Chernobyl: Os Sonhos que ficaram para trás, após o maior acidente nuclear da história
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- Antônio Carmona Álvaro
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1 Chernobyl: Os Sonhos que ficaram para trás, após o maior acidente nuclear da história A usina nuclear de Chernobyl (originalmente chamada Vladimir Ilvich Lenin, fundador da União Soviética) inaugurada em 1977, em Pripyat na Ucrânia antiga União Soviética. Produzia cerca de 10% da energia elétrica utilizada pelo pais. Numa rotina de trabalho um reator foi paralisado para realizar a sua manutenção periódica, e aproveitando essa oportunidade a equipe operacional planejou testar a capacidade das turbinas deste reator, para verificar se a produção de energia armazenada era suficiente para manter as bombas de refrigeração funcionando. Após o inicio do teste no reator número quatro, houve um aumento de potência inesperada sobre o reator e o sistema de segurança estava desligado. E este sistema deveria parar o aumento de potência. O que não aconteceu, ocasionando uma falha no reator. Em frações de segundos, o nível de potência e temperatura elevaram-se em demasia e o reator ficou descontrolado. O fatídico dia foi em 26 de abril, de 1986 ás 1:23:58 a.m hora local, quando o mundo entrou em choque, e alguns Países em pânico com a radioatividade desta terrível catástrofe nuclear. A falha no reator número quatro ficou fora de controle e houve uma terrível explosão, destruindo toda a usina que pesava cerca de 1000 toneladas. A temperatura no local era superior a 2000ºC, o reator pegou fogo e queimou por nove dias, liberando 400 vezes mais radiação na atmosfera do que as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Uma nuvem de radiação afetou Chernobyl nos primeiros dez dias, contaminando inúmeras áreas, desestabilizando todo o clima no local. Um total de hectares de terras agrícolas passaram a ser zonas proibidas para o cultivo.
2 Durante quase um mês, Moscou manteve-se em completo silêncio, antes de decidir retirar os habitantes de Pripyat e da região. O que foi tarde de mais. Milhares de pessoas foram afetadas e contaminadas pelo acidente em diversos territórios, tais como: Escandinávia, Grécia, centro e leste Europeu, sul da Alemanha, Suíça e norte da França e Grã-Bretanha. Neste período 7 milhões de pessoas (3 mil crianças) moravam em áreas próximas, e o fato levou há evacuação de 350 mil, pessoas que deixaram seus sonhos, suas histórias, para trás sendo expulsas das cidades onde nasceram e viveram durante anos, após a contaminação da radiação. Em seguida, o governo enviou um exército de mil pessoas entre bombeiros, civis e
3 soldados o qual foram chamados de liquidadores para conter a radiação e trabalharem na usina por seis meses, na construção de uma estrutura de isolamento a qual chamaram de sarcófago, mas sem equipamentos apropriados nenhum trabalhador sobreviveu. Não há dados precisos sobre o número de vitimas neste acidente tão brutal. Há várias controvérsias que comprometem os fatos reais, algumas ONGs (Organizações não governamentais) como o Greenpeace, afirmam que o números de mortos chega há 100 mil, já um relatório de 2005 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indica que, só na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia, o acidente resultou em cerca de 200 mil mortes. Em 2005 um relatório divulgado pela ONU estima que entre 1990 a 2005 o acidente continuou fazendo vítimas, e os números de mortos chegam há 4 mil, por causa dos cânceres provocados em consequencia das radiações principalmente o da tireoide entre os adultos. No último dia 26 de abril, completaram-se vinte e sete anos do maior acidente nuclear da história e todos os anos neste dia, familiares e amigos das vítimas saem as ruas mostrando fotografias para serem lembradas. Esta homenagem também ocorre em diversos Países e no último dia 26 não foi diferente, milhares de pessoas saíram as ruas para acender velas e colocar flores nos monumentos erguidos em Slavoutitch na Ucrânia. Para homenagear todas as pessoas que morreram neste acidente, vítimas de Chernobyl, principalmente os operários e os bombeiros que trabalharam na usina.
4 A causa desta catástrofe difere em duas teorias contraditórias. A primeira foi publicada em agosto de 1986, atribuindo a culpa aos operários da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991, atribui o acidente a defeitos no projeto do reator. Muitos especialistas acreditam que nenhuma destas teorias estão corretas. O que aconteceu foi uma junção das duas teorias, sendo que o defeito no reator foi agravado devido a erro humano e a demora do governo para evacuar a área contaminada, também foi outro erro humano. Hoje 27 anos após o acidente as vítimas ainda sofrem com os efeitos devastadores, econômicos, sociais e ecológicos da maior catástrofe nuclear da história, cinco milhões de pessoas continuam morando nas zonas afetadas pela radioatividade. A usina fechou em 2000, mas há um desgaste em toda sua estrutura o que levou ao desmoronamento do telhado na sala de máquinas no ultimo mês de fevereiro. Embaixadores de 20 países foram os doadores, de 1,5 bilhões de euros para a construção do novo sarcófago, já que o anterior estava colocando em risco de novas exposições de radiação devido a sua fragilidade na estrutura. O novo sarcófago deverá pesar toneladas e chegará a 108 metros de altura. Sua estrutura será montada em um terreno vizinho ao reator e depois colocado sobre o antigo. A construção começou em 2012, e está a cargo das empresas francesas Bouygues e Vinci.
5 A cidade próximo a usina está abandonada, e nos remete a um filme de terror onde o cenário é desolador, não há vegetação, não há vida. A forma mais impactante de contaminação é por meio do césio 137 dada a meia vida de 30 anos da radiação existente em Chernobyl levará mais de um século para que a contaminação seja reduzida significadamente. Mas mesmo assim, o governo da Ucrânia abriu a área para turistas que podem chegar a 200 metros da usina onde houve a explosão. Os aparelhos ainda marcam 260 microents (sistema que mede a radiação) o que significa que a radiação ainda está 10 vezes mais forte que o normal para os seres vivos, por este motivo o lugar só pode ser visitado por 15 minutos. E antes de deixar o lugar, todo turista ou visitante deve passar por uma máquina detectora de radiação. Para analisar o grau de contaminação de cada pessoa. Caso esteja tudo bem o portão abre, e pode regressar para casa. As autoridades lutam até hoje para tentar consolidar projetos para criar um ambiente seguro em Chernobyl.
6 Segundo os dados do Ministério da Saúde da Ucrânia de 2012, afirmam que 2,4 milhões de ucranianos, inclusive crianças, sofrem de problemas de saúde relacionados com o acidente. Temos que ter consciência de que as invenções humanas podem dar errado as vezes. A catástrofe ocorrida a vinte sete anos continua fazendo vitima. Os efeitos de Chernobyl a longo prazo são uma incógnita. Este texto vai para homenagear todas as pessoas que perderam suas vidas brutalmente com este acidente, outras que ainda lutam e sofrem com as consequências causada pela radiação. Um dia Fatídico na vida destas pessoas que deixaram seus sonhos para trás, por um acontecimento que marcou para sempre suas vidas O dia 26 de abril de 1986.
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