Annual Thematic Conference and Workshop: Migrant Workers and Migration Brazil July 2010

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Gabriel Arantes Álvares
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1 Annual Thematic Conference and Workshop: Migrant Workers and Migration Brazil July 2010

2 Deslocamento forçado e violência anti-sindical como fenômeno regulador no conflito Colombiano Jana Silverman Instituto de Economia UNICAMP 2 de Julho de 2010

3 O pais mais perigoso no mundo para ser sindicalista A violência anti-sindical siga sendo uma realidade pelos trabalhadores colombianos, apesar dos avanços normativos a nível global só no ano 2008 houve 49 homicídios de sindicalistas, 154 deslocamentos forçados, e 497 ameaças de morte, mais que em qualquer outro pais do mundo, segundo a CSI. Essa violência é sistemática e sustenido no tempo (não um produto colateral do conflito armado e delinqüência no pais) acontece em momentos de conflitos trabalhistas. Age não só para aprofundar a flexibilização do trabalho e as desigualdades de renda no pais, mas também para eliminar a influencia política dos sindicatos em determinados territórios.

4 Globalização e violência Mesmo que o conflito colombiano já tem durado mais de 40 anos, agora se realiza num contexto da globalização, que tem significado um enfraquecimento dos estados e uma reconfiguraçao das formas de organização política, as representações sociais, e ate as modalidades da violência. Hoje a dominação territorial significa não só o controle física mas também uma hegemonia no plano ideológico e cultural num determinado espaço. Na Colômbia, o conflito envolve atores fora e dentro do estado, como paramilitares, guerrilhas, narcotraficantes, e forças políticas (partidos, organizações sociais, etc.).

5 Historia do conflito armado colombiano Tem suas raízes no período de La Violencia após o magnicídio do líder Jorge Eliezer Gaitan (de ) Primeiros grupos insurgentes vem do movimento camponês (ligado ao Partido Liberal), exigindo uma reforma agrária e mais aceso a saúde e educação, daqueles grupos surgem as FARC nos anos 60 Outros grupos guerrilheiros(a maioria com ideologia marxista-leninista) influenciados pela revolução cubana surgirem a finais dos 60-começo dos 70, como a M-19, ELN, EPL No começo dos anos 80 o Presidente Belisario Betancur tenta negociar um acordo de paz com as FARC e a M-19, as negociações fracassarem. Ao mesmo tempo em regiões como Magdalena Medio e Urabá, fazendeiros e políticos locais formam os primeiros grupos estruturados de paramilitares. Isto leva a um recrudescimento da violência na segunda metade dos 80 e os 90. Antes da Constituinte do 1991, a M-19 e EPL desmobilizam. No governo de Andres Pastrana ( ) houve outro tentativo de negociar um acordo de paz com as FARC e ELN, que também não é bem-sucedida. Por enquanto, os grupos paramilitares (agora sob um mando unificado da AUC) agora são espalhados por quase todo o território colombiano. A partir de 2004, os grupos paramilitares oficialmente começam a se desmobilizar. Logo surgem novamente com outros nomes mas com as mesmas modalidades de ação.

6 Caracterização do conflito atual De longa duração e baixa intensidade, agora ligado ao narcotráfico (como fonte de financiação e manifestação de controle territorial dos grupos combatentes) Violência mais cru nas áreas rurais, especificamente no Sul, Noroeste e Leste do pais Grande impacto na população civil, sobretudo através da recrutamento forçada, uso de minas anti-pessoas, e a deslocamento forçado (com mais de 4,6 milhões de pessoas atingidas no período , mais que qualquer outro pais do mundo após o Sudan) Internacionalizado a traves da ingerência da Venezuela, Equador, e Estados Unidos no conflito, e também pelo fluxo de migrantes fugindo da violência trás as fronteiras

7 A estrutura sindical colombiana Movimento sindical tem sido enfraquecida pela violência e pela flexibilização das leis trabalhistas (após a Lei 50 do 1990), permitindo a subcontratação, contratos de curta duração, etc. Hoje em dia a taxa de sindicalização e 4,2% (em comparação com 9,3% em 1984), e com menos de 0,8% da população economicamente ativa beneficiando dum acordo coletivo de trabalho. Existe muita dispersão sindical, com os trabalhadores organizados em 3 centrais e sindicatos distintos. O direito a greve é consagrado na lei mais não respeitado pelo governo e os empresários.

8 A violência anti-sindical na Colômbia È um fenômeno histórico, presente desde a fundação do movimento sindical È um genocídio político sindicalistas colombianos têm sido exterminados, e 1611 sindicalistas vitimas do deslocamento forçado desde 1986-Agosto 2009 È produto não só do conflito interno mas também da guerra ideológica com o governo e os paramilitares Esta violência permitiu a implantação da flexibilização do trabalho e também freou as possibilidades de criar uma alternativa política desde a esquerda

9 Impactos psicosociais do deslocamento forçado dos sindicalistas Trauma psicológica (depressão, raiva, post traumatic stress disorder) Problemas familiares Problemas de desemprego e inserção no mercado do trabalho nos seus novos lugares de residência Dificuldades em manter ligações e seguir agindo como dirigentes nas suas organizações sindicais, e também em desenvolver novas relações com organizações sindicais e sociais nos suas novas localidades

10 A geografia da violência anti-sindical o caso de Magdalena Medio Mapa da região de Magdalena Medio, no nordeste da Colômbia

11 O conflito territorial em Magdalena Medio em perspectiva histórica Durante os últimos 60 anos, Magdalena Medio tem sido um baluarte da esquerda colombiana, devido sobretudo a atuação sociopolitica da USO (sindicato dos trabalhadores petroleiros) Nos anos 70-começo dos 80 houve um auge na esquerda regional, incluindo partidos políticos, sindicatos, organizações de mulheres e ate a guerrilha, este movimento foi percebido como uma ameaça a hegemonia regional dos dirigentes políticos e empresariais Não se podia combater essa esquerda insurgente usando a força legitima então a oligarquia regional criou, armou e facilitou a atuação de grupos paramilitares a partir de 1983 Alem dos ataques físicas, os lideres da região também atacava a legitimidade social da esquerda, sinalando la de comunista, guerrilheira e quebra-empresas

12 As seqüelas da guerra territorial De , 190 lideres e ativistas sindicais foram aniquilados pelos grupos paramilitares em Magdalena Medio Centenários de sindicalistas e lideres sociais também foram deslocados da região, com a maioria indo para Bucaramanga, Bogota e Medellin (mas alguns fora do pais na Espanha e os EUA) A violência diminuiu um pouco após a pacificação do território por parte dos paramilitares a finais dos anos 90 Agora o poder político e organizacional da esquerda e dos sindicatos é apenas uma fração o que era nos anos antes do paramilitarismo

13 Conclusões o começo do fim duma noite longa? Estratégias jurídicas e de incidência política dos sindicatos e ONGs afins (juntos com seus organizações parceiros internacionais) tem ajudado a pressionar o governo colombiano a procurar uma solução eficaz a problema da violência anti-sindical no pais O movimento sindical pede verdade, justiça e reparações integrais, que significa não só condenas exemplares pelos responsáveis pelos crimes, reparações econômicas pelas vitimas individuais e coletivas, e programas para permitir o retorno dos sindicalistas deslocados aos seus lugares de origem, mas também um fim á estigmatização e sinalização do sindicalismo, e um reconhecimento publico da importância política do sindicalismo para a democracia colombiana Mas com a eleição este mês do Juan Manuel Santos como o novo Presidente ( ) da Colômbia, uma aproximação entre o governo nacional e o movimento sindical não e muito provável

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