R$ 2 mi foi o quanto o Flamengo gastou na reforma do CT do clube, que foi reinaugurado ontem, no Rio EDIÇÃO 452 Em meio à crise da zika, Rio-16 põe repelente oficial à venda POR DUDA LOPES E ERICH BETING No dia 12 de fevereiro, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tentou desvincular a crise de propagação de doenças causadas pelo mosquito transmissor do Aedes Aegipty dos Jogos Olímpicos. Em entrevista coletiva, o prefeito da cidade que no dia 5 de agosto recebe a maior competição esportiva do mundo, disse que a crise não pode virar um tema olímpico. Temos que tratar do problema, mas não podemos transformar em um tema olímpico. Não é um tema olímpico. Isso é um tema nosso, de nós brasileiros e da cidade do Rio de Janeiro. Menos de um mês depois da declaração do dirigente, o Rio colocou à venda em suas lojas oficiais um repelente que leva a marca dos Jogos e, ainda, o selo da campanha nacional que tenta evitar a contaminação das pessoas pelo temido mosquito. A reportagem da Máquina do Esporte encontrou o produto à venda na loja das Olimpíadas no aeroporto de Congonhas. Por R$ 35 você compra o repelente. O kit que tem também o protetor solar sai ao todo R$ 75. O produto não é vendido pela loja virtual. Os dois produtos fazem parte de um portifólio de mais de mil itens oficiais dos Jogos do Rio. Assim como todos os outros, o comitê organizador concede a licença para a fabricação do produto a um terceiro, que é responsável também pela comercialização dele ao mercado varejista. O Rio espera faturar R$ 1 bilhão com licenciamento. Para isso, vale até ter um repelente oficial... 1

2 Legado! Rio exige atenção aos mínimos detalhes num evento POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte Muitos podem considerar tempestade em copo d água a matéria que abre o Boletim Máquina do Esporte de hoje. Afinal, o que há demais no fato de termos um repelente oficial dos Jogos Olímpicos do Rio? Em meio a uma das maiores crises geradas por um mosquito transmissor de doenças, é natural produtores de repelentes ganharam uma boa graninha com a venda de produtos. Mas, e sempre tem ele, o caso evidencia uma necessidade que às vezes passa batida no nosso universo esportivo, que é a atenção aos mínimos detalhes dentro de um evento. Não há no esporte algo que seja de tão alto nível quanto as Olimpíadas. São dezenas de milhares dos melhores atletas de todo o mundo. Isso exige, de quem a organiza, uma preocupação extrema com detalhes que às vezes são tolos, mas que podem fazer muita diferença. Se o prefeito da cidade-sede minimizou os efeitos do Aedes Aegipty para a realização dos Jogos, parece incoerente o fato de o próprio organizador do evento lançar um produto para se proteger do mosquito. Ontem, jornalistas estrangeiros comentavam a imagem do repelente oficial dos Jogos. Deve ser o primeiro caso que uma Olimpíada tenha tal produto licenciado. É só olhar as referências que tivemos em pré- -conceitos em relação à África do Sul na Copa de 2010 para vermos o que isso significa para o estrangeiro. Para olharmos o copo d água meio cheio dessa tempestade, o caso vai servir de lição para a indústria que viverá após o Rio-2016 por aqui. Num evento, é preciso estarmos atentos aos mínimos detalhes. Asics enxuga circuito de provas e cria nova maratona em São Paulo POR REDAÇÃO Marca líder no segmento de corrida de rua, a Asics mudou a principal plataforma de eventos que organiza na modalidade. A fabricante anunciou uma redução no antigo circuito Golden Four de meias-maratonas, que foi rebatizado. Além disso, a marca anunciou uma nova maratona para a cidade de São Paulo, maior mercado do país. Com o nome de Golden Run, o circuito neste ano terá etapas no Rio de Janeiro, em Brasília e São Paulo. A novidade é a realização da primeira maratona proprietária da marca no Brasil, a Asics São Paulo City Marathon, que ocorrerá juntamente com a meia-maratona, dia 31 de julho. Percebemos espaço para a realização de uma maratona em São Paulo e vamos evoluir, oferecendo ao corredor uma prova de alta qualidade, toda nossa excelência em estrutura e organização, sem deixar de lado quem corre 21K e que acompanhou as meias maratonas da Asics nos últimos cinco anos, afirmou Paulo Carelli, diretor de prova da Iguana Sports, responsável pela organização da Asics Golden Run. Inédita no Brasil, a Asics já é parceira de mais de 30 maratonas ao redor do mundo. Somos referência mundial em running e a marca mais desejada entre os atletas brasileiros. Queremos continuar proporcionando a melhor experiência de corrida de rua de alta performance, afirmou Leandro Moraes, diretor de marketing e produto da Asics Brasil. As etapas acontecerão em 15 de maio (Rio), 31 de julho (São Paulo) e 13 de novembro (Brasília). 2

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4 Paysandu cria marca própria de olho em lucro e lojas oficiais POR ADALBERTO LEISTER FILHO Em iniciativa ousada, o Paysandu decidiu encerrar seu contrato com a Puma e montar, neste ano, sua própria marca de material esportivo. Dois meses após o início da empreitada, o clube paraense começa a contabilizar lucros. Em março lançaremos nossa primeira loja oficial, na sede do clube. O objetivo é termos um total de dez lojas a curto prazo. Durante 2016 vamos abrir a maior parte, projeta Renato Costa, diretor de marketing do Paysandu. O clube escolheu o Lobo, que é o mascote do Paysandu, para ser o nome da marca da equipe paraense. O departamento de marketing foi quem desenvolveu o logo, afirma Costa. Além do uniforme completo, com camisa, calção e meiões, o Paysandu já lançou mais de 14 itens para os torcedores, que incluem camisa de treino, de viagem, boné e mochila. No futuro, há planos de lançamento de uma linha casual e de roupas para crianças. Além disso, não está descartada a fabricação até de chuteiras com a marca do clube. O Paysandu não divulga o valor arrecadado até aqui, mas o diretor de marketing afirma que esse montante já representa mais do que o clube recebia anteriormente do acordo com a Puma. Em um mês, arrecadamos mais do que em um ano com a fornecedora anterior, afirma ele. Os produtos são fabricados pela Bomache, fábrica com sede em Fortaleza (CE), que possui parceria com várias equipes do Norte e Nordeste, incluindo o arquirrival Remo. A marca foi fornecedora de camisas temáticas de sócio-torcedor no passado. Entre os grandes clubes, o mais próximo desse modelo é o Santos, que gerencia a distribuição e vendas do uniforme, mas que é confeccionado pela Kappa. Zico se aposenta politicamente, mas crê em nova Fifa Assim que os escândalos da Fifa estouraram e resultaram no afastamento de Joseph Blatter, o ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira, Zico, se prontificou a falar publicamente que era candidato ao cargo de presidente da entidade. Hoje, com a eleição de Gianni Infantino, o brasileiro se mostrou menos crítico à federação em conversa com a Máquina do Esporte. Há uma possibilidade de mudança. Os planos que foram que colocados publicamente antes, alguns deles podem ir para frente. Só não pode ter política, essa coisa de colocar 40 países na Copa do Mundo, usar uma verba maior que possa ir para confederações usarem politicamente. Esse tipo de coisa nós temos de fiscalizar, afirmou. Ainda assim, para Zico, a figura de Infantino não é significativa nesse momento. Não foi votada a pessoa, e sim o representante da Uefa, disse. As pitadas de Zico à Fifa devem se limitar ao discurso. A carreira do ex-jogador nos bastidores do futebol sempre foi tímida, com cargos curtos no Flamengo e na CBF. Sua candidatura à presidência da Fifa parou na falta de indicação de federações; eram necessárias cinco. Nem a CBF o apoiou. Questionado se seguiria próximo à política, Zico foi sucinto: Eu vou continuar técnico. 4

5 Após Olimpíadas, Estácio negocia acordo com o COB POR DUDA LOPES, DO RIO DE JANEIRO (RJ)* A Estácio negocia renovação com o Comitê Olímpico do Brasil para manter o seu projeto de bolsas para atletas após os Jogos Olímpicos de A empresa entrou na entidade para ser apoiadora oficial do evento, mas, satisfeita com os resultados, irá adiantar as negociações para continuar com a parceria. Os Jogos são um pedaço da história, não o fim. O que temos feito com o esporte veio para ficar por muitos anos. Então eu estava falando com o Marcus (Vinícius Freire, superintendente do COB) sobre nossa ideia de renovar a parceria após os Jogos, porque para nós isso é uma coisa para trabalhar por muitos anos, diz à Máquina do Esporte Rogério Melzi, presidente da Estácio. No entanto, uma parte importante do projeto olímpico será deixada para trás: o treinamento corporativo. Com a responsabilidade de treinar os voluntários do Rio-2016, a Estádio ativa um de seus produtos, focados em funcionários de grandes empresas. Para manter esse pilar, a empresa cogita patrocinar outros eventos. Na terça-feira, a universidade exibiu o Time Estácio no Rio de Janeiro. Estiveram presentes nomes já conhecidos como garotos-propaganda da empresa, casos de Gustavo Kuerten e Laís de Souza. O tenista Thiago Monteiro, sensação do tênis nacional após bater Jo-Wilfried Tsonga no Rio Open, foi apresentado como novidade. Além disso, a Estácio realizou uma premiação própria para os atletas, com títulos como atleta superação e atleta inspiração. O que nós fazemos com atleta, em longo prazo constrói uma imagem vencedora da Estácio, associada a pessoas de bom caráter, dedicadas. Para nós, é a projeção de uma imagem vitoriosa, resume Melzi. * O repórter viajou a convite da Estácio NBA inicia projeto social instalado na Rocinha A NBA Brasil deu início à principal compensação pelos patrocínios via Lei de Incentivo para o jogo do Global Tour no Brasil. Neste mês, começará de fato o NBA Jr, graças a uma parceria da entidade com o Governo do Rio de Janeiro. As empresas fazem o patrocínio, e parte do investimento tem que ser direcionado para projetos sociais. Nesse caso, somos nós que administramos o projeto no Brasil, diz Arnon de Mello, que comanda a liga americana de basquete no país. O projeto na Rocinha já estava acertado desde o ano passado, mas só agora saiu do papel. O plano é chegar a 8 mil crianças com o basquete em projetos educacionais no contraturno da aula. 5