o ato de educar é uma semeadura e a memória grava o que dá prazer Rubem Alves A ARTE DE ENSINAR Marcílio Menezes

Transcrição

1 o ato de educar é uma semeadura e a memória grava o que dá prazer Rubem Alves A ARTE DE ENSINAR A arte de ensinar é uma faísca Incendeia em chama Chama de fogueira que clareia a noite sem luar É um olho d água brotando da serra Vai virando um rio até desaguar no mar Oh, mar, no mar Oh, mar É uma semente, se plantar germina Em qualquer lugar, a arte de ensinar Em qualquer lugar, a arte de ensinar Um velho índio contou estórias Mostrou a caça e como se pesca Pulou da canoa, entrou pela mata E o curumim com os olhos atentos Sorriu aprendendo com muito prazer

2 Cantou e dançou feito um grande guerreiro E na ponta da flecha mostrou o seu peixe E toda a aldeia festejou Ah, ah, ah, ah, ah, ah É uma semente, se plantar germina Em qualquer lugar, a arte de ensinar Em qualquer lugar, a arte de ensinar

3 CARRINHO DE LATA DE SARDINHA Olha o carrinho de lata de sardinha Transportando emoções Não tem farol Não tem buzina Não tem janelas, Portas e pilhas (não) [bis] Mas tem a alegria da imaginação De um menino Que se aventurou Fazer do sonho sua criação Brinquedo eterno na palma da mão [Refrão] Mas tem o carinho do seu inventor Que o tempo amigo lhe chama de avô Guarda lembranças por onde passou Roda carrinho, me leva que eu vou [Refrão]

4 CAIXA DE BRINQUEDOS Me conte o que leu no livro Com suas palavras Fica bem melhor E só outra maneira de contar A mesma história que li Quando eu tinha a sua idade Tantas frases Em uma só mensagem Que até hoje guardo Na minha caixa de brinquedos Que até hoje guardo Na minha caixa de brinquedos

5 BOLHA DE SABÃO Como é que se faz uma bolha de sabão Puxe bem o ar e sopre devagar Pra não estragar toda a brincadeira Até o canudinho dá pra improvisar Tem de macarrão, de talo de mamão Até de caneta esferográfica Deixa pra lá esta palavra Que o importante é ver você Descobrir a bolha de sabão Vamos ver, vamos lá, Vai soprando devagar [bis] Vamos ver, vamos lá, Descobrir a bolha de sabão Bão, bão, bão, bão, bão, bão, bão, bão, bão Bão, bão, bão, bão

6 O BALANÇO Balanço que balança as minhas pernas Me joga pro ar pertinho do céu Balanço que viaja o mundo inteiro Por cima do formigueiro lá do meu quintal Balanço que me traz de volta Balanço que me põe no chão Me leva pro alto da goiabeira Agarro o galho da mangueira Pra poder sonhar Como se fosse um passarinho Batendo asas pra voar Sem temer os alçapões Estilingues e gaiolas Livre, livre Livre pra poder cantar

7 O APRENDIZ Não tem nenhuma graça se o peão gira sozinho Sem parar, sem parar, sem parar Não tem nenhuma graça se a bicicleta anda Sem pedalar, sem pedalar, sem pedalar Não tem nenhuma graça se a pipa tá no céu Sem ter alguém que a fez voar, voar, voar, voar, voar Sem ter alguém que a fez voar, voar, voar, voar, voar Oh Aprendiz, aprender Como enfrentar os desafios Dá um riso e manda ver Vai, vai, vai, vai, vai, vai, vai Vai, vem, vai, vai, vem, vem, vai, vai, vem, vem, vai, vai, vai Vai, vem, vai, vai, vem, vem, vai, vai, vem, vem, vai, vai, vai

8 O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA Tem brinquedo que não tem brincadeira Não faz de conta e nem tem roda pra girar Tem brinquedo que algreia não transpira Não suja a casa e nem põe roupa pra lavar Depois, depois, depois que o sol raiar Depois, depois, depois que o sol raiar Tem brinquedo que não levanta poeira Se acaba a força não há jeito de empurrar Tem brinquedo que não precisa de vento De corre-corre e rabiola pra emendar [Refrão] Tem brinquedo que se estraga quando molha Se cai a chuva não há jeito de brincar Passa tempo, passa hora e nada, nada De ouvir meninos gargalhando pelo ar Concentrados na batalha dos fuzileiros virtuais Quem vence ganha cinco estrelas

9 Estrelas que não brilham mais Do que o meu pequeno herói Montado num cavalo de páu Com seu chapéu e espada feita de jornal [Refrão]

10 O OLHAR No reino da travessura Há um silêncio estranho desvendando um mundo Não tente fazê-lo adulto Desencantando esse olhar profundo Admirando a natureza São olhos que perguntam Sem nos perguntar Por que a formiga entra no buraco Por que a abelha tem um doce mel Por que a aranha vai construindo a sua teia Por que, por que A sabedoria está em todo lugar Viva a natureza, viva a beleza A inocência do olhar Por que a formiga entra no buraco Por que a abelha tem um doce mel Por que a aranha vai construindo a sua teia Por que, por que

11 ESCONDE-ESCONDE [Instrumental]

12 AO MESTRE COM CARINHO O que adianta querer me ensinar As estrelas que guiam do céu O caminho do navegador Se eu ainda não conheço o mar Nunca vi, nem sei como é Só conheço água da chuva Quando cai, quando cai Virando uma enxurrada Quando cai, quando cai Lavando a minha alma De menino que brinca na rua E constrói castelo e represa de barro Faz guerra de lama entre amigos Besouros perdidos E já deu trovoada Oh lelê, oh lalá, lá vem, lá vem, la vém A chuva de novo pra gente brincar Oh lelê, oh lalá, lá vem, lá vem A chuva de novo pra gente brincar